Um Olhar para A Parentalidade e A Educação Das Crianças e Dos Adolescentes

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Um olhar para a parentalidade

e a educação das crianças

e dos adolescentes
Sumário
Introdução ..........................................................................................06

A importância do autoconhecimento para conexão com


adolescentes | Rozinir Aparecida Trombeta Chappuis .................09

O que estou transbordando? Reflexões sobre como o


autoconhecimento pode nos ajudar no relacionamento com
nossos filhos | Sandra Marcolin
.............................................................................................................15

Processo de individuação: o que é isso? | Cristiane Nogueira


Nunes ..................................................................................................21

O Adolescer e suas descobertas | Patrícia Rocha Busnardo ........29

Quem sou eu? Compreendendo a adolescência | Amanda Guedes


de Andrade .........................................................................................33

Dependência tecnológica | Carolina Thans Bartolomeu ..............37

Como propiciar tempo de qualidade com o seu filho adolescente


| Carla Amaral Bispo .........................................................................43

Como ajudar o adolescente na escolha profissional? | Jhennifer


Souza Kuhn .........................................................................................47
É tempo de aprender | Lucienne Silva ...........................................52

O poder das perguntas na educação dos filhos | Alê Alves


..............................................................................................................59

A importância do escutar na comunicação entre pais e filhos


adolescentes | Simone Salles Verlindo ..........................................66

O atendimento da Política de Assistência Social e o


desenvolvimento das competências socioemocionais | Anelisa
Morais Maia .......................................................................................71

O que praticamos mais: Crueldade ou Bondade? | Rosa Maria


Mendonça Lima Juraci .....................................................................78

Invalidação de sentimentos após a separação | Gabriela


Fernandes Maximiano .....................................................................82

A conexão on e off-line com filhos adolescentes | Adriana Pereira


Rosa Silva ............................................................................................88

O adolescente e o uso de substâncias químicas | Aline Reis da


Silva Flores ..........................................................................................93
Indisciplina na sala de aula: um novo olhar sobre o mau
comportamento | Melina Andréa Rodrigues Valério Malimpensa
..............................................................................................................98

Tempo de qualidade com os filhos | Sara Viana Mota Ferreira


............................................................................................................105

Pais Jardineiros ou Carpinteiros, qual tipo você é? | Marivalda


Freitas ...............................................................................................112

Meditação Mindfulness - corpo e mente em harmonia | Ercília


Soares ................................................................................................118

Como utilizar o lúdico no processo de aprendizagem | Thaís


Ferreira dos Santos Lima ................................................................123

A arte de educar sem punição e sem recompensa | Ana Lúcia


Ponce Ribeiro Casanova ..................................................................129

Você sabe escutar seu filho? Como falar para seu filho escutar |
Maria José Del'Arco de Oliveira ......................................................137

Mapeando o comportamento de proteção dos filhos adolescentes


| Danielle Trabuco ...........................................................................143
Um papo cabeça na criação e educação dos filhos | Lis Angela
Zagonel de Freitas ...........................................................................150

Adolescência estendida e Disciplina Positiva | Marcia Mattos


Santos Vieira ....................................................................................157

Referências .......................................................................................162
06

Introdução
Olá! Se você está lendo este ebook é porque está
buscando mais informações sobre a Educação e
Parentalidade Encorajadoras, seja para usar em sua
vida pessoal e na educação dos filhos, seja para
ampliar seu conhecimento profissional e ter mais
recursos para orientar os pais em seus atendimentos.
Este projeto nasceu do trabalho coletivo das
facilitadoras do Programa Encorajando Pais, um
programa que tem por objetivo encorajar os pais no
processo de educação dos filhos, visando o
desenvolvimento de habilidades de vida para que se
tornem adultos capazes de contribuir com a
construção de um mundo melhor.
O conceito de Educação e Parentalidade
Encorajadoras foi desenvolvido por mim, com base em
diferentes áreas de estudos da parentalidade e do
desenvolvimento infantojuvenil, tais como: Disciplina
Positiva, educação emocional, autocompaixão, criança
interior, neurociências, coaching, Psicologia Positiva,
mindset, teoria do apego, dentre outras.
07

Pode ser que o que você lerá aqui seja algo muito
novo, diferente de tudo o que compreendia sobre a
educação das crianças e dos adolescentes, mas quero
te convidar a se permitir conhecer essa nova proposta.
Quero te convidar a ajustar as lentes e compreender
a parentalidade e a educação das crianças e dos
adolescentes de uma perspectiva mais respeitosa, que
não visa apenas a obediência, e sim a cooperação.
É como eu sempre digo: o mundo não precisa de
crianças obedientes, o mundo precisa de crianças
encorajadas. Pais encorajados, criam filhos
encorajados e filhos encorajados se tornam adultos
confiantes e capazes, que farão a diferença no mundo.
Neste ebook, cada uma das coautoras trouxe seu olhar
acerca de uma temática que permeia o ser pai e mãe,
assim como o papel da escola e alguns desafios de
comportamento muito frequentes no
desenvolvimento das crianças e dos adolescentes.
Espero que você aprecie a leitura e que este projeto
possa te encorajar em sua vida pessoal e profissional.
08

Com carinho,
Aline Cestaroli.
Psicóloga - CRP: 06/107500
Idealizadora do Encorajando Pais

www.encorajandopais.com.br
@aline.cestaroli
09

A importância do autoconhecimento
para conexão com adolescentes

Rozinir Aparecida Trombeta Chappuis


Psicóloga - CRP: 12/04049

A adolescência é uma fase importante do


desenvolvimento e do processo de crescimento do ser
humano. Esta fase de transição traz consigo muitas
mudanças internas e externas: físicas, cognitivas,
emocionais e comportamentais. O processo de maturação
física com mudanças hormonais repentinas e poderosas,
provoca mudanças de humor. Durante esta fase, os
adolescentes tentam descobrir quem são, isto faz com que
valorizem mais o grupo de iguais e se afastem dos pais em
busca da construção da própria identidade, num processo
de individuação, que pode levar a muitos conflitos
familiares.
10

Com os avanços das pesquisas em neurociência,


podemos entender melhor o funcionamento do
cérebro adolescente e as mudanças significativas que
observamos e como isto afeta o comportamento e a
maneira que interagem com o mundo. De acordo com
Daniel Siegel, durante os anos da adolescência que
compreendem dos 12 aos 24 anos, a mente altera a
forma como lembramos, pensamos, racionalizamos,
nos concentramos, tomamos decisões e nos
relacionamos com os outros. Neste período há uma
explosão no crescimento e na maturidade, o que tem
um impacto direto na forma como vivemos o restante
de nossas vidas.
11

Isto nos ajuda a compreender o comportamento, as


explosões de raiva, oscilações de humor e
impulsividade que acontecem nesta fase e que são
bem mais frequentes que na infância. Precisamos
observar e incentivar os adolescentes a nomear e
descrever os sentimentos para que possamos ajudá-los
a descobrir o que está por trás do mau
comportamento. O que você vê é apenas a ponta do
iceberg, é a forma que a criança ou adolescente
encontrou para comunicar o que está pensando ou
sentindo, é a solução que achou para uma necessidade
que você não vê, pois está na parte submersa do
iceberg - pode ser medo, insegurança, frustração,
vingança, etc e precisa ser observada e trabalhada
trazendo para consciência, pois é essa necessidade que
ainda não foi olhada que desencadeia o mau
comportamento.
12

Eu sou mãe de um adolescente de 13 anos e sei que


nossa tarefa enquanto pais não é fácil, é preciso ter
muita paciência para enfrentar os desafios, fé em
Deus, em nós mesmos e confiança em nossos filhos. E,
para que as mudanças de comportamento aconteçam
e adquiram habilidades de vida, precisamos dispor de
tempo de treinamento e planejamento com constância
e persistência, mesmo que inicialmente os objetivos
não sejam alcançados pois eles acontecerão aos
poucos e principalmente a longo prazo. É só a partir do
momento que entrarmos em contato com nossa
essência, entendermos o porquê de nossas atitudes e
adquirirmos um conhecimento de nossas próprias
frustrações, dores da infância, desejos e crenças
limitantes, que nos impedem de crescer, é que iremos
nos conectar com nossos filhos. É preciso separar o
que é nosso do que é de nossos filhos, para que isso
não atrapalhe o relacionamento e nos impeça de
ajudá-los a encontrar a solução na resolução dos
problemas, a conexão vem antes da correção.
13

7 dicas
para criar conexão com o seu
filho adolescente:

Coloque-se no lugar de seu filho e seja empático.


Ouça e seja curioso.

Pare de se preocupar com o que os outros pensam


e faça o que é melhor para o seu filho adolescente.

Substitua humilhação por encorajamento.

Certifique-se de que a mensagem de amor seja


compreendida.

Encoraje seu filho adolescente a se concentrar em


soluções.

Faça acordos respeitosos.

Uma das maneiras de empoderar e encorajar os


adolescentes é permitir que eles ensinem coisas a
você. Podemos usar os próprios interesses deles para
lhes ensinar habilidades de vida permitindo que
aprendam com as próprias experiências.
14

Através da Disciplina Positiva, que é uma abordagem


que trabalha o equilíbrio entre a gentileza e a firmeza
na educação dos filhos, Jane Nelsen e Lynn Lott trazem
algumas dicas para ajudar a estabelecer coragem nos
adolescentes:

Tenha fé neles e em você mesmo.


Deixe-os saber que os erros são oportunidades de
aprender.

Dê oportunidade de tentar novamente.

Trabalhe em acordos, soluções e planos para os


problemas.

Mostre que o que acontece agora é apenas por


enquanto e que amanhã é outro dia para aplicar o
que aprendeu hoje.

Seu sucesso dependerá do grau em que você for capaz


de permanecer no presente, focar no que você pode
fazer hoje e desistir de se preocupar com o modo como
seu adolescente se sairá. As habilidades de vida que
você ensina hoje criam caráter para o amanhã.

Contato
Instagram : @psirozinirtrombetachappuis
WhatsApp: (49) 99118-6744 | E-mail : [email protected]
15

O que estou transbordando?


Reflexões sobre como o autoconhecimento pode nos
ajudar no relacionamento com nossos filhos

Sandra Marcolin
Psicóloga - CRP: 06/32723

A maioria de nós tem questões que nos desafiam. Ao


nos tornarmos pais, nossa bagagem emocional pode
realmente interferir no relacionamento com nossos filhos.
Podemos transbordar, ou seja, nossos ruídos internos
podem nos desconectar dos nossos filhos. Nossa interação
com eles pode, apesar de nossas melhores intenções,
acontecer baseadas em nossa criação e assim, velhas
dinâmicas podem ser recriadas.
16

Você não está só. Criar filhos nos expõe muitas


vezes a situações conflituosas, mas se você está aqui é
porque busca informações e procura estar consciente
da maneira como interage com os filhos. O convite e a
reflexão proposta é para que você cuide da qualidade
dessas relações, mas não esqueça de incluir sua
relação consigo mesmo.
Queremos ensinar nossos filhos a lidarem com as
próprias emoções e ao validarmos e aceitarmos quem
somos, sem julgamentos, nos encorajamos também
nesse processo. Somos os adultos da relação e ao
promovermos esse olhar atento para nós mesmos,
podemos ser empáticos, sem nos perdermos. Podemos
ser mais efetivos ao escutar e realmente compreender
a experiência do outro.
17

No relacionamento com as crianças somos


estimulados a aprender ao longo da vida, é uma
chance de nos recriarmos. Ao nos conectarmos com
nossos próprios sentimentos com aceitação e sem
julgamentos, ficamos mais preparados para nos
conectar com nossos filhos.
Ao nos tornarmos pais, temos a oportunidade de
crescer como indivíduos, não precisamos ficar presos a
padrões que não promovam relacionamentos
acolhedores. Não temos que repetir as mesmas
interações negativas que possamos ter experienciado
no nosso passado. Podemos, a partir de um olhar de
aceitação e honra à nossa história, aprender a trilhar
novos caminhos. A maneira como nos comunicamos e
nos relacionamos com nossos filhos impactam
profundamente o desenvolvimento deles. Da mesma
maneira, ao cuidar do nosso relacionamento interior
promovendo acolhimento, sendo respeitosos e
compassivos com o nosso percurso, tornamos nossa
vida mais leve e levamos essa leveza para nossa
relação com nossos filhos.
18

A consciência e acolhimento do nosso estado


interno nos permite fazer escolhas, ter uma variedade
maior de respostas, deixamos de ser reativos e
estabelecemos um senso de conexão. É uma
oportunidade de abandonar padrões que já não
servem mais, adotar novos modos de pensar e agir.
Estar abertos para verdadeiramente ouvir o outro,
pois nos escutamos e assim podemos estar disponíveis
para nos mantermos sintonizados com nossos filhos
por meio de uma presença engajada.
Ao abordarmos nossa realidade afetiva e
cuidarmos da nossa criança interior, percebendo suas
necessidades não satisfeitas e medos, acolhendo sem
julgar, podemos nos abrir e também acolher e
respeitar a realidade do outro com responsabilidade e
amorosidade, sem nos perdermos, e assim, pode ficar
mais fácil estabelecer a ordem e equilíbrio nos
relacionamentos.
19

O cuidado
começa em mim

Busque ampliar sua percepção. Não precisamos ser


superpais e podemos obter ajuda para lidar com
nossas questões, podemos também aprender
ferramentas e estratégias para lidar com os desafios
da parentalidade. Não precisamos estar sozinhos.

Busque clareza nos pensamentos e ações. Em


momentos de estresse ficamos mais vulneráveis,
nos distanciamos da nossa essência e podemos
reagir com base nas questões do passado. Quando
estamos cansados, frustrados ou com fome,
perdemos a capacidade de refletir e de escolher
nossos comportamentos, de buscar no nosso
interior os melhores recursos para oferecê-los ao
próximo.
20

Cultive hábitos construtivos. Cuide bem de você


para cuidar bem do outro, pratique estar no
momento presente, faça pausas positivas, tenha seu
espaço de bem-estar. Peça que respeitem o seu
tempo. Não exija demais de você, nem sempre a
casa estará em ordem como gostaria e nem sempre
conseguirá fazer refeições mais elaboradas.

Crie conexão com as pessoas que você ama. Faça


pausas. Traga leveza, brinque com seus filhos, faça
companhia, tenha espaços arejados onde o amor
possa circular e todos se sintam vistos e
respeitados. Não se esqueça que mudar é um
processo, aprenda a dar pequenos passos com
coragem e senso de humor, todos se beneficiarão e
poderão também se sentirem encorajados.

Contato
Instagram: @sandra.marcolin | Facebook: Sandra Marcolin Psicologia
E-mail : [email protected]
21

Processo de individuação: o que é isso?

Cristiane Nogueira Nunes


Psicóloga - CRP: 05/61569

Os adolescentes estão na fase de viver suas diferenças,


descobrir seus próprios valores e de explorar como são
diferentes de suas famílias. Todo esse processo é chamado
de “individuação”.
As características da individuação vão desde a
necessidade que os adolescentes têm de descobrirem quem
são até a onipotência, onde acham que sabem de tudo.
22

Nesse caminhar do descobrimento muitos são os


comportamentos que geram estranheza nos adultos,
um dos mais visíveis é a “separação” do adolescente de
sua família. A forma como os pais entendem esta
mudança pode contribuir positivamente ou
negativamente em relação ao futuro de suas relações.
Entender que essa é uma fase e que não é nada
pessoal pode ser positivo para não gerar
distanciamentos futuros.
É comum que o adolescente se mostre rebelde no
processo de individuação, o não obedecer, o não
escutar e a facilidade em fazer o oposto do que os pais
querem são formas simples e naturais de se mostrar
diferente. Há especialistas que falam que seria mais
preocupante se o adolescente não se rebelasse de
forma alguma, pois eles podem se tornar viciados em
aprovação, não fazer nada que desagrade ao outro
para ser bem visto, e assim, perder a sua própria
essência. Se a “rebeldia” for recebida com apoio o
adolescente pode voltar aos valores da família de
forma natural, mas se encontrarem muita punição,
julgamento e desrespeito talvez fiquem presos nesse
processo.
23

As mudanças físicas e emocionais também são


características do processo de individuação. Todos os
processos biológicos que acontecem com o
adolescente estão fora de seu controle. A insegurança
diante de tantas situações novas podem gerar dúvidas
e tudo isso mexe com o emocional.
No cérebro, o lóbulo frontal, que fica localizado
atrás da testa, é a última parte a se desenvolver, essa
área está relacionada com o controle dos impulsos,
regulação emocional e discernimento. Na adolescência
esta parte ainda não está madura, ou seja, muitos dos
comportamentos dos adolescentes podem ser
explicados em termos fisiológicos. Não queremos com
isso justificar o comportamento ruim que o
adolescente possa ter, mas mostrar para os pais que
não levar o mau comportamento do adolescente para
o lado pessoal e ter paciência já são grandes passos.
24

Uma das características do processo que mais


desestabilizam os pais e geram muitas perguntas no
consultório é: “Será que os relacionamentos com seus
amigos são mais importantes que os relacionamentos
familiares?”
Acredito que essa resposta é muito pessoal, mas o
que precisamos entender é que nessa fase eles
procuram o seu espaço e as amizades os ajudam no
processo de individuação. Evitar disputas e entender
que não é rejeição à família ou rebeldia já ajuda, pois
muitos pais acabam fazendo chantagens emocionais e
deixando o adolescente cheio de culpa.
Também faz parte do processo de individuação
quando os adolescentes exploram e exercitam o poder
pessoal e a autonomia. Ouso dizer que isso já
aconteceu com praticamente todo mundo. Alguém fala
para você: “Como o seu filho é simpático e educado!” E
você pensa: "Será que estão falando do meu filho
mesmo?". Então, você conta sobre o ocorrido para o
seu filho e completa com a frase: "Só na rua mesmo,
não é?".
25

Gente! Ele só está testando e exercitando o seu


poder pessoal, e pode ser que isso seja o resultado da
criação que você está dando a ele. Sinta-se animado e
feliz, ele está praticando o que aprende em casa
enquanto está em público. Eles também testam a
própria autonomia, fazer ou falar aquilo que tem
vontade e não aquilo que é direcionado a falar ou
fazer. Dê segurança aos seus filhos! Adolescentes que
se sentem mais seguros em casa passam de forma
menos traumática pelo processo de individuação.
26

Outra característica é a privacidade, e em algum


momento ela começa a fazer sentido para os
adolescentes, pois estão na fase de descobrir o que é
importante para eles. Sempre descobrirão uma forma
de fazer algo sem o conhecimento dos pais, para não
desapontá-los ou simplesmente para não se
encrencarem. Uma das maneiras que o adolescente
pode usar para proteger sua privacidade é algo difícil
de "digerir": a mentira. Essa mentira pode ser criada
por vários motivos, desde proteger os pais (sim, é
possível! Muitos não querem magoar os pais) e ao
mesmo tempo fazer o que querem, até para se
proteger das punições e outras coisas mais.
Precisamos nos esforçar para conhecer o motivo, pois
fica menos difícil de administrar. Podemos criar um
ambiente mais acolhedor e de segurança. As chances
do adolescente falar a verdade aumentam quando
sabem que os pais os amam mesmo quando cometem
erros e que esse amor não é condicional. Se ao falar a
verdade o adolescente receber em troca sentimentos
de culpa, vergonha ou dor, não vai ajudar.
27

É claro que devemos estar atentos, mas é notório


que se o adolescente tiver interesse em se envolver em
algo que não queremos, apesar da vigilância, ele vai
tentar de todas as formas. A melhor prevenção é
mostrar o quanto são importantes para nós e
mantermos os olhos abertos para ajudar quando for
preciso.

E quando os pais se tornam um constrangimento


para os adolescentes? Como todos os outros assuntos
que falamos por aqui, isso não é uma regra, pois o
desenvolvimento do adolescente pode ser muito
diferente para cada um, mas quando ocorre
precisamos lembrar que é uma situação temporária.
Normalmente a maneira como os adolescentes agem
na frente dos pais, em situações que se sentem
constrangidos, não representa o que eles realmente
sentem. Não levar para o lado pessoal pode ajudar a
não prejudicar a relação.
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E para finalizar, a onipotência. Muitos adolescentes


se acham os donos da razão e imunes a qualquer coisa.
É aquela fase onde eles dizem que os pais não sabem
de nada e não entendem nada do que estão falando.
Como já falamos por aqui, a área do cérebro que está
relacionada com o controle dos impulsos, regulação
emocional e discernimento ainda está em
desenvolvimento, o que pode contribuir para que os
adolescentes entrem em alguma “furada”, já que não
pensam nos riscos. É preciso estar atento e informar
aos jovens que eles não são blindados, mas não em
forma de sermões. Conversar sobre os riscos e contar
casos em que o final da história não foi legal são uma
boa opção para que juntos possam refletir.
Espero ter ajudado você a entender um pouquinho
mais sobre esse processo maravilhoso que é o tornar-
se adolescente.

IMPORTANTE! O desenvolvimento adolescente pode


ser muito diferente de adolescente para adolescente,
nada é uma regra e cada ser é único.

Contato
WhatsApp: (21) 96884-2426 | Instagram: @conexaoadolescente
E-mail: [email protected]
29

O Adolescer e suas descobertas

Patrícia Rocha Busnardo


Psicóloga - CRP: 06/78692

Você se lembra de quando seu filho adolescente era um


bebê aprendendo a andar? Que marco importante. Você
não queria perder por nada, e você o apoiou e o encorajou.
Agora você tem um adolescente que está aprendendo a ser
adulto. Você o encoraja, anima e mostra que acredita que
ele conseguirá?
A adolescência é a fase da vida humana em que ocorrem
transformações de ordem física, emocional e social. É
justamente o conjunto de suas características que confere
unidade ao fenômeno da adolescência. Além disso, é uma
etapa crucial e bem definida do processo de crescimento e
desenvolvimento, cuja marca registrada é a transformação
ligada aos aspectos físicos e psíquicos do ser humano.
30

A transformação inicia-se com o aparecimento dos


caracteres sexuais secundários, indicando que o corpo
infantil começa a se despedir e o corpo juvenil, a
emergir. Essas modificações são denominadas
puberdade.
Da mesma forma, a adolescência pode ser entendida
como o período entre a infância e a idade adulta que
dá continuidade a um processo dinâmico, iniciado com
o nascimento, no qual ocorrem transformações físicas,
sociais e psicoemocionais.
Percebe-se que a adolescência é um momento muito
especial na vida de todo ser humano, apresentando
características próprias e determinando cuidados
especiais.
31

Em nosso meio social a chegada da adolescência é


cada vez mais prematura. A antecipação do início
desse evento pode estar associada à chegada de um
novo século, à curiosidade por novas sensações, aos
namoros virtuais, ao acesso às mais diversas e rápidas
formas de comunicação, e às novas e cada vez mais
precoces formas de expressão sexual. Essas
transformações sociais interferem de forma
significativa no comportamento sexual dos
adolescentes, antecipando-o, num período da vida em
que a construção de valores e a maturidade ainda não
estão consolidadas.
O adolescente já não é mais criança. O mundo
espera dele outro padrão de comportamento e ele se
cobra diferenciações, pois não quer ser rotulado de
infantil, não se permitindo tomar atitudes que possam
caracterizá-lo dessa maneira. Portanto, evita recorrer
aos pais, numa tentativa de mostrar-se mais adulto e
independente. Desliga-se dos modelos anteriormente
enaltecidos e busca no grupo de iguais as alianças e o
auxílio para a tomada de decisões.
32

Entendemos que a adolescência se configura como


uma etapa da vida resultante de transformações que
acompanham o fenômeno da puberdade, no qual
interagem os fatores psíquicos, socioculturais e as
diversas realidades existenciais de cada adolescente.
A adolescência também pode ser um período de
grande estresse e instabilidade, não apenas para os
filhos mas também para os pais. É normal que os
adolescentes explorem uma nova sensação de
liberdade, mas esse processo pode deixar os pais se
sentindo sem poder ou excluídos da vida dos seus
filhos, sendo que esses efeitos são ainda maiores na
era da distração digital.
Algo importantíssimo a ressaltar, é que a
adolescência é apenas uma pequena parte do processo
de crescimento. Não é de forma alguma o destino final.

Contato
WhatsApp: (11) 98802-0472 | Instagram: @patriciabusnardo.psicologa
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33

Quem sou eu?


Compreendendo a adolescência

Amanda Guedes de Andrade


Psicóloga - CRP: 08/17126

Quem sou eu? Pergunta difícil de responder durante a


adolescência. Já que a adolescência é o período do
desenvolvimento humano definido pela transição, ou seja,
pelo fim da infância e a preparação para a vida adulta, ela é
uma fase difícil, cheia de transformações, onde o
adolescente se pega confuso entre tantas perguntas sem
respostas evidentes.
As cobranças mudam, os sentimentos mudam também
e novamente os adolescentes se pegam pensando:
Então, até onde posso ir?
O que posso fazer?
Não sou mais criança, mas também não sou adulto. E
agora?
34

Nesse período existem transformações físicas e


emocionais muito significativas na formação de um
adulto, o corpo muda e a cabeça também, então é aí
que se torna necessário a busca de autoconhecimento.
A adolescência pode ser uma fase marcada por
conflitos familiares, devido a baixa autoestima,
inseguranças, medos, ansiedades que podem vir a
surgir nessa fase, por esse motivo o adolescente
necessita de muito acolhimento, respeito e orientação.
35

Para que seja possível se conectar ao adolescente


de forma produtiva e harmoniosa é necessário olhar
com empatia para ele, ou seja, se colocar no lugar dele,
olhar com os olhos dele para as situações, lembrar de
quando se era adolescente, suas dúvidas, angústias
pode auxiliar a entendê-lo melhor nesse momento.
Em cada fase da vida os filhos precisam dos pais de
maneiras diferentes e na adolescência essa
necessidade está presente na compreensão, na escuta,
na conexão e no auxílio para a promoção da saúde e
das habilidades que serão importantes no decorrer da
sua vida adulta.
36

Compartilho com você 7 dicas de como melhorar o


relacionamento familiar quando seu filho está na
adolescência:

Ouça mais e fale menos.

Reserve tempo para conversarem.

Tente se colocar no lugar do seu filho.

Lembre-se de que você já passou por isso e


seu filho também vai precisar passar

Façam atividades juntos.

Demonstre interesse no que seu filho gosta.

Dê valor ao sentimento do seu filho.

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37

Dependência tecnológica

Carolina Thans Bartolomeu


Psicóloga - CRP: 06/143160

Com os avanços tecnológicos, também surgem novos


desafios. Atualmente vivemos o desafio de lidar com o uso
saudável das tecnologias, tanto com crianças, adolescentes
e adultos. Por ser algo recente, muitos estudos e discussões
sobre o assunto ainda estão em percurso, mas já se sabe
que o uso excessivo das tecnologias pode sim gerar uma
dependência. Apesar da nomenclatura não ser oficial, o
termo Dependência Tecnológica vem sendo considerado
para incluir o uso das diversas tecnologias como celular,
videogames, redes sociais, entre outras atividades que a
pessoa faz online.
38

A dependência tecnológica pode ser considerada


quando o uso dos recursos tecnológicos passa a ser
prejudicial para a vida da pessoa, ou seja, quando
atrapalha alguns aspectos essenciais, como relações
sociais e familiares, trabalho e estudo. Existem alguns
critérios que podem ser considerados, tais como: ficar
constantemente mais conectado do que gostaria, ter
tentativas repetidas de redução de uso e não
conseguir, priorizar estar conectado em relação a
outras atividades, dentre outros. Porém, um dos
pontos mais importantes, é quando o uso das
tecnologias é para regular o humor da pessoa, ou seja,
quando está triste, frustrada, com raiva e para aliviar
os desconforto que tais sentimentos geram, recorre
aos jogos ou redes sociais. Lembrando que os critérios
servem como base, e não para diagnóstico.
Todos nós ficamos tristes ou com raiva, e é natural
que busquemos um escape para lidar com isso, porém
quando esse escape é a tecnologia, é preciso ter um
cuidado maior, pois estamos conectados o tempo
inteiro.
39

Usar a tecnologia é prazeroso, pois ativa o sistema


de recompensa no nosso cérebro e por isso pode ser
viciante, assim como acontece com o uso de drogas. As
crianças e os adolescentes, estão em desenvolvimento
e a região do cérebro que é responsável pelo
autocontrole, tomada de decisão e regulação
emocional, ainda está se formando, portanto, nesse
período os pais precisam ser os mediadores do uso
com os filhos.
40

Um dos fatores que pode contribuir para uso


excessivo e posteriormente uma dependência, são as
nossas necessidades emocionais. Todos nós queremos
nos sentir amados, saber que somos queridos e
valorizados, e buscamos isso de diversas formas. Os
jogos online e as redes sociais oferecem essa
possibilidade, atrás da tela posso ser quem eu quiser,
montar um avatar (personagem do jogo) ou um perfil
do jeito que eu desejo, e assim, me sentir pertencente
àquele ambiente.
O problema não é a tecnologia, mas sim o que eu
busco por meio dela, ou seja, o uso passa a suprir
algumas necessidades emocionais básicas. Se a criança
ou adolescente só se sentem bem, felizes e valorizados
nos jogos, é ali que ficarão a maior parte do tempo.
O ambiente presencial nunca vai oferecer o mesmo
estímulo que o ambiente virtual oferece, mas
podemos sim tornar o espaço que vivemos mais
atrativo. Os filhos precisam se sentir encorajados a
realizarem suas atividades e saberem que podem ter
um bom desempenho em outras atividades além dos
jogos.
41

Fortalecer o vínculo entre pais e filhos é fundamental


para que exista um canal de diálogo aberto que eles
possam conversar sobre o que acontece, inclusive no
mundo digital. Conhecer os jogos que os filhos gostam,
entender o que tanto os atrai é importante e não
apenas ficar criticando - o que pode afastá-los.
Para a criança, o impacto do uso pode ser ainda
maior, pois além dos aspectos emocionais, a criança
também perde em aspectos motores e cognitivos. A
tela oferece um modo de diversão muito passiva e a
criança precisa pular, correr e estimular a
coordenação motora. Com a quantidade de estímulo e
informação, a capacidade cognitiva de reter
informação é afetada, pois não dá conta de absorver
tudo que recebe. A criança que fica muito tempo em
frente uma tela, terá mais dificuldade em se
concentrar em atividades mais paradas, além de
também poder interferir na fala já que não existe a
troca com outra pessoa.
42

Sabemos que atualmente com a pandemia está


desafiador não deixar os filhos em frente às telas, e
isso não é o fim do mundo, existem algumas
alternativas para não ser tão prejudicial, por exemplo:
intercalar as atividades online e offline. Se a criança
precisou ficar assistindo desenho, peça que lhe conte
depois sobre o que assistiu ou que faça um desenho
sobre o tema. Quando puder, assista junto com a
criança e entenda o que ela mais gosta, o que chama
atenção e conversem sobre isso.
A tecnologia só tende a evoluir e ficar cada dia mais
presente na nossa vida, portanto, vamos precisar
aprender a lidar de uma forma saudável e ensinar aos
filhos também.

Contato
WhatsApp: (11) 97599-8926 | Instagram: @carolinatb.psico
Facebook: @carolinatb.psir
43

Como propiciar tempo de qualidade


com o seu filho adolescente

Carla Amaral Bispo


Psicóloga - CRP: 06/108545

Na atualidade, infelizmente, tempo de qualidade tornou-


se uma linguagem do amor muito difícil de dizer em nosso
mundo corrido. Como consequência, muitos adolescentes
vivem em casas cheias de tecnologia e com falta de amor.
Conceder tempo de qualidade ao seu filho adolescente
significa dedicar uma parte de sua vida para preencher o
vazio, através da comunicação de qualidade, permitindo ao
adolescente um espaço de escuta empática e ativa. É
essencial, criar um porto seguro, para desenvolver
experiências através do vínculo com os filhos, para manejar
as necessidades e mudanças comportamentais.
44

Propiciar um espaço para a comunicação,


proximidade e tempo de qualidade, exige horas, criar
este tempo para dar atenção exclusiva, possibilita uma
acolhida aos filhos, em momentos de refúgio, em dias
de tempestades da vida e moldam uma experiência de
vínculo para cuidarmos da fragilidade dos
adolescentes, contribuindo para o crescimento
emocional, psicológico, acadêmico e social, garantindo
assim o abastecimento de amor.
Transformar o tempo em presença envolve estar
presente consciente do que está ocorrendo com o seu
filho adolescente, é estar aberto para acessar as
mudanças desafiadoras que emergem nesta fase, que
inicia por volta dos doze anos até os vinte e quatro
anos. Compreender a natureza dessas mudanças
poderá trazer benefícios para a comunicação mais
apropriada para o período de desenvolvimento da
adolescência, contribuindo para a conexão de uma
jornada de escuta qualitativa, positiva e produtiva.
45

Se relacionar com seu filho, implica em reconhecer


o seu adolescente como um indivíduo e criar condições
criativas para dialogar com afeto. Falar é uma parte
fundamental para uma comunicação de qualidade,
porém, o modo como você fala é crucial. É muito
melhor usar uma abordagem positiva para expressar
perspectivas, ideias, sentimentos e desejos, ao invés
de criar um relacionamento hostil, censurando as
ideias dos adolescentes. Outro princípio importante ao
conversar com o adolescente é ensinar, em vez de
passar sermão, julgamentos e punições. Cabe ainda,
exemplificar que quando os pais falam em voz alta ou
usam gestos, normalmente forçam o adolescente a
buscar conselhos em outro lugar. Consequentemente,
para se alcançar uma eficácia no diálogo, os pais
precisam aprender a arte de ouvir e falar de modo
mais proveitoso, comunicando o amor em nível
emocional.
46

Para encorajar pais a desenvolverem a habilidade


de escuta, sugere-se, reservar um horário que seja
acessível e flexível, para que o momento de acolhida
se transforme em tempo de qualidade, possibilitando
a criação de memórias afetivas, a partir da arte de
ouvir e aprofundar os laços de amor, com o seu filho
adolescente.
A reunião de família é uma ferramenta valiosa
para criar e manter a dignidade e respeito. Durante os
encontros, os filhos e pais podem praticar habilidades
para resolver problemas, respeito mútuo, aprender
que erros são oportunidades maravilhosas para
crescer, criar boas lembranças e modelar novas
habilidades. Os encontros visam inspirá-los a ouvir
sem julgar, validar os sentimentos, tornar o ambiente
de escuta atraente, especial e divertido.
O maior compromisso dos pais, em demonstrar
amor para os filhos é firmar o compromisso de mudar
a sua agenda pessoal e priorizar o tempo juntos,
garantindo assim um tanque sempre abastecido de
amor e conexão.

Contato
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47

Como ajudar o adolescente na


escolha profissional?

Jhennifer Souza Kuhn


Psicóloga - CRP: 18/05960

Uma das maiores decisões que o adolescente tem que


passar é a escolha profissional, desde a infância a pergunta
é: "O que você quer ser quando crescer?". Na adolescência
essa pergunta se torna: "Já sabe que curso vai fazer?"
Não se trata de uma escolha fácil, já que implica
autoconhecimento. Ao escolher uma profissão é preciso
renunciar outras, exige alguns anos de formação, o
trabalho não é só um ganha pão, é o papel ocupacional que
se exerce na sociedade.
48

Considerando que a maior tarefa da adolescência é


a busca da identidade, o adolescente se vê frente a
uma escolha séria e encarada como definitiva - já que
implica o que ele irá fazer todos os dias na vida adulta.
É uma escolha muito pessoal mas também
influenciada por vários fatores, incluindo a família.
Esse momento pode ser responsável por ansiedade,
angústia e até conflitos familiares.
49

Dicas para os
pais e responsáveis

Converse abertamente sobre seus planos, desejos e


identificações, de forma empática e sem
julgamentos. Considerando que esse momento pré-
vestibular pode gerar muita pressão, convide o
adolescente a falar sobre seus projetos e sonhos,
como ele se imagina profissionalmente, assim esse
momento pode ser usado para orientá-lo, expor sua
percepção e salientar que a escolha não é
necessariamente definitiva.

Incentive-o a considerar as características pessoais,


afinidades e habilidades. O adolescente precisa
olhar para si e compreender seus desejos e
características - lembrando que as habilidades
sempre podem ser aprimoradas se houver desejo.
50

Incentive-o a pesquisar sobre os diferentes cursos e


profissões, considerando as variáveis e
características além do salário e status. Como por
exemplo: horário de expediente, tempo e grade do
curso. É importante considerar o dia a dia e as
exigências da profissão para que a escolha seja mais
assertiva e consciente.

Considere investir em uma orientação profissional


com um psicólogo, esse profissional dispõe de
materiais e testes cientificamente comprovados
para auxiliar nesse processo.

Se atente às suas próprias expectativas sobre o


adolescente e sua escolha profissional. Pode
acontecer dos pais, mesmo que inconscientemente,
colocarem sobre os filhos seus desejos profissionais
não realizados ou até desejam que sigam seus
passos, o que pode não ser o desejo do adolescente.
51

Entenda que a escolha profissional implica uma


decisão importante e pessoal, se trata do modo de vida
que ele escolhe seguir e que vai sustentar no dia a dia
da vida adulta. A família pode ser uma aliada nesse
processo tão particular e importante.

Contato
WhatsApp (65) 99813-4748 | Instagram: @psicologa.jhenniferkuhn
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52

É tempo de aprender

Lucienne Silva
Psicóloga - CRP: 04/36081

Em meio à pandemia, a maior dificuldade encontrada


por nós, pais, é em como criar nossos filhos de uma
maneira que seja benéfica, positiva e eficaz a longo prazo.
A cada fase que nossos filhos vão passando, parece que
vamos nos perdendo, sem saber o que fazer diante dos
desafios do dia a dia. As barreiras entre pais e filhos
parecem cada dia aumentar mais e, diante desse momento
atípico, nos encontramos confusos e inseguros da nossa
postura como pais. Essa queixa encontra-se em evidência
na relação pais e filhos adolescentes.
53

A pandemia trouxe um turbilhão de mudanças


bruscas em nossas rotinas e com elas um mar de
sentimentos com tamanha intensidade e frequência
que já não sabemos mais o que é certo e o que é
errado. Filhos em casa, pais no trabalho, aulas online,
falta de tempo, o uso abusivo tecnológico (quase não
percebido tanto nos adolescentes, quanto em nós
mesmos), excesso de obrigações que nos consome e
nos cansa emocionalmente. Sem contar a
desmotivação, a irritação vindas da falta de
cooperação, brigas e enfrentamentos, tendo como
resposta imediata o descontentamento, as
agressividades e, o que não queríamos, acaba
acontecendo: a desconexão.
Uma barreira que automaticamente é criada nessa
fase, aumenta cada dia mais e mais e, com ela, a
apatia, o desrespeito, a impaciência, o comportamento
desafiador, o esgotamento emocional, dentre outros.
Muitos pais se perguntam: "sou eu ou meu filho
adolescente que precisa de ajuda?". A resposta é: os
dois. A mudança do seu filho pode acontecer, mas você
obterá mais sucesso se ela começar por você. Então,
por onde começar?
54

O primeiro passo é estar disposto a aprender. Sim,


o nosso desejo de mudar nossos filhos, diz respeito
muito mais a nós do que a eles. Para provocar
transformações na vida dos adolescentes, precisamos
provocá-las em nós mesmos. Às vezes, os adolescentes
estão somente absorvendo nossa agitação,
descontentamento, irritação e expressam tudo isso em
atitudes de mau comportamento. Somos espelhos,
referência para eles a todo momento, independente
da fase em que se encontram. Então, como querer do
meu filho que ele não grite e me desrespeite, se eu
grito e desrespeito todos ao meu redor o tempo todo?
Faz sentido pra você?
55

Estar preparado, desenvolvendo em si a


autoconfiança, a empatia, o respeito, a comunicação
assertiva, a resiliência, a segurança e o controle
emocional, fará muita diferença na dinâmica
relacional entre pais e adolescentes. Para darmos o
segundo, o terceiro, o quarto passo e assim por diante,
podemos usar vários caminhos, mas existem alguns
deles que trazem mais leveza e satisfação a essa
caminhada.
56

Os 3 C 's podem facilitar essa tão sonhada quebra de


barreiras que estamos à procura: conhecer,
compreender e conectar. Vamos falar um pouco sobre
cada uma delas:

Conhecer: Você sabe o que tem dentro da bagagem


que você leva ao longo da sua vida? O que você
carrega desde a infância, passando por esse período
mesmo em que seu filho se encontra, que é a
adolescência, até os dias de hoje?

O que aconteceu com você quando criança te


acompanhará para o resto da sua vida. Precisamos
fazer o resgate da nossa criança interior, honrando-a,
acolhendo-a e curando suas feridas. O
autoconhecimento nos permite fazer esse caminho
para que, cuidando da nossa criança interior, desperte
o melhor em nós pais.
57

Compreender: Entender o que está acontecendo na


fase em que seu filho está, todos os processos,
mudanças e que tudo isso nada tem a ver com
imaturidade, nos faz ter uma nova visão para trilhar
um caminho de educação eficaz.

Compreendendo todos esses processos, vamos


desmistificando a ideia de adolescente ideal que
temos em nossas mentes. Vamos percebendo que
nossos filhos são os melhores filhos que conseguem
ser e não o filho da amiga, que é perfeito, só tira notas
boas, tem comportamento exemplar, pratica esportes
e é amigo de todos.

Conectar: O desejo de todos os pais de adolescentes


é diminuir o distanciamento criado nessa fase. Mas
agem de maneira intensa ao querer assumir o lugar
de piloto na vida dos filhos. A verdade é que
somente quando assumirmos o lugar de co-piloto
desse avião, estaremos sendo pais gentis e firmes ao
mesmo tempo.
58

Desenvolveremos um senso de conexão através do


amor, da atenção, da empatia, do afeto, da
compreensão e da orientação. Sairemos deste lugar de
pais super controladores ou extremamente
permissivos, para um lugar de pais encorajadores.
Assim, nossa missão como pais começa a ficar mais
clara. Entre erros e acertos vamos aprendendo a ser os
primeiros da fila a aplaudir o sucesso desses
adolescentes quando se tornarem adultos felizes. Não
estaremos mais nesse papel de pais que impedem seus
filhos de experimentarem os fracassos, vindos dos
erros cometidos por eles mesmos, mas sim de pais que
permitem que seus filhos adolescentes cresçam a seu
tempo, aprendendo com os próprios erros. Seremos
Pais Encorajados. Quando estamos dispostos a
aprender, não existe tempo perdido. Ainda há tempo,
há tempo de mudarmos a nós mesmos, ao invés de
tentarmos mudar nossos filhos adolescentes, tempo
de aprendermos habilidades parentais eficazes a longo
prazo para permanecermos ao lado dos nossos filhos
nessa fase e diante de tantos outros desafios que
poderão vir.

Contato
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59

O poder das perguntas na


educação dos filhos

Alê Alves
Facilitadora da Conexão Familiar e
Educadora Parental

Desde criança, aprendemos e somos treinados a dar


respostas. Em casa, na escola, com os amigos, nossa cultura
estimula que precisamos saber tudo, ser rápido e o
primeiro a responder. E se não acertamos as respostas, nos
sentimos incompetentes perante nós mesmos e os outros.
Por conta disso, entramos em um ciclo vicioso que nos faz
querer sempre ter as respostas para tudo, na ponta da
língua.
60

Essa forma de lidar com as questões reflete em nós


depois que nos tornamos pais. Casa, filhos, contas
para pagar, tudo precisa estar sob controle. Sentimos
que precisamos prever os possíveis problemas, prever
os acontecimentos, projetar quais serão as
consequências para fazer com que tudo dê certo. Por
conta disso, necessitamos ter todas as respostas e
saber o que e quando fazer.
O problema disso é que acabamos sempre vendo
tudo somente sob a nossa perspectiva. Não nos
abrindo para fazer algumas perguntas e ampliar nosso
entendimento da situação, do outro, de nós mesmos.
Isso acontece em situações simples do dia a dia, como
por exemplo: se seu filho fala que não quer ir para a
escola. Frente a esse fato, você pode logo acreditar
que é porque ele é preguiçoso, acomodado. Mas, será
que é isso mesmo? Às vezes, não paramos para
perguntar o motivo pelo qual ele está apresentando
esse comportamento. Simplesmente fazemos as
nossas suposições! Pode ser que o motivo não seja
esse. Pode ser que ele não esteja conseguindo
interagir com os colegas da turma, que esteja com
dificuldades na aprendizagem ou que não tenha se
adaptado à escola.
61

Quando não fazemos perguntas, mantemos a nossa


visão rígida e estática por acreditarmos que estamos
sempre certos e nem sequer notamos que essa certeza
é construída a partir da nossa visão de mundo, das
nossas percepções, das nossas crenças e que,
automaticamente, excluímos a possibilidade de fazer
mais perguntas, pois achamos que não precisamos
delas.

A questão é que não é saudável ter tanta certeza


assim quando se trata de outro ser humano, dos
nossos filhos. Ensinamos muito aos filhos, mas isso
não quer dizer que eles são cópias idênticas a nós. Pelo
contrário! Durante o desenvolvimento, eles acabam
tendo experiências diferentes das nossas e recebem
influências de outras pessoas e contextos, tornando-os
únicos em muitos aspectos. Com isso, por trás das
atitudes dos filhos podem estar outras questões e
motivações que, às vezes para nós, para o nosso
entendimento, não estão claras.
62

Por isso, precisamos mudar nossa intenção e


postura ao interagir com as crianças e os adolescentes.
Precisamos sair do papel de professor ou do chefe para
assumir o de um (a) líder encorajador (a), de quem está
ao lado ao invés de acima. Para Jane Nelsen, autora do
livro da Disciplina Positiva, “um líder de grupo ou co-
líder assume responsabilidade de fazer as perguntas e
manter o grupo na tarefa, e não de fornecer as
respostas”. Muitos adultos ainda não compreenderam
que manter uma postura pautada nas exigências, nas
cobranças e nos sermões é somente um convite à
revolta e à disputa por poder dos filhos. Mudar essa
posição para uma liderança baseada na conexão, na
confiança e em fazer perguntas estimula a
curiosidade, convidando a criança ou o adolescente a
cooperar e a interagir com muito mais facilidade.
63

Vamos pegar novamente aquele exemplo da criança


que não quer ir para a escola. Com base no que
falamos até agora, a proposta é que, ao invés de
afirmar “Você é um preguiçoso. Você nunca quer ir
para a escola!”, faça algumas perguntas: “O que
aconteceu?”; “O que você está sentindo?”; “Que ideias
você tem para solucionar o problema agora?”; “O que
você aprendeu que pode ajudá-lo dessa vez?”.
Pode parecer loucura, mas o ato de você fazer
perguntas vai ajudar o seu filho a se comunicar melhor
e até compreender o que ele está sentindo.
64

Outro ponto é que as perguntas também vão te


ajudar a buscar soluções. Normalmente já queremos
dar a solução pronta para a criança, não é mesmo?
“Faça isso, porque assim é mais rápido!”. O problema é
que dessa forma não estimulamos a busca por
soluções e a capacidade de resolver problemas dos
filhos. Fazendo com que as crianças e os adolescentes
pensem em possíveis soluções, nós os instigamos
também a assumir um compromisso e a
responsabilidade por essa solução. A participação os
integra à solução e os motiva a desempenhar seu
papel.
Mas uma coisa precisa ficar clara: fazer perguntas
não é a mesma coisa que fazer interrogatório. Antes
de tudo, conecte-se com o seu filho - olhe nos olhos,
use um tom de voz agradável, aproxime-se dele,
segure-o pela mão. Isso fará toda a diferença!
Ninguém responde às perguntas se não confia e se
não se conecta com o outro. Se alguém te pergunta
por que você está triste, muito provavelmente, você
só responderá se for uma pessoa em quem você
confia, que você tem intimidade para dar uma
resposta sincera. Não é verdade? Senão, você
responde que está “tudo bem”!
65

Nesse sentido, é importante adquirirmos o hábito


de fazer perguntas e nos conectarmos com o outro e
com nós mesmos. Marshall Rosenberg, criador da
Comunicação Não-Violenta (CNV), afirma que uma das
coisas mais importantes ao desenvolver a habilidade
de fazer perguntas é estarmos abertos a ouvir o outro
e a nos conectar também com a sua vulnerabilidade.
Para isso, é necessário sair do papel de avaliador,
fazendo perguntas sem menosprezar ou acusar o
outro. Uma das formas que ele aponta para isso é nos
perguntarmos: "O que essa pessoa está sentindo? Do
que ela precisa? Como estou me sentindo em relação a
essa pessoa? Quais necessidades estão por trás desse
sentimento?".
Mudando nossa postura de detetives para líderes e
se manter disponível para perguntar ao invés de
afirmar, abriremos o caminho para conhecermos
melhor nossos filhos, como eles pensam, sentem, se
comportam, o que eles necessitam e desejam. E
sairemos da posição desgastante e intolerável de
controle total para uma parceria verdadeira em que
cada um assume e vive o seu papel na relação com
respeito e amor.

Contato
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Site: www.alealves.com
66

A importância do escutar na
comunicação entre pais e filhos
adolescentes

Simone Salles Verlindo


Psicóloga - CRP: 07/23424

Um dos grandes desafios da fase da adolescência é


manter uma comunicação assertiva entre pais e filhos. Essa
queixa é recorrente no consultório, e ela vem tanto dos pais
quanto dos filhos. Frases como “Ele não me escuta” ou “Ele
não me entende”, são comuns. Essas frases denotam as
necessidades de atenção e de compreensão, quando essas
necessidades não são atendidas dentro de um processo de
comunicação, ocorre uma desconexão, gerando um
distanciamento entre pais e filhos.
67

De acordo com o dicionário de língua portuguesa


comunicação é a ação ou efeito de comunicar, de
transmitir ou de receber ideias, compartilhar
informações. Parece simples, não é? Mas, então, o que
acontece de errado nesse processo entre pais e filhos?
O que falta? Onde está o problema?
Quando falamos em comunicação temos que ter em
mente que é necessário um emissor e um receptor,
mas não podemos esquecer que para uma
comunicação ser assertiva e respeitosa é necessário
sabermos transitar entre ambos os papéis, hora sendo
emissor, hora sendo receptor e, para isso, é preciso
saber escutar e falar.
68

Aqui encontramos o primeiro entrave da


comunicação entre pais e filhos, pois os pais estão
mais habituados a falar do que a ouvir. E por que é tão
difícil ouvir? É difícil porque muitas vezes levamos para
o lado pessoal, julgamos, queremos corrigir. Os pais
acreditam que falar é a forma mais eficaz de ensinar,
mesmo que as evidências indiquem o contrário, e
mostrem que a forma mais eficaz de ensinar é através
do exemplo.
Quando seu filho tem alguma dificuldade, o que
você faz? Imagino que você o oriente a não desistir e
estimule-o a buscar estratégias para superar. Mas, que
tal mudar de estratégia?
69

No livro Disciplina Positiva para adolescentes, Jane


Nelsen e Lynn Lott apresentam uma lista de
habilidades para ajudá-lo a escutar:

1. Perceba que o sentimento por trás do que você faz é


mais importante do que o que você realmente faz.
Ficar em silêncio enquanto você está lendo o jornal
ou pensando em outra coisa não conta. A escuta
ativa exige uma linguagem corporal aberta para
demonstrar seu interesse.

2. Respeite as diferentes realidades. Esteja aberto para


o fato de que há mais de uma maneira de ver as
coisas. (Você não ama quando alguém está
interessado em você? Bem, seus adolescentes
também).

3. Mostre empatia. Diga: "Eu entendo porque você se


sente assim ou vê as coisas desta maneira”. Isso não
significa que você vê as coisas da mesma forma,
apenas que você entende como seu adolescente
pode ter chegado às conclusões que chegou.
70

4. Seja curioso. Faça perguntas que irão trazer mais


informações do seu adolescente. Por exemplo:
“Como você se sentiu? O que nessa situação era
importante para você? Você poderia me dar um
exemplo de quando eu te fiz ficar irritado? Com que
frequência faço isso? Há mais alguma coisa que o
esteja incomodando?”

Agora que você conhece algumas habilidades para


escutar, que tal tentar colocar em prática essas dicas?
No início pode não ser uma tarefa fácil, mas você e seu
filho podem ter benefícios se você exercitar essas
habilidades. Não se esqueça que mudar é um processo
e sendo assim haverá acertos e erros e está tudo bem,
porque estamos todos aprendendo.
O mais importante é que você esteja sinceramente
comprometido em compreender o mundo dos seus
adolescentes e aceitar a sua realidade de forma
respeitosa.

Contato
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E-mail: [email protected]
71

O atendimento da Política de
Assistência Social e o
desenvolvimento das competências
socioemocionais

Anelisa Morais Maia


Psicóloga - CRP: 06/93684

Desde 2004, quando foi lançada a Política Nacional de


Assistência Social, o SUAS (Sistema Único de Assistência
Social) além de atender às situações de vulnerabilidade
material, passou também a lidar com as vulnerabilidades
relacionais que são as situações de fragilização de vínculos
e de pertencimento social (conflitos, violências,
discriminação, abandono, etc), colocando o atendimento
preventivo destas vulnerabilidades também como uma
responsabilidade pública.
72

Sendo assim, a Política de Assistência Social atual


oferece vários serviços contínuos como o trabalho
social com famílias nos CRAS (Centro de Referência da
Assistência Social) e CREAS (Centro de Referência
Especializado da Assistência Social) e o atendimento
focado nos ciclos de vida, através dos Serviços de
Convivência e Fortalecimento de Vínculos para
Crianças e Adolescentes e para Idosos. Estes serviços
devem ofertar atividades voltadas à segurança de
convívio, tanto familiar quanto comunitário, sendo
seus principais objetivos o fortalecimento de vínculos
familiares e comunitários, o desenvolvimento da
autonomia, da participação social e a prevenção de
situações de violência e outras violações de direitos.
73

O ser humano se constitui como tal na relação com


um outro e, através desta relação, é afetado e afeta,
ou seja, recebe e deixa suas marcas. Quando estas
marcas são positivas levam ao fortalecimento dos
vínculos e quando são negativas, gerando tristeza,
revolta, submissão e impotência, ocorre a fragilização
dos vínculos. Essas vivências de “emoções tristes”
reduzem a potência de ação do indivíduo. Assim sendo,
na Assistência Social, a convivência é o método para se
chegar ao objetivo de fortalecimento de vínculos,
sendo este o resultado esperado das relações. O
vínculo, para além de sua função de sobrevivência,
alimenta as necessidades de reconhecimento e
pertencimento do ser humano e está relacionado aos
laços afetivos e referência que uma pessoa tem.
74

Nos materiais de orientação oficiais do governo


federal encontramos várias citações referentes à
importância de contribuir com o desenvolvimento de
potencialidades das famílias e indivíduos, como o
enfrentamento de situações conflituosas, a utilização
do diálogo, a tomada de decisão, a participação social,
a identificação dos sentimentos, o respeito às
diferenças (empatia), dentre outros. Estas são
competências socioemocionais, que são habilidades de
vida que podem ser desenvolvidas desde o nascimento
até a vida adulta, sendo que estas habilidades são
encorajadas ou não através das relações que se
estabelecem. Portanto, o modelo relacional e
educacional utilizado é de extrema importância para
facilitar ou dificultar esse desenvolvimento. Por
exemplo, em nossa cultura, historicamente é muito
comum a utilização de punições físicas, castigos,
xingamentos e gritos para cessar um comportamento
tido como inadequado ou para lidar com as nossas
emoções, bem como é comum utilizar de recompensas
para reforçar o bom comportamento, mas através da
Disciplina Positiva, entendemos que essas práticas
educacionais funcionam a curto prazo, mas em longo
prazo são ineficientes para o desenvolvimento das
habilidades socioemocionais e são inadequadas para o
desenvolvimento saudável e autônomo.
75

Estas habilidades requerem que o indivíduo seja


capaz de identificar, entender e expressar
adequadamente seus sentimentos (autoconsciência e
comunicação), apresentando autocontrole emocional,
que consiga respeitar limites, ter empatia,
comportamento colaborativo, autonomia, dentre
outras.
O Estatuto da Criança e do Adolescente já prevê
como proteção a esta fase da vida, a proibição do uso
de castigos físicos e humilhantes às crianças e o
encaminhamento para programas de proteção e
orientação familiar (ofertados pela Assistência Social
também), sendo importante que estes serviços
ofertem recursos às famílias que levem à reflexão
sobre o modo tradicional de educação e outros
modelos que utilizem de métodos e recursos que
facilitem a conexão entre os membros da família e
formas de interação não violentas. Sendo assim,
percebemos que a Disciplina Positiva é uma
abordagem que traz algumas ferramentas e recursos
que podem auxiliar as famílias, bem como os
profissionais, na condução dos grupos dos diversos
serviços ofertados, a fim de lidar de forma diferente
com os desafios que aparecem nas relações.
76

Durante alguns atendimentos, percebemos como


as pessoas reproduzem o mesmo padrão que viveram
na infância ou, tentando fazer o seu oposto, caem no
outro extremo e os pais se sentem perdidos por não
terem modelos que equilibrem a firmeza e gentileza,
como preconiza a Disciplina Positiva. Além disso,
percebemos a dificuldade de conexão com os próprios
sentimentos e dos outros porque não receberam uma
educação emocional adequada, ao contrário, a
educação tradicional foi pautada nos valores da
obediência irrestrita e na falta de espaço para
expressão, o que dificulta o desenvolvimento da
empatia e da autonomia.
77

Enfim, somos constituídos por nossas relações e


precisamos de espaços para a construção de novos
relacionamentos pautados no respeito mútuo e esse é
um dos desafios dos profissionais que atuam na
Assistência Social. Que tal você, profissional das
Políticas Públicas, começar a conhecer essa
abordagem para verificar se faz sentido na sua
prática? Na minha já está fazendo!

“Investir nos encontros que geram afetos que


potencializam a ação é contrapor-se, no plano da
convivência, às relações sociais cristalizadas que
geram dependência, subordinação ou submissão”
(Concepção de Convivência e Fortalecimento de
Vínculos, p. 26)

Contato
Instagram: @anelisa_maia
78

O que praticamos mais:


Crueldade ou Bondade?

Rosa Maria Mendonça Lima Juraci


Psicóloga - CRP: 03/04141

Fomos educados para desvalorizar nossas emoções


desagradáveis, como a tristeza e a raiva, e deste modo, o
discurso dos pais para seus filhos é: "Você não vai chorar
por essa besteira, vai?"; "Cale essa boca!"; "Deixe de mi mi
mi"; "Não acredito que você está com raiva".
Desta forma, construímos crenças de que sentimentos
que remetem a emoções negativas, nos tornam ruins e que
fazem parte da maldade dentro de nós.
79

A Disciplina Positiva apresenta 4 passos para


conseguir a cooperação dos filhos: validação dos
sentimentos; ser empático sem necessariamente
concordar; compartilhar seus sentimentos e
percepções; e convidar a criança a pensar em uma
solução. Compreendemos que é através do respeito
mútuo que nos conectamos e elevamos o sujeito à sua
realização e a lógica pessoal é desenvolvida.
Por que pensamos que praticamos o mal? Para
Jerome Kagan, de Harvard, através de uma proposta
de um exercício mental para definir a natureza
humana e obter como resposta que a soma total de
bondade supera e muito a de maldade. Ele reconhece
que nossa biologia é permeada de raiva, ciúme,
egoísmo, inveja, grosserias, agressividade ou até
mesmo violência. Porém nossa biologia também nos
veste de uma tendência ainda mais forte para
bondades, compaixão, cooperação e amor,
principalmente quando reconhecemos o mais fraco e
que praticamos a caridade e empatia com o intuito de
ajudar.
80

Pode-se observar um exemplo clássico de que somos


bons enquanto essência, na reação dos pais quando
ouvem o choro de seus filhos, a neurociência nos ajuda
a entender ainda mais o mecanismo do cérebro dos
pais ressoando empatia inata em forma de tentar
aliviar o sofrimento do filho.
Uma nova consciência pode ser encontrada através
do mindset de crescimento, ou seja, um novo olhar
para o mau comportamento, tendo em vista os pais
enquanto líderes e orientadores, possam buscar a
cooperação, autoconfiança e responsabilidade dos
filhos.
Temos, como um marco da Disciplina Positiva, os
critérios para o desenvolvimento saudável dos filhos,
fornecendo: gentileza e firmeza ao mesmo tempo;
promover senso de aceitação e importância; ser
efetivo em longo prazo; ensinar habilidades sociais e
de vida.
81

Desta forma, podemos colaborar para a bondade ser


vista a partir do nosso bem-estar e percebendo a
importância do ambiente seguro, sentimento de
pertencimento, limites, autonomia, autoestima e
liberdade de expressão.
Nesse engajamento revestimos nossa casa interna e
externa e nos descobrimos em nossa real natureza e
permitimos que a igualdade nos conduza a um lugar
melhor a cada dia, no qual a bondade prevaleça e o
mal seja reconhecido como possibilidade de
aprendizados.
Contamos com essa mudança mais assertiva, onde,
por meio do nosso desejo, com consciência e aceitação,
possamos ser conduzidos a uma transformação
libertadora, despertando o bem na humanidade.

Contato
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82

Invalidação de sentimentos
após a separação

Gabriela Fernandes Maximiano


Psicóloga - CRP: 23/805

Quando nos casamos estamos cheios de expectativas


para o compartilhamento de desejos e projetos, com uma
necessidade de construir a nossa própria conjugalidade e
dinâmica familiar. É o desejo inerente ao ser humano, de
conhecer e ter o outro em sua intimidade completa, o
anseio pela aceitação e sentir-se amado. Então, de repente,
nos deparamos com o difícil convívio entre a
individualidade e a conjugalidade, buscando formas de
restabelecer o equilíbrio, criando maneiras de manter em
conjunto o desejo de permanecer em par, as tentativas de
se evitar o desgaste do convívio comuns no dia a dia. Sendo
assim, o divórcio ou a separação, torna-se a última
alternativa para findar com os conflitos instaurados em
nosso lar.
83

Embora o divórcio possa ser, às vezes, a melhor


solução para um casal onde seus integrantes não se
consideram capazes de ultrapassar tais dificuldades,
este processo é sempre vivenciado como uma situação
extremamente dolorosa, estressante, complexa de
sentimentos, havendo um luto a ser elaborado. Nessa
fase é exigido que este casal consiga elaborar a
separação física da afetiva, e quando se tem filhos
ainda lhes serão exigidos a separação da relação
conjugal da parental, e estas talvez sejam uma das
tarefas mais árduas para os pais que estão em
separação.
Neste processo de busca pela superação
entrelaçada com a decepção, é comum nos
depararmos com frases do tipo: “ele (a) não vai me ver
derramar nem mais uma lágrima”, “não posso ficar
sofrendo por causa disso”, embora saibamos que há
um desejo de superação de findar os sofrimentos,
estas frases evidenciam o processo de invalidação dos
próprios sentimentos.
84

A invalidação emocional ocorre quando os


sentimentos e emoções de uma pessoa são tratados
como errados, inadequados ou ridicularizados e
menosprezados. Pais que não se permitem vivenciar
suas emoções, que negligenciam ou tem dificuldade de
reconhecer e lidar com seus próprios sentimentos,
tendem a ter maior dificuldade de (re) definir os papéis
parentais pós-divórcio e de validar os sentimentos dos
filhos, que também estão vivenciando as
consequências e mudanças na estrutura familiar.
85

Imaginemos um casal recém separado, que nega


seus sentimentos ao se deparar com seus filhos
dizendo que está com saudades da antiga casa; ou, que
em um fim de semana com o pai, o filho chora e
confidencia estar com saudades da mãe. Muito
provavelmente, a reação destes pais seria de invalidar
os sentimentos do filho com as típicas frases: “deixa de
bobeira, você ficou a semana toda com sua mãe.” Ou,
“vai brincar que passa, não precisa chorar.”
Para o psicólogo Daniel Goleman autor de
Inteligência Emocional, “a família é nossa primeira
escola de aprendizado emocional”, pois é na família
que teremos nossas primeiras experiências com as
emoções e ensinamentos de como lidar com elas.
Assim, quando os pais ridicularizam, descredibilizam
ou diminuem os sentimentos dos filhos, estão
perdendo a oportunidade de os ensinar a aprenderem
sobre aquele sentimento, a descobrirem formas de
lidar com as emoções e acabam despertando
insegurança, dependência afetiva, sentimentos de
desvalor que, na vida adulta, podem evoluir para a
invalidação pessoal, a própria desqualificação.
86

Buscamos aqui refletir se por diversas vezes nossas


emoções e sentimentos foram reprimidos ou
desvalorizados por quem esperávamos que apoiasse
ou trouxesse resposta àquela sensação ainda
desconhecida por nós. É de suma importância
reconhecermos isso, nos dando a oportunidade de
acolher nossa criança interior, que teve suas emoções
invalidadas, para então buscarmos adquirir recursos
para começarmos a validar nossos sentimentos,
tornando assim ser possível a validação dos
sentimentos de nossos filhos. É necessário a busca
pelo autoconhecimento, começar a reconhecer e dar
nome aos seus sentimentos, para que possa ouvir com
atenção os de seus filhos, permitindo que se
expressem. Vale ressaltar que o filho é um reflexo dos
pais, portanto é válido lembrar que quando me
permito sentir e demonstrar como lido com as minhas
emoções, meu filho também se permite e se sente
capaz de lidar com suas próprias emoções.
87

Compartilhe com seus filhos suas experiências de


infância, utilize estes momentos para se conectarem e
descobrirem juntos maneiras de lidar com as emoções
desagradáveis. Entenda que todas as emoções são
válidas e importantes, por isso devem ser acolhidas.

O segredo para uma autopercepção saudável, uma


autoestima boa, relações fortificadas e para o bom
desempenho das funções parentais não estão
condicionadas na dominação de teorias complexas,
regras familiares elaboradas, mas sim na base de seus
sentimentos de amor e afeição por seu filho,
demonstrando com clareza sua compreensão e
empatia, guiando-os e tranquilizando-os.

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88

A conexão on e off-line com filhos


adolescentes

Adriana Pereira Rosa Silva


Psicóloga - CRP: 06/76446

“O espírito humano precisa prevalecer sobre a tecnologia”


(Albert Einstein)

Muitas são as preocupações presentes nas famílias que


buscam ajuda de profissionais para compreenderem quais
os limites necessários para o bom uso da tecnologia com
seus filhos adolescentes.
Sabemos que nossas crianças e jovens estão imersos em
um contexto em que as redes on-line são vistas como
fundamentais para seus relacionamentos, é como se fosse
algo necessário à sobrevivência e nós, pais, podemos
compreender, afinal como seria nossa vida hoje sem
celular, WhatsApp, e-mail?
89

Não podemos desconsiderar ou desprestigiar a


importância dos meios tecnológicos na vida dos nossos
filhos, o que deve estar em questão é o
superinvestimento dos adolescentes em tais espaços
em detrimento de outras formas de entretenimento,
comunicação e socialização.
É comum, diante de recursos como: Playstation, X-
box, Twitter, Whatsapp, Instagram, Discord, dentre
outros, que hajam dúvidas, que os pais se sintam
confusos em como tratar seus filhos e os limites a
serem estabelecidos, frente a essas tecnologias e os
perigos envolvidos.
Uma atitude importante é que os pais possam
assumir papéis de curiosos, se aproximando dos filhos
para que os mesmos sintam segurança e cuidado em
suas atitudes e não compreendam como uma postura
invasiva. É preciso auxiliar para que os adolescentes
compreendam que os “amigos” virtuais podem ser
possibilidades de novos relacionamentos, mas é
necessário conhecer quem são e quais os objetivos
dessa interação.
90

Perante essa realidade, os pais podem perguntar


com quem estão falando, o que estão jogando e
fazendo. O mesmo que fariam quando o filho pedisse
para ir a casa de um amigo. Quem é? Onde mora?
Quem são os pais? De onde o conhece? Então, a frase
“não fale com estranhos” ainda é algo a ser ensinado
às crianças e adolescentes, independente do contexto
virtual ou não.
91

Conforme ressalta Nelsen e Lott (2019): "(...) Os pais


e adolescentes precisam negociar o espaço on-line da
mesma maneira que o fariam na vida real, incluindo o
diálogo honesto e a disposição dos pais de respeitar a
necessidade de privacidade e independência de seus
filhos adolescentes, ao mesmo tempo que continuam
sendo solidários".
Por mais que nossos adolescentes “briguem” por
liberdade, autonomia, e justifiquem saber lidar com
seus atos e consequências, sempre deverá haver
alguém para acompanhá-los no processo de
desenvolvimento e socialização.

Algumas dicas podem ajudar as famílias a manter o


bom uso dos recursos tecnológicos com seus filhos:

O tempo de uso diário do uso da tecnologia deve ser


limitado e proporcional às idades e as etapas do
desenvolvimento;
92

Mediar o uso de alguns aplicativos com a presença


dos pais ou responsáveis para ajudar na
compreensão do conteúdo;

Equilibrar as horas de jogos on-line com atividades


esportivas, brincadeiras e exercícios ao ar livre;
Desconectar!

Combinar sobre as regras de uso da Internet,


configurações para segurança e privacidade.

Poder olhar as relações mais de perto, compreender


a necessidade do limite, identificar as restrições, os
problemas e encontrar meios de colaboração no
processo de desenvolvimento qualitativo das relações
familiares com filhos adolescentes, é um objetivo a ser
atingido por todos nós.
Sendo assim, desejo que vocês pais, possam se
encorajar para compreender a importância do uso da
tecnologia e suas possibilidades para os nossos
adolescentes e ajudá-los a usar os recursos virtuais de
forma segura e equilibrada.

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93

O adolescente e o uso de
substâncias químicas

Aline Reis da Silva Flores


Psicóloga - CRP: 05/59646

Na adolescência muitas coisas estão acontecendo ao


mesmo tempo. O corpo infantil não existe mais e muito
menos os pais da criança infantil. Agora pode acontecer dos
adultos entenderem que, uma vez que ali não existe mais
uma criança, os “cuidados iniciais” também não precisam
existir, inicia-se, então, uma aposta ou entendimento de
que ele, o adolescente, já está grande demais para saber o
que é certo e errado. Porém, o que alguns adultos ainda não
sabem é que o adolescente está passando por um período
de luto, que neste caso não será pela perda de um ente
querido (sendo o outro) e sim tudo o que ele precisou ou
está precisando deixar para trás.
94

Algo novo está acontecendo, aqui, ele estará em


busca de nova identidade. Enquanto criança sua
identidade era formada através de modelos de adultos
que conviviam com ele, na adolescência, ele precisará
juntar o modelo que já existe, repaginar e trazer para
a atualidade.
Nasio, em seu livro "Como agir com um adolescente
difícil" escreve que “para deixar a infância, o
adolescente deve voltar a ela incessantemente, e
incessantemente revivê-la no frescor de novos
encontros” com o objetivo de alcançar uma fase mais
madura a cada visita ao passado. A adolescência é uma
fase em que a pessoa provavelmente, por estar mais
sensível, sem saber muito bem o que a espera, estará
propensa a experimentar alguns tipos de
comportamentos.
95

Minha escolha por este tema foi por entender que,


de modo em geral, temos a tendência de nos aliviar em
determinados momentos de tensão, como não somos
seres padronizados, cada um buscará algo para se
apegar neste momento. Na busca por uma identidade
tanto psicológica, quanto social, pode ocorrer de o
adolescente procurar por aceitação nos grupos sociais
onde se sentir pertencente e quanto maior for essa
aceitação, maior também será a oportunidade para a
experimentação de qualquer coisa, até mesmo o uso
de substâncias químicas.

Entretanto, como existirá outros tipos de


experimentação social, provavelmente, este
adolescente, em uma outra fase de sua vida, assumirá
outros papéis sociais e isso fará com que este se afaste
do uso de drogas, com exceção do tabaco que poderá
prosseguir com o indivíduo, contudo, como citei acima,
por não sermos padronizados haverá casos em que o
uso de drogas permanecerá, ou seja, o que antes era
experimental agora se atualizará num problema mais
grave ou até mesmo de dependência.
96

Alguns autores classificam a experimentação como


um uso normal na vida de uma pessoa, mas a grande
questão é que não temos como saber quem terá
predisposição para evoluir do experimental para a fase
mais avançada. O uso de qualquer droga dependerá de
como estará a motivação momentânea do sujeito para
se sentir mais relaxado e seguro.
Alguns sinais de uso de drogas são: mudanças nos
hábitos corriqueiros, agressividade, depressão,
alteração no sono ou na alimentação, perda de peso,
deixar de fazer atividades que antes eram
importantes, dentre outros. Ele pode ficar com uma
aparência diferente, aumentar suas saídas noturnas,
procurar usar diariamente a droga, tentar se suicidar,
começar a usar mais de uma droga e muitas outras
coisas.
97

Dependendo do estado em que este adolescente


estiver, provavelmente precisará de um tratamento
mais específico, e para isso existem tratamentos
hospitalares com internação, tratamentos
ambulatoriais como os hospital-dia e também
tratamentos em comunidades terapêuticas e o
objetivo inicial de qualquer tratamento será a
abstinência, ou seja, é necessário que a pessoa deixe
de usar e com a ajuda do tratamento ela vai
administrando a falta da substância.
Para finalizar meu texto eu escolho entrar nas
relações familiares, aqui é importante levar em
consideração de que alguns cuidadores possuem um
olhar de filho ideal sobre o sujeito, ou seja, aquela
criança que foi planejada e gerada com muitas
expectativas, porém, é importante entender que
aquele filho ideal tão imaginado não existe, o que
existe é alguém que precisa ser acompanhado de perto
e que necessita ainda de cuidados reais. Esse
adolescente precisa estar conectado com a família e se
sentir pertencente a ela para que neste momento tão
difícil ele consiga se assegurar em sua casa e possa
dividir todo e qualquer sentimento com alguém de sua
confiança.

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98

Indisciplina na sala de aula: um novo


olhar sobre o mau comportamento

Melina Andréa Rodrigues


Valério Malimpensa
Psicóloga - CRP: 06/74039

“Nós podemos transformar toda a nossa vida e a atitude das pessoas


à nossa volta simplesmente ao mudarmos a nós mesmos”.
(Rudolf Dreikurs)

A indisciplina é um dos maiores desafios enfrentados


atualmente no ambiente escolar. Quando falamos em
indisciplina, geralmente, associamos esse tipo de
comportamento a práticas de repressão, em uma espécie
de castigo ou punição.
Essas abordagens disciplinares baseadas em recompensa
e punição, são utilizadas na tentativa de controlar os
alunos. No entanto, pesquisas indicam que, se não forem
ensinadas habilidades socioemocionais aos alunos, eles
terão dificuldade para aprender e os problemas de
disciplina aumentarão.
99

A punição se baseia no fato de que os alunos


precisam pagar pelo que fizeram ou falharam em
fazer. Essa abordagem frequentemente resulta em
sentimento de ressentimento, retaliação, rebeldia e
esquiva. Já as recompensas se baseiam no fato de que
os alunos farão o que queremos somente quando
receberem uma recompensa externa. Essa abordagem
invalida os bons sentimentos pessoais que são gerados
pela contribuição e, geralmente, levam à demanda por
recompensas maiores e melhores.
Um aluno mal comportado é um aluno
desencorajado, que acredita não ser aceito, amado ou
querido. A Disciplina Positiva é composta por métodos
que convidam os alunos a focarem em soluções em vez
de serem receptáculos de punições e recompensas. A
combinação de gentileza e firmeza é encorajadora, e
permite ao aluno vivenciar o senso de aceitação e
importância, melhorando assim o seu comportamento.
“De onde tiramos a ideia absurda de que, para levar as
pessoas a agirem melhor, antes precisamos fazê-las se
sentirem pior? As pessoas agem melhor quando se
sentem melhor” (NELSEN, 2017, p.93)
100

Professores que trabalham com Disciplina Positiva,


criam salas de aulas nas quais os alunos são tratados
com respeito, têm coragem e prazer em aprender, e
têm a oportunidade de aprender habilidades que eles
precisam para uma vida bem-sucedida. A proposta da
Disciplina Positiva é a de que os alunos se sintam
empoderados pela oportunidade de aprender com
seus erros em um ambiente seguro e sem
humilhações. Eles aprendem com suas experiências e
consequências naturais, que ocorrem sem nenhuma
intervenção por parte do adulto.
101

Permitir que os alunos explorem as consequências


naturais de suas escolhas é bastante diferente de
impor uma consequência a eles, o que normalmente é
uma punição mal disfarçada. Ao explorar as
consequências das suas escolhas, os alunos aprendem
com os seus erros em vez de tentar escondê-los ou
defendê-los. Toda e qualquer pessoa neste mundo vai
cometer erros em sua vida. Assim, é mais saudável
adotar a concepção de que erros são oportunidades de
aprendizagem em vez de atestado de fracasso. Quando
realmente entendem isso, os alunos passam a assumir
a responsabilidade por seus erros, porque sabem que
isso não significa que eles são maus ou que serão
punidos.
102

A Disciplina Positiva, oferece oportunidade para os


jovens desenvolverem habilidades sociais por meio do
diálogo e de conversas, de escuta e empatia, de
cooperação, negociação e resolução de conflitos.
Quando um problema surge os alunos resolvem juntos
e aprendem ferramentas de respeito mútuo,
cooperação e colaboração. Eles vivenciam o uso
positivo do seu poder, e esse empoderamento interno
reduz a necessidade de criar problemas para se
sentirem poderosos.

“Eles aprendem o que é sentimento e como separar os


sentimentos de suas ações. Entendem que o que sentem (raiva,
por exemplo) é diferente do que eles fazem (bater em alguém) e
que, embora sentimentos sejam sempre aceitáveis, algumas
ações não são. Por meio do processo de resolução de
problemas, eles aprendem maneiras proativas, em vez de
reativas, para expressar ou lidar com seus pensamentos ou
sentimentos.” (NELSEN, 2017, p.6)
103

Algumas ferramentas podem ajudar a lidar com a


indisciplina na sala de aula:

Estabeleça Rotinas: Elas criam um senso de ordem e


estabilidade e acaba ditando o que vai acontecer.

Realize reuniões com os pais e alunos juntos: Com o


objetivo de encorajar o aluno. É importante que
todos compartilhem suas percepções. E juntos
elaborem maneiras de encorajar e auxiliar o
progresso.

Implemente as reuniões de classe: Elas ajudam os


alunos a vivenciarem aceitação e senso de
importância, uma vez que ensinam aos alunos que
suas preocupações e contribuições são valiosas.

Crie conexão: Ajude seus alunos a vivenciarem afeto,


aceitação e importância. Quando os alunos se
sentem importantes eles querem cooperar em vez
de se comportarem mal. Quando eles não sentem
que precisam se comportar mal para ganhar
controle e se sentir importantes, eles se libertam
para aprender.
104

Foque em soluções: os alunos precisam de prática


para aprender habilidades para resolver problemas.

A mudança é um processo que envolve


conscientização e desenvolvimento de habilidades,
prática e tempo. Os alunos encontrarão dificuldade
para modificar o comportamento até que os
professores modifiquem os deles. As pessoas agem
melhor quando se sentem melhor. Para ajudar os
alunos a aprenderem autocontrole, autodisciplina,
responsabilidade e resolução de problemas, não hesite
em tomar a iniciativa, dessa forma você estará
colaborando para que os alunos adquiram habilidades
de vida necessárias para se sentirem bem sobre si
mesmos, enquanto aprendem a ser membros que
contribuem com a sociedade.

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105

Tempo de qualidade com os filhos

Sara Viana Mota Ferreira


Psicóloga - CRP: 04/23846

“Sobre o tempo só existe dois dias do ano que nada pode ser feito.
Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o
dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver”.
(Dalai Lama).

O tempo pode se tornar um grande aliado, mas também


nosso maior sabotador, principalmente no que se refere ao
relacionamento entre pais e filhos. Vivemos um tempo que
tudo passa rápido, voa e quando percebemos, já ficou para
trás. Escutamos com frequência os pais se referindo ao
crescimento dos filhos: “como crescem rápido, esses dias
eram bebês” e é verdade.
106

Precisamos aproveitar com qualidade o tempo que


passa rápido, para não nos assustarmos com o tempo
que passou. Muitos pais relatam um sentimento de
culpa, pois desejavam ter aproveitado mais os filhos. O
sentimento de culpa nos aprisiona e paralisa, é
importante compreendermos que fizemos o que
demos conta naquele momento e está tudo certo.
Olhar para frente é o mais adequado, investir no que
pode ser feito daqui pra frente é muito mais produtivo
do que ficar olhando para algo que não volta mais.

Precisamos nos atentar em darmos importância à


qualidade do tempo com os nossos filhos, ou seja, que
possamos proporcionar momentos de completa
entrega e dedicação. Somos os adultos da relação e é o
nosso dever observar e abastecer o tanque de amor
dos filhos. Para que isso ocorra, se faz necessário
dedicar tempo exclusivo com os filhos para gerar o
fortalecimento do vínculo e da relação (pais e filhos).
107

E como se cria
vínculo?

Através do relacionamento constante e diário com


os filhos. Tal relação deve ser permeada de respeito,
amor, dedicação, afeto, limites e firmeza. O vínculo
desenvolve uma conexão com os filhos e é através
desta que a relação e o tempo de qualidade
acontecem. Não relacionamos de forma respeitosa
com pessoas estranhas, que não conhecemos, e com
os nossos filhos não deve ser diferente. Quanto mais
respeito e amor, maior o vínculo e conexão.
O tempo de qualidade pode se tornar uma das
maiores ferramentas para o fortalecimento da relação
entre pais e filhos. Claro que se for utilizada de forma
adequada e sistemática. Sistemática no sentido de ser
constante, já que não temos filhos só nos finais de
semana ou feriados. Devemos organizar nossa rotina
para que possamos diariamente ter tempo exclusivo,
estar inteiro com o filho, sem interferências.
108

Já aconteceu de você ficar horas até mesmo dias


com seu filho dentro de casa e sentir que estavam
distantes, não dialogaram, não mantiveram contato
físico (abraço, toque, beijo)?
109

O que pode estar


acontecendo?
Não é só estar ali por perto, é se fazer presente,
acolhedor e participativo. Quer dizer que para isso eu
preciso de muitas horas? Não, pode ser alguns minutos
diários e estes se tornarem significativos e efetivos.
Você tem outras necessidades e responsabilidades, não
seria adequado viver só em função do filho. Eles também
precisam entender que o mundo não gira somente em
torno deles. Precisam de autonomia para brincarem
sozinhos, serem criativos e aprenderem a buscar soluções
para os problemas. O equilíbrio sempre será o melhor
caminho, nada de extremos e exageros.
110

Como pode ser realizado esses momentos?

Estabeleça um tempo de acordo com a


disponibilidade de vocês (pais e filhos). Tire esse
tempo exclusivo só para vocês, não marque mais
nada nesse tempo. Não desmarque ou adie esses
momentos. Não troque esse tempo por outras
demandas, para que seu filho não se sinta trocado
por outras atividades.

Desligue o celular, fique atento a qualquer outra


situação que possa tirar o foco de vocês.

Lembre-se, não é momento de correção e sim de


entrega total.

Independentemente da quantidade de filhos que


tenha, invista tempo exclusivo com cada um. O
tempo exclusivo com cada filho evita competição,
rivalidade, disputa, aumenta a autoestima e gera no
filho sentimento de pertencimento.
111

Benefícios do tempo de qualidade:

Gera nos filhos o sentimento de pertencimento, que


são amados e importantes para os pais;

Tempo de demonstrarmos interesse e participação


em relação às suas preferências e gostos;

Tempo de olharmos nos olhos dos filhos;

Tempo de conversas de qualidade;

Tempo de contar histórias, ler juntos;

Tempo de lembrarmos que somos pais, responsáveis


pela relação e que devemos curtir e aproveitar cada
fase do desenvolvimento deles;

Que esses momentos sejam permeados de muita


troca, conversas, partilhas, afetos, carinhos e
histórias. Ao finalizarem o tempo especial, que vocês
já tenham vontade e desejo pelos próximos
encontros especiais.

Contato
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112

Pais Jardineiros ou Carpinteiros,


qual tipo você é?

Marivalda Freitas
Psicóloga - CRP: 02/14424

Toda criança nasce conectada com ela mesma e com a sua


autoestima intacta. Ela consegue reconhecer as suas
necessidades, é cooperativa e empática, mas, em muitos dos
casos, o seu florescimento é impedido. Se a gente sempre
tivesse um olhar e respeito pelo o que ela é e o que ela traz,
essa autoestima seria cada vez mais fortalecida. Nós adultos
criamos expectativas e idealizamos os nossos filhos querendo
que eles sejam perfeitos e obedientes. Na tentativa de moldá-
los conforme as nossas vontades, se preciso for, traçamos
caminhos impondo-lhes que os sigam sem questionar. Em
virtude disso, eles se moldam para se sentirem amados e,
quando não atendidas as suas necessidades, aos poucos vão
se desconectando deles mesmos e feridas são abertas.
113

Mas então qual a função do ser pai e mãe?

Antes de qualquer coisa precisamos amar o nosso


filho real e não o ideal, sabendo que aquele ser que
chega ao mundo, chega de forma completa, um ser
que nos ensina e nos coloca numa posição de resgatar
os nossos vazios emocionais, os nossos sentimentos e
descartar os nossos comportamentos infrutuosos.
Para isso, é preciso estar disponível emocionalmente
para se conectar com os nossos pequenos; e isso não é
só termos uma disponibilidade de tempo, mas,
especialmente, termos disponibilidade emocional,
pois, quando existe um adulto ao qual a criança ou
adolescente se conecta, certamente existirá
segurança; caso contrário, não há relacionamento.
114

Fazendo-se uma analogia com os dois personagens


citados no título (Carpinteiro/Jardineiro) com as
figuras paterna e materna, o carpinteiro é aquele que
molda, talha, corta, bate. É aquele que desenha o
móvel, segue à risca todas as medidas conforme
idealizou e está no controle da situação, pois
representa o modelo condicional: eu só amo se tirar
nota boa, se obedecer, se comer tudo e se sair do meu
jeito. Assim, nesse exemplo, o filho é moldado
conforme as necessidade dos pais os quais só
reproduzem a forma a qual foram educados.

Esse molde no qual temos que encaixar nossas


crianças e adolescentes só machuca e viola a
integridade deles. Quando os nossos desejos
sobrepõem os desejos dos nossos filhos, estes,
possivelmente, vão se submeter as nossas vontades e
as dos outros, priorizando a responsabilidade social à
pessoal. Isso culmina num ser humano que vive a
buscar a validação do outro para se sentir pertencente
e aceito.
115

Diferentemente do carpinteiro, o jardineiro é aquele


que prepara o terreno, cuida, limpa, e quando a planta
não cresce, busca novos adubos para fortalecê-la. Ele
reconhece que não tem o controle das ações da
natureza, nem o controle da cor das folhagens, nem da
direção dos galhos, mas ama cada planta do jeito que
ela é, pois ele sabe respeitar o curso natural do
desenvolvimento de cada uma, sendo assim, o filho
que é representado pela planta é reconhecido e amado
pelo simples fato de existir.
É preciso confiar na nossa prole, confiar que um dia
vai saber andar, falar quando tem fome, sede e o que
sente. Você (pai/mãe) não precisa estar no domínio de
tudo, só precisa orientar e guiar seus filhos, pois o
controle é muito mais nosso do que deles.
É claro que essa forma de poder vem de um modelo
autoritário que só deixou marcas ao longo da história,
mas podemos e devemos desconstruir essa estrutura
rígida e abrir caminhos para uma relação democrática,
um relacionamento genuíno entre pais e filhos,
considerar que eles são capazes de cooperar e
participar das decisões pertinentes as suas vidas.
116

Nesse sentido, como você se vê como pai ou mãe,?


Carpinteiro ou Jardineiro?
Queridos, essa é a hora de refletir e parar de querer
consertar e controlar esse ser que nasce tão perfeito.
Viver controlando, além de gerar mal estar, só nos
distancia de sentir os nossos filhos de verdade. Não é
só protegê-los dos predadores e estar por perto, é
preciso estar junto, assim como o pai jardineiro que
prepara um ambiente cheio de possibilidades para que
sua posteridade desenvolva de forma saudável as
habilidades de vida.
Deseje que seu filho seja feliz, isso inclui que ele seja
ele mesmo. Seja aquele pai/mãe amável, capaz de
respeitar o tempo e corresponder às necessidades de
suas crianças e adolescentes. Tenha uma escuta ativa.
Saiba que eles podem te dar soluções e que têm muito
a te ensinar, com eles, sobre eles e sobre você, pois já
nascem compassivos.
117

Proporcione a esse ser, que chega tão pequeno, a


capacidade de mostrar a sua luz própria que tanto
ofuscamos com o estereótipo do filho ideal. Que este
ser seja real, seja completo e uma criança capaz, um
adolescente pronto para viver o renascimento de um
ser pertencente e seguro. Seja você (pai/mãe) o
jardineiro, o solo fértil que vai florir e cuidar do jardim
do seu filho para que ele encontre sua verdadeira
existência no mundo.

(Texto com base nos livros: “A sua criança competente” de


Jesper Juul &“O Jardineiro e o Carpinteiro” de Alison Copnik)

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118

Meditação Mindfulness - corpo


e mente em harmonia

Ercília Soares
Psicopedagoga com
especialização em Neurociência

A vida em família é uma grande dádiva, nos dá muito


prazer e alegria, mas sabemos que nos coloca também
grandes desafios, gerando muitas vezes estresse e ansiedade.
Às vezes sentimos que a sobrecarga imposta pela nossa
rotina está maior do que nossas forças, não é? Temos o
desejo de manter a calma e serenidade diante de cenários
difíceis, mas na hora H, acabamos sendo reativos, agindo por
impulso e sem controle emocional. A recorrência dessas
situações vai contribuindo para que se estabeleça um círculo
vicioso e parece que cada vez vai ficando mais difícil mudar
esta perspectiva para um convívio familiar mais pacífico e
pleno de felicidade.
119

Por outro lado, sabemos que a felicidade não é uma


sensação permanente de ser e estar, que este estado
emocional não cai do céu pelo simples fato de
querermos. O que muitos não sabem é que existem
ferramentas comprovadas cientificamente através da
neurociência, que podem auxiliar a transformar este
círculo vicioso em círculo virtuoso, possibilitando não
somente criar, mas também manter cada vez mais,
momentos de harmonia e prazer em seu lar.
Cultivando um ambiente interno de bem-estar e
tranquilidade, é possível adquirir as ferramentas
necessárias para gerenciar as circunstâncias adversas
do cotidiano sem desgastes. A meditação mindfulness,
também conhecida como Atenção Plena, é uma técnica
que tem beneficiado muitas pessoas ao redor do
mundo e vem sendo amplamente difundida por
apresentar evidências de que o efeito de sua prática
pode produzir mudanças na estrutura do cérebro e no
seu funcionamento. Em outras palavras, o cérebro que
medita se torna diferente na sua maneira de interagir
com os estímulos, sejam eles internos ou ambientais,
pois nosso cérebro possui neuroplasticidade que é sua
capacidade de reorganizar-se constantemente.
120

Outro efeito relevante da prática de meditação


mindfulness é uma modificação na reatividade
emocional. As pessoas que meditam com frequência,
costumam ser menos tomadas por impulsos
emocionais e quando isso acontece, conseguem
retornar à normalidade mais rapidamente.

Neste contexto, é interessante notar que esta


prática tem um papel considerável na redução do
estresse e dos seus efeitos nocivos na saúde e no
comportamento. Muita gente acredita que meditar é
se esforçar para deixar a mente vazia, o que é
praticamente impossível. Na verdade, na meditação
mindfulness procura-se dirigir e manter o foco da
atenção consciente em um objeto (interno ou externo),
é muito comum que esse objeto seja a sua própria
respiração. A atenção mantida na respiração traz o
fluxo da consciência para o momento presente e
dificulta a divagação mental.
121

Esta prática pode também ser realizada em família


e representa uma oportunidade para que mães e
pais possam passar um tempo de qualidade com
seus filhos, vivenciando a conexão com o momento
presente. Neste caso, é sugerido que o adulto já
tenha adquirido uma certa familiaridade com a
prática para que possa incentivar e orientar os
filhos, fazendo desta atividade algo motivador e
prazeroso.
122

As emoções são inevitáveis, elas acontecem e são


essenciais em nosso cotidiano, mas é importante que
saibamos identificá-las oportunamente para poder
responder de forma positiva nos diversos contextos
sociais, desenvolvendo desta forma nossa inteligência
emocional, que é aprimorada com a prática da
meditação. Existe a real possibilidade de vivenciarmos
paz de espírito mesmo diante das situações mais
desafiadoras de nossas vidas, é possível termos um estilo
de vida mais leve e feliz, basta nos permitirmos alguns
momentos de pausa, uma maneira genuína de apreciar a
preciosidade da vida humana.
Um jeito de ser que, em essência, busca a conexão
com o momento presente, com o aqui e o agora, de
forma serena e amorosa, algo tão importante na
sociedade em que vivemos e que deve nutrir nossa
família, nossos filhos e futuras gerações.

Contato
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E-mail: [email protected]
123

Como utilizar o lúdico no


processo de aprendizagem

Thaís Ferreira dos Santos Lima


Psicóloga - CRP: 06/125901

Ao recordar sobre a sua infância, o que você lembra? Das


longas redações, cadernos de caligrafia e provas? Ou dos
intervalos da escola onde você pulava corda, jogava bola e
brincava de pega pega?
O que você aprendeu enquanto brincava? Faço essa
pergunta, pois muitos adultos acreditam que só é possível
aprender da forma tradicional, onde a criança ou o
adolescente precisa debruçar-se sobre livros durante horas a
finco, não valorizando os momentos que brincam e o quanto
isso é importante para seu desenvolvimento de forma
integral.
124

Agora eu te respondo o que você aprendeu durante


essas brincadeiras: habilidades sociais, atenção,
regras, saber esperar a sua vez e respeitar a vez do
outro, assim como habilidades físicas e cognitivas.
E como os pais podem utilizar o lúdico como facilitador
da aprendizagem dos filhos de forma prazerosa, suave
e eficaz, ou seja, aprender porque tem relevância e
aplicabilidade?
Embora muitos digam que as crianças e os
adolescentes de hoje são mais inteligentes do que as
de gerações anteriores, esse pensamento está
equivocado, o que acontece é que, atualmente, elas
recebem mais atenção e estímulos. Seu lar pode ser o
laboratório experimental que seu filho precisa.
125

Transforme motivação em ação, crianças e


adolescentes aprendem mais pelas nossas ações do
que por nossas palavras. Por meio dos jogos eles
tomam decisões, superam dificuldades de
aprendizado, exploram o ambiente e a criatividade,
além de descobrirem-se por inteiro.
Não se limite a jogos prontos, com regras e
finalidade determinadas. Ao ensinar cálculos básicos,
balas de goma são ótimas nessa missão; com frações,
utilize receitas de bolo; não leia apenas o exercício de
química, faça o experimento na prática. Crie jogos com
o propósito de ensinar e inclua-o na construção,
trabalhe com ele, não para ou no lugar dele.
A aprendizagem é alcançada ao pôr em prática o
conhecimento obtido e não por conhecer seu conceito.
O auxílio dos pais na aprendizagem é a chave para o
sucesso dos filhos. Seja participativo!
Pense que quanto menos atenção a criança ou o
adolescente receber, menos chances terá de
desenvolver seu potencial integralmente. Nesse caso,
não é só a genética que conta, o ambiente é um forte
influenciador. Quando não há esse suporte para
acionar os gatilhos certos, muitas qualidades não
serão alcançadas.
126

Sugestão de
atividades

Com tampas de garrafas PET você pode: ensinar


pensamento quantitativo, coordenação motora fina,
treino da atenção, velocidade de processamento e
memória de trabalho.

Coloque três tampas de cores ou tamanhos


diferentes na frente da criança, peça que memorize
a ordem por alguns segundos, retire-as, solicite a
criança para colocar as tampas na ordem
apresentada anteriormente, ao acertar acrescente
uma tampa, se errar reduza uma tampa.

Peça ajuda com a lista de compras. Ao fazer as


compras, torne isso um jogo, leve seus filhos,
distribua alguns itens para cada um e veja quem
conseguirá encontrar tudo primeiro.
127

Você terá colaboração e será uma tarefa divertida e


com menos reclamações, além de trabalhar a memória
visual e de curto prazo, noção de quantidade e
educação financeira. Quando seu filho sabe o valor de
cada coisa, ele ganha consciência e utiliza os recursos
sem desperdício.

Uma dica desafiadora e divertida na mesma medida


é criar um “tabuleiro humano”, ou seja, fazer um
tabuleiro grande onde pais e filhos andam pelas
casas do jogo como se fossem os pinos. Aproveite
para utilizar o conteúdo que os filhos aprenderam
na escola para criar os desafios do jogo, coloque
casas como “volte ou avance” e “vá para a cadeira”.
Quando há desafio as crianças sentem-se mais
engajadas para avançar.
128

Aqui as possibilidades não têm fim, mas lembrem-


se: as atividades propostas precisam ser possíveis de
serem realizadas, no nível e idade apropriados para o
seu filho, para que tenha interatividade e interesse em
usar a brincadeira certa, mas na hora errada pode
comprometer a aprendizagem.
Pais não apenas participem dos jogos, divirtam-se
enquanto brincam, valorizem jogos que vocês também
gostem, seus filhos sabem quando estão com eles por
prazer ou pela necessidade, para que sua criança seja
a melhor versão dela mesma, uma coisa não pode
faltar: AFETO e deixem as crianças brincarem!

Contato
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E-mail: [email protected]
129

A arte de educar sem punição


e sem recompensa

Ana Lúcia Ponce Ribeiro Casanova


Psicóloga - CRP: 06/134763

Ao longo de nossa história, enquanto pais e mães, dedicamos


nossos esforços e esperamos que nossos filhos cresçam de
forma saudável e se tornem emocionalmente inteligentes,
responsáveis, independentes, resilientes, criativos, e bem-
sucedidos, dentre outros atributos. Mas, quais escolhas temos
feito para alcançar esses objetivos? A maneira como estamos
educando nossos filhos tem sido eficaz para que eles
desenvolvam as habilidades de vida que tanto desejamos?
Quando usamos punição ou recompensa, devemos refletir
sobre qual é o tipo de amor que oferecemos aos nossos filhos,
se é condicional ou incondicional, pois o verdadeiro amor não
impõe condições. Podemos entender a punição como a
aplicação de uma consequência a algum comportamento
indesejado, e com o intuito de inibí-lo, geralmente está
associada à dor, sofrimento ou retirada de privilégios.
130

E a recompensa é o prêmio ou bônus em gratificação


a determinada atitude ou desempenho com o intuito
de estimular ou manter um comportamento desejado.
Muitas pessoas usam a punição por acreditar que a
criança precisa ser repreendida e corrigida com
castigo, para que ela aprenda a se comportar e
respeitar os adultos, mas não percebem que estão
desrespeitando a criança antes mesmo de ensiná-la
por meio do bom exemplo dos adultos. E ainda
defendem o uso da punição por dois motivos: se não
usarem a punição estarão sendo permissivos e não
estarão impondo respeito para a criança, e segundo,
porque se iludem com o resultado imediato. Sabemos
que as punições funcionam em curto prazo diante das
ameaças, como neste exemplo: “se você não for tomar
banho agora eu vou pegar o chinelo e te bater” e, pelo
medo, a criança pequena vai correndo, mas com o
tempo isso deixa de funcionar. Num resultado
imediato, no momento em que a punição é aplicada ou
a ameaça é feita, ela pode funcionar. Mas quais são os
efeitos disso em longo prazo?
131

Raramente nós paramos para pensar nas


consequências das recompensas e das punições no
longo prazo, nos iludimos ao ver que aquilo está
funcionando, então continuamos usando isso de forma
equivocada. Mas com o tempo isso deixa de funcionar
e nos leva a intensificar tanto as punições quanto as
recompensas, para que elas continuem funcionando. É
importante ressaltar que as punições não contribuem
para criar e modelar repertórios adequados de
comportamento, ensinam aos filhos somente o que
não deve ser feito, e ainda pode produzir efeitos
danosos.
132

Tanto as punições quanto as recompensas, ambas


atuam como motivadores externos cujo objetivo maior
é o controle.
Algumas consequências da punição: o medo pode
levar a comportamentos de fuga e esquiva para evitar
os estímulos aversivos, e em longo prazo pode provocar
uma postura mais retraída e dificuldades emocionais e
de relacionamento social, evitando se expor a novas
situações e desafios. Castigos físicos provocam raiva,
ansiedade, danos à autoestima e atitudes hostis,
comportamento explosivo, e reprodução da conduta
agressiva com pais, irmãos e pares, pois a criança
aprende que violência física é uma forma de resolver
conflitos. Toda forma de punição deixa a mensagem:
“você vai pagar pelo que fez”, eliminando toda e
qualquer possibilidade de a criança perceber os seus
erros como oportunidades para aprendizagem.
133

Algumas consequências da recompensa: estudos


mostram que o uso recorrente das recompensas pode
tirar o prazer da atividade, transformando-a em
obrigação, desmotivando e impedindo que a criança
exerça sua autonomia. Foca no resultado, sem
valorizar o processo de aprendizagem, que inclui
também os erros e falhas. Pode frustrar a criança
quando ela não alcança a meta estipulada pelos pais e
levá-la a não se sentir boa o suficiente. A recompensa
também pode ter um efeito punitivo, estimula a
competição e gera ainda mais estresse e ansiedade, e,
não receber o prêmio desejado, aumenta a
desmoralização e pode promover o jogo da
manipulação entre pais e filhos, ensina a agir por
interesse próprio e não estimula a cooperação e o
desejo verdadeiro de contribuir. E em longo prazo
podem promover o mau comportamento, a omissão e
a mentira. Compromete o relacionamento e a falta de
conexão entre pais e filhos.
134

“De onde tiramos a absurda ideia de que, para levar


uma criança a agir melhor, precisamos antes fazê-la se
sentir pior?” (Jane Nelsen). Então, se o objetivo da
educação é ensinar, ao invés de punir as crianças por
aquilo que elas ainda não sabem o que fizeram de
errado, devemos concentrar nossa atenção e nossos
esforços para ensinar aquilo que elas precisam
aprender, com foco no desenvolvimento de
habilidades. Precisamos mudar esse mindset e
entender que erros são oportunidades de aprendizado,
e não motivo para sentir dor, medo, culpa, vergonha
ou inadequação. Cabe aos pais serem firmes e gentis
ao mesmo tempo e com respeito, empatia,
acolhimento, encorajamento e diálogo, procurar
entender as necessidades da criança e do adolescente,
ajudar os filhos a desenvolver o autocontrole e a
capacidade de ponderar e fazer escolhas conscientes,
ao invés de controlá-los de forma autoritária e
manipulativa.
135

A neurociência comprova que conexões,


relacionamentos empáticos e vínculos saudáveis
contribuem para o bom desenvolvimento do cérebro e
ajudam na aprendizagem, na autorregulação e na
mudança de comportamento em longo prazo.
136

A criança e o adolescente precisam de limites


seguros, por isso a importância de estabelecer e não
impor limites, promovendo o encorajamento com
apreciação e reconhecimento, e entendendo o que há
por trás do mau comportamento para favorecer o seu
crescimento saudável. Estar ao lado da criança e do
adolescente com respeito e empatia, nos colocarmos no
lugar deles e compreender o mundo como eles vêem, é
a base para se conseguir o engajamento e cooperação,
pois eles respeitam quando se sentem respeitados e
colaboram com entusiasmo. Algumas ferramentas para
utilizar com as crianças: Escolhas limitadas;
combinados; perguntas curiosas; reuniões de família.
Mãe e pai, quando o seu filho agir de maneira
indesejável e apresentar comportamento desafiador,
aproveite essa rica oportunidade para entender quais
são as reais necessidades da criança e juntos busquem
a melhor solução. Seja um exemplo para que seu filho
possa se espelhar em você!

Contato
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137

Você sabe escutar seu filho? Como


falar para seu filho escutar

Maria José Del'Arco de Oliveira


Psicóloga - CRP: 06/104.614

“A escuta bonita é um bom colo para uma criança se assentar.”


(Rubem Alves).

Se seu filho não ouvir nada do que você disser, ou se


você perceber que está repetindo as coisas várias vezes,
talvez ele já tenha se desconectado. Se você estiver
gritando, berrando ou dando sermões, pare. Todos esses
métodos são desrespeitosos e estimulam a “surdez para os
pais”. Em autodefesa as crianças e adolescentes em geral se
rebelam, sendo ativamente desrespeitosas com você, ou
desconectando-se de você de forma passiva.
138

A Disciplina Positiva nos traz a esperança dos pais


aprenderem a agir mais e falar menos, como nas
sugestões a seguir:

Se você quiser que seus filhos ouçam mais, é


importante usar menos palavras. Diga o que você
quer dizer da maneira mais sucinta possível e depois
siga com as ações.

Use uma palavra para comunicar o que precisa ser


feito, por exemplo: Grama, Roupa para lavar,
Banheiro, Toalha… Certifique-se de fazer contato
visual e ter uma expressão firme e amorosa em seu
rosto. Se apenas uma palavra não funcionar, você
poderá usar dez palavras ou menos. Você pode até
usar sinais não verbais, apenas apontando o que
precisa ser feito. Sorria, mas não diga uma palavra.

Use o seu senso de humor. "Tem uma gaveta


implorando pra ser arrumada", ou “Lá vem o
monstro das cócegas para pegar as crianças que não
escutam!”
139

Aja. Pegue o filho pela mão e conduza-o de forma


gentil e firme, à tarefa que precisa ser feita. Alfred
Adler dizia repetidamente: “Observe o movimento,
não as palavras.” As pessoas costumam dizer uma
coisa e depois fazer outra. A prova disso está no
comportamento. Ações falam mais alto que
palavras.

Escreva um bilhete. Pode chamar mais a atenção do


seu filho do que falar. Esta ideia caiu como uma luva
para um jovem casal que gostaria de dormir um
pouquinho mais aos domingos, mas era impossível.
Seus dois filhos, assim que acordavam, corriam para
o quarto dos pais fazendo aquela bagunça. Uma
manhã, eles encontraram na porta um cartaz:
FAROL VERMELHO: PAPAI E MAMÃE DORMINDO. Os
meninos atenderam ao pedido. Depois de um
tempinho, voltaram e... surpresa! O cartaz dizia:
FAROL VERDE: QUEREMOS BEIJINHOS DE BOM DIA.
140

Ouça seu filho com toda a atenção. Falar para um


pai desatento é desencorajador e, muitas vezes, a
criança só precisa de um silêncio acolhedor.

Compreenda os sentimentos do seu filho. Em vez de


fazer perguntas e oferecer conselhos que julgam,
reconheça o que ele está sentindo com uma palavra:
“Oh...”, “Hum...”, “Sei...”

Dê nomes aos sentimentos. É confortante para seu


filho saber que alguém reconheceu o que está
vivenciando: “Isso deve deixar você com raiva
mesmo”.

Modele a escuta respeitosa. Os filhos vão ouvi-lo


quando sentem que você os ouve. Explique a eles
que a conversa é uma arte de dar e receber, de um
lado para o outro e não uma tentativa de conseguir
que alguém faça o que você quer.

Faça reuniões familiares regulares em que todos os


membros, incluindo os pais, escutem um ao outro
em uma atmosfera de respeito mútuo.
141

“Palavras podem ferir e sangrar. Escutar pode curar”,


esta é uma frase do Dr. Haim Ginott, terapeuta
infantil. Ele acreditava que uma das maiores
responsabilidades dos pais é escutar os filhos.
“Escutar não só o que eles dizem com palavras, mas
também os sentimentos por trás das palavras.”
Escutar de forma curiosa e interessada, demonstrar
empatia com palavras, prestar atenção à linguagem
corporal, às expressões, os gestos deles, desta
maneira podemos ensiná-los a solucionar o problema
em questão.
142

As crianças podem aprender que são parte de uma


família em que as pessoas se tratam com respeito. Elas
podem aprender a cooperar em vez de se rebelar contra
o controle dos pais. Elas podem aprender habilidades de
escuta respeitosas porque têm o modelo dos pais.

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143

Mapeando o comportamento de
proteção dos filhos adolescentes

Danielle Trabuco
Psicóloga - CRP: 06/103913

Aqui quero trazer algumas reflexões e contribuições aos


pais em sua jornada de educar os filhos na primeira
infância, mas em especial na fase da adolescência. Muitas
vezes os pais modelam seus filhos sem perceber, isso ocorre
desde o nascimento quando vêm ao mundo sem saber o
que irão encontrar fora do útero. Em geral são acolhidos e
envolvidos pelos pais, que se preocupam com o que querem
comunicar com seus choros, será que está com fome? Frio?
Calor? Cólica?
144

E nos perguntamos como identificar os desconfortos


e necessidades de um bebê, muitas vezes até
entramos em desespero nos primeiros dias ou meses,
por não saber identificar o que nosso filho quer
comunicar. Aprendemos muito com eles sobre a
observação, paciência, tolerância e o amor, apesar de
parecer incondicional aos nossos olhos, nem sempre é
assim, e está tudo bem. Somos tomados muitas vezes
pelo cansaço, um grau máximo de exaustão.
Sempre pensei que ser pai e mãe era algo instintivo,
mas aprendi na minha maternidade como mãe da
Mariana de 4 anos e em meus atendimentos, que
precisamos muito mais que instinto para educar e
criar os filhos para a vida. Para Rosenberg (2019), o
amor incondicional exige que, não importa qual seja o
comportamento das pessoas, elas tenham confiança
de que receberão alguma medida de compreensão da
nossa parte. Considero importante transmitir aos pais
de adolescentes, um dos primeiros passos o
conhecimento sobre nós mesmos, sobre a criança e o
adolescentes que fomos e qual a expectativa que
estamos depositando sobre o nosso “filho ideal”
deixando de olhar para o “filho real”.
145

Formamos nossa lógica pessoal através do


relacionar-se com nossos pais ou nossos cuidadores,
pensamos, sentimos e decidimos muitas coisas de
forma inconsciente, outras conscientes. Porém nossos
sentimentos e decisões ressoam em nosso
comportamento adulto e definem algumas formas de
como atuamos em nossa individualidade, maternidade
e paternidade, até mesmo enquanto casal. Podemos
ficar presos em algumas janelas do nosso
desenvolvimento infantil ou adolescente e repetimos
isso na educação dos filhos, sem querer ou perceber.
Costumo dizer que aquilo que mais tememos é o que
mais modelamos em nossos filhos. Isso ocorre por não
termos esse autoconhecimento e também por falta de
ferramentas que desenvolvam habilidades em nós e
em nossos filhos.
Durante meus atendimentos com os pais, tanto de
adolescentes e filhos cangurus - aqueles que moram
com os pais na idade adulta ou são dependentes de
alguma forma - percebo que as janelas estão fechadas
e por trás delas existe um acúmulo de questões da sua
própria infância e adolescência devido à relação
familiar e os estilos parentais autoritários, permissivos
ou negligentes.
146

Nossos pais fizeram o melhor que puderam com o


que eles tinham. Muitos pais têm medo que os filhos
tenham comportamentos parecidos com os deles, ou
que sintam as mesmas dores. Ou até mesmo que
repitam o estilo de vida. Nesse momento identifico que
querem proteger os filhos da “dor” que eles
vivenciaram, se tornam "salva-vidas" e decidem, na
maioria das vezes, não frustrar, entregar seus cuidados
em uma proteção excessiva a fim de agradar e serem
recompensados no futuro. Isso acaba desencorajando
os filhos a serem capazes de realizar por si mesmos e a
desenvolverem habilidades para lidarem com as
adversidades e os impedindo de voarem para fora do
ninho.
147

Quando os filhos se tornam adolescentes, os pais


começam a cobrar a recompensa ao qual investiram
durante a infância e ainda continuam na adolescência,
porém se deparam com comportamentos agressivos,
falta de empatia, exigem a cooperação, surge o
desrespeito e outros comportamentos desafiadores.
Aquela proteção de “fazer tudo pelo filho” de repente
vira cobrança, rótulos, obrigações, frustrações,
insatisfações, brigas, etc. Agora te pergunto: Quando
seu filho era um bebê, como você sabia o que ele
necessitava? O que você fazia para ele se acalmar? O
que você acha que seu filho precisa agora? O que
ajudaria seu filho a se sentir e a agir melhor?
148

1. Os adolescentes precisam de envolvimento, para


enfrentar os desafios da vida, então não criticar ou
julgar é um caminho;

2. Eles aprendem quando os pais se envolvem e não


quando são informados sobre o que fazer;

3. Procure oportunidades de aprendizado, situações


que envolvam dinheiro, roupas, compras, atividades
em família e domésticas, uso do tempo e postura
nos estudos;

4. Planeje junto com seu filho com antecedência,


mesmo que leve tempo, invista no treinamento;

5. Deixe seu filho adolescente te ensinar algo que ele


aprendeu ou que já saiba;

6. Aprenda a pedir ajuda do seu filho ao invés de impor


o cumprimento de uma tarefa.
149

Para Rudolf Dreikurs, as crianças e adolescentes


acreditam erroneamente que podem encontrar
pertencimento e significado por meio de
comportamentos que muitas vezes são opostos ao que
eles querem. Ao invés de aproximar do objetivo de
pertencer acabam sendo desencorajados entrando no
ciclo vicioso do mau comportamento. Para os pais é
preciso tornar-se consciente dos objetivos equivocados
que alimentam o comportamento desafiador e assim
ajudar o adolescente a melhorar seu comportamento.
Quando você for capaz de perceber o sentimento, terá
informações necessárias para lidar com o objetivo do
comportamento do seu filho adolescente.

Contato
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150

Um papo cabeça na criação e


educação dos filhos

Lis Angela Zagonel de Freitas


Psicóloga - CRP: 12/13849

Quem, ao pensar na criação ou educação dos filhos, já


levou em consideração o cérebro deles? Talvez hoje com o
contato que temos com vários livros, artigos ou até mesmo
redes sociais, isso possa não parecer tão estranho, porém, a
questão é que ao criar e educar as crianças e os
adolescentes hoje, será que os pais têm entendimento de
quanto isso seja realmente relevante?
Se sua resposta for não, então sugiro que leia com
atenção este texto!
151

A ciência já comprova que o cérebro desempenha


um papel importante em todos os aspectos da vida de
uma criança que importam para os pais: disciplina,
tomada de decisão, autoconhecimento, escola,
relacionamentos, dentre outros. Daniel Siegel, em seu
livro "O cérebro da criança" aponta que a experiência
molda o cérebro, o que nos leva a repensar a forma
como temos realizado esta incrível missão! No
entanto, as questões levantadas aqui, não têm o
intuito de julgar e nem criticar as formas como se tem
feito até então, mas sim, de informar e levar
conhecimento com as novas descobertas científicas.
Até porque, quando não temos o conhecimento sobre
algo, não podemos fazer diferente, não é mesmo?
152

Quando pensamos na criação e educação de filhos


logo pensamos em comportamentos adequados e
inadequados. Como pais somos responsáveis pela forma
como os filhos se comportam e interagem na sociedade
na qual estão inseridos, porém, a falta de compreensão e
habilidades tem tornado essa tarefa muito desafiante e
desgastante para os pais. “[...] ao compreender como o
cérebro de nossos filhos funciona, podemos estabelecer
uma cooperação muito rápida e, frequentemente, com
muito menos drama (SIEGEL, 2015, p. 49). Entretanto, não
é só os comportamentos que precisam ser contemplados
na criação e educação dos filhos, e sim, desenvolver as
competências socioemocionais como: autoestima,
autoconfiança, autocontrole, autorresponsabilidade,
autodisciplina, autonomia, empatia, cooperação,
resolução de problemas entre outras competências
necessárias (NELSEN, J., 2015). E, para isso, é preciso
saber que o cérebro da criança está em desenvolvimento
e que não consegue lidar com as muitas questões
apresentadas a elas no que diz respeito ao aprendizado
de uma forma geral.
153

Segundo Siegel, os pais podem ajudar a criança na


integração do hemisfério esquerdo (lógico), e do
hemisfério direito (emocional). Essa integração dará
mais clareza e compreensão:

Conectar e redirecionar: Assim, quando o seu filho


estiver chateado por algum motivo, conecte-se
primeiro emocionalmente (seu cérebro direito e o
cérebro direito dele). Após seu filho estar mais
calmo, controlado e receptivo você colocará as lições
e a disciplina utilizando o cérebro esquerdo.

Nomear para disciplinar: No momento em que


situações levam a grandes emoções do cérebro
direito, auxilie seu filho a contar a história sobre o
que o está incomodando, para que o cérebro
esquerdo dele possa encontrar sentido na
experiência e assim ele consiga se sentir no controle
da situação.
154

Também podem ajudar a integrar o cérebro do


andar de cima (parte que está em construção e é
racional) com o andar de baixo (mais primitivo e
emocional):

Envolver e não enfurecer: em situações muito


estressantes, evite ativar o andar de baixo. Não use
imediatamente a resposta “porque sim”. No lugar
disso, faça perguntas, solicite alternativas e negocie.

Usar ou perder: Ofereça oportunidades para seu


filho exercitar o cérebro do andar de cima. Brinque
com jogos do tipo “o que você faria?" e evite socorrer
as crianças das decisões difíceis.

Mover ou perder: Ajude seu filho a recuperar o


equilíbrio, fazendo-o movimentar o corpo.
155

Os comportamentos das crianças são respostas


daquilo que sentem e que, dependendo da idade, não
dão conta de nomear, explicar porque não tem um
repertório para dar conta ainda. Assim, os
comportamentos inadequados não devem ser
encarados como respostas de enfrentamento, rebeldia
ou desobediência.
Sendo o cérebro moldado pelas experiências, tanto
mais se faz necessário que os filhos sejam encorajados
por meio de um aprendizado sem punições,
recompensas, humilhações, na qual os erros não são
sinônimos de fracasso ou vergonha, mas de
oportunidade para aprender e que a frustração faz
parte do desenvolvimento. Assim, podemos esperar que
essas crianças quando adultas sejam mais resilientes e
mais capacitadas para lidarem com os desafios da vida.
156

Esses aprendizados são desenvolvidos por meio da


interação entre pais e filhos quando ensinam,
principalmente por meio dos exemplos, habilidades
sociais (respeito, empatia, comunicação não violenta,
etc.); permitem que expressem seus sentimentos,
emoções e desejos; dão escolhas limitadas; são
coerentes e constantes nos limites e ensinamentos que
estabelecem.
Compreender que as vivências na infância
reverberam por toda a vida porque o cérebro da criança
é moldado por essas experiências, e que por isso uma
criação e educação encorajadora na qual não é
autoritária, nem permissiva e nem negligente, mas
gentil e firme ao mesmo tempo, podem trazer grandes
benefícios para os pais, sociedade e para as crianças no
presente e no futuro.

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157

Adolescência estendida e
Disciplina Positiva

Marcia Mattos Santos Vieira


Psicóloga - CRP: 05/27298

Cada vez mais percebo que em alguns momentos a


ordem cronológica, onde se deveria encerrar a
adolescência, é estendida. Há algum tempo venho
estudando as consequências disso e como fazer uma
intervenção em longo prazo de maneira que esse ciclo não
se acentue ou não apareça.
Ao longo dos meus estudos para trabalhar na clínica com
esses pacientes, esbarrei com a Disciplina Positiva que na
verdade foi um divisor de águas no meu mundo, tanto
profissional, quanto pessoal, pois sou mãe de dois
adolescentes.
158

Percebo uma demanda crescente de pais em busca


de atendimento psicológico para jovens com um
comportamento compatível ao comportamento de um
adolescente. Esses jovens têm entre 23 e 30 anos,
nunca entraram no mercado de trabalho formal ou
informal, vivem com seus pais, que são os provedores
financeiros, e muitas vezes são dependentes
emocionais dos pais. Não raramente já terminaram o
ensino médio há alguns anos e estão pulando de
formação profissional em formação profissional,
mudando muitas vezes o curso de graduação, fazendo
múltiplas especializações, nunca se achando
preparados para o mercado de trabalho (ou para a
vida). A insegurança em seguir adiante e se posicionar
diante da vida, aparentemente são questões bem
presentes na chamada adolescência estendida.
159

Mas o que fazer como pais e responsáveis diante


desse quadro? Como pais, somos culpados? Como mãe,
sempre me preocupei com questões como essa e tantas
outras e também, mesmo com essa preocupação, eu
sabia que a minha meta sempre foi empoderar meus
filhos para que minimamente pudessem se conduzir de
maneira digna e eficaz em relação às questões da
adolescência e que essa fase pudesse contribuir de
maneira positiva para as próximas fases da vida.
Na adolescência estendida vemos um conjunto de
comportamentos presentes que nos remetem ao
adolescente que não foi encorajado, que não foi
motivado, que não teve uma conexão saudável e bem
trabalhada com seus pais. Conhecer a Disciplina Positiva
me deu uma outra perspectiva nas relações com meus
filhos e em como eu poderia ajudar outros pais a terem
uma conexão mais saudável com seus filhos.
A família que se orienta, que estabelece uma conexão
entre os membros pautada nos preceitos da Disciplina
Positiva, tem consequentemente uma postura
preventiva com relação à adolescência estendida. De
acordo com Lynn Lott e Jane Nelsen:
160

"Muitos adolescentes querem que seus pais os controlem e


façam coisas por eles porque têm medo de crescer. Se os pais
alimentarem esses medos desses adolescentes com seus
próprios medos, seus filhos não desenvolverão as habilidades
necessárias para se tornarem adultos bem sucedidos. É claro
que há também adolescentes que se recusam a ser controlados
e simplesmente se rebelam.
Você pode ajudar seus filhos a criarem coragem,
demonstrando seu entusiasmo pelo processo de crescimento:
não será emocionante quando você crescer e tiver idade
suficiente para sair de casa? Não será emocionante quando
tiver seu primeiro apartamento? Você não está ansioso para
ter sua própria conta de celular? Seu entusiasmo será
contagiante e os ajudará a gostar da perspectiva de serem
adultos no mundo. Mais importante ainda é que você pode
ajudar seus filhos a serem corajosos dando a eles a
oportunidade de aprender passo a passo com você e, em
seguida dando a eles a oportunidade de usar o que
aprenderam”.
161

Quando educamos nossos filhos com amor, firmeza e


gentileza, que são preceitos de uma educação
encorajadora, criamos perspectivas em longo prazo,
fazendo com que este passe por fases da vida que são
marcantes e significativas, da maneira que deve ser,
onde a infância é vivida como criança e a adolescência,
como adolescente.
A meta na vida é passarmos pelas fases de maneira
saudável e aprender a desenvolver habilidades que nos
ajudem a ser e a seguir felizes, plenos e satisfeitos, para
sermos o adulto que estamos predestinados a ser.

Contato
WhatsApp: (21) 97343-1616 | Instagram: @marciamattos.psicobem
E-mail: [email protected]
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Laranjeira

Disciplina positiva para adolescentes, uma abordagem


gentil e firme na educação dos filhos 3ª edição- Jane Nelsen
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Curso de Formação de Terapeutas em Dependências Químicas e
Comportamentais, aula jovens e consumo de drogas- Margareth
Lacourt

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