Jogos de Matemática: Experiências No Projeto Pibid
Jogos de Matemática: Experiências No Projeto Pibid
Jogos de Matemática: Experiências No Projeto Pibid
RESUMO
Os discentes de matemática em sua formação, a partir do projeto PIBID (Programa
Institucional de Iniciação a Docência) fomentado pela CAPES, têm recebido capacitação e
motivação para a aprendizagem na educação matemática. O convívio desde o início de sua
formação com a sala de aula tem proporcionado aos bolsistas (futuros professores) a
aprendizagem e o desenvolvimento da autoconfiança necessária para a qualificação do
docente. Este projeto com a utilização de jogos no aprendizado da matemática têm alcançado
seus objetivos de estimular o interesse e a participação dos alunos observando suas
dificuldades propondo aulas diferenciadas, podendo despertar o interesse dos alunos em
aprender matemática de uma maneira divertida e prazerosa. As intervenções com a utilização
de jogos educacionais foram realizadas em uma escola pública do Estado de São Paulo, no
ano de 2012, onde foi permitido que os alunos fizessem da aprendizagem um processo
interessante e significativo. Destacaremos o jogo didático “Danômio”, cujo objetivo foi
aprimorar o conhecimento da multiplicação de monômios, facilitando a compreensão das
operações algébricas, bem como identificar as principais dificuldades encontradas, podendo
avaliar seus conhecimentos sobre este assunto, pelos alunos dos 9º anos do Fundamental II e
3º anos do Ensino Médio.
Palavras-chave: Formação de Professores. Jogos educacionais. Educação.
INTRODUÇÃO
A matemática, por muitos considerada uma disciplina complexa e abstrata, fato que se
dá pelo modo como foi apresentada ao longo dos séculos. E por meio da exploração de
conceitos de maneira lúdica, de forma que o prazer, a criatividade e a satisfação pessoal
estejam presentes no processo de aprendizado, pode-se garantir esta satisfação mediante a
utilização de jogos no ensino da matemática, não no sentido do prazer do novo, de consumir
jogos, mas pelo prazer de ser ativo, pensante, questionador e reflexivo no processo de
aprender. Como Corbalán (1994) citando Alsina, menciona:
OBJETIVO
Descrever as experiências realizadas numa escola pública de São Paulo a partir da
intervenção de jogos educacionais, em especial, “Jogo Danômio” no ensino de matemática.
REFERENCIAL TEÓRICO
Além do aspecto lúdico do ato de jogar e brincar, os jogos envolvem habilidades
numéricas, medidas que podem transformar-se em um excelente recurso e estratégia nas aulas
de matemática. Eles permitem o desenvolvimento do trabalho em grupo, da linguagem oral e
escrita, de diferentes habilidades de pensamento como: observar, comparar, analisar,
sintetizar, fazer conjecturas e a fixação de conceitos matemáticos, além do aspecto mais
restrito à utilização pedagógica.
Os jogos e brincadeiras têm como grande contribuição promover a recuperação e
manutenção da cultura de determinado grupo. Para Huizinga (1990), o jogo faz parte da
cultura e gera a própria cultura. Esse mesmo autor caracteriza o jogo como uma atividade
livre, não séria, distante da vida habitual, capaz de mobilizar o jogador de maneira intensa e
total, atividade desligada de qualquer interesse material, praticada em um determinado espaço
e tempo, seguindo certas regras e determinada ordem. (GRANDO, 2009, p.8-9). Segundo os
Parâmetros Curriculares Nacionais,
[...] um aspecto relevante nos jogos é o desafio genuíno que eles provocam no
aluno, que gera interesse e prazer. Por isso é importante que os jogos façam
parte da cultura escolar, cabendo ao professor analisar e avaliar a
potencialidade educativa dos diferentes jogos e o aspecto curricular que se
deseja desenvolver (BRASIL, 1998, p. 36).
Grando (2009, p. 29) defende a utilização dos jogos específicos em sala de aula para
os quais o aluno pode elaborar estratégias para resolução de problemas:
METODOLOGIA
A partir das intervenções em sala de aula realizadas pelos bolsistas, foi possível aplicar
jogos didáticos que puderam contribuir para o desenvolvimento do raciocínio lógico
matemático e analisar os possíveis erros no aprendizado de multiplicação de monômios
através de uma avaliação com os alunos do 9º ano Ensino Fundamental II e 3º ano do Ensino
Médio onde ambas as séries estão encerrando um ciclo de aprendizagem de uma escola
pública de São Paulo no decorrer do 2º semestre de 2012. Dentre os jogos utilizados
destacaremos neste trabalho, o jogo didático “Danômio”, atividade Lúdica na qual o grupo
interage de forma competitiva e desenvolvendo a multiplicação de monômios.
Antes de iniciarmos o jogo, aplicamos uma avaliação “relembrando multiplicação de
monômios" para avaliarmos o grau de entendimento que os alunos possuíam antes da
intervenção do jogo. Os alunos formaram grupos de dois e três participantes, foi distribuído o
material e solicitado para que o grupo interpretasse a forma de jogar. Eles deveriam decidir
quem iria iniciar a disputa. O aluno deve jogar os dois dados calculando o produto
correspondente à expressão que se formou, a resposta estando correta deverá ser localizada na
tabela recebida, marcando sua identificação como uma casa conquistada. O próximo jogador
deverá realizar o mesmo procedimento. Assim sucessivamente, o resultado da multiplicação
dos produtos pode constar em mais de uma tabela, o aluno deve formar uma trinca em uma
das posições: horizontal, vertical ou em diagonal para possuir a tabela. Vencerá o jogo quem
tiver obtido o maior número de tabelas. Se em sua jogada a casa com o resultado do produto
calculado já estiver sido conquistada, o jogador perderá a vez. Finalizado a intervenção do
jogo os alunos realizaram uma avaliação com questões de multiplicação de monômios.
Material utilizado: Dois dados com cores diferentes modificados com um monômio em cada
face. Seis tabelas que apresentam todas as combinações de produtos dos monômios de cada
dado e lápis de cor.
Foi possível observar o envolvimento dos alunos nas intervenções mesmo eles
sabendo que as avaliações não teria valor em sua média de notas. Com o jogo “Danômio”, os
alunos conseguiram tirar muitas dúvidas que eles tinham sobre o resultado do uso dos sinais e
monômios na multiplicação. Os alunos foram motivados também a desenvolver estratégias
para não deixar que seu adversário fechasse trincas conquistando a tabela, propiciando a
criação e planejamento das jogadas. Alguns alunos tiveram dificuldades em resolver as
expressões utilizando a regra dos sinais e a partir dessa atividade os alunos desenvolveram um
raciocínio rápido de multiplicação e uso do sinal onde muitos relembraram e aprenderam
como fazer. Pudemos observar que mesmo os alunos mais retraídos sentiram-se estimulados a
participar e ao finalizar a intervenção, foi possível perceber que grande parte dos alunos
queria continuar jogando.
Se avaliarmos em geral o desempenho dos três 9º anos e dos três 3º anos todos os
alunos tiveram dificuldades com: a tabuada, regra de sinal, expoentes, propriedades
distributiva. Em alguns alunos pudemos perceber a falta de atenção por parte deles como nos
exercícios onde apareciam x e y, no resultado final colocavam apenas o x, por ser mais
conhecida por eles, ou a questão tinha apenas y, mas na resposta colocavam x.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho pode proporcionar para os alunos através das intervenções com jogos
educacionais uma forma de aprendizado da matemática descontraída e divertida, onde foi
possível despertar o interesse de entender o conteúdo proposto na atividade, no caso, um
conteúdo considerado difícil no entendimento dos alunos. Para nós, bolsistas do PIBID, como
futuros docentes, a experiência vivenciada em sala de aula, tem proporcionado aprendizagem
e o desenvolvimento da autoconfiança que necessitamos para nos tornar profissionais
qualificados.
Fotos e depoimentos dos alunos.
GRANDO, Regina Célia, O jogo e a matemática no contexto da sala de aula São Paulo:
Paulus, 2004. – 3ª edição, 2009.
MARCO, Fabiana Fiorezi de, Estudo dos processos de resolução de problema mediante a
construção de jogos computacionais de matemática no ensino fundamental defendida em
2004 na Faculdade de Educação da UNICAMP,
www.ime.unicamp.br/erpm2005/anais/m_cur/mc08.pdf Acesso em 30/10/2012.