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UNIVERSIDADE POLITÉCNICA - A POLITÉCNICA

Instituto Superior de Humanidades, Ciência e Tecnologia

Engenharia Civil

3º Ano, 5º Semestre

Estruturas Metálicas e Mistas

Manuel Tiago Assane

Maio de 2022
Manuel Tiago Assane

Tema: Aço

Este é um projecto de pesquisa a ser avaliado na


disciplina de Estruturas Metálicas e Mistas, como
requisito parcial para a obtenção do Grau de
Licenciado em Engenharia Civil

Docente: Juca Figueiredo Suage

Maio de 2022
Índice
1. Introdução.................................................................................................................. 5

1.1. Objectivos .......................................................................................................... 5

1.1.1. Objectivo Geral........................................................................................... 5

1.1.2. Objectivo Especifico................................................................................... 5

2. Características Do Aço .............................................................................................. 6

2.1. Aço no dia-a-dia................................................................................................. 6

2.1.1. Utilidades domésticas ................................................................................. 6

2.1.2. Transporte ................................................................................................... 7

2.1.3. Construção civil .......................................................................................... 7

2.1.4. Embalagens e recipientes............................................................................ 7

2.1.5. Energia ........................................................................................................ 7

2.1.6. Agricultura .................................................................................................. 7

3. Ensaios realizados com o aço .................................................................................... 8

3.1. Ensaio de tração ................................................................................................. 8

3.1.1. Diagrama tensão x deformação .................................................................. 9

3.1.2. Módulo de elasticidade (ou módulo de Young) ....................................... 11

3.1.3. Deformação Plástica ................................................................................. 11

3.1.4. Limite elástico .......................................................................................... 11

3.1.5. Limite de proporcionalidade ..................................................................... 11

3.1.6. Limite de resistência ................................................................................. 12

3.1.7. Encruamento ............................................................................................. 12

3.1.8. Estricção ................................................................................................... 12

3.2. Ensaio de Cisalhamento Simples ..................................................................... 12

4. Processos De Fabricação Do Aço ........................................................................... 13

4.1. Etapas de produção .......................................................................................... 14

4.1.1. Preparação ................................................................................................ 14


4.1.2. Redução .................................................................................................... 15

4.1.3. Refino ....................................................................................................... 15

4.1.4. Laminação ................................................................................................ 15

5. Tipos de aços estruturais ......................................................................................... 16

5.1. Aço Carbono .................................................................................................... 16

5.2. Aço Liga .......................................................................................................... 16

5.3. Diferença entre o aço carbono e aço liga ......................................................... 17

6. Classificação do aço ................................................................................................ 17

7. Propriedades do Aço ............................................................................................... 18

7.1. Ductilidade ....................................................................................................... 18

7.2. Fragilidade ....................................................................................................... 19

7.3. Resiliência e Tenacidade ................................................................................. 19

7.4. Efeito de Temperatura Elevada ........................................................................ 20

7.5. Dureza .............................................................................................................. 20

7.6. Fadiga............................................................................................................... 20

7.7. Resistência à corrosão e força .......................................................................... 20

8. Conclusão ................................................................................................................ 22

9. Referencias Bibliográficas ...................................................................................... 23

Índice de figuras

Fig.1 - Representação de um ensaio de tracção…………………..…………………8

Fig.2 - Gráfico típico de tensão x deformação de um ensaio de tração……………10

Fig. 3 - Ensaio de cisalhamento simples……………………………………………13

Fig. 4 - Produtos obtidos na fabricação do aço…………………………………….16


1. Introdução

O aço é uma liga metálica formada essencialmente por ferro e carbono, com
percentagens deste último variando entre 0,008 e 2,11%. Distingue-se do ferro fundido,
que também é uma liga de ferro e carbono, mas com teor de carbono acima de 2,11%. O
carbono é um material muito usado nas ligas de ferro, porém varia com o uso de outros
elementos como: magnésio, cromo, vanádio e tungsténio. O carbono e outros elementos
químicos agem com o agente de resistência, prevenindo o deslocamento em que um
átomo de ferro em uma estrutura cristalina passa para outro.

A diferença fundamental entre ambos é que o aço, pela sua ductilidade, é


facilmente deformável por forja, laminação e extrusão, enquanto que uma peça em ferro
fundido é muito frágil.

1.1. Objectivos

1.1.1. Objectivo Geral

Explicar e apresentar o aço como um dos materiais mais utilizados e produzidos


no mundo e a sua grande importância no nosso dia-a-dia.

1.1.2. Objectivo Especifico

Explicar:

 O comportamento do aço;
 Explicar os diagramas de tensão e deformação;
 Processos de fabricação;
 Classificação;
 Propriedades;
 Tipos diferentes, etc.

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2. Características Do Aço

De um ponto de vista de suas aplicações, os aços podem ser classificados em


diversas categorias, cada qual com suas características (Chiaverini, 1 996). Por
exemplo, dos aços para estruturas são requeridas propriedades de boa ductilidade,
homogeneidade e soldabilidade, além de elevada relação entre a tensão resistente e a de
escoamento. A resistência à corrosão é também importante só sendo, entretanto,
alcançada com pequenas adições de cobre. Para atender a estes requisitos, utilizam-se
em estruturas os aços-carbono e os aços em baixo teor de liga ou microligados, ambos
os tipos com baixo e médio teores de carbono. A elevada resistência de alguns aços
estruturais é obtida por processos de conformação ou tratamentos térmicos.

O aço já era conhecido desde a Antiguidade. Não estava, porém, disponível a


preços competitivos por falta de um processo industrial de fabricação. O inglês Henry
Bessemer inventou, em 1856, um forno que permitiu a produção do aço em l arga
escala, a partir das décadas de 1860/70. Em 1864, os irmãos Martin desenvolveram um
outro tipo de forno de maior capacidade. Desde então, o aço rapidamente substituiu o
ferro fundido e o forjado na indústria da construção. O processo Siemens-Martin
apareceu em 1867. Por volta de 1880, foram introduzidos os laminadores para barras.

2.1. Aço no dia-a-dia

O aço está presente no nosso dia-a-dia nas mais diversas ocasiões e por isso
muitas vezes torna-se invisível

2.1.1. Utilidades domésticas

Empregado nos restaurantes, cozinhas industriais, hospitais, laboratórios,


empresas em geral e nas casas das pessoas, tem a resistência necessária para os mais
variados usos em forma de utensílios domésticos. Entre as propriedades do aço estão a
resistência a baixas e altas temperaturas, superfície que evita o acúmulo de resíduos,
composição química que o impede descascar, longa durabilidade e baixo custo de
manutenção.

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2.1.2. Transporte

O aço está presente nos carros, caminhões, ônibus, trens, metrôs, navios,
bicicletas e motocicletas. Transporta a população, interliga cidades e conduz as cargas,
distribuindo riquezas e espalhando progresso.

2.1.3. Construção civil

Largamente usado na construção civil, o aço pode estar presente como parte das
obras ou como material principal. O sistema construtivo em aço permite liberdade no
projecto de arquitectura, maior área útil, flexibilidade, compatibilidade com outros
materiais, menor prazo de execução, racionalização de materiais e mão-de-obra, alívio
de carga nas fundações, garantia de qualidade, maior organização nos canteiros de obras
e precisão construtiva.

2.1.4. Embalagens e recipientes

As embalagens de aço são usadas pela indústria em geral, sendo importantes na


conservação e transporte de alimentos, produtos químicos, agrícolas, tintas, gases de
cozinha e industriais. Especialmente em relação aos alimentos, o aço evita a
contaminação, assegurando a sua qualidade. Além disso, é 100% reciclável.

2.1.5. Energia

O aço é usado em hidreléctricas, termeléctricas e nucleares, torres de


transmissão, transformadores, cabos eléctricos, plataformas, tubulações, equipamentos
de prospecção e extracção de petróleo, assim como em perfuratrizes, esteiras e
caçambas das minas de carvão. É, portanto, fundamental na produção e distribuição de
energia no País.

2.1.6. Agricultura

A eficiência do sector agrícola está directamente ligada ao consumo de aço. A


terra é preparada com arados, semeada e cercada usando equipamentos que levam aço.

7
Na hora da colheita, com as ceifadeiras e colheitadeiras, assim na armazenagem em
silos e graneleiros, o aço também está presente, permitindo que os alimentos cheguem
ao mercado.

3. Ensaios realizados com o aço

3.1. Ensaio de tração

O ensaio de tração consiste na aplicação de uma força de tração axial num corpo
de prova padronizado, promovendo a deformação do material na direcção do esforço,
que tende a alongá-lo até fracturar. Devido à facilidade de execução e reprodutibilidade
dos resultados, este ensaio é amplamente utilizado. Com ele é possível determinar o
gráfico de Tensão Deformação e medir as propriedades de Resistência à Tração,
Módulo de Elasticidade, Tensão no Escoamento, Tensão na Ruptura, Deformação no
Escoamento, Deformação na Ruptura, etc.

A tensão, que é expressa em megapascal (Mpa), Newton por milímetro quadrado


(N/mm2) é calculada dividindo a força F ou carga aplicada, pela área da secção inicial
da parte útil do corpo de prova. Em uma máquina universal de ensaio, projectada para
esse tipo de ensaio, os dados são obtidos e computados durante todo o processo,
permitindo assim, a posterior análise das informações referentes ao material empregado.

Fig.1 - Representação de um ensaio de tracção (Biopdi.com)

8
O Ensaio de Tração fornece dados quantitativos que permitirão cálculos
matemáticos para a determinação de parâmetros importantes de modo que os
profissionais que trabalham na área de materiais possam decidir quanto à utilização de
um material específico para determinado fim.

Nos últimos séculos, não havia um controle regulado de qualidade dos produtos
acabados porque a construção dos objectos era basicamente feita à mão. Avaliava-se a
qualidade por meio do uso. Actualmente, pode-se entender que o controle de qualidade
deve começar com as matérias-primas e deve ser realizado em todo o processo de
produção, incluindo a inspecção e o teste final dos produtos acabados. O ensaio
mecânico de materiais é o procedimento padronizado utilizado para isto, contando com
cálculos, gráficos e consulta de tabelas, todos obedecendo as respectivas normas
técnicas.

Realizar um ensaio consiste em submeter um objecto já fabricado ou um


material que vai ser processado industrialmente a situações que simulam os esforços
que eles vão sofrer nas condições reais de uso, atingindo limites extremos de
solicitação.

Sendo um dos ensaios mais empregados actualmente na indústria, o ensaio de


tração avalia diversas propriedades mecânicas dos materiais, através de características
extraídas da análise do gráfico gerado por esse ensaio, o qual é conhecido como
diagrama tensão deformação, sendo muito útil para complementar a análise matemática
envolvida no processo.

3.1.1. Diagrama tensão x deformação

É o gráfico obtido através dos resultados do ensaio, podem-se calcular vários


valores de tensão e deformação correspondente no corpo de prova, como se fosse uma
tabela de tensões e deformações correspondentes e depois basta se plotar o gráfico.

a) Tensão nominal ou de engenharia: Determina-se com os dados registrados,


dividindo-se a carga aplicada P pela área da seção transversal inicial do
corpo de prova Ao.

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b) Deformação nominal ou de engenharia: É obtida da leitura do
extensómetro, ou dividindo-se a variação do comprimento de referência, δ,
pelo comprimento de referência inicial Lo.

Fig.2 - Gráfico típico de tensão x deformação de um ensaio de tração (Biopdi.com)

A partir das medidas de cargas e os respectivos alongamentos, constrói-se o


gráfico de tensão x deformação, como mostra a figura 2. A análise dos gráficos obtidos
com os ensaios de tração permite o levantamento de inúmeras informações que são
apresentadas a seguir:

10
3.1.2. Módulo de elasticidade (ou módulo de Young)

Corresponde a inclinação (coeficiente angular) do segmento linear no gráfico


tensão deformação. No aço, o módulo de elasticidade é considerado uma propriedade
insensível com a microestrutura, visto que o seu valor é fortemente dominado pela
resistência das ligações atómicas, sendo apresentado conforme a relação:

E = σ / ε.

Onde pode ser observado a proporcionalidade entre a tensão aplicada (σ) e a


deformação (ε).

3.1.3. Deformação Plástica

À medida que o material continua a ser deformado além do regime elástico, a


tensão deixa de ser proporcional à deformação e, portanto, a lei de Hooke não mais será
obedecida, ocorrendo uma deformação permanente e não recuperável denominada
deformação plástica. Para a maioria dos aços, a transição do comportamento elástico
para o plástico é gradual, ocorrendo uma curvatura no ponto de surgimento da
deformação plástica, a qual aumenta mais rapidamente com a elevação de tensão.

3.1.4. Limite elástico

O limite elástico, também denominado limite de elasticidade e limite de fluência,


é a tensão máxima que um material elástico pode suportar sem sofrer deformações
permanentes após a retirada da carga externa. Ou seja, dentro do limite elástico o
material retorna ao seu estado normal elástico depois de sofrer uma dada deformação.

3.1.5. Limite de proporcionalidade

É o limite ao qual a tensão aplicada não é mais proporcional ao alongamento, ou


seja, o material não apresenta mais linearidade.

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3.1.6. Limite de resistência

O limite de resistência à tração (algumas vezes representada pela sigla LRT) é a


tensão no ponto máximo do gráfico de tensão deformação de engenharia, a qual
corresponde à tensão máxima que pode ser sustentada por uma estrutura sob tração.
Observando o gráfico ainda da figura 2, após o escoamento a tensão necessária para
continuar o processo de deformação plástica, aumenta até alcançar um valor máximo e a
partir desse ponto, a tensão diminui até a fractura do material. Isso ocorre devido à
rápida diminuição da seção resistente do corpo de prova ao se ultrapassar a tensão
máxima, sendo expressa pela equação:

σ = F / A0

Onde F é a força ou carga instantânea aplicada em uma direcção ortogonal à


seção recta (A0) e A0 representa a área da seção do corpo de prova (antes da aplicação
da força).

3.1.7. Encruamento

O encruamento é um fenómeno modificativo da estrutura do aço, em que a


deformação plástica causará o endurecimento e aumento de resistência do aço. O
encruamento de um aço pode ser definido então como sendo o seu endurecimento por
deformação plástica.

3.1.8. Estricção

Pode ser entendido como uma “formação de pescoço” ou “estiramento” que


ocorre quando o aumento da dureza por encruamento é menor que a tensão aplicada e o
material sofre uma grande deformação. Fica localizado na região em uma seção
reduzida em que grande parte da deformação se concentra.

3.2. Ensaio de Cisalhamento Simples

No ensaio de cisalhamento simples, obtém-se um diagrama semelhante ao


tensão-deformação: diagrama de tensão cisalhante 𝜏 × distorção 𝛾. A inclinação do

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diagrama 𝜏, 𝛾 chama-se módulo de cisalhamento G. Em regime elástico demonstra-se a
relação:

𝐺 = 𝐸/2(1 + 𝜈)

Onde 𝜈 = coeficiente de deformação transversal (Poisson). Para o aço, com 𝜈 =


0,3 resulta G = 77.000 Mpa

Fig. 3 - Ensaio de cisalhamento simples (PFEIL)

A tensão de escoamento a cisalhamento fv, obtida nos ensaios de cisalhamento, é

proporcional à tensão de escoamento em tração simples fv. Experimentalmente obtém-se


a relação 𝑓𝑣 ≅ 0.6𝑓𝑦 .

4. Processos De Fabricação Do Aço

O aço é produzido por remoção de impurezas, como o carbono do ferro em bruto


ou da gusa, produzido pelos altos-fornos.

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O processo industrial principal é o de oxigénio, no qual a gusa ou a sucata
fundidas são colocadas num contentor de tijolos alcalinos (básicos) revestido com
resistências eléctricas. Faz-se então baixar um tubo ou uma lança, até próximo da
superfície do metal fundido, pelo qual se faz passar oxigénio puro a alta pressão. A
superfície do metal é assim agitada e as impurezas presentes neste são oxidadas (sofrem
combustão completa).

Um outro processo de produção do aço é o processo de Siemens-Martin, que


consiste num processo de fabrico muito antigo no qual o ferro fundido, em conjunto
com pedras calcárias, é colocado numa taça ou recipiente pouco fundo. É então feito
passar pela superfície do metal óleo em chamas ou gás, levando à oxidação das
impurezas.

Os aços de alta qualidade são feitos em fornos eléctricos. Faz-se passar uma
corrente eléctrica muito elevada pelos eléctrodos no forno, o que provoca a fusão da
sucata de aço e do ferro. A qualidade do aço produzido pode ser controlada
precisamente dado que se pode manter a temperatura do forno num valor exacto, e não
existirem produtos secundários da combustão para o contaminar. Os fornos eléctricos
são também utilizados para refinar o aço, produzindo os aços extrapuros utilizados, por
exemplo, na indústria petroquímica.

O aço produzido é moldado em lingotes, que podem ser trabalhados, quando


quentes, com martelo (forjando-o) ou por compressão entre rolos de maneira a obter
folhas de aço. Alternativamente, o processo contínuo, no qual o metal fundido é
continuamente feito fluir para um molde aberto, arrefecido com água, produz uma viga
de aço contínua.

4.1. Etapas de produção

4.1.1. Preparação

Antes de serem levados ao alto-forno, o minério de ferro e o carvão são


preparados de forma que possam render mais e gerar economia no processo. O minério
é transformado em pelotas e o carvão é destilado, se transformando em coque.

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4.1.2. Redução

Depois, as matérias-primas são levadas ao alto-forno. Na parte de baixo do forno


é soprado oxigénio aquecido, que entra em contacto com o carvão. A partir do calor
produzido, ocorre a redução do minério de ferro para ferro-gusa (uma liga de ferro
líquida com alto teor de carbono).

Além do ferro-gusa, a redução do minério de ferro também forma a escória, a


partir das impurezas (como calcário e sílica). A escória é a matéria-prima para a
produção de cimento.

4.1.3. Refino

Nessa parte do processo siderúrgico, o ferro-gusa é levado ainda líquido para a


aciaria (que podem ser fornos a oxigénio ou eléctricos) para se transformar em aço. A
principal parte desse processo é a reacção entre o oxigénio injectado com o carbono do
ferro-gusa, que gera gases como monóxido e dióxido de carbono. Isso é responsável por
diminuir o teor de carbono do ferro.

Nessa etapa também são removidas outras impurezas, como manganês e silício.
Então, são feitas adições de liga no ferro fundido, de acordo com as características que o
aço precisa ter. Depois, a maior parte do aço é solidificada em lingotes, semiacabados e
blocos.

4.1.4. Laminação

Por último, os produtos do refino passam pelo processo de laminação. Aqui eles
são transformados em uma gama de produtos siderúrgicos: barras, chapas, bobinas,
vergalhões, arames, perfilados, entre outros.

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Fig. 4 - Produtos obtidos na fabricação do aço (acosnobre.com.br)

5. Tipos de aços estruturais

São aços que, temperados e revenidos, atingem boa tenacidade e resistência.


Aços de alto carbono possuem mais do que 0,6% de carbono e apresentam elevada
dureza e resistência após têmpera. São comumente utilizados em trilhos, molas,
engrenagens, componentes agrícolas sujeitos ao desgaste, pequenas ferramentas etc.

Estes são chamados de aços de alta resistência e baixa liga, permitindo obter
soluções de estruturas mais leves. Dentre os aços pertencentes a esta categoria, merecem
destaque os que são resistentes à corrosão atmosférica conhecidos por aços estruturais
patináveis.

5.1. Aço Carbono

Aços-carbono são aqueles que estão presentes o carbono e os elementos


residuais, manganês, silício, fósforo, enxofre e outros, nos teores considerados normais.

5.2. Aço Liga

Chamado também de aço especial, é uma liga de ferro-carbono com elementos


de adição (níquel, cromo, manganês, tungsténio, molibdénio, vanádio, silício, cobalto e

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alumínio) para conferir a esse aço características especiais, tais como: resistência à
tração e à corrosão, elasticidade e dureza, entre outras.

5.3. Diferença entre o aço carbono e aço liga

Para ser definida como aço, a liga metálica deve possuir um percentual de
carbono inferior a 2%. Uma liga de ferro-carbono com percentual superior a este é
classificada como ferro fundido. Já os aços inoxidáveis possuem ferro e carbono na sua
constituição, porém precisam ter no mínimo 10% de cromo na sua formulação.

A principal diferença entre os dois tipos está nos processos de fabricação, visto
que o aço laminado a frio passa por mais etapas que o laminado a quente. O aço
galvanizado é o material que passa pelo processo de galvanização que faz com o que o
material atinja resistências maiores.

Geralmente, os elementos adicionados à composição do aço são: manganês,


níquel, cromo, molibdénio, vanádio, tungsténio e silício. Isso vai depender da
propriedade que querem que o aço atinja.

6. Classificação do aço

O aço pode ser classificado das seguintes maneiras: Quantidade de carbono em


percentagem; Composição química; Quanto à constituição microestrutura e quanto à sua
aplicação.

A classificação mais comum é de acordo com a composição química, dentre os


sistemas de classificação química o SAE é o mais utilizado, e adopta a notação ABXX,
em que AB se refere a elementos de liga adicionados intencionalmente, e XX ao
percentual em peso de carbono multiplicado por cem.

Para os aços utilizados na indústria mecânica e por vezes também em


construções civis emprega-se a nomenclatura da Society of Automotive Engineers
(SAE), a qual se baseia em quatro dígitos. O primeiro dígito representa o elemento ou
elementos de liga característicos:

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1. Aço-carbono 6. Aço-cromo-vanádio
2. Aço-níquel 7. Aço-tungsténio
3. Aço-cromo-níquel 8. Aço-níquel-manganês
4. Aço-molibdénio 9. Aço-silício-manganês
5. Aço-cromo

Os dois últimos dígitos representam uma percentagem de carbono em 0,0 1 %.


Os dígitos intermediários restantes (em geral um só dígito) representam a percentagem
aproximada do elemento de liga predominante. Por exemplo:

Aço SAE 1 020 (aço-carbono, com 0,20% de carbono)

Aço SAE 2320 (aço-níquel, com 3,5% de níquel e 0,20% de carbono).

7. Propriedades do Aço

As propriedades do aço podem variar de acordo com sua composição química e


teor de carbono, garantido uma grande diversidade de aplicações práticas.

7.1. Ductilidade

Denomina-se ductilidade a capacidade de o material se deformar sob a acção das


cargas. Os aços dúcteis, quando sujeitos a tensões locais elevadas sofrem deformações
plásticas capazes de redistribuir as tensões. Esse comportamento plástico permite, por
exemplo, que se considere numa ligação parafusada distribuição uniforme da carga
entre parafusos. Além desse efeito local, a ductilidade tem importância porque conduz a
mecanismos de ruptura acompanhados de grandes deformações que fornecem avisos da
actuação de cargas elevadas.

A ductilidade pode ser medida pela deformação unitá1ia residual após ruptura do
material. As especificações de ensaios de materiais metálicos estabelecem valores
mínimos de elongação unitária na ruptura para as diversas categorias de aços.

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7.2. Fragilidade

É o oposto da ductilidade. Os aços podem se tornar frágeis pela acção de


diversos agentes: baixas temperaturas ambientes. efeitos térmicos locais causados, por
exemplo, por solda eléctrica etc.

O estudo das condições em que os aços se tornam frágeis tem grande


importância nas construções metálicas, uma vez que os materiais frágeis se rompem
bruscamente, sem aviso prévio. Dezenas de acidentes com navios, pontes etc. foram
provocados pela fragilidade do aço, decorrente de procedimento inadequado de solda. O
comportamento frágil é analisado sob dois aspectos: iniciação da fractura e sua
propagação. A iniciação ocorre quando uma tensão ou deformação unitária elevada se
desenvolve num ponto onde o material perdeu ductilidade. As tensões elevadas podem
resultar de tensões residuais, concentração de tensões, efeitos dinâmicos etc.

A falta de ductilidade pode originar-se de temperatura baixa, estado triaxial de


tensões, efeito de encruamento, fragilização por hidrogénio etc. Uma vez iniciada, a
fractura se propaga pelo material, mesmo em tensões moderadas.

7.3. Resiliência e Tenacidade

Estas duas propriedades se relacionam com a capacidade do metal de absorver


energia mecânica. Elas podem ser definidas com auxílio dos diagramas tensão-
deformação.

Resiliência é a capacidade de absorver energia mecânica em regime elástico, ou,


o que é equivalente, a capacidade de restituir energia mecânica absorvida. Denomina-se
módulo de resiliência ou simplesmente resiliência a quantidade de energia elástica que
pode ser absorvida por unidade de volume do metal traccionado. Ele iguala a área do
diagrama tensão-deformação até o limite de proporcionalidade.

Tenacidade é a energia total, elástica e plástica que o material pode absorver por
unidade de volume até a sua ruptura. Em tração simples, a tenacidade é representada
pela área total do diagrama tensão-deformação.

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7.4. Efeito de Temperatura Elevada

As temperaturas elevadas modificam as propriedades físicas dos aços.


Temperaturas superiores a 100°C tendem a eliminar o limite de escoamento bem
definido, tornando o diagrama tensão-deformação arredondado. As temperaturas
elevadas reduzem as resistências a escoamento e ruptura bem como o módulo de
elasticidade E.

7.5. Dureza

Denomina-se dureza a resistência ao risco ou abrasão. Na prática mede-se


dureza pela resistência que a superfície do material oferece à penetração de uma peça de
maior dureza. Existem diversos processos como Brinnel, Rockwell. As relações físicas
entre dureza e resistência foram estabelecidas experimentalmente. de modo que o ensaio
de dureza é um meio expedito de verificar a resistência do aço.

7.6. Fadiga

A resistência à ruptura dos materiais é, em geral, medida em ensaios estáticos.


Quando as peças metálicas trabalham sob efeito de esforços repetidos em grande
número, pode haver ruptura em tensões inferiores às obtidas em ensaios estáticos. Esse
efeito denomina-se fadiga do material.

A resistência à fadiga é geralmente determinante no dimensionamento de peças


sob acção de efeitos dinâmicos importantes, tais como peças de máquinas, de pontes etc.
A resistência à fadiga das peças é fortemente diminuída nos pontos de concentração de
tensões, provocadas, por exemplo, por variações bruscas na forma da seção, indentações
devidas à corrosão etc.

7.7. Resistência à corrosão e força

Um dos pontos que mais devem ser avaliados é a resistência à corrosão,


principalmente se o item foi usado exposto ao tempo. Por outro lado, a força é uma
propriedade que demonstra a capacidade do aço em resistir a deformações mecânicas.

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Dessa forma, a força é avaliada nas seguintes formas:

 Resistência à compressão no aço;


 Resistência à tração, ou seja, forças que tentam separar o aço;
 Resistência ao cisalhamento, ou seja, forças que tentam cortar o aço;
 Força de torção, ou seja, resistência a forças que atuam em sentidos
opostos

21
8. Conclusão

Ao final do presente trabalho, é chegado a conclusão de que o aço é um material


de grande importância e versatilidade no mundo. Esse é um material tão comumente
usado no nosso dia-a-dia que as vezes nem percebemos. Porem com todos os temas já
abordados nesse trabalho é importante falarmos na questão do meio ambiente, como a
produção do aço contribui para a preservação do meio ambiente.

Uma das maneiras usadas são atreves da reciclagem. A reciclagem do aço é tão
antiga quanto a própria história da utilização do metal. A lata que você joga no lixo
pode voltar infinitas vezes à sua casa, em forma de tesoura, maçaneta, arame, automóvel
ou uma nova lata. O aço se funde à temperatura de 1.300 graus centígrados e assume um
novo formato sem perder nenhuma de suas características: dureza, resistência e
versatilidade. Ele é infinitamente reciclado. A caneca d'água ou o vaso de plantas feito
de lata produzem a mesma economia de material, energia e colecta de lixo que a
reciclagem, mas não exigem nenhum processo industrial. A ferrugem (oxidação) que
vai consumindo a lata posta em contacto com a natureza é o que faz do aço o único
material de embalagem degradável num prazo médio de 3 anos.

22
9. Referencias Bibliográficas

Porto Editora – produção do aço na Infopédia. Porto: Porto Editora. Disponível em:
https://www.infopedia.pt/$producao-do-aco. Consultado no em 17-08-2022

PFEIL, W., PFEIL M. Estruturas de Aço – Dimensionamento Prático. 8º ed. Rio de


Janeiro, 2009.

Conselhos Rápidos (2020). Quais São Os Tipos De Acos Estruturais? Disponível em


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