Recurso de Apelação C - C Pedido de Anulação de Sentença

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___º VARA

CÍVEL DA COMARCA DESTA CAPITAL

PROCESSO Nº (número)

AUTOR LOCADOR, já qualificado nos autos, por seu advogado devidamente


constituído nos autos da Ação de Despejo por falta de Pagamento de Aluguéis e
Acessórios, em procedimento ordinário em epígrafe, que promove em face do RÉU
LOCATÁRIO, também já qualificado, inconformado com o teor da sentença
proferida de fls..., vem respeitosamente na presença de Vossa Excelência , com
fundamento no Art. 1.009 e seguintes do Código de Processo Civil, interpor
tempestivamente o presente:

RECURSO DE APELAÇÃO

Pelo os motivos de fato e de direito, que passa aduzir, tendo em vista, que a
respeitável sentença fls…, indeferiu a Petição Inicial, nesse sentido, requer que seja
aplicado o Art. 331 do CPC/2015, dando continuidade a demanda.

Destaca o recorrente, o cabimento deste recurso, já que, nos termos do Art.


1.009 do Código de Processo Civil de 2015, da sentença cabe apelação.

Outrossim, nos termos do Art. 1.012 do CPC/2015, o presente recurso deve


ser dotado de efeito suspensivo e devolutivo.

Por fim, nos termos do Art. 1.007 do CPC/2015, demonstra-se que foram
recolhidos o porte de remessa e retorno e o devido preparo, o que se comprova pela
guia devidamente quitada anexada aos autos.

Termos em que pede deferimento,

Cidade-UF, dia/mês/ano

RICARDO ANTONIO CORREIA DE ARAÚJO - FR041742

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EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE ____________

RAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO

APELANTE: AUTOR LOCADOR

APELADO: RÉU LOCATÁRIO

AUTOS Nº: (número)

Egrégio Tribunal.
Colenda Câmara.
Nobres Julgadores.

I - DA TEMPESTIVIDADE E DO CABIMENTO

De acordo com os autos, o recorrente foi intimado da decisão em


dia/mes/ano, e protocolou o presente recurso em dia/mês/ano, dessa forma, dentro
do prazo de 15 (quinze) dias previstos no Art. 1.003, § 5º do CPC/2015

Refere-se a sentença de mérito que encerrou a relação jurídica na qual, se


pleiteava a tutela jurisdicional, em vista disso, consta presente a admissibilidade do
manifestado recurso de apelação conforme Art. 1.009 CPC/2015.

II - BREVE SÍNTESE DOS FATOS

Trata-se de ação de despejo por falta de pagamento de aluguéis e acessórios


da locação, abrangendo o período de dezembro de 2014 a agosto de 2015, tendo
sido atribuído à causa o valor correspondente a doze meses de aluguel, ou seja, R$
3.600,00 (três mil e seiscentos reais).

O valor atribuído à causa, no entanto, remete a discussão aos Juizados


Especiais criados e instalados pela Lei n. 9.099/95, cuja aplicação às causas de

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valor inferior ao estipulado no artigo 3º , I, é obrigatória, razão pela qual é dessa
competência exclusiva para processar e julgar a ação proposta.

Conforme o entendimento do MM. Juízo, como se trata de competência


absoluta, pois determinada em razão da matéria, indeferindo a petição inicial e
julgando extinto o processo, nos termos do artigo 485, I, do Código de Processo
Civil.

III - DAS RAZÕES DO INCONFORMISMO/ DA IRRESIGNAÇÃO

Nesse ínterim, resta equivocada a decisão prolatada pelo o Magistrado a


quo, razão pela qual, recorre o Autor, pelos os motivos a seguir expostos:

A decisão proferida pelo o MM. Juízo a quo, utilizou de argumentos


dissonantes em relação ao ordenamento jurídico pátrio, visto que, o direcionamento
da ação ao Juizado Especial Cível não pode ser imposto ao jurisdicionado, pois que
a este é facultada a opção tanto pela Justiça Comum quanto àquela, conforme
entendimentos dos nossos tribunais, podendo ser conferido no acórdão a seguir:

APELAÇÃO CÍVEL. LOCAÇÃO. AÇÃO DE DESPEJO POR


FALTA DE PAGAMENTO. COBRANÇA DE ALUGUÉIS.
DECLINAÇÃO DA COMPETÊNCIA PARA O JUIZADO
ESPECIAL CÍVEL. DESCABIMENTO. CASO CONCRETO.
O direcionamento da ação ao Juizado Especial Cível não pode
ser imposto ao jurisdicionado, pois que a este é facultada a
opção tanto pela Justiça Comum quanto àquela,
independentemente da complexidade da causa e do valor, e
conforme lhe convier, possibilitando o acesso à Justiça.
Entendimento insculpido no art. 3º, § 3º, da Lei nº 9.099/95 e no
art. 1º, parágrafo único, da Lei Estadual nº 10.675/96. Por outro
lado, descabe a declinação ex officio quando se tratar de
competência relativa. APELO PROVIDO. SENTENÇA
DESCONSTITUÍDA. (Apelação Cível Nº 70074676610, Décima
Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:
Cláudia Maria Hardt, Julgado em 26/10/2017).

Entretanto, caso a Ação, com pedido cumulado de cobrança de aluguéis e


acessórios vencidos e vincendos, até a data da sentença, ultrapassasse o limite
imposto pelo o Art. 3º da Lei nº 9.099/95, o Apelante, necessariamente seria
obrigado a desistir da quantia excedente pleiteada, diante do que prevê o § 3º do
dispositivo mencionado, conforme abaixo transcrito:

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Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência para
conciliação, processo e julgamento das causas cíveis de menor
complexidade, assim consideradas:
(...)
§ 3º A opção pelo procedimento previsto nesta Lei importará em
renúncia ao crédito excedente ao limite estabelecido neste
artigo, excetuada a hipótese de conciliação.

Não obstante, concebida tal hipótese, evidente é o direito do Apelante quanto


ao ingresso da demanda nos Juizados Especiais Cíveis, este não é obrigatório, e
sim opcional, o que também não foi observado pelo o MM. Juízo a quo, a
aplicabilidade do Princípio da Instrumentalidade das formas, assim como preleciona
o TJSP - https://www.tjsp.jus.br/Download/Conciliacao/Apostila_Juizados_Especiais_Civeis.pdf -
Acessado em 01/06/2021 as 22:18.

“Princípio da Instrumentalidade das Formas – O processo é o


mecanismo, o instrumento, a forma colocado pelo Estado-Juiz à
disposição do jurisdicionado (as pessoas). No sistema dos
Juizados Especiais Cíveis a instrumentalidade das formas não
se detém na pura e simples observância do rigorismo das
formas, mas sim na verificação de que, no caso concreto,
mesmo que por vias transversas, atingiu-se efetivamente o
objetivo perseguido, tendo como válido o ato praticado, desde
que não se verifique qualquer prejuízo às partes. ”

Reiterando a compreensão, bem como a aplicabilidade do Princípio da


Instrumentalidade das Formas, visto e considerados na citação do TJ Mineiro na
ementa abaixo:

APELAÇÃO CÍVEL - EMBARGOS DO DEVEDOR - AÇÃO


PROPOSTA INICIALMENTE NO JUIZADO ESPECIAL -
NECESSIDADE DE CITAÇÃO FICTA - REMESSA DOS
AUTOS À JUSTIÇA COMUM - POSSIBILIDADE - PRINCÍPIOS
DA INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS E CELERIDADE.
Embora a execução tenha sido inicialmente proposta perante o
Juizado Especial e não tenha sido localizada a parte executada,
fazendo-se necessária a realização de citação ficta, não mostra
imperativa a extinção do processo, devendo haver a remessa
dos autos à Justiça Comum, consagrando-se os princípios da
instrumentalidade das formas e da economia processual.
(Tribunal de Justiça de Minas Gerais TJ-MG - Apelação Cível :
AC 0036879-02.2015.8.13.0694 MG)

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IV - DO PEDIDO

Diante do exposto requer:

a) seja recebido e processado o presente Recurso de Apelação, tendo em vista


o preenchimento dos requisitos de admissibilidade;

b) seja recebido nos seus regulares efeitos devolutivos e suspensivos;

c) seja dado provimento para o fim de anular a r. sentença fls…, dando-se o


prosseguimento do feito perante o Juízo a quo, com a inversão do ônus
sucumbencial;

d) a inversão do ônus da sucumbência e a fixação de honorários em favor do


apelante.

Termos em que pede deferimento.

Cidade-UF, dia/mês/ano

RICARDO ANTONIO CORREIA DE ARAÚJO - FR041742

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