PHD Mibmcosta
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i
ÍNDICE GERAL
APRESENTAÇÃO ................................................................................XXIII
1. Organização do trabalho......................................................................................... xxv
2. Escrita e genealogia............................................................................................... xxvi
3. Agradecimentos ...................................................................................................... xxx
PARTE I – O PROBLEMA E O MÉTODO .................................................. 1
CAPÍTULO UM – O TEMA DE PARTIDA: O MOVIMENTO DE CIENTIFICAÇÃO DA
EDUCAÇÃO............................................................................................................................ 3
1. FLUTUAÇÃO TERMINOLÓGICA: REFLEXO DE UMA SITUAÇÃO...................... 8
2. EMERGÊNCIA DO MOVIMENTO DE CIENTIFICAÇÃO DA EDUCAÇÃO –
CONFIANÇA E OPTIMISMO ...................................................................................... 17
2.1 Antecedentes ................................................................................................................................... 17
2.2 O primado da quantificação .............................................................................................................. 21
2.3 (Explicações com base na) similitu de com as Ciências Naturais......................................................... 28
2.4 (Explicações com base em) questões políticas e sociais ..................................................................... 31
2.5 Em síntese ....................................................................................................................................... 33
3. O CONTRASTE COM A ACTUALIDADE – CEPTICISMO OU OPTIMISMO
MODERADO ................................................................................................................ 35
4. CONCLUSÃO ........................................................................................................... 39
CAPÍTULO DOIS – O MÉTODO.......................................................................................... 41
1. CONHECER O PASSADO PARA INVESTIGAR NO PRESENTE.......................... 43
2. UMA ESTRATÉGIA: ANÁLISE DE TEXTOS NORMATIVOS ............................... 47
3. TEXTOS REFLEXIVOS E REFLECTORES ............................................................ 54
4. CONCLUSÃO DA PARTE I ..................................................................................... 70
PARTE II - PERSPECTIVAS.....................................................................73
CAPÍTULO TRÊS – HISTÓRIAS DA INVESTIGAÇÃO EDUCACIONAL ......................... 75
1. RAZÕES E TENDÊNCIAS ....................................................................................... 77
2. AS HISTÓRIAS DE DE LANDSHEERE.................................................................. 89
2.1 De Landsheere (1988) e De Landsheere (1999): sinopse de doi s textos .............................................. 91
2.2 De Landsheere (1988) versus De Landsheere (1999): permanências e transmutações ......................... 95
2.2.1 Aquilo que o autor quis manter................................................................................ 95
2.2.2 Aquilo que o autor quis modificar, adicionar ou omitir: ............................................ 96
2.2.2.1 Alterações não valorizáveis: ............................................................................ 96
2.2.2.2 Alterações valorizáveis: .................................................................................. 97
2.3 Inter-texto(s): duplos significados ............................................................................ 105
iii
4. A HISTÓRIA DE LAGEMANN (2000) ................................................................... 128
4.1 Breve síntese ................................................................................................................................. 128
4.2 Dialogismos .................................................................................................................................. 133
4.3 Quatro narrativas em confronto ...................................................................................................... 135
CAPÍTULO QUATRO – PARADIGMAS DE INVESTIGAÇÃO ......................................... 147
1. DIFERENTES MODOS DE ENTENDER E FAZER INVESTIGAÇÃO ................ 149
2. A ESCOLHA DE UM CONCEITO ......................................................................... 155
3. EVOLUÇÃO DA CIÊNCIA SEGUNDO KUHN ..................................................... 160
4. O PAPEL DAS COMUNIDADES DE CIENTISTAS.............................................. 163
5. TRÊS PARADIGMAS DE INVESTIGAÇÃO.......................................................... 168
6. UM PARADIGMA QUE VALORIZA A QUANTIFICAÇÃO................................... 171
6.1 Características e sentido da evolução .............................................................................................. 172
6.2 O pós-positivismo.......................................................................................................................... 176
6.3 O estatuto do conhecimento e o protagonismo do investigador: supremacia, poder e distanciamento . 181
7. UM PARADIGMA QUE VALORIZA A INTERPRETAÇÃO .................................. 183
7.1 Designações e características .......................................................................................................... 184
7.2 Uma via alternativa e multifacetada ................................................................................................ 187
7.3 O estatuto do conhecimento e o protagonismo do investigador: supremacia, poder e proximidade .... 192
8. UM PARADIGMA QUE VALORIZA A MUDANÇA .............................................. 195
8.1 Um paradigma de delimitação recente e irregular ............................................................................ 195
8.2 A investigação-acção como principal expressão metodológica do paradigma crítico ......................... 199
8.3 Evolução e tipos de investigação -acção........................................................................................... 201
8.4 O professor (também) investigador ................................................................................................. 204
8.5 A investigação-acção crítica ........................................................................................................... 208
8.6 Investigação/ acção/ formação/ transformação ................................................................................ 212
8.7 O estatuto do conhecimento (e o protagonismo) do investigador: paridade e partilha ........................ 215
9. CONCLUSÃO ......................................................................................................... 218
iv
12. BORG & GALL (1989) .......................................................................................... 287
13. BISQUERRA (1989).............................................................................................. 293
14. COHEN & MANION (1990).................................................................................. 299
15. SOLTIS (1992) ...................................................................................................... 302
16. ARNAL et al (1992)............................................................................................... 304
17. BEST & KAHN (1993) .......................................................................................... 311
18. BERGER (1993) .................................................................................................... 316
19. HITCHCOCK & HUGHES (1995) ........................................................................ 321
20. ALMEIDA & FREIRE (1997)................................................................................ 325
21. KEEVES & LAKOMSKI (1999a).......................................................................... 328
22. HUSÉN (1999) ...................................................................................................... 334
23. WALKER & EVERS (1999) .................................................................................. 339
24. MATEO ANDRÉS (2000)...................................................................................... 340
25. TUCKMAN (2002) ................................................................................................ 346
26. BELL (2004).......................................................................................................... 349
27. EM SÍNTESE........................................................................................................ 351
CAPÍTULO SETE – TEXTOS NORMATIVOS DO INÍCIO DO SÉCULO XX ................... 359
1. LAY (1935/1903) ..................................................................................................... 362
2. CLAPARÈDE (1927/1905) ...................................................................................... 366
3. MEUMANN (1966/1910) ........................................................................................ 373
4. VASCONCELOS (1986/1909); VASCONCELOS (1923)......................................... 379
v
ÍNDICE DE QUADROS
vii
ÍNDICE DE DIAGRAMAS
ix
Diagrama n.º 13 – “Métodos (paradigmas, abordagens) de investigação
educacional”, em: KEEVES, J., ed. (1988a) - Educational research,
methodology, and measurement: an international handbook ........ 265
Diagrama n.º 14 – “Métodos de investigação educacional: métodos de
investigação humanística”, em: KEEVES, J., ed. (1988a) -
Educational research, methodology, and measurement: an
international handbook.................................................................... 266
Diagrama n.º 15 – “Métodos de investigação educacional: métodos de
investigação científica”, em: KEEVES, J., ed. (1988a) - Educational
research, methodology, and measurement: an international
handbook ........................................................................................... 267
Diagrama n.º 16 – “Métodos de investigação educacional: investigação de
orientações políticas”, em: KEEVES, J., ed. (1988a) - Educational
research, methodology, and measurement: an international
handbook ........................................................................................... 268
Diagrama n.º 17 – “Paradigmas de investigação em educação”, em: HUSÉN,
T. (1988) - Research paradigms in education. In Keeves (1988) (E
em HUSÉN, T. (1999) - Research paradigms in education. In
KEEVES & LAKOMSKI (1999a)..................................................... 271
Diagrama n.º 18 – “Tendências do paradigma humanista”, em: HUSÉN, T.
(1988) - Research paradigms in education. In Keeves (1988)......... 272
Diagrama n.º 19 – “Epistemologia naturalista coerentista”, em: WALKER,
J.; EVERS, C. (1999) – The epistemological unity of educational
research. In KEEVES (1988a). (E em: WALKER & EVERS (1999) –
Research in education: epistemological issues. In KEEVES &
LAKOMSKI (1999a). ........................................................................ 275
Diagrama n.º 20 – “Perspectivas de investigação”, em: SHULMAN, L. (1989)
- Paradigmas y programas de investigación en el estudio de la
enseñanza: una perspectiva contemporánea................................... 278
Diagrama n.º 21 – “Enfoques da ciência social”, em: BIDDLE, B.;
ANDERSON, D. (1989) – Teoria, métodos, conocimiento y
investigación sobre la enseñanza..................................................... 281
Diagrama n.º 22 – “Enfoques da ciência social: perspectiva de comprovação
de hipóteses”, em: BIDDLE, B.; ANDERSON, D. (1989) – Teoria,
métodos, conocimiento y investigación sobre la enseñanza............ 282
Diagrama n.º 23 – “Enfoques da ciência social: perspectiva de exploração ou
de descoberta”, em: BIDDLE, B.; ANDERSON, D. (1989) – Teoria,
métodos, conocimiento y investigación sobre la enseñanza............ 283
x
Diagrama n.º 24 – “Enfoques da ciência social: perspectiva integradora”, em:
BIDDLE, B.; ANDERSON, D. (1989) – Teoría, métodos,
conocimiento y investigación sobre la enseñanza............................284
Diagrama n.º 25 – “Métodos na investigação sobre a educação” em:
FENSTERMACHER, G. (1989) - Tres aspectos de la filosofía de la
investigación de la enseñanza. .........................................................286
Diagrama n.º 26 – “Principais tradições na metodologia de investigação
educacional”, em: BORG, W.; GALL, M. (1989) - Educational
research: an introduction..................................................................289
Diagrama n.º 27 – “Tipos de investigação educacional”, em: BORG, W.;
GALL, M. (1989) - Educational research: an introduction ..............290
Diagrama n.º 28 – “Tipos básicos de investigação educacional (especialmente
na investigação quantitativa)”, em: BORG, W.; GALL, M. (1989) -
Educational research: an introduction .............................................291
Diagrama n.º 29 – “Outros tipos de investigação”, em: BORG, W.; GALL, M.
(1989) - Educational research: an introduction . ..............................292
Diagrama n.º 30 – “Paradigmas da investigação pedagógica”, em:
BISQUERRA, R. (1989) - Métodos de investigación educativa: guia
práctica . .............................................................................................294
Diagrama n.º 31 – “Métodos de investigação educativa”, em: BISQUERRA,
R. (1989) - Métodos de investigación educativa: guia práctica . ......295
Diagrama n.º 32 – “Métodos de investigação educativa: estudos descritivos”,
em: BISQUERRA, R. (1989) - Métodos de investigación educativa:
guia práctica ......................................................................................296
Diagrama n.º 33 – “Metodologia qualitativa”, em: BISQUERRA, R. (1989) -
Métodos de investigación educativa: guia práctica . ........................297
Diagrama n.º 34 – “Investigação-acção”, em: BISQUERRA, R. (1989) -
Métodos de investigación educativa: guia práctica . ........................298
Diagrama n.º 35 – “Paradigmas (métodos) de estudo de comportamento”, em:
COHEN, L.; MANION, I. (1990) - Métodos de investigación
educativa . ..........................................................................................300
Diagrama n.º 36 - “Métodos de investigação educativa”, em: COHEN, L.;
MANION, I. (1990) - Métodos de investigación educativa..............301
Diagrama n.º 37 – “Paradigmas de investigação educacional”, em: SOLTIS,
J. (1992) - Inquiry paradigms. In ATKIN, M. - Encyclopedia of
educational research . 6.ª ed..............................................................303
xi
Diagrama n.º 38 – “Paradigmas de investigação educativa”, em: ARNAL, J.;
Del RINCÓN, D.; LATORRE, A. (1992) - Investigación educativa:
fundamentos y metodología . ............................................................ 306
Diagrama n.º 39 – “Metodologias de investigação educativa”, em: ARNAL, J.;
Del RINCÓN, D.; LATORRE, A. (1992) - Investigación educativa:
fundamentos y metodología. ............................................................ 307
Diagrama n.º 40 – “Metodologias de investigação educativa: perspectiva
empírico-analítica”, em: ARNAL, J.; Del RINCÓN, D.; LATORRE, A.
(1992) - Investigación educativa: fundamentos y metodología ....... 308
Diagrama n.º 41 – “Metodologias de investigação educativa: de perspectiva
humanístico-interpretativa”, em: ARNAL, J.; Del RINCÓN, D.;
LATORRE, A. (1992) - Investigación educativa: fundamentos y
metodología ....................................................................................... 309
Diagrama n.º 42 – “Metodologias de investigação educativa: investigação
mais orientada para a prática educativa”, em: ARNAL, J.; Del
RINCÓN, D.; LATORRE, A. (1992) - Investigación educativa:
fundamentos y metodología . ............................................................ 310
Diagrama n.º 43 – “Paradigmas de investigação educacional”, em: BEST, J.;
KAHN, J. (1993) - Research in education . ...................................... 312
Diagrama n.º 44 – “Categorias de investigação”, em: BEST, J.; KAHN, J.
(1993) - Research in education ......................................................... 313
Diagrama n.º 45 – “Finalidades da investigação”, em: BEST, J.; KAHN, J.
(1993) - Research in education ......................................................... 314
Diagrama n.º 46 – “Tipos de investigação educacional”, em: BEST, J.;
KAHN, J. (1993) - Research in education . ...................................... 315
Diagrama n.º 47 – “Modelos globais de abordagens do saber no domínio das
ciências sociais em geral, e no domínio das ciências da educação em
particular”, em: BERGER, G. (1993) - A investigação em educação:
Modelos sócio-epistemológicos e inserção institucional. ................. 318
Diagrama n.º 48 – “Problemáticas quase inevitáveis e incontornáveis pelas
quais toda a pesquisa em educação não pode deixar de passar”, em:
BERGER, G. (1993) - A investigação em educação: Modelos sócio-
epistemológicos e inserção institucional.......................................... 319
Diagrama n.º 49 – “Tendências de uma fenomenologia entendida como uma
tentativa de descrever o fenómeno educativo de uma forma mais
modesta mas o mais rica possível”, em: BERGER, G. (1993) - A
investigação em educação: Modelos sócio-epistemológicos e inserção
institucional...................................................................................... 320
xii
Diagrama n.º 50 – “Paradigmas/modelos/abordagens na investigação social e
na investigação educacional”, em: HITCHCOOK, G.; HUGHES, D.
(1995) - Research and the teacher: a qualitative introduction to
school-based research . ......................................................................322
Diagrama n.º 51 – “Técnicas de investigação qualitativa”, em: HITCHCOOK,
G.; HUGHES, D. (1995) - Research and the teacher: a qualitative
introduction to school-based research. .............................................323
Diagrama (Quadro) n.º 52 – Cópia do original, pag. 7, “Tipos de desenho de
investigação”, em: HITCHCOOK, G.; HUGHES, D. (1995) - Research
and the teacher: a qualitative introduction to school-based research.
...........................................................................................................324
Diagrama n.º 53 – “Perspectivas básicas das investigações” (em psicologia),
em: ALMEIDA, L.; FREIRE, T. (1997) - Metodologia da investigação
em psicologia e educação. .................................................................326
Diagrama n.º 54 – “Modalidades mais frequentes de investigação psico-
educativa”, em: ALMEIDA, L.; FREIRE, T. (1997) - Metodologia da
investigação em psicologia e educação. ............................................327
Diagrama n.º 55 – “Abordagem da investigação educacional”, em: KEEVES
& LAKOMSKI (1999a), (KEEVES, 1999). .......................................331
Diagrama n.º 56 – “Abordagens que são correntemente usadas na
investigação educacional”, em: KEEVES, J.; LAKOMSKI, G., ed.
(1999a) - Issues in educational research..........................................332
Diagrama n.º 57 – “Abordagem da investigação educacional”, em: KEEVES,
J. (1999) - Overview of issues in educational research. In KEEVES &
LAKOMSKI (1999a) (Keeves, 1999).................................................333
Diagrama n.º 58 – “Paradigmas de investigação em educação”, em: HUSÉN,
T. (1999) - Research paradigms in education. In KEEVES &
LAKOMSKI (1999a). (E em HUSÉN, T. (1988) - Research
paradigms in education. In Keeves (1988).......................................336
Diagrama n.º 59 – “Paradigmas principais no planeamento da investigação”,
em: HUSÉN, T. (1999) - Research paradigms in education. In
KEEVES & LAKOMSKI (1999a) .....................................................337
Diagrama n.º 60 – “Tendências do paradigma humanista”, em: HUSÉN, T.
(1999) - Research paradigms in education. In KEEVES &
LAKOMSKI (1999a)..........................................................................338
Diagrama n.º 61 – “Paradigmas da investigação na educação”, em: MATEO
ANDRÉS, J. (2000) - A investigação educacional. In VIDAL (2000)
...........................................................................................................341
xiii
Diagrama n.º 62 – “Modalidades de investigação em educação”, em: MATEO
ANDRÉS, J. (2000) - A investigação educacional. In VIDAL (2000).
........................................................................................................... 342
Diagrama n.º 63 – “Modalidades da investigação em educação: metodologias
de inspiração empírico-analítica”, em: MATEO ANDRÉS, J. (2000) -
A investigação educacional. In VIDAL (2000). ................................ 343
Diagrama n.º 64 – “Modalidades da investigação em educação: metodologias
orientadas para a interpretação e a compreensão”, em: MATEO
ANDRÉS, J. (2000) - A investigação educacional. In VIDAL (2000).
........................................................................................................... 344
Diagrama n.º 65 – “Modalidades de investigação em educação: metodologias
orientadas para a interpretação e para a compreensão”, em:
MATEO ANDRÉS, J. (2000) - A investigação educacional. In VIDAL
(2000). ............................................................................................... 345
Diagrama n.º 66 – “Modalidades de investigação em educação”, em:
TUCKMAN, B. (2002) - Manual de investigação em educação. ..... 348
Diagrama nº 67 – “Abordagens (estilos) de pesquisa”, em: BELL, J. (2004) –
Como realizar um projecto de investigação: um guia para a pesquisa
em ciências sociais e da educação. ................................................... 350
Diagrama n.º 68 – “Pedagogia experimental”, em: LAY, W. (1935/1903) –
Pedagogía experimental. .................................................................. 364
Diagrama n.º 69 – “Métodos experimentais de investigação”, em: LAY, W.
(1935/1903) – Pedagogía experimental............................................ 365
Diagrama n.º 70 – “Os métodos”, em: CLAPARÈDE, E. (1927/1905) –
Psicología del niño y pedagogía experimental. ................................ 370
Diagrama n.º 71 – “Métodos de investigação”, em: CLAPARÈDE, E.
(1927/1905) – Psicología del niño y pedagogía experimental ......... 371
Diagrama n.º 72 – “Métodos gerais de investigação”, em: CLAPARÈDE, E.
(1927/1905) – Psicología del niño y pedagogía experimental ......... 372
Diagrama n.º 73 – “Métodos de investigação da infância”, em: MEUMANN,
E. (1966/1910) – Pedagogia experimental ....................................... 376
Diagrama n.º 74 – “Meios e métodos de investigação da pedagogia
experimental”, em: MEUMANN, E. (1966/1910) – Pedagogia
experimental ..................................................................................... 377
Diagrama n.º 75 – “Ciência pedagógica”, em: MEUMANN, E. (1966/1910) –
Pedagogia experimental ................................................................... 378
Diagrama n.º 76 – “Métodos da psicologia infantil”, em: VASCONCELOS
(1986/1909); VASCONCELOS (1923) – Pedagogia experimental .. 384
xiv
xv
Resumo
xvii
Abstract
xix
Resumé
xxi
APRESENTAÇÃO
APRESENTAÇÃO
1. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
Este trabalho é sobre o modo como os textos normativos do
movimento de cientificação (genericamente designados como textos de
investigação educacional) referem determinados aspectos do seu objecto.
Não visa, portanto, analisar a diversidade de práticas de
investigação educacional que ocorrem nas mais diversas circunstâncias,
debruçando-se apenas sobre os textos normativos que, de algum modo, os
orientam.
O trabalho está organizado em três partes. Na Parte I, é feita uma
apresentação do problema – que assenta na constatação das dificuldades em
articular com coerência a diversidade de interpretações disponíveis sobre a
investigação educacional – e do método escolhido para o abordar, a análise
de textos.
Na Parte II, são destacadas perspectivas fundamentais sobre esta
problemática, nomeadamente perspectivas históricas e perspectivas
epistemológicas.
A Parte III corresponde ao resultado de uma aproximação focalizada
em determinados textos específicos daquele movimento, abrangendo dois
pólos temporais de cerca de 20 a 25 anos: o pólo dos textos da época primeva,
de 1903 a 1923, aproximadamente; o pólo dos textos da época mais recente,
a partir do início dos anos 80 do século XX.
Neste sentido, foram reconhecidas algumas características e
regularidades, algumas das quais já habitualmente referidas na maioria das
narrativas sobre a investigação educacional. Mas, para além disso, foi
possível construir um modelo de análise de textos sobre investigação
educacional, a partir de determinadas regularidades e padrões detectados,
bem como identificar algumas idiossincrasias que, no seu conjunto,
xxv
APRESENTAÇÃO
2. ESCRITA E GENEALOGIA
Este trabalho é escrito na primeira pessoa do singular, apesar de
ciente de que contraria um hábito generalizado nos discursos científicos.
Não pareceu adequado a este tipo de projecto o plural majestático,
aconselhado por diversos autores. Entre eles, Humberto Eco (1988) que
justificou o uso do plural majestático porque se supõe que as afirmações de
quem faz uma tese são para ser compartilhadas pelos leitores (admitindo,
contudo, que, no máximo, se podem escolher expressões impessoais).
De certo modo, Eco fez uma ligação implícita ao que explicitamente
escreveu mais à frente, na mesma obra: a assunção de que quem escreve é
um especialista sobre a matéria e, como tal, não deve adoptar um discurso
de humildade, antes de sabedoria: “sede humildes e prudentes antes de
pronunciar palavra, porém, quando já a haveis pronunciado sede altaneiros
xxvi
APRESENTAÇÃO
xxvii
APRESENTAÇÃO
xxviii
APRESENTAÇÃO
xxix
APRESENTAÇÃO
que as mudanças nos estilos dos discursos científicos são também sinais de
mudanças de paradigma.
Em todo o caso, devo referir que, na prática, se faz sentir o peso do
hábito, donde e apesar destes considerandos, verifiquei que tendia a adoptar
as soluções de discurso impessoal, sempre que possível.
3. AGRADECIMENTOS
Quero deixar aqui a expressão dos meus profundos agradecimentos a
todas as pessoas que me ajudaram ao longo da realização deste estudo.
Refiro-me a familiares, amigos e colegas (da UTAD e de outras instituições,
e com distintas funções dentro delas) que me transmitiram o seu apoio –
cada um a seu modo – em várias fases e circunstâncias da realização dos
trabalhos.
Dispenso-me de os nomear, pois a lista que fui elaborando ao longo
destes tempos mostrou-se inadequada para dela deixar aqui registo, não
apenas por ser longa, mas, principalmente, pelos riscos de se revelar
incompleta, injustiça da qual não me perdoaria.
A segurança com que aqui escrevo estas palavras advém da certeza
que tenho de que qualquer um daqueles familiares, amigos e colegas que
leia estas linhas, nelas reconhecerá a sua quota-parte e aceitará a sentida
gratidão que, em todos os momentos, lhe testemunho.
Não posso, contudo, deixar de manifestar particulares
agradecimentos à Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, que
concretizo nos agradecimentos aos Magníficos Reitores, Professor Doutor
José Manuel Gaspar Torres Pereira (já falecido) e ao Professor Doutor
Armando Mascarenhas Ferreira, por todo o apoio que me tem sido
concedido. Os meus agradecimentos, também, à Direcção-geral do Ensino
Superior, pelo apoio concedido através do PRODEP II.
xxx
APRESENTAÇÃO
xxxi
PARTE I – O PROBLEMA E O MÉTODO
CAPÍTULO UM – O TEMA DE PARTIDA: O
MOVIMENTO DE CIENTIFICAÇÃO DA EDUCAÇÃO
CAPÍTULO UM – O TEMA DE PARTIDA: O MOVIMENTO DE CIENTIFICAÇÃO DA EDUCAÇÃO
4
CAPÍTULO UM – O TEMA DE PARTIDA: O MOVIMENTO DE CIENTIFICAÇÃO DA EDUCAÇÃO
5
CAPÍTULO UM – O TEMA DE PARTIDA: O MOVIMENTO DE CIENTIFICAÇÃO DA EDUCAÇÃO
6
CAPÍTULO UM – O TEMA DE PARTIDA: O MOVIMENTO DE CIENTIFICAÇÃO DA EDUCAÇÃO
7
CAPÍTULO UM – O TEMA DE PARTIDA: O MOVIMENTO DE CIENTIFICAÇÃO DA EDUCAÇÃO
8
CAPÍTULO UM – O TEMA DE PARTIDA: O MOVIMENTO DE CIENTIFICAÇÃO DA EDUCAÇÃO
9
CAPÍTULO UM – O TEMA DE PARTIDA: O MOVIMENTO DE CIENTIFICAÇÃO DA EDUCAÇÃO
10
CAPÍTULO UM – O TEMA DE PARTIDA: O MOVIMENTO DE CIENTIFICAÇÃO DA EDUCAÇÃO
11
CAPÍTULO UM – O TEMA DE PARTIDA: O MOVIMENTO DE CIENTIFICAÇÃO DA EDUCAÇÃO
12
CAPÍTULO UM – O TEMA DE PARTIDA: O MOVIMENTO DE CIENTIFICAÇÃO DA EDUCAÇÃO
13
CAPÍTULO UM – O TEMA DE PARTIDA: O MOVIMENTO DE CIENTIFICAÇÃO DA EDUCAÇÃO
14
CAPÍTULO UM – O TEMA DE PARTIDA: O MOVIMENTO DE CIENTIFICAÇÃO DA EDUCAÇÃO
15
CAPÍTULO UM – O TEMA DE PARTIDA: O MOVIMENTO DE CIENTIFICAÇÃO DA EDUCAÇÃO
16
CAPÍTULO UM – O TEMA DE PARTIDA: O MOVIMENTO DE CIENTIFICAÇÃO DA EDUCAÇÃO
2.1 A NTECEDENTES
17
CAPÍTULO UM – O TEMA DE PARTIDA: O MOVIMENTO DE CIENTIFICAÇÃO DA EDUCAÇÃO
18
CAPÍTULO UM – O TEMA DE PARTIDA: O MOVIMENTO DE CIENTIFICAÇÃO DA EDUCAÇÃO
19
CAPÍTULO UM – O TEMA DE PARTIDA: O MOVIMENTO DE CIENTIFICAÇÃO DA EDUCAÇÃO
20
CAPÍTULO UM – O TEMA DE PARTIDA: O MOVIMENTO DE CIENTIFICAÇÃO DA EDUCAÇÃO
21
CAPÍTULO UM – O TEMA DE PARTIDA: O MOVIMENTO DE CIENTIFICAÇÃO DA EDUCAÇÃO
22
CAPÍTULO UM – O TEMA DE PARTIDA: O MOVIMENTO DE CIENTIFICAÇÃO DA EDUCAÇÃO
23
CAPÍTULO UM – O TEMA DE PARTIDA: O MOVIMENTO DE CIENTIFICAÇÃO DA EDUCAÇÃO
- nos anos 80 do século XIX, nos EUA, o estudo sobre ortografia que
Rice levou a cabo com milhares de alunos (publicado em 1913, em “Scientific
management of education”); por estes contributos, Rice é frequentemente
apontado, especialmente nos EUA, como “o pai” da pedagogia
experimental;12
- a partir das últimas décadas do século XIX, o desenvolvimento de
diversas técnicas de análise estatística, com aplicação nas várias ciências,
incluindo as áreas da medicina, da psicologia e da educação; nomeadamente
em 1869, Galton começou a trabalhar conceitos como estandardização,
correlação e definição operacional e a aplicá-los ao estudo do humano;
- em 1870, o estudo de Bartholomaï para tentar conhecer, através de
um questionário, o “conteúdo da mente” de 2000 crianças quando entraram
para a escola;
- em 1879, publicação da obra de Bain, “Education as a science”; em
Leipzig, Wundt, fundou o primeiro laboratório de psicologia experimental;
- entre 1880 e 1900, muitos investigadores colheram as ideias e os
métodos de Wundt em estudos avançados em universidades alemãs, o que
contribui para explicar a rápida disseminação das ideias e dos métodos de
Wundt em países como França, Rússia, Japão e Chile, incluindo a abertura
de laboratórios dedicados ao estudo de questões de psicologia; foram criados
diversos laboratórios dedicados à psicologia, geralmente em instituições
ligadas à medicina ou à física:
- em 1882, o estudo “Die Seele des Kindes”, do psicólogo alemão
Preyer, considerado o primeiro livro de texto de psicologia do
desenvolvimento;
24
CAPÍTULO UM – O TEMA DE PARTIDA: O MOVIMENTO DE CIENTIFICAÇÃO DA EDUCAÇÃO
13 Denominada mais tarde “ National Society for the Scientific Study of Education ”
(cf. Landsheere, 1999:18) e, depois, “ National Society for the Study of Education ”
(NSSE), que tem vindo a ser responsável por inúmeros trabalhos no âmbito da
investigação educacional, e de que se destacam os Yearbooks.
14 Cf. De Landsheere (1999:18).
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CAPÍTULO UM – O TEMA DE PARTIDA: O MOVIMENTO DE CIENTIFICAÇÃO DA EDUCAÇÃO
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CAPÍTULO UM – O TEMA DE PARTIDA: O MOVIMENTO DE CIENTIFICAÇÃO DA EDUCAÇÃO
Esta listagem não inclui referências a Portugal, pois este país não
costuma constar nos enunciados a propósito do tema sob escrutínio. Das
obras consultadas, apenas os manuais Claparède (1927/1905) e Bisquerra
(1989) dedicam algumas breves linhas aos desenvolvimentos da pedagogia
experimental em Portugal.
Contudo, são conhecidos episódios indicadores de que, também em
Portugal, o novo método despertou algum interesse, como é atestado pelos
trabalhos de Adolfo Coelho18 e por de Faria de Vasconcelos e duas tentativas
de experimentação em pedagogia.
Por certo, estas duas tentativas de experimentação em pedagogia,
por volta dos anos 60/80 do século XIX, constituem relatos exemplares das
características emergentes das tentativas de cientificação da educação.
Através delas, pretendeu-se aferir os Métodos Português-Castilho e o
Método João de Deus para o ensino da leitura e da escrita, em confronto com
o método tradicional.19
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CAPÍTULO UM – O TEMA DE PARTIDA: O MOVIMENTO DE CIENTIFICAÇÃO DA EDUCAÇÃO
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CAPÍTULO UM – O TEMA DE PARTIDA: O MOVIMENTO DE CIENTIFICAÇÃO DA EDUCAÇÃO
2.5 E M SÍNTESE
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CAPÍTULO UM – O TEMA DE PARTIDA: O MOVIMENTO DE CIENTIFICAÇÃO DA EDUCAÇÃO
4. CONCLUSÃO
O movimento de cientificação da educação tem mostrado
discrepâncias nas designações que adopta, nas definições que enuncia e nas
explicações que expõe.
Por outro lado, parece ter passado de uma fase inicial de intenso
optimismo, com um papel num projecto de modificação da sociedade mais
amplo do que a própria educação – papel e projecto esses não isentos de
alguma utopia – até à fase das últimas décadas, vivendo uma situação de
leituras várias e onde chega a ser integrado na crise mais vasta dos modos
de pensar a educação.
Este movimento tem vindo a exprimir-se de formas diferenciadas (cf.
Correia, 1998). Actualmente, aquilo que frequentemente se designa como
investigação educacional é uma das linhas herdeiras desse movimento.
Contudo, a investigação educacional está longe de configurar uma linha de
pesquisa da educação homogénea, coerente ou consertada, pelo que a
definição e a delimitação da investigação educacional está longe de ser
consensual.
Textos de meta-análise das últimas décadas, elaborados por
investigadores da educação, mostram que, juntamente com a questão da
autonomia da investigação educacional, são colocadas também questões
quanto aos diagnósticos sobre os percursos do movimento de cientificação da
educação e, consequentemente, quanto às estratégias para superar os
problemas detectados.
Não deixa de ser certo, contudo, que são muitos os investigadores
que, enquadrados ou não em instituições de investigação, assumem levar a
cabo algum tipo de investigação educacional, apesar daquelas indefinições.
39
CAPÍTULO UM – O TEMA DE PARTIDA: O MOVIMENTO DE CIENTIFICAÇÃO DA EDUCAÇÃO
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CAPÍTULO DOIS – O MÉTODO
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O MÉTODO
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CAPÍTULO DOIS – O MÉTODO
“Aquilo que parece ser necessário levar a cabo não é tanto uma
transformação das fronteiras organizativas como um alargamento da
organização da actividade intelectual sem atender às actuais
demarcações disciplinares. Afinal, ter uma preocupação histórica
não é algo do foro exclusivo dos chamados historiadores. É, isso sim,
uma obrigação de todos os cientistas sociais. Ter uma preocupação
sociológica não é do foro exclusivo dos sociólogos…”22
21 Beltrán (1989:18). Neste texto, Beltrán identificou cinco métodos para o estudo
das Ciências Sociais: histórico; comparativo; crítico-racional; quantitativo;
qualitativo.
22 Wallerstein (1996:135). Negrito adicionado.
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ao texto, nem o torna falso, ou seja, “os textos podem falar de "uma"
verdade, embora não possam falar "da" verdade.”
As questões da identidade do investigador e da sua atitude pessoal
não são, porém, os únicos focos da reflexividade. Para este autor, a
reflexividade também faz dirigir a nossa atenção para a "identidade" da
investigação. De certa forma, “ser reflexivo envolve pensar nos conceitos
prévios que informam a investigação e estar consciente de como eles mudam
à medida que o projecto avança ” (Usher, 1996:38).
Além disso, “a pesquisa é uma prática de saber que constrói uma
realidade a conhecer”, sendo necessário analisar “como nós, como
investigadores, construímos a realidade que clamamos encontrar.”35
Usher (1996:39) contrapôs a definição de investigação com a
definição de reflexividade: “a investigação é geralmente tida como um
processo de “descobrir” coisas sobre o mundo. A reflexividade, por outro lado,
é um meio de “descobrir” acerca dos significados, incluindo os significados
dados e gerados pela investigação”. Vista a reflexividade assim, ela pode ser
vista também como um "problema", porque interfere com a ideia dos
resultados como representação verdadeira da realidade. Neste sentido, “a
metodologia, ou o uso correcto e sistemático do método, é vista como a
resposta porque, supostamente, acaba com o “problema” da reflexividade.”
Supostamente, porque, na senda de Barthes, Usher admitiu que o método
seja “um espectáculo montado no texto.”36
Este autor destacou, então, a necessidade de “revelar, compreender e
analisar não só o "produto" do conhecimento, mas também a sua "produção"
e por isso, o seu "produtor"”37 e apontou algumas formas de "resolver" o
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CAPÍTULO DOIS – O MÉTODO
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CAPÍTULO DOIS – O MÉTODO
38 Já o mesmo não se pode dizer dos restantes conceitos que Usher propôs, pois, pelo
menos em Aguiar e Silva (2002), “subtexto” e “contexto” não correspondem às
mesmas definições que em Usher.
39 Júlia Kristeva, em “ Recherches pour une sémanalyse”, cit. por Monteiro
(2001:82).
40 Aguiar e Silva (2002:625). Este autor observou também que alguns autores
designam por “subtexto” como algo equivalente a “intertexto”.
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CAPÍTULO DOIS – O MÉTODO
Em síntese, o texto de Usher (1996) que tem vindo a ser citado põe
em evidência determinados aspectos: a investigação é uma prática social; a
investigação é, sempre e também, escrita, e portanto, uma prática de
produção textual mediada pela relação com outros investigadores; também,
por esta razão e por consequência, a reflexividade habita o âmago da
actividade de pesquisa.
Põe em evidência, também, que “a investigação é sempre mais do
que apenas "descobrir" acerca do "mundo" [pois] os significados, depois de
tudo, são apreendidos não através da intenção individual mas através de
transacções intersubjectivas” (Usher, 1996:50-51).
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CAPÍTULO DOIS – O MÉTODO
4. CONCLUSÃO DA PARTE I
Face à manifesta diversidade de perspectivas e metodologias
reconhecidas no âmbito da investigação educacional, torna-se necessário que
os investigadores conheçam os percursos possíveis, e seus fundamentos,
antes de prosseguirem na realização das suas pesquisas.
Como já foi dito neste capítulo, os textos são quase sempre o que
sobra de mais concreto da maior parte das pesquisas levadas a efeito,
especialmente nas áreas das Ciências Sociais ou das Humanidades. Por isso,
a análise de textos deve ser tomada como uma estratégia a considerar
sempre que a intenção seja dar resposta às supra mencionadas palavras de
Clifford (1973), de Popkewitz (1984) e de Lagemann (2000), quando
incitaram os investigadores a conheceram o passado da área de estudos na
qual se movem. Também é uma estratégia para o reconhecimento e resposta
activa às já citadas palavras de M. T. Estrela (1986), quando, implícita e
subtilmente, criticou os investigadores por desconhecerem a investigação
educacional.
Ou seja, a construção de um entendimento sobre o significado de
investigar no âmbito da educação, mesmo que se aceite que tal
entendimento será sempre parcelar, não dispensa uma perspectivação do
passado, próximo ou longínquo. A análise de textos normativos constitui
uma oportunidade a partir da qual esse entendimento pode ser construído,
enquadrada numa perspectiva mais ampla de a investigação educacional se
pensar a si própria.
Por estas razões, neste trabalho procurei, e aplicando recursos
conceptuais de diferentes âmbitos da análise textual, uma perspectiva da
investigação educacional baseada em textos normativos, pois estes textos
revelam sempre mais do aquilo que neles figura objectivamente explicitado.
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CAPÍTULO DOIS – O MÉTODO
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PARTE II - PERSPECTIVAS
CAPÍTULO TRÊS – HISTÓRIAS DA INVESTIGAÇÃO
EDUCACIONAL
CAPÍTULO TRÊS – HISTÓRIAS DA INVESTIGAÇÃO EDUCACIONAL
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CAPÍTULO TRÊS – HISTÓRIAS DA INVESTIGAÇÃO EDUCACIONAL
1. RAZÕES E TENDÊNCIAS
Compreender o passado, para investigar o presente e poder
perspectivar o futuro mediante a análise de textos normativos implica um
enquadramento mais amplo e aprofundado. O ponto de partida para esse
enquadramento foi a demarcação de algumas questões que surgem, com
mais frequência, quando o tema é a cientificação da educação, como foi feito
ao longo da Parte I.
Em coerência, mostrou-se imprescindível ler um tipo particular de
textos normativos, aqueles textos que, explicitamente, se propuseram fazer
a história da investigação educacional, de forma a tomá-los como lugar
matricial de pesquisa, uma vez que foram textos estruturalmente
construídos para narrar uma versão de uma área de estudos.
Interessava conhecer, sobretudo, as posições daqueles autores que,
de algum modo, se situavam dentro do que se convencionou chamar de
investigação educacional, observado, assim, o modo como esta se narrou a si
própria.
Contudo, os textos que respondessem àquele critério (fazer a história
da investigação educacional), além de não perfazerem uma quantidade
considerada bastante para permitir tirar conclusões satisfatórias, revelaram
interpretações nem sempre coincidentes, pelo que se tornou necessário
recorrer, ao longo deste trabalho, também a outros textos que, sem fazerem
da perspectiva histórica o fio estruturador da sua argumentação, não
deixam de fornecer pistas sobre o tema, mesmo que de forma indirecta.
Tendo em atenção argumentos como os apresentados por Usher
(1996), por Antunes (2001) e por Brown & Jones (2001), já referidos, é
preciso não esquecer que os textos de e sobre investigação são, antes de
mais, textos e, como tal, eles não são os mostruários objectivos e fiéis de uma
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CAPÍTULO TRÊS – HISTÓRIAS DA INVESTIGAÇÃO EDUCACIONAL
44 No caso dos autores dos textos analisados no presente capítulo, tanto R. Travers,
como G. De Landsheere, como E. Lagemann eram já autores reconhecidos,
mesmo antes de os textos aqui sob escrutínio terem sido publicados, como se
pode constatar na introdução dos números dois, três e quatro, deste capítulo.
84
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CAPÍTULO TRÊS – HISTÓRIAS DA INVESTIGAÇÃO EDUCACIONAL
referências completas, nem mesmo o título – para onde aquele autor remete,
junto com a já referida obra De Landsheere, de 1986, quem quiser saber
mais sobre a história da investigação educativa no mundo.
Tive notícia também de um documento policopiado, “The history of
educational science”, da autoria de H. Tenorth, citado por Escolano Benito,
com os seguintes comentários, os quais traduzem a desconfiança na
possibilidade de uma ciência da educação: “O professor Tenorth fez notar
como, incluindo hoje, a pedagogia que cultivam os académicos não conseguiu
um estatuto disciplinar que se possa considerar definitivamente assumido, o
que faz que a história da construção da “ciência da educação” seja em parte
a “história de uma quimera.”46
Esta escassez de textos assumida e exclusivamente sobre a
investigação educacional (com esta ou outra designação endossada à
cientificação da educação) não deixa de ser significativa, pois pode ser tida
como mais um indício a confirmar as indefinições quanto à identidade e à
autonomia do conceito em questão.
Em sentido inverso, a existência de textos que se assumem como
fazendo a história da investigação educacional também significa que os seus
autores, certamente não ignorando as incertezas que sempre têm
acompanhado a cientificação da educação, optaram por assumir, e apesar
disso, a coerência de um corpo disciplinar autónomo, com um objecto e uma
história. Esta assunção também se reveste, em si, de significado e convive
melhor com a delimitação de um corpo disciplinar.
Nesta categoria de textos/ autores, destaca-se Lagemann (2000:xiv),
que justificou detalhadamente a sua opção, depois de reconhecer que,
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CAPÍTULO TRÊS – HISTÓRIAS DA INVESTIGAÇÃO EDUCACIONAL
“apesar de a educação ser de há muito uma das mais vastas áreas de ensino
universitário, o saber educacional tem sido amplamente ignorado nos
escritos recentes sobre a universidade e sobre os seus esforços de pesquisa ”.
Ou seja, sendo certo que distintos autores colocam sérias reticências
a que se considere a existência de uma disciplina de investigação
educacional, outros autores assumem-na, logo nos títulos das suas obras, e
dela se propõem fazer a história, mesmo que o conteúdo dos respectivos
textos evidencie, de formas mais ou menos explícitas, que o percurso
daquela está longe de ser homogéneo ou pleno de consensos, ou mesmo que o
conteúdo dos textos deixe perceber, também, algumas indefinições e/ou
contradições quanto às afirmações de autonomia da ciência da educação.
Apresento a seguir, então, uma síntese e comentários sobre os
principais aspectos com relevo para o presente trabalho de quatro textos,
cujos títulos anunciam que se propõem fazer a história da investigação
educacional:
- De Landsheere (1988);
- De Landsheere (1999);
- Travers (1992);
- Lagemann (2000).
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2. AS HISTÓRIAS DE DE LANDSHEERE
Os textos da autoria de Gilbert De Landsheere de 1988 e de 1999
apresentam o mesmo título: “History of educational research”.
Trata-se de um texto que foi sendo reeditado, traduzido e retomado,
ora sem, ora com alterações. A primeira indicação que tenho da sua
publicação é de 1985,47 como entrada na “International encyclopedia of
educational research”, dirigida por Husén & Posthlewaite.48
Esta enciclopédia foi traduzida para castelhano em edição de 1991 e
inclui vários volumes, sendo legítimo supor que tem tido grande impacto na
sua área (a julgar pela frequência com que são citadas entradas nela
constantes). Tem uma segunda edição, de 1994, e li referências, não
confirmadas, sobre outra possível edição, à qual não tive acesso.
Algumas das entradas desta enciclopédia (que referencio, a partir da
tradução em castelhano, como Húsen & Postlethwaite, 1991/1985) foram
retomadas, com ou sem alterações, no volume Keeves (1988a) e no volume
Keeves & Lakomsky (1999a). Estas duas obras, elaboradas a partir da
referida enciclopédia, são de menor envergadura mas, aparentemente, com
potencial de influenciar a sua área de interesse.
Assim, após a publicação naquela enciclopédia internacional, o texto
de De Landsheere em apreço voltou a ser publicado em Keeves (1988a),
“Educational research, methodology and measurement: an international
handbook” – versão analisada no presente trabalho, com a referência De
Landsheere (1988).
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CAPÍTULO TRÊS – HISTÓRIAS DA INVESTIGAÇÃO EDUCACIONAL
Importa considerar, então, não apenas a síntese dos dois textos, mas,
particularmente, as permanências e as mutações do texto dos anos 90 face
ao texto dos anos 80, relacionando-as com os conceitos atrás referidos, com a
finalidade de ampliar as perspectivas sobre o entendimento sobre a evolução
da cientificação da educação.
G. De Landsheere é um nome eminente na educação em geral, autor
de trabalhos de referência em várias áreas do campo educativo, mesmo para
além do tema da investigação educacional.50
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alterações valorizáveis.
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como também foi descrito por Helmstadter (1970). Por isso, mesmo sabendo
que goza de uma autoridade de especialista na matéria que justificou a
escolha do seu nome para assinar aquele texto (ou talvez por causa disso), o
autor do texto tentará informar do modo mais compreensivo possível.
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Aquilo que Travers não disse, tanto quanto o que ele disse, contribui para
marcar a delimitação que o autor fez sobre o que entende por investigação
educacional. Ou seja, Travers excluiu daquele âmbito a recolha e análise
sistemática de dados empíricos de base qualitativa ou associados a outros
critérios do âmbito das teorias de mudança social.
Mas, deve ser sublinhado, a exclusão de Travers não foi explicitada e
muito menos justificada, como aconteceu e acontece em textos de outros
autores que explicitamente se referiram e explicaram aquelas abordagens,
embora para lhes negar espaço à luz de critérios que previamente
estabeleceram para caracterizar a investigação educacional, como foi o caso
de La Orden (1985a).
De facto, La Orden reconheceu legitimidade a outros paradigmas,
outras “linhas de investigação pedagógica” (a linha empírica e a linha
crítica).84 Contudo, La Orden (1985a) privilegiou a linha empírica, por
considerar ser a mais representativa do estado da investigação educacional
da época em que o texto foi escrito.
Ou seja, La Orden reconheceu que a época histórica em que o seu
texto era produzido condicionava as suas opções, sem que para tal tivesse
que negar as opções alternativas.
Ora, ao contrário de La Orden, Travers nem sequer negou a
existência de outras perspectivas de investigação, sendo que podia tê-lo
feito, com base em razões de quantidade de estudos realizados ou de défice
de cumprimento de algum tipo de critérios, como alguns autores fizeram e
fazem.85
Travers omitiu simplesmente a existência de outros paradigmas,
deixando vazio o espaço que um texto sobre a história da investigação
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86 Esta obra, Thorndike (1922/1904), é citada em muitas das obras que abordam o
tema da evolução da investigação educacional como a mais influente do
desenvolvimento na área, durante décadas.
87 Thorndike, citado por Lagemann (2000:57).
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4.2 D IALOGISMOS
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trabalho daqueles que lhes estiveram na origem. Ou, dito de outra forma,
Lagemann não ignorou, antes salientou, os modos como, e para utilizar as
palavras de McLaren (1995:276), “o poder opera como uma força reguladora
que centraliza e unifica discursos e subjectividades frequentemente
conflitivos e em competição.”
Outro aspecto em que a história de Lagemann difere notavelmente
das outras três histórias da investigação educacional, anteriormente
examinadas, é no destaque que é conferido às mudanças nos sucessivos
papéis dos professores na investigação educacional.
Assim, tanto em Travers (1992), como em De Landsheere (1988;
1999), as práticas (e, por consequência, os professores), são apenas uns dos
destinatários das aplicações da investigação educacional.
Pelo contrário, em Lagemann (2000), são extensas as referências às
práticas e, por consequência, aos professores. Os professores estão
presentes, não só em meticulosas referências a tentativas que, ao longo do
século XX, se verificaram, de acreditar a investigação empírica associada às
práticas, como também são parte activa das concretizações mencionadas
sobre as duas últimas décadas e de parte substancial das expectativas ou
propostas com que o livro termina.
Em Lagemann (2000) é criticada a estreiteza de visão que orientou a
investigação educacional durante cerca de sete a oito décadas, sendo
anotado, por exemplo, que a investigação processo/produto tinha falhado em
captar os ingredientes críticos da investigação educacional; e sendo
criticado, também, os modos como algumas ideias são implementadas
através do carisma, influências ou modas.
O texto de Lagemann em análise, sendo uma crítica acutilante aos
percursos da investigação educacional, baseada numa análise histórica,
pode constituir, em simultâneo – e também por causa disso – um poderoso
instrumento de renovação e esperança daquela.
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INVESTIGAÇÃO
CAPÍTULO QUATRO – PARADIGMAS DE INVESTIGAÇÃO
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PARADIGMAS DE INVESTIGAÇÃO
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CAPÍTULO QUATRO – PARADIGMAS DE INVESTIGAÇÃO
94 Para mais informações sobre esta enciclopédia, p. f. ver o início do número dois,
do Capítulo três.
95 De facto, a referida enciclopédia inclui diversas entradas que remetem para
linhas de investigação alternativas à linha privilegiada por Medley, por exemplo:
Stenhouse (1991); Taft (1991); Elliott (1991); Kemmis (1991); Hall & Kassam
(1991).
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2. A ESCOLHA DE UM CONCEITO
Variam bastante as designações escolhidas pelos autores para
registar a existência de distintas perspectivas de investigar. Vão neste
sentido as palavras de M. Teresa Estrela (1997:11), quando registou as
dificuldades em definir critérios de organização dos paradigmas de
abordagem (da literatura relativa à profissão docente), referindo “a falta de
precisão terminológica, aliás comum a grande parte da investigação
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102 Como acontece muitas vezes com qualquer síntese, também esta tentativa de
resumir o entrelaçado dos conceitos expostos em Kuhn (1997) deixa a certeza de
que se peca, pelo menos, por defeito. Esta síntese não pretende substituir a
leitura da obra, antes destacar alguns aspectos úteis para o que aqui se procura
defender.
Kuhn reviu a sua teoria original, em: Kuhn, T. (1974) - Second thoughts about
paradigms. In Suppe, F., ed. - “The structure of scientific theories” . 2.ª ed.
Chicago: University of Illinois Press.
Não tive acesso a esta obra que, admito, fizesse alterar algo do que aqui escrevo
sobre a teoria original de Kuhn; não deixei de reparar, não obstante, que, mesmo
em textos dos anos 90 e já pós-2000, o texto de Kuhn, “The structure of scientific
revolutions”, continua a ser muito mais citado do que textos posteriores, como
“Second thouhgts about paradigms”, ou como “A tensão essencial” (1989).
Portanto, a obra que parece continuar a ser mais citada é Kuhn (1997).
103 A primeira edição de “ The structure of scientific revolutions” , de T. Kuhn, é de
1962; a segunda edição, revista, é de 1970; a tradução que consultei no presente
trabalho é de 1979, feita a partir da 2.ª edição.
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105 Kuhn (1989:354). Lembremos que a data da primeira publicação da obra aqui
referenciada como Kuhn (1997) é de 1962.
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“os integrantes destas redes enviam uns aos outros os seus artigos
antes de os publicar, celebram reuniões, mantém correspondência
para comunicarem as suas ideias e dispõem de laboratórios onde
trabalhar juntos. Estes pequenos círculos sociais, que
frequentemente possuem um carácter elitista, fixam as prioridades
em matéria de investigação e de recrutamento e formação de novos
estudantes, além de vigiar as modificações na estrutura da sua área
de conhecimento.”
106 As comunidades científicas têm sido objecto de análise em vários países. Para
estudos sobre este tema, em Portugal, cf. M. E. Gonçalves (1993) e Jesuíno
(1995).
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problemas, pôde acreditar-se que, num prazo não muito dilatado, os métodos
da ciência positivista conseguiriam resolvê-los.
Este estilo de pensamento tem contribuído para o enorme progresso
de diversos campos da actividade da humanidade: os desenvolvimentos das
tecnologias, os avanços nas ciências, particularmente nas Ciências Naturais.
A ciência positiva ganhou credibilidade porque tem dado respostas a
múltiplas questões das mais diversas áreas: na física, na química, na
biologia, na medicina.
Retomando o Quadro n.º 2, pode dizer-se que o positivismo se situa
nas concepções objectivistas, sendo um método de procura de saber que
admite que se podem descobrir as causas das coisas e, consequentemente,
fazer predições de acontecimentos/ comportamentos futuros com base em
acontecimentos/ comportamentos actuais.
Ou seja, se a realidade social é idêntica à natureza, então pode
produzir-se acerca dela um tipo de conhecimento idêntico. Tal implica, como
explicaram Cohen & Manion,108 que os procedimentos metodológicos da
ciência natural se podem aplicar directamente às ciências sociais. Assim, o
cientista social pode observar a realidade social de modo idêntico ao que
faria se estivesse a observar a natureza.
Outra implicação de se considerar a ciência natural como o
paradigma do conhecimento humano é que o produto final das investigações
do cientista social pode formular-se em termos paralelos aos da ciência
natural, ainda de acordo com Cohen & Manion,109 daí podendo retirar-se leis,
ou generalizações como leis. A ciência positiva admite que consegue obter o
melhor conhecimento possível da realidade natural ou da esfera do humano
e social, embora reconhecendo as suas insuficiências, as quais, e em teoria,
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CAPÍTULO QUATRO – PARADIGMAS DE INVESTIGAÇÃO
6.2 O PÓS-POSITIVISMO
110 Embora Borg & Gall citem repetidas vezes vários artigos dispersos de Phillips
que foram editados posteriormente em compilação deste autor e que é citada, no
presente trabalho, sob a referência Phillips (2000b).
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CAPÍTULO QUATRO – PARADIGMAS DE INVESTIGAÇÃO
que é para Phillips (2000b), porque refere aqueles métodos que surgiram a
seguir ao positivismo, ou seja, os métodos qualitativos.111
No presente trabalho, emprega-se a expressão “pós-positivismo” no
sentido da acepção desenvolvida por Phillips.
Se é certo que, no início do desenvolvimento do método científico, em
amplos círculos parecia que através de abordagens positivistas seria viável
resolver grande parte dos problemas em diversas áreas, algumas das
expectativas mais optimistas foram sendo frustradas à medida que o século
XX avançava e se constatavam alguns efeitos perversos em geral (com
implicações, por exemplo, na área do ambiente, ou nos genocídios culturais
que percorreram de forma acelerada grande parte do século XX), bem como
as fraquezas de alguns resultados nas áreas das Ciências Sociais, em
particular.
Os manuais sobre investigação educacional das últimas duas
décadas tendem a reflectir estas alterações na percepção das virtualidades
dos métodos positivistas.
A este propósito, Cohen & Manion (1990:37) comentaram que o
positivismo teve um sucesso menos evidente no estudo do comportamento
humano do que nas Ciências Naturais, dado que a “imensa complexidade da
natureza humana e a qualidade fugaz e intangível dos fenómenos sociais
contrastam fortemente com a ordem e a regularidade do mundo natural.” A
perspectiva positivista da realidade social e dos consequentes métodos de
estudo apropriados para o seu estudo não monopolizou, por isso, as
interpretações de base científica sobre a realidade social.
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CAPÍTULO QUATRO – PARADIGMAS DE INVESTIGAÇÃO
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CAPÍTULO QUATRO – PARADIGMAS DE INVESTIGAÇÃO
cujos lemas era “se não pode ser visto ou medido, não vale a pena falar dele ”
(Phillips, 2000b:163) – foram atenuadas pela introdução de matizes e de
maior liberdade metodológica do positivismo na sua versão pós-positivista,
também era certo que todos os relativistas em geral, como são os seguidores
da teoria crítica ou da investigação feminista, cujas apreciações sofreram o
grande impulso após a teoria de Kuhn, acabaram por mostrar mais pontos
de acordo com as posições do positivismo lógico do que gostariam de admitir.
Numa obra na qual Phillips é co-autor, Phillips & Burbules (2000),
afirma-se que as semelhanças entre o mundo social e o mundo físico são as
suficientes (pelo menos no nível macro) como para considerar que muitos dos
métodos que são próprios das Ciências Naturais também são os mais
apropriados para investigar as áreas das Ciências Sociais: “Descobrir [as]
regularidades do nível macro e os factores que as influenciam é uma faceta
importante da ciência social e da investigação educacional, e tal pode
assemelhar-se extraordinariamente à investigação nas Ciências Naturais ”
(Phillips & Burbules, 2000:86).
Não havendo motivo, “em princípio, para que a investigação
educacional de nível macro não possa ser naturalista ”, de acordo com
Phillips & Burbules (2000:86), estes autores defenderam que os
investigadores da educação tivessem uma sólida formação em temas como
estatística, designs experimentais ou modelos matemáticos.
Phillips & Burbules (2000:86) consideraram como critério
fundamental para considerar a investigação como científica que ela
responda a “padrões de verdade e de falsidade que sujeitem as hipóteses (de
qualquer tipo) ao teste e assim a potencial não confirmação e a serem
abertas à crítica.”
Estes autores afirmaram que nada há recear da ciência positivista
porque, mesmo que se chegue à conclusão que a resposta encontrada estava
errada, isso, em si, representa um avanço do conhecimento. A posição pós-
positivista seria uma orientação, não uma escola unificada de pensamento e
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CAPÍTULO QUATRO – PARADIGMAS DE INVESTIGAÇÃO
o seu maior desafio seria saber como é que o pós-positvismo pode acomodar a
perspectiva social.
Assim, e apesar de Phillips & Burbules (2000) terem criticado
duramente e repetidas vezes os estudos qualitativos, não deixaram de os
aceitar, especialmente numa função de aperfeiçoamento dos estudos
quantitativos.
O pós-positivismo será, então uma versão mais tardia do positivismo,
que abandonou alguma rigidez metodológica, aceitando a colaboração de
certos métodos mais em uso no paradigma qualitativo.
A ciência social positiva distingue-se, assim, por determinadas
características derivadas das suas semelhanças com as Ciências Naturais,
das quais se destacam: a atomização do objecto de estudo; isolamento e
manipulação de variáveis; explicação das relações entre variáveis através de
procedimentos estatísticos; a assunção da neutralidade da observação do
investigador; a oposição entre objectividade e subjectividade, pressupondo
objectos e objectivos de estudo imunes à consciência; a procura de leis ou
generalizações; a oferta de descrições ou explicações de base quantitativa; a
preferência pelo método experimental bem como por inquéritos a grandes ou
médios grupos; produção de um conhecimento de carácter tendencialmente
cumulativo; a separação do investigador do investigado.
Na área da educação, algumas das vantagens do paradigma
positivista podem sintetizar-se em que as análises quantitativas permitem
que se tornem evidentes certos padrões, aumentando assim o conhecimento
sobre as situações analisadas que permita prever e controlar os fenómenos
educativos e a partir do qual se poderão estabelecer estratégias de mais
sólido apoio às políticas e às práticas educativas.
Quanto às principais desvantagens deste paradigma elas resumem-
se, de acordo com Soltis (1992), a que facilmente tende a tratar o ensino, a
aprendizagem e a educação como processos mecânicos e tecnológicos,
evitando encará-los como processos criativos e artísticos.
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na descoberta de regularidades;
na reflexão.
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“a) é mais inclusivo que muitos dos outros (por exemplo, etnografia
ou estudo de casos);
b) evita a conotação de definir estes enfoques como essencialmente
não quantitativos (conotação que, sim, transporta o termo
qualitativo), dado que certo tipo de quantificação costuma usar-se no
trabalho; e
c) regista o aspecto clave da semelhança familiar entre os distintos
enfoques: o interesse da investigação centra-se no significado
humano, na vida social e na sua dilucidação e exposição por parte do
investigador.” (Erickson, 1989:196)
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ser descritiva;
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116 B. S. Santos (1999) referiu-se, também, a uma versão da “teoria crítica pós-
moderna”.
117 Arnal et al (1992:41), citando Foster, em 1980.
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Positivista Interpretativo
Paradigma
(racionalista, (naturalista, Sociocrítico
/dimensão
quantitativo) qualitativo)
Fenomenologia.
Positivismo lógico.
Fundamentos Teoria Teoria crítica
Empirismo
interpretativa
Objectiva, Dinâmica, Compartilhada,
estática, única, múltipla, histórica,
Natureza da
dada, holística, construída,
realidade
fragmentável, construída, dinâmica,
convergente divergente divergente
Compreender e Identificar
Explicar, predizer,
interpretar a potencial de
controlar os
realidade, os mudança,
Finalidade da fenómenos,
significados das emancipar
investigação verificar teorias.
pessoas, sujeitos.
Leis para regular
percepções, Analisar a
os fenómenos
intenções, acções realidade
Independência.
Neutralidade. Não Relação
Dependência.
Relação se afectam. influenciada pelo
Implicação do
sujeito/ Investigador compromisso. O
investigador.
objecto externo. Sujeito investigador é um
Inter-relação
como “objecto” de sujeito mais
investigação
Neutros.
Investigador não
influenciado por Explícitos. Partilhados.
Valores valores. Influenciam a Ideologia
O método é investigação. partilhada
garantia de
objectividade
Dissociadas,
constituem Indissociáveis.
Relacionadas.
Teoria/ entidades Relação dialéctica.
Retro alimentação
Prática distintas. A A prática é teoria
mútua
teoria, norma em acção
para a prática
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CAPÍTULO QUATRO – PARADIGMAS DE INVESTIGAÇÃO
Positivista Interpretativo
Paradigma
(racionalista, (naturalista, Sociocrítico
/dimensão
quantitativo) qualitativo)
Inter
Validez, Credibilidade,
Critérios de subjectividade,
fiabilidade, confirmação,
qualidade validez
objectividade transferibilidade
consensuada
Qualitativos,
Quantitativos.
descritivos. O
Medição de testes,
Técnicas: investigador é o Estudo de casos.
questionários,
instrumentos, principal Técnicas
observação
estratégias instrumento. dialécticas118
sistemática.
Perspectivas
Experimentação
participantes
Quantitativo:
Qualitativo:
Análise de estatística Inter subjectivo.
indução analítica,
dados descritiva e Dialéctico
triangulação
inferencial
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Supõe-se que a investigação-acção também deveria estar explicitamente incluída
nesta categoria.
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122 Com a publicação, em 1969, de: “ The practical: a language for the curriculum” ,
de acordo com Kemmis (1988).
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123 Dewey (1929). Lembra-se que, segundo Lagemann (2000), foi nesta obra que
Dewey mais profundamente expôs o seu pensamento sobre a ciência da
educação.
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124 Não encontrei em Língua Portuguesa uma tradução satisfatória para este termo,
pelo que ele não é traduzido. “Empowerment” vem de “power”, poder,
capacidade, possibilidade. “Empower” significa conceder plenos poderes. Miles &
Huberman (1994:306, citando Lincoln & Guba), definiram “empowerment” como
(...)
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CAPÍTULO QUATRO – PARADIGMAS DE INVESTIGAÇÃO
126 Pelo menos nos projectos de investigação-acção dos tipos 2 e 3 (de McKernan,
1997, já referidos); sobre os projectos do tipo 1, só uma análise mais aprofundada
dos estudos efectivamente realizados poderia permitir afirmações mais
assertivas.
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CAPÍTULO QUATRO – PARADIGMAS DE INVESTIGAÇÃO
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CAPÍTULO QUATRO – PARADIGMAS DE INVESTIGAÇÃO
9. CONCLUSÃO
A caracterização que aqui se esboçou sobre os paradigmas de
investigação, sem pretender ser exaustiva e descrever os paradigmas em
todas as suas vertentes, pretendeu fundamentar a construção de uma grelha
de análise para aplicar a um conjunto de textos normativos sobre
investigação educacional e deixar pistas para enquadrar os argumentos dos
textos normativos examinados mais à frente, nos Capítulos seis e sete.
De um modo geral, a investigação em Ciências Sociais, e em
educação em particular, por certo, gira em torno de um e/ou de dois grandes
pólos: conhecer e modificar. A ênfase, a perspectiva e a prioridade que cada
trabalho de investigação atribui a estes dois pólos facilita a associação com
uma ou outra concepções da realidade educativa.
Ou seja, todo o trabalho que se assume de investigação pretende
conhecer e pretende mudar. No entanto, alguns trabalhos dão prioridade ao
conhecimento, embora seja mais ou menos implícito que tal conhecimento
servirá para mudar; outros trabalhos, pelo contrário, enfatizam a mudança,
sendo geralmente explícito que, para mudar, é preciso conhecer e, como tal,
o trabalho propõe-se conhecer para mudar.
Para além disso, também os objectos e os modos de conhecer podem
variar de forma notável; por exemplo, pode pretender-se ou não manipular
variáveis, mais ou menos isoladas dos contextos; pode dar-se ou não
prioridade às perspectivas do sujeito investigado; ou pode entender-se que o
conhecimento é algo partilhado entre os vários intervenientes.
Do mesmo modo, as mudanças que se pretendem podem ser relativas
a indivíduos, a pequenos grupos, ou mesmo mudanças socio-políticas de
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CAPÍTULO QUATRO – PARADIGMAS DE INVESTIGAÇÃO
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PARTE III – TEXTOS EM ESCRUTÍNIO
CAPÍTULO CINCO – SELECÇÃO DE TEXTOS E
GRELHA DE ANÁLISE
CAPÍTULO CINCO – SELECÇÃO DE TEXTOS E GRELHA DE ANÁLISE
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CAPÍTULO CINCO – SELECÇÃO DE TEXTOS E GRELHA DE ANÁLISE
1. CRITÉRIOS
Como já foi dito no Capítulo dois, os textos normativos são
considerados como um dos factores presentes no condicionamento da
evolução da pesquisa em educação, pois eles condicionam a pesquisa e são
condicionados por ela. Lembremos as observações de Kuhn (1997) sobre a
importante função que atribuiu, concretamente, aos manuais científicos, na
preparação dos estudantes da ciência e dos próprios profissionais da ciência.
A análise de textos que se assumem como da investigação
educacional (ou da ciência da educação, ou de qualquer outro tipo de
formulação que nos permita concluir estarmos perante um texto pertencente
ao movimento de cientificação da educação) e que, de algum modo,
contribuem para a normalização do mesmo, afigura-se, assim, como um
lugar/ modo privilegiado de observação das distintas posturas face às
possibilidades de pesquisar a educação, pois permite apreciar de que modo
os textos que se assumem da área da investigação educacional reflectem as
tendências próprias de cada época, incluindo, se for caso disso, a sua versão
das características básicas dos paradigmas que reconhecem.
Como qualquer tipo de texto sobre qualquer assunto, os textos sobre
investigação educacional, ao debruçarem-se sobre ela, dizem sempre mais do
que aquilo que neles está objectivamente explicitado, especialmente se
postos em relação uns com os outros, como já foi demonstrado, no Capítulo
três, através do exame aos quatro textos assumidamente sobre história da
investigação educacional.
Na impossibilidade prática de deixar constância da análise de textos
sobre investigação educacional, numa linha cronológica contínua, optei por
analisar dois conjuntos de textos, correspondendo a dois pólos temporais: um
conjunto textos do início do movimento de cientificação da educação, das
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CAPÍTULO CINCO – SELECÇÃO DE TEXTOS E GRELHA DE ANÁLISE
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CAPÍTULO CINCO – SELECÇÃO DE TEXTOS E GRELHA DE ANÁLISE
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CAPÍTULO CINCO – SELECÇÃO DE TEXTOS E GRELHA DE ANÁLISE
2. TIPOLOGIA GERAL
Os textos aqui considerados têm em comum o facto de
corresponderem a discursos sobre a investigação educacional (ciência da
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CAPÍTULO CINCO – SELECÇÃO DE TEXTOS E GRELHA DE ANÁLISE
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CAPÍTULO CINCO – SELECÇÃO DE TEXTOS E GRELHA DE ANÁLISE
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CAPÍTULO CINCO – SELECÇÃO DE TEXTOS E GRELHA DE ANÁLISE
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CAPÍTULO CINCO – SELECÇÃO DE TEXTOS E GRELHA DE ANÁLISE
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CAPÍTULO CINCO – SELECÇÃO DE TEXTOS E GRELHA DE ANÁLISE
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CAPÍTULO CINCO – SELECÇÃO DE TEXTOS E GRELHA DE ANÁLISE
de forma evasiva, para sustentar (ou, por vezes, para negar) a cientificidade
de um dado projecto de pesquisa em educação.
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CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS
RECENTES
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
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CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
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CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
1. NOT (1984C)
Not (1984c)127 é uma obra de reflexão de vários autores que oferece
um conjunto de considerações de ordem filosófica/ epistemológica sobre as
possibilidades de uma ciência específica para a educação.
Na introdução, é referido que tratará das “relações entre aquilo que
actualmente se chama ciências da educação e a ciência de intervenção
educativa ” (Not, 1984c:13), sendo perceptível o argumento, ao longo da obra,
de que a simples acumulação dos conhecimento oriundos das várias
disciplinas auxiliares da educação não dá respostas satisfatórias às
problemáticas educativas.
Alguns textos de L. Not explicitam as propostas fundamentais e
estruturantes desta obra colectiva. Assim, em Not (1984b:28), é explicitado
que se parte da noção de que “uma ciência se define pelo seu objecto e pela
sua epistemologia que é, ao mesmo tempo, teoria do conhecimento científico
que ela permite alcançar, e análise crítica dos métodos a que ela recorre
para lá chegar.”
A ciência da educação teria um cariz interdisciplinar, recorrendo às
várias disciplinas auxiliares (psicologia, sociologia, linguística, biologia, …)
no sentido de iluminar o conhecimento para uma prática mais aperfeiçoada:
127
Tal como foi explicitado no Capítulo cinco, volto a lembrar que os textos
específicos de síntese de cada um dos textos analisados nos Capítulos seis e sete
não pretendem resumir os textos em todas as suas facetas.
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CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
Sendo certo que cada uma das ciências auxiliares tem o seu objecto
próprio, e que, por vezes, também o perspectivam na área da educação, as
questões educacionais não constituem, contudo, o seu problema. A ciência da
educação, essa sim, “tem o seu objecto próprio, e é a partir dos problemas
que ele lhe coloca que ela interroga as ciências a que se associa ” (Not,
1984b:36).
Nas conclusões, é explicado como as várias interrogações que as
disciplinas auxiliares colocam podem estar relacionadas com a educação,
sendo que, todavia, as informações advindas dos questionamentos das
ciências auxiliares só se tornam operatórios (em termos educativos) se forem
coordenadas a partir de questionamentos da educiência.
À educiência caberia, então, não apenas identificar a “problemática
comum prévia ”, que estaria presente já na fase da elaboração das
interrogações das ciências auxiliares, mas caberia, também, “colocar uma
problemática, coordenar as informações e desenvolver uma(s) investigação
original” (Not, 1984c).
O método adequado para desenvolver investigações no quadro da
educiência seria o método integrativo, que se consubstanciaria em distintas
abordagens (documentais, empíricas, reflexivas), apoiado nas distintas
ciências auxiliares. A sua originalidade residiria “na construção de uma rede
de inter-relações entre os factos recolhidos” (Not, 1984a:54).
O modo de actuação da investigação científica em educação basear-
se-ia nos dados (as situações ou documentos), submetidos à análise de algum
dos tipos de abordagem referidos, abordagem que seria integrada e
sistémica (Not, 1984a).
Embora esta obra trate diversas abordagens e métodos para uma
ciência específica da educação, não é um manual em sentido clássico, pois
241
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
128
Este diagrama não foi propositadamente traduzido para Língua Portuguesa,
para aumentar a visibilidade de que não se trata de um diagrama da
responsabilidade da autora do presente trabalho, mas sim de uma cópia do
original.
242
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
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CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
Abordagem Abordagem
histórico- comparativa
genética
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CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
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CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
Métodos e abordagens
para uma ciência
específica da educação
Abordagem Abordagem
filosófica dialéctica
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CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
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CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
2. LA ORDEN (1985A )
O texto em análise, La Orden (1985a) corresponde à introdução ao
tomo “Investigación educativa” (La Orden, 1985b), integrante de uma obra
mais vasta, o “Diccionário de Ciencias de la Educación”, coordenado por
Escolano Benito.
Neste texto, é reconhecida a diversidade metodológica da
investigação pedagógica:
249
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
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CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
Linhas de investigação
pedagógica
251
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
Grandes estratégias da
metodologia cientifico
empírica
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CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
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CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
(Paradigmas da investigação.
pedagógica)
Tipos de investigação sobre a
eficácia docente
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CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
255
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
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CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
A tradição
Teorização Teoria crítica
educacional O prático emergente
eminentes
257
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
Expressão
metodológica:
investigação-acção
258
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
5. POPKEWITZ (1988)
Segundo explicou o próprio autor (investigador e formador de
professores), Popkewitz (1988) começou por ser um manual para os seus
alunos. Contudo, o texto não se configura como um manual clássico, pois não
disponibiliza um conjunto de métodos e técnicas para uso no estudo da
educação, como é regra nos manuais clássicos.
Afirmando que “a investigação educativa é um tipo especial de
ciência social cujo foco é o ensino” (p.29), Popkewitz desenvolveu
considerações de ordem histórico-epistemológica sobre a investigação
educativa e sobre as funções do intelectual, com a finalidade de contribuir
para que os professores e os alunos desenvolvessem perspectivas críticas
relativamente à ciência.
Partindo da noção de paradigma de Kuhn, Popkewitz explicou que a
ciência da educação se desenvolveu em três paradigmas: empírico-analítico,
simbólico ou interpretativo e crítico (adaptados dos tipos de conhecimento
propostos por Habermas – empírico-analítico, histórico-hermêutico e crítico
– os quais não são estáticos, antes se encontram submetidos a processos de
mudança e debate contínuos).
Os desenvolvimentos dos paradigmas são contextualizados
historicamente, pois “além de constituir uma dinâmica social particular, a
ciência forma parte da história e é expressão das suas lutas e conflitos”
(p.82). Assim,
259
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
260
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
261
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
Paradigmas na ciência
da educação
262
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
6. KEEVES (1988A )
A grande maioria dos textos em Keeves (1988a) provém da
Enciclopédia dirigida por Husén & Postlethwaite (1991/1985).
O prefácio (Keeves, 1988c) e a introdução à secção um (Keeves,
1988b), contêm as referências mais relevantes quanto aos tópicos que
interessam ao presente trabalho.
As principais características da investigação educacional apontadas
foram a natureza complexa dos problemas educacionais e a sua natureza
multidisciplinar: “a investigação educacional é de natureza essencialmente
multidisciplinar” (Keeves, 1988b:5).
Com base na justeza de argumentos anteriormente avançados por
Popkewitz (1988/1984), segundo os quais os investigadores em educação
actuariam envolvidos em determinadas condições sociais e num
determinado papel social, é assumido que, “dependendo do contexto social no
qual a investigação é conduzida emergirão diferenças nas metodologias
usadas” (Keeves, 1988b:4).
Sendo assim, é declarado que se pretende oferecer “uma perspectiva
actualizada dos métodos de pesquisa que são usados na investigação de
problemas que surgem na área da educação” (Keeves, 1988c:xv).
Não obstante a notável variedade de perspectivas e de métodos
apresentados como estando em uso na pesquisa em educação, é
reiteradamente sustentado que “existe uma unidade na área que resulta
tanto das bases epistemológicas da pesquisa em problemas educacionais
[…], quanto de uma coerência que resulta de mudanças recentes na teoria
social” (Keeves, 1988c:xvii).
Em conformidade, é advertido que não era objectivo daquele manual
263
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
264
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
Métodos (paradigmas,
abordagens) de
investigação
educacional
Unidade e coerência
265
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
Métodos históricos
Investigação-acção
Métodos de estudo
Teoria crítica
de caso
Métodos de
Hermenêutica
investigação
etnográficos
Inquérito naturalista e
Professores como racionalista
investigadores
266
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
Métodos de investigação
educacional
Estudos experimentais
Estudos de inquérito
transversais
Métodos de investigação
de inquéritos
Métodos de investigação
longitudinais
Estudos “tracer”
267
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
Métodos de investigação
educacional
Investigação
politicamente
orientada
Investigação
legitimadora
Investigação
participatória
Avaliação para
utilização
268
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
7. HUSÉN (1988)
Este texto de meta-análise foi inicialmente publicado em Husén &
Postlethwaite (1991/1985) e só depois em Keeves (1988a).129
Partindo da noção de paradigma de Kuhn, Husén reconheceu dois
paradigmas principais na investigação em educação: o paradigma
neopositivista e o paradigma humanista, oferecendo abundantes referências
sobre episódios e sobre o contexto histórico, especialmente do paradigma
neopositivista.
Quanto paradigma humanista, Husén caracterizou-o dizendo que ele
se desenvolvera em três tendências:
A primeira, influenciada por Dilthey e outros filósofos, que, ao longo
do século XIX, sustentaram que as humanidades tinham uma lógica de
pesquisa distinta da lógica das Ciências Naturais. De entre eles, o francês
H. Bergson (1859-1941), para quem a realidade só podia ser percebida
através da intuição e não pelo intelecto.
Outra tendência identificada por Husén no seio do paradigma
humanista foi a protagonizada por Husserl (1859-1938). A filosofia
fenomenológica enfatiza a hermenêutica como modo de compreensão das
questões humanas, ao tentar aprofundá-las até às origens, ao rejeitar a
fragmentação do objecto de estudo como método e preferindo a visão
holística e em contexto real.
Finalmente, a terceira tendência identificada foi a filosofia crítica de
escola de Frankfurt (de Adorno, Horkheimer e Habermas), influenciada pelo
129 Foi retomado em Keeves & Lakomsky (1999), em versão que também se analisa
no presente trabalho, com a referência Husén (1999).
269
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
270
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
Paradigmas de investigação em
educação
271
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
272
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
273
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
130 Cf. Walker & Evers (1988:35) com Walker & Evers (1999:53-54).
131 Cf. Walker & Evers (1988:35) com Walker & Evers (1999:54).
274
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
Paradigmas
275
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
9. SHULMAN (1989)
Texto que inicia o primeiro volume da obra de maior envergadura
Wittrock (1989a, b, c), em três volumes, tradução de “Handbook of Research
on Teaching”,132 patrocinada pela AERA (“American Educational Research
Association”).
Em Wittrock (1989a,b,c) afirma-se a pretensão de ser uma obra de
referência e reflectir as alterações produzidas na área, desde a publicação da
obra que a precedeu, o “Second handbook of research on teaching” (Travers,
1973). Por sua vez, este “second handbook” teria tido por missão actualizar
os conhecimentos do “Handbook of research on teaching” (Gage, 1963a).
276
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
277
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
Perspectivas de
investigação
278
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
279
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
280
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
Enfoques da ciência
social
Perspectiva
integradora
(integra as duas
perspectivas,
Perspectiva de Perspectiva de conferindo um
comprovação exploração ou de papel chave à
de hipóteses descoberta teoria)
281
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
282
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
Métodos
Investigação na
etnográficos
acção
(estudo de caso)
Recordação
estimulada
283
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
284
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
285
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
286
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
134
Recorde-se que, como já foi anotado no Capítulo quatro, para Borg & Gall (1989),
pós-positivismo tem o sentido de qualitativo, diferente, portanto, do sentido nos
textos de D. Phillips, já citados.
287
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
288
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
289
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
Tipos de investigação
educacional
290
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
Investigação Método
observacional correlacional
291
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
Outros tipos de
investigação
Investigação
Investigação educacional e Técnicas de
avaliativa desenvolvimento investigação
educacional histórica
292
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
“Tendo presente que uma definição única deixa sempre muito pobre
um conceito tão amplo como a metodologia de investigação, o qual se
compreende somente depois de ter lido muitas páginas sobre o tema,
podemos tentar expressar o conceito actual de investigação
educacional como um ‘conjunto sistemático de conhecimentos acerca
da metodologia científica aplicada à investigação qualitativa de
carácter empírico’.” (p.8)
293
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
Paradigmas da investigação
pedagógica
294
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
Métodos de
investigação educativa
Meta-análise Investigação-
Investigação acção
experimental
295
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
Métodos de investigação
Estudos de
desenvolvimento
Longitudinais
Estudos de sondagem
Transversais
Estudos de observação
Cohortes
Estudos de correlação
De casos
Investigação avaliativa
Investigação histórica
Etnografia
Constructos pessoais
296
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
Metodologia qualitativa
Investigação Etnometodologia
etnográfica
297
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
Investigação-acção
Investigação
orientada Investigação Investigação Professor
para decisões participativa cooperativa investigador
Investigação
Investigação operativa e desenvolvimento
298
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
299
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
Normativo Interpretativo
300
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
Métodos de investigação
educativa
Investigação histórica
Investigação descritiva
Sondagens
Estudo de casos
Investigação correlacional
Experiências, quasi
experiências e investigação
de caso único
Investigação-acção
Relatórios
Triangulação
Psicodrama
Entrevista
Construções pessoais
Medida multidimensional
301
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
135 Atkin (1992). Trata-se, como já se disse, da mesma enciclopédia que inclui o
texto Travers (1992), analisado no Capítulo três do presente trabalho.
136 Soltis (1992:621), apoiando-se em Gage.
302
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
303
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
304
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
305
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
Paradigmas de investigação
educativa
306
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
Metodologias de investigação
educativa
307
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
Metodologias de investigação
educativa
308
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
Metodologias de investigação
educativa
Fenomenologia
Etnometodologia
Interaccionismo simbólico
309
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
Metodologias de investigação
educativa
Investigação Investigação-
avaliativa acção
310
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
311
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
Paradigmas de investigação
educacional
312
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
Categorias de investigação
313
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
Finalidades da investigação
314
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
Tipos de investigação
educacional
Estudos Investigação
descritivos experimental de
sujeito único
315
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
316
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
317
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
318
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
Epistemologia da Epistemologia da
explicação implicação
319
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
Outras (n)
320
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
321
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
Paradigmas/modelos/abordagens na
investigação social e na investigação
educacional
322
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
Técnicas de investigação
qualitativa
Interacção Estudo
Trabalho Biografias: a
em escolas e de caso
de campo entrevista na
etnográfico história de vida salas de aula
323
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
Experimental
Survey
Evaluation
Case study
Action research
Feminist
324
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
325
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
Empírica-analítica Humanista-
interpretativa
326
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
Investigação-acção
Outros (n)
327
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
137
Keeves (1988a), como já se viu, também foi elaborado a partir da enciclopédia
Husén & Postlethwaite (1991/1985).
328
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
329
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
330
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
Unidade
(Abordagem coerente que admite
vários métodos)
331
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
Métodos científicos
Métodos biográficos
Métodos de estudo de
caso
Métodos de investigação
etnográfica
Métodos históricos
Investigação narrativa
Investigação
naturalista e
racionalista Investigação-acção
Análise crítica de
discurso Teoria crítica em
educação
Hermenêutica
332
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
Abordagem coerentista
333
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
334
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
335
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
Paradigmas de investigação em
educação
336
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
337
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
Idealismo
continental Filosofia crítica
(Dilthey, (escola de
Bergson, …) Filosofia Frankfurt)
fenomenológica
(Husserl)
338
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
339
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
340
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
Paradigmas da investigação
na educação
Positivista Sociocrítico
(actualmente, Outras correntes
pós- paradigmáticas
positivista)
Unidade epistemológica
341
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
Modalidades de investigação em
educação
Metodologias de Metodologias
orientação empírico- orientadas para a
analítica transformação e a
Metodologias mudança
orientadas para a
interpretação e para
a compreensão
342
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
Modalidades da
investigação em
educação
Experimental
Estudos
descritivos
Quase Estudos
experimental comparativo- Inquérito
causais
Observação
Ex-post- Estudos de
facto desenvolvimento
Estudos
correlacionais
e preditivos
Outras (n)
343
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
Modalidades da
investigação em
educação
Investigação Investigação
etnográfica fenomenológica Estudo de casos
344
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
Modalidades de investigação em
educação
Investigação-
-acção
345
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
346
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
347
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
Modalidades de investigação em
educação
348
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
349
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
Abordagens
(estilos) de pesquisa
Investigação-
acção e o Estilo Estilo
modelo do “etnográfico” experimental
professor
investigador
350
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
27. EM SÍNTESE
Percorrendo, então, as representações gráficas sobre textos a partir
dos anos 80 do século XX, e respectivas anotações explicativas (apresentadas
no Capítulo seis), no que respeita fundamentalmente às perspectivas que
reconhecem sobre os modos de pesquisar a educação, revelam-se, em síntese,
diversas posições, algumas antagónicas, outras com apenas subtis
diferenças, como sejam:
351
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
352
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
353
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
354
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
355
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
356
CAPÍTULO SEIS – TEXTOS NORMATIVOS RECENTES
357
CAPÍTULO SETE – TEXTOS NORMATIVOS DO
INÍCIO DO SÉCULO XX
CAPÍTULO SETE – TEXTOS NORMATIVOS DO INÍCIO DO SÉCULO XX
360
CAPÍTULO SETE – TEXTOS NORMATIVOS DO INÍCIO DO SÉCULO XX
361
CAPÍTULO SETE – TEXTOS NORMATIVOS DO INÍCIO DO SÉCULO XX
1. LAY (1935/1903)
O manual Lay (1935/1903)138 costuma ser referido como uma obra
primeva, clássica e fundamental em, praticamente, todos os textos que
abordam o tema da evolução da investigação educacional (entre outros, por
La Orden, 1985c e por Arnal et al, 1992).
Como já foi dito no Capítulo um, o seu autor é um dos fundadores do
movimento de cientificação da educação. De Landsheere (1999) considerou
que Lay, juntamente com Meumann, foi um dos fundadores da pedagogia
experimental, por volta de 1903, na Alemanha.
Como já foi anotado, também no Capítulo um, “pedagogia
experimental” é uma das designações que precederam aquilo que hoje é
mais conhecido como “investigação educacional”.
Assumindo a condição de que escrevia um manual, Lay explicitou a
sua intenção de divulgar a essência e métodos da pedagogia experimental,
explicando-a e sistematizando-a.
362
CAPÍTULO SETE – TEXTOS NORMATIVOS DO INÍCIO DO SÉCULO XX
363
CAPÍTULO SETE – TEXTOS NORMATIVOS DO INÍCIO DO SÉCULO XX
Pedagogia experimental
(um dia será toda a
pedagogia)
Método experimental
364
CAPÍTULO SETE – TEXTOS NORMATIVOS DO INÍCIO DO SÉCULO XX
Métodos experimentais de
investigação
365
CAPÍTULO SETE – TEXTOS NORMATIVOS DO INÍCIO DO SÉCULO XX
2. CLAPARÈDE (1927/1905)
Na maior parte dos textos posteriores que abordam o tema,
Claparède (1927/1905)139 é considerado um clássico das primeiras décadas do
movimento de cientificação da educação. De Landsheere escreveu que “foi o
único manual de métodos de investigação em educação francês até 1935,
quando o belga Buyse publicou o seu ‘Expérimentation en Pédagogie’”.140
Mateo Andrés,141 por seu turno, destacou este título de Claparède a
propósito da pedagogia experimental e La Orden incluiu-o no estreito lote de
366
CAPÍTULO SETE – TEXTOS NORMATIVOS DO INÍCIO DO SÉCULO XX
142 La Orden (1985c:188). As restantes obras apontadas por La Orden foram Lay
(1903), Meumann (1914), ambas correspondendo às obras que no presente
trabalho se analisam, e ainda outra obra daquele último autor.
367
CAPÍTULO SETE – TEXTOS NORMATIVOS DO INÍCIO DO SÉCULO XX
368
CAPÍTULO SETE – TEXTOS NORMATIVOS DO INÍCIO DO SÉCULO XX
369
CAPÍTULO SETE – TEXTOS NORMATIVOS DO INÍCIO DO SÉCULO XX
Os métodos
370
CAPÍTULO SETE – TEXTOS NORMATIVOS DO INÍCIO DO SÉCULO XX
Métodos de investigação
371
CAPÍTULO SETE – TEXTOS NORMATIVOS DO INÍCIO DO SÉCULO XX
Métodos gerais de
investigação
Segundo as Segundo a
condições gerais natureza do
de investigação: sujeito:
Observação e genético,
experimentação patológico e
comparativo
372
CAPÍTULO SETE – TEXTOS NORMATIVOS DO INÍCIO DO SÉCULO XX
3. MEUMANN (1966/1910)
O manual Meumann (1966/1910?)143 também é considerado um dos
clássicos das primeiras décadas da investigação, sendo o seu autor
considerado um dos fundadores da pedagogia experimental por De
Landsheere (1999:19), e considerado como o verdadeiro fundador por Buyse
(1959/1935:69 e ss.).
Meumann quis demarcar-se claramente de outros pedagogos144 (como
Rousseau, Froebel e Pestalozzi), citando vários exemplos de estudos
baseados na observação sistemática de crianças e na experimentação que
conduziram ao desenvolvimento da ciência da criança e da pedagogia
experimental.
Para Meumann, cada vez se tornava mais evidente
373
CAPÍTULO SETE – TEXTOS NORMATIVOS DO INÍCIO DO SÉCULO XX
374
CAPÍTULO SETE – TEXTOS NORMATIVOS DO INÍCIO DO SÉCULO XX
375
CAPÍTULO SETE – TEXTOS NORMATIVOS DO INÍCIO DO SÉCULO XX
Métodos de investigação da
infância
O método Observação
Método
mais antigo é directa da
comparativo e
o de se criança” (em
histórico do
transpor pela massa ou
desenvolvimento
fantasia ao individuais):
ser da criança questionários,
livros
diários,…)
376
CAPÍTULO SETE – TEXTOS NORMATIVOS DO INÍCIO DO SÉCULO XX
377
CAPÍTULO SETE – TEXTOS NORMATIVOS DO INÍCIO DO SÉCULO XX
Ciência pedagógica
378
CAPÍTULO SETE – TEXTOS NORMATIVOS DO INÍCIO DO SÉCULO XX
379
CAPÍTULO SETE – TEXTOS NORMATIVOS DO INÍCIO DO SÉCULO XX
380
CAPÍTULO SETE – TEXTOS NORMATIVOS DO INÍCIO DO SÉCULO XX
Tal como era uso nesta época, quando os textos falam em métodos ou
técnicas, eles referem-se ao estudo da criança, e não ao estudo dos processos
381
CAPÍTULO SETE – TEXTOS NORMATIVOS DO INÍCIO DO SÉCULO XX
382
CAPÍTULO SETE – TEXTOS NORMATIVOS DO INÍCIO DO SÉCULO XX
383
CAPÍTULO SETE – TEXTOS NORMATIVOS DO INÍCIO DO SÉCULO XX
Natureza dos
fenómenos Natureza complexa
coleccionados: das funções psíquicas
introspecção e
extrospecção
Condições gerais
de investigação. Métodos de
Observação e análise e de síntese
experimentação
Compilação dos
factos: Métodos técnicos:
experiências, quantitativos e
inquéritos qualitativos;
análise e síntese
Natureza do sujeito:
métodos normal,
comparativo, patológico
e genético
384
PARTE IV – CONCLUSÕES
CAPÍTULO OITO – CONCLUSÕES
CAPÍTULO OITO – CONCLUSÕES
388
CAPÍTULO OITO – CONCLUSÕES
389
CAPÍTULO OITO – CONCLUSÕES
390
CAPÍTULO OITO – CONCLUSÕES
1. QUESTÕES DE (IN)DEFINIÇÃO
Sendo certo que todos os textos analisados explicitam ter como tema
central alguma versão da cientificação da educação, verifica-se uma notável
variedade quanto às definições de autonomia e identidade encontradas.
Nos textos dos primeiros anos do movimento de cientificação da
educação, é perceptível a convicção de que a autonomia da ciência da
educação, mesmo admitindo que não havia sido ainda alcançada, viria a sê-
lo, em prazo mais ou menos alargado. A pedagogia experimental era
considerada como uma ciência, ou, pelo menos, como uma ciência em vias de
formação, cuja organização definitiva não estaria longe no tempo (como se
pode constatar através das referências citadas ao longo do Capítulo sete do
presente trabalho).
As definições de pedagogia experimental são sempre subsidiárias da
mensuração e do método experimental e as questões de autonomia são
apresentadas, ora dependentes do tempo que ainda restaria até à
constituição definitiva da ciência da educação, ora associadas às
possibilidades de serem confundidas com outra ciência, a psicologia
experimental.
Naqueles textos primevos, perpassa a ideia de que, mais tarde ou
mais cedo (previsivelmente, mais cedo do que mais tarde), a ciência da
educação seria uma ciência sem problemas de autonomia, o que confirmaria
os desígnios de Lay (1935/1903) de a pedagogia experimental vir a torna-se
um dia na pedagogia integral.
Em conformidade, o tipo de conhecimento presumivelmente
produzido por aquela via seria um conhecimento consentâneo com a
concepção objectivista da realidade social, tal como foi descrita em Cohen &
391
CAPÍTULO OITO – CONCLUSÕES
151
Cohen & Manion (1989:34, citando Barr Greenfeld); p. f., ver Quadro n.º 2.
392
CAPÍTULO OITO – CONCLUSÕES
393
CAPÍTULO OITO – CONCLUSÕES
394
CAPÍTULO OITO – CONCLUSÕES
395
CAPÍTULO OITO – CONCLUSÕES
396
CAPÍTULO OITO – CONCLUSÕES
(1989) ficará com outra; aqueloutro que leia Bisquerra (1989) ficará com
outra; e quem ler Bell (2004) ficará ainda com outra.
Sem esquecer que todos os modelos são versões simplificadas e
incompletas das realidades que pretendem representar, a variabilidade dos
paradigmas/ métodos observada nos dois corpus de textos, analisados nos
Capítulos seis e sete, pode ser sintetizada no quadro que se segue.
Restrições Amplitudes
Máxima.
Mínima. Multiparadigmá
Matriz tica
quantitativa
Multimetodológi
ca
397
CAPÍTULO OITO – CONCLUSÕES
398
CAPÍTULO OITO – CONCLUSÕES
399
CAPÍTULO OITO – CONCLUSÕES
DIVERSIDADE DE
“PARADIGMAS”/MÉTODOS
Sem
Com
supremacia Asseveraçã
PADRÃO supremacia EXEMPLOS
de um o de
de um
“paradigma”, unicidade,
“paradigma”,
em algum na
em luta ou
tipo de diversidade
não
equilíbrio
-La Orden (1985a)
-Carr & Kemmis
(1986)
-Best & Kahn
SNN Sim Não Não
(1993)
-Hitchcock &
Hughes (1995)
-Tuckman (2002)
-Cohen & Manion
(1990)
-Arnal et al (1992)
NSN Não Sim Não
-Mateo Andrés
(2000)
-Bell (2004)
-Not (1984d)
-Walker & Evers
(1988)
NNS Não Não Sim
-Keeves &
Lakomski (1999a e
b)
400
CAPÍTULO OITO – CONCLUSÕES
401
CAPÍTULO OITO – CONCLUSÕES
402
CAPÍTULO OITO – CONCLUSÕES
403
CAPÍTULO OITO – CONCLUSÕES
404
CAPÍTULO OITO – CONCLUSÕES
405
CAPÍTULO OITO – CONCLUSÕES
152 Para mais detalhes sobre Walker & Evers (1999), p.f., cf. Capítulo seis, número
oito.
406
CAPÍTULO OITO – CONCLUSÕES
407
CAPÍTULO OITO – CONCLUSÕES
Multiplicidade:
Hegemonia de -com supremacia de
um paradigma um paradigma
(positivista) -em cooperação/
complementaridade
-Unicidade
408
CAPÍTULO OITO – CONCLUSÕES
409
CAPÍTULO OITO – CONCLUSÕES
154
Se algum erro houver na indicação das datas das primeiras edições destes
manuais, a variação não será relevante para a argumentação que aqui se
pretende desenvolver.
410
CAPÍTULO OITO – CONCLUSÕES
Capítulos um, dois, três e quatro do presente trabalho) e delas dão notícia,
também em grau variável.
Tendo em conta especialmente o que foi argumentado no Capítulo
dois, estes textos são, assim, lugares privilegiados para observação das
mudanças nos pedidos de cientificidade para a educação, pois permitem
apreciar como é que estes textos, que explicitamente pretendem ensinar a
investigar em educação, reflectem também o passar da história.
Importa, então, apreciar algo das estratégias discursivas por dois
destes manuais utilizadas para dar conta das mudanças ocorridas na área
que lhes diz respeito: o manual de Tuckman e o manual de Borg & Gall. 155
Quanto ao manual de Tuckman (2002), pude compará-lo com uma
edição anterior, de 1978; quanto ao manual de Borg & Gall (1989), os
próprios autores disponibilizaram informações quanto às alterações que
introduziram, e é a partir dessas informações, e após ter constatado que
algumas delas são expressivas para os objectivos do presente trabalho, que é
possível apreciar as estratégias que os autores utilizaram para informar os
seus leitores das alterações ocorridas na pesquisa em educação e, também,
para sustentar os seus pontos de vista face à mesma.
Verificada a situação inicial e a permanência de ambos os manuais
claramente na perspectiva positivista, constatei que os autores adoptaram
estratégias narrativas diferentes face às mudanças que observaram e de que
dão notícias, sendo que a principal diferença digna de nota se relaciona com
a inclusão, ou não, de desenvolvimentos histórico-epistemológicos.
155
O caso do compêndio de Best & Kahn (1993) não se presta, por agora, para
análise, uma vez que, além desta edição, e como já escrevi, apenas disponho de
uma edição de um manual (Best, 1982), em muitos aspectos semelhante, mas
que não tenho a certeza que se trate do mesmo manual, pois tem o mesmo título,
mas tem como autor apenas John W. Best.
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Aspectos relevantes desta obra são tratados em secção mais à frente, neste
capítulo.
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Isto é, ambos os títulos – Tuckman (2002) e Borg & Gall (1989) – dão
testemunho da história, não alterando substancialmente as suas posições
iniciais face à investigação educacional, pois permaneceram ambos no
paradigma que aqui é designado de positivista.
Contudo, adoptaram estratégias narrativas distintas face às
mudanças que viram passar – um, adoptou uma estratégia de sonegação;
outro, adoptou uma estratégia de arrostamento – estratégias essas que
constituem, por si, mais um ângulo de observação a acrescentar a outros
ângulos de interpretação da investigação educacional.
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Noutros textos que não integram os corpus dos Capítulos seis e sete detectam-se
também estratégias de adulteração dos enunciados, como por exemplo, o caso de
Erickson (1989), que adoptou uma “estratégia de abandono justificado”, pois, sob
uma epígrafe onde declarava que escrevia sobre “métodos qualitativos”, depois,
no corpo do texto, é revelada a preferência pelo termo “interpretativo”, com a
justificação de ser um vocábulo mais abrangente. Como se viu no Capítulo
quatro, número 7, sobre o paradigma interpretativo, Tesch (1990) enfrentou
problema análogo, mas encontrou distintas explicações.
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-Multi-estratégicos
Sim. -Multimetodológicos
-Protagonismos
-Uni-estratégicos partilhados
-Reflexivos
8. ELEMENTOS ATÍPICOS
Os textos analisados no presente trabalho referem-se às perspectivas
e aos métodos considerados, em dois períodos históricos polares, como mais
adequados para credibilizar um projecto científico para a educação.
Como se viu, se compararmos os textos normativos do início do
século XX com os textos da época histórica recente, verificamos que, à
medida que caminhamos ao longo do tempo, o espaço antes ocupado pela
hegemonia do paradigma positivista, em versão de certa forma renitente,
tende a ser compartido com outros paradigmas (interpretativo e/ou crítico),
ou então, se se mantém o positivismo, este torna-se mais flexível, sendo
apelidado, por algumas autores, de pós-positivismo.158
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8.1 V ANGUARDISMO
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8.2 SUBVERSÃO
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Por outro lado, alguns destes textos (da área de influência da teoria
crítica) que não colocam os métodos como fonte e aferição exclusiva da
investigação educacional, conferem especial destaque à influência da ciência
na mente dos indivíduos, o que é uma outra dimensão da questão.
Verifica-se que alguns textos valorizam menos o poder dos métodos e
das técnicas e mais o poder da investigação educacional para libertar os
intervenientes, mais propriamente, a mente dos intervenientes, o que parece
configurar-se como uma característica singular.
Assim, lembremos a afirmação de Popkewitz (1988:37) segundo a
qual, “contrariamente à crença dominante, o valor da ciência social não está
na utilidade dos conhecimentos que aporta, mas na sua capacidade de soltar
e libertar a consciência dos indivíduos para que estes considerem as
possibilidades da sua situação.”
Lembremos também que Fenstermacher argumentou que os
benefícios para as práticas oriundos da investigação educacional não
dependem da sua aplicação directa nas práticas. “O critério de benefício
deveria ser o aperfeiçoamento dos raciocínios práticos nas mentes dos
professores e de outros profissionais” (p.167) e o modo como a investigação
educacional contribui para ajudar os práticos “a conhecer e a compreender
certa limitada gama de fenómenos educativos” (Fenstermacher, 1989:175).
De uma forma não tão exclusiva, também Hitchcock & Hughes
(1995:3) defenderam que “um conhecimento e compreensão da investigação e
da pesquisa críticas ajudarão os professores a avaliar de forma mais eficaz a
qualidade e significado das evidências e das reivindicações acerca do ensino
e da aprendizagem ”, mesmo que para tal não seja necessário que todos os
professores se tornem investigadores.
Ou seja, para alguns textos, o principal lugar de mudança está nas
mentes de todos os intervenientes, especialmente, nas mentes dos práticos, o
que configura um situação especialmente distinta daquela outra situação em
tudo se passa nas mentes dos investigadores e em que os métodos são o
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Relação Relação
teoria/prática teoria/prática:
em dicotomia -em dicotomia
(com excepção) -em sintonia
-
-
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> Walker & Evers (1999) versus (Walker & Evers, 1988)
Quanto a Walker & Evers (1999), o seu teor é praticamente idêntico
à versão anterior (Walker & Evers, 1988). O título foi, no entanto, alterado,
pois “A unidade epistemológica da investigação educacional”161 transformou-
se em “Investigação em educação: questões epistemológicas.”162 Ou seja, a
afirmação da “unidade epistemológica da investigação educacional” que, no
texto primevo, de 1988, era destacada em título, na versão posterior, de
1999, e apesar de continuar a ser igualmente argumentada ao longo do
texto, desapareceu do título, sendo substituída pelo mais descomprometido
vocábulo “issues” (questões).
Contudo, e porque as modificações ao longo do texto não são de
fundo, elas não têm preeminência suficiente para se poder falar de uma
transmutação, considerando-o, então, um texto apenas com modificações.
161 Walker & Evers (1988). No original: “The epistemological unity of educational
research.”
162 Walker & Evers (1999). No original: “ Research in education: epistemological
issues.”
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170 Como já foi defendido em capítulos anteriores, não é irrelevante para este tipo de
análise que o autor seja alguém reconhecido na investigação educacional. Husén
é co-editor da enciclopédia Husén & Postlethwaite (1991/1985).
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outros, pelo que talvez lhes ficasse bem, até, elegerem outros títulos, ou, pelo
menos, serem aditados de subtítulos.
O quadro que se segue, sintetiza a categorização atribuída aos textos
que se acabam de analisar, com base nos conceitos a) e b) (textos com
modificações e textos transmutantes), definidos no início deste número.
Husén (1999) X
Tuckman (2002) X
Vasconcelos (1923) X
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“Sugerir que Dewey tem servido como uma espécie de ícone cultural,
alternadamente enaltecido e amaldiçoado por pensadores tanto da
esquerda como da direita, pode captar o seu lugar na história da
educação de forma mais fiel do que dizer que ele foi um importante
reformador.”
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nos textos de investigação educacional, pode bem não ter sido um caso
isolado, antes aquele que se mostrou mais difícil ignorar, por ser Dewey uma
personagem que manteve máxima e constante importância na educação em
geral, apesar de, de certa forma, ter sido excluído da comunidade que
conduziu a investigação educacional, nas primeiras décadas. Somente
estudos complementares poderão dizer da consistência da possibilidade que
aqui se alvitra. Também, até que ponto as divergências acerca dos escritos
de Dewey sobre investigação educacional reflectem aquilo que é a
"normalidade" na exegese da obra daquele autor – em virtude da sua
extensão e complexidade, o que a torna particularmente susceptível de
enormes flutuações interpretativas – ou, por outro lado, até que ponto elas
evidenciam a manifesta falta de auto-conhecimento da investigação
educacional, é outra questão a merecer estudos posteriores.
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estratégia de evitamento;
estratégia de sonegação;
estratégia de arrostamento;
estratégia de fragilização.
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