Discurso Dos Media
Discurso Dos Media
Discurso Dos Media
PODER: oportunidade criada pelo individual na relação social para alcançar a sua vontade contra
a resistência de outros - Max Weber
O poder pode ser evidente (exibido na presença do con ito) ou camu ado, para além disso,
pode ainda ser um poder para determinar desejos e crenças.
Poder simbólico - corresponde a um poder invisivel. Que faz ver e crer, con rma ou transforma a
visão do mundo. Existe nos sistemas simbolicos. Há uma relação determinada entre os que
exercem e os que lhe estão sujeitos
Ex: o Ronaldo e a Marca a que está associado.
Campo social - sistemas especi cos de relações objetivas, através de jogos de oposições e
atrações. É, no fundo, o local onde ocorrem as relações de poder. Há um divisão da
sociedade, uma hierarquização. Dentro de cada campo há uma luta pela hegemonia / poder.
Foucault distancia-se da ideia de bordieu cuja sociedade se encontra estruturizada. Ele não
aceita a criação de categorias que determinam as formas de pensamento dominante e de nem
as formas de agir categorizadas.
É um pós-estruturalista :
- não aceita a sociedade categorizada - desconstrução da sociedade e contrução do agir
(importância na ação humana).
- Foucault faz uma análise critica do discurso sobre o objeto. Bordieu faz uma análise do
objeto como se fosse estático.
Arqueologia do saber:
- O autor aborda as regularidades discursivas, unidades do discurso, formações discursivas,
a formação de objetos, modalidades enunciativas, conceitos e estratégias.
- O autor está preocupado com a narrativa histórica - a história tem sido contruida a partir de
unidade continuas e não descontinuas.
- É necessário desconstruir as narrativas históricas, perceber onde é que estas surgiram.
- O problema da narrativa - reproduzir sempre os mesmos conhecimentos. As fontes
escolhidas escolhem as enunciações que irão determinar as unidades discursivas.
- Foucault começa a analisar cada acontecimento para perceber as relações entre experiências
desses mesmos acontecimentos.
Unidades discursivas:
Conjunto de enunciados
Discurso
Formação discursiva
Unidades discursivas:
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- Procura perceber de onde surgem estas unidade e porque nós estamos familiarizados com
elas.
- Propõe um trabalho negativo - descontruir e fazer uma análise das unidades que constroem e
dão sentido ao mundo.
- Entender a razão das continuidades discursivas e narrativas de uma história hegemónica ( que
favorece os interesses da classe dominante).
- Desmontar os pilares que levam a uma versão (dominante e hegemónica) dos factos e
acontecimento.
Dessa forma é necessário questionar:
Noção de tradição - temporalidade
- de ne um começo
- Procura das uma temporalidade singular a um conjunto de fenómenos-
Noção de in uência - causalidade
Noção de desenvolvimento e evolução - nós contruimos as narrativas com a ideia que
caminhamos para o progresso. Como se aquilo que vem, é algo sempre melhor.
Noção de mentalidade e de espirito - na época pensava-se de certo modo. •Permite
estabelecer um conjunto de sentidos e relações simbólicas entre os fenómenos sucessivos de
uma época em especí co.
Hegemonia de gramsci
Antonio Gramsci - lósofo politico. Filho de uma família numerosa que empobreceu e, por isso,
ve-se obrigado a trabalhar e a emigrar. Esteve na origem do comunismo italiano. In uências:
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Marx, hegel, Lenin, Maquiavel.
Conceitos chave e o seu legado para a análise critica do discurso: coerção e consenso
Hegemonia - forma e processos mediante os quais uma determinada classe da sociedade
(na altura a burguesia) se mantém no poder, fazendo com que as classes se mantenham
subordinadas. É a imposição das ideas de uma classe, na outra.
Hegemonia integral - não há contestação entre as classes. Há uma hegemonia consentida.
Esta é orgânica, isto é, feita através de ensinamentos. Resulta de um consentimento
incondicional entre as massas e o poder hegemónico e apenas existe num contexto no qual o
poder dominanre representa os melhores interesses de todos os grupos sociais.
Hegemonia decadente - a classe dominante perdeu o seu poder e credibilidade na
sociedade. Vindo a decair pela perda de poder. Num constexto em que o estado deixou de
representar os interesses da maioria da população.
Hegemonia Mínima - um processo de incorporação. Há uma negociação e articulação das
hegemonias dominantes porque nao há forma de controlar os grupos subordinados. Há uma
ilusão de direitos concedidos à classe dominada de forma a que a classe dominadora
permaneça no poder.
Ex Sufragistas - foram-ler concedidos direitos mas os homens permaneciam no poder.
Ex: Skinhead - subculturas que zeram uma afronta ao poder dominante do governo de Tatcher -
o governo teve que arranjar mecanismos para prever o que eles precisam.
Ele procura perceber como o poder se mantém (muitas vezes sem coerção) e perceber como os
subordinados não conseguem reverter a hegemonia.
Intelectual - todas as pessoas podem ser intelectuais e racionais, mas nem todos desempenham
a função intelectual
Os intelectuais em Gramsci tem o papel fundamental de dar uma direção “espontânea” às
classes dominadas.
Tradicional - é um intelectual que se desprende da classe dominante, para unir-se a ela mais
intimamente. Segue por um grupo social e que expressa os interesses particulares
compartilhados pelos seus membros. Acredita estar desvinculado das classes sociais. -
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FILÓSOFOS
Orgânicos- está ligado a uma classe social e é o porta-voz dessa classe (Especialista,
organizador e homogeneizador). Além disso, o domínio é representado através do estado.
Se para Marx o conceito central para pensar a dominação social é a ideologia, em Gramsci este
conceito é a hegemonia.
A hegemonia entendida por Gramsci como uma das dimens es da domina o de um grupo
social (e das fra es do mesmo) sobre outros grupos e classes, supremacia que se manifesta
de duas maneiras: como ‘‘dom nio’’ e como ‘‘dire o intelectual e moral’’.
• Exemplo do camponês que vai à cidade e acaba por se adaptar ao modo de falar da cidade -
Gamatica normantiva
Análise do discurso -
• A Linguagem deve ser estudada numa perspetiva sincronica - em relação com o contexto
onde esta inserido
Os novos media não vêm fazer mais do que reutilizar os média anteriores, cumprindo com os
objetivos de imediatismo transparente, por via da hipermediação e remediação através de
tecnologias cada vez mais so sticadas:
Remediação:
- A lógica do Imediatismo transparente tem de nido a linguagem dos novos média porquanto
estes têm procurado replicar e criar a ilusão da realidade no espaço, tempo e na imaginação
por hipermediação;
- A Hipermediação traduz-se pelo estilo visual de justaposição de fragmentos mediáticos
heterogéneos, articulados numa rede e em multicamadas que conferem a sensação de uma
multiplicidade de janelas mediáticas. A imagem por excelência dessas hipermediações é a do
desktop, e a lógica dessa operação é a interactividade e a combinação de textos de vária
ordem.
- Por m o processo de remediação diz respeito à forma como os novos media reutilizam e
representam os anteriores. A remediação constituiu um traço fundamental da era digital.
Roland Barthes
A teoria barthesiana sobre a retórica da imagem.
Modalidades discursivas: estruturas e funções sociais utilizadas como forma de linguagem.
Podemos estar a falar de discurso falado, expressão facial, postura, discurso escrito, imagem,
cor, linguagem gestual, entoação, sentidos e perceção…
•As modalidades discursivas tendem a sobrepor-se e a complexi car-se à medida que o
processo de mediatização e se vai intensi cando. Em contrapartida os tipos de texto vão
assumindo uma crescente autonomia e especi cidade à medida que a mediatização se
vulgariza.
Sistema de linguagem:
Para Barthes, a imagem revela imediatamente uma primeira mensagem, cuja substância é
linguistica: são legendas e etiquetas inseridas no natural da cena. Seguindo-se de uma
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mensagem linguistica, há uma mensagem de natureza icónica, o que caracteriza o
entendimento da denotação. Já a terceira mensagem seria simbólica, trabalhando o campo da
conotação
Isto satisfaz o ritual do sacrif cio coletivo, que tem por efeito provocar uma catarse social atrav s
de um processo de reconcilia o/repara o em torno de uma mesma v tima expiat ria que deve
fazer reviver o homem novo.
Media e o Populismo -
O Papel da emoção na vida politica: a emoção pode ser um recurso para a vida politica, para o
melhor e para o pior.
Há uma tensão na politica - a necessidade de integrar os cidadão enquanto participantes
construtivos e envolvidos na politica e, por outro lado, a necessidade de controlar as paixões
irracionais e a raiva das pessoas.
O cérebro de um politico é um cérebro emocional. Há uma constante luta pelos seus ideais.
A participação na vida politica deve ser racional mas preenchida e alimentado por paixões e
emoções que vão do amor ao ódio e à raiva,
Regime emocional - emoções normativas e rituais o cias, práticas e palavras emoticas que
exprexão cuja expressçao é a bse necessária de qualquer regime politico estável. - o jornalismo
sustenta o regime emocional.
Populismo e o ódio
• Donald Trump
O populismo de ódio (angry populism) é baseado a retórica que expressa de um modo deliberado
e estratégico o ódio. Os media sugerem que o ódio de Trump e daqueles que o suportam é
saliente e relevante para a vida politica.
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Os populistas operam através das emoções muitas das vezes relacionadas com discursos
anti-migratórios, xenófobos, que são extremamente apelativos para grupos que estão revoltados
contra as politicas covencionais.
Putin - ele tem enorme suporte publico uma vez que reforça a distinção entre os russos e todos
os outros.
A estratégia populista de Trump é distinta, uma vez que tem como premissa a construção
discursiva com base em queixas compartilhadas. E a verdade é que a popularidade dele só
tem vindo a aumentar. A estratégia de Trump para fazer a América grande e vitoriosa novamente
está sempre acompanhada de ódio.
Como qualquer outro populista, o sucesso de Trump cresce muito no twitter - os tweets atrairam
muitas pessoas. As redes sociais não so moldam a informação como tambem carregam uma
grande carga emocional
O ódio enquanto estratégia pode ser visto como uma mudança de ship uma vez que, nos ultimo
anos o regime emocioal está normalmente associado à esperança (Barack Obama).
A Inauguração de Obama - o ódio estava bastante distribuido. Foi vista como uma
oportunidade de acabar com a discriminação
A inauguração de Trump - os opositores representavam a maioria do ódio, assim como aqueles
que o apoiavam. Os seus apoiantes estavam com odio do sistema economico e com o
governo - estava foi a razão pela qual votaram nele. Houve uma grande cobertura mediática
relativa ao ódio, as noticias eram sobre ódio como se este tivesse direito proprio. E a raiva
normalmente não era especi cada, uma raiva sem alvo como a de Trump.
O ódio relacionado com Trump nao é especi co. Não tem um alvo E É PRECISAMENTE ai que
se encontra o problema, porque sugere que eles não estao zangados com uma pessoa em
especi co. Eles são pessoas zangadas. O Populismo de Trump funciona precisamente pelo ódio
que expressa.
O ódio é aquilo a que denominam de emotional umbrella, porque cobre uma grande variedade de
queixas.
O ódio de Trump tornou-se uma estrutura dominante para entender a sua presidência e o seu
populismo. Este tipo de discurso abre espaço para a criminalidade contra que estão fora da
esfera, do “we”. Este ódio tem efetivamente um caracter performativo.
A emoção era desvalorizada, agora descobriu-se a sua importãncia nos discursos politicos.
A raiva dos apoiantes de trump, bem como a dos manifestantes contra ele, tende a ter cos e a
ser percebida como legitima e pertinente. Ainda que o ódio seja visto como algo mau, pelos
manifestantes de Trump é vista como positiva e mobilizadora.
Discurso, guerra e terrorismo
Narrativa - tem a capacidade de construir uma realidade sociopolitica que vem da sua
capacidade de organizar experiências e acontecimentos humanos. No fundo, é uam versão da
realidade que é aceite por conveniência e necessidade, em vez de veri cação e logica.
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- Há uma narrativa que vê o Iraque como um episódio da guerra americana contra o terrorismo.
- O Iraque e o al-qaeda foram associados ao terrorismo. Foi criado um paralelismo entre o Al-
Qaeda e Sadam Hussein.
- Foram ligados eventos já ocorridos com eventos futuros e hipotéticos - “Imagine those 19
hijackers with other weapons and other plans. This time armed by Saddam Hussein”
- Bush descreveu a guerra com o Iraque como parte dos esforços dos EUA para combater o
terrorismo.
Táticas de intersubjetividade
- como é que se criam identidades sociais através da linguagem?
-
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Unidade discursiva - conjunto de enunciações que são agregadas para construir uma narrativa.
Michel Foucault propõe descostruir estas unidades discursivas para perceber os elementos
que estão em falta e nao apenas a versão da historia que tem o poder dominante.
Neste caso, o poder dominante sã os os USA, sendo os “have not” o Iraque e o Afeganistão, que
são prejudicados opor esta narrativa.
- Após o 9/11, a administração de Bush respondeu ao terrorismo com guerra. Tendo os EUA o
poder hegemónico, facilmente a sua narrativa se impos às restantes e, até aos dias de hoje,
continua a ser predominante.
- Na narrativa as diferenças entre o Al-qaeda e o Iraque são colocadas de lado e vistas como
uma aliança inimiga dos EUA.
Pânico moral: foi criado um estigma em relação ao médio oriente/muçulmanos/Iraque que foi
reforçado pelos media ( tambem os media estavam in uenciados pelos eua, desta forma o
enquadramento escolhido favorecia a narrativa americana). Desta forma, ainda nos dias de hoje à
uma associação involuntária e negativa entre o islamismo e o terrorismo - O pânico moral foi
batsante reforçado pelos media.
Poder hegemónico - houve uma manipulação (relembrar discurso propagandista) de Bush, que
manipulou a opinião publica fazendo com que acreditassem que havia, de facto, motivo para
invadir o Iraque. No seu discurso tinha acusações falsas no que toca às arma de destruição
maciça.
-Bush cria uma ideia de “nós”, os EUA, com o poder dominante e que está correto, e os autores
do atentado (Eles) são o grupo que rejeita a hegemonia americna e que onstitui um perigo para
todos.
- Reforça a hegemonia americana (Gramsci) e lança a guerra ao terrorismo - uma campanha
dos EUA em resposta ao 11/09 que tem como principal objetivo combater o terrorismo, tendo
como principal foco os paises do médio oriente, onde se encontram a maioria dos grupo
terroristas extremista que ameaçam a paz social
Conclusão:
- O atentado do 11 de setembro mudou a visão do mundo relativamente ao Médio Oriente e ao
Islamismo
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- A narrativa adotada pelos EUA tinha vários elementos fundamentais em falta.
- A versão da história em falta, se dada a conhecer na altura, poderia ter mudado o contexto pós
guerra
- Criação do pânico moral
- Manipulação presente nos discurso de Bush.
Pânico Moral: Stuart Hall
1. Ética, moral e ordem social
• Moral - conjunto de crenças sobre o bom e o mal; código de conduta defendida numa
dada sociedade ou por um grupo e socialmente aceite - a estruturação moral da ordem
social --> status quo
• Ética - ramo da loso a preocupada em avaliar a conduta humana --> "teoria da moral "
O pânico moral constitui uma situação em que um individuo ou grupo de individuos é de nido
como uma ameaça aos valores e interesses de uma sociedade, sendo a situação ampli cada
pelos meios de comunicação. Há, de facto, um acontecimento que motiva mas, é necessário
destacar o processo de construção discursiva que transforma este problema na causa da
perda da ordem moral numa dada sociedade - promove o medo e a ansiedade social em torno
do seu objeto.
Caracteristicas:
- exagero e distor o da realidade gerada pelos meios de comunica o, pelo p blico e pela
pol cia s o, em grande parte, inadequados para a real amea a representada.
- Seus objetos são previsíveis (jovens da classe operária, refugiados, uso indevido de drogas,
violÊncia escolar…)
- Tendem a ser representados enquanto novidade, mas são antigos.
- Prejudica mas tambem funciona como sinal de alarme.
MUGGING ENQUANTO PÂNICO MORAL – O CASO DE POLICING THE CRISIS POR STUART
HALL ET AL
- Um projeto coletivo que se centra no mugging (assalto à mão armada) - objeto
- Este termo generalizou-se e a sua de nição foi ampli cada pelan ideologia dominate ao
consolidar a sua hegemonia tendo como baseo discurso de lei.
- Os autores procedem à descontrução de unidades discursivas, remetendo para Foucault,
produzidas em volta de Mugging
- Apercebem-se que as categorias usadas para de nir o objeto, as retóricas, métodos e
estatisticas são imprecisas e visam reforçar o poder hegemónico das classes governativas e
dorminantes, de forma a restabelecer a ordem social defendida por essa classe.
O problemas com as estatisticas:
- Fragmentam a realidade
- Estratégia persuasiva de mobilização da ação social e legal
- Criam ansiedade e pânico moral em torno de um objeto
- Categorias arti cias com vista à mobilização da opinião ´pública e à justi cação de
deliberações legais.
- Podem ser interpretadas de diferentes formas
- Tem consequencias reais
- Imagens contruidas de um fenomeno.
Na perspetiva destes autores, o p nico moral sobre a lei e a ordem s o geralmente
originados em discursos de membros da pol cia e do sistema judici rio, que por sua vez s o
ampli cados pelos meios de comunica o social. Estes n o criam as not cias, tanto quanto
reproduzem e sustentam as interpreta es dominantes delas, e isso, portanto, pode dizer-se que
funciona, conscientemente ou n o, como um instrumento de controle do Esta
Como identi car o discurso de ódio:
- reação o cial relativamente a uma pessoa/grupos e série de eventos que é desproporcional
à real ameaça
- Quando especialistas, na sua posição de autoridade, percebem que a ameaça mas so falam
de estatisticas e soluções
- Quando os media sublinham o aumento dramático e repentino de um problema, bem como a
sua novidade, para lá do que é a realidade.
- Quando tempo há uma reação publica que pede medidas imediatas -> leva ao
consentimento e hegemonia das classes dominantes
- Quando há o reforço de procedimentos legais e judiciais de forma a restitiur a ordem
social (evidentemente, aquela que favorece as classes dominantes)
Consequencias dos discursos promotores de pânico moral:
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-naturalização e normalização de um certo sistema de valores e práticas
- exclusão, devio e estigmatização do outro
Discurso de ódio e literacia mediática
Discurso de ódio - Ou seja, não se faz usando apenas discriminação ou violência, mas também
reavivando pesadelos que [muitas sociedades] viveram no passado. Por isso, cria uma ameaça
conjuntural à paz social, como se de um veneno de ação lenta se tratasse, acumulando-se aqui e
ali, palavra a palavra”,
O discurso de ódio estabelece-se, pois, em relação a grupos sociais política e historicamente
marginalizados e tem um caracter performativo, ou seja, faz que as coisas aconteçam (“dizer é
fazer). O discurso de ódio conduz a emoções e acontecimentos que não tinham uma existência a
priori ao discurso. Para além disso, causa danos, humilha, discrimina e oprime. Tem, por isso, um
caráter destrutivo das relações sociais, reforçando a solidariedade do “nós” e excluindo “o
outro”
A noção de discurso de ódio vão evoluindo a par e passo com a evolução tecnológica e com as
mudanças na sociedade.
Por m, a discussão desenvolve-se também à volta do signi cado e alcance do discurso de
ódio, quando há desacordo em relação a:
- As características que identi ca um individuo/ grupo como alvo
- O grau de importância que se dá ao tom e conteúdo da expressão
- O grau de importância conferido ao dano causado – se efetivamente provoca danos na vítima
ou se incita à violência.
Free speech -
A tese do free speech baseia-se na necessidade de, para assegurar a liberdade de expressão, é
necessário promover “um mercado livre de ideias e argumentos”. Cujo melhor discurso é aquele
que se impoe -> é precisamente aqui que se encontra a oportunidade de defesa do discurso de
ódio. Muitas das vezes, é di cil condenar o discurso de ódio devido à liberdade de expressão.
- A unicas vezes que se pode condenar é quando há uma clara incitação à violência.
Nadine strossen +, na sua obra “Hate, why we should resist it with free speech?”
- O free speech é o valor central das democracias contemporâneas
- É o mais e caz contra o discurso de ódio
- As proibições do discuro de ódio, podem ter um efeito “boomerang” acabndo por estimular a
apetência para teses extremistas.
Desta forma, o free speech divulgando ideias que combatem ou contraim o discurso de ódio, é
mais e caz do que leis que limitem. É necessário um debate de livre ideias, que levará a
população a considerar os argume
Nos de ódio e extremistas, contrários à qualidade de vida e da sociedade.
O que é Literacia Mediática? É a capacidade de aceder, criar, avaliar e compreender as
mensagens dos vários meios de comunicação.
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Os média noticiosos desempenham uma função importante na promoção da literacia mediática.
Em especial, no combate ao discurso de odio, os média são cruciais nesta matéria, devido à sua
responsabilidade moral e social na promoção de igualdade, diversidade e não discriminação.
Diálogo: construir pontes Ubuntu para uma liderança servidora.
Diálogo: é uma particularidade do ser humano. É a abertura de um ser a outro, numa troca de
visões do mundo que nos cultiva o pensamento e nos transforma.
- O diálogo permite ao ser humano criar signi cados entre pessoas, numa tentativa de chegar a
um entendimento, que aproxima ideias e principios.
- Para existir diálogo, é necessário um certo nivel de igualdade, pois se um dos participantes
tiver uma postura dominante não é possivel comunicar, ainda que o diálogo não seja sinónimo
de consenso.
- De acordo com Aristoteles o homem esta condicionado à capacidade de comunicar.
- A trpca de informações transforma-nos
- Só funciona quando não há uma postura defensiva, não permite eliminar diferenças mas criair
um espaço de abertura onde estas possam emergir de forma a chegar a um acordo.
- É necessário ver o outro como “igual”, deixando de lado a ideia de poder ou status.
› Norma de respeito moral universal: devemos respeitar-nos mutua- mente como seres cujo
ponto de vista merecedor de igual consi- dera o.
› Norma de reciprocidade igualit ria: Devemos tratar-nos mutua- mente como seres humanos
concretos e fortalecer a capacidade de expressar este ponto de vista criando, sempre que
poss vel, pr ticas sociais que materializem o ideal discursivo46.
No entanto, não estamos nós a perder a capacidade de comunicar - na televisão os discursos
parecem tudo menos verdadeiros.
- Para que o dialogo aconteça, é necessário acabar com a ideia do “meu”, e centrar-se no
nosso, num ambiente de partilha de signi cados
Quais os bene cios do diálogo?
- facilita as equipas que tomam decisões agindo de modo mais coeso, como um todo
- Ajuda os participantes a centrarem-se em falar e escutar.
- O diálogo é essencial para o sporcessos de mudança. A comunicação aberta prepara as
pessoas para os efeitos positivos e negativos das transformações, aumentam a compreensão
ods outros e o compromisso a mudança e reduzem a confusão e resistÊncia. O acesso a
infromações gera compreensão e con ança
Diálogo socrático: as respostas dos outros têm valor.
- só pode ocorrer num contexto em que as pessoas se expressem livremente.
- O principal objetico deste diálogo é promover autorre exão e pensamento critico. Consiste em
manter o questionamento constante, o que acaba por ajudar as pessoas a eliminar as
a rmações de certezas e obter um entendimento mais profundo de um determinado assunto.
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- Diálogo entre duas ou mais pessoas, em que uma delas orienta através de questões, para a
resoluçao de certas duvidas e con itos.
- As respostas dos outros têm valor
Diferenças entre o diálogo e o debate
- O debate tem como objetivo vencer. Defendemos o nosso ponto de vista e centramo-nos em
responder e convencer, através do recuro ao ataque e à defesa. Há uma constante procura de
aprovação e muitas das vezes a atitude é defensiva e ofensiva. São individualistas, menosprezam
o outro e tem como intenção persuadir
- Nos diálogos não existe esta procura constante em ter razão, mas procurar uma razão
conjunta. Encontrar a razão pelo diálogo. Outro objetivo do diálogo é entender as diferenças.e
julgar só depois de entender a perspetiva do outro. No diálogo procura-se partilhar signi cados
e descobrir novas realidade entre outros e para todos
O diálogo e a mudança social
- Para que ocorra uma mudança social é necessário que ocorra diálogo. O diálogo é uma troca
de ideias, de opiniões entre seres humanos. O diálogo cria um contexto que é necessário para
que questões complexas sejam abordadas. Não deve haver desgualdades pois todos os
participantes tem de ter espaço para falar e respeitar o outro.
- A mudança social e o diálogo dependem um do outro. O diálogo depende da mudança social,
pois apenas a través da igualdade é possivel essa troca de ideias. A mudança social depende
do diálogo pois apenas há espaço para troca de opiniões e pontos de vista, é possivel que
haja mudança.
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