Admin, 890
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DOI:10.34117/bjdv6n7-890
RESUMO
O presente artigo pretende gerar uma reflexão sobre a coordenação motora infantil e a importância
do desenvolvimento no seu tempo, a qual se dará através do movimento e da própria brincadeira,
pois esta é uma das atividades mais importante para o desenvolvimento da identidade e da
autonomia, sabemos que é na brincadeira que se desenvolve algumas capacidades importantes, tais
como a atenção, imitação, memória e imaginação, motricidade grossa e fina. Tendo em vista que o
brincar está relacionado a várias práticas como: jogos, brincadeiras, ou seja, tudo aquilo que envolve
diversão. Como base dessa pesquisa temos os principais autores: Vygotsky (1998), Oliveira (2000),
Aurélio (2003), que abordam conceitos e reflexões sobre a importância do brincar no
desenvolvimento cognitivo da criança. A metodologia usada foi a qualitativa Gil (2008). Essa
pesquisa teve como lócus de pesquisa creches e pré-escolas localizadas na região metropolitana de
Recife, onde levantei dados qualitativos de metodologias e didáticas que envolvam a coordenação
motora infantil e o processo de desenvolvimento das crianças.
ABSTRACT
This article intends to generate a reflection on children`s motor coordination and the importance of
development in their time, which will take place through movement and play, as this is one of the
most important activities for the development of identity and autonomy, we know that it is in play
that some important skills are developed, such as attention, imitation, memory and imagination,
gross and fine motor skills. Bearing in mind that playing is related to various practices such as:
games, games, that is, everything that involves fun. The main authors are based on this research:
Vygotsky
Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p. 54102-54116 jul. ISSN 2525-
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Brazilian Journal of Development
(1998), Oliveira (2000), Aurélio (2003), who discuss concepts and reflections on the importance of
playing in the child`s cognitive development. The methodology used was qualitative Gil (2008). The
research had as locus of research day care centers and preschools located in the metropolitan region
of Recife, where I collected qualitative data of methodologies and didactics that involve the child
motor coordination and the process of development of the children.
1 INTRODUÇÃO
Esta pesquisa trata da coordenação motora infantil e do desenvolvimento infantil em seu tempo,
buscando compreender como se dá o processo da coordenação motora da criança e o seu
desenvolvimento, através do brincar e da própria psicomotricidade, onde colhi informações em
creches e pré-escolas, da Região Metropolitana do Recife, observando o cenário do processo e da
construção do brincar para a coordenação motora da criança e o desenvolvimento.
A maior parte das sociedades marcam a infância pelo brincar, pois a brincadeira permite com que
a criança vivencie o lúdico e através da ludicidade a mesma se descobre, descobre a realidade,
tornando-se capaz de desenvolver seu potencial criativo (Siaulys,2005). Para a maioria dos grupos
sociais, a brincadeira é consagrada como atividade essencial ao desenvolvimento infantil.
Historicamente, ela como lúdico sempre esteve presente na educação infantil, único nível de ensino
que a escola deu passaporte livre, aberto à iniciativa, criatividade, inovação por parte dos seus
protagonistas (Lucariello, 1995).
No Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998), a brincadeira está colocada
como um dos princípios fundamentais, defendida como um direito, uma forma particular de
expressão, pensamento, interação e comunicação entre as crianças.
Sabemos que a coordenação motora é a capacidade que o cérebro tem de equilibrar os
movimentos do corpo a qual é estimulada através do movimento na hora do brincar, das
brincadeiras que vão estimulando a motricidade grossa e fina. No caso de crianças com alguma
deficiência motora, considera-se a necessidade de que esta seja acompanhada por outros
profissionais.
Diante do que foi apresentado, este trabalho tem como questionamento: “Como acontece a
coordenação motora infantil e o desenvolvimento da criança no seu tempo?
Este trabalho contribui para o levantamento qualitativo sobre a importância da coordenação
motora infantil e do desenvolvimento no seu tempo, respeitando os limites de cada criança,
apresentando reflexões para o processo da construção da coordenação motora, do processo cognitivo
que anda junto e do próprio desenvolvimento infantil, através das brincadeiras, o qual ainda precisa
ser melhor compreendido diante da sociedade, pois a brincadeira não envolve apenas o brincar como
2 METODOLOGIA
Essa pesquisa situa-se na abordagem qualitativa Minayo (2003) afirma que “a pesquisa
qualitativa é o caminho do pensamento a ser seguido. Ocupa um lugar central na teoria e trata-se
basicamente do conjunto de técnicas a ser adotada para construir uma realidade.” Esse tipo de
pesquisa trará subsídios para o conhecimento sobre o que foi coletados através dos questionários
semiestruturados.
O meu lócus de pesquisa corresponde a creches e pré-escolas, que tenham educação infantil
localizadas na Região Metropolitana do Recife.
De forma geral, os métodos qualitativos são menos estruturados, proporcionam um
relacionamento mais longo e flexível entre o pesquisador e os entrevistados e lidam com
informações mais subjetivas, amplas e com maior riqueza de detalhes do que os métodos
quantitativos. Calder (1977) classifica os métodos qualitativos, segundo suas possibilidades de
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1 COORDENAÇÃO MOTORA X DESENVOLVIMENTO INFANTIL:
A coordenação motora é a capacidade de se usar de forma eficiente os músculos esqueléticos,
permitindo a criança ou o adulto a dominar seu corpo no espaço em que vivem controlando assim
seus movimentos. A coordenação motora pode ser percebida através do pular, rastejar, escrever,
rolar etc. A mesma é trabalhada desde a infância, através do brincar e das atividades que
possibilitem e que se estimulem tanto a coordenação motora grossa quanto a fina. Quando ela não é
trabalhada ou não é trabalhada de forma adequada, pode-se eventualmente perceber falhas no
desenvolvimento da coordenação motora como por exemplo: noção espacial, lateralidade precária e
o tempo de reação defasado.
A infância é a primeira etapa da vida, a interação com o meio propicia aprendizagens múltiplas, e
é no ambiente escolar que esse aprendizado vai sendo estimulado, junto com a coordenação motora.
Essa é a fase das brincadeiras, e brincar é uma maneira de aprender, é a partir dela que a criança
A aquisição das habilidades motoras, em sua maioria ocorrem no ambiente familiar, porém
algumas delas são adquiridas no contexto escolar, nos primeiros anos de escolarização da criança. O
contexto de aprendizagem é muito importante para que a aquisição destas habilidades ocorra. O
processo ensino-aprendizagem é interativo e específico ao contexto. Isto significa que o contexto
deve ser organizado de tal forma a oferecer as condições para que uma determinada habilidade (e
não outra) seja adquirida (RINK, 1998). Portanto, para a construção de cada habilidade motora
deverá haver um momento específico (ou uma sequência de oportunidades) em que as condições são
propícias para o aprendizado de tal habilidade na criança.
Huizinga; Kishimoto (2003) aponta características relacionadas aos aspectos sociais do jogo. O
jogo promove a integração da criança no grupo social, e também serve como suporte para obtenção
de regras.
Sakamoto; Cleusa (2008) Atualmente, desde a infância, observam-se padrões de
desenvolvimento que são esperados e verificados, estimulados e acompanhados na creche e na
escola. Os profissionais que cuidam de crianças estão sendo preparados para identificarem
problemas e falhas que se mostram presentes no processo evolutivo.
Ujiie (2007) Na educação Infantil, a inserção do brincar nas práticas educacionais vem sendo
prevista pelos Referenciais curriculares Nacionais para Educação Infantil, no entanto, há um longo
caminho a ser percorrido, no sentido de internalizar os conceitos apresentados com relação ao
brincar, para, efetivamente poderem ser não somente transmitidos, mas também assumidos pelos
professores na sua prática junto as crianças.
Levando em consideração também que a prática do brincar gera a afetividade e esta também é
um dos principais fatores do desenvolvimento infantil na construção do cognitivo de cada criança.
Pois a criança aprende través do lúdico e o mesmo tem que ser transmitido e transferido através do
afeto, dentro e fora do contexto escolar.
De acordo com Wallon (1992, p. 90) no início da vida predomina o aspecto afetivo e que no
desenvolver do sujeito, os aspectos afetivos e cognitivos se entrelaçam em suas perpétuas interações
recíprocas. Ele analisou que no início da vida, a afetividade predomina e orienta as primeiras
manifestações do bebê, desencadeadas pela fome ou saciedade, sendo esta as bases das relações
afetivas. Manifestações estas que garantem a sobrevivência no período de total dependência pela
capacidade de mobilizar o ambiente, a fim de atender nossas necessidades básicas, criando vínculos
De acordo com a citação acima, não existem estados afetivos sem elementos cognitivos, assim
como não existem comportamentos puramente cognitivos. Para a maioria dos grupos sociais, a
brincadeira é consagrada como atividade essencial ao desenvolvimento infantil. Historicamente, ela
como lúdico sempre esteve presente na educação infantil, único nível de ensino que a escola deu
passaporte livre, aberto à iniciativa, criatividade, inovação por parte dos seus protagonistas
(Lucariello, 1995).
3.2 PSICOMOTRICIDADE:
A escola é um lugar de descobertas e ampliação das suas vivências individuais onde a
psicomotricidade tem um papel fundamental no ensino infantil, pois proporciona as crianças
situações que elas podem fazer com seu próprio corpo, trabalhando tanto o cognitivo quanto o
motor, porém necessita de uma intervenção pedagógica do professor elaborando atividades para
De acordo com a visão de Arribas citado por Scansetti, (2005) é a partir da maturação do sistema
nervoso, onde a criança começa a modificar os movimentos reflexos pelos movimentos de
locomoção e de manipulação, a criança passará a construir uma motricidade que mais tarde, com
mais idade e através de elementos culturais, será influenciada. No decorrer da educação infantil se
há a necessidade que se identifique as construções simbólicas as quais dão suporte para o
desenvolvimento das funções psicológicas superiores. Segundo Vygotsky estas construções passam
por dois níveis: primeiramente ao nível interpessoal, isto é, partindo das interações que o sujeito
constrói ou ressignifica suas concepções prévias tornando-as parte do seu mundo, dando nesse nível
um caráter subjetivo. A passagem de nível acontece através de um processo de internalização, uma
vez que o sujeito internaliza novas compreensões.” (BASEI, 2008).
Como diz Santin, citado por Basei (2008). “O movimento humano pode ser compreendido como
uma linguagem, ou seja, como capacidade expressiva”, o que vai muito além desta concepção
mecanicista do movimento. As aulas de psicomotricidade na educação infantil devem ser
direcionadas, partindo das experiências de movimento em três âmbitos: a experiência corporal, onde
através do expressar-se e do esforçar-se existe um confronto direto com o próprio corpo em 6
movimentos; a experiência material, onde através do explorar e configurar por meio do movimento
torna-se possível a experimentação do meio/objetos; e a experiência de interação social, onde se
busca o entender-se e comparar-se no sentido de saber relacionar-se com os outros em situações de
movimento. (BAECKER, citado por BASEI, 2008).
Sendo assim a motricidade é a interação de diversas funções motoras (perceptivo motora, neuro
motora, psicomotora, neuropsicomotora, etc.). A atividade motora é de suma importância no
desenvolvimento global da criança. Através da exploração motriz, ela desenvolve a consciência de
si mesma e do mundo exterior. As habilidades motrizes são auxiliares na conquista de sua
independência. Em seus jogos e em sua adaptação social, a criança dotada de todas as possibilidades
para mover-se e para descobrir o mundo é, na maior parte das vezes, uma criança feliz e bem
adaptada. (ROSA NETO, 2002).
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante a aplicação dos questionários semiestruturados sobre como se dar a coordenação motora
infantil e o desenvolvimento no seu tempo, pude verificar através de observações e questionários
que existe uma preocupação em relação a formação da criança enquanto ser em construção,
preocupação esta que estão fazendo com que os núcleos de educação infantil, possibilitem as
crianças aprendizagens múltiplas aderindo em seu contexto escolar atividades que propiciem a
criança esse desenvolvimento da motricidade e do seu próprio ser de uma forma mais leve e
prazerosa.
Sendo está uma pesquisa qualitativa baseada em questionários, o qual poderá de certa forma
contribuir para que a melhoria da educação infantil ou o aprimoramento da mesma ocorra, com mais
atividades lúdicas que propiciem uma educação mais ativa e aprimore o desenvolvimento da própria
motricidade da criança dentro contexto escolar da região metropolitana do Recife.
Foi possível perceber que na educação infantil nestas escolas também anda junto com a própria
educação inclusiva do aluno com necessidades educacionais especiais. Porém, ainda se há a
necessidade de haja um melhor preparo do corpo docente para que de fato essa inclusão venha a
ocorrer de uma maneira mais satisfatória.
Ao fazer as observações e aplicar os questionários, percebi na pratica educativa infantil a
preocupação em atender as demandas das crianças e a sua evolução enquanto ser em construção.
Sendo assim, aprendi bastante na construção deste artigo e consequentemente levarei pra atuação
profissional enquanto educadora e mãe reflexões acerca da melhor maneira de desenvolver a criança
e sua coordenação, colocando em prática o trabalho da motricidade infantil tanto com os meus
alunos quanto com meus filhos. Em relação as pesquisas feitas se reconhecem que precisam ser
ampliadas, pois não obtive a informação de outras creches e pré-escolas por questões burocráticas.
Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p. 54102-54116 jul. ISSN 2525-
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Brazilian Journal of Development
REFERÊNCIAS
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Rio de Janeiro: Zahar.
UJIIE, N. T. Ação lúdica na educação infantil. Colloquium Humanarum,São Paulo, v.4, n.1,
2008. Disponível em: http://revistas.unoeste.br/index.php/ch/article/view/206/598
WAJSKOP, G. O Brincar na Educação Infantil Cad. Pesq. São Paulo, 1995. Disponível em:
https://www.researchgate.net/profile/Gisela_Wajskop/publication/260080354
_Play_in_Childhood_Education/links/02e7e52f56654da8a3000000.pdf
RODRIGUES, Judite Filgueiras. Perfil Motor de Escolares Repetentes dos Anos Iniciais do Ensino
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VYGOTSKY, Lev Semenovich. A formação social da mente. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
AMPARO, Deise; PEREIRA, Maria Ângela; ALMEIDA, Sandra. O brincar e suas relações com o
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