Aço Inoxidável - Thais S P

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THAIS SANTOS POLLARINI

AÇO INOXIDÁVEL

Trabalho apresentado na
disciplina de Materiais de
Construção Mecânica do curso
de graduação em Engenharia
Mecatrônica do Centro Federal
de Educação Tecnológica de
Minas Gerais (CEFET-MG).
Professor: Ricardo Luiz Ribeiro

Divinópolis
2018
RESUMO

O aço inox possui grande importância no mercado, visto que está presente em
diversos materiais, como eletrodomésticos, peças de automóveis, equipamentos
sanitários, corrimões de escadas, entre outros. Neste trabalho, é abordado o
processo de fabricação do aço inox, os seus principais tópicos como a matéria
prima, a produção e o forno; os tipos de aço inox, sendo eles, austenítico,
martensítico e ferrítico; a composição de cada um deles, além das suas
propriedades, custos e aplicações.

Palavras-chave: fabricação do aço inox, composição, matéria prima, aplicação.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1 – Materiais de Aço Inox .................................................................... 7


FIGURA 2 – Aço inoxidável martensítico AISI 410 temperado e revenido 20
HRC. Microestrutura de martensita revenida com finos carbonetos precipitados.
Microscopia ótica. Ataque Villela ........................................................................ 8
FIGURA 3 – Microestrutura típica ferrítica, ataque água-régia 50x .................... 8
FIGURA 4 – Microscopia ótica exibindo o início de recristalização secundária em
um aço inoxidável austenístico estabilizado com titânio após tratamento de
recozimento, ataque Villela. ............................................................................... 9
FIGURA 5 – Mola de aço inox martensítico ......................................................... 10
FIGURA 6 – Radiador de aço inox ferrítico ....................................................... 11
FIGURA 7 – Peças decorativas de aço inox austenítico ........................................ 13
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 5
2. DESENVOLVIMENTO ................................................................................. 6
2.1. Aço Inox e seu processo de fabricação................................................. 6
2.2. Principais Tipos de Aço Inox ................................................................. 8
2.2.1. Aços Inox Martensíticos .................................................................. 9
2.2.2. Aços Inox Ferríticos ...................................................................... 10
2.2.3. Aços Inox Austeníticos ................................................................. 11
2.3. Custo ................................................................................................... 13
3. CONCLUSÃO ............................................................................................ 14
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................ 15
1. INTRODUÇÃO

Devido à sua vasta aplicação, o aço se tornou matéria prima indispensável


atualmente. É encontrado não só na construção civil mas também na produção
de veículos, eletrodomésticos, ferramentas, equipamentos e outros. Portanto,
seu certificado de qualidade se tornou fundamental.
O processo de fabricação do aço não é recente. Entretanto, não é uma
arte completamente dominada e pode apresentar variações, significativas ou
não, em sua produção. Por isso, é necessário completo conhecimento dos
procedimentos e cautela na execução.
O aço é um dos materiais mais utilizados no mundo e está presente nos
mais diversos itens do nosso dia a dia: em utensílios domésticos, em peças de
automóveis e na construção civil.
No entanto, um grande problema do aço comum é a corrosão. Assim foi
inventado o aço inox, que tem a adição de cromo (no mínimo 10,5%), níquel (no
máximo 30%) e outros componentes em sua composição química.
O cromo presente nessa liga reage com o oxigênio do ar, formando uma
camada superficial conhecida como camada passiva. Essa camada, depois de
formada, se torna inerte, ou seja, não reage com outros materiais, e, dessa
forma, impede que o ferro oxide, ocasionando a corrosão do material,
popularmente conhecida como ferrugem.
Esse fenômeno torna a superfície da liga completamente porosa e
diminui sua resistência mecânica. Devido a essas propriedades, o aço inox já é
amplamente utilizado atualmente e tem suas principais aplicações presentes nos
utensílios de cozinha e eletrodomésticos, reservatórios de alimentos e produtos
químicos na indústria.
Neste trabalho serão apresentados, seu processo de fabricação, suas
propriedades, sua composição, suas aplicações e o seu custo.

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2. DESENVOLVIMENTO

Nesta seção serão apresentados o processo de fabricação do aço


inoxidável, seus principais tipos, suas propriedades, sua composição, entre outros.

2.1. Aço Inox e seu processo de fabricação

O aço inoxidável é uma liga de ferro e crómio, podendo conter também


níquel, molibdénio e outros elementos, que apresenta propriedades físico-
químicas superiores aos aços comuns, sendo a alta resistência à oxidação
atmosférica a sua principal característica. As principais famílias de aços
inoxidáveis, classificados segundo a sua microestrutura, são: ferríticos,
austeníticos e martensíticos.
Estes elementos de liga, em particular o crómio, conferem uma excelente
resistência à corrosão quando comparados com os aços carbono. Eles são, na
realidade, aços oxidáveis. Isto é, o crómio presente na liga oxida-se em
contacto com o oxigénio do ar, formando uma película, muito fina e estável, de
óxido de crómio - Cr2O3 - que se forma na superfície exposta ao meio. Ela é
denominada camada passiva e tem como função proteger a superfície do aço
contra processos corrosivos. Para isso, é a adição de no mínimo 10,5% de
cromo e no máximo 30% de níquel.
Algumas propriedades aço inoxidável são: alta resistência à corrosão,
resistência mecânica adequada, facilidade de limpeza, baixa rugosidade
superficial, aparência higiênica, material inerte, facilidade de conformação e
união, resistente a altas temperaturas, a variações bruscas de temperatura, a
temperaturas criogénicas (abaixo de OºC), forte apelo visual (modernidade,
leveza e prestígio), baixo custo de manutenção, material reciclável, entre outros.
Ele é encontrado em diversos equipamentos e apresenta variadas
utilizações: instalações hospitalares, segmentos de cutelaria (talheres, panelas,
baixelas), equipamentos sanitários, pias e móveis, revestimentos de elevadores,
corrimões de escada, eletrodomésticos (fogão, geladeira, micro-ondas), peças
para automóveis, equipamentos náuticos, construção civil, etc.

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FIGURA 1 – Materiais de Aço Inox
Fonte: Site Toda Matéria

A fabricação de aço inoxidável envolve uma série de processos. Primeiro,


o aço é derretido e então é lançado em forma sólida. Após várias etapas de
formação, o aço é tratado termicamente e depois limpo e polido para dar o
acabamento desejado. Em seguida, é empacotado e enviado aos fabricantes,
que soldam e juntam o aço para produzir as formas desejadas.
 Fusão e fundição: As matérias-primas são primeiro fundidas juntas
em um forno elétrico. Este passo geralmente requer 8 a 12 horas
de calor intenso. Quando a fusão é concluída, o aço fundido é
fundido em formas semi-acabadas. Estes incluem blocos (formas
retangulares), tarugos (formas redondas ou quadradas), lajes,
varas e tubos redondos.
 Forma: Em seguida, o aço semi-acabado passa por operações de
conformação, iniciando com laminação a quente, na qual o aço é
aquecido e passado por rolos enormes. Blocos e tarugos são
formados em barra e arame, enquanto as lajes são formadas em
chapa, tira e folha.
 Final da procução: Depois que o aço inoxidável em suas várias
formas é embalado e enviado para o fabricante ou usuário final,
uma variedade de outros processos é necessária. A modelagem
adicional é realizada usando uma variedade de métodos, tais
como laminação, prensagem, forjamento, prensagem e extrusão.
Processos adicionais de tratamento térmico (recozimento),
usinagem e limpeza também são frequentemente necessários.

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2.2. Principais Tipos de Aço Inox

Há três tipos principais, os quais são classificados de acordo com sua


microestrutura, sendo eles: martensíticos, ferríticos e austeníticos.

FIGURA 2 – Aço inoxidável martensítico AISI 410 temperado e revenido 20 HRC.


Microestrutura de martensita revenida com finos carbonetos precipitados. Microscopia
ótica. Ataque Villela
FONTE: Apostila Aço Inox, USP

FIGURA 3 – Microestrutura típica ferrítica, ataque água-régia 50x


FONTE: Apostila Aço Inox, USP

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FIGURA 4 – Microscopia ótica exibindo o início de recristalização secundária em um aço
inoxidável austenístico estabilizado com titânio após tratamento de recozimento, ataque
Villela.
FONTE: Apostila Aço Inox, USP

Os primeiros podem ser endurecidos por têmpera, ao passo que os


outros dois não. No último grupo, caracterizado pela presença simultânea de
cromo e níquel, a estrutura austenítica pode ser retirada à temperatura
ambiente.
Os dois primeiros grupos compreendem os aços inoxidáveis
essencialmente ao cromo, em teores elevados.

2.2.1. Aços Inox Martensíticos

São essencialmente ligas Fe-C-Cr, com, eventualmente em alguns tipos,


pequenas quantidades de níquel.
Os tipos mais comuns são classificados nas normas AISI com os
números 403, 410, 414, 416, 420, 420F, 431, 440A, 440B, 440C e 440F.
Os tipos 403, 410, 414, 416 e 420 caracterizam-se por baixo teor de
carbono e um mínimo de 11,5% de cromo, que, no tipo 431, pode chegar a
17,0%. Embora o carbono seja baixo, esses aços possuem boa temperabilidade,
devido à presença de cromo. Assim sendo, podem ser temperados ar, em óleo
ou água e revenidos a temperaturas que dependem das propriedades mecânicas

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desejadas.
Esses aços são chamados também "tipo turbina" e suas aplicações são
feitas em lâminas de turbina e compressor, molas, eixos e hélices de bombas,
hastes de válvulas, parafusos, porcas etc.
Para conferir melhor usinabilidade, introduz-se enxofre ou selênio em
quantidades mínimas de 0,07%.
O tipo 420F possui carbono entre 0,30 e 0,40% e nos tipos 440A, 440B e
440C, o teor de carbono é mais elevado, mínimo de 0,60% no tipo 440A e
máximo 1,20% no tipo 440C. O teor de cromo varia de 12,0 a 18,0%, os
maiores teores para os tipos com mais carbono.
São temperados e revenidos, podendo atingir valores de dureza Brinell
entre 500 e 620 e limites de resistência à tração até cerca de 200 kgf/mm 2,
além de alta resistência ao desgaste.
São denominados "tipo cutelaria" e empregados em cutelaria,
instrumentos cirúrgicos, molas, mancais antifricção etc.

FIGURA 5 – Mola de aço inox martensítico


FONTE: SOMOL, fabricante de molas de aço inox

2.2.2. Aços Inox Ferríticos

Neles, o carbono é mantido, de um modo geral, baixo, entre 0,08 a


0,12%. Alguns tipos, os de maior quantidade de cromo, podem apresentar teor
máximo de carbono correspondente a 0,35%.
O teor de cromo mínimo varia de 11,5% nos tipos de carbono mais baixo
e o máximo pode chegar a 27,0%, nos de carbono mais elevado.
A designação AISI indica como tipos principais: 405, 406, 430, 430F, 442,
443 e 446.

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A adição eventual de enxofre ou selênio, em teores mínimos de
0,07%melhora a sua usinabilidade, de modo a torná-los mais adequados na
fabricação de parafusos, porcas e peças semelhantes.
Eventualmente, ainda contêm alumínio, de 0,10 a 0,30%, ou 3,50 a
4,50%, cobre de 0,90 a 1,25% e níquel, 0,50% máximo.
O tipo de conformação mais fácil e, portanto, muito comum, é o 430, com
0,12% de carbono e 14,00 a 18,00% de cromo. É empregado em equipamento
para a indústria química, em equipamentos de restaurantes e cozinhas, pecas
de fornos e em componentes arquitetônicos ou decorativos.
O tipo de melhor resistência à corrosão é o 446, que contém um máximo
de 0,35% de carbono e 23 a 27% de cromo. Possuem esses tipos ainda, boa
resistência à oxidação até a temperatura da ordem de 1.150°C. Utilizado em
componentes de fornos, queimadores, radiadores, etc.
Usualmente, a resistência mecanica é relativamente baixa; o tipo 446
pode atingir, nessa propriedade, um valor de 56,0 kgf/mm 2.

FIGURA 6 – Radiador de aço inox ferrítico


FONTE: Honda Civic

2.2.3. Aços Inox Austeníticos

Os tipos AISI mais comuns são designados pelos números 301, 302,
302B, 303, 304, 308, 309, 309S, 310, 316, 317, 321 e 347. Apresentam
simultaneamente cromo e níquel como principais elementos de liga e são
considerados os mais importantes agos inoxidáveis.
Geralmente, o carbono é mantido baixo - 0,08% máximo - podendo,
contudo em alguns casos, admitir-se teores de 0,25% máximo, desde que o
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cromo seja aumentado a teores de 22, 24 ou 26% e o níquel a teores de 12, 15
ou 22%.
O tipo mais conhecido é o "18-8", em que o teor médio de cromo é 18%
e o de níquel 8 %.
O níquel, além de melhorar a resistência a corrosão, melhora igualmente
a resistência à oxidação a altas temperaturas, de modo que esses aços são
também aplicados em condições de temperatura diferentes da ambiente.
São aços não magnéticos e não endurecíveis por tratamento térmico,
devido a sua estrutura austenítica, a qual é retida por resfriamento rápido em
água, após aquecimento entre 1.000 e 1.100°C.
Entretanto, se submetidos à deformação mecânica a frio, resulta um
encruamento que aumenta apreciavelmente a dureza à resistência mecânica
em proporções maiores que no encruamento de um aço comum.
O fato é atribuído à instabilidade da austenita, a qual, deformada a frio,
transformaria-se em ferrita supersaturada de carbono.
O aço 18-8, por exemplo, pode, após estiramento a frio, atingir valores
de limite de resistência à tração da ordem de 230 kgf/mm2.
O aço nessas condições, se reaquecido, readquire a estrutura
austenítica normal.
Como se mencionou, nesses aços pode ocorrer o fenômeno de corrosão
intergranular, que se evita com adições de titánio, tântalo e nióbio. O titánio,
quando adicionado, o é em teores correspondentes a cinco vezes o teor de
carbono e o nióbio a dez vezes.
Outros elementos presentes nos aços inoxidáveis austeníticos são:
silício, até 1,0 ou 1,5%, manganês, até 2,0%, eventualmente fósforo, enxofre
ou selênio, em torno de 0,07% para conferir melhor usinabilidade, molibdénio,
até 3 ou 4,0% para melhorar a resistência à corrosão química.
Os aços inoxidáveis austeníticos, antes de utilizados, são
"austenitizados", ou seja, aquecidos entre 1.000° e 1.100°C, seguindo-se
resfriamento rápido em água ou ar (no caso de peças de pequenas
dimensões), de modo a reter a estrutura austenítica à temperatura ambiente e,
igualmente, evitar, na faixa 400-800°C, a precipitação de carboneto de cromo.
Pode-se realizar, posteriormente, um tratamento a baixa temperatura, no
máximo a 425°C, para alívio de tensões.

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Depois de tratados termicamente, os aços inoxidáveis austeníticos
podem atingir limites de resistência à tração de 60 a 70 kgf/mm 2, limites de
escoamento de 21,0 a 28,0 kgf/mm2, alongamento de 45 a 60%, dureza Brinell
de 140 a 175 e resistência ao choque correspondente a 9,7 a 15,2 kgf.m.
As principais aplicações desses aços inoxidáveis são as seguintes:
peças decorativas, utensílios domésticos, peças estruturais, componentes para
a indústria química, naval, alimentícia, de papel e inclusive componentes que
devam estar sujeitos a temperaturas elevadas, como peças de estufas e fornos,
devido à boa resistência à oxidacão que apresentam.

FIGURA 7 – Peças decorativas de aço inox austenítico


FONTE: Imagem do Google

2.3. Custo

Ao se comparar o valor do aço inox com o do aço carbono, percebe-se


que o preço do aço carbono é muito inferior. O aço inox 304, por exemplo, custa
em média 14 reais/kg, enquanto o preço por quilo do aço carbono custa 3
reais/kg, obviamente esse preço influencia diretamente no preço do produto
final.
Cerca de 70% dos aços inoxidáveis que são comercializados no Brasil e
no mundo, possuem composição química na qual o níquel é um dos principais
elementos de liga, o que torna o preço do aço inoxidável extremamente sensível
ao preço do níquel, que representa de 27% a 30% dos custos totais diretos.

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3. CONCLUSÃO

Com este trabalho foi possível verificar como o aço inox é importante
para o mercado, pois possui muitas aplicações e está bastante presente no dia
a dia das pessoas.
Entretanto, como foi visto, o seu custo é maior do que outros tipos de
aço devido ao níquel, que é um dos principais elementos de liga, e isso torna o
preço do aço inoxidável extremamente sensível ao preço a seu preço.
Também foi visto que ele possui várias propriedades que o tornam mais
vantajoso em relação aos outros aços, como alta resistência à corrosão,
resistência mecânica adequada, facilidade de limpeza, baixa rugosidade
superficial, aparência higiênica, entre outros.
Portanto, foi observado que apesar do custo ser maior, de acordo com a
aplicação em que o aço será utilizado, ao se analisar a relação entre custo e
benefício, em alguns casos é melhor investir em um aço inoxidável.

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BIBLIOGRAFIA

MACMILLAN, Angus, ed. The Steel-Alloying Handbook. Elkay Publishing


Services, 1993.

Stainless Steel & Heat Resisting Steels. Iron & Steel Society, Inc., 1990.

Walter Pfeil e Michèle Pfeil. Estruturas de Aço, 7° edição.

VERINI, Vicente Chia. Tecnologia Mecânica. Vol III. 2ª Edição.

EMPRESA INOXPLASMA: http://www.inoxplasma.com.br/

GRUPO AÇO CEARENSE:


http://www.grupoacocearense.com.br/blog/abrindo-o-negocio/5-vantagens-do-
aco-inox-que-voce-precisa-conhecer/

http://turbinoxmateriaprima.blogspot.com/2011/03/o-que-e-aco-inox_03.html

http://www.madehow.com/Volume-1/Stainless-Steel.html

https://www.todamateria.com.br/aco-inox/

https://blog.palmetal.com.br/aco-carbono-e-aco-inox-fique-por-dentro-das-
diferencas/#.W8_qMWhKjIU

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