Lição 05
Lição 05
Lição 05
A Fé Dependente
O capítulo 20 do livro de Josué (o menor do livro), trata sobre o estabelecimento das “cidades
e refugio”. O texto é claro: o homicida culposo deveria ter um local para se abrigar a fim de
que o “vingador do sangue” não o pegasse. Cumprindo-se o requisito do verso 6, ele poderia
voltar para sua cidade de origem.
Quais lições podem ser aprendidas com o estabelecimento e propósito dessas cidades?
As cidades refúgio aparecem em outros livros da Bíblia com em Números (35. 9-15) e
Deuteronômio (19. 1-3). Foram estabelecidas por Deus, três de cada lado do Jordão, para
abrigar as pessoas que cometessem homicídio involuntário (Nm 35.11). Às portas delas, o
acusado apresentava-se a uma corte de anciões a fim de justificar-se e provar que não teve a
intenção de matar seu semelhante.
Das 48 cidades recebidas pelos levitas (Nm 35.2-5,7), seis foram separadas como
“cidades de refugio”, para receber tanto israelitas quanto estrangeiros. Saindo dos limites da
cidade, o acusado poderia ser morto por seu “vingador”. Morrendo o sumo sacerdote (Js 20.6),
no entanto, voltaria para sua terra o acusado sem qualquer ônus. No sistema judicial da época
vigorava a prática do”olho por olho” “dente por dente” “mão por mão, pé por pé. Passagens
como Ex 21.24, Lv 24,20, Dt 19.21, comprovam isso. No caso do homicídio culposo foi dada a
oportunidade de refúgio, a fim de impedir uma ação desproporcional da família ofendida e
possibilitando ao acusado oportunidade de um justo julgamento(Nm 35.12 e 24).
“Essas cidades de asilo eram uma salvaguarda contra os vingadores injustas e as resultantes
lutas sangrentas... não havia policia naquelas cidades, e cabia ao parente mais próximo agir
como vingador de sangue”.
a) Do lado do Ocidente:
b) Do lado do Oriente:
Bezer ficava ao sul de Israel, mas do ouro lado do Jordão, de frente para o
Oriente, na tribo de Ruben, seu nome significa “fortaleza”
Golã ficava ao Norte do lado oriental, bem perto das desconhecidas montanhas
de Golá. O termo significa “levou cativo” no sentido de que absorveu toda nossa culpa.
Com as instruções das seis cidades-refúgio Deus queria proporcionar para o infrator
arrependido: santidade, descanso, comunhão, força, renovo e segurança.vemos neste caso,
uma clara manifestação do amor e da graça do Senhor naquele tempo. De um modo geral, o
Antigo testamento é caracterizado pelo tempo de lei e muitos não conseguem visualizar a
graça de Deus nesse longo período.
Mas desde as paginas inicias visualizamos esta realidade. Quanto o homem pecou, por
exemplo, Deus manifesta a Sua graça pela promessa do Salvador, vindo da semente da mulher
(Gn 3.15). A graça foi simbolizada quando Deus vestiu os culpados pelo sacrifício do inocente
(Gn 3.22). Caim, que merecia a morte seu irmão, recebe uma marca para não ser morto (Gn
4.15).
Noé, que viveu numa época de impiedade singular, “achou graça aos olhos do Senhor
(Gn 6.5-8). Séculos depois Deus manifestaria Sua graça instruindo as cidades refúgio.
Na dinâmica da divisão da terra “era necessário que os levitas fossem espalhados em toda a
nação para ministrar espiritualmente e ensinar a religião”, além de “arbitrar disputas”. De
maneira singular eram a voz do povo perante Javê. A eles cabia ministrar a benção e os
oráculos (Nm 6.22-27). Mas talvez a maior incumbência dessa tribo era não permitir que os
israelitas abraçassem a idolatria canaanita.
A previsão para que os levitas herdassem cidades e não uma região inteira, havia sido dada por
Moises em (Nm 35-1-8), Levi era filho de Jacó e gerou três filhos; Gérson, o primogênito, Coate
e Merari. Uma vez que os coatitas descendiam da linhagem sacerdotal de Arão (que era neto
de Coate e filho de Anrão – Ex6.18-20, nesta divisão final precederam ao primogênito (Js 21.4).
Deus foi quem escolheu a Arão e seus filhos para servirem como sacerdotes (Ex 28.1 Lv 8.1-
36).
O capítulo 21 sw Josué apresenta as quarenta e oito cidades dos levitas, que foram, ao final
divididas em quatro partes:
Importante observar como o Senhor foi conduzido tudo, de maneira que as cidades dadas aos
sacerdotes coatitas estivessem bem próximos de Jerusalém, onde o templo seria um dia
construído (v.8-19). Os catitas não-sacerdotais estavam mais distantes de Jerusalém (v. 20-26).
As terras dadas aos levitas estavam livres para que eles a usassem para a lavoura e pastagem
de seus animais (provavelmente cordeiros) que eram usados para os sacrifícios, bem como
outros animais que eram dados pelas demais tribos como dízimo (Nm 35.1-4).
A similaridade do pedido dos levitas (v.2) com o pedido de Calebe (14. 6-12) revela a fé nas
promessas do Senhor. Em que pese a promessa, esta tribo também precisou se dedicar e lutar
par que ela se concretizasse. O esforço em linhas gerais, era para que a adoração jamais fosse
negligenciada, esquecida ou preterida no cotidiano do povo de Israel. Cabe ressaltar, no
entanto, que o maior herança dos levitas era o Senhor, não as cidades em si. O próprio Deus
afirma isso: “Disse também o Senhor a Arão: Na sua terra, herança nenhuma terás e no meio
deles, nenhuma porção terás. Eu sou a tua porção e a tua herança no meio dos filhos de Israel”
(Nm 18.20).
A parte final do capítulo 21 (v. 43-45) funciona como uma recapitulação da teologia de todo o
livro de Josué:
a) Versículo 43: Este verso resume aquilo o que aconteceu dos capítulos 13 ao 21 do
livro: o povo precisava entrar em Canaã e possuí-la.
b) Versículo 44: Este verso retrata boa parte daquilo o que foi registrado nos capítulos
1 a 12 do livro: a paz, prometida, bem como a vitória sobre seus adversários, e dada aqueles
que obedecem e confiam no Senhor.
c) Versículo 45: O último verso sintetiza a idéia geral do livro, qual seja: Deus é igual
em cumprir de maneira cabal tudo que prometeu. É a fidelidade às promessas feitas aos
patriarcas e que o apóstolo descreveu como pré-anúncio do Evangelho ao Pai da Fé “em ti,
serão abençoados todos os povos” (Gl 3.8).
Por outro lado, temos uma idéia que se repete nesses versos e que serve de grande
encorajamento para os servos de Deus:
Versículo 43: “...deu o Senhor a Israel toda a terra que jurara dar...”
Versículo 45” “Nenhuma promessa falhou de todas as boas palavras que o Senhor falara
à casa de Israel.
Tudo o que o Senhor havia jurado, falado e prometido se cumpriu. Ele proporcionou a Seu
povo cada detalhe necessário a uma vida feliz, próspera e piedosa. Desde o que falara no
passado até a ocupação de Canaã, de maneira cabal tudo se concretizara. Nas palavras do
autor de Hebreus: “Retenhamos firmes a confissão da nossa esperança: porque fiel é o que
prometeu” (10.23).
Deus ingressa Seu povo na terra que escolheu, Ele dará paz e vitória sobre seus adversários.
Que a fé dependente dos servos do Senhor, seja a cada dia maior, crescente e firme, de
maneira que sirva de testemunho aos servos aos povos em redeor. “Deus cumpriu todas as
promessas para Israel e podemos estar certos de que fará o mesmo conosco”.
Conclusão:
Assim como Israel precisou cultivar uma Fé dependente na pessoa do Nosso Senhor, nós
também precisamos investir e cultivar essa fé. Mas por que devemos fazer isso? Primeiro
porque temos em Jesus perfeito refúgio para o necessitado, oprimido e triste. Ele “foi feito por
Deus sabedoria, e justiça, e santificação e redenção” (1°Con1.30). Ele é o nosso escudo. Nele
temos paz, descanso, segurança, alegria e vitória nas lutas em todos os tempos.
Segundo porque é a fidelidade do Senhor para com Sua palavra, que sustenta e garante
benefícios infindáveis a seus servos. O livro de Números registra que “Deus não é homem, para
que minta nem filho de homem , para que se arrependa. Porventura, tendo ele prometido, não
o fará? Ou, tendo falado, não o cumprirá? (23.19). O processo de divisão da terra de Canaã
termina com o que autor reafirmando a inquestionável fidelidade do Senhor com Seus filhos.