Poder Simbólico
Poder Simbólico
Poder Simbólico
PEDAGOGIA ANOS INICIAIS: CRIANAS, JOVENS E ADULTOS. COMPONETE CURRICULAR: SOCIOLOGIA II PROFESSOR: JORGE MOLINA ACADMICO: JOSIEL DA ROSA MOURA
SOBRE O PODER SIMBLICO Referncia bibliogrfica: (Bordieu, Pierre o poder simblico rio de janeiro: Bertrand Brasil 2002).
Tempos Sombrios Realmente, vivemos tempos sombrios! A inocncia loucura. Uma fronte sem rugas denota insensibilidade. Aquele que ri ainda no recebeu a terrvel notcia que est para chegar. Que tempos so estes, em que quase um delito falar de coisas inocentes, pois implica em silenciar sobre tantos horrores.
(Bertolt Brecht)
CIDREIRA 2008
A teoria marxista apresenta os poderes simblicos como ideologias, liga os sistemas simblicos ao poder mas negligencia sua funo cognocitiva e sua estrutura lgica.
ou legitimao da dominao), contribuindo para assegurar a dominao de uma classe sobre outra. As classes lutam para imporem definio do mundo social conforme seus interesses conduzem essa luta, diretamente, nos conflitos simblicos. O campo da produo simblica um microcosmo da luta simblica entre as classes: ao servirem os seus interesses na luta interna do campo de produo que os produtores servem os interesses dos grupos exteriores ao campo de produo (2002 p.12). Os poderes simblicos distinguem-se conforme seu campo de produo e circulao que so autnomos: como exemplo desse fenmeno a transformao histrica do mito em religio (2002 p, 12). As ideologias tm suas estruturas determinadas pelo seu campo de produo social e pelo seu campo de circulao, e a respeito disto nos afirma Bordieu:
As funes que elas cumprem, em primeiro lugar, para especialistas em concorrncia pelo monoplio da competncia considerada (religiosa, artstica, etc.) e em segundo lugar e por acrscimo, para no-especialistas. Ter presente que as ideologias so sempre determinadas que elas devem as suas caractersticas mais especificas no s aos interesses de classes ou das fraes de classe que elas exprimem, mas tambm aos interesses daqueles que as produzem e a lgica especifica do campo de produo.1
A funo ideolgica do campo da produo realiza-se automaticamente na base da homologia de estrutura entre produo ideolgica/luta de classe. A homologia entre esses dois campos faz com que se produzam automaticamente formas indiretas de lutas econmicas e polticas entre as classes: na correspondncia de estrutura a estrutura que se realiza a funo propriamente ideolgica de discurso dominante, que tende a impor a ordem estabelecida como natural por meio de uma imposio mascarada de sistemas de classificao e de estruturas mentais, objetivamente ajustadas s estruturas sociais (cada sistema simblico se corresponde ao sistema da sociedade de classe). A correspondncia se efetua de sistema a sistema tornando imperceptvel para quem produz como para quem consome os smbolos. Tambm h uma correspondncia do sistema de classe e o poder simblico. As estruturas dos diversos poderes simblicos espelham-se na sociedade de classe, ou seja, h uma correspondncia de contedos, mas no de estruturas. O poder simblico (subordinado) uma forma transformada irreconhecvel, transfigurada, e legitimada, das outras formas de poder: s pode passar para alm das alternativas dos modelos energticos que descrevem as relaes sociais como relaes de fora e dos modelos cibernticas que fazem delas relaes de comunicao, na
Para Bordieu, no basta reduzir as relaes de fora a relaes de comunicao, no basta notar que as relaes de comunicao so, de modo inseparvel, sempre, relaes de poder que dependem, na sua forma e no seu contedo, do poder simblico acumulado pelos agentes, e que podem em suas relaes acumular poder simblico.
1
Bordieu, P. 2002 p 13
condio de se descreverem as leis de transformao que regem a transmutao das diferentes espcies de capital em capital simblico e, em especial, e o trabalho de dissimulao e de transfigurao (2002 p15). Desta forma fazendo dissimular ss relaes de fora, de poder, fazendo ignorar-reconhecer a violncia simblica e transformando o poder simblico em algo capaz de produzir no seio da sociedade efeitos reais, que so vividos pelos indivduos, e estes se tornam marionetes, pois, no percebem o poder invisvel que esta em uma espcie de crculo onde o centro esta em toda parte e em lugar nenhum.