Lição 05

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LIÇÃO - 05

Texto base: Josué 20 a 21

A Fé Dependente

O processo de repartição da terra de Canaã revela algo singular. Os capítulos 14 e 15 contém a


distribuição das terras do sul para Judá e Calebe; os 16 e 17 explicam a repartição das terras
centrais para os filhos de Josué; os 18 e 19 tratam da divisão do restante da terra. O capítulo
20 vai localizar as seis cidades de refugio dentre as 48 cidades dedicadas aos levitas (capítulo
21).

O capítulo 20 do livro de Josué (o menor do livro), trata sobre o estabelecimento das “cidades
e refugio”. O texto é claro: o homicida culposo deveria ter um local para se abrigar a fim de
que o “vingador do sangue” não o pegasse. Cumprindo-se o requisito do verso 6, ele poderia
voltar para sua cidade de origem.

Quais lições podem ser aprendidas com o estabelecimento e propósito dessas cidades?

1. A Fé dependente para usufruir do cuidado de Deus (Js 20. 1-9)

As cidades refúgio aparecem em outros livros da Bíblia com em Números (35. 9-15) e
Deuteronômio (19. 1-3). Foram estabelecidas por Deus, três de cada lado do Jordão, para
abrigar as pessoas que cometessem homicídio involuntário (Nm 35.11). Às portas delas, o
acusado apresentava-se a uma corte de anciões a fim de justificar-se e provar que não teve a
intenção de matar seu semelhante.

Das 48 cidades recebidas pelos levitas (Nm 35.2-5,7), seis foram separadas como
“cidades de refugio”, para receber tanto israelitas quanto estrangeiros. Saindo dos limites da
cidade, o acusado poderia ser morto por seu “vingador”. Morrendo o sumo sacerdote (Js 20.6),
no entanto, voltaria para sua terra o acusado sem qualquer ônus. No sistema judicial da época
vigorava a prática do”olho por olho” “dente por dente” “mão por mão, pé por pé. Passagens
como Ex 21.24, Lv 24,20, Dt 19.21, comprovam isso. No caso do homicídio culposo foi dada a
oportunidade de refúgio, a fim de impedir uma ação desproporcional da família ofendida e
possibilitando ao acusado oportunidade de um justo julgamento(Nm 35.12 e 24).

“Essas cidades de asilo eram uma salvaguarda contra os vingadores injustas e as resultantes
lutas sangrentas... não havia policia naquelas cidades, e cabia ao parente mais próximo agir
como vingador de sangue”.

As informações das cidades são as seguintes:

a) Do lado do Ocidente:

Quedes tinha sua localização ao norte de Israel., dentro da área da tribo de


Naftali. No original, o termo Quedes significa “santo ou santuário”.
Siquém ficava bem ao centro de Israel e o significado original de seu nome é
“ombro”. De um modo geral, o ombro tem a força para suportar o peso, além de servir de
descanso para aqueles que nele se apóiam.

Hebrom, localizada no sul de Israel, significa “comunhão”.

b) Do lado do Oriente:

Bezer ficava ao sul de Israel, mas do ouro lado do Jordão, de frente para o
Oriente, na tribo de Ruben, seu nome significa “fortaleza”

Ramote, localizada no centro de Israel do lado oriental, significa “exaltação” ou


“elevação”

Golã ficava ao Norte do lado oriental, bem perto das desconhecidas montanhas
de Golá. O termo significa “levou cativo” no sentido de que absorveu toda nossa culpa.

Com as instruções das seis cidades-refúgio Deus queria proporcionar para o infrator
arrependido: santidade, descanso, comunhão, força, renovo e segurança.vemos neste caso,
uma clara manifestação do amor e da graça do Senhor naquele tempo. De um modo geral, o
Antigo testamento é caracterizado pelo tempo de lei e muitos não conseguem visualizar a
graça de Deus nesse longo período.

Mas desde as paginas inicias visualizamos esta realidade. Quanto o homem pecou, por
exemplo, Deus manifesta a Sua graça pela promessa do Salvador, vindo da semente da mulher
(Gn 3.15). A graça foi simbolizada quando Deus vestiu os culpados pelo sacrifício do inocente
(Gn 3.22). Caim, que merecia a morte seu irmão, recebe uma marca para não ser morto (Gn
4.15).

Noé, que viveu numa época de impiedade singular, “achou graça aos olhos do Senhor
(Gn 6.5-8). Séculos depois Deus manifestaria Sua graça instruindo as cidades refúgio.

2. A Fé dependente para não negligenciar a adoração (Js 21. 1-42)

Na dinâmica da divisão da terra “era necessário que os levitas fossem espalhados em toda a
nação para ministrar espiritualmente e ensinar a religião”, além de “arbitrar disputas”. De
maneira singular eram a voz do povo perante Javê. A eles cabia ministrar a benção e os
oráculos (Nm 6.22-27). Mas talvez a maior incumbência dessa tribo era não permitir que os
israelitas abraçassem a idolatria canaanita.

A previsão para que os levitas herdassem cidades e não uma região inteira, havia sido dada por
Moises em (Nm 35-1-8), Levi era filho de Jacó e gerou três filhos; Gérson, o primogênito, Coate
e Merari. Uma vez que os coatitas descendiam da linhagem sacerdotal de Arão (que era neto
de Coate e filho de Anrão – Ex6.18-20, nesta divisão final precederam ao primogênito (Js 21.4).
Deus foi quem escolheu a Arão e seus filhos para servirem como sacerdotes (Ex 28.1 Lv 8.1-
36).
O capítulo 21 sw Josué apresenta as quarenta e oito cidades dos levitas, que foram, ao final
divididas em quatro partes:

a) os coatitas sacerdotais (v. 4,8-19)

b)os coatitas não sacerdotais (v. 5,20-26)

c) os gersonitas (v. 6,27-33) e

d) os meraritas (v.7, 34-40).

Importante observar como o Senhor foi conduzido tudo, de maneira que as cidades dadas aos
sacerdotes coatitas estivessem bem próximos de Jerusalém, onde o templo seria um dia
construído (v.8-19). Os catitas não-sacerdotais estavam mais distantes de Jerusalém (v. 20-26).
As terras dadas aos levitas estavam livres para que eles a usassem para a lavoura e pastagem
de seus animais (provavelmente cordeiros) que eram usados para os sacrifícios, bem como
outros animais que eram dados pelas demais tribos como dízimo (Nm 35.1-4).

A similaridade do pedido dos levitas (v.2) com o pedido de Calebe (14. 6-12) revela a fé nas
promessas do Senhor. Em que pese a promessa, esta tribo também precisou se dedicar e lutar
par que ela se concretizasse. O esforço em linhas gerais, era para que a adoração jamais fosse
negligenciada, esquecida ou preterida no cotidiano do povo de Israel. Cabe ressaltar, no
entanto, que o maior herança dos levitas era o Senhor, não as cidades em si. O próprio Deus
afirma isso: “Disse também o Senhor a Arão: Na sua terra, herança nenhuma terás e no meio
deles, nenhuma porção terás. Eu sou a tua porção e a tua herança no meio dos filhos de Israel”
(Nm 18.20).

3. A Fé dependente para confiar na palavra de Deus (Js 21. 43-45)

A parte final do capítulo 21 (v. 43-45) funciona como uma recapitulação da teologia de todo o
livro de Josué:

a) Versículo 43: Este verso resume aquilo o que aconteceu dos capítulos 13 ao 21 do
livro: o povo precisava entrar em Canaã e possuí-la.

b) Versículo 44: Este verso retrata boa parte daquilo o que foi registrado nos capítulos
1 a 12 do livro: a paz, prometida, bem como a vitória sobre seus adversários, e dada aqueles
que obedecem e confiam no Senhor.

c) Versículo 45: O último verso sintetiza a idéia geral do livro, qual seja: Deus é igual
em cumprir de maneira cabal tudo que prometeu. É a fidelidade às promessas feitas aos
patriarcas e que o apóstolo descreveu como pré-anúncio do Evangelho ao Pai da Fé “em ti,
serão abençoados todos os povos” (Gl 3.8).

Por outro lado, temos uma idéia que se repete nesses versos e que serve de grande
encorajamento para os servos de Deus:
Versículo 43: “...deu o Senhor a Israel toda a terra que jurara dar...”

Versículo 44 “...segundo tudo quanto jurara a seus pais:

Versículo 45” “Nenhuma promessa falhou de todas as boas palavras que o Senhor falara
à casa de Israel.

Tudo o que o Senhor havia jurado, falado e prometido se cumpriu. Ele proporcionou a Seu
povo cada detalhe necessário a uma vida feliz, próspera e piedosa. Desde o que falara no
passado até a ocupação de Canaã, de maneira cabal tudo se concretizara. Nas palavras do
autor de Hebreus: “Retenhamos firmes a confissão da nossa esperança: porque fiel é o que
prometeu” (10.23).

Deus ingressa Seu povo na terra que escolheu, Ele dará paz e vitória sobre seus adversários.
Que a fé dependente dos servos do Senhor, seja a cada dia maior, crescente e firme, de
maneira que sirva de testemunho aos servos aos povos em redeor. “Deus cumpriu todas as
promessas para Israel e podemos estar certos de que fará o mesmo conosco”.

Conclusão:

Assim como Israel precisou cultivar uma Fé dependente na pessoa do Nosso Senhor, nós
também precisamos investir e cultivar essa fé. Mas por que devemos fazer isso? Primeiro
porque temos em Jesus perfeito refúgio para o necessitado, oprimido e triste. Ele “foi feito por
Deus sabedoria, e justiça, e santificação e redenção” (1°Con1.30). Ele é o nosso escudo. Nele
temos paz, descanso, segurança, alegria e vitória nas lutas em todos os tempos.

Segundo porque é a fidelidade do Senhor para com Sua palavra, que sustenta e garante
benefícios infindáveis a seus servos. O livro de Números registra que “Deus não é homem, para
que minta nem filho de homem , para que se arrependa. Porventura, tendo ele prometido, não
o fará? Ou, tendo falado, não o cumprirá? (23.19). O processo de divisão da terra de Canaã
termina com o que autor reafirmando a inquestionável fidelidade do Senhor com Seus filhos.

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