Trabalho Gestalt Psicologia Positiva (Incompleto)
Trabalho Gestalt Psicologia Positiva (Incompleto)
Trabalho Gestalt Psicologia Positiva (Incompleto)
GEOVANNA SOUZA
ISABELY DE MATOS GIROTO
LUCAS CURI SANTOS
MARIA VITÓRIA FERREIRA ARRUDA ELOY
MAYANE MARQUES
PSICOLOGIA POSITIVA
PSICOLOGIA POSITIVA
INTRODUÇÃO……………………………………………………………………………….4
CAPÍTULO 1: O HISTÓRICO DA ABORDAGEM….……………………………………...5
1.1: Contexto histórico científico e as suas influências……………………………………5
1.2: Os primeiros passos da psicologia positiva………………………..………………….5
CAPÍTULO 2: OS PRINCIPAIS PENSADORES……………………………………………7
2.1: Martin Seligman…….....................................................................................................7
2.2: Barbara Fredrickson ......................................................................................................7
2.3: Mihály Csikszentmihalyi...............................................................................................7
2.4: Boris Cyrulnik................................................................................................................8
2.5: Sonja Lyubomirsky.........................................................................................................8
2.6: Ed Diener.......................................................................................................................8
CAPÍTULO 3: AS CONCEITUAÇÕES……………………………………………………...9
3.1: Felicidade e Bem-estar...................................................................................................9
3.2: Esperança.......................................................................................................................9
3.3: Estado de Fluxo……………………………………………………………………….9
3.4: Resiliência....................................................................................……………………10
CAPÍTULO 4: AS TÉCNICAS……………………………………………………………...11
CAPÍTULO 5: A APLICABILIDADE……………………………………………………...12
CAPÍTULO 6: PROJETO “CHÁ DAS QUARTAS”………………………………………..14
CONCLUSÃO……………………………………………………………………………….15
REFERÊNCIAS.….…………………………………………………………………………16
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INTRODUÇÃO
O objetivo deste trabalho é auxiliar nos estudos acerca da psicologia positiva, que em
resumo, se trata de pensar a ciência, em específico, a psicologia, voltada à promoção de
saúde. Ou seja, é um estudo sobre tal ramo teórico, tendo como finalidade uma análise do
bem-estar subjetivo. Para tal, realizamos uma pesquisa bibliográfica, utilizando de material
livros, artigos e materiais de cunho científico. Assim, em prol de uma argumentação, há a
divisão em capítulos, sendo eles: “O histórico da abordagem” (capítulo 1), “Os principais
pensadores” (capítulo 2), “As conceituações” (capítulo 3), “As técnicas” (capítulo 4), “A
aplicabilidade” (capítulo 5). Ademais, será comentado sobre o projeto “Chá das tardes”
(capítulo 6). Por fim, o capítulo 7, “Conclusão”, finaliza este trabalho.
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CAPÍTULO 1: O HISTÓRICO DA ABORDAGEM
1.1 Contexto histórico e as suas influências.
Para discutir a importância da psicologia positiva, partimos do surgir da ciência.
Assim, de início, antes de qualquer pensamento pautado no racionalismo e no mecanicismo, a
sociedade vivia uma época feudal, sendo organizada com base no poder militar e religioso.
Desta forma, o domínio da igreja influenciava várias camadas, especialmente através da
manipulação do saber em prol de seu benefício particular.
Quando o poder religioso caiu, novos estudos e conhecimentos surgiram, mudando a
percepção de todos sobre o que era certo. Aos poucos, o teocentrismo deu espaço ao
antropocentrismo. Assim, devido essa abertura a novos estudos, os burgueses, somados ao
modelo econômico capitalista, ampliaram os seus estudos sobre os modelos de produção,
guiando as produções científicas para fins também particulares. Desde então, observa-se o
papel da ciência como transformador da realidade.
Com base nessa influência, a ciência tornou-se mecanicista, observável, determinista,
empírica, experimental e sem espaço para interferências subjetivas. A consequência deste
processo histórico foi marcado por movimentos guerras. Após o “Renascimento”, a ciência
mudou de caminho, ganhando ares humanistas, e não somente mecanicistas. Desta forma, a
psicologia (que surgiu durante a segunda guerra mundial), nesse meio, com base dos
argumentos de Carl Rogers, desenvolveu-se, atingindo conceitos como o ser
“biopsicosocial”. Evidencia-se, então, que tal método científico possui uma característica
histórica, estando sempre suscetível a novas variáveis, e por consequência mudando.
A psicologia da saúde foi uma das pioneiras a utilizar este conceito, abraçando a
perspectiva multidimensional em prol de uma maior compreensão acerca do indivíduo.
Seguindo esse movimento, a psicologia positiva se fortaleceu, defendendo o seu foco no
bem-estar subjetivo e na felicidade, e não somente na doença, como havia sendo feito.
Toda essa argumentação serve de base para alegar o pensamento da psicologia
positiva, que nenhuma forma de pensar é superior a outra. Assim, conforme os anos passam,
novos estudos e percepções são elaborados. Logo, este instrumento metodológico deve
sempre ser passível de mudanças. Ou seja, deve ser levado em conta as variáveis, e as
realidades que cercam cada pensamento, cada psicologia, e cada ciência, evitando
julgamentos desnecessários.
1.2 O surgimento da psicologia positiva.
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Com o apoio do movimento da psicologia da saúde, a idéia de se focar em promover a
saúde, e não em anular o sofrimento ganhou força, servindo de base para a psicologia
positiva. A partir dessa atitude, Seligman, com base no pensamento Rogeriano, buscou
formas de auxiliar os indivíduos a se desenvolverem, durante a busca de um bem-estar. Sua
postura de não se limitar a resolver as deficiências, o levou a unir estudos com
Csikszentmihalyi. A consequência foi a elaboração e divulgação de estudos sobre, que no ano
de 1997, data em que Seligman ocupou a presidência da American Psychological Association
(APA), levou ao nascimento de tal ramo teórico.
Os estudos acerca de pensamentos positivistas não são novos, nem diferentes do que a
psicologia estuda. Contudo, esse ramo metodológico os tira do campo de “características
secundárias”, para a escala de “características primárias”. Assim, muitos cientistas discutem
sobre o que levou o surgir desse processo. Nesse meio, os estudiosos Gable e Haidt
elencaram três tópicos, que podem explicar as causas para essa revalorização desses
pensamentos. O primeiro é a guerra, e os movimentos históricos que permearam essa
mudança (argumentado no tópico anterior). Em seguida, a consequência direta desses
conflitos, que resultou no reencontro do desejo de ajudar, que estava escondido no ser
humano devido a valorização do poder e conquista. Por fim, as teorias que, até o momento,
priorizavam os aspectos negativos, e não os positivos. Desta forma, concluímos que a
crescente da psicologia é resultado de um desbalanceamento construído ao longo da história.
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CAPÍTULO 2: OS PRINCIPAIS PENSADORES
Ao longo do desenvolvimento da psicologia positiva, houveram vários pensadores que
a influenciaram. Tal fato vai desde a influência ao surgimento, como por Carl Rogers, e a
crescente do humanismo, até as pesquisas mais recentes. Contudo, o objetivo deste capítulo é
argumentar sobre os principais. Desta forma, cada um deles será comentado pelos tópicos a
seguir.
2.1 Martin Seligman
Foi presidente do American Psychological Association em 1998. Seu olhar perante a
psicologia se tornou crítico quando assumiu tal patamar, pois observou que as 3 missões
denominadas para a psicologia, não estavam sendo cumpridas. A 1º missão dizia que para
compreender a patologia era necessário estudá-la, foi passível de tamanho foco que
infelizmente as 2 outras missões (que tinham como propósito cuidar de todos os indivíduos,
ajudando-os a serem pessoas cada vez mais felizes) eram esquecidas. Isso é notável, pois ao é
mais fácil achar artigos com a palavra chave “depressão”, do que com “felicidade”.
Esse foi o começo do olhar para as emoções positivas, como: satisfação, resiliência,
bem-estar e outros. Por isso que ele criou a sigla PERMA (Positiv emotions, engagement,
relationships, meaning and accomplishments), que combinados geram o que seria a
verdadeira felicidade. Assim, ele foi um dos fundadores da psicologia positiva, tendo em
vista que os seus estudos serviram de base para vários autores, que serão comentados a
seguir.
2.2 Barbara Fredrickson
Professora norte-americana, que atua como professora do departamento de psicologia
da universidade da Carolina do Norte. Sua fama se deve a criação da “teoria da abertura e
construção” (Broaden and Build Theory), que aborda o efeito passageiro das emoções
positivas, sendo eficazes contra as emoções negativas. Ademais, quando utilizadas a longo
prazo, ajudam o indivíduo a desenvolver a sua resiliência. Ou seja, tornou possível
esquematizar as evoluções e regressões emotivas, auxiliando construir soluções que ajudem a
transformar, e gerar, a verdadeira felicidade.
2.3 Mihály Csikszentmihalyi
Psicólogo húngaro responsável pela criação do “estado de fluxo”, em seu livro “A
Descoberta do Fluxo”, em 1990, e por estudos sobre a criatividade e felicidade, sendo um dos
principais pesquisadores, juntamente com Seligman, sobre a psicologia positiva. Ademais, é
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o atual professor de psicologia da Gestão de Claremont Graduate University. Por fim, na
universidade de Claremont Graduate como professor de psicologia.
2.4 Boris Cyrulnik
Cyrulnik teve sua infância nos campos de concentração, durante a Segunda Guerra
Mundial, perdendo seus parentes no processo. Após esse momento, entrou para o curso de
medicina, se formando em neuropsiquiatria e psicanálise. Desde então, começou a pesquisar
sobre temas, sendo influenciado por temas que fizeram parte de sua vivência, como: Vida;
Esperança; Resiliência; se tornando um dos principais pesquisadores sobre.
2.5 Sonja Lyubomirsky
Conhecida por discutir fenômenos do cotidiano, levando em conta as variáveis
ambientais e genéticas. Assim, em seu livro “Felicidade Crônica”, comenta que o fator
genético corresponde a 50% da felicidade, enquanto 10% se refere às circunstâncias, e 40%
sobre as atividades intencionais (pensamentos e comportamentos). Por fim, atualmente é
professora de psicologia na Universidade de Califórnia, sendo também uma das mais
influentes estudiosas.
2.6 Ed Diener
Psicólogo americano, professor de psicologia na Universidade de Utah e da
Universidade de Virgínia. Ademais, argumenta que a felicidade, também conhecida como
bem-estar subjetivo, é essencial para buscar realizações que irão gerar qualidades desejáveis
pelo olhar das pessoas em volta. Assim, faz-se uma avaliação individual para observar o nível
de engajamento perante seus relacionamentos, como cumprir com louvor seu trabalho. Por
fim, ressalta que as emoções positivas devem ser preponderantes com as questões negativas.
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CAPÍTULO 3: AS CONCEITUAÇÕES
3. 1 Felicidade e bem-estar
Seligman, em seu livro “Uma nova Psicologia Positiva”, argumenta sobre a troca do
objetivo desse ramo teórico. A felicidade deixou de ser o foco, devido a sua complexa
construção, sendo debatida em vários campos. Ademais, um exemplo que pode ser citado
parte de dois filósofos, pois enquanto Aristóteles defende que tal fenômeno surge a partir do
equilíbrio do excesso e escassez, virtudes e vícios, Platão argumenta que seria a saída da
ignorância. Com base nesse cenário, o termo bem-estar subjetivo possui uma maior aceitação
no meio científico. Assim, ambos o termos tem a importância.
Pensando sobre os dois termos, deve-se deixar claro que eles não são definidos
somente pela ausência de dor, o sofrimento, mas também estar em um estado positivo. Desta
forma, ao se estudar os fatores que levam a insatisfação, e à satisfação, Seligman os
estruturou com base em cinco fatores essenciais: Engajamento; Sentido; Realização;
Sentimentos positivos; Emoções positivas, criando, assim, a sigla PERMA (Positiv emotions,
engagement, relationships, meaning and accomplishments,). Por fim, existem discussões
sobre outras possíveis causas, levando em conta o fator multidimensional, como sobre a
personalidade servir de base para a felicidade e bem-estar subjetivo, ou não.
3.2 Esperança
Schrank, em 2008, buscou estudar as várias definições que o termo “esperança”
apresenta. Após analisar a existência de quarenta e nove conceituações, notou-se que todas
possuíam a mesma idéia de ser um fenômeno dinâmico, e por consequência inconstante,
porém focada em resultados futuros, sendo avaliado de pelo próprio indivíduo. Assim,
pode-se concluir que tal fenômeno atua como agente de mudança, o tornando reconhecido na
área de enfermagem.
3.3 Estado de fluxo
Csikszentmihalyi, em 1990, defendeu a existência de um “estado de fluxo”, o qual
consiste em um processo espontâneo, sem esforço consciente, que carrega um ocorrer quando
uma pessoa tem respostas apropriadas em relação a suas metas, buscando a sua superação.
Para tentar compreender o que seria uma vida plena e feliz, começou a fazer estudos,
observando artistas, cirurgiões, empresários, e outros, nos momentos que usavam da
criatividade, ou que se sentiam engajados por fazerem algo que gostassem. Ademais, ao
atingir esse estágio, é liberado um sentimento de satisfação, que faz com que o indivíduo
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perca uma certa noção do tempo, e de eventuais problemas. Desta forma, notou que pareciam
“distantes”, como se estivessem em um “estado de êxtase”. Em outras palavras, era sentir-se
transportado para fora de si e do mundo real, sendo este “movimento” acompanhado de
bem-estar.
3.4 Resiliência
Para Boris Cyrulnik, a resiliência é a capacidade do indivíduo de se desenvolver após
um trauma, por exemplo: algo ruim acontece, podemos nos sentir mal, ou podemos aceitar e
criar meios para seguir em frente. Ademais, as relações interpessoais do sujeito, quando bem
trabalhadas dão força para os indivíduos serem capazes de tomar decisões, desenvolver sua
autoestima e construir uma boa auto imagem. Em caso de ter apoio dos relacionamentos e da
cultura, será mais fácil conseguir seguir em frente, buscando encontrar sentidos nas
dificuldades. Por isso a questão das emoções positivas é importante, pois elas abrem o
universo de possibilidades que tornam a pessoa mais resiliente.
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CAPÍTULO 4: AS TÉCNICAS
A gratidão foi definida como “a vontade de reconhecer os incrementos de valor não
merecidos à própria experiência” (Bertocci, & Millard, 1963, p.389; cit in Emmons &
McCullough, 2003). Tendo tal informação em mente, para atingi-la, é necessário, de início,
identificar os elementos positivos, para que em segundo momento, se possa perceber que
esses resultados têm uma fonte externa, a qual será direcionada a emoção. Além disso, a ela
permite a flexibilização, a reflexão e a criatividade, por meio das emoções positivas ocorridas
nesse processo. Contudo, este processo só ocorre à medida que o indivíduo consegue avaliar
o que de bem tem recebido do outro. Desta forma, alcança-se o bem-estar nas dimensões
psíquicas, sociais e até mesmo, espirituais.
Um dos exercícios mais simples e eficazes em psicologia positiva é o diário da
gratidão. Para tal, o terapeuta deve instruir o cliente a obter um caderno que ele possa se
dedicar a escrever todos os dias, e toda noite antes da cama, peça para ele anotar três coisas
que se sente grato naquele dia. Pede-se que, se possível, não repita os mesmos itens todos os
dias, para que a pessoa exercite a capacidade de refletir e encontrar algo positivo. Ademais,
se o cliente tiver problemas para pensar em coisas que ele é grato, recomenda-se o terapeuta
dizer-lhe para tentar pensar sobre a sua vida sem certos aspectos. Assim, a habilidade de notar
e saborear os elementos da vida própria e ser-lhes gratos, se torna uma das variáveis para a
satisfação e bem estar pessoal. (Emmons & McCullough, 2003).
Por fim, a última técnica aqui comentada é a respiração. Esta prática é útil contra
fatores estressores, que atuam como perturbadores do equilíbrio, e do bem-estar, que de
acordo com Hans Selye, são vistos como constituintes da Síndrome de Adaptação Geral. Para
Lazarus (1993), de início é feito uma análise, em prol de identificar os agentes perturbadores,
para que em seguida sejam avaliadas as capacidades de enfrentamento. Assim, cria-se
melhores condições para lidar com condições adversas, favorecendo a saúde, e
consequentemente a felicidade.
Em termos práticos, podem ser usadas em vários campos, respeitando a
multidimensionalidade que cerca os indivíduos. Por exemplo, é recomendado a estudantes,
devido o estresse pré-vestibular, até pessoas com problemas médicos, como o câncer. Por fim,
tal prática é comumente atrelada a outros métodos, como a meditação e exercícios aeróbicos.
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CAPÍTULO 5: A APLICABILIDADE
Como o já discutido acima, este ramo da psicologia estuda os fenômenos positivos do
ser humano, como o bem-estar, tratando este assunto de forma primária, indo em oposição ao
tratamento secundário que este recebe, de acordo com alguns ramos teóricos. Contudo, as
discussões que permeiam o tema do bem-estar são de base subjetiva, sendo para uns obtido
por um aumento de salário, ou pertencer a um grupo social. A consequência imediata de tal é
a realização de pesquisas, fazendo com que a psicologia positiva ainda seja discutida,
especialmente em termos de aplicabilidade.
Seligman, precursor da psicologia positiva, em seu livro “Uma nova Psicologia
Positiva”, comenta que os medicamentos, e as psicoterapias tradicionais, se focam nos
sintomas, não na promoção do bem-estar, sendo categorizadas como “cosméticas”. Ademais,
na segunda parte de seu livro, nomeada de Formas de florescer, no capítulo 7 e 8, é
comentado sobre programas usados para soldados (focado no desenvolvimento na capacidade
de enfrentamento à situações estressantes), enquanto o outro é orientado à ex-soldados (em
prol de uma elaboração da resiliência aos traumas), respectivamente. Desta forma, pode-se
notar o início da delimitação do campo de atuação de tal rumo teórico.
Traçando uma comparação ao campo médico, o sentimento de resiliência citado
acima, é de extrema importância no tratamento de doenças como o câncer. Assim, esses
tratamentos “cosméticos”, somados a um otimismo, ganham um maior saldo de eficiência.
Vale ressaltar que é pautado nessa idéia, que a psicologia positiva adentra o Brasil.
Por se focar no indivíduo, vai além do campo biomédico, podendo ser aplicada em
todos os ambientes, como o educacional. Isso se deve a escola ser um local de aprendizagem,
transformações, e base para o futuro. Tamanho impacto que vai de encontro a teorias de
afetividade, de Wallon, o qual diz que todos sofrem influências positivas e negativas,
podendo reagir de acordo com ambas as formas. Assim, quanto melhor estabelecido as
relações afetivas, melhor será o desenvolvimento das potencialidades.
Outro campo de grande importância é a religião (ligado ao o que o indivíduo pratica)
e espiritualidade (significado de vida). Isso se deve pois, além de influenciar no estilo de
vida, molda o caráter, o valor pessoal, e consequentemente, o bem-estar. Em termos práticos,
auxilia o indivíduo a enfrentar momento difíceis, servindo de apoio para as diversas
situações. Desta forma, nossas atitudes moldam as nossas potencialidades, e
consequentemente a psicologia positiva.
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Quanto aos instrumentos, existem poucas pesquisas sobre, porém se voltam a criação
de métodos preventivos, intervenção, identificação, e avaliação quanto a dimensão positiva
dos indivíduos, grupos, e instituições. Entre eles, há o “Values in Action” (VIA), que pode ser
aplicado independente de cultura, contexto e história, de acordo com seus criadores, Peterson
e Seligman. Ademais, ele se centra a partir de seis virtudes: humanidade, justiça, coragem,
sabedoria, temperamento e transcendência, oferecendo assim uma forma de classificar as
características emocionais, relacionais, cívicas e cognitivas de cada pessoa. A consequência é
o auxílio nas intervenções dos terapeutas.
Após o citado acima, referente a aplicabilidade, nota-se que a atuação da psicologia
positiva se respalda na promoção de saúde, como o desenvolvimento do otimismo e da
esperança. Ou seja, se inclui onde houver um indivíduo, transcendendo limites, como o
biomédico, devido sua natureza multidimensional. Em termos práticos, é a visão de
“indivíduo com sofrimento”, indo em oposição a uma noção objetiva de doença. Para
finalizar a discussão sobre, no capítulo a seguir, será explicitado um projeto que segue tal
teoria.
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CAPÍTULO 6: PROJETO “CHÁ DAS QUARTAS”
Com base no envelhecimento saudável, a qual é cercado de boas relações sociais,
cuidados com a saúde, e entre outros, foi criado o “Chá das Quartas”. Este projeto atua com
mulheres em idade avançada, visando desenvolver um processo de envelhecimento positivo.
Iniciou-se em 2010, em Portugal na Vila Viçosa, tendo início com um grupo idosas
autónomas, que se encontram em solidão. Por fim, comenta-se que o nome veio pois, após o
término da reunião, era oferecido chá.
Inicialmente, elas recebiam o apoio de voluntárias de uma instituição católica, local
em que os encontros eram realizados. Contudo, com o passar do tempo, conforme era
observado a necessidade de relações e de companhia, pois eram as principais queixas das
mulheres que participavam, foi criado um espaço de encontro semanal. Desta forma, além de
haver uma maior organização, passou a ser permitido que elas trouxessem outras idosas da
comunidade.
Durante as quartas-feiras, ocorriam atividades práticas, conversas, orações, e lanches,
terminando sempre com um chá. Ademais, há momentos de partilha, e trabalhos manuais,
podendo eles serem livres ou com auxílio de alguém. Nota-se, então, que este projeto carrega
o objetivo de garantir uma integração dessas mulheres, evitando o desconforto da solidão,
estabelecendo uma relação positiva entre as participantes.
Quando os encontros começaram a se tornar mais formalizados, tendo em vista a
maior participação da instituição católica, os organizadores foram atrás de um maior apoio. O
objetivo de tal era fortalecer e estabelecer maneiras mais eficientes de ajudá-las, acolhê-las, e
desenvolver um sentimento de comunidade entre elas. Desta forma, integrou-se a eles
especialistas, e estudantes da Psicologia Positiva, possibilitando haver uma maior elaboração
de áreas específicas, como a esperança.
Desta forma, a esperança, somado ao “estado de fluxo” fortalecem a resiliência das
mulheres que participam do projeto, buscando elaborar de forma mais eficiente o sofrimento,
o estresse, e os eventos negativos. Ademais, o desejo de superação aliado à escuta ativa,
facilitam a promoção de saúde, felicidade e bom humor, consequenciando em relações mais
positivas. Assim, nota-se a presença, e a importância da psicologia positiva no cotidiano
delas, assim como no de todos. Por fim, as participantes demonstram que a felicidade é
possível até mesmo em idades já avançadas, e que o “Chá das Quartas” foi capaz de
proporcionar amizades, fuga da solidão e o bem-estar físico e psicológico dessas idosas.
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CONCLUSÃO
A psicologia positiva surge com o movimento de chamar a atenção para os objetivos da
profissão de tornar as pessoas mais felizes e ressaltar as habilidades das pessoas, pois a
psicologia da época estava deixando praticamente de lado. Dessa forma trabalho do psicólogo
positivista estava muito mais focado no primeiro objetivo, de diminuir os sintomas e emoções
negativas, tanto que, se fizer uma busca de material científico da época, existem
pouquíssimos trabalhos voltados para as emoções positivas que constituem o ser humano, se
comparado com a quantidade de pesquisas voltadas para controle da depressão, por exemplo.
A partir desse contexto histórico, com seus fundamentos teóricos e por meio de suas
técnicas e aplicações, a Psicologia Positiva é o ato de estimular o desenvolvimento emocional
por meio do foco às emoções e valores positivos que constituem o ser humano. Assim, ela
trata de um dos conceitos mais buscados: a felicidade, que é vista como um estágio resultante
da soma de várias emoções do bem-estar, gratidão, resiliência, amor, satisfação, entre outras.
Logo, ela traz a consciência que aumentar a felicidade não é o mesmo que diminuir a
infelicidade.
Assim, concluímos que a Psicologia Positiva tem o objetivo de tonificar as forças e
virtudes que permitem um sujeito ser organizado em comunidade, por meio de seu
desenvolvimento pleno. Cada vez mais, essa estratégia vem ganhando forças no meio
científico e terapêutico, porém ainda há necessidade de mais pesquisas na área,
principalmente no Brasil, visto que tivemos dificuldades de encontrar material de cunho
científico com suas práticas.
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REFERÊNCIAS
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