Caso 01
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Tribunal de Justiça de Minas Gerais
ACÓRDÃO
RELATOR
VOTO
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Nas razões de ordem n.º 168, MARCO LOURENÇÃO alega que deve
haver a reforma da sentença quanto ao não acolhimento do seu pedido de
indenização por dano moral e a forma de fixação dos honorários advocatícios
de sucumbência, a serem pagos pelo Município, fixados no valor mínimo de
10% sobre o valor da condenação. Afirma que lhe foi aplicada a penalidade
máxima de demissão, ao fundamento de conduta desidiosa, pelo simples fato
de ter deixado de abastecer a ambulância de placa HLF-7288, de
propriedade da municipalidade, fato que lhe fez experimentar profundo
sentimento de tristeza, angústia e constrangimento. Alega que possui família
que depende de seu sustento e já conta com mais de 50 (cinquenta) anos,
circunstância que potencializa ainda mais a insegurança causada pelo ato
demissional injusto, fazendo jus, portanto, ao recebimento de indenização
por dano moral. Aduz, ainda, que a verba honorária dos advogados do
apelante deve ser fixada mediante apreciação equitativa, porquanto a
condenação prevista na sentença não superará a importância de R$
4.000,00 (quatro mil reais), o que culminará em valor irrisório a título de
honorários. Requer, ao final, o provimento do recurso.
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MÉRITO
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que pese ter havido o reconhecimento da conduta desidiosa, "a desídia ora
comprovada caracteriza como um descuido do momento, por uma
desatenção não intencional, não constituindo, dessa forma, motivo de
punição para a pena de demissão, segundo o princípio da
proporcionalidade". E continua concluindo que "entretanto, diante dos
antecedentes funcionais desfavoráveis do servidor que se encontra
comprovado nos autos, e com fundamento no artigo 122 da Lei 353/94, tal
penalidade deverá ser considerada". Vale dizer, a penalidade de demissão
não seria aplicada com fundamento tão somente na conduta desidiosa do
servidor, sendo certo que sua imposição foi decorrente da existência de
antecedentes funcionais do autor.
"Ainda que o autor tenha sofrido penalidade administrativa anterior por fato
distinto, consoante Portaria nº 2782/2018 que lhe aplicou pena de suspensão
de 75 dias (ID 175785238), devidamente anexada no processo administrativo
questionado (f. 60 do PAD), esta foi a única razão relevante que implicou na
pena de demissão do autor, ou seja, um único antecedente funcional
desfavorável.
Em que pese ter sido provada a conduta desidiosa do autor, ao não conferir
o combustível de veículo e dar ensejo a paralisação do automóvel no trajeto,
tal situação não se enquadra como suficientemente grave a ponto de implicar
pena máxima de demissão do serviço público, o que inclusive foi reconhecido
na própria decisão administrativa impugnada.
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É entendimento desta Corte que "A anulação do ato de demissão tem como
consequência lógica a reintegração do servidor afastado com o
restabelecimento do 'status quo ante', vale dizer, assegura-se ao servidor a
recomposição integral de seus direitos, inclusive o de receber os
vencimentos que deveriam ter sido pagos durante o período em que esteve
indevidamente desligado do serviço público, em observância ao princípio da
'restitutio in integrum', (...)." (AgRg nos EmbExeMS 14.081/DF, Rel. Ministra
MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em
11/4/2012, DJe 17/4/2012).
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Digo isso porque, de acordo com o disposto no art. 85, §3º, do CPC:
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CONCLUSÃO
É como voto.
Em sessão anterior desta Câmara, pedi vista dos presentes autos para
melhor refletir sobre as questões postas em debate no recurso deles objeto,
após votar o eminente Relator, que nega provimento a ambos os recursos,
mantendo, na íntegra, a sentença que julgou parcialmente procedente a
pretensão inicial, anulando o Ato Administrativo correspondente à aplicação,
pelo Município Réu, da penalidade de demissão ao Autor da demanda, nos
termos da Portaria n.º 3.136/20, determinando sua reintegração no cargo
efetivo até então ocupado, bem como condenando o Requerido no
pagamento dos vencimentos correspondentes ao período de seu
afastamento (de 16.03.2020 a 29.04.2020), considerado, ao fim e ao cabo,
indevido.
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É como voto.
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