Queixa Crime

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EXCELENTISSIMO SENHOR JUIZ DOUTOR DE DIREITO DE UMA DAS

VARAS CRIMINAIS DA COMARCA DE CAMPINAS

Susana, brasileira, solteira, advogada, portadora da cédula de identidade RG


xxxxxx, e inscrita no CPF xxx.xxx.xxx-xx, residente e domiciliada a rua xxx,
nºxx, bairro xxx, cidade de Campinas. Vem por sua advogada que este
subscreve (conforme procuração com poderes especiais anexa), oferecer com
fulcro nos artigos 30, 41 e 44 do Código de Processo Penal oferecer:

QUEIXA CRIME

Em face de Pedro, brasileiro, solteiro, engenheiro, portador da cédula de


identidade RG xxxxxx, e inscrito no CPF xxx.xxx.xxx-xx, residente e domiciliado
a rua xxx, nºxx, bairro xxx, cidade de Campinas, pelos seguintes fatos e
fundamentos a seguir apresentados:

I – DOS FATOS

A querelante, sendo advogada bem-sucedida e renomada na cidade de


Campinas comemorava no dia 25/08/2022 seu aniversário, e para que este dia
se tornasse um momento ainda mais especial, decidiu convidar amigos e
família para que juntos pudessem festejar. Ocorre que ao convidar seus
amigos por meio de uma publicação em sua rede social pessoal, o querelado
sendo seu ex-namorado, não contente com a situação decidiu, através de seu
computador pessoal em sua residência, publicar um comentário na publicação
da querelante, com o intuito de envergonha-la publicamente com os seguintes
dizeres “não sei o motivo da comemoração, já que Susana não passa de uma
idiota, bêbada, irresponsável e sem vergonha!” e ainda continuou dizendo “ela
trabalha todo dia embriagada! Na última semana deste mês, ela cambaleava
bêbada pelas ruas de Campinas, inclusive, estava tão bêbada no horário do
expediente que os advogados de seu escritório tiveram que chamar uma
ambulância!”.
Estando a querelante na presença de amigas intimas, e perante toda a
sua família e demais amigos que poderiam visualizar tal publicação,
permaneceu inerte e petrificada, de modo que não conseguisse ter nenhum
tipo de reação, e, quando a mesma conseguiu se recuperar do choque havia
perdido todo entusiasmo e vontade de realizar a comemoração levando-a a
cancelar a festa.

II – DO DIREITO

Perante os fatos narrados a este juízo, é perceptível que Pedro cometeu


o crime de injúria e difamação que são taxativamente tipificados no Código
Penal em seus artigos 139 e 140, senão veja-se:

“Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato


ofensivo à sua reputação:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e


multa.

Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo lhe a


dignidade ou o decoro:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou


multa.”

No momento em que o querelado ousou denegrir a imagem e a honra da


querelante com a intenção de envergonhá-la e depreciá-la perante a internet e
consequentemente a sociedade ofendendo a sua boa reputação nos dizeres
“ela trabalha todo dia embriagada! Na última semana deste mês, ela
cambaleava bêbada pelas ruas de Campinas, inclusive, estava tão bêbada no
horário do expediente que os advogados de seu escritório tiveram que chamar
uma ambulância!” desta forma, cometendo o crime de Difamação pública.
Assim como, uma vez que o querelado ofende a dignidade da querelante
ainda nos dizeres “não sei o motivo da comemoração, já que Susana não
passa de uma idiota, bêbada, irresponsável e sem vergonha!”, causando
grandes impactos pessoais e com a possibilidade de causar impactos
profissionais a querelada. Sendo, portanto, de maneira notável a
caracterização e constituição do crime presente nestes autos, de maneira que
se basta declarações feitas pelo querelado restarem determinadas e falsas.

Sabendo que se caracterizam a prática comum de dois crimes é


imprescindível que seja aplicado ao caso em questão o conteúdo presente no
artigo 70 do Código Penal sendo assim:

Art. 70 - Quando o agente, mediante


uma só ação ou omissão, prática dois
ou mais crimes, idênticos ou não,
aplica-se-lhe a mais grave das penas
cabíveis ou, se iguais, somente uma
delas, mas aumentada, em qualquer
caso, de um sexto até metade. As
penas aplicam-se, entretanto,
cumulativamente, se a ação ou
omissão é dolosa e os crimes
concorrentes resultam de desígnios
autônomos, consoante o disposto no
artigo anterior.

A luz dos fatos e fundamentação, é demonstrada a conduta realizada


pelo querelado, tipicamente constitui o crime, devendo o mesmo ser
condenado em concurso formal, nas penas do artigo 139, caput e artigo 140,
caput, bem como acrescida atenuante no artigo 141, III, ambos do Código de
Processo Penal.

III – DOS PEDIDOS

Ante o exposto requer:


a. Seja determinada a citação do querelado para que seja processado,
possa apresentar defesa cabível, e, ao final seja condenado nas penas
dos artigos 139, 140 e 141 do Código de Penal.

b. Que possa produzir e apresentas por todos os meios de prova admitidos


em juízo, como também juntados documentos e depoimentos das
testemunhas abaixo arroladas

c. A citação e oitiva das testemunhas abaixo arroladas.

1. Carla, brasileira, casada, dentista, portadora do RG xxxxx SSP/SP e


inscrita no CPF nº xxx.xxx.xxx-xx, residente e domiciliada na Rua
xxxx, nº xxx, bairro xxxxxx, Campinas/SP.

2. Amanda, brasileira, solteira, psicologa, portadora do RG xxxxx


SSP/SP e inscrita no CPF nº xxx.xxx.xxx-xx, residente e domiciliada
na Rua xxxx, nº xxx, bairro xxxxxx, Paulínia/SP.

3. Raquel, brasileira, solteira, gerente de marketing, portadora do RG


xxxxx SSP/SP e inscrita no CPF nº xxx.xxx.xxx-xx, residente e
domiciliada na Rua xxxx, nº xxx, bairro xxxxxx, Campinas/SP.

Nos termos em que,

pede deferimento.

Campinas, 15 de janeiro de 2023.

Advogada

OAB nº xxxxxx

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