Mandado de Segurança

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO

EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 3ª REGIÃO DO ESTADO DE


MINAS GERAIS

URGENTE!!!

João da Silva, brasileiro, portador da Cédula de Identidade RG nº


9.876.543-2, devidamente inscrito no CPF/MF sob o nº 123.456.789-00, residente e
domiciliado na Rua das Flores, nº 123, Bairro Feliz, Belo Horizonte - MG, CEP xxxxx-xxx,
por seus advogados que esta subscrevem (procuração anexa), vem a presença de
Vossa Excelência, com fulcro no art. 7º da Lei nº 12.016/09, inciso III e §1º, vem
respeitosamente à presença de Vossa Excelência, impetrar

MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO DE LIMINAR INAUTIDA ALTERA PARS

em face do ato ilegal do Nobre Juiz da 48ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte, Dr. Xxx
nos autos processuais nº 0010100-20.2023.5.03.0048, autoridade coatora, pelos motivos
de fato e de direito expostos a seguir:

1 – DOS FATOS E DO CABIMENTO DO MANDADO DE SEGURANÇA

Cumpre destacar que a impetrada na audiência inicial ocorrida no dia


24 de janeiro de 2024, formulou requerimento de quebra do sigilo de geolocalização, ou
seja, que seja juntado ao processo, relatórios que informem a exata localização do
impetrante durante todo o período de prestação de serviço.
Acontece Nobre Desembargador, que os dados de geolocalização,
são de titularidade da pessoa natural e parte do seu direito à privacidade, tutelado pelo art
5º, inciso X da CF.
É importante ressaltar que tal conduta contraria também o inciso XII
do art 5º CF, que prevê ser inviolável o sigilo das comunicações telegráficas, de dados e
telefônicas, salvo em hipóteses de investigação criminal ou instrução processual penal.
Mesmo nessas situações, é dito que isso pode ocorrer apenas em “último caso”.
Logo, a autoridade coatora feriu o Princípio da Privacidade,
consagrado pelo art. 5º, LV da Constituição Federal.
Por esta feita, é pertinente e perfeitamente cabível a impetração do
presente mandamus.

Sendo assim, requer o seu regular processamento e julgamento.

2 – DA ILEGALIDADE DO ATO DA AUTORIDADE COATORA

Como já narrado anteriormente, a autoridade coatora recaiu em


ilegalidade no ato da Quebra do Sigilo de Geolocalização do impetrante.
É sabido que, a Lei Geral de Proteção de Dados (lei 13.709/18)
possui como um de seus fundamentos o respeito à privacidade:

“Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o tratamento de dados pessoais, inclusive nos
meios digitais, por pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito público ou
privado, com o objetivo de proteger os direitos fundamentais de liberdade e de
privacidade e o livre desenvolvimento da personalidade da pessoa natural.

Parágrafo único. As normas gerais contidas nesta Lei são de interesse


nacional e devem ser observadas pela União, Estados, Distrito Federal e
Municípios.

Art. 2º A disciplina da proteção de dados pessoais tem como fundamentos:

I - o respeito à privacidade;

II - a autodeterminação informativa;

III - a liberdade de expressão, de informação, de comunicação e de opinião;

IV - a inviolabilidade da intimidade, da honra e da imagem;

V - o desenvolvimento econômico e tecnológico e a inovação;

VI - a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consumidor; e

VII - os direitos humanos, o livre desenvolvimento da personalidade, a


dignidade e o exercício da cidadania pelas pessoas naturais.”

Sendo assim, recaiu em ilegalidade a autoridade coatora!


Logo, estão patentes as ilegalidades praticadas pela autoridade
coatora, o que certamente prejudicará o impetrante, uma vez que o processo judicial é
público e qualquer pessoa poderá ter acesso onde ele estava em cada um dos dias do
interregno da prestação de serviços.
3 – DA CONCESSÃO DA LIMINAR EM SEDE DE MANDADO DE SEGURANÇA

Nobre Desembargador, se faz necessária a concessão da liminar


inaudita altera pars para o impetrante, em sede de Mandado de Segurança, vez que a
Quebra do Sigilo não observou os requisitos legais, além de ferir insolentemente a
Constituição Federal.

3.1 DO DIREITO LÍQUIDO E CERTO


A quebra do Sigilo de Geolocalização, não é de rigor, vez que o
direito líquido e certo se configura por contrariar o disposto no art. 5º CF.

3.2 DO FUMUS BONI IURIS


A fumaça do bom direito está comprovada, uma vez que a Quebra
do Sigilo de Geolocalização não obedeceu os requisitos legais necessários.
Sendo assim a fumaça do bom direito é nítida, vez que o impetrante
se deparou com ilegalidades por parte da autoridade coatora.

3.3 – DO PERICULUM IN MORA

O Dano de difícil reparação ou até mesmo Irreparável é observado


através da quebra de sigilo de dados do impetrante.
Nobre Desembargador, como pode o impetrante ter sua intimidade
violada e exposta?
Vale ressaltar, que a quebra do sigilo abrange todo o período, 24
horas por dia, e não somente o horário específico da prestação de serviços.

Desta forma Douto Desembargador, a a quebra do sigilo, certamente


configura o dano irreparável ou de difícil reparação.

Assim sendo, presente está o requisito do periculum in mora.

3.4 – DA CONCESSÃO DA LIMINAR INAUDITA ALTERA PARS EM SEDE DE


MANDADO DE SEGURANÇA
Assim, os requisitos do Mandado de Segurança, devidamente
demonstrados e comprovados nesta contenda, coadunam para a concessão da Liminar
Inaudita Altera Pars em sede de Mandado de Segurança, para que não seja concedida a
Quebra do Sigilo de Geolocalizaçãp, o que desde já se requer.

4 – DA JUSTIÇA GRATUITA
Ressalta-se ainda que o impetrante não possui condições para
suportar as despesas processuais, sem prejudicar-se, firmando declaração nesta petição.
Assim sendo, requer a concessão dos benefícios da JUSTIÇA
GRATUITA, nos exatos termos do art. 98 e seguintes do CPC.

5 – DOS PEDIDOS

Diante o exposto e perante as patentes ilegalidades aplicadas pela


autoridade coatora, requer:

1 – A Concessão dos benefícios da Justiça Gratuita;

2 – Seja recebido e processado o presente Mandado de Segurança, nos termos da Lei;

3 – A notificação da autoridade coatora, para que possa se manifestar em face das


alegações postadas no presente mandamus;

4 – A notificação do Representante do Ministério Público do Estado de São Paulo, para


manifestar-se sobre as alegações contidas no presente Mandado de Segurança;

5– Ao final do rito processual, seja o Mandado de Segurança provido, para que as


ilegalidades praticadas pela autoridade coatora sejam afastadas;

6 - DO VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa, o valor de R$ XXXXXX,XX

Nesses termos,
pede deferimento.
Belo Horizonte, 26 de janeiro de 2024
XXXXXXX
OAB/XXXX

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