Choque
Choque
Choque
2 – Cirurgia 1
Choque 1. Taquicardia
O que é choque? DC = Volume sistólico x FC
Perfusão e oxigenação tissular inadequados. É uma O coração ejeta 70ml a cada sístole e ele bate 70 vezes na
condição sistêmica. média por minuto 4900ml/ml (média 5,0L/min).
Um paciente que tenha hemorragia por qualquer causa tem
Principais causas de Choque volemia reduzido, logo reduz o volume sistólico: 50ml a
O choque pode ser: cada sístole – logo, para manter o DC ele precisa aumentar
a FC para 100bpm assim ele continua tendo na média
Hipovolêmico ex.: hemorragia (etiologia mais 5,0L/min.
comum), desidratação severa (mais comum nos O organismo de forma inteligente lança mão de um
extremos da idade). mecanismo compensatório que é o aumento da FC para
manter o DC numa situação de hipovolemia.
Cardiogênico IAM (a perda da força contrátil do VE Na prática, isso significa para o médico, que um paciente
faz com que menos sangue chegue na circulação). que chega de uma situação de trauma com aumento da FC
(muitas vezes sem sangramento externo), pode estar com
Neurogênico Trauma Raquimedular. uma hemorragia interna, visto que a taquicardia pode ser
Numa situação de trauma – movimento em chicote do um mecanismo compensatório para manter o DC. Nessas
pescoço – com fratura da coluna cervical e secção da situações, a PA pode estar normal ainda e o único sinal é o
medula espinhal na altura cervical causa tetraplegia e o aumento da FC, pois ele é um sinal mais precoce.
paciente perde a força do local da lesão para baixo.
Essa condição também secciona as fibras do SNA, que dá Porém, algumas vezes esse mecanismo compensatório
tônus, entre outras coisas, aos vasos sanguíneos, com isso o pode falhar e por isso não podemos nos ater somente a ele.
vaso fica dilatado, reduzindo a resistência vascular Situações exemplo: paciente que toma β-bloqueador,
periférica. O paciente então terá uma área muito grande a idoso, criança (taquicárdica fisiologicamente), gestante
ser preenchida por uma quantidade de sangue que não é (possui hipervolemia relativa).
muito grande (pois não alterou o volume sanguíneo,
somente o tônus vascular) e por isso esse paciente evolui 2. Vasoconstricção
com choque – hipotensão arterial. Esse choque apresenta Numa hemorragia, o organismo tem a estratégia de manter
também bradicardia (devido à secção de fibras do SNA). a circulação mais adequada nos órgãos nobres (cérebro,
Um sinal de TRM é a tetraplegia. Com isso, 3 sinais ajudam coração, pulmão, etc.) e por isso faz vasoconstrição
a identificar um paciente com choque por TRM: tetraplegia, periférica. Percebemos isso porque o paciente apresenta
hipotensão e bradicardia. extremidade fria, pálido, mucosas descoradas, enchimento
capilar lentificado, cianose.
4. Redução da PA
A PA não é um bom indicador porque só começa a reduzir
quando há perda de 1,5L de sangue (na média para um
adulto), que é 30% do volume circulante.
Séptico ex. infecções gerais.
5. Redução do Fluxo Sanguíneo
Realizar um procedimento cirúrgico predispõem a eventos
O paciente tem má perfusão cerebral e por isso ele pode
infecciosos no paciente.
chegar confuso, agitado, etc.
Obstrução circulatória ex.: pneumotórax
Tratamento
hipertensivo, TEP.
A hemorragia externa é evidente e o tratamento é
relativamente simples – uma compressão já ajuda. Já a
Choque hipovolêmico e Hemorragia
hemorragia interna não é tão simples, é preciso uma
intervenção cirúrgica na maioria das vezes.
Diagnóstico de Choque
Em situações de hemorragia temos que interromper a
1. Taquicardia
hemorragia e repor a volemia.
2. Vasoconstricção
3. Redução do DC e Redução da pressão de pulso
A lei de poiseuille diz que a velocidade de um fluido é
4. Redução da PA
diretamente proporcional ao raio (quanto mais calibroso,
5. Redução de fluxo sanguíneo
maior a velocidade do líquido) e inversamente proporcional
Roxanne Cabral – M5 – 2018.2 – Cirurgia 1