Modelo Peça 5 Queixa-Crime
Modelo Peça 5 Queixa-Crime
Modelo Peça 5 Queixa-Crime
A queixa crime é a petição inicial nos crimes de ação penal privada, promovida pelo querelante
contra o querelado. Ela também pode ser ofertada, subsidiariamente, quando não oferecida
denúncia pelo Ministério Público nos crimes de ação penal pública (art. 5º, LIX, da CF e art.
100, § 3º do CP, e art. 29 do CPP).
O prazo para o oferecimento de queixa crime é de 06 (seis) meses, contados a partir da data de
conhecimento dos fatos pelo querelante (art. 103 do CP e art. 38 do CPP), sob pena de
decadência do direito e consequentemente extinção de punibilidade do querelado (art. 107, IV
do CP). No caso da queixa crime subsidiária, o prazo é contado após o encerramento do prazo
de oferecimento de denúncia do Ministério Público.
É legítimo para oferecer queixa-crime o ofendido ou seu representante legal (art. 30 do CPP), ou
sendo ele falecido ou ausente, o seu cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (art. 31 do
CPP). Nesta última hipótese, o prazo para oferecimento de queixa é contado no momento que o
parente tomar conhecimento da autoria do crime.
Para representar o querelado, o advogado deve formular uma procuração com poderes especiais,
devendo constar menção do fato criminoso (art. 44 do CPP), sob pena de rejeição da queixa. Tal
vício é passível de correção caso seja constatado dentro do prazo decadencial de 06 (seis)
meses. Mas se não, é causa de extinção de punibilidade pela decadência. Para evitar que isso
ocorra, basta que o querelante assine a queixa-crime conjuntamente com o advogado, fato que
supre as exigências referidas na procuração.
Se a queixa for oferecida para apurar crime contra a honra, é facultado a designação de
audiência de conciliação, nos termos do art. 520 do CPP.
QUEIXA-CRIME
contra BELTRANO DE TAL, [nacionalidade], [estado civil], [profissão], portador do CIRG n.º
xxxxxxxxxx SESP/__, inscrito no CPF/MF sob o n.º xxxxxxxxxx, residente e domiciliado na
[endereço completo], pelos fatos e fundamentos de direito a seguir expostos.
1. DOS FATOS:
No dia 20 de março de 2017, por volta das 15h50min, o querelado BELTRANO DE TAL,
mediante livre e consciente vontade de caluniar, difamar e injuriar, realizou em seu perfil na
rede social Facebook, uma postagem imputando ao querelante fato definido como crime,
dizendo que ele abusava sexualmente de sua filha de 08 (oito) anos, caracterizando o crime de
estupro de vulnerável (art. 217-A do Código Penal). Não obstante, ofendeu a honra objetiva e
subjetiva do querelante, lançando impropérios como pedófilo, filho da puta, estuprador e
vagabundo.
Diante de todo o exposto, não resta outra alternativa ao querelante, senão promover a
responsabilização criminal do querelado, tendo em vista que as imputações são totalmente
caluniosas, difamatórias e injuriosas.
2. DO DIREITO:
Diante dos fatos narrados, percebe-se que o Querelado incorreu nas infrações penais descritas
nos artigos 138, 139 e 140 do Código Penal:
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
A autoria é inconteste e já se encontra comprovada, pois anexa com a petição inicial, encontra-
se prints e ata notarial dando conta da identificação do ato supramencionado. A materialidade
delitiva também resta comprovada, e será amplamente discutida em instrução processual, pois
trata-se de delitos cujo meio de prova pode e deve ser comprovado por documentos e
depoimentos testemunhais, entre outros meios probatórios em direito admitidos.
Para a configuração dos referidos crimes, exige-se, além do dolo genérico, o elemento subjetivo
especial do tipo, consubstanciado no propósito de ofender a honra da vítima. É evidente o dolo
específico do querelado, na clara intenção de ofender, achincalhar, e humilhar o querelante, e
macular a sua imagem para os seus empregadores, amigos e conhecidos, tendo conhecimento de
que os seus atos o prejudicariam.
Vale ressaltar que o querelado, além de praticar crimes contra a honra, o fez por intermédio de
rede social de grande abrangência, o que facilitou a divulgação das ofensas, razão pela qual
deve incidir na causa de aumento de pena prevista no art. 141, inciso III, do Código Penal:
Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos
crimes é cometido:
I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro;
II - contra funcionário público, em razão de suas funções;
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da
difamação ou da injúria.
IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no caso de
injúria. (grifo nosso)
Em assim sendo, o Querelado cometeu os crimes ora apresentados, devendo ser
responsabilizada criminalmente.
Diante de todo o exposto, nos termos fáticos e legais, o querelante, pede, encarecidamente, a
Vossa Excelência, que seja recebida e autuada a presente queixa-crime, julgando-se ao final,
totalmente procedente os pedidos formulados na inicial acusatória, para o fim de condenar o
querelado BELTRANO DE TAL, nas sanções penais descritas nos artigos 138, 139 e 140, c/c o
artigo 141, inciso III, na forma do artigo 69, todos do Código Penal, bem como ao pagamento
de honorários advocatícios e custas processuais, por ser medida de DIREITO e de JUSTIÇA!!!
No mais, requer-se:
a) A tramitação do feito no procedimento sumário (art. 531 a 538 do CPP), nos termos do artigo
394, inciso III, do Código já citado;
b) A citação do querelado, para que apresente resposta por escrito, no prazo de 10 (dez) dias,
bem como para que acompanhe os demais termos do processo;
ADVOGADO
OAB/__ nº _________
ROL DE TESTEMUNHAS: