Aula 6

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DISCURSIVA – TRT 10ª REGIÃO

CARGOS: 1, 2 e 10

ANALISTA ADMINISTRATIVO, ANALISTA CONTÁBIL

E TÉCNICO ADMINISTRATIVO

PROFA. JÚNIA ANDRADE

Aula 02

GRAMATICALIDADE TEXTUAL

Prezados,

Vamos à aula 02!

Usarei um procedimento de ensino mais comumente ensina


para a confecção de textos da Esaf: a separação da gramática textual
em três aspectos. Acho essa separação mais didática do que o
entendimento total do uso da linguagem, promovido pelo Cespe.

Os Aspectos Formais do texto

1º - Letra: precisa ser legível. Não importa se é cursiva, se é


escrita em forma ou se você mistura letras. Elas precisam ser
legíveis.

2º - acentos e demais sinais gráficos: também devem ser


todos muito claros. Assim, desenhe a vírgula com correção e os
acentos também. Não deixe dúvidas quanto ao emprego dos sinais
gráficos.

3º- rasura: basta riscar a palavra incorreta e redigir em seguida


sua grafia correta. No Cespe, não use parênteses para isolar erro.

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4º - divisão silábica: se for dividir sílabas, use hífen. A gente não


usa “underline” (traço abaixo da sílaba) no português.

É muito importante evitar a cacofonia: aquela divisão silábica


que gera uma leitura desagradável ou que induz o leitor a
compreender um significado prévio, diferente do que se quer escrever
ao final.

Exemplo:

Cu-

riosidade.

a. Também não deixe sobrar apenas uma vogal na divisão.

a-

manhece.

5º letra maiúscula: não usamos letra maiúscula após dois pontos


ou após ponto e vírgula, ressalvados os casos em que o nome for
próprio.

• Cargos e órgãos especificados são grafados com maiúsculas:


Tribunal Superior do Trabalho, Tribunal de Contas da União,
Presidente Dilma Rousself etc.

• Siglas são grafadas com todas as letras maiúsculas e sem


pontinhos entre elas: TSE, TRE, ONU etc.

• Acrônimos (siglas que viraram palavras) são grafados apenas


com inicial maiúscula: Petrobras, Mdic, Ibama, Cemig etc.

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Já que falamos em siglas, evite usá-las sem, num primeiro uso,


acompanhá-las do nome extensivo. A melhor forma de empregar
siglas é a seguinte: Tribunal Superior do Trabalho (TST)

Depois desse acompanhamento, usa-se normalmente a sigla,


ao longo do texto.

Os Aspectos Gramaticais do texto

Aqui está o maior número de erros gramaticais facilmente


cometidos em prova:

Concordância Verbal

• SUJEITO DISTANTE DO VERBO

Prefira fazer frases curtas, que ocupem no máximo apenas três


linhas. Isso ajudará você a perder a relação sujeito e verbo.

Exemplo:

a) O desfrute dos amigos e da família, na sociedade


contemporânea, é coisa rara hoje.

Perceba que o núcleo é “desfrute”, mas, sem querer, envolvidos


pela conjunção aditiva E, poderemos no distrair e levar o verbo
para o plural.

• VERBOS TER E VIR

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O plural desses verbos sempre confunde os redatores. Sua


forma de expressão correta é

Eles têm/eles vêm

• VERBOS IMPESSOAIS

Se forem usar o verbo HAVER ou FAZER, indicando tempo


decorrido ou fenômeno natural, usem-nos no singular.

Exemplos:

Faz anos que o país deixou de investir com seriedade em


educação.

A reforma do Estado começou há alguns anos.

Vale uma observação: se empregarem o verbo HAVER no


sentido acima, vocês devem tomar o devido cuidado para não
empregarem a forma redundante “atrás”. Esse advérbio só
pode ser empregado, quando não há o verbo haver.

O verbo TRATAR-SE é outro impessoal que deve ser empregado


apenas no singular. Mas, como se trata de um verbo que induz vocês
a erro, recomendo usar sinônimos dele. Assim, usem CONSISTE,
SIGNIFICA, É etc. Mas não usem “trata-se”.

• Verbos pronominais

São aqueles verbos que possuem partícula SE. Numa dissertação,


a gente usa muito tais formas verbais. Sendo assim, é preciso ter
cuidado com a concordância.

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Portanto, um teste simples ajudará a perceber se a aplicação do


verbo foi correta: vale tentar reescrever a frase. Se for possível,
estabeleceremos a concordância. Se não o for, o verbo deverá
obrigatoriamente ficar no singular.

Exemplos:

Constroem-se prédios de luxo na capital

Prédios de luxo são construídos (apareceu o plural!)

Portanto, a frase original estava correta (constroem-se)

Vive-se bem nas urbes pequenas.

Nesse caso, a gente não consegue reescrever a frase. O verbo,


então, ficará no singular.

Concordância nominal

Alguns casos de concordância nominal, situação em que,


geralmente, o adjetivo concorda com o substantivo da frase, geram
dúvidas. Vamos a eles:

• é bom, é necessário, é proibido, etc.

Tais expressões estabelecerão concordância, se o substantivo


vier precedido de artigo. Do contrário, permanecerão invariáveis.

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Exemplos:

a. É necessário crase neste a.

b. É necessária a crase neste a.

Caso 2 – alerta

Alerta é advérbio; por isso, deverá ser empregado sempre no


singular.

Exemplo: os candidatos devem estar alerta para a mudança da


data da prova.

Caso 3 – milhar

Milhar e milhão são expressões masculinas.

Assim, dizemos “alguns milhares de mulheres protestaram”.

Regência verbal

Vez ou outra ocorre de o candidato ter dúvidas quanto ao


emprego da preposição para alguns verbos.

Nas redações para concursos, os verbos que geram tal dúvida


são praticamente estes: assistir, visar, lembrar, implicar, acarretar.

Assistir

• Quando tal verbo traz o sentido de ver, presenciar, ele deverá


ser empregado com preposição “a”.

Ex.: assiste-se hoje a manifestações contra o governo.

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Visar

• Com o sentido de desejar, almejar, o verbo visar solicita


preposição:

A Polícia visa à contratação de novos agentes.

• Mas, se for seguido de outro verbo, o verbo “visar” poderá


dispensar a preposição:

A Polícia visa contratar novos agentes.

Obs: acabei explicando as duas regências, mas quero ver no seu


texto o VISAR seguido de preposição A. É mais seguro!

Lembrar/esquecer

• sem o pronome, tais verbos não recebem preposição.


Exemplo: lembramos a regra durante a prova.

• Com o pronome, tais verbos exigirão preposição. Exemplo:


lembramo-nos da regra durante a prova.

Implicar/acarretar

• o verbo acarretar nunca deverá ser seguido de


preposição. E o verbo implicar, quando indica o mesmo
sentido de acarretar, também não poderá vir
preposicionado. Exemplo: as leis acarretam segurança
social./as leis implicam segurança social.

• Numa boa, recomendo usar um sinônimo no lugar de


implicar e acarretar. Se sentirem insegurança quanto à
regência desses verbos, use o verbo GERAR ou

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RESULTAR, pois a regência é sempre mais simples e mais


popular do que a dos demais verbos.

Emprego da Crase

Aqui vamos fazer uma pequena revisão sobre o uso da crase, o


que é comum tanto para provas objetivas quanto para provas
discursivas:

Casos de ocorrência da crase

Como a crase é, na maioria dos casos, fruto de uma relação de


regência. O primeiro que devemos fazer é observar se há algum
nome, exigindo a preposição A. Em seguida, devemos observar a
possibilidade de existir outro A, ao qual a preposição A irá se fundir,
para formar o que chamamos “crase”.

Exemplos:

a. No combate à prática de crimes... (o combate A + A (artigo def.


feminino)

b. ...destinado àquele mesmo padrão. (destinado A + A do


pronome AQUELE)

Casos em que não deve haver crase

Vale lembrar que não se usa crase nos seguintes casos:

a. Antes de verbo: a partir de hoje,...

b. Antes de masculino: a prazo, a despeito de, ...

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c. Entre palavras repetidas: dia a dia, cara a cara, ponta a


ponta,...

d. Antes de artigo indefinido: refere-se a uma lei...

e. Antes de pronomes indefinidos: cada, toda, nenhuma, alguma,


certas, qualquer etc.

f. Antes de pronomes em geral: esta, essa, ela, V. Exa., etc.

Casos em que a crase possui emprego facultativo

Antes de possessivos femininos no singular: refere-se a sua ideia =


refere-se à sua ideia.

• Se a palavra feminina estiver no plural, haverá crase


somente se antes dela vier o artigo definido também no
plural. Exemplo: refere-se a leis federais/refere-se às
leis federais.

• Reiterando: cuidado com UMA, TODA, CADA, ESTA, ESSA.


Tais formas não recebem crase!

Emprego de pronomes

a. O pronome ONDE é empregado apenas para referência a lugar.


Sendo assim, como seu uso é restrito, recomendo um sinônimo
seguro: EM QUE.

b. MESMO: não use “o mesmo”, “a mesma”. É jargão!!! Usem ELE,


ELA, ESTE, ESTA.

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Colocação de pronomes oblíquos átonos

a. Quando antes do verbo houver outro pronome, advérbio ou


conjunção subordinativa, antecipe o oblíquo para que ele possa
estar em posição de próclise. Exemplos:

• Estes se dividem em dois grupos.

• Não se deixou abater pelas denúncias.

• Certamente se comprometeria...

• Embora se opusesse ao grupo,...

b. Não use pronome oblíquo átono após qualquer futuro ou no


início de frases. Exemplos:

• Conquistaria-se o poder...(errado)

• Assim, se manifestando....(errado)

Correto: conquistar-se-ia o poder... / Assim, manifestando-


se...

Pontuação

Faça frases curtas. Isso ajuda você a não gastar vírgula em


vão.

Sempre que aplicar a vírgula, ressalvados os casos a seguir, faça o


seguinte teste: leia frase e pare na vírgula. Se o que leu possuir

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sentido, a vírgula está correta. Se interromper o sentido, vírgula


errada.

Agora, é legal empregar vírgula depois de expressões


adverbiais, tais como as seguintes: Além disso, ...; Portanto (e outras
conclusivas),...; No entanto,...Sendo assim,...

Se empregar a expressão POR EXEMPLO, use uma vírgula antes


e depois dessa expressão.

Jamais use o sinal de dois pontos, sem antes empregar um


pronome catafórico, ou seja, um pronome que anuncie a enumeração
ou explicação. Exemplos: ...como o seguinte:... ou ...como estas:...

Agora, jamais use ponto final antes de POIS e de GERÚNDIO,


principalmente quando o gerúndio estiver continuando a frase.

Os Aspectos Textuais

Agora vamos abordar um conjunto de erros gramaticais que


podem até alterar o sentido do que o candidato previa para o texto.
Para este último aspecto, vale manter o gás e centrar-se nos
estudos:

As conjunções

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Causais: na medida em que e porquanto são conjunções com o


valor de PORQUE. O problema é que muita gente se equivoca com a
grafia delas. Assim, recomendamos que você use os bons e velhos
“porque, pois, já que”.

a. Concessivas: posto que é concessiva. Jamais use posto que


para dar sentido de porque!!!

b. Finais: para e a fim de (que) são as duas, praticamente, únicas


conjunções finais. O cuidado está no uso da final “a fim de
que”, cuja grafia correta é essa, em que o “a” fica separado do
“fim”.

c. Adversativas (mas, porém, no entanto, entretanto, contudo,


todavia): não há problemas sérios com o uso de adversativas.
No entanto, é bom usar vírgula depois delas!

d. Usem conjunções conclusivas para finalizar a redação! Essas


conjunções deixam bem claro para o examinador que seu texto
entrou na reta final.

São conclusivas as seguintes conjunções: portanto, por


conseguinte, logo, por isso etc. Usem vírgula depois delas, ok.

• ”Diante do exposto” é típico de texto narrativo. Essa


expressão deve ser evitada nas dissertações!

Pronomes anafóricos

Assunto de extrema importância! Sempre que forem se remeter


à frase (ideia anterior), usem as formas pronominais esse, essa, isso,
fazendo-se a devida concordância.

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Exemplo: houve críticas ao programa social. Isso gerou sua


interrupção.

Por outro lado, se forem fazer referência a nome isolado, usem


este, esta.

Exemplo: houver críticas ao programa social. Este não atendia


efetivamente as camadas mais pobres.

Vocabulário

Pessoal, evitem usar estes termos, porque vocês podem cometer


erros, por desconhecimento ou por desatenção: onde, o mesmo,
tratar-se, carta magna, dentre, posto que, diante do exposto,
acima, abaixo, mister, hodiernamente.

Se forem usar termos latinos ou estrangeiros, usem aspas.

Grande abraço e até a próxima!

Júnia

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