Caso Clínico

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Casos Maurício

Caso Clínico: Meningite Meningicocica - Bacteriana

Anamnese:

• Paciente: Feminina, 5 anos.


• Queixa principal: Náuseas, vômitos, letargia e fotofobia.
• História da doença atual: Início dos sintomas há cerca de 42 horas, com início insidioso. Paciente apresentou perda
de apetite, irritabilidade e sonolência. Cerca de 36 horas antes da chegada ao socorro, surgiram petéquias nas extremidades
dos membros, mialgia, cefaleia intensa e febre baixa. A mãe administrou uma dose de dipirona sem melhora significativa do
quadro. A partir de então, houve agravamento dos sinais e sintomas, culminando em rigidez de nuca, vômitos em jato e febre
alta.
• Antecedentes pessoais: Sem comorbidades conhecidas.
• Medicamentos: Dipirona administrada pela mãe.
• História familiar: Sem relevância.

Exame Físico:

• Estado geral: Paciente letárgica, febril (T: 39°C). Citar que vai fazer o exame crânio caudal
• Neurológico: Rigidez de nuca, sinais de Kernig , Brudzinski positivos e Lasegue. Escolher 1 para fazer!
• Dermatológico: Presença de petéquias nas extremidades dos membros. A viral não apresenta.
• Outros: Mialgia generalizada.

Exames: Tc de crânio por conta do rebaixamento de nível de consciência, paciente letárgica para diagnóstico de exclusão!

• Laboratório:
• Hemograma: Leucocitose com desvio à esquerda.
• PCR: Elevada.
• Coagulograma: Dentro dos limites normais.
• Punção Lombar: Análise de liquor, vou solicitar para saber se é meningite bacteriana, viral ou fúngica. (nesse
momento inicia antibiótico independente do resultado, se possível causa bacteriana tem mais chance de levar a morte)
•Pressão de abertura: Aumentada.
•Aspecto do líquido: Turvo.
•Bioquímica do LCR: Proteínas elevadas, glicose baixa.
•Citologia: Pleocitose com predominância de polimorfonucleares.
•Gram: Presença de diplococos gram-negativos (Neisseria meningitidis).

Diagnóstico:

• Meningite bacteriana por Neisseria meningitidis.

Tratamento:

• Antibióticos:
Ceftriaxona: 100 mg/kg/dia IV, dividida em 2 doses diárias. CRIANÇAS
(Dose de sistema nervoso central) ADULTO, 2g a cada 12 horas
• Corticoides:
Dexametasona: 0,15 mg/kg IV a cada 6 horas, iniciar antes ou junto com o primeiro antibiótico.
• Suporte:
Hidratação venosa, com soro fisiológico.
. Controle da febre com antitérmicos. TEM ALERGIA A ALGUM MEDICAMENTO?
1. Paracetamol (Acetaminofeno)
Dosagem Pediátrica: 10-15 mg/kg a cada 4-6 horas, não excedendo 75 mg/kg por dia.
Dosagem Adulto: 500-1000 mg a cada 4-6 horas, não excedendo 4 g por dia.
2. Ibuprofeno
Dosagem Pediátrica: 5-10 mg/kg a cada 6-8 horas, não excedendo 40 mg/kg por dia.
Dosagem Adulto: 200-400 mg a cada 4-6 horas, não excedendo 3200 mg por dia.
. Monitoramento contínuo dos sinais vitais e estado neurológico.

Acompanhamento:

• Monitoramento em unidade de terapia intensiva (UTI) até estabilização.


• Reavaliação clínica diária.
• Exames de controle: Hemograma, PCR, nova punção lombar se necessário.
• Avaliação neurológica após alta hospitalar.
• Acompanhamento ambulatorial com pediatra e neurologista.
• Profilaxia para contatos próximos (rifampicina, ciprofloxacina ou ceftriaxona).
Dois sinais e sintomas importantes no caso que levam a pensar em meningite são:

1. Rigidez de nuca: A rigidez de nuca é um sinal clássico de meningite, indicando inflamação das
meninges que revestem o cérebro e a medula espinhal.
2. Petéquias nas extremidades dos membros: As petéquias são pequenas manchas vermelhas ou
roxas na pele causadas por sangramentos sob a pele. A presença de petéquias, especialmente em
combinação com febre e outros sinais de infecção, pode indicar meningite meningocócica, que é uma
forma grave de meningite bacteriana.

Para atender um paciente com suspeita de meningite bacteriana, adote as seguintes precauções:

1. Máscara N95 (ou máscara cirúrgica se não houver risco de aerossóis).


2. Luvas descartáveis.
3. Avental descartável.
4. Óculos de proteção ou protetor facial.

As duas outras possibilidades diagnósticas além da meningite bacteriana são:

1. Dengue
2. Encefalite Viral
Caso Clínico: Paciente com Queda do Telhado

Anamnese:

• Paciente: Masculino, 20 anos, branco, estudante, natural de Corte da Serra, Irapaúcho.


• Queixa Principal: Dor abdominal e dor nos membros inferiores devido a trauma.
• História da Doença Atual: O paciente subiu no telhado para consertar a antena de TV na casa dos pais e acabou
caindo. Foi trazido pela SAMU.
• Classificação na Admissão: Escala de Coma de Glasgow (ECG) 14.

Exame Físico na Admissão:

• Estado Geral: Paciente consciente e orientado.


• Sinais Vitais:
• Pressão Arterial: 120/80 mmHg
• Frequência Cardíaca: 78 bpm
• Frequência Respiratória: 16 rpm
• Temperatura: 36,5°C
• Cabeça e Pescoço: Sem sinais de trauma aparente.
• Tórax: Sem sinais de contusão, movimento respiratório simétrico.
• Abdômen: Dor à palpação, sem sinais evidentes de sangramento externo.
• Extremidades: Presença de escoriações nas mãos e braços, sem fraturas aparentes.
• Neurológico: Sem déficits neurológicos aparentes, reflexos normais.

Procedimentos Iniciais:

• Acesso Venoso: Estabelecido acesso venoso periférico.


• Monitorização Contínua: Paciente monitorizado continuamente.
• FAST (Focused Assessment with Sonography for Trauma): Para avaliar presença de líquido livre na cavidade
abdominal.

Sintomas Adicionais Relatados:

• O paciente apresentou tosse e vômitos, necessitando de assistência para monitoramento e suporte respiratório.
(PACIENTE EVOLUIU PARA REBAIXAMENTO DE NÍVEL DE CONSCIÊNCIA POR POSSÍVEL CHOQUE)

Intervenções e Reavaliação:

• Monitorização dos Sinais Vitais: Frequência cardíaca, temperatura, saturação de oxigênio (80%).
• Diagnóstico Diferencial: Consideração de choque hipovolêmico devido a possível sangramento interno.

Ação Imediata:

• Suporte de Reanimação: Equipe pronta para iniciar reanimação, com ambu (máscara de oxigênio), desfibrilador,
drogas e massagem cardíaca + drogas apropriadas . + Chamada para Cirurgião: Solicitação de avaliação cirúrgica urgente.

Resultado da Reanimação:

• O paciente retornou à circulação espontânea após a RCP.


• Reavaliação do estado neurológico e monitoramento contínuo foram realizados.

Plano de Tratamento e Acompanhamento:

1. Cirurgia: Transferência imediata para o centro cirúrgico para avaliação e intervenção cirúrgica.
2. Monitoramento Intensivo: Paciente encaminhado para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para monitoramento
contínuo e suporte intensivo.
3. Reavaliação Neurológica: Reavaliação da Escala de Coma de Glasgow para determinar a necessidade de medidas
adicionais.
4. Suporte Multidisciplinar: Envolvimento de equipe de traumatologia, cirurgia geral, e cuidados intensivos.

Sumário:
O paciente masculino de 20 anos sofreu uma queda do telhado, apresentando dor abdominal e nos membros inferiores. Após
estabilização inicial e monitoramento, ele entrou em parada cardiorrespiratória e foi reanimado com sucesso. Foi transferido
para o centro cirúrgico para avaliação de possíveis lesões internas e receberá acompanhamento intensivo na UTI.
Caso Clínico: Lesão Peniana

Anamnese:

• Paciente: Masculino, idade não especificada.


• Queixa Principal: Lesão no pênis próximo à glande, presente há aproximadamente 15 dias.
• História da Doença Atual: A lesão iniciou-se como um pequeno caroço na pele, que após quatro dias progrediu para
uma úlcera com bordas endurecidas e indolor. O paciente nega a presença de outros sintomas.
• Antecedentes Pessoais: Vida sexual ativa e relacionamento estável, mas manteve relações sexuais desprotegidas
com outra pessoa enquanto a parceira estava em uma viagem de intercâmbio.
• Motivo da Consulta: Busca auxílio médico pois a namorada está retornando de viagem e ele teme que ela descubra a
traição.

Exame Físico:

• Genital: Lesão única próxima à glande do pênis, caracterizada como uma úlcera com bordas endurecidas e indolor.
• Outros Sistemas: Sem outras alterações relevantes reportadas.

Diagnóstico Suspeito:

• Sífilis Primária: Caracterizada por cancro duro, uma lesão ulcerada indolor com bordas endurecidas, tipicamente
presente na sífilis primária.

Plano de Tratamento:

1. Exames Diagnósticos:
• Teste Rápido para Sífilis (VDRL): Para confirmar a infecção por sífilis.
• Teste Rápido para HIV: Para excluir a presença de coinfecção.
• Outros Exames de IST: Exames para gonorreia, clamídia, hepatites virais B e C, hiv, htlv, tricomonas.
2. Tratamento Empírico:
• Penicilina Benzatina: 2,4 milhões de unidades intramuscular, dose única, 1,2 em cada glúteo, INTRAMUSCULAR
PROFUNDA (se diagnóstico de sífilis for confirmado).
3. Orientações ao Paciente:
• Uso de Preservativos: Em todas as relações sexuais para prevenir transmissão de ISTs.
• Abstinência Sexual: Até a conclusão do tratamento e confirmação de cura.
• Informar Parceiros Sexuais: A importância de comunicar a parceira sobre a possibilidade de infecção para que ela
possa ser testada e tratada, se necessário.
4. Suporte Emocional:
• Consulta Psicológica: Oferecer suporte para lidar com a situação emocional decorrente da traição e da infecção por
IST.

Acompanhamento:

• Reavaliação: Agendar retorno para avaliação dos resultados dos exames e resposta ao tratamento.
• Seguimento em UBS: Acompanhamento para completar o tratamento e repetir exames sorológicos para garantir a
cura da sífilis e descartar outras ISTs.

Considerações Finais:

• Confidencialidade: Assegurar ao paciente que todas as informações são mantidas confidenciais, mas enfatizar a
importância de informar a parceira sobre os riscos.
• Educação em Saúde: Reforçar a importância do uso de preservativos e da fidelidade para prevenir futuras infecções.

Este plano garante um manejo adequado da lesão suspeita de sífilis, com tratamento, exames complementares e suporte
emocional ao paciente.

SE PACIENTE RELATASSE A LESÃO MAS O MÉDICO NÃO ENCONTRASSE, SE PENSARIA EM SÍFILIS LATENTE. O PONTO DE
CORTE É DE 1 ANO. ANTES DE 1 ANO, PRECOCE, DEPOIS DE UM ANO, TARDIA.
SÍFILIS LATENTE = PENICILINA BENZATINA, AO INVÉS DE DOSE ÚNICA SERÁ POR 3 SEMANAS.
PACIENTE COM ALGUMA DISFUNÇÃO NEUROLÓGICA, SE PENSARIA EM NEUROSÍFILIS, EXAME PEDIDO É ANÁLISE DE
LICOR, SE POSITIVO TRATAR COM Penicilina cristalina, 3 a 4 milhões UI, 4/4h, IV ou por infusão contínua, totalizando 18-24
milhões por dia, por 14 dias.
PACIENTE NÃO TEM INDICAÇÃO DE PEP PQ JÁ PASSOU DE 72 HRS! PODERIA APENAS USAR IMUNOGLOBULINA PARA
HEPATITE POR SER 7 DIAS
QUAL EXAME PEDIR PARA SABER SE PRECISA USAR IMUNOGLOBULINA? ANTIHBS, SE POSITIVO SIGNIFICA QUE JÁ É
VACINADO.
Caso Clínico: Intoxicação Exógena

Anamnese:

• Paciente: Masculino, 16 anos.


• Queixa Principal: desacordado em leito.
• História da Doença Atual: Paciente foi admitido com comportamento alterado, agitação, sudorese intensa e incapacidade
de responder coerentemente. Ele foi a uma festa com amigos na noite anterior e retornou com sintomas de agitação, delírio,
tremores e um episódio de convulsão com emissão de líquido branco pela boca. Ao exame físico inicial, notou-se um resíduo
branco na entrada do nariz, sugerindo uso de substância inalada. (Cocaína)
• Antecedentes Pessoais: Não relatados.
• História Familiar: Não relatada.

Exame Físico na Admissão:

• Estado Geral: Paciente agitado, suando, comportamento incoerente.


• Sinais Vitais:
• Pressão Arterial: Elevada.
• Frequência Cardíaca: Elevada.
• Frequência Respiratória: Normal.
• Temperatura: Normal.
• Cabeça e Pescoço: Lesão observada na entrada do nariz, sugestiva de uso de substâncias inaláveis.
• Tórax: Sem anormalidades relatadas.
• Abdômen: Sem anormalidades relatadas.
• Extremidades: Tremores observados.
• Neurológico: Agitação, delírio, convulsão reportada.

Intervenções na UTI:

• Monitorização Contínua: Paciente monitorizado continuamente.


• Acesso Venoso: Estabelecido para administração de medicamentos e fluidos.
• Tratamento Inicial: Administração de diazepam para controlar agitação e convulsões.

Hipótese Diagnóstica:

• Intoxicação Exógena: Suspeita levantada devido ao comportamento do paciente após a festa, presença de lesão nasal
indicativa de uso de substâncias, e episódios de agitação e convulsão.

Plano de Tratamento:

1. Medidas de Suporte:
• Estabilização: Monitoramento dos sinais vitais, suporte respiratório se necessário.
• Hidratação: Administração de fluidos intravenosos para manter a estabilidade hemodinâmica.
2. Tratamento Específico:
• Sedativos: Diazepam para controlar agitação e convulsões.
• Antiepilépticos: Se necessário, para manejo das convulsões persistentes.
3. Monitoramento e Exames Complementares:
• Exames Toxicológicos: Amostras de sangue e urina para identificar substâncias tóxicas. AS VEZES É MELHOR NÃO
PEDIR PARA NÃO EXPOR PACIENTE.
• Exames Laboratoriais: Hemograma, eletrólitos, função renal e hepática.
• Ressonância Magnética (RM) do Cérebro: Resultados indicaram edema cerebral, provavelmente secundário a
traumatismo crânio-encefálico durante convulsões.

Acompanhamento:

• Observação Contínua: Na UTI até estabilização do quadro clínico.


• Consulta Psiquiátrica: Para avaliação e manejo do uso de substâncias e potencial risco de comportamento suicida.
• Acompanhamento Ambulatorial: Com clínico geral, toxicologista e psiquiatra.

Educação ao Paciente e Família:

• Prevenção de Recorrência: Orientação sobre os riscos do uso de substâncias e a importância de evitar exposições
futuras.
• Suporte Psicológico: Encaminhamento para apoio psicológico e programas de reabilitação, se necessário.

Condutas Específicas:

• Encaminhamento para Psiquiatria: Fundamental para avaliação e possível intervenção terapêutica (farmacológica e não
farmacológica).
• Medicação de Primeira Linha para Compulsão: Bupropiona, utilizada para tratar comportamentos compulsivos.
Orientações para Alta:
• Retorno em caso de piora dos sintomas
• Manter relações próximas informadas sobre o estado de saúde e necessidade de apoio contínuo.

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