TCC - Gloria Leite de Almeida Mosqueira

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

CENTRO DE CIÊNCIAS POLÍTICAS E JURÍDICAS

ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO

A EVOLUÇÃO DA ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA NO BRASIL

Glória Leite de Almeida Mosqueira

Orientador

JOSÉ CARLOS BUZANELLO

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL

DEZEMBRO DE 2020
Glória Leite de Almeida Mosqueira

A EVOLUÇÃO DA ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA NO BRASIL

Monografia apresentada à Escola de Administração da


Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
(UNIRIO) para obtenção do título de Bacharel em
Administração Pública.

Orientador

Prof. Dr. José Carlos Buzanello

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL

DEZEMBRO 2020
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Catalogação informatizada pelo autor

A Ficha catalográfica deve ser obtida em

http://www.unirio.br/bibliotecacentral/fichas-catalograficas

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A EVOLUÇÃO DA ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA NO BRASIL

Glória Leite de Almeida Mosqueira

Monografia apresentada à Escola de Administração da


Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
(UNIRIO) para obtenção do título de Bacharel em
Administração Pública.

Aprovado por:

__________________________________________________

PROF. DR. JOSÉ CARLOS BUZANELLO (UNIRIO)

__________________________________________________

PROF. DR. MARCELO MOTTA VEIGA (UNIRIO)

__________________________________________________

PROF. DR. RICARDO LUIZ SICHEL (UNIRIO)

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL.

DEZEMBRO DE 2020
4
Agradecimentos

Agradeço à minha família pelo apoio e incentivo durante todo o período do curso,
especialmente aos meus filhos: Pedro Augusto, Eduardo e Mateus que em vários
momentos contribuíram, para que eu pudesse superar os desafios que me foram
apresentados ao longo da jornada acadêmica. Agradeço a Deus pela benção de poder
concluir o curso nesta Universidade.

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RESUMO

A sensibilização global com relação à preservação do meio ambiente impulsionou a


pesquisa e desenvolvimento de alternativas de produção de energia geradas sem grandes
impactos ao meio ambiente, dentro do conceito de sustentabilidade. Dentre elas destaca-
se a Energia Solar Fotovoltaica, tema deste trabalho que abordará os aspectos de sua
evolução no Brasil, destacando o potencial de geração brasileiro e as contribuições que a
fonte solar pode trazer para o desenvolvimento sustentável, democratização da energia,
crescimento econômico e, a longo prazo, possibilitar que o país alcance a eficiência
energética, através da implementação de políticas públicas que estimulem o crescimento
das fontes renováveis e de uma regulação dinâmica que acompanhe as mudanças
tecnológicas e inovadoras do setor de energia.

Palavras-chave: Energia solar, meio ambiente, política pública, sustentabilidade.

6
ABSTRACT

Global awareness regarding the preservation of the environment has boosted the research
and development of alternative energies production without any major impacts on the
environment within the concept of sustainability. Among them, Solar Photovoltaic
Energy stands out as the theme of this work that will address aspects of its evolution in
Brazil, highlighting the Brazilian generation potential and the contributions that the solar
energy can bring to sustainable development, democratization of energy, economic
growth and in the long run enable the country to achieve energy efficiency through the
implementation of public policies that encourage the growth of renewable sources and
more dynamic regulations that accompanies technological and innovative changes in the
energy sector.

Keywords: Solar energy; environment; public policy, sustainability.

7
Sumário

1 Introdução ..........................................................................................................................12
1.1 Objetivos ....................................................................................................................13
1.2 Organização ................................................................................................................13
2 Revisão de Literatura..........................................................................................................14
2.1 Energia Solar Fotovoltaica ..........................................................................................14
2.2 Panorama Mundial da Energia Fotovoltaica ...............................................................16
2.3 A Energia Solar Fotovoltaica no Brasil ........................................................................19
2.4 O Crescimento da Geração Distribuída .......................................................................22
2.5 Potencial Solar do Brasil .............................................................................................24
2.6 Energia Fotovoltaica como fator de desenvolvimento ...............................................26
2.7 Energia Solar como fator de inclusão e bem-estar social ...........................................28
2.8 A Energia Solar na composição da matriz energética do Brasil para o cumprimento das
Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC) ..............................................................30
2.9 Regulação e Incentivos Governamentais ....................................................................31
2.10 Impacto Ambiental da Energia Solar ..........................................................................34
2.11 Descarte de Painéis Solares ........................................................................................35
2.12 Política Nacional dos Residuos Sólidos (PNRS) ...........................................................37
3 Metodologia .......................................................................................................................40
4 Resultados e Discussão.......................................................................................................41
5 Conclusão ...........................................................................................................................42
Referências Bibliográficas ..........................................................................................................43

8
Figuras

Figura 1: Histórico dos preços de células de silício (Em US$/W). Fonte: Bloomberg NEF
2014 ................................................................................................................................ 15

Figura 2: Capacidade Solar Fotovoltaica Global e adições anuais - 2008 a 2018. Fonte:
REN21 - 2019. ................................................................................................................ 17

Figura 3: BEN 2019 | Micro e Minigeração Distribuídas. Fonte: Balanço Energético


Nacional – EPE 2019...................................................................................................... 20

Figura 4: Evolução da potência instalada - micro e minigeração. Fonte: ANEEL - 2018.


........................................................................................................................................ 22

Figura 5: Geração Distribuída Fotovoltaica (Quantidade de sistemas conectados entre


2008 e 2020). Fonte: ANEEL - Planilha de dados: SISGD............................................ 24

Figura 6: Brasil: incidência solar média diária (Em kWh/m²). Fonte: CPTEC e Inpe, 2016.
........................................................................................................................................ 25

Figura 7: Total Diário da Irradiação Solar no Plano Inclinado - Média Anual. Fonte:
Pereira, 23/10/2019 - LABREN (adaptado). .................................................................. 26

Figura 8: Total de projetos de energia solar contratados em leilões alcança 4,4 GW. Fonte:
Greener, 2019. ................................................................................................................ 27

Figura 9: Geração de empregos por MW instalado para diversas fontes e tecnologias.


Fonte: Simas, M. S. IEE - USP, 2012............................................................................. 28

Figura 10. Fonte: Ministério do Meio Ambiente - 2016. ............................................... 31

Figura 11: Diagrama de fluxo de processo das fases do ciclo de vida para painéis
fotovoltaicos e oportunidades resultantes para redução, reutilização ou reciclagem. Fonte:
IRENA (2016). ............................................................................................................... 36

Figura 12: Responsabilidade Compartilhada pelo Ciclo de Vida dos Produtos. Fonte:
PNRS. ............................................................................................................................. 38

9
Tabelas

Tabela 1: Geração Elétrica por fonte no Brasil (GWh). ................................................. 23

10
Quadros

Quadro 1: Descrição dos principais mecanismos utilizados para incentivar a geração


fotovoltaica ..................................................................................................................... 18

11
1 Introdução

Para atender à crescente demanda global de energia (aumento de 2,3% em 2018 - IEA,
2019) e combater as mudanças climáticas, a tendência mundial é investir em fontes
renováveis visando a eficiência energética. A principal fonte de energia elétrica gerada
no mundo é a decorrente da queima de combustíveis fósseis que libera o CO2, gás
poluente e grande responsável pelo efeito estufa. A demanda mundial pela utilização de
fontes renováveis de energia pouco ou não poluentes, se deve à escassez do petróleo
(matriz não renovável e finita) e às mudanças climáticas ocasionadas pelo uso dos
recursos fósseis em grande escala.

A determinação global em mitigar os efeitos danosos provocados pelo homem ao meio


ambiente impulsionou os países a investirem em pesquisa e desenvolvimento de
alternativas de produção de energia sustentável, ou seja, renováveis e geradas sem
grandes impactos ao meio ambiente. Portanto, um esforço mundial está em curso para
alinhar tecnologia e sustentabilidade, pois uma crise climática poderia paralisar a
economia mundial, impactando profundamente o ambiente social, a exemplo da crise
sanitária da pandemia COVID-19 e suas consequências para a economia global. Nesse
sentido, o diretor geral da IRENA afirma:

"Nunca a importância de tal impulso foi mais clara do que neste momento importante.
Mesmo enquanto o mundo ainda está lidando com a pandemia da Covid-19, a humanidade recebe
lembretes quase diários do que nos espera se deixarmos de lidar com as crescentes perturbações
climáticas”.

Francesco La Camera-Diretor geral da IRENA

O Brasil destaca-se no cenário mundial pelo seu potencial em energia limpa (72,3% da
capacidade instalada de geração elétrica é por fonte renovável), tendo a fonte hidráulica
como principal matriz energética (63,9%) (EPE, 2018). Contudo, com a crescente
demanda interna de energia e a crise hídrica, a partir de 2014, causada principalmente por
longo período de estiagem (dentre outras causas), tornou-se vital para o país o
12
desenvolvimento de alternativas que assegurem a eficiência energética brasileira, além de
se fazer cumprir o compromisso do Brasil, firmado no Acordo de Paris durante a
Conferência das Partes - COP 21, em 2015, para reduzir a emissão de Gases de Efeito
Estufa (GEE).

1.1 Objetivos

O presente trabalho objetiva analisar a evolução da energia solar fotovoltaica no Brasil,


como matriz energética, abordando os aspectos sociais, econômicos e ambientais, quando
da sua utilização. Com isso, chegar ao entendimento acerca das contribuições que a
implementação desse recurso energético pode trazer para o país, as pessoas e o meio
ambiente. Visa, ainda, identificar os desafios a serem superados para que o recurso solar
contribua para o desenvolvimento sustentável, garantindo um ambiente saudável para as
gerações futuras.

1.2 Organização

O presente trabalho está estruturado em capítulos e, além desta introdução, sendo


desenvolvido da seguinte forma:

• Capítulo II: Este capítulo trata do conceito de energia solar fotovoltaica, seu
surgimento, e descreve o panorama, atual, mundial e brasileiro no contexto de
desenvolvimento e aplicabilidade da tecnologia fotovoltaica. Suas principais
vantagens, bem como os pontos críticos com relação à sua utilização em grande
escala principalmente devido à disseminação da geração distribuída, intensificada
nos últimos anos.

• Capítulo III: Neste capítulo encontra-se o processo utilizado para a pesquisa


bibliográfica.

• Capítulo IV: Apresenta a análise dos estudos pesquisados sobre o tema.

• Capítulo V: Considerações finais sobre o tema apresentado.

13
2 Revisão de Literatura

2.1 Energia Solar Fotovoltaica

Por definição, a Energia Solar Fotovoltaica é a energia elétrica gerada através da


conversão direta da luz do sol por meio de materiais semicondutores (Efeito Fotovoltaico)
contidos em células (VILLALVA; GAZOLI, 2012). Essas células fotovoltaicas são
constituídas, em sua maioria, de silício dispostas em painéis modulares e em conjunto
com outros equipamentos formam o chamado Sistema Fotovoltaico (RÜTHER, 2004).
Essa construção modular flexibiliza sua utilização de acordo com a necessidade local
(GOUVÊA, 2020) e pode ser classificada como um sistema: isolado (Off-Grid); híbrido
(combinação de diferentes fontes); ou interligado à rede (On-Grid) (CRESESB, 2017).

O efeito fotovoltaico foi descoberto por Alexandre Edmond Becquerel, físico francês, em
1839 e utilizava placas de platina e prata (VALLÊRA, 2006). A partir de então novas
pesquisas e tecnologias foram desenvolvidas, até que no ano de 1954 surgiu a chamada
“célula solar moderna” desenvolvida por Russell Shoemaker Ohl, Calvin Fuller e Gerald
Pearson (utilizando células de silício). Quatro anos mais tarde, os programas espaciais
fizeram uso da energia solar obtendo resultados positivos e a partir de então essa
tecnologia começou ser comercializada para uso em solo. Contudo, por apresentar um
custo alto frente ao custo da matriz fóssil, não foi observado um crescimento expressivo
da tecnologia solar, até que com advento da crise energética dos anos 70 (com
consequente aumento do preço do petróleo) (FERREIRA; M.J.G, 1993) e somando-se a
isso a necessidade de ações de enfrentamento às mudanças climáticas decorrentes da
emissão de GEE, a energia solar assume papel de destaque no cenário mundial, como
matriz energética com potencial capaz de suprir a demanda por energia através de fontes
limpas, conciliando os interesses econômicos com foco na economia de escala (quanto
maior o número de células produzidas, menor o custo unitário) (VALLÊRA, 2006) para
aumentar a competitividade e por outro lado minimizar a emissão de gases poluentes
objetivando a preservação do meio ambiente; em sintonia com os ideais globais de
desenvolvimento sustentável que se alicerçam em três pilares: desenvolvimento social,

14
desenvolvimento econômico e proteção ambiental, estabelecidos na Cúpula Mundial
sobre Desenvolvimento Sustentável – ONU (Joanesburgo, África do Sul - 2002).

2.1.1 Principais equipamentos que compõem o Sistema Fotovoltaico

Com relação aos equipamentos que compõem o Sistema Fotovoltaico, temos: painel
fotovoltaico, controlador de carga, inversor e banco de baterias (para Sistema isolado) e
mais o medidor bidirecional, para o Sistema ligado à rede.

A vida útil dos painéis solares tem uma média de 25 anos e possuem baixa manutenção
(PORTAL SOLAR 2017).

2.1.2 Evolução do custo do sistema

O custo de um sistema fotovoltaico ainda é relativamente elevado, porém a produção em


larga escala e o constante desenvolvimento de novas tecnologias, vem diminuindo
consideravelmente os preços nos últimos anos (PINHO; GALDINO, 2014).

As células de silício representam 60 % do custo do painel solar (SISTEL ENGENHARIA


2016), sendo que o painel solar representa 38% do Sistema Fotovoltaico (IDEAL 2018).

Na Figura 1, podemos observar a evolução do preço das células de silício, que em 1977
custavam $ 76/W, e sua queda gradativa ao longo dos anos, chegando a $ 0,36/W em
2014 (BLOOMBERG NEF, 2014), resultado do aperfeiçoamento tecnológico que
propiciou o aumento da eficiência da geração e queda dos custos (SEBRAE, 2017).

Figura 1: Histórico dos preços de células de silício (Em US$/W). Fonte: Bloomberg NEF 2014

15
Devido à intermitência da produção de energia (produzida somente durante o dia), o uso
de baterias se faz necessário para o armazenamento da geração solar, permitindo mais
autonomia ao sistema (SEBRAE 2017). Segundo o relatório da Bloomberg NEF 2018, as
baterias tiveram seu preço reduzido em cerca de 80% por megawatt/hora desde 2010.
Essa redução consolida o crescimento das energias renováveis em substituição às fontes
fósseis e nucleares, nas palavras do autor do relatório New Energy Outlook (NEO), 2018:

“A chegada do armazenamento barato de bateria significa que fica cada vez mais possível
aprimorar a entrega de eletricidade a partir da energia eólica e solar, para que essas tecnologias
possam ajudar a atender a demanda mesmo quando o vento não estiver soprando e o sol não estiver
brilhando. Como resultado, as energias renováveis tomarão uma parte cada vez maior do mercado
existente de carvão, gás e energia nuclear.”

Seb Henbest, autor do New Energy Outlook (NEO) 2018

2.2 Panorama Mundial da Energia Fotovoltaica

A autossuficiência energética com diversificação da matriz utilizando fontes renováveis


é a tendência mundial para diminuir os efeitos negativos ao meio ambiente causados,
principalmente, pelas convencionais fontes poluentes de geração de energia (PACHECO,
2006).

Diversos fatores contribuíram para que a energia solar tenha se consolidado


mundialmente como alternativa de suprimento elétrico. Dentre eles destacam-se: grande
potencial de exploração, não emite poluentes durante a operação, acentuada redução de
custos e rápida disseminação da capacidade instalada. Numa perspectiva de longo prazo,
a estimativa é de que grande parte da produção elétrica mundial seja proveniente do sol
(TOLMASQUIM, 2016).

Em recente relatório, a Bloomberg NEF (Empresa Global de Informações Financeiras e


Notícias -setembro 2020 - informa que as energias solar e eólica foram responsáveis pela
maior parte da nova geração de energia adicionada do mundo (67%), tendo como
destaque a solar que representou 45% de toda a nova capacidade adicionada em 2019. O
mesmo relatório ressalta ainda que a energia solar nos últimos dez anos cresceu de 43,7
GW, em termos da capacidade total instalada em 2010, para 651GW ao final de 2019,
tornando-se a quarta maior fonte de energia elétrica em operação nesse ano.

16
Nos dados expressos no gráfico publicado no Relatório da Situação Global das
Renováveis 2019 (REN21) que apresenta a evolução da capacidade solar fotovoltaica
global entre os anos de 2008 e 2018, observa-se uma capacidade de geração adicionada
de 100 gigawatts em 2018 (Figura 2); configurando uma boa contribuição para a
diminuição global da emissão de CO2 relacionada à energia (em conjunto com outras
fontes renováveis) - nos países economicamente evoluídos - em 2019 (em torno de 33Gt)
(IEA, EMISSOES GLOBAIS DE CO2, 2019).

Figura 2: Capacidade Solar Fotovoltaica Global e adições anuais - 2008 a 2018. Fonte: REN21 - 2019.

Os países líderes na geração de energia fotovoltaica atualmente são: 1º - China com


capacidade acumulada de 205.072 MW, 2º - Japão (61.840 MW), 3º - Estados Unidos
(60.540 MW) e 4º - Alemanha (49.016 MW) (ABSOLAR 2020). Esses países, líderes em
potência instalada, promoveram políticas de incentivos para o desenvolvimento de fontes
alternativas de energia de acordo com as necessidades e determinações de cada país
(IPEA 2020). As principais, descritas no Quadro 1.

17
Quadro 1: Descrição dos principais mecanismos utilizados para incentivar a geração fotovoltaica

Fonte: EPE 2012 com dados retirados de IEA 2011

Uma combinação desses incentivos, adotada por esses países, demonstrou que a
implementação dessas políticas foram um importante instrumento para a eficácia dos
resultados verificados atualmente na geração de energia (IPEA 2020).

A cadeia produtiva decorrente da expansão da tecnologia fotovoltaica traz grandes


oportunidades de desenvolvimento de novos modelos de negócio (SEBRAE 2017),
potencializando o mercado de trabalho, sendo responsável pela geração, no ano de 2019,
de 3,8 milhões de novos postos de trabalho ao redor do mundo (IRENA 2020) visto
que muitos países adotaram políticas públicas de incentivo à adoção de geração por
fontes renováveis considerando que para atingir a eficiência energética é fundamental o
planejamento estratégico governamental com instrumentos inovadores de gestão
regulatória, estímulos fiscais e financiamento (SEBRAE, 2017).

Mediante esse cenário evolutivo, com perspectivas de crescimento mundial na geração


solar numa média de 12% ao ano segundo o relatório Statkraft Baixas Emissões - Cenário
18
2020, surge a necessidade de planejamento para o descarte dos painéis solares que serão
descomissionados. A Agência Internacional de Energia (IEA - 2019) alerta que a
quantidade de resíduos de painéis solares ao redor do mundo atualmente está em torno de
250 mil toneladas, com expectativa de enorme crescimento nos próximos anos. Ações
governamentais no contexto mundial já estão em prática para atenuar o impacto ambiental
e abrir novas oportunidades no ambiente de negócios a partir da reciclagem dos módulos
solares e reaproveitamento dos materiais envolvidos na produção desses módulos
(ABSOLAR, 2020).

A União Europeia já determinou que pelo menos 75% do material utilizado seja
recuperado. Porém muitos países não possuem uma legislação específica para a
reciclagem dos painéis solares ao final de sua vida útil (ABSOLAR, 2020). No estado de
Washington (EUA) apesar de haver regulação nesse sentido, a reciclagem não se mostra
atrativa do ponto de vista econômico, razão pela qual estão sendo armazenados
aguardando o barateamento do custo de reciclagem e novas técnicas de recuperação de
materiais (ABSOLAR, 2020).

De acordo com IRENA 2019, aproximadamente 550.000 toneladas de placas


fotovoltaicas serão descartadas no Brasil nos próximos 30 anos.

2.3 A Energia Solar Fotovoltaica no Brasil

A participação da energia solar fotovoltaica no Brasil se tornou expressiva a partir do ano


de 2012 com a regulação do setor de micro e mini geração distribuída, feita pela ANEEL
(Agência Nacional de Energia Elétrica) na Resolução Normativa 482/2012, a qual
promoveu um impacto disruptivo no setor de energia elétrica, conforme declara o diretor
geral da ANEEL (2019):

“A geração distribuída equivale, no setor elétrico, à revolução do smartphone nas


telecomunicações.”

André Pepitone - Diretor-Geral da Aneel

Mas antes desse marco regulatório a tecnologia solar já estava a ser difundida através do
cooperativismo entre o Brasil e Organizações Governamentais e Não Governamentais
internacionais (principalmente com Alemanha e Estados Unidos) para projetos
comunitários e produtivos, no interior das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, a
partir dos anos 80 (BRAGA, 2008), com predomínio na utilização do bombeamento de
19
água e eletrificação rural em locais (preferencialmente comunidades rurais de baixa
renda) sem acesso à rede convencional (CIGRÉ-BRASIL, 2011).

Porém somente a partir de 2012, como dito anteriormente, quando foi concedido ao
consumidor brasileiro a opção de poder gerar sua própria energia elétrica (a partir de
fontes renováveis ou cogeração qualificada) (ANEEL - Geração Distribuída -
publicado: 28/09/2015), é que a energia solar fotovoltaica, através da geração distribuída,
se destacou no cenário nacional. A Resolução Normativa 482/2012 da Aneel, estabeleceu
as regras dos sistemas de micro geração e mini geração distribuída e o sistema de
compensação de energia elétrica. Três anos depois, a REN 687/2015 desburocratizou o
processo de inserção da energia gerada na rede elétrica. Dessa forma diminuiu o prazo de
aprovação dos sistemas fotovoltaicos e ampliou-se o tempo para utilização dos créditos
decorrentes do excedente gerado, para 60 meses, podendo ser utilizados em local
diferente de onde foi gerado (autoconsumo remoto).

Dados do Balanço Energético Nacional - EPE 2019 (Figura 3), confirmam o acelerado
avanço da micro e minigeração solar distribuída em 2018. Aumento de 131% em relação
a 2017, com predomínio da fonte solar apresentando uma participação 63,5% sobre o total
das renováveis.

Figura 3: BEN 2019 | Micro e Minigeração Distribuídas. Fonte: Balanço Energético Nacional – EPE 2019.

20
2.3.1 Tipos de Geração Distribuída

A geração distribuída está classificada em dois tipos:

i) Geração distribuída centralizada;

ii) Geração distribuída descentralizada (micro e mini geração) (DAVID, 2018).

A geração distribuída é caracterizada pela geração elétrica produzida próxima ou junto


ao consumidor (INEE - Instituto Nacional de Eficiência Energética), por várias unidades
geradoras (micro e mini) instaladas em todo o país, de forma descentralizada, o que
permite maior autonomia de suprimento de energia (WWWF - BRASIL, 2015).

Na geração centralizada a energia, gerada por usinas solares de grande porte, pode ser
negociada com as distribuidoras, através de leilões públicos (DAVID, 2018).

Para fins de esclarecimento, à geração descentralizada convencionou-se adotar a


nomenclatura de “distribuída” e a distribuída centralizada, apenas “centralizada”.

2.3.2 Vantagens e Desvantagens

A inovação trazida pela tecnologia fotovoltaica para o setor de eletricidade, tem a


vantagem de integrar: consciência socioambiental, sustentabilidade e economia
financeira, trazendo importantes benefícios ao sistema elétrico (ANEEL, publicação
15/08/2018) que se traduz em:

• adiamento de investimentos em expansão dos sistemas de transmissão e


distribuição;

• baixo impacto ambiental;

• redução no carregamento das redes;

• minimização das perdas;

• diversificação da matriz energética.

Contudo, também apresenta algumas desvantagens:

• aumento da complexidade de operação da rede;

• dificuldade na cobrança pelo uso do sistema elétrico;

21
• eventual incidência de tributos;

• necessidade de alteração dos procedimentos das distribuidoras para operar,


controlar e proteger suas redes.

O Brasil tem um modelo de geração baseado em grandes usinas às quais necessitam de


grande aporte financeiro para construção e ficam distantes dos locais de consumo. Dessa
forma há necessidade de mais investimento para fazer chegar a energia elétrica até o
destino final (consumidor) (MME, RELATÓRIO ProGD, 2015). Em contra- ponto a esse
modelo, a geração distribuída está próxima ao local de consumo, reduzindo custos e
perdas. Além disso, diversificação da matriz energética pode preservar os recursos
hídricos evitando com isso o acionamento das usinas termelétricas (POMPERMAIER;
DANTAS; IPEA, 2018).

2.4 O Crescimento da Geração Distribuída

A estimativa de crescimento relacionadas à micro e mini geração realizadas pela ANEEL


foi superada, com larga folga, de acordo com dados coletados pela entidade em 2018.
Para 2016 a previsão da potência instalada prevista era de 53 MW e a realizada chegou a
83 MW; em 2017 superou a previsão em quase 69% e em 2018, 74% acima do previsto
conforme os dados da ANEEL (2018) apresentados na Figura 4.

Figura 4: Evolução da potência instalada - micro e minigeração. Fonte: ANEEL - 2018.

22
Contudo, apesar do acelerado crescimento, na Tabela 1 notamos que, a matriz solar
representa apenas 1,1% do total da geração elétrica no Brasil, mesmo com um
crescimento de 92,1% entre 2018 e 2019. (EPE, 2020). Apesar da baixa
representatividade, esses resultados certificam que o Brasil está, ainda que timidamente
(no que diz respeito ao setor fotovoltaico), alinhado com o atual cenário mundial de
desenvolvimento sustentável (favorecendo a economia de baixo carbono) e buscando
alcançar a eficiência energética diversificando sua matriz (NASCIMENTO, 2017).

Tabela 1: Geração Elétrica por fonte no Brasil (GWh).

Fonte: Balanço Energético Nacional 2020 - Elaboração: EPE

A ABSOLAR (2020), estima que até 2024 teremos mais de 880 mil sistemas de energia
solar instalados no país. Atualmente esse número está em torno de 364.000 conexões no
período de 2008 a 2020, sendo que mais de 50% desse total (187.127 conexões) foram
realizadas em 2020, conforme dados da Figura 5 extraídos da planilha de dados SISGD
da ANEEL (acesso em 02/01/2021).

23
Figura 5: Geração Distribuída Fotovoltaica (Quantidade de sistemas conectados entre 2008 e 2020). Fonte:
ANEEL - Planilha de dados: SISGD

Para NASCIMENTO, 2017, “A baixa utilização da energia solar no Brasil chama mais
atenção quando verificamos as condições favoráveis ao desenvolvimento da fonte no
país”.

2.5 Potencial Solar do Brasil

Os elevados índices de irradiação solar com médias anuais altas, distribuídas


uniformemente em todo o território nacional (ainda que exista diversidade de climas no
país), confere ao Brasil condições excepcionais para a utilização da energia solar mesmo
no inverno (PEREIRA; et al, 2006), como podemos verificar na Figura 6 que mostra a
incidência solar média diária (KWh/m²) na extensão do território brasileiro.

24
Figura 6: Brasil: incidência solar média diária (Em kWh/m²). Fonte: CPTEC e Inpe, 2016.

O Atlas Brasileiro de Energia Solar do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE - 2ª Edição,


2017) indica que o Brasil tem um potencial de geração solar de 2281 KWh/m²/ano
(equivale a três vezes o consumo residencial dos estados da Bahia e Pernambuco -
FAPESP, 2017); e faz um comparativo com a Alemanha: “No local menos ensolarado do
Brasil, é possível gerar mais eletricidade do que no local mais ensolarado da Alemanha”,
país que através de políticas públicas adequadamente empregadas para o
desenvolvimento de fontes renováveis, alcançou resultados superiores no setor solar em
relação ao Brasil, em detrimento de ser menos favorecido pela incidência solar
(CABRAL; et al, 2013).

De acordo com SALAMONI E RÜTHER, 2007, na região menos ensolarada do Brasil


encontramos índice solar de 1642 KWh/m², e a de maior incidência solar da Alemanha é
de 1300 kWh/m².

PEREIRA, 2019 (LABREN/INPE), destaca o grande potencial brasileiro ainda a ser


explorado, principalmente no Cinturão Solar (área que abrange a região nordeste até o
Pantanal e parte de Minas Gerais), onde ocorre os maiores índices de irradiação solar.
Com uma área territorial, no cinturão solar, oito vezes maior que a Alemanha
(357.386 km²), a potência instalada (2019) corresponde a aproximadamente 5% da
potência instalada da Alemanha (Figura 7).

25
Figura 7: Total Diário da Irradiação Solar no Plano Inclinado - Média Anual. Fonte: Pereira, 23/10/2019 -
LABREN (adaptado).

De acordo com Tolmasquim (2016), a energia solar, além de ser uma fonte limpa que
possibilita mitigar as mudanças climáticas, já que não emite gases poluentes, apresenta
outras variantes positivas tanto para a administração pública (gera receita através da
arrecadação de tributos), como para a população (geração de emprego), decorrentes de
toda a movimentação comercial e de serviços adjacentes que se instalam durante a
construção dos empreendimentos e depois deles prontos.

2.6 Energia Fotovoltaica como fator de desenvolvimento

A energia solar fotovoltaica possui um potencial singular no que tange ao


desenvolvimento de tecnologias disruptivas em curto intervalo de tempo, aprimorando
processos produtivos, descobrindo novos materiais que maximizam a eficiência dos
módulos solares e revolucionam os custos de produção; aumentando de forma expressiva
a eficiência da conversão da energia elétrica, sua aplicação e uso (SEBRAE, 2017). Com
isso a disseminação por todo o país da geração distribuída promove o desenvolvimento
da cadeia produtiva nacional - indústria, comercio, serviços, pesquisa - atrai
investimentos e estimula novos modelos de negócio (SEBRAE, 2018).

26
O Ministério de Minas e Energia em relatório do Programa de Geração Distribuída
(ProGD) conclui que: “A inserção em massa de GD pode trazer benefícios que vão além
do setor elétrico, como a geração de empregos e desenvolvimento econômico, em
momento que o país passa por dificuldades tanto na área econômica quanto no nível de
emprego”.

Nesse sentido, o setor de energia fotovoltaica tem apresentado resultados positivos tanto
nas contratações de energia em leilões quanto em investimentos para expansão dos
empreendimentos para geração centralizada, como demonstra a Greener (empresa de
pesquisa e consultoria especializada no setor), em seu levantamento de dados (2019). A
empresa estima que para os empreendimentos fotovoltaicos de grande porte já
contratados, os investimentos deverão alcançar R$ 9,5 bilhões até 2025 e destaca que o
total de projetos de energia solar contratados em leilões alcançou 4,4 GW até 2019, o que
representa um bom resultado considerando que a fonte solar é recente no mercado
brasileiro (Figura 8).

Figura 8: Total de projetos de energia solar contratados em leilões alcança 4,4 GW. Fonte: Greener, 2019.

Estudos indicam que a fonte solar fotovoltaica tem grande potencial na geração de
emprego por MW instalado (em média 30 empregos por MW instalado) – Figura 9.

A empregabilidade no Brasil nesse setor, em 2019, foi de 44 mil trabalhadores inseridos


no mercado, contra 15 mil em 2018 (IRENA: 2018). Os estados brasileiros que
concentram maior número de instalações de sistemas fotovoltaicos são: Minas Gerais,
Rio Grande do Sul, São Paulo e Paraná, sendo esses, os estados que geram mais empregos
no setor. O estudo (IRENA;2018) também concluiu que o crescimento do mercado de
27
produção dos módulos solares foi favorecido pela entrada das fábricas chinesas e por
linhas de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento e bancos de
desenvolvimento regionais.

Figura 9: Geração de empregos por MW instalado para diversas fontes e tecnologias. Fonte: Simas, M. S. IEE -
USP, 2012.

2.7 Energia Solar como fator de inclusão e bem-estar social

De acordo com Dantas (2020) a região do semiárido brasileiro (969.589,4 km² e 1262
municípios - SUDENE, 2017) possui as condições propícias à implementação de projetos
de usinas solares utilizando a tecnologia fotovoltaica, pela grande incidência solar
verificada na região e como forma de aproveitamento econômico das áreas desertificadas
pela seca e cuja baixa fertilidade do solo não favorece a prática agrícola. Com uma
população estimada em 26 milhões (IBGE, 2011), muitos dos municípios localizados
nessa região apresentam os piores indicadores sociais e econômicos do país e ainda
segundo Dantas (2020) com dados do Programa Bolsa Família (MDS, 2018), a população
de baixa renda, beneficiada com o programa, alcança cerca de 1,5 milhão de famílias
nessa região. O IBGE (2018) aponta uma taxa de 15,9% de desemprego na região
nordeste, conquanto que, na região sul do país foi verificado um percentual de 8,4% de
desemprego no mesmo período. Nesse contexto socioeconômico a implementação de
políticas públicas de fomento à energia solar pode atrair negócios para a região e abrir
frentes de trabalho tanto na zona rural (que concentra 35% da população - IBGE, 2011)
28
quanto na zona urbana (65% da população – IBGE, 2011), o que permitiria o aumento da
renda da população local e contribuiria para diminuição da desigualdade regional do país
com a democratização da energia e modicidade tarifária; e integração das localidades que
não tem acesso à energia elétrica.

As vantagens, já mencionadas anteriormente, da aplicabilidade de um sistema


fotovoltaico tais como: baixo custo de manutenção, longa vida útil e modularidade,
favorecem a instalação em localidades isoladas e desprovidas de energia (CRESESB,
2008).

A instalação desses sistemas nas comunidades isoladas (geralmente de baixa renda) pode
trazer muitos benefícios como: sistemas de bombeamento de água limpa, acesso à
informação, refrigeração de alimentos e medicamentos, iluminação; desse modo elevando
a qualidade de vida, e promovendo inclusão, com acesso à comunicação e integração
nacional (WWFBRASIL, 2020).

A diversidade de aplicação e uso da tecnologia fotovoltaica no sentido de bem-estar e


inclusão social é amplo e no relatório WWFBRASIL (2020) - ACESSO À ENERGIA
COM FONTES RENOVÁVEIS EM REGIÕES REMOTAS NO BRASIL – que
apresenta o resultado de um experimento realizado em conjunto com o Instituto Chico
Mendes Bio, em uma comunidade da Reserva Extrativista Ituxi, no sul do Amazonas
utilizando um sistema de refrigeração fotovoltaico (desenvolvido em laboratório1) com
capacidade para produzir diariamente 27 Kg de gelo, foi verificado o seguinte resultado:

“O retorno dos moradores não poderia ser melhor. Somente com uma unidade do freezer,
os mais de 70 moradores não compram mais gelo, reduziram o salgamento de peixes e
passaram a trabalhar numa cadeia que antes não podiam: a do açaí. Agora, na própria
comunidade, colhem, despolpam e refrigeram a polpa da fruta. Conseguiram melhores
preços e aumentaram os laços com outras comunidades, ao oferecer gelo e espaço para
beneficiamento e resfriamento de produtos”.

Diante do exposto, podemos inferir que a aplicabilidade da energia solar fotovoltaica


corresponde aos objetivos e diretrizes de sustentabilidade, que encontramos nos estudos

1
A máquina de gelo solar (MGS) do Laboratório de Sistemas Fotovoltaicos (LSF/IEE/USP) foi
desenvolvida entre 2007 e 2009 pelo pesquisador Carlos Driemeier, sob orientação do prof. Roberto Zilles,
e contou com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
29
desenvolvidos pelo IPEA (Desenvolvimento Brasileiro; Sustentabilidade Ambiental;
Livro 7 - 2010), que expressa:

“(...) desenvolvimento sustentável envolve uma nova consciência dos gestores de


políticas públicas, os quais devem observar os limites e as fragilidades dos ecossistemas
globais, enfocando o desenvolvimento socioeconômico com equilíbrio ecológico,
orientando-o para a satisfação das necessidades básicas e reconhecendo o papel
fundamental que a autonomia cultural desempenha nas comunidades locais. Na
operacionalização do desenvolvimento sustentável, é necessário garantir qualidade de
vida para as populações locais, removendo obstáculos políticos e institucionais à sua
inserção social, garantindo sua participação nas estratégias de desenvolvimento (...)”

2.8 A Energia Solar na composição da matriz energética do Brasil para o

cumprimento das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC)

Com o objetivo de conter o aquecimento global, reduzindo a temperatura do planeta para


níveis inferiores a 2°C, acima dos níveis pré-industriais, foi realizado um tratado
internacional entre 195 países, em 2015, em Paris, durante a Conferência das Partes
(COP21). Ficou estabelecido o compromisso de implementação de ações de
descarbonização do uso de energia. Cada país deveria apresentar as suas Contribuições
Nacionalmente Determinadas (NDC’s), no intuito de promover a redução da emissão de
GEE (gases de efeito estufa). Para tanto, o Brasil, na sua NDC, se comprometeu a fazer
essa redução em 37% abaixo dos níveis de 2005, até 2025. E, posteriormente, 43% abaixo
dos níveis de 2005, em 2030 (Figura 10) (MMA - Ministério do Meio Ambiente, 2016).

30
Figura 10. Fonte: Ministério do Meio Ambiente - 2016.

A inserção da matriz solar configura uma importante estratégia energética para o Brasil,
no sentido de evitar o acionamento das termelétricas, que são grandes emissoras de GEE
(ABSOLAR, 2020).

A crescente preocupação global do uso da energia e seus efeitos no meio ambiente com
a emissão de GEE, impulsiona a ação do Estado na implementação de políticas públicas
e regulação direcionadas ao desenvolvimento economicamente sustentável.

2.9 Regulação e Incentivos Governamentais

Um dos desafios da regulação do setor elétrico nacional, está relacionado à adaptação dos
processos regulatórios aos atuais cenários de desenvolvimento sustentável e
transformação tecnológica (DAVID, 2018). Nos modelos internacionais, o
desenvolvimento da geração distribuída teve relação direta com as ações regulatórias de
incentivo implementadas pelos governos (IPEA, 2020). Nesse sentido, as seguintes
normas foram determinantes para a criação e desenvolvimento da geração distribuída no
Brasil:

• Resolução Normativa nº 482/2012:

31
Estabelecida pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), foi o ato regulatório
que impulsionou o crescimento da geração distribuída, principalmente da energia solar
fotovoltaica.

Criou as regras para a microgeração e a minigeração distribuída. A partir de então passa


a ser permitido ao consumidor, a compensação (net-metering) de energia gerada através
do sistema fotovoltaico instalado em residências e comercio em geral, pelo qual a
produção de energia excedente é injetada na rede da distribuidora e gera créditos que
podem ser resgatados propiciando uma economia substancial na conta de luz.

• Resolução Normativa nº 687/2015:

Estabelecida pela ANEEL. Ato normativo que promoveu a desburocratização do processo


de conexão da energia gerada para a rede da distribuidora. Dessa forma diminuiu o prazo
de aprovação dos sistemas fotovoltaicos e ampliou-se o tempo para utilização dos créditos
decorrentes do excedente gerado, para 60 meses, podendo também ser utilizados em local
diferente de onde foi gerado (autoconsumo remoto) e a criação da geração compartilhada.

• Convênio nº 101/97- CONFAZ:

Isenção de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para as


operações que envolvam equipamentos (não todos) de geração de energia solar e eólica.

• Convênio ICMS nº 16/2015 – CONFAZ:

Cláusula primeira: “Ficam os Estados do Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia,


Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas
Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte,
Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e
o Distrito Federal autorizados a conceder isenção do ICMS incidente sobre a energia
elétrica fornecida pela distribuidora à unidade consumidora, na quantidade
correspondente à soma da energia elétrica injetada na rede de distribuição pela mesma
unidade consumidora com os créditos de energia ativa originados na própria unidade
consumidora no mesmo mês, em meses anteriores ou em outra unidade consumidora do

32
mesmo titular, nos termos do Sistema de Compensação de Energia Elétrica, estabelecido
pela Resolução Normativa nº 482, de 17 de abril de 2012”.

• Lei nº 13.169, de 6 de outubro de 2015:

Art. 8º : “Ficam reduzidas a zero as alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da


Contribuição para Financiamento da Seguridade Social - COFINS incidentes sobre a
energia elétrica ativa fornecida pela distribuidora à unidade consumidora, na quantidade
correspondente à soma da energia elétrica ativa injetada na rede de distribuição pela
mesma unidade consumidora com os créditos de energia ativa originados na própria
unidade consumidora no mesmo mês, em meses anteriores ou em outra unidade
consumidora do mesmo titular, nos termos do Sistema de Compensação de Energia
Elétrica para microgeração e minigeração distribuída, conforme regulamentação da
Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL”.

• Portaria nº 538, de 15 de dezembro de 2015:

Programa de Desenvolvimento da Geração Distribuída de Energia Elétrica (ProGD)

Programa do Ministério de Minas e Energia criado para estimular a geração distribuída


com linhas de crédito e formas de financiamento para a instalação de sistemas em
residências, comércio e indústrias. Objetivou estabelecer valores de referência para a
venda de energia solar; estruturar a comercialização desta energia excedente; e promover
a atração de investimentos para a nacionalização de tecnologias em energias renováveis.

• Financiamento Caixa Econômica Federal:

Financiamento para Pessoa Física - até 240 meses com taxas de juros de mercado.

• Leilões públicos:

A inclusão da energia solar fotovoltaica em leilões se deu em 2014 quando ocorreu o 6º


Leilão de Energia de Reserva (LER/2014) quando foram negociados 31 projetos

33
fotovoltaicos. Foi uma importante estratégia para criação de demanda e fomentação da
cadeia produtiva.

2.10 Impacto Ambiental da Energia Solar

A Resolução Conama Nº 001, de 23 de janeiro de 1986 considera que impacto ambiental


é:

“qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente,


causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que,
direta ou indiretamente, afetam:

• A saúde, a segurança e o bem-estar da população;

• As atividades sociais e econômicas;

• A biota;

• As condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;

• A qualidade dos recursos ambientais”.

Apesar do baixo impacto ambiental nas etapas da cadeia produtiva solar fotovoltaica,
(WWF BRASIL – Estudo, 2015), dois aspectos são destacados como pontos críticos a
serem avaliados (TOLMASQUIM, 2016). O primeiro se refere à geração fotovoltaica
centralizada, com relação ao uso e ocupação do solo, que pelo uso de grandes áreas pode
ocorrer intensificação de erosão, desmatamento e interferência na fauna e flora local.
Como medidas para diminuir ou evitar tais impactos, estudos e planejamento prévio
devem ser elaborados a fim de escolher a localidade com a menor risco de impacto, para
implantação dos projetos, assim como a utilização de mecanismos de recuperação em
torno da área afetada, como o replantio da vegetação nativa e o resgate da fauna. O
segundo ponto é o descarte dos sistemas fotovoltaicos, pelo importante fato de conter
metais pesados na estrutura dos módulos, que podem causar danos ambientais pela
contaminação terrestre e das águas subterrâneas, afetando a saúde humana. Sob esse
aspecto, a Política Nacional de Resíduos Sólidos dá as diretrizes para a destinação do lixo
eletrônico, devendo ser priorizados a reutilização e reciclagem.

34
2.11 Descarte de Painéis Solares

O incrível crescimento global da utilização da energia fotovoltaica a partir do ano 2000


trouxe à tona uma discussão sobre a destinação da imensa quantidade de módulos solares
em fase de descomissionamento e o grande volume de resíduos anuais que se formarão a
partir de 2030, aponta o relatório da Agência Internacional de Energia Renovável
(IRENA) em conjunto com o Programa de Sistemas de Energia Fotovoltaica da Agência
Internacional de Energia (IEA-PVPS, 2019). Segundo o relatório, estima-se que até o ano
de 2050, 78 milhões de toneladas de painéis estarão no final de sua vida útil, sendo
gerados a cada ano 6 milhões de toneladas de novos resíduos eletrônicos. Se esse material
for totalmente reciclado e volte à ser utilizado na cadeia produtiva, mais de US$15 bilhões
serão introduzidos na economia mundial (IRENA, 2019).

Estudos apontam que as principais medidas a serem implementadas para contornar a


situação se enquadram na política de gestão de resíduos dos 3Rs (redução, reuso,
reciclagem), representdos na Figura 11 (IRENA, 2016). Conforme (MIRANDA, et all,
2019) as medidas a serem adotadas são:

i) a redução do uso de materiais quando da fabricação dos módulos;

ii) reutilização (reuso) dos módulos, fazendo a troca de peças;

iii) reciclagem (extração de materiais utilizados na produção dos módulos), para


aproveitamento de materia-prima, com redução de 30% noconsumo de energia
para produção de novos módulos (MIRANDA, et al, 2019).

35
Figura 11: Diagrama de fluxo de processo das fases do ciclo de vida para painéis fotovoltaicos e oportunidades
resultantes para redução, reutilização ou reciclagem. Fonte: IRENA (2016).

Investimentos em pesquisa e desenvolvimento são relevantes para aperfeiçoamento dos


processos que podem levar a uma redução na utilização de materiais perigosos (
considerada como estratégia preferencial) e aumentar a eficiência dos processos de
reciclagem com o máximo de aproveitamento (IRENA, 2016).

Na última década a quantidade de silício usada na fabricação de um módulo diminuiu


significativamente em decorrência dos avanços em pesquisas para novas técnicas de
produção (BLUESOL, 2019).

A estratégia de reuso dos módulos solares (segunda melhor estratégia – IRENA, 2016),
vem sendo estimulada na União Europeia através do financiamento de projetos de
reaproveitamento dos paineis solares, como por exemplo, em estaçoes de carregamento
de bicicletas elétricas (ÉPOCA NEGÓCIOS, 24/10/2020).

Os módulos que não tem possibilidade de serem reparados para serem reutilizados,
seguem para reciclagem. Na reciclagem, os módulos são desmontados, os materiais são
separados e uma parte é incinerada e tratada quimicamente para retirada de metais.Os
materiais mais obtidos através do processo são: alumínio, plástico, vidro, silício, cobre,
telúrio e prata (Araújo, 2020).

A gestão eficiente desses resíduos minimiza o possível dano ambiental e gera


oportunidade de negócios (CANAL SOLAR, 2020).

36
A Diretiva Europeia para Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos (REEE),
recepcionou os módulos fotovoltaicos como REEE em 2012 e determinou a prática da
logística reversa envolvendo importadores, fabricantes, fornecedores e revendedores nos
países europeus.

Todo produto que depende do uso de corrente elétrica ou de campos eletromagnéticos


para seu funcionamento, são equipamentos eletroeletrônicos e ao fim de sua vida útil são
considerados resíduos de REEE (ABDI, 2012). Esses materiais necessitam de processos
específicos de gerenciamento pois contém metais pesados como cadmio e chumbo (e
outros) que são extremamente tóxicos (ABDI, 2012).

Os rejeitos decorrentes da utilização dos equipamentos da Energia Solar são considerados


REEE (lixo eletrônico) e, portanto se enquadram na Lei de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/
2010 regulamentada pelo Decreto Nº 7404/2010).

2.12 Política Nacional dos Residuos Sólidos (PNRS)

Institui as diretrizes, princípios, objetivos e responsabilidades que orientam os diferentes


agentes na efetivação da gestão e gerenciamento de resíduos sólidos. Foi estabelecida
pela Lei nº 12.305/2010 e regulamentada pelo Decreto nº 7.404/2010.

A PNRS introduz a Logística Reversa e o princípio da Responsabilidade Compartilhada


pelo Ciclo de Vida dos Produtos (SINIR, MMA):

• “Logística Reversa: instrumento de desenvolvimento econômico e social


caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a
viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para
reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra
destinação final ambientalmente adequada”;

• “Responsabilidade Compartilhada Pelo Ciclo De Vida Dos Produtos: conjunto de


atribuições individualizadas e encadeadas dos fabricantes, importadores,
distribuidores e comerciantes, dos consumidores e dos titulares dos serviços
públicos de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, para minimizar o
volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem como para reduzir os impactos
causados à saúde humana e à qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida
dos produtos, nos termos desta Lei”.

37
Figura 12: Responsabilidade Compartilhada pelo Ciclo de Vida dos Produtos. Fonte: PNRS.

A responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, conforme a PNRS,


tem por objetivos:

I - Compatibilizar interesses entre os agentes econômicos e sociais e os processos de


gestão empresarial e mercadológica com os de gestão ambiental, desenvolvendo
estratégias sustentáveis;

II - Promover o aproveitamento de resíduos sólidos, direcionando-os para a sua cadeia


produtiva ou para outras cadeias produtivas;

III - Reduzir a geração de resíduos sólidos, o desperdício de materiais, a poluição e os


danos ambientais;

IV - Incentivar a utilização de insumos de menor agressividade ao meio ambiente e de


maior sustentabilidade;

V - Estimular o desenvolvimento de mercado, a produção e o consumo de produtos


derivados de materiais reciclados e recicláveis;

VI - Propiciar que as atividades produtivas alcancem eficiência e sustentabilidade;

VII - Incentivar as boas práticas de responsabilidade socioambiental.

38
Em fevereiro de 2020, o Decreto 10242/2020 estabeleceu as regras para implementação
do sistema de logística reversa previsto na PNRS.

O decreto estabelece que, fabricantes, distribuidoras, importadoras e comercio varejista


são responsáveis pelo correto descarte dos equipamentos eletroeletrônicos e pela logística
reversa do lixo eletrônico, assim como criar pontos de coleta e promover a divulgação e
conscientização da população sobre a importância da correta destinação desses produtos
para minimizar o impacto ambiental.

Determina que é obrigação do consumidor: “descartar os produtos eletroeletrônicos de


forma adequada e desligados, nos pontos de recebimento específicos do sistema de
logística reversa”.

O objeto deste Decreto é a estruturação, a implementação e a operacionalização de


sistema de logística reversa de produtos eletroeletrônicos e seus componentes de uso
doméstico existentes no mercado interno (Art-4º).

A operacionalização do sistema de logística reversa consiste nas seguintes etapas:

I - Descarte, pelos consumidores, dos produtos eletroeletrônicos em pontos de


recebimento;

II - Recebimento e armazenamento temporário dos produtos eletroeletrônicos descartados


em pontos de recebimento ou em pontos de consolidação, conforme o caso;

III - Transporte dos produtos eletroeletrônicos descartados dos pontos de recebimento até
os pontos de consolidação, se necessário; e

IV - Destinação final ambientalmente adequada.

No referido decreto encontra-se a relação dos produtos eletroeletrônicos, objeto de


logística reversa, onde os painéis solares estão incluídos.

Através do sistema de logística reversa, os materiais recicláveis de um produto eletrônico


que chegou ao término de sua vida útil e foi descartado pelo consumidor, poderão voltar
ao setor produtivo na forma de matéria-prima (ABDI, 2012).

39
3 Metodologia

Este trabalho foi fundamentado em pesquisa bibliográfica, realizada por meio de livros,
periódicos científicos e artigos disponibilizados nos endereços eletrônicos de instituições
públicas e organizações nacionais e internacionais, empresas privadas e associações
ligadas ao setor de energia. Todo o material referenciado na vasta literatura pesquisada,
sobre Energia Solar Fotovoltaica, foi analisado, comparado e compilado neste estudo. O
processo utilizado foi a leitura, interpretação e seleção dos textos pertinentes ao objetivo
do trabalho que tem como foco a evolução da matriz solar no contexto de sustentabilidade,
e seus potenciais efeitos ambientais, sociais e econômicos no Brasil.

40
4 Resultados e Discussão

De acordo com o estudo apresentado, os benefícios que a matriz solar proporciona como
fonte energética não poluidora, democrática, inclusiva, inovadora e a baixo custo,
refletem uma perspectiva de longo prazo para que o país alcance, de forma amplificada,
todos os aspectos que essa tecnologia tem potencial de realizar, especialmente no Brasil,
favorecido com o potencial de irradiação solar constatado; pois ainda estamos iniciando
o processo de utilização dessa matriz energética. Contudo, os resultados alcançados até o
momento são um indício de que quando há políticas públicas de estímulo ao
desenvolvimento de novas tecnologias que alcançam as necessidades da sociedade, esta
corresponde positivamente.

As estatísticas e projeções expostas neste trabalho, comprovam que existe um fator


impactante ao meio ambiente que é o descarte dos painéis obsoletos ou não utilizados
(danificados ou defeituosos), que já são um obstáculo a ser superado no momento
presente, e, que serão um grande problema futuro, devido ao crescente e promissor
mercado da matriz energética solar, caso não seja implementada uma forte estratégia de
contenção do aumento do volume de resíduos provenientes desses equipamentos. Sob
esse aspecto, as políticas reguladoras para a reciclagem são fundamentais, mas importa
ressaltar que as ações de fiscalização se tornam essenciais para o cumprimento da lei.

41
5 Conclusão

No estudo apresentado observou-se que as ações normativas foram a mola propulsora


para o crescimento da geração fotovoltaica, especialmente na geração distribuída.

Os benefícios que a matriz solar pode trazer do ponto de vista econômico, social e
ambiental estão alinhados com o conceito de sustentabilidade e contribuem para a
independência energética nacional, fator este, que é fundamental para o desenvolvimento
e competitividade de um país.

A necessidade de diversificação da matriz energética é essencial diante das mudanças


climáticas mundialmente verificadas, e que, no Brasil se reflete na redução dos recursos
hídricos, de onde advém a principal fonte energética do país. Do ponto de vista estratégico
a energia solar demonstra grande potencial para suprir com qualidade e custo reduzido a
demanda por energia sustentável e evitar que o país passe por dificuldades no
fornecimento de energia, correndo risco de “apagões”, acionamento das usinas
termelétricas e compra de energia de outros países, o que concorre para o aumento das
tarifas. Ainda sob a ótica ambiental, o descarte dos painéis solares é um desafio que pode
ser superado com a participação ativa do Estado, com a regulamentação específica para
o setor e estímulo à pesquisa e desenvolvimento de tecnologias que otimizem a produção
dos módulos; mobilização e participação da sociedade (conscientização ambiental) e de
toda a cadeia produtiva através da logística reversa, configurando a responsabilidade
compartilhada (governo, empresas e sociedade civil).

A tecnologia Solar Fotovoltaica é uma temática que implica relações sociais, econômicas
e ambientais, com necessidade de inovações regulatórias que viabilizem o
desenvolvimento e mantenham o equilíbrio entre essas relações, administrando o conflito
de interesses entre os stakeholders envolvidos nesse mercado.

42
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