Ao Juízo Da Presidência Do Tribunal de Justiça Do Estado...

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AO JUÍZO DA PRESIDÊNCIA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO...

TÍCIO, já qualificado, nos autos do mandado de segurança de número em epígrafe,


que move em face do Governador, vem, por seu advogado, conforme procuração anexa,
com escritório..., nesta cidade, endereço que indica para os fins do art. 77, inciso V, do
Código de Processo Civil, nos termos do art. 105, inciso II, alínea b, da Constituição
Federal e do art. 1.027, II, a, do Código de Processo Civil, interpor, o presente.

RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL

Em face da decisão do Tribunal de Justiça proferida às fls..., que denegou a


segurança, requerendo que seja conhecido e recebido, e após a intimação do recorrido
para oferecer as contrarrazões, sejam os autos sejam remetidos ao Superior Tribunal
de Justiça.

Nestes termos, pede deferimento.

Local... e data...

Advogado... OAB nº...,


RAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO

ORIGEM: Processo de nº...,

RECORRENTE: Tício

RECORRIDO: Governado de Estado

Egrégio Superior Tribunal de Justiça

Colenda Turma,

Ínclitos Julgadores,

O Recorrente, não se conformando com o acórdão de fls. ..., que denegou


segurança, vem respeitosamente, apresentar razões do presente recurso ordinário.

I. DA BREVE SÍNTESE DA DEMANDA

O RECORRENTE, é um empresário brasileiro, divorciado e domiciliado no


município M, encontrando-se insatisfeito com um ato praticado pelo Governador do
seu Estado de origem, no qual foi negado acesso a elementos que permitiriam a
certificação de situações capazes de gerar uma ação popular, decide impetrar um
Mandado de Segurança perante o Tribunal de Justiça local. O Tribunal de Justiça é o
órgão competente para conhecer e julgar a questão em primeira instância.

No entanto, o Mandado de Segurança impetrado pelo recorrente é denegado


pelo Tribunal de Justiça, o que o leva a considerar a possibilidade de interpor um
recurso, alegando a violação de preceitos constitucionais, tais como o direito de
petição, o acesso à Justiça e aqueles relacionados à Administração Pública. Vale
ressaltar que, até o momento, não foi concedida a gratuidade de Justiça ao recorrente,
ou seja, ele não obteve a isenção das despesas processuais.

II. DAS PREELIMINARES

II.I DA TEMPESTIVIDADE

O presente recurso é tempestivo, tendo em vista que foi interposto no prazo de


15 dias, nos termos do art. 1.003, § 5º, do Código de Processo Civil.
II.II DO CABIMENTO

O recurso cabível em face de decisão denegatória de mandado de segurança


decidido em última instância por Tribunal de Justiça é o recurso ordinário para o STJ,
na forma do art. 1.027, II, a, do Código de Processo Civil.

Art. 1.027. Serão julgados em recurso ordinário:

II - Pelo Superior Tribunal de Justiça:

a) os mandados de segurança decididos em única instância pelos tribunais


regionais federais ou pelos tribunais de justiça dos Estados e do Distrito
Federal e Territórios, quando denegatória a decisão;

O presente recurso também está previsto no art. 105, inciso II, alínea b, da
Constituição Federal.

II.III DO PREPARO

O preparo e o porte de remessa e de retorno foram devidamente recolhidos, na


forma do art. 1.007 do Código de Processo Civil.

III. DO MÉRITO

Primeiro, foi negado o direito de petição e de acesso a informações, contudo,


todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à
segurança da sociedade e do Estado, nos termos do art. 5º, inciso XXXIII, da
Constituição Federal, vejamos.

Art. 5º XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos


informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que
serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.

Ademais, a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas, o


direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou
abuso de poder, nos termos do art. 5º inciso XXXIV.
Art. 5º XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do
pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra
ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e
esclarecimento de situações de interesse pessoal;

Além disso, também foi negado ao recorrente o exercício da ação popular.


Conforme estabelecido no artigo 5º, inciso LXXIII, da Constituição da República
Federativa do Brasil, qualquer cidadão é parte legítima para propor uma ação popular
com o objetivo de anular atos lesivos ao patrimônio público ou de entidades em que o
Estado seja parte, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio
histórico e cultural.

O autor da ação popular, salvo se comprovada má-fé, é isento do pagamento de


custas judiciais e não é obrigado a arcar com os ônus da sucumbência, ou seja, não é
responsabilizado pelas despesas decorrentes da ação, caso seja considerado vencido no
processo.

Nesse diapasão, vejamos entendimento jurisprudencial no seguinte sentido.

APELAÇÃO CÍVEL - MANDADO DE SEGURANÇA - ATO OMISSIVO -


REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO - TERMO INICIAL - TRANSCURSO
DO PRAZO LEGAL PARA APRECIAÇÃO - DECADÊNCIA RECONHECIDA -
IMPROCEDÊNCIA - PRECEDENTES - DIREITO DE PETIÇÃO -
PRINCÍPIOS DA EFICIÊNCIA, CELERIDADE E RAZOÁVEL DURAÇÃO DO
PROCESSO NÃO OBSERVADOS - DECADÊNCIA AFASTADA - ORDEM
CONCEDIDA – RECURSO PROVIDO. A omissão na apreciação de
requerimento administrativo no prazo do art. 37, §§ 1º e 3º, da Lei 7.692
/2002 prolonga-se no tempo, violando o direito líquido e certo de maneira
contínua. Logo não se pode falar em início do prazo decadencial para requerer
mandado de segurança. Exaurido em muito (910 dias) o prazo máximo
estipulado em lei para apreciação do requerimento (120 dias), sem que
socorra qualquer justificação plausível a superar a ofensa aos princípios
administrativos da eficiência, celeridade e razoabilidade, o recurso deve ser
provido para conceder-se a ordem no mandado de segurança.

PJe - ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. ACESSO À CERTIDÃO DE


TEMPO DE SERVIÇO. EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS. ART. 5º , INCISOS
XXXIII E XXXIV DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL . LEI 12.527 /2011.
CERTIDÃO DE CARÁTER NÃO SIGILOSO. POSSIBILIDADE. 1. Consoante o
art. 5º da CF/88 , inciso XXXIII, todos têm direito a receber dos órgãos
públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou
geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade,
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e
do Estado. 2. Estabelece, por sua vez também, o inciso XXXIV que são a todos
assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de
petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou
abuso de poder; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para
defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal. Assim
sendo, não pode a Administração se negar a emitir a certidão perseguida,
tendo como amparo portaria contrária tanto à Lei nº 12.527 /2011, que regula
o acesso a informações, previsto no inciso XXXIII do art. 5o , no inciso IIdo §
3o do art. 37 e no § 2o do art. 216 da Constituição Federal , quanto à própria
Constituição Federal . 3. Não possuindo caráter sigiloso a Certidão de Tempo
de Serviço pleiteada, falta à Administração justificativa razoável que ampare a
não emissão do documento solicitado. 4. Apelação da União não provida.

Os fundamentos apresentados legitimam plenamente a impetração do


Mandado de Segurança. Esse remédio constitucional é o meio adequado para proteger
direito líquido e certo quando não amparado por habeas corpus ou habeas data, desde
que a ilegalidade ou abuso de poder seja praticado por autoridade pública ou agente de
pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.

Essa possibilidade está amparada pelo artigo 5º, inciso LXIX, da Constituição
Federal que é regulamentado pela Lei 12.016/09. Portanto, o impetrante está dentro
do seu direito de utilizar o Mandado de Segurança para buscar a proteção de seus
direitos.

III.I DA TUTELA ANTECIPADA RECURSAL E EFEITO SUSPENSIVO

A concessão do efeito suspensivo ativo ao recurso ordinário está prevista no art.


995, §º único, do Código de Processo Civil e no art. 1.027, § 2º c/c art. 1.029, § 5º,
ambos do Código de Processo Civil.

Art. 995. Parágrafo único. A eficácia da decisão recorrida poderá ser


suspensa por decisão do relator, se da imediata produção de seus efeitos
houver risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação, e ficar
demonstrada a probabilidade de provimento do recurso.

Art. 1.027. Serão julgados em recurso ordinário:


§ 2º Aplica-se ao recurso ordinário o disposto nos arts. 1.013,

Art. 1.029. § 5º O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso


extraordinário ou a recurso especial poderá ser formulado por requerimento
dirigido:

I - Ao tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a


interposição do recurso e sua distribuição, ficando o relator designado para
seu exame prevento para julgá-lo;

I – Ao tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a


publicação da decisão de admissão do recurso e sua distribuição, ficando o
relator designado para seu exame prevento para julgá-lo;

II - Ao relator, se já distribuído o recurso;

III - Ao presidente ou vice-presidente do tribunal local, no caso de o recurso


ter sido sobrestado, nos termos do art. 1.037.

III–Ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, no período


compreendido entre a interposição do recurso e a publicação da decisão de
admissão do recurso, assim como no caso de o recurso ter sido sobrestado, nos
termos do art. 1.037.

Ademais, vejamos o entendimento jurisprudencial no seguinte sentido.

AGRAVO INTERNO EM RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE


SEGURANÇA – ANTECIPAÇÃO DA TUTELA RECURSAL – ATRIBUIÇÃO
DE EFEITO SUSPENSIVO ATIVO PELO VICE-PRESIDENTE – JUÍZO DE
ADMISSIBILIDADE NEGATIVO PERANTE O SUPERIOR TRIBUNAL DE
JUSTIÇA – IMPOSSIBILIDADE DE DETERMINAÇÃO DE REINTEGRAÇÃO
DE POSSE – IMPOSSIBILIDADE DE UTILIZAÇÃO DO MANDADO DE
SEGURANÇA COMO SUCEDÂNEO RECURSAL – MANOBRAS
PROCESSUAIS INDEVIDAS – POSSE QUE DEVE SER MANTIDA A FAVOR
DA PARTE AUTORA DE AÇÃO ORDINÁRIA – RECURSO CONHECIDO E
PROVIDO. I - O mandado de segurança, por não representar sucedâneo
recursal, não se presta a contornar os efeitos da preclusão. II - Não se pode
admitir que iniciativas processuais, pela via do mandado de segurança,
busquem driblar a preclusão já consumada no processo de origem, inclusive
com a interposição de agravo de instrumento a este Sodalício ( XXXXX-
63.2020.8.12.0000 ), que manteve a ordem de reintegração de posse no
cumprimento provisório de sentença manejado pelos agravantes,
independentemente do efetivo trânsito em julgado da ação principal, a qual
aguarda no Superior Tribunal de Justiça o julgamento de Agravo Interno em
Embargos de Declaração em Agravo Interno em Agravo em Recurso Especial
(AInt no AREsp nº 1349853/MS ).

O fumus boni iuris está configurado no fundamento relevante do direito da


recorrente consistente na violação dos direitos fundamentais de petição, de acesso a
informações, do Mandado de Segurança e da ação popular, e o periculum in mora no
risco de ineficácia da medida final se a liminar não for deferida, tendo em vista a
urgência da situação.

IV.DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer:

a) a concessão de tutela antecipada recursal para para determinar o efeito suspensivo


ativo ao recurso ordinário, concedendo a segurança para garantir o acesso à
informações públicas do Governo do Estado;

b) ao final, que seja conhecido e provido o presente Recurso para reformar a decisão
que denegou a segurança;

c) a intimação do Recorrido para, querendo, apresentar contrarrazões, nos termos do


nos termos do art 1.028, § 2º, do CPC;

c) a condenação do Recorrido nas custas processuais e honorários advocatícios, nos


termos dos arts. 82, § 2.º, 84 e 85 do CPC;

d) a oitiva do Procurador-Geral da República, nos termos do art. 103, § 1º, da CF.

Nestes termos, Pede deferimento.

Local... e data...

Advogado..., OAB nº...

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