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06/09/2019 Célula – Wikipédia, a enciclopédia livre

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Células do gênero Allium em diferentes


fases do ciclo celular

As células são as unidades estruturais e funcionais dos organismos vivos.[Nota 1] Elas são
conectadas como "chips" de computador no corpo para direcionar sinais que instruem como
funcionam. Além disso, elas podem reconectar suas redes de sinalização para mudar seu
comportamento.[1] Alguns organismos, tais como as bactérias, são unicelulares (consistem em uma
única célula).[2] Outros, tais como os seres humanos, são pluricelulares (várias células).[3]

O corpo humano é constituído por aproximadamente 10 trilhões (mais de 1013) de células;[2][Nota 2]


a maioria das células vegetais e animais têm entre 1 e 100 µm e, portanto, são visíveis apenas sob
o microscópio;[4] a massa típica da célula é um nanograma.[5]

A célula foi descoberta por Robert Hooke em 1663[6] ou 1665.[7][Nota 3] Em 1837, antes de a teoria
final da célula estar desenvolvida, Jan Evangelista Purkyně observou "pequenos grãos" ao olhar um
tecido vegetal através de um microscópio. A teoria da célula, desenvolvida primeiramente em 1838
por Matthias Jakob Schleiden e por Theodor Schwann, indica que todos os organismos são
compostos de uma ou mais células. Todas as células vêm de células preexistentes. As funções vitais
de um organismo ocorrem dentro das células, e todas elas contêm informação genética necessária
para funções de regulamento da célula, e para transmitir a informação para a geração seguinte de
células.[8]

A palavra "célula" vem do latim: cellula (quarto pequeno). O nome descrito para a menor estrutura
viva foi escolhido por Robert Hooke. Em um livro que publicou em 1665, ele comparou as células
da cortiça com os pequenos quartos onde os monges viviam.[9][10]

História

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Desenho da estrutura do
súber, conforme visto pelo
microscópio de Robert
Hooke e descrito em seu
livro Micrographia, a qual dá
origem à palavra "célula",
usada para descrever a
menor unidade de um
organismo vivo.

As células foram descobertas entre 1663 e 1665 pelo inglês Robert Hooke. Ao examinar em um
microscópio rudimentar, uma fatia de cortiça, verificou que ela era constituída por cavidades
poliédricas, às quais chamou de células (do latim "cella", pequena cavidade). Na realidade Hooke
observou blocos hexagonais que eram as paredes de células vegetais mortas.[3]

Enquanto isso, Antonie van Leeuwenhoek (1632–1723), um holandês que ganhava a vida
vendendo roupas e botões, estava gastando seu tempo livre moendo lentes e construindo
microscópios de qualidade notável. Ele desenhou protozoários, tais como o Vorticella da água da
chuva, e bactérias de sua própria boca.[11] Van Leeuwenhoek foi contemporâneo e amigo do pintor
Johannes Vermeer (1632-1675) da cidade de Delft que foi pioneiro no uso da luz e da sombra na
arte ao mesmo tempo em que van Leeuwenhoek estava explorando o uso da luz para descobrir o
mundo microscópico.[12]

Em 1838 Matthias Schleiden e Theodor Schwann, estabeleceram o que ficou conhecido como
teoria celular: "todo o ser vivo é formado por células tronco".[12]

As células são envolvidas pela membrana celular e preenchidas com uma solução aquosa
concentrada de substâncias químicas e substâncias físicas, o citoplasma em que se encontram
dispersos organelos (por vezes escrito organelas, organóides, orgânulos ou organitos).

As formas mais simples de vida são organismos unicelulares que se propagam por cissiparidade.
As células podem também constituir arranjos ordenados, os tecidos.

Estrutura
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Estrutura típica de uma célula procarionte,


representada por uma bactéria (clique para
ampliar): 1. Cápsula, 2. Parede celular, 3.
Membrana plasmática, 4. Citoplasma, 5.
Ribossomos, 6. Mesossomos, 7. DNA
(nucleóide), 8. Flagelo bacteriano.

De acordo com a organização estrutural, as células são divididas em: eucarióticas e procarióticas.
As células procarióticas são geralmente independentes, enquanto que as células eucarióticas são
frequentemente encontradas em organismos multicelulares.

Células Procarióticas

As células procarióticas, também chamadas de protocélulas, são muito diferentes das eucariontes.
Em geral, são bem menores e menos complexas estruturalmente do que as células eucarióticas..[13]
A sua principal característica é a ausência da carioteca individualizando o núcleo celular ao qual
chamamos de nucleoide.,[13] pela ausência de alguns organelos e pelo pequeno tamanho que se
acredita que se deve ao fato de não possuírem compartimentos membranosos originados por
evaginação ou invaginação. Também possuem DNA na forma de um anel associado a proteínas
básicas e não a histonas (como acontece nas células eucarióticas, nas quais o DNA se dispõe em
filamentos espiralados e associados a histonas).[3]

Estas células são desprovidas de mitocôndrias, plastídeos, complexo de Golgi, retículo


endoplasmático e sobretudo cariomembrana o que faz com que o DNA fique disperso no
citoplasma. Como organela, só possuem ribossomos. A este grupo pertencem:

Bactérias

Cianófitas (Cyanobacterias)

PPLO ("pleuro-pneumonia like organisms")


Células incompletas

As bactérias dos grupos das Rickettsias e das clamídias são muito pequenas, sendo denominadas
células incompletas por não apresentarem capacidade de auto-duplicação independente da

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colaboração de outras células, isto é, só proliferarem no interior de outras células completas,


sendo, portanto, parasitas intracelulares obrigatórios.

Diversas doenças de importância médica tem sido descritas para organismos destes grupos,
incluindo algumas vinculadas aos psitacídeos (papagaios e outras aves, a psitacose[14]) e carrapatos
(a febre maculosa, causada pela Rickettsia rickettsii[15]).

Estas bactérias são diferente dos vírus por apresentarem:

conjuntamente DNA e RNA (já foram encontrados vírus com DNA, adenovirus, e RNA, retrovírus,
no entanto são raros os vírus que possuem DNA e RNA simultaneamente);

parte incompleta da "máquina" de síntese proteica celular necessária para reproduzirem-se;

uma membrana celular semipermeável, através da qual realizam as trocas com o meio
envolvente.

Células eucarióticas

As células de um organismo
eucariota (esquerda) e um organismo
unicelular procariota (direita)

As células eucariontes ou eucarióticas, também chamadas de eucélulas, são mais complexas


que as procariontes. Possuem membrana nuclear individualizada e vários tipos de organelas.
Todos os animais e plantas são dotados deste tipo de células.[3]

É altamente provável que estas células tenham surgido por um processo de aperfeiçoamento
contínuo das células procariontes, o que chamamos de Endossimbiose.

Não é possível avaliar com precisão quanto tempo a célula "primitiva" levou para sofrer
aperfeiçoamentos na sua estrutura até originar o modelo que hoje se repete na imensa maioria das
células, mas é provável que tenha demorado milhões de anos. Acredita-se que a célula "primitiva"
tivesse sido bem pequena e para que sua fisiologia estivesse melhor adequada à relação tamanho
× funcionamento era necessário que crescesse.

Acredita-se que a membrana da célula "primitiva" tenha emitido internamente prolongamentos ou


invaginações da sua superfície, os quais se multiplicaram, adquiriram complexidade crescente,
conglomeraram-se ao redor do bloco inicial até o ponto de formarem a intrincada malha do
retículo endoplasmático.[2] Dali ela teria sofrido outros processos de dobramentos e originou
outras estruturas intracelulares como o complexo de Golgi, vacúolos, lisossomos e outras.

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Quanto aos cloroplastos (e outros plastídeos) e mitocôndrias, atualmente há uma corrente de


cientistas que acreditam que a melhor teoria que explica a existência destes orgânulos é a Teoria da
Endossimbiose, segundo a qual um ser com uma célula maior possuía dentro de sí uma célula
menor mas com melhores características, fornecendo um refúgio à menor e esta a capacidade de
fotossintetizar ou de sintetizar proteínas com interesse para a outra.[16]

Nesse grupo encontram-se:

Células Vegetais (com cloroplastos e com parede celular; normalmente, apenas, um grande
vacúolo central)

Células Animais (sem cloroplastos e sem parede celular; vários pequenos vacúolos)

Componentes subcelulares

Estrutura de uma célula vegetal típica (clique


para ampliar): a. Plasmodesmos, b.
Membrana plasmática, c. Parede celular, 1.
Cloroplasto (d. Membrana tilacóide, e.
granum), 2. Vacúolo (f. Vacúolo, g.
Tonoplasto), h. Mitocôndria, i. Peroxissomo,
j. Citoplasma, k. Pequenas vesículas
membranosas, l. Retículo endoplasmático
rugoso, 3. Núcleo (m. Poro nuclear, n.
Envelope nuclear, o. Nucléolo), p.
Ribossomos, q. Retículo endoplasmático
liso, r. Vesículas de Golgi, s. Complexo de
Golgi, t. Citoesqueleto filamentoso.

Estrutura de uma célula animal típica (clique


para ampliar): 1. Nucléolo, 2. Núcleo celular,
3. Ribossomos, 4. Vesículas, 5.
Ergastoplasma ou Retículo endoplasmático
rugoso (RER) 6 Complexo de Golgi 7
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rugoso (RER), 6. Complexo de Golgi, 7.
Microtúbulos, 8. Retículo endoplasmático
liso (REL), 9. Mitocôndrias, 10. Vacúolo, 11.
Citoplasma, 12. Lisossomas, 13. Centríolos.

Todas as células, tanto procariontes quanto eucariontes, tem uma membrana que envolve a célula,
que separa o interior de seu ambiente, regula o que se move dentro e para fora (seletivamente
permeável), e mantém o potencial elétrico da célula.[2] Dentro da membrana, um citoplasma salino
ocupa a maior parte do volume da célula. Todas as células possuem DNA, o material hereditário
dos genes, e RNA, contendo as informações necessárias para sintetizar várias proteínas como
enzimas, as máquinas primária da célula. Existem também outros tipos de biomoléculas nas
células. Esta seção lista estes componentes primários da célula, e em seguida, descreve brevemente
a sua função.

Membrana
Ver artigo principal: Membrana plasmática

O citoplasma de uma célula está rodeado por uma membrana celular ou membrana plasmática. A
membrana plasmática em plantas e procariontes é normalmente coberta por uma parede celular.
Esta membrana serve para separar e proteger uma célula do seu ambiente circundante e é feita
principalmente a partir de uma camada dupla de lipídeos (hidrófoba semelhante as moléculas de
gordura) e moléculas de fósforo hidrofílicas.[2] Assim, a camada é chamada uma bicamada de
fosfolípido. Pode também ser chamada de uma membrana mosaico fluido. Incorporadas dentro
desta membrana há uma variedade de moléculas de proteínas que actuam como canais e bombas
que movem diferentes moléculas para dentro e para fora da célula. A membrana é dita ser 'semi-
permeável', na medida em que pode deixar uma substância (molécula ou íon) passar livremente,
passar através de uma forma limitada ou não passar de jeito nenhum. As membranas da superfície
celular também contém proteínas receptoras que permitem que as células detectem moléculas
externas de sinalização, tais como hormonas.

Citoesqueleto
Ver artigo principal: Citoesqueleto

O citoesqueleto atua para organizar e manter a forma da célula; âncorar organelas no lugar; ajuda
durante a endocitose, a absorção de materiais externos por uma célula, e na citocinese, a separação
de células filhas após a divisão celular; e move partes da célula em processos de crescimento e de
mobilidade. Normalmente, 20-35% das proteínas de uma célula estão ligadas ao citoesqueleto
embora esta quantidade possa variar sendo consideravelmente maior nas células musculares.[17] O
citoesqueleto eucariótico é composto por microfilamentos, filamentos intermediários e
microtúbulos. Existe um grande número de proteínas associadas a eles, cada uma controlando uma
estrutura da célula, orientando, agrupando, e alinhando os filamentos. O citoesqueleto procariótico

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é bem menos estudado, mas está envolvido na manutenção da forma da célula, na polaridade e na
citocinese.[18]

Material genético

Dois tipos diferentes de material genético existem: ácido desoxirribonucleico (DNA) e ácido
ribonucleico (RNA). A maioria dos organismos usa o DNA para o seu armazenamento de
informação de longo prazo, mas alguns vírus (por exemplo, os retrovírus) têm RNA como seu
material genético.[19] A informação biológica contida num organismo é codificado em seu DNA ou
em sua sequência de RNA. O RNA é também utilizado para o transporte de informação (por
exemplo, RNA mensageiro) e funções enzimáticas (por exemplo, o ARN ribossomal) em
organismos que utilizam DNA para o código genético em si. Moléculas de RNA de transporte
(RNA) são usadas para adicionar aminoácidos durante a tradução de proteínas.

O material genético procariótico é organizado em uma molécula de DNA circular simples (o


cromossoma bacteriano) na região nucleoide do citoplasma. O material genético eucariótico é
dividido em diferentes moléculas, lineares chamadas cromossomas dentro de um núcleo discreto,
geralmente com material genético adicional, em algumas organelas como mitocôndrias e
cloroplastos. (ver Teoria da endossimbiose).[16]

Organelas
Ver artigo principal: Organelo

O corpo humano contém muitos órgãos diferentes, tais como o coração, pulmão e rim, com cada
órgão exercendo uma função diferente. As células também possuem um conjunto de "pequenos
órgãos", chamado de organelas, que são adaptados e/ou especializados para a realização de uma
ou mais funções vitais. Ambas as células eucarióticas e procarióticas têm organelas mas organelas
em eucarioticas são geralmente mais complexa e pode ser envoltas em uma membrana.

Existem vários tipos de organelas em uma célula. Algumas (tais como o núcleo e o complexo de
Golgi) são tipicamente solitárias, enquanto outras (tais como mitocôndrias, peroxissomas e
lisossomas) podem ser numerosas (centenas a milhares). O citosol é o fluido gelatinoso que
preenche a célula e rodeia os organelos.[20]

Estruturas de fora da parede celular

Cílios

Em citologia, cílios são apêndices das células eucarióticas com movimento constante numa única
direção. Este nome provém do latim, com o significado de pestana, pela sua similaridade aparente.

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Cápsula

Uma cápsula gelatinosa está presente em algumas bactérias fora da parede celular. A cápsula pode
ser de polissacárido como no pneumococos, meningococos ou de polipéptido como Bacillus
anthracis ou ácido hialurónico como em estreptococos.[21] As cápsulas não são marcadas por
coloração comum e podem ser detectadas por coloração especial.

Flagelos

Flagelos são os organelos de mobilidade celular. Eles surgem a partir do citoplasma por extrusão
através da parede celular. Eles são longos e grossos apêndices filamentados, proteínas em sua
natureza. São mais comumente encontrados em células de bactérias, mas também são
encontrados em algumas células animais. Alguns flagelos atuam como uma hélice rotativa em
contraste aos cílios que agem mais como um remo.[22]

Fímbria
Ver artigo principal: Fímbria

Fímbrias são apêndices em forma de filamentos ou franjas presentes em bactérias. Este apêndices
são menores, mais curtos e mais numerosos que os flagelos. Eles são filamentos curtos e finos
como cabelos, formados de proteína chamada pilin (antigénico). Fímbrias são responsáveis pela
fixação das bactérias aos receptores específicos de células humanas (aderência).

Ver também

Biologia celular

Mitose

Meiose

Notas

1. É a unidade fundamental dos seres vivos, capaz de realizar as reações químicas do


metabolismo. Células e tecidos Arquivado em 4 de janeiro de 2010, no Wayback Machine.
- acesso a 2 de Dezembro de 2009

2. Em Portugal esta quantidade é expressa como aproximadamente 10 biliões.

3. Há autores que referem o ano de 1663, enquanto outros referem o ano de 1665

Referências
https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Célula 8/10
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