Informativo de Jurisprudência Tce-Sc N. 119 - Maio-2024

Co o rd e n a d o r i a d e J u r i s p r u d ê n c i a
S e c re t a r i a - G e r a l
EDIÇÃO
M A I O
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D E 2 0 2 4
Co o rd e n a d o r i a d e J u r i s p r u d ê n c i a
S e c re t a r i a - G e r a l
EDIÇÃO
M A I O
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D E 2 0 2 4
Conselheiros
Herneus João De Nadal (Presidente)
José Nei Alberton Ascari (Vice-Presidente)
Adircélio de Moraes Ferreira Junior (Corregedor-Geral)
Wilson Rogério Wan-Dall
Luiz Roberto Herbst
Luiz Eduardo Cherem
Aderson Flores
Conselheiros Substitutos
Gerson dos Santos Sicca
Cleber Muniz Gavi
Sabrina Nunes Iocken
Ministério Público de Contas – Procuradores

Diogo Roberto Ringenberg (Procurador-Geral)
Cibelly Farias (Procuradora-Geral Adjunta)
Sérgio Ramos Filho
Secretária-Geral
Flávia Letícia Fernandes Baesso Martins
Coordenadoria de Jurisprudência
Matheus Corradi Ferreira Brandão (Coordenador)
Alan Steffens
Fábio Daufenbach Pereira
Rafael Osmar Sagaz
Taiane dos Santos
Tatiana Batassini Barth
INFORMATIVO DE JURISPRUDÊNCIA | EDIÇÃO 119 | MAIO DE 2024 1
APRESENTAÇÃO
O Tribunal de Contas de Santa Catarina (TCE/SC) tem como ob-

jetivo, resumidamente, fiscalizar o uso adequado das verbas
públicas e promover e incentivar boas práticas administrativas.
Entre as funções do TCE/SC, destaca-se a função pedagógica.

Por isso, algumas das decisões emitidas no mês anterior, com
destaque no âmbito da jurisprudência, foram selecionadas para
a elaboração deste informativo, tendo sido relacionadas, ainda,
aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável propostos pela
Organização das Nações Unidas. Espera-se que esta publicação
seja útil aos membros e servidores, bem como aos jurisdiciona-
dos e cidadãos, contribuindo para a transparência das informa-
ções e o exercício do controle social.
As referências apresentadas neste documento não podem ser

consideradas resumo oficial das deliberações do TCE/SC, nem
constituem posicionamentos que não possam ser alterados.
Caso o leitor queira obter mais informações, o inteiro teor dos
julgados pode ser acessado clicando nos links, e as respectivas
sessões públicas podem ser acessadas no canal oficial do TCE/SC
no YouTube (https://www.youtube.com/TribContasSC).
Por fim, consta na publicação uma seção composta por decisões

selecionadas de outros tribunais que tenham relevância para o
TCE/SC, como as do Supremo Tribunal Federal, dos tribunais su-
periores do Poder Judiciário e do Tribunal de Contas da União.
Quer receber os Informativos de

Jurisprudência do TCE/SC em seu e-mail?
Envie e-mail para [email protected]

solicitando o recebimento.
SUMÁRIO
1 JURISPRUDÊNCIA DO TCE/SC............................................ 6
1.1 ADMINISTRATIVO.............................................................................6
@CON 22/00618900 – Câmara Municipal tem competência
exclusiva para dispor sobre seu quadro de pessoal, criação,
transformação e extinção de cargos e funções...........................................6
@TCE 20/00036150 – Aplicação de multa a Prefeito por uso
de publicidade institucional para fins de promoção pessoal................7
@CON 23/00773745 – Entidades representativas de categoria
profissional ou econômica são abrangidas na definição de OSC.......8
@PNO 24/00305247 – Instrução normativa regulamenta
fiscalização remota e o sistema de comunicação do TCE/SC
e Resolução dispõe sobre ações de controle externo...............................9
@CON 24/00079131 – Requisitos para sociedade de economia
mista realizar concessão e permissão de uso de bens imóveis..........10
@RLI 21/00674204 – Revogação de cautelar que suspendeu
o Programa de Incentivo à Cultura e determinações
à Fundação Catarinense de Cultura................................................................. 11
@CON 24/00223941 – Impossibilidade de contratação
de trabalhadores terceirizados por município com a finalidade
de cessão à unidade gestora estadual........................................................... 12
1.2 ATOS DE PESSOAL......................................................................... 13

@REC 23/00417604 – Concessão de aposentadoria de policial
civil com paridade de reajustes depende da existência
de previsão em lei complementar de cada ente federativo................ 13
@CON 23/00669760 – Contagem de tempo de serviço público
prestado em cargo anterior................................................................................14
1.3 CONTÁBIL E ORÇAMENTÁRIO................................................... 15

@CON 23/00499155 – Uso de cartão de pagamento
para contratação e adimplemento de despesas públicas.................... 15
@CON 23/00626360 – Possibilidade de criação de fundos
soberanos municipais (subnacionais)............................................................ 17
1.4 LICITAÇÕES E CONTRATOS ....................................................... 18
@LCC 23/00118291 – Irregularidades em pregão eletrônico
para manutenção de veículos automotores................................................ 18
@CON 23/00628494 – Inviabilidade de previsão de forma
de pagamento parcelada, mensal, fixa e consecutiva
em contrato de fornecimento não contínuo de bens............................. 19
@CON 23/00340636 – Câmara Municipal pode contratar
intérprete de Libras para suas sessões por licitação regular
ou direta...................................................................................................................... 20
@REP 22/00005738 – Irregularidade em edital de revitalização
de área tombada por ausência de submissão do projeto
aos órgãos competentes...................................................................................... 21
@CON 23/00490107 – É possível a contratação de equipamentos
acompanhados de sistema por inexigibilidade de licitação............... 22
1.5 MEIO AMBIENTE.............................................................................23

@RLI 23/00579426 – Irregularidades em atos administrativos
referentes ao Plano Municipal de Resíduos Sólidos de Criciúma..... 23
1.6 PROCESSUAL................................................................................. 24
@CON 24/00067044 – Consulta não respondida por não
preencher requisitos de admissibilidade..................................................... 24
1.7 OUTROS TEMAS..............................................................................25

@LEV 22/80067913 – Levantamento de políticas de assistência
social nos municípios de Santa Catarina..................................................... 25
2 JURISPRUDÊNCIA DE OUTROS TRIBUNAIS................ 27
2.1 SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL............................................... 27
RE 766.304/RS (Tema 683 RG)........................................................ 27

Direito à nomeação de candidato preterido e prazo
para ajuizamento da ação judicial – Repercussão Geral
ADI 7.480/SE, ADI 7.482/RR e ADI 7.491/CE............................... 28

Concursos públicos da área de segurança pública: limite de vagas
para mulheres
ADI 7.331/DF.......................................................................................... 28
Empresas estatais: restrições às indicações políticas
para o Conselho de Administração e para diretoria
2.2 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO......................................... 28
Acórdão 2887/2024 Primeira Câmara......................................... 29

Responsabilidade. Multa. Circunstância atenuante.
Dosimetria. Afastamento. Rejeição de alegações de defesa.
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro
Acórdão 2503/2024 Segunda Câmara......................................... 29

Responsabilidade. Culpa. Erro grosseiro. Lei de Introdução
às Normas do Direito Brasileiro. Parecer jurídico.
Desconsideração. Princípio da motivação
Acórdão 2926/2024 Primeira Câmara.......................................... 30

Responsabilidade. Débito. Prescrição. Interrupção.
Processo judicial
Acórdão 803/2024 Plenário............................................................. 30

Licitação. Proposta. Preço. Inexequibilidade. Presunção relativa.
Diligência
Acórdão 823/2024 Plenário............................................................. 30

Contrato Administrativo. Superfaturamento. Preço. Referência.
Licitação. Preço unitário. Sobrepreço
Acórdão 3161/2024 Primeira Câmara............................................ 31

Responsabilidade. Convênio. Delegação de competência.
Decreto. Lei ordinária. Secretário. Prefeito
Acórdão 2716/2024 Segunda Câmara........................................... 31

Responsabilidade. Débito. Princípio da insignificância.
Requisito. Princípio da racionalidade administrativa.
Princípio da economia processual
Acórdão 863/2024 Plenário..............................................................32

Licitação. Projeto básico. Obras e serviços de engenharia.
Rodovia. Desapropriação. Interferência
Acórdão 2811/2024 Segunda Câmara...........................................32
Pessoal. Ressarcimento administrativo. Decisão judicial.
Tutela antecipada. Revogação. Tomada de contas especial.
Instauração. AGU
Acórdão 3491/2024 Primeira Câmara...........................................33

Responsabilidade. Contrato administrativo. Subcontratação.
Débito. Quantificação
1 JURISPRUDÊNCIA DO TCE/SC
1.1 ADMINISTRATIVO
Câmara Municipal tem competência

exclusiva para dispor sobre seu quadro
de pessoal, criação, transformação
e extinção de cargos e funções
EMENTA RESUMIDA:
CONSULTA. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE. COMPETÊN-
CIA PRIVATIVA. CÂMARA MUNICIPAL. QUADRO DE PESSOAL. CRIA-
ÇÃO, TRANSFORMAÇÃO E EXTINÇÃO DE CARGOS.
RESUMO:
Exigir em Lei Orgânica Municipal submissão à lei complementar de
matérias de competência exclusiva de Câmara Municipal, tocante à
sua organização interna, como é o caso da criação, da transformação e
da extinção de cargos, fere a simetria com a Constituição Federal, visto
que é necessário observar os mesmos parâmetros afeitos à Câmara
dos Deputados e ao Senado Federal.
Além disso, matéria de competência exclusiva de Câmara Municipal

não deve ser submetida à sanção de Prefeito Municipal, em respeito
ao princípio da separação e da autonomia dos poderes, como ocor-
re com a criação, a transformação e a extinção de cargos próprios do
quadro de pessoal do Poder Legislativo, que pode ser por ele delibera-
do e aprovado em norma interna.
Essa foi a orientação do Tribunal de Contas de Santa Catarina ao res-

ponder à consulta do Prefeito do Município de Taió, sobre a Lei Com-
plementar Municipal no 85/2005, bem como as consequências dela
para os servidores públicos municipais nomeados após concurso pú-
blico para preencher os cargos efetivos criados pela referida norma.
Ainda, o Tribunal fixou o Prejulgado no 2430 e recomendou à Câmara

Municipal de Taió a observação do Prejulgado no 1136.
@CON 22/00618900. Relator: Conselheiro Substituto Gerson dos Santos Sicca.

Decisão no 314/2024, disponibilizada no Diário Oficial do TCE/SC de 02/05/2024.
Aplicação de multa a Prefeito por uso

de publicidade institucional para fins
de promoção pessoal
EMENTA RESUMIDA:
TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. PUBLICIDADE. PROMOÇÃO PES-
SOAL. IMPESSOALIDADE. CARACTERIZAÇÃO EM PARTE DAS PU-
BLICAÇÕES. MULTA. RECOMENDAÇÕES.
RESUMO:
O Tribunal de Contas de Santa Catarina instaurou processo de tomada
de contas especial para apurar suposta promoção pessoal do Prefei-
to Municipal de Gaspar nas peças publicitárias no programa “Avança
Gaspar”.
Assim, julgou irregulares sem imputação de débito as contas perti-

nentes e aplicou multa ao então Prefeito, diante da caracterização de
promoção pessoal (nome, imagem e gestão), em afronta ao princípio
da impessoalidade, bem como aos precedentes do Supremo Tribunal
Federal sobre o tema.
Ainda, recomendou ao Município que se abstenha de divulgar cam-

panhas nas quais sejam promovidos o nome, imagem ou a gestão do
atual chefe do Poder Executivo Municipal, tendo em vista que a pu-
blicidade/divulgação de seus atos, programas, obras ou serviços deve
observar o caráter exclusivamente educativo, informativo ou de orien-
tação social.
@TCE 20/00036150. Relator: Conselheiro José Nei Alberton Ascari.

Acórdão no 134/2024, disponibilizado no Diário Oficial do TCE/SC de 06/05/2024.
Entidades representativas de
categoria profissional ou econômica
são abrangidas na definição de OSC
EMENTA RESUMIDA:
CONSULTA. ASSOCIAÇÃO PROFISSIONAL. ASSOCIAÇÃO SINDICAL.
SINDICATO. ORGANIZAÇÃO DE SOCIEDADE CIVIL. TERMO DE FO-
MENTO. TERMO DE COLABORAÇÃO. ACORDO DE COOPERAÇÃO.
RESUMO:
O Tribunal de Contas de Santa Catarina fixou o Prejulgado no 2431 ao
responder à consulta do Prefeito do Município de Capão Alto, sobre a
possibilidade de enquadramento de associações profissionais, sindi-
catos patronais/profissionais e associações no conceito de Organiza-
ção da Sociedade Civil (OSC), bem como de utilização de termos de
fomento, termos de colaboração e acordos de cooperação para cele-
bração de parcerias com essas entidades.
Nesse sentido, o Tribunal orientou que as associações profissionais, sin-

dicatos patronais ou profissionais e associações sindicais, observados os
princípios previstos no art. 8o da Constituição Federal, enquadram-se no
conceito de OSC para fins de parceria com a Administração Pública.
Dessa forma, considerando que a definição de OSC abrange as entida-

des representativas de categoria profissional ou econômica, é possível
utilizar termos de fomento, termos de colaboração e acordos de coo-
peração para celebração de parcerias em regime de mútua coopera-
ção com tais entidades.
Para tanto, é necessário: I) que a ação desenvolvida tenha finalidade pú-

blica e interesse recíproco entre as partes, na realização de políticas de
interesse da sociedade; II) que a entidade demonstre claramente expe-
riência prévia na realização do objeto social, com a expertise e a estrutu-
ra necessárias para cumprir com o objeto previsto no ajuste celebrado; e
III) não haja vedação na legislação local, em observância ao princípio da
legalidade, estabelecido no art. 37 da Constituição Federal.
@CON 23/00773745. Relator: Conselheiro Wilson Rogério Wan-Dall.

Instrução normativa regulamenta

fiscalização remota e o sistema de
comunicação do TCE/SC e Resolução
dispõe sobre ações de controle externo
EMENTA RESUMIDA:
PROCESSO NORMATIVO. INSTRUÇÃO NORMATIVA. RESOLUÇÃO.
ALTERAÇÃO DE RESOLUÇÕES. REGULAMENTAÇÃO DA FISCALIZA-
ÇÃO REMOTA E DO SISTEMA DE COMUNICAÇÃO DO TRIBUNAL DE
CONTAS DE SANTA CATARINA.
RESUMO:
O Tribunal de Contas de Santa Catarina publicou a Instrução Norma-
tiva TC-34/2024, que regulamentou a fiscalização remota, e a Reso-
lução TC-253/2024, que alterou o Regimento Interno e a Resolução
TC-161/2020, dispondo sobre as ações de controle externo.
Na Instrução Normativa, foram tratados temas como sistema de co-

municação, fiscalização remota, responsabilidade do controle interno,
prazos, entre outros. Ressalta-se que a regulamentação da fiscalização
remota levou em conta os avanços tecnológicos e os serviços de co-
municação que disponibilizam novas formas de realização de fiscali-
zação, com maior celeridade e eficiência. Já a Resolução TC-253/2024
tratou sobre ações de controle externo e diligências.
A regulamentação da fiscalização remota e as alterações nas resolu-

ções visam contribuir para a efetividade das ações de fiscalização e
para a boa gestão pública, ao propiciar aos gestores a oportunidade de
corrigir atos, porventura, irregulares, o que também contribui substan-
cialmente para a redução de custos do controle.
@PNO 24/00305247. Relator: Conselheiro Aderson Flores.

Resolução no TC-253/2024 e Instrução Normativa no TC-34/2024, disponibilizadas
no Diário Oficial do TCE/SC de 13/05/2024.
Requisitos para sociedade de

economia mista realizar concessão
e permissão de uso de bens imóveis
EMENTA RESUMIDA:
CONSULTA. LICITAÇÃO. CONTRATO ADMINISTRATIVO. PERMISSÃO
DE USO DE IMÓVEL. CONCESSÃO DE USO. TERMO DE CESSÃO.
RESUMO:
responder à consulta do Diretor-Presidente da Companhia Hidromi-
neral Caldas da Imperatriz, sobre a possibilidade e a legalidade de con-
trato de permissão de uso de imóvel de propriedade da estatal.
Assim, o Tribunal orientou que sociedade de economia mista pode re-

alizar concessão de uso, desde que apresente justificativa, autorização
pelo Conselho de Administração e procedimento licitatório, podendo
se dar tanto de forma remunerada como gratuita.
Por sua vez, no caso de permissão de uso, o procedimento licitatório

fica dispensado caso o imóvel seja direcionado à entidade educacio-
nal, cultural ou de fins sociais, declarada de utilidade pública, restando
imprescindível justificativa e autorização pelo Conselho de Adminis-
tração, podendo a cessão ocorrer de forma remunerada ou gratuita.
Ainda, o Tribunal entendeu que é indispensável a formalização do ter-

mo de cessão por meio de instrumento de contrato que deverá prever,
dentre outras disposições, o prazo da concessão e o ressarcimento das
despesas referentes à utilização da parte correspondente do bem pelo
cessionário, tais como: tributos, taxas, serviços de vigilância, limpeza etc.
@CON 24/00079131. Relator: Conselheiro Adircélio de Moraes Ferreira Júnior.

Revogação de cautelar que

suspendeu o Programa de Incentivo
à Cultura e determinações à Fundação
Catarinense de Cultura
EMENTA RESUMIDA:
INSPEÇÃO. PROGRAMA DE INCENTIVO À CULTURA. TRANSPARÊN-
CIA E PUBLICIDADE DOS ATOS. CUMPRIMENTO PARCIAL DE DE-
CISÃO. AVANÇOS NA DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÕES. MEDIDA
CAUTELAR. PONDERAÇÃO DOS INTERESSES ENVOLVIDOS. REVO-
GAÇÃO.
RESUMO:
Em procedimento de inspeção, o Tribunal de Contas de Santa Catarina
revogou medida cautelar que determinara a suspensão do Programa
de Incentivo à Cultura (PIC) e a abstenção da Fundação Catarinense
de Cultura (FCC) de aprovar novos projetos culturais para o recebimen-
to de apoio financeiro.
Dessa forma, o Tribunal determinou à FCC que finalize a inserção de

informações completas de todos os projetos já apresentados e em
tramitação no PIC e que adote providências a fim de possibilitar, em
seu Painel, a extração de dados em formatos eletrônicos abertos e não
proprietários.
Recomendou ainda que esta promova a disponibilização, em tempo

real, de todos os projetos inscritos por meio da inserção das informa-
ções nos sistemas utilizados por ela, incluída correspondente presta-
ção de contas e a atualização do plano de consentimento para trata-
mento de dados pessoais.
@RLI 21/00674204. Relator: Conselheiro Aderson Flores.

Impossibilidade de contratação
de trabalhadores terceirizados
por município com a finalidade
de cessão à unidade gestora estadual
EMENTA RESUMIDA:
CONSULTA. RECURSO PÚBLICO. UTILIZAÇÃO DE RECURSOS ORIUN-
DOS DE CONVÊNIO DE TRÂNSITO. DESPESAS DECORRENTES. TER-
CEIRIZAÇÃO DE PESSOAL. IMPOSSIBILIDADE DE CESSÃO DE TER-
CEIRIZADOS CONTRATADOS PELA MUNICIPALIDADE À UNIDADE
GESTORA ESTADUAL.
RESUMO:
responder à consulta do Controlador Interno do Município de Palhoça,
sobre a possibilidade de o Ente empregar recursos oriundos de convê-
nio de trânsito para a contratação de serviços terceirizados destinados
à unidade gestora estadual.
Dessa forma, o Tribunal entendeu que a utilização de recursos prove-

nientes de multas de trânsito para a contratação de serviços terceiri-
zados é regular, conforme art. 320 do CTB, Resolução no 875/2021 do
CONTRAN e item 10 do Prejulgado no 940 do Tribunal. Entretanto, não
há amparo legal para a contratação de trabalhadores terceirizados por
município com a finalidade de cessão subsequente à unidade gestora
estadual devido à incongruência entre os processos de contratação
(município) e execução dos serviços (órgão do estado).
@CON 24/00223941. Relatora: Conselheira Substituta Sabrina Nunes Iocken.

1.2 ATOS DE PESSOAL
Concessão de aposentadoria
de policial civil com paridade
de reajustes depende da existência
de previsão em lei complementar
de cada ente federativo
EMENTA RESUMIDA:
RECURSO DE REEXAME. PREVIDÊNCIA SOCIAL. APOSENTADORIA
ESPECIAL. POLICIAL CIVIL. ILEGALIDADE NO CÁLCULO DOS PRO-
VENTOS. PRETENSÃO DE REVERSÃO À ATIVA PARA OBTENÇÃO DE
INTEGRALIDADE E PARIDADE. APLICAÇÃO DE LEI MAIS BENÉFICA
AO SERVIDOR. INVIABILIDADE.
RESUMO:
O Tribunal de Contas de Santa Catarina julgou parcialmente procedente
recurso de reexame interposto pelo Instituto de Previdência do Estado de
Santa Catarina (IPREV), a respeito de decisão que denegou o registro do ato
de aposentadoria de servidor da Secretaria de Estado da Segurança Pública.
O registro de aposentadoria foi denegado porque havia controvérsia em re-

lação ao cálculo de proventos da aposentadoria com adoção da paridade e
da integralidade, sem a devida aplicação da fórmula disposta no art. 40, § 3o
da Constituição Federal à época vigente, com redação da Emenda Constitu-
cional no 41/2003 e art. 1o da Lei (Federal) no 10.887/2004.
Por sua vez, no julgamento do recurso, o Tribunal manteve a denegação do

registro do ato, com ajuste no fundamento, pois a irregularidade passou a
ser justificada pela concessão de aposentadoria especial com paridade ten-
do por fundamento o disposto no art. 2o do Decreto Estadual no 4.806/2006,
em ofensa ao princípio da legalidade estrita.
A decisão teve como fundamento o recente entendimento firmado pelo Su-

premo Tribunal Federal no julgamento do Recurso Extraordinário no 1.162.672,
com Repercussão Geral (Tema 1019), que firmou a tese de que o policial civil
tem direito à aposentadoria especial com proventos calculados com base na

regra da integralidade, independentemente do cumprimento das regras de
transições insculpidas nos arts. 2o e 3o da EC no 47/2005, mas que a concessão
do benefício com paridade de reajustes depende da existência de previsão
em lei complementar de cada ente federativo.
Nesse sentido, foi determinado ao IPREV a adoção de providências necessárias

visando à anulação da Portaria que concedeu a aposentadoria, observando-se
o contraditório e a ampla defesa. O novo ato aposentatório deve prever a con-
cessão de aposentadoria especial com integralidade, considerando o valor da
última remuneração do servidor em atividade, mas com reajuste seguindo os
critérios do Regime Geral de Previdência Social, sem, portanto, a aplicação da
paridade prevista no art. 2o do Decreto (estadual) no 4810/2006, consoante o en-
tendimento do Supremo Tribunal Federal no Tema no 1019 de Repercussão Geral.
@REC 23/00417604. Relator: Conselheiro Aderson Flores.

Contagem de tempo de serviço

público prestado em cargo anterior
EMENTA RESUMIDA:
CONSULTA. PREVIDÊNCIA SOCIAL. INVESTIDURA EM NOVO CAR-
GO. CONTAGEM DE TEMPO DE SERVIÇO. CONCESSÃO DE ADICIO-
NAL POR TEMPO DE SERVIÇO. POSSIBILIDADE.
RESUMO:
O Tribunal de Contas de Santa Catarina fixou o Prejulgado no 2436,
ao responder à consulta do Presidente da Câmara Municipal de São
Lourenço do Oeste, sobre a contagem de tempo de serviço público
prestado em cargo anterior como período aquisitivo para concessão
de adicional de serviço junto ao novo cargo.
Nesse sentido, o Tribunal firmou oito teses sobre o assunto. Assim, além
de outros apontamentos, orientou que, havendo investidura em cargo
diverso decorrente de concurso público, é assegurada a contagem do
período prestado no cargo anterior, inclusive para fins de composição

do período aquisitivo de adicional por tempo de serviço, desde que exis-
tente previsão na lei local e nos termos expressamente nela autorizados.
Todavia, não é possível computar o tempo de serviço público anterior

para fins de concessão de adicional por tempo de serviço caso o novo
cargo público seja remunerado por subsídio. Além disso, não é possível
a contagem de diferentes tempos de serviço na Administração Pública
e na iniciativa privada quando resultantes de atividades prestadas de
forma concomitante, ainda que digam respeito a cargos ou a empregos
cuja acumulação é constitucionalmente admitida, sob pena de cômpu-
to fictício de tempo de serviço.
O Tribunal também entendeu que a averbação do tempo de serviço

público anterior não constitui um efeito automático do ingresso no
novo cargo público, pois depende de aceitação do órgão público de
destino após comprovação de direito. Por fim, orientou que a conces-
são de qualquer vantagem remuneratória deve obedecer aos requisi-
tos e limitações de criação e aumento de despesa de pessoal estipula-
do na Constituição Federal e na Lei de Responsabilidade Fiscal.
@CON 23/00669760. Relator: Conselheiro Adircélio de Moraes Ferreira Júnior.

1.3 CONTÁBIL E ORÇAMENTÁRIO
Uso de cartão de pagamento

para contratação e adimplemento
de despesas públicas
EMENTA RESUMIDA:
CONSULTA. DESPESAS PÚBLICAS. USO DE CARTÃO DE PAGAMEN-
TO. REGULAMENTAÇÃO DE NORMA INFRALEGAL. MEIO DE TRANS-
FERÊNCIA DE RECURSOS. SUPRIMENTO DE FUNDOS.
RESUMO:
O Tribunal de Contas de Santa reformou o Prejulgado no 2096 ao res-
ponder à consulta do ex-Presidente do Tribunal de Justiça de Santa
Catarina (TJSC), sobre a possibilidade de regulamentação interna do
uso de cartão de pagamento para contratação e adimplemento de
despesas públicas, em hipóteses diferentes do suprimento de fundos,
bem como a forma correta de empenhamento.
Assim, o Tribunal orientou que o cartão de pagamento é apenas um

meio de transferência de recursos, equiparando-se, para fins de direito
financeiro, ao cheque, ao PIX, à TED e ao DOC. Trata-se, portanto, de
mera variação na forma de pagamento e, como tal, não carece de lei
em sentido estrito para regulamentação do seu uso, bastando norma
infralegal, sem prejuízo da observância das regras relativas à contra-
tação (por meio de licitação ou direta) e à execução orçamentária (de
forma ordinária ou no regime de adiantamento).
Nesse sentido, a prévia regulamentação do uso do cartão de paga-

mento é necessária, no âmbito de cada ente federado, devendo esta-
belecer quem pode utilizar, em quais circunstâncias, autorizações e
restrições de uso, limites de valores, controles administrativos, entre
outros aspectos inerentes à tecnologia disponibilizada.
Ainda, o Tribunal entendeu que os aportes efetuados no cartão de pa-

gamento que não digam respeito a regime de adiantamento (supri-
mento de fundos) ou ao pagamento antecipado devem ser considera-
dos unidade de caixa e os pagamentos de gastos custeados com esses
recursos devem ser precedidos de empenho para o credor (fornece-
dor/prestador) e de liquidação, com base em documentos idôneos e
em disposições contratuais, nos termos dos arts. 60 a 64 da Lei Federal
no 4.320/1964.
@CON 23/00499155. Relator: Conselheiro Aderson Flores.

Possibilidade de criação de fundos

soberanos municipais (subnacionais)
EMENTA RESUMIDA:
CONSULTA. POSSIBILIDADE DE CRIAÇÃO DE FUNDOS SOBERANOS
MUNICIPAIS (SUBNACIONAIS). NATUREZA JURÍDICA DE FUNDOS
ESPECIAIS. EXIGÊNCIA DE AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA ESPECÍFI-
CA (LEI ORDINÁRIA).
RESUMO:
responder à consulta do Prefeito do Município de Grão Pará, sobre a
possibilidade jurídica de criação de fundo soberano ou de desenvolvi-
mento econômico municipal e a necessidade de adoção de legislação
específica para tanto.
Assim, o Tribunal orientou que é possível a criação de fundos sobera-

nos municipais (subnacionais), os quais possuem natureza jurídica de
fundos especiais, na forma da Lei no 4.320/1964 (arts. 71 a 74), desde
que mediante autorização legislativa específica (lei ordinária).
@CON 23/00626360. Relator: Conselheiro Substituto Cleber Muniz Gavi.

1.4 LICITAÇÕES E CONTRATOS
Irregularidades em pregão eletrônico

para manutenção de veículos
automotores
EMENTA RESUMIDA:
ANÁLISE DE EDITAL. PREGÃO ELETRÔNICO. LICITAÇÃO COMPAR-
TILHADA. REGISTRO DE PREÇOS. EMPRESA ESPECIALIZADA NO
GERENCIAMENTO DA MANUTENÇÃO PREDITIVA, PREVENTIVA E
CORRETIVA DE VEÍCULOS AUTOMOTORES E EQUIPAMENTOS. IR-
REGULARIDADES. RECOMENDAÇÃO.
RESUMO:
O Tribunal de Contas de Santa Catarina apontou irregularidades em
edital de pregão eletrônico promovido pelo Consórcio Interfederativo
Santa Catarina (CINCATARINA), com vistas ao registro de preço para
futura e eventual contratação de empresa especializada no gerencia-
mento da manutenção preditiva, preventiva e corretiva de veículos au-
tomotores e equipamentos, no valor máximo de R$ 150.000.000,00.
Assim, o Tribunal indicou diversas irregularidades. Nesse sentido, au-

sência de justificativa dos quantitativos com base em estudos e pro-
jeções da demanda da Administração Pública, bem como de previsão
de quantidade mínima de estabelecimentos credenciados, elevando o
risco de contratações antieconômicas e de orçamento detalhado em
planilhas que expressem a composição dos custos unitários dos servi-
ços licitados, entre outras.
Ainda, a Corte de Contas recomendou ao CINCATARINA a adoção de

medidas preventivas para evitar a ocorrência de irregularidades na exe-
cução contratual em relação aos contratos celebrados e com vigência
até 2024 e medidas para elaboração dos próximos editais e contratos
deles decorrentes com objetos semelhantes.
@LCC 23/00118291. Relator: Conselheiro José Nei Alberton Ascari.

Inviabilidade de previsão de forma

de pagamento parcelada, mensal,
fixa e consecutiva em contrato
de fornecimento não contínuo de bens
EMENTA RESUMIDA:
CONSULTA. LICITAÇÃO. FORNECIMENTO DE BENS. PAGAMENTO
DIFERIDO EM PARCELAS FIXAS. DESPESA PÚBLICA. LIQUIDAÇÃO
DE DESPESA. IMPOSSIBILIDADE. VEDAÇÕES CONSTITUCIONAIS E
LEGAIS.
RESUMO:
responder à consulta da Prefeita do Município de Canoinhas, sobre a
possibilidade de a Administração prever, em contrato de fornecimen-
to de luminárias instaladas com tecnologia LED, para atendimento
ao município, cláusula que disponha sobre a forma de pagamento
parcelado, em 60 vezes, mensais, fixas e consecutivas, honrado de
acordo com o superávit e com a economia de energia gerada pelas
manutenções.
Assim, o Tribunal entendeu que as condições, inclusive o prazo para

liquidação e pagamento, devem ser estabelecidas no contrato. Nesse
sentido, é inviável prever forma de pagamento parcelada, mensal, fixa
e consecutiva, haja vista que o pagamento da despesa só será efetu-
ado após a sua regular liquidação, nos termos dos arts. 62 e 63 da Lei
no 4.320/1964.
Ainda, orientou que a regular liquidação requer prévia verificação do

fornecimento dos bens e/ou medição dos serviços executados, ou seja,
mediante a efetiva comprovação do fato gerador da despesa pública.
@CON 23/00628494. Relator: Conselheiro Substituto Gerson dos Santos Sicca.

Câmara Municipal pode contratar

intérprete de Libras para suas sessões
por licitação regular ou direta
EMENTA RESUMIDA:
CONSULTA. PODER LEGISLATIVO. CÂMARA MUNICIPAL. ACESSSI-
BILIDADE. LICITAÇÃO. CONTRATAÇÃO DIRETA. CONTRATAÇÃO DE
INTÉRPRETE DE LIBRAS. LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS.
RESUMO:
O serviço de tradução e interpretação simultânea para Língua Brasi-
leira de Sinais (Libras) das sessões plenárias da Câmara Municipal não
constitui atribuição exclusiva de servidor público integrante do qua-
dro permanente de pessoal da Administração Pública (titular de cargo
efetivo ou emprego público).
Assim, é possível sua execução por terceiros contratados pelo Poder

Legislativo usando meios e condições legais admissíveis se não houver
previsão da atribuição no quadro de pessoal.
Nesse sentido, a Câmara Municipal pode contratar o serviço de tradução

e interpretação simultânea para Libras das sessões plenárias mediante
processo de licitação regular ou contratação direta, podendo eleger dis-
tintas soluções conforme a necessidade administrativa, observando as
balizas legais em cada caso.
Essa foi a orientação do Tribunal de Contas de Santa Catarina ao res-

ponder à consulta do Presidente da Câmara Municipal de Mafra, sobre
a possibilidade de contratar intérprete de Libras para atuar na realiza-
ção das sessões plenárias do legislativo municipal. Por fim, o Prejulga-
do no 2434 foi fixado.
@CON 23/00340636. Relator: Conselheiro Luiz Eduardo Cherem.

Irregularidade em edital
de revitalização de área tombada
por ausência de submissão do projeto
aos órgãos competentes
EMENTA RESUMIDA:
REPRESENTAÇÃO. LICITAÇÃO. OBRA DE REVITALIZAÇÃO EM RE-
GIÃO TOMBADA E CARACTERIZADA COMO ÁREA DE INTERESSE
HISTÓRICO-CULTURAL. PROJETO EM DESACORDO COM O PLANO
DIRETOR. AUSÊNCIA DE SUBMISSÃO AOS ÓRGÃOS COMPETENTES.
MULTA.
RESUMO:
O Tribunal de Contas de Santa Catarina julgou procedente a represen-
tação formulada pelo Ministério Público de Contas de Santa Catarina,
acerca de irregularidades no projeto e no contrato realizado pelo Mu-
nicípio de Florianópolis para a revitalização do centro leste da Capital.
A decisão foi proferida em razão de o edital de concorrência ter sido

feito sem a submissão do projeto para análise técnica da Fundação Ca-
tarinense de Cultura e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional, visto que a intervenção se daria em região tombada.
Para o Tribunal, o lançamento de edital de licitação para execução de

obra em região tombada sem submissão do projeto aos órgãos com-
petentes para análise e sem observância de disposição do Plano Dire-
tor, que exigia a manutenção dos “revestimentos originais ou antigos
de valor histórico”, configura grave infração à normal legal ou regu-
lamentar. Diante disso, foi aplicada multa no valor de R$ 7.500,00 ao
ex-Secretário de Infraestrutura de Florianópolis.
@REP 22/00005738. Relator: Conselheiro Aderson Flores.

Acórdão no 158/2024, disponibilizado no Diário Oficial do TCE/SC de 23/05/2024.
É possível a contratação
de equipamentos acompanhados
de sistema por inexigibilidade
de licitação
EMENTA RESUMIDA:
LICITAÇÃO. CONTRATAÇÃO DIRETA. INEXIGIBILIDADE. OBJETO SIN-
GULAR. FORNECEDOR EXCLUSIVO. JUSTIFICAÇÃO CASUÍSTICA. DE-
TENÇÃO DE PATENTE E MOTIVAÇÃO MERAMENTE PRINCIPIOLÓGICA
INSUFICIENTES. INTERESSE PÚBLICO. EFICIÊNCIA. ECONOMICIDADE.
RESUMO:
O Tribunal de Contas de Santa Catarina reformou o Prejulgado no 1916,
acerca da possibilidade de licitação direta para adquirir equipamento
acompanhado de sistema quando a empresa contratada comprova
ter exclusividade de fornecimento.
Assim, o Tribunal manteve o entendimento de que a aquisição de

equipamento acompanhado de sistema, mediante inexigibilidade de
licitação, é regular quando a empresa contratada comprova ter exclu-
sividade de fornecimento, mediante apresentação da respectiva docu-
mentação, e o contratado demonstra que apenas o referido produto
atende às necessidades da Administração.
No mesmo sentido, atualizou o referido prejulgado, orientando que a

detenção da patente do objeto não justifica, por si só, a inexigibilidade
licitatória, pois esta é viabilizada pela imprescindibilidade das caracte-
rísticas daquele produto para a consecução dos fins administrativos.
Por fim, o Tribunal acrescentou que inexigibilidade de licitação so-

mente se justifica pela necessidade concreta de operacionalização/
implementação de atividade administrativa, não sendo suficiente a
afirmação genérica que aquele determinado objeto atende o interes-
se público, a eficiência e a economicidade.
@CON 23/00490107. Relator: Conselheiro Luiz Eduardo Cherem.

1.5 MEIO AMBIENTE
Irregularidades em atos
administrativos referentes ao Plano
Municipal de Resíduos Sólidos
de Criciúma
EMENTA RESUMIDA:
INSPEÇÃO. SUSTENTABILIDADE. PLANO MUNICIPAL DE GESTÃO
INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS. PLANEJAMENTO MUNICIPAL.
RESÍDUOS SÓLIDOS. ADEQUAÇÃO LEGAL. IRREGULARIDADE. PLA-
NO DE AÇÃO.
RESUMO:
O Tribunal de Contas de Santa Catarina considerou irregulares os atos
administrativos referentes à manutenção do Plano Municipal de Ges-
tão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS) de Criciúma (Lei Muni-
cipal no 7.329/2018), em comparação ao disposto na lei instituidora
da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei no 12.305/2010) e na Lei
no 11.445/2007.
Nesse sentido, na inspeção foram constatadas irregularidades referen-

tes às regras para etapas de gerenciamento de resíduos sujeitos a pla-
no de gerenciamento específico, à capacitação técnica, à sustentabili-
dade econômico-financeira, aos passivos ambientais relacionados aos
resíduos sólidos, além de outras inconformidades.
Diante disso, o Tribunal determinou ao Prefeito do Município de Criciú-

ma a elaboração de um plano de ação, acompanhado de cronograma,
para a efetiva atualização/revisão do PMGIRS, bem como sua atualiza-
ção, em conformidade com a Lei Municipal no 7.329/2018 e com as Leis
no 11.445/2007 e no 12.305/2010, no prazo de 90 dias.
@RLI 23/00579426. Relator: Conselheiro José Nei Alberton Ascari.

1.6 PROCESSUAL
Consulta não respondida por não

preencher requisitos de admissibilidade
EMENTA RESUMIDA:
CONSULTA. CASO CONCRETO. ILEGITIMIDADE DA CONSULENTE.
AUSÊNCIA DE PARECER JURÍDICO.
RESUMO:
O Tribunal de Contas de Santa Catarina não respondeu à consulta da
Assessora Jurídica do Município de Ilhota, sobre reequilíbrio econô-
mico-financeiro de contrato para a realização de obra asfáltica com
base na tabela do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices
da Construção Civil.
Isso ocorreu porque esta não foi feita por autoridade legitimada, tra-
tava de caso concreto, além de estar desacompanhada de parecer
jurídico. Assim, os requisitos de admissibilidade previstos nos arts. 103
e 104, incisos II, III, e V do Regimento Interno do Tribunal foram des-
cumpridos.
Entretanto, como a Corte de Contas já se manifestou em diversas opor-

tunidades sobre o tema, foram encaminhados à consulente e ao mu-
nicípio os Prejulgados no 869, 1952, 1992 e 2313, que poderão auxiliá-los
quanto às providências pertinentes.
Por fim, cabe orientar que os jurisdicionados não legitimados a propor con-
sultas podem contar com o corpo técnico do Tribunal para dirimir suas dúvi-
das sobre licitações e contratos por meio do e-mail [email protected]
bem como pelo Atendimento Virtual, nos termos da Instrução Normativa
no TC-30/2021.
@CON 24/00067044. Relator: Conselheiro Aderson Flores.

1.7 OUTROS TEMAS
Levantamento de políticas
de assistência social nos municípios
de Santa Catarina
EMENTA RESUMIDA:
LEVANTAMENTO. MAPEAMENTO DA REDE DO SISTEMA ÚNICO DE
ASSISTÊNCIA SOCIAL. DEFICIÊNCIAS ENCONTRADAS. INCLUSÃO
NO PLANEJAMENTO DE FUTURAS AÇÕES DE FISCALIZAÇÃO.
RESUMO:
O Tribunal de Contas de Santa Catarina realizou levantamento envol-
vendo mapeamento da rede do Sistema Único de Assistência Social
(SUAS) dos municípios catarinenses, para verificação preliminar de
temas relacionados às políticas de assistência social nos municípios
de Santa Catarina, com a finalidade de subsidiar decisões de realiza-
ção de procedimentos de auditoria ou de realização de capacitação de
membros dos respectivos conselhos.
Dessa forma, o Tribunal incluiu diversos procedimentos fiscalizatórios

no seu Plano de Ação do Controle Externo para execução futuras, como:
a) avaliar os equipamentos e atendimentos das unidades de acolhi-
mento institucional e familiar para crianças e adolescentes; b) avaliar
as unidades de acolhimento para pessoa idosa; c) avaliar a adequação
da implantação das diretrizes contidas no Decreto no 7.053/2009, que
institui a Política Nacional para a População em Situação de Rua; d)
avaliar a adequação da aplicação dos recursos da pactuação do cofi-
nanciamento do Estado.
Além disso, e) avaliar a adequação do quadro de pessoal das secreta-

rias municipais de assistência social; f) verificar as inconsistências de
saldos e adequação da aplicação dos recursos dos fundos municipais
da criança e do adolescente e da pessoa idosa; g) verificar a adequação
dos benefícios eventuais em observância ao disposto na LOAS, na

NOB/SUAS e nas regulamentações municipais; e h) acompanhar a im-
plantação do Programa Primeira Infância no SUAS e o reordenamento
das ações de Assistência Social do Programa Criança Feliz.
@LEV 22/80067913. Relator: Conselheiro Adircélio de Moraes Ferreira Júnior.

2 JURISPRUDÊNCIA
DE OUTROS TRIBUNAIS
2.1 SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

Nesta seção são apresentadas deliberações relevantes para
o controle externo exaradas pelo Supremo Tribunal Federal
(STF), selecionadas, em sua maioria, de seu próprio informa-
tivo de jurisprudência. Dentre as decisões, há as súmulas vin-
culantes, cujos preceitos devem ser seguidos pelos demais ór-
gãos do Poder Judiciário e pela administração pública direta
e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. Também
se destacam as decisões com repercussão geral, pois contêm
questões relevantes do ponto de vista econômico, político, so-
cial ou jurídico que ultrapassam os interesses individuais do
processo. Elas são importantes, tendo em vista que suas teses
servem como precedentes para processos semelhantes.
Direito à nomeação de candidato preterido

e prazo para ajuizamento da ação judicial –
Repercussão Geral.
RE 766.304/RS (Tema 683 RG)
TESE FIXADA: “A ação judicial visando ao reconhecimento do direito
à nomeação de candidato aprovado fora das vagas previstas no edital
(cadastro de reserva) deve ter por causa de pedir preterição ocorrida
na vigência do certame”.
Concursos públicos da área de segurança

pública: limite de vagas para mulheres.
ADI 7.480/SE, ADI 7.482/RR e ADI 7.491/CE
RESUMO: A reserva legal de percentual de vagas a ser preenchido,
exclusivamente, por mulheres, em concursos públicos da área de se-
gurança pública estadual, não pode ser interpretada como autoriza-
ção para impedir que elas possam concorrer à totalidade das vagas
oferecidas.
Empresas estatais: restrições às indicações

políticas para o Conselho de Administração
e para diretoria.
ADI 7.331/DF
TESE FIXADA: “1. São constitucionais as normas dos incisos I e II do §
2o do art. 17 da Lei 13.303/2016, que impõem vedações à indicação de
membros para o Conselho de Administração e para a diretoria de em-
presas estatais (CF, art. 173, § 1o).”
2.2 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

A seguir são apresentadas decisões emitidas pelo Tribunal
de Contas da União, retiradas de seu próprio boletim de juris-
prudência e importantes para o controle externo. Apesar da
relevância, elas não obrigam o TCE/SC a deliberar no mesmo
sentido, mas têm caráter pedagógico e podem servir de orien-
tação para toda a Administração Pública.
Responsabilidade. Multa. Circunstância

atenuante. Dosimetria. Afastamento.
Rejeição de alegações de defesa. Lei de
Introdução às Normas do Direito Brasileiro.
Acórdão 2887/2024 Primeira Câmara
RESUMO: Em caráter excepcional, havendo circunstâncias atenuan-
tes e inexistindo quaisquer indícios de prejuízo ao erário ou de locu-
pletamento, pode o TCU rejeitar as razões de justificativa do respon-
sável, sem, contudo, aplicar-lhe a multa do art. 58 da Lei no 8.443/1992,
com base na interpretação do art. 22, § 2o, do Decreto-lei no 4.657/1942
(Lindb). Este dispositivo não se aplica apenas à dosimetria da pena, po-
dendo, em situações-limite, servir de fundamento para relevar a apli-
cação da sanção pelo Tribunal.
Responsabilidade. Culpa. Erro grosseiro.

Lei de Introdução às Normas do Direito
Brasileiro. Parecer jurídico. Desconsideração.
Princípio da motivação.
Acórdão 2503/2024 Segunda Câmara
RESUMO: Para fins de responsabilização perante o TCU, a decisão do
gestor que desconsidera, sem a devida motivação, as recomendações
constantes do parecer da consultoria jurídica acerca do processo lici-
tatório configura erro grosseiro (art. 28 do Decreto-lei no 4.657/1942 –
Lindb).
Responsabilidade. Débito. Prescrição.

Interrupção. Processo judicial.
RESUMO: Atos praticados no âmbito de processo judicial não inter-
rompem a contagem da prescrição das pretensões punitiva e ressarci-
tória do TCU, mesmo quando se tratar de fato coincidente ou conexo,
na linha de desdobramento causal da irregularidade ou do dano em
apuração (art. 6o, § 2o, da Resolução TCU no 344/2022).
Licitação. Proposta. Preço. Inexequibilidade.

Presunção relativa. Diligência.
Acórdão 803/2024 Plenário
RESUMO: O critério definido no art. 59, § 4o, da Lei no 14.133/2021 con-
duz a uma presunção relativa de inexequibilidade de preços, sendo
possível que a Administração conceda à licitante a oportunidade de
demonstrar a exequibilidade da sua proposta, nos termos do art. 59,
§ 2o, da referida lei.
Contrato Administrativo. Superfaturamento.

Preço. Referência. Licitação. Preço unitário.
Sobrepreço.
RESUMO: Valores unitários extraídos de licitações de outros órgãos
envolvendo serviços de mesma natureza podem servir como refe-
rência para fins de apuração de eventual sobrepreço ou superfatura-
mento. A Lei no 14.133/2021 (nova Lei de Licitações e Contratos) consa-
grou essa possibilidade ao estipular que valores decorrentes de outros
certames e contratos administrativos de objeto semelhante podem
ser uma fonte de preços paradigma para elaboração de orçamento-

base de licitações (art. 23, § 1o, inciso II, no caso de contratação de bens
e serviços em geral, e art. 23, § 2o, inciso III, no caso de contratação de
obras e serviços de engenharia).
Responsabilidade. Convênio. Delegação

de competência. Decreto. Lei ordinária.
Secretário. Prefeito.
RESUMO: A delegação de competência a secretário realizada por de-
creto municipal é insuficiente para afastar a responsabilidade do pre-
feito pela utilização de recursos federais. Se não houver lei municipal
dispondo diferentemente, o ordenador de despesas é o prefeito, titular
máximo da administração pública local.
Responsabilidade. Débito. Princípio

da insignificância. Requisito. Princípio
da racionalidade administrativa.
Princípio da economia processual.
RESUMO: É possível aplicar o princípio da insignificância para afas-
tar débito de baixa materialidade, diante da mínima ofensividade da
conduta do responsável e da inexpressividade da lesão jurídica pro-
vocada, levando-se em consideração o custo do controle e o atendi-
mento aos princípios da racionalidade administrativa e da economia
processual.
Licitação. Projeto básico. Obras e serviços

de engenharia. Rodovia. Desapropriação.
Interferência.
RESUMO: O projeto básico de obras rodoviárias deve contemplar to-
das as soluções relativas às desapropriações necessárias e ao remane-
jamento de interferências, a exemplo de redes e tubulações de ener-
gia elétrica, gás, água, esgoto, fibras óticas (art. 6o, inciso XXV, da Lei
no 14.133/2021).
Pessoal. Ressarcimento administrativo.

Decisão judicial. Tutela antecipada.
Revogação. Tomada de contas especial.
Instauração. AGU.
RESUMO: Não é cabível a instauração de tomada de contas especial
com vistas à devolução de valores recebidos por servidor ou pensionis-
ta mediante antecipação de tutela posteriormente revogada, por não
se tratar de desfalque ou desvio de recursos, tampouco prática de ato
ilegal, ilegítimo ou antieconômico por parte do beneficiado, que rece-
beu as quantias por determinação de legítima decisão judicial. Com-
pete à AGU adotar as medidas cabíveis no sentido de obter a devolu-
ção, para a União, dos valores recebidos por força da decisão revogada,
e ao Poder Judiciário decidir sobre o ressarcimento (art. 302, inciso I e
parágrafo único, do CPC).
Responsabilidade. Contrato
administrativo. Subcontratação. Débito.
Quantificação.
RESUMO: A subcontratação total do objeto, em que se evidencia a
mera colocação de interposto entre a administração pública contra-
tante e a empresa efetivamente executora (subcontratada), é irregula-
ridade ensejadora de débito, o qual corresponde à diferença entre os
pagamentos recebidos pela empresa contratada e os valores por ela
pagos na subcontratação integral.
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Co o rd e n a d o r i a d e J u r i s p r u d ê n c i a

Ministério Público de Contas – Procuradores

O Tribunal de Contas de Santa Catarina (TCE/SC) tem como ob-

Entre as funções do TCE/SC, destaca-se a função pedagógica.

As referências apresentadas neste documento não podem ser

Por fim, consta na publicação uma seção composta por decisões

Quer receber os Informativos de

Envie e-mail para [email protected]

1.2 ATOS DE PESSOAL......................................................................... 13

1.3 CONTÁBIL E ORÇAMENTÁRIO................................................... 15

1.5 MEIO AMBIENTE.............................................................................23

1.7 OUTROS TEMAS..............................................................................25

2 JURISPRUDÊNCIA DE OUTROS TRIBUNAIS................ 27

2.1 SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL............................................... 27

RE 766.304/RS (Tema 683 RG)........................................................ 27

ADI 7.480/SE, ADI 7.482/RR e ADI 7.491/CE............................... 28

2.2 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO......................................... 28

Acórdão 2887/2024 Primeira Câmara......................................... 29

Acórdão 2503/2024 Segunda Câmara......................................... 29

Acórdão 2926/2024 Primeira Câmara.......................................... 30

Acórdão 803/2024 Plenário............................................................. 30

Acórdão 823/2024 Plenário............................................................. 30

Acórdão 3161/2024 Primeira Câmara............................................ 31

Acórdão 2716/2024 Segunda Câmara........................................... 31

Acórdão 863/2024 Plenário..............................................................32

Acórdão 3491/2024 Primeira Câmara...........................................33

Câmara Municipal tem competência

Além disso, matéria de competência exclusiva de Câmara Municipal

Essa foi a orientação do Tribunal de Contas de Santa Catarina ao res-

Ainda, o Tribunal fixou o Prejulgado no 2430 e recomendou à Câmara

@CON 22/00618900. Relator: Conselheiro Substituto Gerson dos Santos Sicca.

Aplicação de multa a Prefeito por uso

Assim, julgou irregulares sem imputação de débito as contas perti-

Ainda, recomendou ao Município que se abstenha de divulgar cam-

@TCE 20/00036150. Relator: Conselheiro José Nei Alberton Ascari.

Nesse sentido, o Tribunal orientou que as associações profissionais, sin-

Dessa forma, considerando que a definição de OSC abrange as entida-

Para tanto, é necessário: I) que a ação desenvolvida tenha finalidade pú-

@CON 23/00773745. Relator: Conselheiro Wilson Rogério Wan-Dall.

Instrução normativa regulamenta

Na Instrução Normativa, foram tratados temas como sistema de co-

A regulamentação da fiscalização remota e as alterações nas resolu-

@PNO 24/00305247. Relator: Conselheiro Aderson Flores.

Requisitos para sociedade de

Assim, o Tribunal orientou que sociedade de economia mista pode re-

Por sua vez, no caso de permissão de uso, o procedimento licitatório

Ainda, o Tribunal entendeu que é indispensável a formalização do ter-

@CON 24/00079131. Relator: Conselheiro Adircélio de Moraes Ferreira Júnior.

Revogação de cautelar que

Dessa forma, o Tribunal determinou à FCC que finalize a inserção de

Recomendou ainda que esta promova a disponibilização, em tempo

@RLI 21/00674204. Relator: Conselheiro Aderson Flores.

Dessa forma, o Tribunal entendeu que a utilização de recursos prove-

@CON 24/00223941. Relatora: Conselheira Substituta Sabrina Nunes Iocken.

1.2 ATOS DE PESSOAL

O registro de aposentadoria foi denegado porque havia controvérsia em re-

Por sua vez, no julgamento do recurso, o Tribunal manteve a denegação do

A decisão teve como fundamento o recente entendimento firmado pelo Su-

tem direito à aposentadoria especial com proventos calculados com base na