Prática Nefro: Glomerulopatias Na Infância

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PRÁTICA NEFRO

GLOMERULOPATIAS NA INFÂNCIA
ANAMNESE
● ID
● QD
● Edema?
● Falta de ar?
● Tem alguma doença?Problema cardíaco ou pulmonar?
● Como está a urina? Está fazendo menos? Tem sangue na urina? A urina está espumosa?
● Ficou doente antes de iniciar os sintomas? Dor de garganta? Manchas na pele? Quanto
tempo antes?

EXAME FÍSICO
● PA (manguito apropriado; usar tabela de faixa etária e gênero/altura para estabelecer valor
normal de PA para criança)
● Avaliação do edema
● Ausculta pulmonar
● Pesar a criança

EXAMES COMPLEMENTARES
● Urina tipo 1 (principal exame)
● Albumina (normal na nefrítica e diminuída na nefrótica)
● Função renal (nefrítica pode alterar, nefrótica normal) - Schwartz
○ Creatinina
○ Ureia
● Complemento (C3 consumido na nefrítica e normal na nefrótica)
● Sorologia (ASLO, ASO ou anti-DNAse B) se nefrítica → se positivo houve contato com
estreptococo
● Eletrólitos
● Proteinúria 24h (importante na nefrótica e menor na nefrítica)
● Lipidograma (alterado na nefrótica)
● Glicemia na síndrome nefrótica
● ANCA na síndrome nefrítica

CONDUTA
● Nefrótica: corticoide (se não der certo, fazer biópsia)
● Nefrítica: restrição hidrossalina (restringir sal da comida, cozinhar separado, pode
continuar tomando água, mas evitar líquidos, como refrigerantes, evitar industrializados,
salgadinhos…) por uma semana, para a criança melhorar mais rápido
○ Pode dar alta para o paciente e pedir retorno em 24h (pesar a criança - o peso vai
caindo)
○ Se não resolver pode dar furosemida (congestão pulmonar, hipertenso…)
○ Se PA não melhorar pode dar nifedipina
○ Raramente necessita de diálise
○ Se não recuperar ou tem recorrência, fazer biópsia

PROGNÓSTICO
● Nefrótica: geralmente bom, melhora com corticóide, a criança não vai ter lesão renal
crônica, mas encaminha para especialista, porque tem risco de recorrência.
● Nefrítica: não é grave, maioria das crianças recuperam totalmente e não é uma doença
recorrente. Interna somente por gravidade ou questão social.
ETIOLOGIA
● Síndrome nefrótica: mais comum é a Doença de Lesões Mínimas;
● Síndrome nefrítica: mais comum é a Glomerulonefrite pós-estreptocócica.

DIAGNÓSTICO
● Síndrome nefrótica: proteinúria (> 3,5), hipoalbuminemia (< 3,5), edema (causada pela
hipoalbuminemia) → com a presença desses 3 parâmetros é possível diagnosticar, mas o
paciente pode apresentar hiperlipidemia, hipercoagulabilidade (causa predisposição à
infecção)

GLOMERULOPATIAS NO ADULTO
FÓRMULAS
● CKD-EPI: utilizada para adultos, apenas com a presença de 1 creatinina
● Kinect GFR: utilizada na LRA (com presença de 2 creatininas com no máximo 7 dias de
diferença
● Schwartz: utilizada para crianças

SÍNDROME NEFRÍTICA
● Sintomas: proteinúria, edema (anasarca), hematúria (hemácias com > 5% acantócitos),
congestão pulmonar, aumento de PA
● Exames complementares : ANA (FAN), ANCA, sorologias (HIV e hepatites), complemento
(C3 diminuído)
● Causa mais comum: Doença de Berger (nefropatia IgA)
● Glomerulonefrite rapidamente progressiva: diagnóstico sindrômico, sendo uma uma
síndrome nefrítica com progressão rápida, com urgência para internação) → o diagnóstico
etiológico está vinculado à causas secundárias (ex nefrite lúpica, glomerulonefrite
pós-estreptocócica) → o achado histopatológico é de crescentes glomerulares.

SÍNDROME NEFRÓTICA
● Sintomas: proteinúria (> 3,5), hipoalbuminemia (< 3,5), edema (causada pela
hipoalbuminemia) → com a presença desses 3 parâmetros é possível diagnosticar, mas o
paciente pode apresentar hiperlipidemia, hipercoagulabilidade (causa predisposição à
infecção)
● Exames complementares: glicemia, ANA (FAN), eletroforese de proteínas (importante para
pacientes > 40 anos, relacionado à mieloma múltiplo)
● Causa mais comum: nefropatia membranosa (> 40 anos), glomeruloesclerose segmentar e
focal (adultos jovens)

ACHADOS HISTOPATOLÓGICOS
● GESF: esclerose glomerular segmentar
● Nefropatia diabética: glomérulos com esclerose nodular
● Processo crônico: fibrose intersticial e atrofia tubular

DOENÇA RENAL CRÔNICA (DRC)


ANAMNESE
● ID
● Queixa e duração
● Tem náuseas? vômitos? Dor de estômago? Diarreia? Soluços?
● Dor no peito?
● Confusão mental? Dificuldade de concentração? Sonolência?
● Percebeu sangramentos? Manchas na pele?
● Prurido?
● Edema? Onde? Piora em algum momento do dia?
● Tem alguma doença? HAS, DM, dislipidemia, tireoide
● Toma algum medicamento ou tomou algum recentemente? Fez algum procedimento
recentemente (contraste)?
● Percebeu alterações na visão?
● Pai vivo? Tem alguma doença ou faleceu do que?
● Mãe viva? Tem alguma doença ou faleceu do que?
● Fuma? O que? Quanto? Há quanto tempo?
● Bebe? O que? Quanto? Há quanto tempo?
● Pratica atividade física?
● Percebeu alterações na urina? Coloração? Frequência? Volume? Espumosa?
● Como é a alimentação?

EXAME FÍSICO
● Estado geral (palidez?)
● PA (em pé e sentado)
● FC
● Avaliação de edema
● Exame cardiovascular: observar turgência jugular e se há bulhas hipofonéticas (pericardite)
● Exame pulmonar: observar se há congestão pulmonar

EXAMES COMPLEMENTARES
● Função renal
○ Creatinina
○ Ureia
○ TFG
● Urina tipo 1
● Eletrólitos
○ Sódio
○ Potássio
○ Cálcio
○ Fosfato
● USG renal
● Albumina
● Gasometria (pode ter acidose metabólica)
● Hemograma

CLASSIFICAÇÃO DRC - CONDUTA

● Orientações de terapia renal substitutiva: o início da TRS na DRC deve ser quando há
sinais de sintomas atribuídos à falência renal/ síndrome ure
○ Hemodiálise
■ Indicações:
● Hipercalemia refratária
● Síndrome urêmica (aumento de ureia, serosite, hiperfosfatemia
náuseas, perda de apetite, dor epigástrica, prurido corporal, soluço,
sonolência, diminuição do nível de consciência, sangramento, crise
convulsiva, fraqueza, encefalopatia urêmica)
● Acidose metabólica refratária à reposição de bicarbonato
● Hipervolemia refratária
● Glomerulopatias
● Vasculites
● Microangiopatia trombótica
● Nefrite intersticial aguda
● TFG <15
■ Contra Indicações (não absolutas): pacientes instáveis
hemodinamicamente, dificuldade de acesso vascular
○ Diálise peritoneal
■ Contra Indicações: cirurgia abdominal de grande porte, obesidade,
problemas sociais (moradia e higiene)
■ Vantagens: baixo custo, independência
■ Desvantagens: melhor condição social, grande exposição à glicose (ganho
de peso, hiperglicemia, hipertrigliceridemia), limite de dose e ultrafiltração,
vida útil do método, obesidade, cirurgia de grande porte (bridas)
○ Transplante renal
■ Fila de doador morto: precisa de TFG < 10
■ Transplante de doador vivo
● Parente de até 4º grau ou união estável
○ Se não for, precisa de autorização judicial
■ Vantagem: melhora na qualidade de vida (tomaria menos medicamentos e
não há necessidade de ficar fazendo diálise)
■ Contra Indicações: doenças muito graves, expectativa de vida < 6 meses,
infecção ativa (tuberculose, hepatite B), neoplasia, risco cirúrgico (doença
coronariana grave), vasculopatia grave

INFECÇÃO DE TRATO URINÁRIO (ITU)


ANAMNESE
● ID
● Queixa e duração
● Percebeu alterações de urina? Coloração? Frequência? Volume? Espumosa?
● Teve febre? Calafrios?
● Náuseas? Vômito?
● Dores nas costas?
● Já teve infecção de urina antes?
● Tem edema? Onde? Piora em alguma parte do dia?
● É sexualmente ativo? Usa preservativos? Percebeu alguma alteração nas relações
sexuais, como dor?
● Tem alguma doença?
● Toma algum medicamento?
● Tem histórico familiar de alguma doença?
EXAME FÍSICO
● PA
● FC
● Temperatura
EXAMES COMPLEMENTARES
● Urocultura (em pacientes com sintomas atípicos ou refratários ao tratamento) - febre
○ Urina com cultura e antibiograma
● US de vias urinárias (descartar processos obstrutivos, cálculos e abscessos)
CONDUTA
● Cistite não complicada - tratamento empírico
○ 1ª escolha
■ Nitrofurantoína 100 mg 6/6h por 7 dias OU
■ Fosfomicina trometamol 3g dose única (monuril)
○ Alternativas
■ Cefalosporina 500 mg 12/12h por 3 dias OU
■ Sulfametoxazol- trimetoprima 800/160 mg por 3 dias - mulheres
■ Sulfametoxazol-Trimetoprima 800/160 mg por 7 dias - homens
○ Situações especiais
■ Gestação
● Penicilina/Cefalosporina/fosfomicinas (restrições de acordo com o
trimestre)
● Insuficiência renal - drogas não nefrotóxicas (corrigir se TFG < 20)
● Pielonefrite não complicada - empírico inicialmente
○ 1ª escolha ambulatorial:
■ Ciprofloxacino VO 7 dias ou
■ Levofloxacino VO 5 dias
○ 1ª escolha UTI:
■ Ceftriaxona EV ou
■ Drogas anteriores EV
● ITU recorrente
○ Orientações: orientar sobre fatores de risco - relações sexuais, uso de
espermicidas, novo parceiro, histórico materno de ITU e ITU na infância; Em
mulheres idosas são fatores: incontinência urinária, vaginite atrófica, distopias
(resíduo pós-miccional), mulheres institucionalizadas e histórico de ITU
pré-menopausa.
○ Medidas não antimicrobianas são: reposição tópica de estrogênio vaginal em
mulheres pós-menopausa e profilaxia imunoativa com OM-89 em qualquer idade.
○ Profilaxia: baixa dose por períodos prolongados (3-6 meses).
■ Fosfomicina trometamol a cada 10 dias ou nitrofurantoína uma vez ao dia.
● ITU complicada
○ Pacientes com alterações estruturais/funcionais do TU ou portadores de
comorbidades
○ Sintomas:
■ Irritativos (disúria, urgência miccional)
■ Álgicos (dor no ângulo costovertebral, flancos e suprapúbica)
■ Febre
■ Queda do estado geral
■ Piora súbita do caso
○ Diagnóstico:
■ Urocultura com antibiograma
■ USG
■ TC helicoidal sem contraste
○ Tratamento:
■ ATB de amplo espectro (cefalosporina de 2ª ou 3ª geração,
aminoglicosídeos, penicilina de amplo espectro, com duração de 7-14 dias)
■ Tratamento sintomático
■ Hidratação vigorosa
■ O manejo adequado das vias urinárias é feito com cateter duplo J, sondas
vesicais ou drenagem para manutenção de livre passagem;
■ Internação e ATB EV é feita em pacientes com sintomas sistêmicos
○ Anormalidades associadas à ITU complicada:
■ Litíase urinária
■ Refluxo vesico ureteral
■ Instrumentação urinária
■ Uso de cateteres cronicamente
■ Esvaziamento vesical incompleto
■ Imunossupressão
■ Diabéticos mal controlados
■ Sexo masculino
■ Gestação

LESÃO RENAL AGUDA


DIAGNÓSTICO
● ↑ Creatinina ou ↓ Débito urinário

● Desequilíbrio hidroeletrolítico e ácido-base


○ Hipervolemia: edema, congestão, hipertensão
○ ↑ H+ (acidose), K+ e P+
○ ↓ Ca 2+ (consumido na formação de fosfato), NA+ (diluído pela hipervolemia)
TIPOS
● Pré-renal: má-perfusão do rim, em paciente hipotenso, apresentando hipovolemia/ choque
● Renal/ Intrínseca: ocorre dentro do rim (glomérulo, túbulo, interstício) → glomerulopatia,
necrose tubular aguda, necrose intersticial aguda
● Pós-renal: doença obstrutiva do TU, com acúmulo de líquido, ↑ PA, com dor abdominal,
anúria, presença de massa
EXAMES
● Urina rotina
○ Pré-renal: ↑ densidade, sem proteína, hemopigmento, sedimentoscopia, com
leucócitos e hemácias normais, cilindros ausentes ou hialinos
○ Necrose tubular aguda (pós-contraste): ↓ densidade (túbulo lesado não reabsorve
filtrado glomerular), sem proteína e hemopigmento, sedimentoscopia sem
leucócitos, cilindros granulosos
○ Glomerulopatia: proteinúria, hemopigmento, leucocitúria, hematúria, cilindro
hemático (patognomônico)
○ Nefrite intersticial aguda (hipersensibilidade): causada por medicamentos (AINEs,
penicilinas, cefalosporinas, sulfonamida, quinolonas, alopurinol, lítio, IBP, QT,
urocultura estéril, piora aguda da função renal, eosinofilia, rash cutâneo
● Hemograma: feito quando a creatinina está alterada
○ Microangiopatia trombótica: anemia hemolítica, esquizócitos, plaquetopenia
causada por hipertensão maligna, SHU, PTT
● USG rins e vias urinárias
○ Importante no tipo pós-renal para identificar a etiologia
○ Essencial para paciente anúrico
● Biópsia renal: considerar se a urina rotina/hemograma apresentarem suspeita de
glomerulopatia, vasculite, microangiopatia trombótica, necrose intersticial
CONDUTA
● Correção de distúrbios hidroeletrolíticos
● Correção de acidose metabólica
● Adequação da dose de medicações
● Avaliação da necessidade de UTI
● Avaliação da necessidade de biópsia para esclarecer etiologia
● Dieta: tentar preservar VO, não restringir proteína

DISTÚRBIOS HIDROELETROLÍTICOS
TIPOS
● Potássio
○ Hipercalemia
■ Causas principais: aumento da liberação de potássio da célula (acidose
metabólica, deficiência de insulina e hiperglicemia, beta-bloqueador,
succinilcolina), redução na excreção urinária de potássio (redução na
secreção de aldosterona por insuficiência adrenal primária, beta-bloqueador,
IECA/BRA; resistência a ação da aldosterona por uso de espironolactona,
eplerone, amilorida; depleção de volume; DRC ou LRA)
■ Sintomas: fraqueza muscular, alteração cardíaca (SEMPRE traçar ECG com
K > 6, que normalmente apresenta onda T apiculada, onda P achatada, PRi
alargado, QRS alargado)
■ Tratamento: ECG alterado (gluconato de cálcio 10% para correção do
ECG), glicoinsulinoterapia EV para redução de K
○ Hipocalemia (K <3,5)
■ Causas principais: broncodilatadores, excesso de insulina (cetoacidose
diabética), alcalose metabólica, diuréticos de alça e tiazídicos, anfotericina
B, aminoglicosídeo, hipomagnesemia, hiperaldosteronismo primário,
diarreias, laxativos, vômitos, preparo de colonoscopia, diálise
■ Sintomas: fraqueza, íleo paralítico, alteração eletrocardiográfica (onda T
diminuída e achatada, aumento do intervalo QT, aparecimento de onda U -
principalmente em V2, V3 e V4)
■ Tratamento: > 3 (reposição VO de potássio), < 3 (reposição por bomba de
infusão de potássio), paciente refratário (hipomagnesemia → dar Mg para
aumentar K)
● Sódio
○ Hipernatremia
■ Causas principais: falha na produção do ADH (diabetes insipidus central
com lesão de hipófise, não produzindo ADH → paciente urina muito, sendo
diluída, começando a beber muita água, há poliúria, polidipsia, Na normal) e
falha na ação do ADH (diabetes insipidus nefrogênico em que a doença
renal impossibilita a ação do ADH → paciente com urina muito diluída,
bebendo muita água, Na normal)
■ Sintomas associados ao tempo: minutos a horas (paciente muito
sintomático, convulsão, coma, hipertonia, febre, hemorragia intracraniana,
trombose do seio venoso), 1-2 dias (rebaixamento do nível de consciência,
sonolência e coma), > 2 dias (organismo se adaptou, sendo necessário
correção gradual devido risco de edema cerebral, com solução glicosada ou
solução salina 0,45%)

○ Hiponatremia

■ Hiponatremia iso ou hipertônica: causada por hiperglicemia, pós-cirurgia


transuretral, histeroscopia (glicina, sorbitol), medicações (manitol,
imunoglobulina)
■ Hiponatremia hipotônica: medir osmolalidade urinária, caso < 100 mOsm
(potomania - vontade excessiva de beber água sem causa fisiológica,
necessitando de acompanhamento psiquiátrico) e > 100 mOsm, medir sódio
urinário (caso < 30 mmol/L há volemia efetiva baixa, podendo ser
aparentemente hipervolêmico, com ICC, cirrose hepática, síndrome
nefrótica ou hipovolêmico, com diarreia e/ou vômito, perda para o terceiro
espaço, perda pela pele em queimados, uso prévio de diuréticos)
■ Hiponatremia aparentemente hipervolêmica: paciente apresenta má
perfusão do rim + clínica de edema, podendo ser por IC, cirrose ou
síndrome nefrótica
■ Hiponatremia hipovolêmica: ao medir o sódio urinário, está > 30 mmol/L
(excluir diuréticos), podendo ser hipovolemia por insuficiência adrenal
primária, síndrome perdedora de sal ou euvolemia por insuficiência adrenal
secundária, hipotireoidismo, SIADH (síndrome da secreção inapropriada de
ADH, devido qualquer lesão neurológica, fazendo restrição hídrica e soro
rico em sódio hipertônica)
■ OBS: no tratamento deve haver cuidado com a correção rápida devido risco
de mielinólise (lesão neuronal que ocorre principalmente na ponte, devido
desmielinização, com rebaixamento do nível de consciência e tetraplegia
flácida)

PRÁTICA URO
SONDAGEM VESICAL
TIPOS
● Sonda de alívio: feita de material plástico, sem a presença de balonete, sendo indicada
para pacientes que não estão urinando por causa transitória (ex: pós cirurgia - anestesia)
● Sonda de demora: feita de borracha, com balonete (insuflar com 10 mL de água
destilada) para se fixar à bexiga; pode apresentar 2 vias (1 para insuflar e outra para
coletar) ou 3 vias (1 para insuflar, 1 para coletar e 1 para irrigar a bexiga com SF; irrigação
feita em caso de hematúria macroscópica, devido sangue coagulado)
● Cistostomia: feita quando todas as outras formas não foram efetivas, podendo ser de
alívio ou definitivo
INDICAÇÕES
● Estenose uretral: passar sonda de alívio fina para poder passar pela estenose
● HPB: passar sonda de demora grossa
SEXO
● Mulher: introduzir 3-5 cm, depois mais 2-3 cm para insuflar o balonete. Deve-se passar
xilocaína na entrada da uretra
● Homem: introduzir até voltar urina, depois mais 2-3 cm para insuflar o balonete. Deve-se
introduzir xilocaína na uretra (20 mL); caso a urina não volte, pedir para o paciente fazer
força para urinar ou apertar a região vesical; caso orifício da sonda estiver entupido com
xilocaína, colocar agulha para aspirar
ROTEIRO
● Explicar para o paciente o procedimento, objetivos, como será realizado e a importância do
mesmo
● Posicionar o paciente no leito (se paciente do sexo masculino deverá estar em decúbito
dorsal e se paciente do sexo feminino em posição de litotomia, ou ginecológica)
● Separar todo o material para realização do procedimento.
● Abertura do material de forma estéril
○ Sonda vesical – descrever qual sonda vai passar (2 ou 3 vias, demora ou de alívio,
fina ou grossa)
○ Material estéril para cateterismo vesical (Kit) no qual deverá conter:
■ 2 seringas de 20 ml (1 com Água Destilada e 1 com xilocaína gel)-se
paciente do sexo masculino. No feminino apenas 1 seringa.
■ Gazes
■ Cuba
■ pinças para assepsia
■ ampolas de água destilada para insuflação do balonete
○ Sistema coletor de urina
○ Luva estéril
○ Solução asséptica (clorexidina ou iodo) aquosa ou degermante (NÃO PODE USAR
SOLUÇÃO ALCOÓLICA)
● Colocação das luvas estéreis
● Conectar o coletor na sonda vesical (técnica fechada)
● Verificar se a passagem de urina está aberta e a saída do coletor está fechada
● Aspirar a água destilada para insuflar o balonete
● Preparar a seringa com xilocaína (se paciente do sexo masculino)
● Testar o balonete da sonda com água destilada para garantir a integridade da mesma
● Assepsia: Montar as gazes para assepsia, mergulhar na solução asséptica e fazer
assepsia adequada (da uretra para a base – uretra é o ponto principal de assepsia)
● Abrir os grandes lábios e identificar a uretra – mulher / segurar o pênis esticado, expondo o
prepúcio – homem
● Lubrificar a uretra (passar no dorso da mão e passar na sonda – mulher / injetar 10-20 ml
de xilocaína gel na uretra – homem)
● Passar a sonda com movimentos circulares – no homem, se houver dificuldade, direcionar
o pênis para baixo para deixar a uretra mais “retificada”
● Verificar a saída de urina. NÃO INSULFLAR O BALONETE CASO NÃO TENHA SAIDA DE
URINA. Se não sair, fazer as técnicas para saída de urina (compressão supra-púbica /
aspirar a sonda com uma seringa / aspirar o pump do coletor após fechar a drenagem de
urina)
● Após observar a saída de urina, insuflar o balonete – não soltar a sonda para que ela não
saia e não soltar o êmbolo da seringa para não retornar a água do balonete
● Tração leve da sonda
● Fixação da sonda com fita (micropore ou esparadrapo)
● Posicionar o coletor de urina em um nível abaixo do paciente. (NUNCA PRENDÊ-LO NA
GRADE DA CAMA/SEMPRE COLOCÁ-LO NO EIXO (OU SUPORTE PRÓPRIO) DA
CAMA)

TOQUE RETAL
ROTEIRO
● Explicar para o paciente o procedimento, objetivos, como será realizado e a importância do
mesmo
● Posicionar o paciente
○ Decúbito lateral esquerdo
○ Posição ginecológica
○ Abaixado
○ Posição gênito-cubital
● Colocação das luvas
● Inspeção
○ Estática: presença de nodulações, fissuras, lesões (úlceras, hemorroidas externas,
hemorroidas trombosadas, verrugas, hiperemia) ou saída de secreção
○ Dinâmica: manobra de esforço - Valsalva, ou “ esforço para evacuar” → avaliar
protusão de nodulações (hemorroidas), saída de fezes
● Lubrificação
● Toque
○ Avaliação do esfíncter: normotônico/hipotônico
○ Avaliação da próstata: tamanho (normal/aumentado), consistência (fibroelástica/
amolecidade/ endurecida), simetria entre os lobos, presença de nódulos (posição/
consistência
○ Avaliação do reto: presença de massas, estenoses
○ Observar se presença de sangue/ muco em dedo de luva

HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA/ TUMOR


● ID: nome, idade, profissão, procedência
● QP: o que e há quanto tempo iniciou os sintomas
● Apresentou febre?
● Apresentou dor em abdome? (caracterizar dor, EVA, tempo, fatores de melhora e piora,
constante ou intermitente, desde o início está melhorando ou piorando, irradiação, tomou
algum remédio para a dor?)
● Já apresentou retenção urinária? (urina prendeu)
● Alguém na família já teve problemas na próstata?
● Já apresentou história de gonorreia, trauma, sondagem ou manipulação da uretra?
● Apresenta alguma comorbidade? Toma algum remédio constantemente?
● Perguntar sobre sintomas miccionais
○ Apresenta jato fino/fraco?
○ Precisa fazer força para urinar?
○ Apresenta intermitência? (urina corta, urina de pouco em pouco)
○ Apresenta sensação de resíduo? (esvaziamento incompleto)
○ Apresenta polaciúria ou nictúria? (urinar várias vezes ao dia ou várias vezes a
noite)
○ Apresenta urgência miccional? (sair correndo para urinar)
○ Apresenta disúria? (ardência para urinar)
○ Apresenta incontinência? (perde urina)
● Toque
○ Fazer todo o procedimento supracitado no item anterior
○ HPB: tamanho aumentado, consistência fibroelástica, lobos simétricos, sem
nódulos
○ Tumor: descrever primeiro a próstata (tamanho, consistência, simetria entre lobos)
e depois nódulos (endurecido? em ápice, base ou toda a próstata?)
● Conduta
○ HPB: alfa-bloqueador + inibidor da 5 alfa-redutase (doxazosina + finasterida)
○ Tumor: indicar biópsia

DOR LOMBAR
● ID: nome, idade, profissão, procedência
● QP: o que trouxe aqui e há quanto tempo
● Apresenta dor? (caracterizar dor - cólica, EVA, tempo, fatores de melhora e piora, a dor se
relaciona com esforço físico, constante ou intermitente, desde o início está melhorando ou
piorando, irradiação, tomou algum remédio para a dor?)
● Apresenta alguma comorbidade?
● Toma algum medicamento constante?
● Perguntar sobre sintomas miccionais
○ Apresenta jato fino/fraco?
○ Precisa fazer força para urinar?
○ Apresenta intermitência? (urina corta, urina de pouco em pouco)
○ Apresenta sensação de resíduo? (esvaziamento incompleto)
○ Apresenta polaciúria ou nictúria? (urinar várias vezes ao dia ou várias vezes a
noite)
○ Apresenta urgência miccional? (sair correndo para urinar)
○ Apresenta disúria? (ardência para urinar)
○ Apresenta incontinência? (perde urina)
○ Apresenta hematúria? (sangue na urina)
● Anamnese
○ Litíase renal
■ Apresentou náuseas e vômitos?
■ Apresentou polaciúria? → pode dizer a favor de litíase renal
■ Normalmente irradiação da dor para fossa ilíaca ipsilateral, testículos
(homens) e grandes lábios (mulheres)
○ Pielonefrite
■ Apresentou febre? → SEMPRE pensar em pielonefrite e não litíase
■ Apresentou náuseas e vômitos?
■ Apresentou queda do estado geral?
■ Apresentou queixas miccionais (para urinar) antes do início da dor?
■ Se mulher: existe a possibilidade de estar grávida?
■ Apresenta alergia a algum medicamento?
■ Normalmente irradiação da dor para fossa ilíaca ipsilateral
● EF
○ Litíase renal
■ Giordano (SEMPRE começar do lado que o paciente não está com dor)
■ Lasegue (excluir lombociatalgia verdadeira)
■ Sinal de Blumberg caso irradie para fossa ilíaca direita/ descompressão
brusca à esquerda caso irradie para esquerda
○ Pielonefrite
■ Giordano (SEMPRE começar do lado que o paciente não está com dor)
■ Lasegue (excluir lombociatalgia verdadeira)
■ Sinal de Blumberg caso irradie para fossa ilíaca direita/ descompressão
brusca à esquerda caso irradie para esquerda
● Conduta
○ Litíase renal
■ Pedir TC sem contraste (padrão ouro)
■ Tratamento de alívio da dor e redução de edema → AINEs
■ Se o paciente apresentar cálculo (visto na TC), indicar uso de
alfa-bloqueador (tansulosina), litrotripsia extracorpórea ou ureterolitotripsia
■ Contraindicado aumento de ingesta de água ou hidratação venosa pois
piora a cólica
○ Pielonefrite
■ TC com constraste
■ ATB + sintomáticos + internação

ALTERAÇÕES TESTICULARES
ANAMNESE GERAL
● ID: nome, idade, profissão, procedência
● QP: o que está acontecendo e há quanto tempo?
● Houve aumento do testículo (“saco inchado”)?
● Começou mais leve e foi aumentando com o tempo, ou foi súbito?
● Apresentou alguma infecção recente (viral ou bacteriana)?
● Apresentou sintomas miccionais alguns tempo antes do início do quadro? → pensar em
infecção urinária (pode ser causa bacteriana de orquiepididimite)
○ Apresenta jato fino/fraco?
○ Precisa fazer força para urinar?
○ Apresenta intermitência? (urina corta, urina de pouco em pouco)
○ Apresenta sensação de resíduo? (esvaziamento incompleto)
○ Apresenta polaciúria ou nictúria? (urinar várias vezes ao dia ou várias vezes a
noite)
○ Apresenta urgência miccional? (sair correndo para urinar)
○ Apresenta disúria? (ardência para urinar)
○ Apresenta incontinência? (perde urina)
○ Apresenta hematúria? (sangue na urina)
● O testículo dói? (caracterizar dor, EVA, tempo, fatores de melhora e piora, a dor se
relaciona com esforço físico, constante ou intermitente, desde o início está melhorando ou
piorando, irradiação, tomou algum remédio para a dor?)
● Apresentou algum trauma?
● Apresentou febre?
● Apresentou hiperemia ou calor na região do escroto?
HIDROCELE
● Quadro clínico crônico com aumento do líquido na bolsa escrotal, não sente dor, pode
atrapalhar ao urinar e na relação sexual
● Diagnóstico por transluminescência
● Conduta: hidrocelectomia
CÂNCER DE TESTÍCULO
● Quadro clínico: testículo com textura endurecida (irregular), pouca dor e muito desconforto
● Conduta: retirada do testículo
HÉRNIA INGUINAL
● Quadro clínico: protusão na região inguinal (“caroço redutível”), pode descer até a região
escrotal (hérnia ínguino-escrotal), pode sair da aponeurose (hérnia estrangulada, com risco
de isquemia e necrose) → ao EF pedir para o paciente fazer manobra de Valsalva
● Conduta: cirurgia com sutura da aponeurose
VARICOCELE
● Quadro clínico: veias dilatadas e enoveladas no testículo; o paciente pode referir que tem
mais de um testículo ou presença de inchaço; pode causar infertilidade
● Conduta: cirurgia
TORÇÃO DE TESTÍCULO
● Quadro clínico: dor súbita (aguda) que não apresenta fator de melhora; o testículo fica
mais alto e horizontalizado na bolsa
● Conduta: cirurgia de emergência (< 6 horas) devido risco de isquemia e necrose
ORQUIEPIDERMITE
● Quadro clínico: dor intensa e progressiva, inchaço progressivo, sinais flogísticos; se devido
caxumba, normalmente é bilateral e pode causar infertilidade
● EF
○ Inspeção estática: testículo aumentado, com sinais flogísticos
○ Inspeção dinâmica: testículo com tamanho aumentado e consistência endurecida
(regular), epidídimo com tamanho aumentado e consistência endurecida; presença
de dor local
○ Sinal de Prehn: alívio da dor quando se levanta o testículo

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