Conteúdo de Arte - Semana de Arte Moderna

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A SEMANA DE ARTE MODERNA

A Semana, de uma certa maneira, nada mais foi do que uma ebulição de novas ideias totalmente
libertadas, nacionalista em busca de uma identidade própria e de uma maneira mais livre de expressão. Não se
tinha, porém, um programa definido: sentia-se muito mais um desejo de experimentar diferentes caminhos do que de
definir um único ideal moderno.
• 13 de fevereiro (Segunda-feira) - Casa cheia, abertura oficial do evento. Espalhadas pelo saguão do Teatro
Municipal de São Paulo, várias pinturas e esculturas provocam reações de espanto e repúdio por parte do
público. O espetáculo tem início com a confusa conferência de Graça Aranha, intitulada "A emoção estética da
Arte Moderna". Tudo transcorreu em certa calma neste dia.
• 15 de fevereiro (Quarta-feira) - Guiomar Novais era para ser a grande atração da noite. Contra a vontade dos
demais artistas modernistas, aproveitou um intervalo do espetáculo para tocar alguns clássicos consagrados,
iniciativa aplaudida pelo público. Mas a "atração" dessa noite foi a palestra de Menotti del Picchia sobre a arte
estética. Menotti apresenta os novos escritores dos novos tempos e surgem vaias e barulhos diversos (miados,
latidos, grunhidos, relinchos…) que se alternam e confundem com aplausos. Quando Ronald de Carvalho lê o
poema intitulado Os Sapos de Manuel Bandeira, (poema criticando abertamente o parnasianismo e seus adeptos)
o público faz coro atrapalhando a leitura do texto. A noite acaba em algazarra. Ronald teve de declamar o poema
pois Bandeira estava impedido de fazê-lo por causa de uma crise de tuberculose.
• 17 de fevereiro (Sexta-feira) - O dia mais tranquilo da semana, apresentações musicais de Villa-Lobos, com
participação de vários músicos. O público em número reduzido, portava-se com mais respeito, até que Villa-
Lobos entra de casaca, mas com um pé calçado com um sapato, e outro com chinelo; o público interpreta a
atitude como futurista e desrespeitosa e vaia o artista impiedosamente. Mais tarde, o maestro explicaria que não
se tratava de modismo e, sim, de um calo inflamado…

Desdobramentos
Vale ressaltar, que a Semana em si não teve grande importância em sua época, foi com o tempo que ganhou valor
histórico ao projetar-se ideologicamente ao longo do século. Devido à falta de um ideário comum a todos os seus
participantes, ela desdobrou-se em diversos movimentos diferentes, todos eles declarando levar adiante a sua herança.
Ainda assim, nota-se até as últimas décadas do Século XX a influência da Semana de 1922, principalmente no
Tropicalismo e na geração da Lira Paulistana nos anos 70 (Arrigo Barnabé, Itamar Assumpção, entre outros). O próprio
nome Lira Paulistana é tirado de uma obra de Mário de Andrade.
Mesmo a Bossa Nova deve muito à turma modernista, pela sua lição peculiar de "antropofagia", traduzindo a influência
da música popular norte-americana à linguagem brasileira do samba e do baião.
ARTE MODERNA

A Semana de Arte Moderna, também chamada de Semana de 22, ocorreu em São Paulo no ano de 1922, nos
dias 13 a 17 de fevereiro, no Teatro Municipal.
Cada dia da semana foi dedicado a um tema: respectivamente, pintura e escultura, poesia, literatura e música.
O presidente do estado de São Paulo à época, Washington Luís, apoiou o movimento, especialmente por meio
de René Thiollier, que solicitou patrocínio para trazer os artistas do Rio de Janeiro Plínio Salgado e Menotti Del Pichia,
membros de seu partido, o Partido Republicano Paulista.
A Semana de Arte Moderna representou uma verdadeira renovação de linguagem, na busca de
experimentação, na liberdade criadora da ruptura com o passado e até corporal, pois a arte passou então da
vanguarda, para o modernismo. O evento marcou época ao apresentar novas ideias e conceitos artísticos, como
a poesia através da declamação, que antes era só escrita; a música por meio de concertos, que antes só havia
cantores sem acompanhamento de orquestras sinfônicas; e a arte plástica exibida em telas, esculturas e maquetes
de arquitetura, com desenhos arrojados e modernos. O adjetivo "novo" passou a ser marcado em todas estas
manifestações que propunha algo no mínimo curioso e de interesse.
Participaram da Semana nomes consagrados do modernismo brasileiro, como Mário de Andrade, Oswald de
Andrade, Víctor Brecheret, Plínio Salgado, Anita Malfatti, Menotti Del Pichia, Guilherme de Almeida, Sérgio Milliet,
Heitor Villa-Lobos,Tácito de Almeida, Di Cavalcanti entre outros, e como um dos organizadores o intelectual Rubens
Borba de Moraes que, entretanto, por estar doente, dela não participou[1]. Na ocasião da Semana de Arte Moderna,
Tarsila do Amaral, considerada um dos grandes pilares do Modernismo Brasileiro, se achava em París e, por esse motivo,
não participou do evento.
Sacudindo as estruturas
da arte tupiniquim
A Semana de Arte Moderna de 22, realizada entre 11 e 18 de fevereiro de 1922 no Teatro Municipal de São
Paulo, contou com a participação de escritores, artistas plásticos, arquitetos e músicos.
Seu objetivo era renovar o ambiente artístico e cultural da cidade com "a perfeita demonstração do que há em
nosso meio em escultura, arquitetura, música e literatura sob o ponto de vista rigorosamente atual", como informava o
Correio Paulistano a 29 de janeiro de 1922.
A produção de uma arte brasileira, afinada com as tendências vanguardistas da Europa, sem contudo perder o
caráter nacional, era uma das grandes aspirações que a Semana tinha em divulgar.
Independência e sorte
Esse era o ano em que o país comemorava o primeiro centenário da Independência e os jovens modernistas
pretendiam redescobrir o Brasil, libertando-o das amarras que o prendiam aos padrões estrangeiros.
Seria, então, um movimento pela independência artística do Brasil.
Os jovens modernistas da Semana negavam, antes de mais nada, o academicismo nas artes. A essa altura, estavam já
influenciados esteticamente por tendências e movimentos como o Cubismo, o Expressionismo e diversas ramificações
pós-impressionistas.
Até aí, nenhuma novidade nem renovação. Mas, partindo desse ponto, pretendiam utilizar tais modelos
europeus, de forma consciente, para uma renovação da arte nacional, preocupados em realizar uma arte nitidamente
brasileira, sem complexos de inferioridade em relação à arte produzida na Europa.
Uma cidade na medida
certa para o evento
São Paulo dos anos 20 era a cidade que melhor apresentava condições para a realização de tal evento. Tratava-se de
uma próspera cidade, que recebia grande número de imigrantes europeus e modernizava-se rapidamente, com a
implantação de indústrias e reurbanização.
Era, enfim, uma cidade favorável a ser transformada num centro cultural da época, abrigando vários jovens
artistas.
Ao contrário, o Rio de Janeiro, outro polo artístico, se achava impregnado pelas idéias da Escola Nacional de
Belas-Artes, que, por muitos anos ainda, defenderia, com unhas e dentes, o academicismo.
Claro que existiam no Rio artistas dispostos a renovar, mas o ambiente não lhes era propício, sendo-lhes mais
fácil aderir a um movimento que partisse da capital paulista.
Os primórdios da arte
moderna no Brasil
Em 1913, estivera no Brasil, vindo da Alemanha, o pintor Lasar Segall. Realizou uma exposição em São Paulo
e outra em Campinas, ambas recebidas com uma fria polidez. Desanimado, Segall seguiu de volta à Alemanha, só
retornando ao Brasil dez anos depois, quando os ventos sopravam mais a favor.
A exposição de Anita Malfatti em 1917, recém chegada dos Estados Unidos e da Europa, foi outro marco para
o Modernismo brasileiro.
Todavia, as obras da pintora, então afinadas com as tendências vanguardistas do exterior, chocaram grande parte
do público, causando violentas reações da crítica conservadora.
A exposição, entretanto, marcou o início de uma luta, reunindo ao redor dela jovens despertos para uma
necessidade de renovação da arte brasileira.
Além disso, traços dos ideais que a Semana propunha já podiam ser notados em trabalhos de artistas que dela
participaram (além de outros que foram excluídos do evento).
Desde a exposição de Malfatti, havia dado tempo para que os artistas de pensamentos semelhantes se
agrupassem.
Em 1920, por exemplo, Oswald de Andrade já falava de amplas manifestações de ruptura, com debates abertos.
Revolução em marcha
Entretanto, parece ter cabido a Di Cavalcanti a sugestão de "uma semana de escândalos literários e artísticos,
de meter os estribos na barriga da burguesiazinha paulistana."
Artistas e intelectuais de São Paulo, com Di Cavalcanti, e do Rio de Janeiro, tendo Graça Aranha à frente,
organizavam a Semana, prevista para se realizar em fevereiro de 1922.
Uma exposição de artes plásticas - organizada por Di Cavalcanti e Rubens Borba de Morais, com a colaboração
de Ronald de Carvalho, no Rio - acompanharia as demais atividades previstas.
Graça Aranha, sob aplausos e vaias abriu o evento, com sua conferência inaugural "A Emoção Estética na Arte
Moderna".
• Leia o texto abaixo com muita atenção:

Semana da Arte Moderna


A Semana de Arte Moderna foi uma manifestação artístico-cultural que ocorreu no Teatro
Municipal em São Paulo durante os dias 11 a 18 de fevereiro de 1922.
O evento reuniu diversas apresentações de dança, música, recital de poesias, exposição de
obras (pintura e escultura) e palestras.
Os artistas envolvidos propunham uma nova visão de arte, a partir de uma estética inovadora
inspirada nas vanguardas européias.
Juntos, eles visavam uma renovação social e artística no país e que foi deflagrada pela
"Semana de 22".

O Grupo dos Cinco da Arte Moderna Brasileira foi composto pelos escritores
Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Menotti Del Pic hia e pelas pintoras
Tarsila do Amar l e Anita Malfalti. Este grupo acompanh do por várias
participações artísticas idealizou e liderou o movimento e as ideias da Semana
de Arte Moderna que tomou a frente do movimento modernista no Brasil.
Houve um rompimento com a arte acadêmica, inaugurando assim, uma
revolução estética e o Movimento Modernista no Brasil.
Mário de Andrade esteve ao lado de outros organizadores: o escritor Oswald
de Andrade e o artista plástico Di Cavalcanti.

A maioria dos artistas eram descendentes das oligarquias cafeeiras de São Paulo, que junto aos
fazendeiros de Minas, formavam uma política que ficou conhecida como “Café com Leite”.
Esse fator foi determinante para a realização do evento, uma vez que foi respaldado pelo
governo de Washington Luís, na época governador do Estado de São Paulo.
Além disso, a maioria dos artistas, os quais possuíam possibilidades financeiras para viajar e
estudar na Europa, trouxeram para o país diversos modelos artísticos. Assim, unidos à arte
brasileira, foi se formando o movimento modernista no Brasil.
Fonte: https://www.todamateria.com.br/semana-de-arte-moderna/

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