Discurso Dos Media

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Resumos de discurso dos media

Nós construimos o mundo a partir de discursos e todos os discursos materializam valores.


Discurso é qualquer forma de linguagem caracterizada num ato de comunicação oral, escrito,
sonoro, visual, artístico entre muitas outras, desde que veicule ideias ou opiniões expressas e
divulgadas através de qualquer meio de comunicação em massa (rádio, televisão, internet ...).
Recordando Foucault, nós construímos o mundo a partir de discursos. Todos discursos criam
uma hierarquia que estrutura valores, sendo que, em muitos casos, há uma imposição por
parte de uma cultura dominante - O conceito de hegemonia - formas e processos que fazem
com que determinadas ideologias se mantenham.

Estruturas discursivas: a criação de signi cados é a dimensão fundamental do discurso. A


relação entre comunicação e poder fundamenta-se na existência de enquadramentos de
interpretação a partir dos quais damos sentidos aos signos (Barthes), e que são fornecidos pelo
discurso mediático dominante:
- As palavras por si só não tem signi cado, é através da comunicação e cultura (do discurso)
que as pessoas aprendem a atribuir signi cados aos signos.
- Quem tem mais poder tem tambem poderes discursivo para estabelecer formações discursivas
(formas particulares de interpretar o mundo tornam-se inquestionáveis e universais) que depois
se transformam em ideologias dominantes.

O objetivo da análise critica do discurso é precisamente, desconstruir o discursos, de forma a


reverter a pirâmide e identi car onde se situa a fonte de poder.
Descrever um discurso enquanto prática social implica uma relação idalética entre um
momento discursivo e a situação que o enquadra: o discurso é moldado por ele mas tambem a
molda.

PODER: oportunidade criada pelo individual na relação social para alcançar a sua vontade contra
a resistência de outros - Max Weber
O poder pode ser evidente (exibido na presença do con ito) ou camu ado, para além disso,
pode ainda ser um poder para determinar desejos e crenças.

Bordieu - poder simbólico

Bordieu apresenta um pensamento estruturalista, no sentido, em que o sujeito se encontra


limitado por uma estrutura que não o permite ser livre.
- Estruturas sociais - classes - hierarquia através de classes sociais.
- Estrutura social um sistema hier rquico transpassado por poderes que determinam qual
posi o ser ocupada por cada agente e/ou grupo.




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O autor procura compreender quais os mecanismos de domina o, como produzem ideais e em
que ponto in uenciam os comportamentos dos agentes.
- A in u ncia que um determinado grupo adquire sobre os demais, fruto de uma articula o
entre poder nanceiro, poder cultural, poder social e poder simb lico.

Poder simbólico - corresponde a um poder invisivel. Que faz ver e crer, con rma ou transforma a
visão do mundo. Existe nos sistemas simbolicos. Há uma relação determinada entre os que
exercem e os que lhe estão sujeitos
Ex: o Ronaldo e a Marca a que está associado.

Capital - é um sinónimo de poder: A desigualdade do capital, gera desigualdade social


- Capital económico - bens materiais, posses
- Capital social - relações sociais que geram algum tipo de capital (aumentos de salários,
in uencia politica ..).
- Capital cultural - seria o conhecimento adquirido formalmente, por meio de diplomas.
- Capital simbólico - honra e prest gio, status e tratamentos diferenciados e/ou privil gios
sociais. O que a pessoa simboliza/posicionamento que temos dentro da sociedade e
simbólico

Campo social - sistemas especi cos de relações objetivas, através de jogos de oposições e
atrações. É, no fundo, o local onde ocorrem as relações de poder. Há um divisão da
sociedade, uma hierarquização. Dentro de cada campo há uma luta pela hegemonia / poder.

Sistemas simbólicos (arte, religião, lingua)- universos que de nem as possibilidades de


signi cação, ou seja, aquilo que podemos pensar sobre as coisas.
- instrumentos de conhecimento e comunicação
- Estruturados e estruturantes - os sistemas simbolicos só podem exercer o poder
estruturante porque são estruturados
- Instrumentos de dominação - nós vemos o mundo de acordo com o sistema simbolicos que
adotamos. Divisão do trabalho (classes sociais) e do trabalho ideologico (manual/intelectual) -
há uma legitimização da hieraquização. Explicam as produções simbólicos relacionando-as
com os interesses da classe dominante. Levam a que os interesses particulares se
transformem em interesses universais (Domínio sobre as massas).
Há instrumentos de dominação positivos (Billie) e negativos (hitler).
- Os sistemas ideologicos são referentes à estrutura da classes hierarquizada - a luta de classes
é simbolica.
- A cultura que une (intermédio da comunicação) é tambem a cultura que separa ( instrumento
de distinção)
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Enquanto estruturas estruturantes: intrumentos de conhecimento e construção de um mundo
objetivo.
Enquanto estruturas estruturadas - meios de comunicação. Na lingua há uma relação objetiva
e consensual entre o som e o sentido.
Agência – A agência é capacidade de realizar os atos de criação própria que produzem efeitos
duradouros além do próprio ator. Podemos modi car a estruturas.

Foucault - Arqueologia do saber


Um dos lósofos comtemporâneos franceses mais in uentes, cujas teorias abordam o poder e
conhecimento. Critica as instituições sociais e debate sobre o discurso em relação à história.

Foucault distancia-se da ideia de bordieu cuja sociedade se encontra estruturizada. Ele não
aceita a criação de categorias que determinam as formas de pensamento dominante e de nem
as formas de agir categorizadas.
É um pós-estruturalista :
- não aceita a sociedade categorizada - desconstrução da sociedade e contrução do agir
(importância na ação humana).
- Foucault faz uma análise critica do discurso sobre o objeto. Bordieu faz uma análise do
objeto como se fosse estático.

Arqueologia do saber:
- O autor aborda as regularidades discursivas, unidades do discurso, formações discursivas,
a formação de objetos, modalidades enunciativas, conceitos e estratégias.
- O autor está preocupado com a narrativa histórica - a história tem sido contruida a partir de
unidade continuas e não descontinuas.
- É necessário desconstruir as narrativas históricas, perceber onde é que estas surgiram.
- O problema da narrativa - reproduzir sempre os mesmos conhecimentos. As fontes
escolhidas escolhem as enunciações que irão determinar as unidades discursivas.
- Foucault começa a analisar cada acontecimento para perceber as relações entre experiências
desses mesmos acontecimentos.

Unidades discursivas:
Conjunto de enunciados

Discurso
Formação discursiva

Modelos cienti cos

Unidades discursivas:
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- Procura perceber de onde surgem estas unidade e porque nós estamos familiarizados com
elas.
- Propõe um trabalho negativo - descontruir e fazer uma análise das unidades que constroem e
dão sentido ao mundo.
- Entender a razão das continuidades discursivas e narrativas de uma história hegemónica ( que
favorece os interesses da classe dominante).
- Desmontar os pilares que levam a uma versão (dominante e hegemónica) dos factos e
acontecimento.
Dessa forma é necessário questionar:
Noção de tradição - temporalidade
- de ne um começo
- Procura das uma temporalidade singular a um conjunto de fenómenos-
Noção de in uência - causalidade
Noção de desenvolvimento e evolução - nós contruimos as narrativas com a ideia que
caminhamos para o progresso. Como se aquilo que vem, é algo sempre melhor.
Noção de mentalidade e de espirito - na época pensava-se de certo modo. •Permite
estabelecer um conjunto de sentidos e relações simbólicas entre os fenómenos sucessivos de
uma época em especí co.

Formações discursivas: criadas pela intencionalidade dos sujeitos individuais ou por


consci ncias colectivas.
Foucault identi ca 2 problemas na abordagem adotada até então e que tem que ver com:
• o facto de não ter sido muito preciso no uso dos termos enunciado, acontecimento e
discurso.
• relações entre enunciados não os retirou do seu agrupamento provisório e que correspondem a
unidades categoriais/ objetos pré-de nidos de cima para baixo e excludentes da diferença.
- Foucault defende que o obejto unitário é construido discursivamente, através dos
enunciados que são produzidos e que tendem a excluir as diferenças,
descontinuidasdes e a singularidades do movimentos,
- É crucial procurar a diversidade de enunciações, a dispersão e não a unidades dos
obejto
- É necessário conseguir produzir formações discursivas, de nidas pelas suas prorpias
formas e regras de formação.

Hegemonia de gramsci

Antonio Gramsci - lósofo politico. Filho de uma família numerosa que empobreceu e, por isso,
ve-se obrigado a trabalhar e a emigrar. Esteve na origem do comunismo italiano. In uências:
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Marx, hegel, Lenin, Maquiavel.

Conceitos chave e o seu legado para a análise critica do discurso: coerção e consenso
Hegemonia - forma e processos mediante os quais uma determinada classe da sociedade
(na altura a burguesia) se mantém no poder, fazendo com que as classes se mantenham
subordinadas. É a imposição das ideas de uma classe, na outra.
Hegemonia integral - não há contestação entre as classes. Há uma hegemonia consentida.
Esta é orgânica, isto é, feita através de ensinamentos. Resulta de um consentimento
incondicional entre as massas e o poder hegemónico e apenas existe num contexto no qual o
poder dominanre representa os melhores interesses de todos os grupos sociais.
Hegemonia decadente - a classe dominante perdeu o seu poder e credibilidade na
sociedade. Vindo a decair pela perda de poder. Num constexto em que o estado deixou de
representar os interesses da maioria da população.
Hegemonia Mínima - um processo de incorporação. Há uma negociação e articulação das
hegemonias dominantes porque nao há forma de controlar os grupos subordinados. Há uma
ilusão de direitos concedidos à classe dominada de forma a que a classe dominadora
permaneça no poder.
Ex Sufragistas - foram-ler concedidos direitos mas os homens permaneciam no poder.
Ex: Skinhead - subculturas que zeram uma afronta ao poder dominante do governo de Tatcher -
o governo teve que arranjar mecanismos para prever o que eles precisam.

Para que uma classe seja hegemónica tem que ter:


- Coerção - assegura legalmente a disciplina dos grupos, que não consetem nem ativa nem
passivamente. No fundo é o poder de induziR, pressionar ou compelir alguem a fazer algo
pela força, intimidação ou ameaça.
- Consenso - das massas à orientação expressa pelo grupo dominante. Consenso nasce do
prestigio (con ança) que o grupo dominante obtem por causa da sua posição e função. No
fundo, é uma adesão consciente em que as massas se identi cam com o poder
dominante.

Ele procura perceber como o poder se mantém (muitas vezes sem coerção) e perceber como os
subordinados não conseguem reverter a hegemonia.
Intelectual - todas as pessoas podem ser intelectuais e racionais, mas nem todos desempenham
a função intelectual
Os intelectuais em Gramsci tem o papel fundamental de dar uma direção “espontânea” às
classes dominadas.
Tradicional - é um intelectual que se desprende da classe dominante, para unir-se a ela mais
intimamente. Segue por um grupo social e que expressa os interesses particulares
compartilhados pelos seus membros. Acredita estar desvinculado das classes sociais. -
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FILÓSOFOS
Orgânicos- está ligado a uma classe social e é o porta-voz dessa classe (Especialista,
organizador e homogeneizador). Além disso, o domínio é representado através do estado.

Se para Marx o conceito central para pensar a dominação social é a ideologia, em Gramsci este
conceito é a hegemonia.
A hegemonia entendida por Gramsci como uma das dimens es da domina o de um grupo
social (e das fra es do mesmo) sobre outros grupos e classes, supremacia que se manifesta
de duas maneiras: como ‘‘dom nio’’ e como ‘‘dire o intelectual e moral’’.

Para facilitar o entender do conceito de hegemonia - as classes subalternas fazem tentativas de


falar como as classes dominantes. O que coloca a lingua num contexto de hierarquia e
dominação, rea rmando o posicionamento do autor no que diz respeito ao conceito de lingua
enquanto parte contituinte do próprio conceito de mundo
Gramática espontânea - padrões inconscientes e que nos parecem naturais e variam de
acordo com as culturas, tempos históricos, grupos sociais e indivíduos dentro de uma sociedade.
Gramática Normativa - gramática de senso comum, compartilhada por todas as línguas. Ou
seja, através desta gramática seria possível aprender qualquer língua. São motorizadas e
censuradas. Não é um processo natural e lógico é a escolha de uma gramática espontânea que
passa a ser a regra. - grmasci chama à aceitação, um conformismo gramatical
A proposta de Gramsci:
• Critica a escolha de uma gramática espontânea

• Linguagem uni cada e popular

• Submissão como algo natural e conveniente

• Exemplo do camponês que vai à cidade e acaba por se adaptar ao modo de falar da cidade -
Gamatica normantiva
Análise do discurso -
• A Linguagem deve ser estudada numa perspetiva sincronica - em relação com o contexto
onde esta inserido

Modalidades discursivas, Media e Remediação


•Por mediação entendemos todo e qualquer processo de construção de sentidos simbólicos
partilhados, habitualmente facilitado pelo uso de sistemas de signi cação e de linguagem, e que
não implicam o uso de tecnologias da informação, segundo a proposta de John Thompson.
•Por mediatização entendemos todo o processo tecnológico mediante o qual a comunicação
ocorre. Tenda a estimular e a de nir processos de convergência e de remediação.

A multimodalidade diz respeito ao fenómeno de combinação de diferentes modos discursivos, e


que examina os elementos comuns e diferentes em unidades tais como por exemplo:

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-Discurso falado – integra entoação, qualidade vocal, expressão facial, gestos, postura corporal
e outros elementos de apresentação do sujeito, nomeadamente quanto aos sinais indumentária e
cabelo;
-Discurso Escrito – integra linguagem com expressão tipográ ca e ilustração, formato, cor
Para Henry Jenkins a cultura de convergência corresponde a:
- um uxo de conteudo em diversas plataformas dos media, de cooperação entre várias
industrias de media e o comportamente migrátório do publico que procura em qualquer sitio
de forma a encontrar experiência de entretenimento que eles querem.
- Todas as histórias são contadas, todas as marcas são vendidas e todos os consumidores é
desejado em várias plataformas.

Os novos media não vêm fazer mais do que reutilizar os média anteriores, cumprindo com os
objetivos de imediatismo transparente, por via da hipermediação e remediação através de
tecnologias cada vez mais so sticadas:

Remediação:
- A lógica do Imediatismo transparente tem de nido a linguagem dos novos média porquanto
estes têm procurado replicar e criar a ilusão da realidade no espaço, tempo e na imaginação
por hipermediação;
- A Hipermediação traduz-se pelo estilo visual de justaposição de fragmentos mediáticos
heterogéneos, articulados numa rede e em multicamadas que conferem a sensação de uma
multiplicidade de janelas mediáticas. A imagem por excelência dessas hipermediações é a do
desktop, e a lógica dessa operação é a interactividade e a combinação de textos de vária
ordem.
- Por m o processo de remediação diz respeito à forma como os novos media reutilizam e
representam os anteriores. A remediação constituiu um traço fundamental da era digital.

Roland Barthes
A teoria barthesiana sobre a retórica da imagem.
Modalidades discursivas: estruturas e funções sociais utilizadas como forma de linguagem.
Podemos estar a falar de discurso falado, expressão facial, postura, discurso escrito, imagem,
cor, linguagem gestual, entoação, sentidos e perceção…
•As modalidades discursivas tendem a sobrepor-se e a complexi car-se à medida que o
processo de mediatização e se vai intensi cando. Em contrapartida os tipos de texto vão
assumindo uma crescente autonomia e especi cidade à medida que a mediatização se
vulgariza.

Sistema de linguagem:
Para Barthes, a imagem revela imediatamente uma primeira mensagem, cuja substância é
linguistica: são legendas e etiquetas inseridas no natural da cena. Seguindo-se de uma
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mensagem linguistica, há uma mensagem de natureza icónica, o que caracteriza o
entendimento da denotação. Já a terceira mensagem seria simbólica, trabalhando o campo da
conotação

Duas ordens de signi cação


Denotação - é a 1º ordem de signi cação; corresponde ao obvio, literal e senso comum. É a
relação mais direta entre o signi cado, o signi cantes e a realidade.
Conotação - é a 2º ordem de signi cação; novo sistema semiótico, estando dependente do
contexto. As associações são socioculturais e pessoais (ideologicas e emocionais). É subjetiva e
interpretativa.
- Os sistemas conotativos são sempre ideológicos
- A conotação empobrece o signo porque o afasta do seu signi cado comum
- A contação - falsidade pois não corresponde à realidade em si mas as interpretações culturais
da mesma.
Quando a conotação tende a ser tomada como natural e a não ser questionada - MITO
MITO:
- É um sistema ou codigo semiótico da 2º ordem de signi cação que é partilhado por um povo ou
cultura.
- São parcialmente motivados;
- Forma como uma cultura pensa sobre um fenómeno ou uma prática, a compreende e explica.
- Servem a função ideológica de naturalização de práticas vigentes;
- É uma segunda lingauegm
- Mitos como ideologias dominantes do nosso tempo, S o produto da classe dominante;
atrav s deles que a ordem estabelecida se mant m e perpetua
“Um mito uma hist ria pela qual uma cultura explica ou entende
algum aspecto da realidade ou da natureza” - ske

A sua análise da imagem publicitária identi ca 3 tipos de mensagem:


- mensagem conotada
- Mensagem denotada
- Linguistica (verbal)- quase todas as mensagem publicitárias estão acompanhadas de uma
mensagem linguistica que apresentam duas funções especi cas:
Ancora - as imagens podem ter vários signi cados e interpretações. O Texto orienta para um
signi cado especi co, e direciona o espetador para esse mesmo resultado. A linguagem
clari ca as imagens, mas fá-lo de forma a guiar a pessoa até à interpretação que nós
pretendemos
Relay - O texto adiciona um signi cado. A imagem e o texto adicionam signi cado
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A imagem publicitária tem uma intença muiito clara. São construidos para exteriorizaram um
signi cado especi co e uma mensagem especi ca. Uma fotogra a, sem um código, é o opsto de
um quadro que, mesmo quando não é conotado, tem uma mensagem codi cada.

Polissemia dos signos


• Os signos são sempre polissémicos e carregam mais do que um sentido
• Há que ter cuidado com a forma como usamos as mensagens linguísticas, pois podem
criar ambivalências do ponto de vista estrutural
• Cuidado com o contexto!
Para Barthes toda a imagem é polissémica e pressupõe uma cadeia utuante de signi cados,
podendo o leitor escolher alguns e ignorar outros. A polissemia instaura dúvidas sobre o sentido
da imagem.

A rétorica da imagem e discurso visual


Ao longo da evolução, ocorreu uma evolução das modalidades discursivas ( ) para os sistemas
de linguagem (através dos quais atribuimos sentidos e comunicamos em sociedade.).
Sistemas de linguagem:
- Linguagem verbal
- Linguagem não verbal (linguagem gestual; moda, transportes)
Signos e sistemas de signi cação (Ferdinand Saussure)
- Signi cante (palavras, imagem … )
- Signi cado (conceito, representação mental, sentido conotativos)
- Referente (objeto relativamente ao qual se refere.
Na relação entre o signi cante e o signi cado há uma relação arbitrária. Há uma naturalização
que é feita com base em codigos culturais ( são binário e tendem a normalizar, e estigmatizar/
Excluir)
Códigos culturais - são binários; naturalizam ou estigmatizam o comportamento da sociedade

O DISCURSO PROPAGANDISTA: UMA TIPOLOGIA - Patrick Charaudeau


Patrick Charaudeau propõe a análise dos discursos dos sujeito falantes, sendo eles vistos como
atores, e não das suas ideologias
Postulados que sustentam a sua análise:
- N o h rela es sociais que n o estejam marcadas por rela es de in u ncia.
- Estas rela es de in u ncia encenam-se na linguagem de acordo com um princ pio de
alteridade (n o h “eu” sem “tu”). •princípio diferenciador – eu falante e os outros
Consequências:
1- a tomada de consci ncia de si como sujeito comunicante depende da possibilidade de
reconhecer a exist ncia de um outro na sua diferen a identit ria de sujeito falante

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2- esta diferen a identit ria representa para cada um dos sujeitos em presen a uma amea a
poss vel, o que implica estrat gias de resolu o deste problema pela rejei o ou pela preda o
do outro.
- O ato de linguagem de ne uma posição de legitimidade dos sujeitos falantes. o “em nome do
que se fala”.
É importante que os “sujeitos falantes ganhem credibilidade e saibam captar o interlocutor ou o
público.” :
1- de nir o modo de estabelecer contacto com o outro
2- construção da imagem do sujeito (ethos)
3- a maneira de tocar, de persuadir o outro - pathos
4- os modos de organização do discurso segundo os principios da veracidade (logos)

A constru o de uma imagem do sujeito falante responde necessidade deste em ser


reconhecido como uma pessoa digna de ser ouvida
A expectativa situacional e as visadas discursivas
O que decorre em qualquer ato de linguagem pode ser descrito em termos de visadas( uma
intencionalidade psicossociodiscursiva do sujeito falante em perspetiva de uma destinatário
ideal).
1.Visada de ‘prescrição’ – O sujeito falante (posição de autoridade) quer fazer fazer e transmite
ao receptor o dever fazer – relação assente numa hierarquia de poder. Ex: lei, regulamentos,
professores, pais..
2.Visada da ‘informação’ - o ‘eu’ quer fazer saber alguma coisa ao receptor – aqui o sujeito
falante já que se encontra numa posição de saber. O ‘tu’/ outro recetor encontra-se numa
posição de “dever saber”. EX: discurso mediático
3.Visada de Incitamento - o Eu/ sujeito falante quer fazer fazer alguma coisa a “tu”, como na
prescrição mas aqui não está numa situação de autoridade ou legitimidade, pelo que apenas
pode incitar a fazer o ‘tu’/receptor. O Eu está na posição de fazer crer a m de persuadir-
este tipo de discurso é típico dos publicitários e dos políticos – o discurso propagandista. O
“tu” encontra-se numa posição de dever crer .

Os tipos de discurso propagandista - incitação a fazer:


- O “eu” numa posição de não autoridade e deve usar uma estratégia de fazer crer que atribui ao
“tu” uma posição de dever crer.
- O discurso tem origem num ato voluntário proveniente do “eu” (individual ou coletivo) que
poderá ser imputável.
- Tem como alvo uma instÂncia coletiva - inscreve.se num dispositivo de difusão do maior
número

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- De forma a fazer crer, os discurso propagandista organiza-se num duplo esquema cognitivo: 1
1- narrativo(mais adequado para seduzir - nós somos contadores de histórias. há alguma
in uência do discurso prescritivo.
- 2-argumentativo (persuadir através de raciocinio) i. a responsabilidade relativamente ao objeto
em questão “voc n o pode n o querer esta busca” ii. Incontornabilidade do meio proposto”
“somente o meio que te proponho vai te permitir realiz -la”.
O discurso propagandista nao pode ser denominado de manipulatório porque os dois
intervenientes conhecem os termos do contrato.

O discurso publicitário: um contrato de “semiengodos”


- Desenvolve-se num dispositivo trinagular entre instância publicitária, instância de
concorrência (a outra marca) e a instância “público”.
- A instancia publicitária: tem uma posição de legitimidade na economia de mercado: o direito
de vangloriar as qualidade de um produto em detrimento dos concorrentes. Aqui nasce um
discurso superlativo (o meu é o melhor) - diz à instância recetora como realizar o seu sonho.
- O objeto de fala é duplo: apresenta o objeto ideal como um bene cio absoluto; o bjeto como
o unico meio para realizar o sonho;
- A instância “público” não é atribuido a um “consumidor comprador potencial” - levado a
dever crer que tem uma fala e somente com aquele produto a preencherá - e “consumidor
efetivo da publicidade” - dever apreciar, torna-se conivente com a instância publicitária.
- Contrato do semiengodo - articular com a noção de mitodologias de Roland Barthes

O discurso promocional: um contrato de bene cio social


O discurso promocional visa a prevenir certos agelos, a dissuadir populações de agir de
certa maneira (não mais fumar), a incitar a adotar certos comportamentos.
- A instância promotora tira a legitimidade da suposição de saber e de uma postura de moral
social. Ele nao se apresenta como um benfeitor, mas como conselheiro.
- O objeto de fala apresenta-se como um bene cio comum e coletivo, ao contrário do objeto
publicitário (bem-estar individual)
- A instância “público” não é consumidora mas cidadã: é levada a dever reconhercer-se no
comportamento e a dever querer seguir em nome da solidariedade social.
A falta é algo que precisa de ser corrigido. Na publicidade a falta é considerada a ausência de
algo potencialmente bom.
O discurso politico: da persuasão entre o racional e o emocional
- não se trata de apenas se dirigir a um publico mas é preciso tambem tentar atingir o maior
número de pessoas que compõem.
- Num dominio politico nem tudo pode ser dito.
Da manipulação - procede da visada de incitação a fazer.
- O manipulador nao revela o seu projeto de realização
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- O manipulador tira partido da posição de legitimidade e joga com uma credibilidade que ele
teria adquirido noutra parte.
- A consequência: o manipulado deixa-se persuadir pela falsa aparência sem se dar conta.
Assim a manipulação vem acompanhada de ilusão.
As estrat gias discursivas empregadas para manipular s o sempre as mesmas:
- Narrativas dramáticas
- Discursos de promessa
- Discursos de provocação do afeto
Estas estratégias são acompanhadas de procedimentos formais de simplicifação (slogans) e
repetição (com a ajuda de diversos meios como pan etos, cartazes…).\

Manipulação – conceito armadilha – aceções:


1.Sentido geral – decorre e está associada à “visada” do incitamento a fazer quando o sujeito da
fala não tem autoridade – isto faz parte do jogo de regulação social
2.Sentido particular –procura fazer com que uma opinião se altere através de estratégias que
ocultam o seu plano. Neste caso o manipulado deixa-se persuadir pela falsa aparência. O
in uenciador manipulador esconde o seu plano e o in uenciado manipulado ignora a intenção do
primeiro.

Os avatares do discurso pol tico


O populismo: uma manipulação consentida
- é uma forma soft de manipulação.
- Há temas recorrentes: as instituições politicas perderam a autoridade …
- Existe um individuo carismático, visionário, capaz de romper com o passado e que será o
salvador da sociedade.
- Há uma fomentação de uma crise social.
- Há um roteiro trilógico que consiste em estigmatizar uma situação crise social (normalmente
há uma amalgama de causas) da qual o cidadão é a primeira vitima; dizer qual é a fonte e
anunciar qual a solução e quem pode ser o salvador.
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- A fonte do mal deve ser designada de maneira vaga e global, a m de torn -la ainda mais
inquietante
- A solu o consiste em propor medidas que deveriam reparar o mal existente e, ao mesmo
tempo, construir a imagem daquele que se apresenta como um salvador: um homem forte e
salvador da nação.
- Estas condi es de dramatiza o devem ser consideradas por seu efeito emocional e
n o por seu valor argumentativo.

Isto satisfaz o ritual do sacrif cio coletivo, que tem por efeito provocar uma catarse social atrav s
de um processo de reconcilia o/repara o em torno de uma mesma v tima expiat ria que deve
fazer reviver o homem novo.

A propaganda: imp r uma verdade pela ilus o


Caracteristicas do discurso de manipulação:
1- instancia de propaganda que visa impor uma verdade para in uenciar o comportamento,
através de uma informação mentirosa e apoiando-se numa posição de autoridade de saber
2- Instancia que utiliza os meios de comunicação
3- Intancia “público” que nao tem meios de veri car a veracidade dos discursos e que se
deixa levar pela falsa aparência de verdade.
Há dois tipos de propaganda quando à nalidade:
A propaganda t tica
- Lança intencionalmente uma falsa informação ou denuncia como fala uma informação
para que a audiência julgue os acontecimentos de uma determinada maneira ou que aja numa
determinada direção.
- É pontual e tem como objetivo ter resultados imediatos.
- É diferente da publicidade (esta nao tem desejo de autoridade).
- O discurso de propaganda é uma mistura do discurso publicitário e o promoional, ela
propoe obter um bene cio coletivo (promocional) para servir os interesses especi cos
daqueles que o promovem (publicitário)
A propaganda profetizante - levar as massas a aderirem a um projeto de idealização social ou
humana. É a mais extrema, normalmente esta presente nos regimes totalitários
1 - fala de revelação - a verdade reside na fala
2- este fala promete dias melhores, uma resolução.
3- Deve ter a instância de representante simbolico autorizado como portador desta fala (profeta)
com grande meios de comunicação.
4- a instância do publico é levada a reconhecer-se desejosa de um absoluto.

A complexidade do jogo em raz o do desenvolvimento tecnol gico faz com que n o se


saiba mais muito bem quem s o os comandit rios, os respons veis, os ordenadores destes







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discursos, nem se saiba tamb m os verdadeiros destinat rios, pois para que aja um discurso
manipulador na cena p blica, preciso o consentimento popular

Media e o Populismo -
O Papel da emoção na vida politica: a emoção pode ser um recurso para a vida politica, para o
melhor e para o pior.
Há uma tensão na politica - a necessidade de integrar os cidadão enquanto participantes
construtivos e envolvidos na politica e, por outro lado, a necessidade de controlar as paixões
irracionais e a raiva das pessoas.
O cérebro de um politico é um cérebro emocional. Há uma constante luta pelos seus ideais.
A participação na vida politica deve ser racional mas preenchida e alimentado por paixões e
emoções que vão do amor ao ódio e à raiva,

- Angry populism - O ódio é uma emoção particularmente interessante na politica.


Normalmente é percecionada como uma reação à injustiça. Ainda que inicialmente seja uma
emoção individual, torna-se politica quado é articulada com coletivos que tem um objetivo
comum de combater uma injustiça. - É uma emoção politica e coletivo.
No entanto, Martha Nussbaum refere que o ódio é algo mau. Não é necessário para combater a
injustiça, como tbm é um grande impedimento à generosidade e empatia que permitem a
contrução de um futuro justo.
O ódio que circucla nos media é uma emoção diferente daquela que circula entre individuos (à
qual se refere Nussbaum_)
O ódio mediático é, ao contrário do outro, performativo no sentido em que faz coisas. É
construido pela discurso dos outros e é geralmente coletiva e politica. É construida
discursivamente na medida em que é trabalhada por meio de narrativas e interpretações. É
coletiva uma vez que é baseada na articulação de queixas compartilhadas geralmente para
ns especi cos.
Resumindo: é algo politico, performativo e construtivo, sendo por isso diferente das
emoçoes que sentimos no nosso corpo.

Regime emocional - emoções normativas e rituais o cias, práticas e palavras emoticas que
exprexão cuja expressçao é a bse necessária de qualquer regime politico estável. - o jornalismo
sustenta o regime emocional.

Populismo e o ódio
• Donald Trump
O populismo de ódio (angry populism) é baseado a retórica que expressa de um modo deliberado
e estratégico o ódio. Os media sugerem que o ódio de Trump e daqueles que o suportam é
saliente e relevante para a vida politica.
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Os populistas operam através das emoções muitas das vezes relacionadas com discursos
anti-migratórios, xenófobos, que são extremamente apelativos para grupos que estão revoltados
contra as politicas covencionais.
Putin - ele tem enorme suporte publico uma vez que reforça a distinção entre os russos e todos
os outros.
A estratégia populista de Trump é distinta, uma vez que tem como premissa a construção
discursiva com base em queixas compartilhadas. E a verdade é que a popularidade dele só
tem vindo a aumentar. A estratégia de Trump para fazer a América grande e vitoriosa novamente
está sempre acompanhada de ódio.
Como qualquer outro populista, o sucesso de Trump cresce muito no twitter - os tweets atrairam
muitas pessoas. As redes sociais não so moldam a informação como tambem carregam uma
grande carga emocional
O ódio enquanto estratégia pode ser visto como uma mudança de ship uma vez que, nos ultimo
anos o regime emocioal está normalmente associado à esperança (Barack Obama).

A Inauguração de Obama - o ódio estava bastante distribuido. Foi vista como uma
oportunidade de acabar com a discriminação
A inauguração de Trump - os opositores representavam a maioria do ódio, assim como aqueles
que o apoiavam. Os seus apoiantes estavam com odio do sistema economico e com o
governo - estava foi a razão pela qual votaram nele. Houve uma grande cobertura mediática
relativa ao ódio, as noticias eram sobre ódio como se este tivesse direito proprio. E a raiva
normalmente não era especi cada, uma raiva sem alvo como a de Trump.
O ódio relacionado com Trump nao é especi co. Não tem um alvo E É PRECISAMENTE ai que
se encontra o problema, porque sugere que eles não estao zangados com uma pessoa em
especi co. Eles são pessoas zangadas. O Populismo de Trump funciona precisamente pelo ódio
que expressa.
O ódio é aquilo a que denominam de emotional umbrella, porque cobre uma grande variedade de
queixas.
O ódio de Trump tornou-se uma estrutura dominante para entender a sua presidência e o seu
populismo. Este tipo de discurso abre espaço para a criminalidade contra que estão fora da
esfera, do “we”. Este ódio tem efetivamente um caracter performativo.
A emoção era desvalorizada, agora descobriu-se a sua importãncia nos discursos politicos.
A raiva dos apoiantes de trump, bem como a dos manifestantes contra ele, tende a ter cos e a
ser percebida como legitima e pertinente. Ainda que o ódio seja visto como algo mau, pelos
manifestantes de Trump é vista como positiva e mobilizadora.
Discurso, guerra e terrorismo
Narrativa - tem a capacidade de construir uma realidade sociopolitica que vem da sua
capacidade de organizar experiências e acontecimentos humanos. No fundo, é uam versão da
realidade que é aceite por conveniência e necessidade, em vez de veri cação e logica.
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- Há uma narrativa que vê o Iraque como um episódio da guerra americana contra o terrorismo.
- O Iraque e o al-qaeda foram associados ao terrorismo. Foi criado um paralelismo entre o Al-
Qaeda e Sadam Hussein.
- Foram ligados eventos já ocorridos com eventos futuros e hipotéticos - “Imagine those 19
hijackers with other weapons and other plans. This time armed by Saddam Hussein”
- Bush descreveu a guerra com o Iraque como parte dos esforços dos EUA para combater o
terrorismo.
Táticas de intersubjetividade
- como é que se criam identidades sociais através da linguagem?
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Unidade discursiva - conjunto de enunciações que são agregadas para construir uma narrativa.
Michel Foucault propõe descostruir estas unidades discursivas para perceber os elementos
que estão em falta e nao apenas a versão da historia que tem o poder dominante.
Neste caso, o poder dominante sã os os USA, sendo os “have not” o Iraque e o Afeganistão, que
são prejudicados opor esta narrativa.
- Após o 9/11, a administração de Bush respondeu ao terrorismo com guerra. Tendo os EUA o
poder hegemónico, facilmente a sua narrativa se impos às restantes e, até aos dias de hoje,
continua a ser predominante.
- Na narrativa as diferenças entre o Al-qaeda e o Iraque são colocadas de lado e vistas como
uma aliança inimiga dos EUA.
Pânico moral: foi criado um estigma em relação ao médio oriente/muçulmanos/Iraque que foi
reforçado pelos media ( tambem os media estavam in uenciados pelos eua, desta forma o
enquadramento escolhido favorecia a narrativa americana). Desta forma, ainda nos dias de hoje à
uma associação involuntária e negativa entre o islamismo e o terrorismo - O pânico moral foi
batsante reforçado pelos media.
Poder hegemónico - houve uma manipulação (relembrar discurso propagandista) de Bush, que
manipulou a opinião publica fazendo com que acreditassem que havia, de facto, motivo para
invadir o Iraque. No seu discurso tinha acusações falsas no que toca às arma de destruição
maciça.
-Bush cria uma ideia de “nós”, os EUA, com o poder dominante e que está correto, e os autores
do atentado (Eles) são o grupo que rejeita a hegemonia americna e que onstitui um perigo para
todos.
- Reforça a hegemonia americana (Gramsci) e lança a guerra ao terrorismo - uma campanha
dos EUA em resposta ao 11/09 que tem como principal objetivo combater o terrorismo, tendo
como principal foco os paises do médio oriente, onde se encontram a maioria dos grupo
terroristas extremista que ameaçam a paz social
Conclusão:
- O atentado do 11 de setembro mudou a visão do mundo relativamente ao Médio Oriente e ao
Islamismo
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- A narrativa adotada pelos EUA tinha vários elementos fundamentais em falta.
- A versão da história em falta, se dada a conhecer na altura, poderia ter mudado o contexto pós
guerra
- Criação do pânico moral
- Manipulação presente nos discurso de Bush.
Pânico Moral: Stuart Hall
1. Ética, moral e ordem social
• Moral - conjunto de crenças sobre o bom e o mal; código de conduta defendida numa
dada sociedade ou por um grupo e socialmente aceite - a estruturação moral da ordem
social --> status quo
• Ética - ramo da loso a preocupada em avaliar a conduta humana --> "teoria da moral "

A Emergência do Pânico Moral segundo Stanley Cohen:

O pânico moral constitui uma situação em que um individuo ou grupo de individuos é de nido
como uma ameaça aos valores e interesses de uma sociedade, sendo a situação ampli cada
pelos meios de comunicação. Há, de facto, um acontecimento que motiva mas, é necessário
destacar o processo de construção discursiva que transforma este problema na causa da
perda da ordem moral numa dada sociedade - promove o medo e a ansiedade social em torno
do seu objeto.
Caracteristicas:
- exagero e distor o da realidade gerada pelos meios de comunica o, pelo p blico e pela
pol cia s o, em grande parte, inadequados para a real amea a representada.
- Seus objetos são previsíveis (jovens da classe operária, refugiados, uso indevido de drogas,
violÊncia escolar…)
- Tendem a ser representados enquanto novidade, mas são antigos.
- Prejudica mas tambem funciona como sinal de alarme.

Este a de ni o sintetizada por parte de Machado e Santos (2009a), baseando-se no original. A


de ni o de Stanley Cohen a seguinte: “Uma condi o, epis dio, pessoa ou grupo de pessoas
que emerge para ser de nido como uma amea a aos valores e interesses da sociedade; a sua
natureza apresentada de uma forma estilizada e estereotipada pelos meios de comunica o de
massa; as barricadas morais s o tripuladas por editores, bispos, pol ticos e outras pessoas right-
thinking; expertes socialmente acreditados pronunciam os seus diagn sticos e solu es; formas
de lidar s o evolu das ou (mais frequentemente) recorrem a; a condi o depois desaparece,
submerge ou deteriora-se e torna-se mais vis vel. s vezes o objecto do p nico uma novidade e
outras vezes algo que j existe h algum tempo, mas que aparece de repente no centro das
nossas aten es. s vezes o p nico passa e esquecido, excepto no folklore e na mem ria
colectiva; outras vezes eles tem repercuss es mais graves e de longa dura o e pode produzir
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mudan as, quer nas pol ticas sociais e legais ou mesmo na forma como a sociedade se concebe
a ela pr pria”

MUGGING ENQUANTO PÂNICO MORAL – O CASO DE POLICING THE CRISIS POR STUART
HALL ET AL
- Um projeto coletivo que se centra no mugging (assalto à mão armada) - objeto
- Este termo generalizou-se e a sua de nição foi ampli cada pelan ideologia dominate ao
consolidar a sua hegemonia tendo como baseo discurso de lei.
- Os autores procedem à descontrução de unidades discursivas, remetendo para Foucault,
produzidas em volta de Mugging
- Apercebem-se que as categorias usadas para de nir o objeto, as retóricas, métodos e
estatisticas são imprecisas e visam reforçar o poder hegemónico das classes governativas e
dorminantes, de forma a restabelecer a ordem social defendida por essa classe.
O problemas com as estatisticas:
- Fragmentam a realidade
- Estratégia persuasiva de mobilização da ação social e legal
- Criam ansiedade e pânico moral em torno de um objeto
- Categorias arti cias com vista à mobilização da opinião ´pública e à justi cação de
deliberações legais.
- Podem ser interpretadas de diferentes formas
- Tem consequencias reais
- Imagens contruidas de um fenomeno.
Na perspetiva destes autores, o p nico moral sobre a lei e a ordem s o geralmente
originados em discursos de membros da pol cia e do sistema judici rio, que por sua vez s o
ampli cados pelos meios de comunica o social. Estes n o criam as not cias, tanto quanto
reproduzem e sustentam as interpreta es dominantes delas, e isso, portanto, pode dizer-se que
funciona, conscientemente ou n o, como um instrumento de controle do Esta
Como identi car o discurso de ódio:
- reação o cial relativamente a uma pessoa/grupos e série de eventos que é desproporcional
à real ameaça
- Quando especialistas, na sua posição de autoridade, percebem que a ameaça mas so falam
de estatisticas e soluções
- Quando os media sublinham o aumento dramático e repentino de um problema, bem como a
sua novidade, para lá do que é a realidade.
- Quando tempo há uma reação publica que pede medidas imediatas -> leva ao
consentimento e hegemonia das classes dominantes
- Quando há o reforço de procedimentos legais e judiciais de forma a restitiur a ordem
social (evidentemente, aquela que favorece as classes dominantes)
Consequencias dos discursos promotores de pânico moral:
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-naturalização e normalização de um certo sistema de valores e práticas
- exclusão, devio e estigmatização do outro
Discurso de ódio e literacia mediática
Discurso de ódio - Ou seja, não se faz usando apenas discriminação ou violência, mas também
reavivando pesadelos que [muitas sociedades] viveram no passado. Por isso, cria uma ameaça
conjuntural à paz social, como se de um veneno de ação lenta se tratasse, acumulando-se aqui e
ali, palavra a palavra”,
O discurso de ódio estabelece-se, pois, em relação a grupos sociais política e historicamente
marginalizados e tem um caracter performativo, ou seja, faz que as coisas aconteçam (“dizer é
fazer). O discurso de ódio conduz a emoções e acontecimentos que não tinham uma existência a
priori ao discurso. Para além disso, causa danos, humilha, discrimina e oprime. Tem, por isso, um
caráter destrutivo das relações sociais, reforçando a solidariedade do “nós” e excluindo “o
outro”
A noção de discurso de ódio vão evoluindo a par e passo com a evolução tecnológica e com as
mudanças na sociedade.
Por m, a discussão desenvolve-se também à volta do signi cado e alcance do discurso de
ódio, quando há desacordo em relação a:
- As características que identi ca um individuo/ grupo como alvo
- O grau de importância que se dá ao tom e conteúdo da expressão
- O grau de importância conferido ao dano causado – se efetivamente provoca danos na vítima
ou se incita à violência.
Free speech -
A tese do free speech baseia-se na necessidade de, para assegurar a liberdade de expressão, é
necessário promover “um mercado livre de ideias e argumentos”. Cujo melhor discurso é aquele
que se impoe -> é precisamente aqui que se encontra a oportunidade de defesa do discurso de
ódio. Muitas das vezes, é di cil condenar o discurso de ódio devido à liberdade de expressão.
- A unicas vezes que se pode condenar é quando há uma clara incitação à violência.
Nadine strossen +, na sua obra “Hate, why we should resist it with free speech?”
- O free speech é o valor central das democracias contemporâneas
- É o mais e caz contra o discurso de ódio
- As proibições do discuro de ódio, podem ter um efeito “boomerang” acabndo por estimular a
apetência para teses extremistas.
Desta forma, o free speech divulgando ideias que combatem ou contraim o discurso de ódio, é
mais e caz do que leis que limitem. É necessário um debate de livre ideias, que levará a
população a considerar os argume
Nos de ódio e extremistas, contrários à qualidade de vida e da sociedade.
O que é Literacia Mediática? É a capacidade de aceder, criar, avaliar e compreender as
mensagens dos vários meios de comunicação.
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Os média noticiosos desempenham uma função importante na promoção da literacia mediática.
Em especial, no combate ao discurso de odio, os média são cruciais nesta matéria, devido à sua
responsabilidade moral e social na promoção de igualdade, diversidade e não discriminação.
Diálogo: construir pontes Ubuntu para uma liderança servidora.
Diálogo: é uma particularidade do ser humano. É a abertura de um ser a outro, numa troca de
visões do mundo que nos cultiva o pensamento e nos transforma.
- O diálogo permite ao ser humano criar signi cados entre pessoas, numa tentativa de chegar a
um entendimento, que aproxima ideias e principios.
- Para existir diálogo, é necessário um certo nivel de igualdade, pois se um dos participantes
tiver uma postura dominante não é possivel comunicar, ainda que o diálogo não seja sinónimo
de consenso.
- De acordo com Aristoteles o homem esta condicionado à capacidade de comunicar.
- A trpca de informações transforma-nos
- Só funciona quando não há uma postura defensiva, não permite eliminar diferenças mas criair
um espaço de abertura onde estas possam emergir de forma a chegar a um acordo.
- É necessário ver o outro como “igual”, deixando de lado a ideia de poder ou status.

› Norma de respeito moral universal: devemos respeitar-nos mutua- mente como seres cujo
ponto de vista merecedor de igual consi- dera o.
› Norma de reciprocidade igualit ria: Devemos tratar-nos mutua- mente como seres humanos
concretos e fortalecer a capacidade de expressar este ponto de vista criando, sempre que
poss vel, pr ticas sociais que materializem o ideal discursivo46.
No entanto, não estamos nós a perder a capacidade de comunicar - na televisão os discursos
parecem tudo menos verdadeiros.

- Para que o dialogo aconteça, é necessário acabar com a ideia do “meu”, e centrar-se no
nosso, num ambiente de partilha de signi cados
Quais os bene cios do diálogo?
- facilita as equipas que tomam decisões agindo de modo mais coeso, como um todo
- Ajuda os participantes a centrarem-se em falar e escutar.
- O diálogo é essencial para o sporcessos de mudança. A comunicação aberta prepara as
pessoas para os efeitos positivos e negativos das transformações, aumentam a compreensão
ods outros e o compromisso a mudança e reduzem a confusão e resistÊncia. O acesso a
infromações gera compreensão e con ança
Diálogo socrático: as respostas dos outros têm valor.
- só pode ocorrer num contexto em que as pessoas se expressem livremente.
- O principal objetico deste diálogo é promover autorre exão e pensamento critico. Consiste em
manter o questionamento constante, o que acaba por ajudar as pessoas a eliminar as
a rmações de certezas e obter um entendimento mais profundo de um determinado assunto.
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- Diálogo entre duas ou mais pessoas, em que uma delas orienta através de questões, para a
resoluçao de certas duvidas e con itos.
- As respostas dos outros têm valor
Diferenças entre o diálogo e o debate
- O debate tem como objetivo vencer. Defendemos o nosso ponto de vista e centramo-nos em
responder e convencer, através do recuro ao ataque e à defesa. Há uma constante procura de
aprovação e muitas das vezes a atitude é defensiva e ofensiva. São individualistas, menosprezam
o outro e tem como intenção persuadir
- Nos diálogos não existe esta procura constante em ter razão, mas procurar uma razão
conjunta. Encontrar a razão pelo diálogo. Outro objetivo do diálogo é entender as diferenças.e
julgar só depois de entender a perspetiva do outro. No diálogo procura-se partilhar signi cados
e descobrir novas realidade entre outros e para todos
O diálogo e a mudança social
- Para que ocorra uma mudança social é necessário que ocorra diálogo. O diálogo é uma troca
de ideias, de opiniões entre seres humanos. O diálogo cria um contexto que é necessário para
que questões complexas sejam abordadas. Não deve haver desgualdades pois todos os
participantes tem de ter espaço para falar e respeitar o outro.
- A mudança social e o diálogo dependem um do outro. O diálogo depende da mudança social,
pois apenas a través da igualdade é possivel essa troca de ideias. A mudança social depende
do diálogo pois apenas há espaço para troca de opiniões e pontos de vista, é possivel que
haja mudança.
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