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LUANNA HONÓRIO 1

PROFESSOR LUIZ LUNA– UROLOGIA (P6) - 02/02/2021

INTRODUÇÃO URETRITES

Classificação:
Podem ser classificação quanto ao agente etiológico,
quanto a classificação etiológica (adquirido pela prática • Gonocócica
sexual ou não). • Não Gonocócica

Classificação: URETRITE GONOCÓCICA


EPIDEMIOLOGIA
É essencialmente pela prática sexual e o diagnóstico é
• Essencialmente transmitida pela prática
clínico.
sexual: sífilis (cancro duro), gonorreia, cancro
mole linfogranuloma venéreo. Diagnóstico:
• Frequentemente transmitida pela prática
sexual: SIDA, donovanose, uretrites não • Descarga uretral purulenta!
gonocócicas, herpes simples genital, • Bacterioscopia com GRAM (diplococos gram
condilomatose e hepatite B. negativos intracelulares)
• 1ª urina (1º jato) >10 leuco/campo
OBS: Pode ser transmitida por vias não sexuais, através • Faz-se a cultura.
de vetores.
TRATAMENTO: Ceftriaxona 1g, IM, dose única
OBS: NÃO usa mais quinolona!
• Eventualmente transmitida pela prática
sexual: escabiose, pediculose, balanoposite
fúngica e molusco contagioso.

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
• Uretrites;
• Ulcerações (úlcera gential): sífilis, cancro
mole, donovanose e linfogranuloma venéreo;
• Infecções epiteliais: herpes, condilomatose,
molusco contagioso, balanopostite, escabiose
e pediculose;
• Sistêmicas: SIDA e hepatite B.
URETRITE NÃO GONOCÓCIA
AGENTE ETIOLÓGICO
Agente: Chlamydia Trachomatis (é o mais comum),
• Bactérias: treponema pallidum, Haemphilus
Ureaplasma urealyticum, Mycoplasma hominis,
ducreyi, Calymmatobacterium granulomatis,
Trichomonas vaginalis etc.
Neisseria gonorrhoeae, Chlamydia
trachomatis, Gardnerella vaginalis etc.; Sintomas: corrimento uretral transparente, prurido
• Vírus: herpes genital, HPV, SIDA, Poxvírus, uretral, disúria - ardência no final da micção, 50%
VHB; podem ser assintomáticos.
• Protozoário: Trichomonas vaginalis;
• Parasita: Sarcoptes scabiei, Phthirus púbis; Período de incubação: 1 a 3 semanas
• Fungos: Candida albican. Complicações: prostatite, epididimite, balanites,
conjuntivite.
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Diagnóstico: LESÕES ULCERADAS

• Imunofluorescência direta – raspado uretral SÍFILIS PRIMÁRIA OU CANCRO DURO


• Elisa, PCR (polimerase Chain Reaction) ou LCR
(ligase Chain Reaction) – cuidado com
contaminação; Agente etiológico: Treponoma pallidum
• Bacterioscopia com GRAM – ausência de Período de incubação: entre 10 a 90 dias (média 21
diplcocos GRAM negativo dias) após o contato infectante;
• 1ª Urina (1º jato) >10 leuco/campo
(leucocitúria) Aspecto: Lesão rosada ou ulcerada, geralmente única,
• Cultura limpa (fundo liso) e indolor, com base endurecida,
brilhante (rica no agente etiológico), secreção serosa
TRATAMENTO: Azitromicina 1g, VO, em dose única escassa, e com bordas discretamente hiperceratosa.
OU Doxiciclina 100mg, VO, de 12/12h, durante 7 dias.
É acompanhada de adenopatia regional bilateral não
supurativa, móvel, INDOLOR e múltipla.

OBS: Linfonodos aumentado bilateral (adenopatia):


acometimento inguinal bilateral = ocorre em duas
situações: síflis (indolor) e herpes genital (doloroso).

OBS: Primeiro aparece a lesão ulcerada e cerca de 10


dias depois aparece os linfonodos aumentados.

A lesão persiste por 4 a 6 semanas e resolve-se


espontaneamente.

Caso clínico: Homem jovem que tem relação sexual


desprotegida e que tem queixa de ardência ao urinar e
NÃO tem queixa de armazenamento ou de
esvaziamento (jato diferenciado, ex. jato fraco):
ceftriaxona (cefalosporina de 3ª geração) 1g, dose
única e azitromicina 1g, dose única. TEM QUE PENSAR
EM URETRITE e não cistite!

Exames a se pedir: VDRL, sorologia hepatite B e C, anti-


HIV 1 e 2

Causa obstrutiva, neurogênica ou miogênica.

TRATAMENTO DAS URETRITES: CEFTRIAXONA 1g, IM +


AZITROMICINA 1g, VO em dose única;

OBS: Na ausência de Azitromicna, fazer uso da (sexo oral)


Doxiciclina 100mg VO 12/12h, por 7 dias.
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TRATMENTO SÍFILIS:

• Penicilina benzatina 2,4 milhões UI, IM em DU


(duas ampolas IM ao mesmo tempo) – 1,2
milhão UI em cada nádega.
• Doxiciclina ou Tetraciclina VO por 14 dias;
(segunda opção)
• Gestantes ou alergia a penicilina: Eritromicina
(estearato) 500mg, VO, 6/6h, por 15 dias.

OBS: O seguimento é feito com VDRL;

CANCRO MOLE

Agente etiológico: Haemophilus ducreyi

Denomina-se também de cancróide, cancro venéreo,


cancro de Ducrey, conhecido popularmente por
(roséola sifilítica) cavalo;

Diagnóstico laboratorial: Quadro clínico:

- Pesquisa direta em campo escuro (mais barato): • - Incubação de 3 a 5 dias


avalia movimentação dos treponemas no microscópio; • - Lesões dolorosas, geralmente múltiplas,
bordos irregulares, com contornos eritemato-
- Sorologia não treponêmica (VDRL): edematosos e fundo irregular recoberto por
exsudato necrótico, amarelado, com odor
• Alta sensibilidade e baixa especificidade
fétido que, quando removido, sangra
• Reativo a partir da segunda semana após o
facilmente.
cancro
• 30 a 50% dos pacientes, o bacio atinge os
• Os resultados podem ser considerados
linfonodos inguino-crurais (bubão), sendo
negativos se a titulação for baixo de 1:8 ou 1:16
unilaterais em 2/3 dos casos. A adenomegalia
• Falsos-positivos (títulos <1:32)
é DOLOROSA e fistuliza por orifício ÚNICO.
• Negativação entre 9 e 12 meses após o
tratamento
• VDRL reagente solicita-se FTA-Abs para a
confirmação!

- Sorologia treponêmico (teste confirmatório):

• FTA-Abs (Fluorscent Treponema Antigen


Absorvent)
• Alta sensibilidade e especificidade
• São qualitativos e importantes para a
confirmação da infecção
• Pode nunca ser negativo, mesmo após
tratamento eficaz
• Falsos-positivos: hanseníase virchowiana e LES
Úlcera sujas e dolorosas, com odor desagradável.
Acometimento unilateral da região inguinal = abscesso
ganglionar/adenite supurativo (bulbão).
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OBS: O abscesso NUNCA pode ser aspirado/drenado!

Diagnóstico:

• Swab da lesão e cultura em Agar chocolate


(sensibilidade <80%). Realizar também
pesquisa direta para treponoma e sorologia
para sífilis.
• Exame direto (Gram) do material da base da
úlcera ou do material aspirado do bubão;
• Intradermorreação – NÃO utiliza mais.

TRATAMENTO DO CANCRO MOLE:


TRATAMENTO DO LV:
• Azitromicina 1g VO em dose única (DU)
• Ceftriaxona 250mg IM em DU (segunda opção) • Azitromicina 1g VO em DU
• Ciprofloxacina 500mg VO 12/12h, 2x/dia por 3 • Doxiciclina 100mg, VO, de 12/12h, no mínimo
dias por 14 dias
• Gestantes: Estearato de eritromicina, 500mg, • Sulfametoxazol 800mg + Trimetoprim 160mg,
VO, 6/6h, por 7 dias VO, de 12/12h, no mínimo por 14 dias
• SEMPRE tratar os parceiros! • Gestantes: Eritromicina 500mg, VO, de 6/6h,
por 14 a 21 dias
LINFOGRANULOMA VENÉREO • Os bubões NÃO devem ser excisados!

DONOVANOSE (GRANULOMA INGUINAL)


Agente etiológico: Chlamydia trachomatis (cepas L1,
L2 e L3) Frequentemente transmitida pela prática sexual.

Quadro clínico: Agente etiológico: Calymmatobacterium granulomatis


• Ulceração efêmera seguida por adenopatia Sinônimo: Granuloma inguinal
inguinal (bubão)
• Incubação de 3 a 21 dias OBS: Donovanose não dá acometimento linfonodal.
• Adenopatia dolorosa dos linfonodos inguinais,
Período de incubação: alguns dias até 6 ou mais meses
unilateral (70%) que surge nos homens e
excepcionalmente nas mulheres; Quadro clínico: ulceração de borda plana ou
• Adenopatia em bico de regador. hipertrófica, bem delimitada, com fundo granuloso, de
aspecto vermelho vivo e friável. Evolui lentamente
Complicações: proctite hemorrágica, glossite, febre,
para lesão vegetante, podendo ser múltipla.
mal-estar, anorexia, emagrecimento, atralgia,
sudorese noturna e meningismo, fístulas retais, OBS: Predileção para dobras e região perianal
vaginais, vesicais e estenose retal.
- Pseudobubões unilaterais (granulações subcutâneas)
Bubão (idêntico ao cancro mole, o que diferencia é que
ele fistuliza em um único lugar, já na linfogranuloma é Diagnóstico:
em múltiplos lugares)
• Esfregaço sem secreção purulenta corado
Diagnóstico: pelos métodos de Giemsa, Leishman ou Wright
• Exame histopatológico – Corpúsculo de
• Inclusões intracelulares coradas pelo Giemsa;
Donovan
• Imunofluorescência (>1:64);
• Cultura: difícil cultivo
• Cultura: baixa positividade
• Exame histopatológico: linfonodo/biópsia retal
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OBS: o diagnóstico é SEMPRE diagnóstico de exclusão


pois é a única que se expressa por úlceras genitais
persistentes!

(Penectomia total)

TRATAMENTO:

• Doxiciclina por 21 dias


• SMTZ 2x/dia por 21 dias
• Azitromicina 1g 1x/semana por 3 semanas
• Gestantes: Tianfenicol ou Eritromicina por 21
dias

HERPES GENITAL

É o IST mais difícil de dar o diagnóstico!

Agente etiológico: HSV tipo 1 e 2

Período de incubação: 3 a 14 dias

- É considerada incurável!

Clínica: infecção primária e recorrente (30-70%)

Infecção primária:

• Dor local, formigamento, ardência ou prurido;


• Mialgias;
• Evolução da lesão primária
• Adenopatia inguinal dolorosa bilateral em até
50% dos casos;
• 1/3 dos pacientes podem apresentar febre e
(câncer/carcinoma de pênis) mal-estar;
• 10% apresentam cefaleia, fotofobia e
OBS: Importante fazer uma biópsia para caso for meningismo.
donovanose, excluir ausência de malignidade.

(Penectomia parcial)
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(macroglossite e múltiplas úlceras orais)

(microúlceras agrupadas –
antes tinham vesículas ou bolhas antes)

(Herpes Zoster)

OBS: Herpes Zoster não tem nada a ver com o herpes


genital! É uma reativação do vírus da catapora.

Diagnóstico:
(Herpes genital em um paciente
com HIV positivo) • Importante diferenciar de outras lesões
ulceradas
• Citodiagnóstico de Tzank
• Papanicolau – inclusão virais
• Biópsia e cultura – não realizados de rotina!

TRATAMENTO (Infecção Primária):

• Aciclovir 200-400mg VO 5x/dia de 5 a 10 dias


• Valaciclovir 1g VO 12/12h por 7 dias
(IST + acometimento conjuntival comitante: possíveis • Fanciclovir 250mg VO 8/8h por 7 dias
diagnósticos = herpes genital, uretrite por clamídia)
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TRATAMENTO (Infecção Recorrente):

• Aciclovir 400mg VO 8/8h por 5 dias (ou 200mg


4/4h, 5x/dia, 5 dias)
• Fanciclovir 125mg VO 12/12h por 5 dias
• Valaciclovir 500mg VO 12/12h por 5 dias

TRATAMENTO SUPRESSIVO (6 ou mais episódios por


ano):

• Aciclovir 400mg 12/12h por até 6 anos


• Valaciclivir 500mg por dia por até 1 ano
• Fanciclovir 250mg 12/12h por dia por até 1 ano
(professor prefere usar esse)

OBS: não se usa o tratamento TÓPICO no herpes


genital! Só faz o tratamento sistêmico!

INFECÇÕES EPITELIAIS
(HPV + preservativo)
CONDILOMATOSE

Agente etiológico: HPV (Papovavírus)

Período de incubação: média 3 meses

• Verrugas cutâneas: 6 e 11 (baixo risco)


• Carcinogênios: 16, 18, 31, 33, 35 (alto risco)

Infecciosidade: 60%

Quadro clínico: Diagnóstico:

• Podem ser eritematosas, hipo ou • É clínico!


hiperpigmentadas; • Parceiro positivos: exames preventivos
Pode estar relacionado com câncer de colo diagnósticos;
uterino, pênis e ânus. • Não há indicação de peniscopia em pacientes
sem lesão evidente, devido ao alto índice de
falso positivo. Além disso, não se sabe se um
paciente sem lesão evidente pode transmitir
HPV;
• Biópsia para identificação do DNA viral.
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• Imiquimode
• Vacina Quadrivalente contra o HPV protege
contra quatro tipos do vírus – 6, 11, 16 e 18,
sendo indicada em mulheres entre 9 e 26 anos
de idade que não tiveram contato prévio com
o vírus.

COMPLICAÇÕES DA URETRITE NÃO TRATADAS

PROSTATITE AGUDA

Câncer de próstata = alteração súbita de padrão


miccional + >50 anos.

Prostatite secundária a uretrite/ prostatite aguda =


alteração súbita de padrão miccional + <35 anos +
disúria, prática sexual ativa e desprotegida.

TRATAMENTO:

• Ciprofloxaxina, 500mg, 1 comp a cada 12/12h,


(Peniscopia) 10 dias.

ORQUIEPIDIMITE

• Dor testicular aguda


• Escroto inflamatório agudo
• Unilateral
• Inflamação do testículo e o epidídimo
• Dor, calor e rubor

Diferenças entre torção de testículo e Orquiepidimite:

Torção de testículo Orquiepidimite

Quando suspende o Quando suspende, o


OBS: NÃO solicita peniscopia se o homem não tem testículo, NÃO há paciente refere melhora
lesão macroscopicamente evidente, eles NÃO melhora da dor. da dor.
transmitem para suas parceiras.
Dor na fossa ilíaca direita NÃO há dor na fossa
− HIV: muito mais fácil o homem contaminar a
(DD: apendicite). ilíaca direita.
sua parceira;
− HPV: muito mais fácil a MULHER contaminar o
Dor forte e decresce. Dor crescente.
seu parceiro.

TRATAMENTO DA CONDILOMATOSE: Náusea e vômito. Sem náusea e vomito.

• Cauterização cirúrgica – bisturi elétrico ou Doppler: ausência de Doppler: hiperfluxo


laser; química – Podofilina, ácido fluxo.
tricloroacético; e crioterapia; (são muitas
aplicações);
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FLUXOGRAMA – ÚLCERAS GENITAIS:

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