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PRESERVAÇÃO DE ACERVOS MICROGRÁFICOS:

UM ENFOQUE NO LABORATÓRIO DE REPROGRAFIA


DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

Camila Anibale Perlin


Universidade Federal de Santa Maria
[email protected]

Carlos Blaya Perez


Professor Universidade Federal de Santa Maria.
[email protected]

Resumo: Esta pesquisa aborda a preservação de acervos micrográficos e um


breve panorama da sua importância para a Universidade Federal de Santa
Maria (UFSM), tem como objetivo principal estudar a preservação das
microformas para a salvaguarda do patrimônio documental da instituição. Num
primeiro momento, ocorreu um estudo da instituição e do acervo micrográfico
e, em seguida, foram verificados os procedimentos adotados pelo Laboratório
de Reprografia, com vista a avaliar os dados pertinentes e identificando o modo
como os procedimentos são seguidos pelo laboratório no acondicionamento das
microformas. Desta forma, foi possível identificar a importância da
microfilmagem para a instituição, e constatando que a microfilmagem de
documentos é uma forma viável para a preservação da informação arquivística
e para salvaguarda do patrimônio documental da instituição.
Palavras-chave: Patrimônio Documental. Preservação. Microfilme.

1 INTRODUÇÃO

A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM),


idealizada e fundada pelo Prof. José Mariano da Rocha Filho em
14 de dezembro de 1960 e instalada solenemente em 18 de março
de 1961, é uma Instituição Federal de Ensino Superior constituída
como Autarquia Especial vinculada ao Ministério da Educação.
Tem como missão promover ensino, pesquisa e extensão; a
UFSM é responsável pela formação de um grande número de

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profissionais que atuam por todo o Brasil, desta forma, há um
grande acervo de documentos que foram produzidos no decorrer
de suas atividades desde o período de sua inauguração.
O Departamento de Arquivo Geral é o órgão suplementar
central da UFSM, vinculada a Pró-Reitoria de Administração.
Sendo responsável pelo recolhimento da documentação de guarda
permanente e de caráter histórico, além destes, mantém sob sua
custódia os documentos oriundos das atividades dos órgãos
administrativos e das unidades de ensino, pesquisa e extensão.
No Laboratório de Reprografia são realizados os
procedimentos de microfilmagem da documentação de caráter
permanente do Departamento de Arquivo Geral, o mesmo tem sob
sua custódia a documentação microfilmada dos alunos que
concluíram a graduação e pós-graduação, dos professores e
servidores inativos da instituição, nas ultimas décadas.
Assim, a pesquisa delimita-se pelo planejamento dos
passos para o desenvolvimento de um programa de preservação
para o acervo micrográfico do Laboratório de Reprografia do
Departamento de Arquivo Geral da Universidade Federal de Santa
Maria.
A exposição do microfilme às constantes alterações
climáticas, características da região, associados a sujidades,
microrganismos e fungos pode danificar o suporte, perdendo-se
toda a informação armazenada. Desta forma, recomenda-se que a
pesquisa a ser realizada busque responder ao seguinte problema
“O Laboratório de Reprografia do Departamento de Arquivo
Geral da Universidade Federal de Santa Maria está armazenando
adequadamente o seu acervo micrográfico, garantindo a
preservação da informação?”.
Com isso, o objetivo geral desta pesquisa consiste em
estudar quais os requisitos para o armazenamento correto das
microformas, visando à preservação, estabilidade e a durabilidade
do acervo micrográfico da Universidade Federal de Santa Maria.
O acervo que está sob a guarda do Laboratório de
Reprografia é um material muito importante para a história da
instituição, portanto deve ser muito bem armazenado, caso isto

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não aconteça o suporte não terá a durabilidade desejada. Deste
modo, seguindo recomendações constantes na bibliografia
nacional e internacional referente à preservação e armazenamento
das microformas, espera-se proporcionar maior durabilidade e
estabilidade para o suporte.
O Laboratório de Reprografia serve como laboratório de
ensino para os alunos da graduação em Arquivologia. Além disso,
são de valor inestimável para o patrimônio histórico da instituição
de ensino, pois conta com um acervo com mais de dois milhões
de fotogramas, em que está registrada a trajetória acadêmica da
graduação, pós-graduação e dos servidores inativos. Pessoas que
fizeram parte da história da instituição que atualmente fazem
parte do patrimônio documental da universidade.
A microfilmagem de documentos vem a ser um dos
métodos reprográficos mais eficientes empregados atualmente no
Brasil, pois conta com um sólido amparo legal. Além de estar
perfeitamente integrada com outras mídias, à digitalização das
microformas contribui de forma ágil e fácil na localização da
informação, os fotogramas são digitalizados e enviados via
internet, colaborando no acesso dos documentos pelos usuários
internos da instituição. Desta forma, justifica-se a relevância deste
estudo, considerando-se que estão armazenadas as informações
referentes à memória institucional da UFSM.

2 PATRIMÔNIO DOCUMENTAL

O documento segundo uma conceituação clássica e


genérica é definida por Bellotto (2007) como qualquer elemento
pelo qual o homem se expressa, sendo assim, tudo o que seja
produzido pela atividade humana. Deste modo,
A forma/função pela qual o documento é criado é
que determina seu uso e seu destino de
armazenamento futuro. É a razão de sua origem e
de seu emprego, e não o suporte sobre o qual está
constituído, que vai determinar sua condição de
documento de arquivo. (BELLOTTO, 2007, p. 36)

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Está fundamentada no estudo, na guarda, na preservação e
nas demais atividades que dizem respeito aos documentos, os
quais foram bem contextualizados por Schellenberg (2006, p. 41)
como sendo:
Todos os livros, papéis, mapas, fotografias ou
outras espécies documentárias, independentemente
de sua apresentação física ou características,
expedidos ou recebidos por qualquer entidade
pública ou privada no exercício de seus encargos
legais ou em função das suas atividades e
preservados ou depositados para preservação por
aquela entidade ou por seus legítimos sucessores
como prova de suas funções, sua política, decisões,
métodos, operações ou outras atividades, ou em
virtude do valor informativo dos dados neles
contidos.

Os documentos de guarda permanente são aqueles cujas


informações são consideradas imprescindíveis ao órgão produtor
e para a comunidade. Esses documentos, além do valor
administrativo, legal e fiscal, contêm também valor de prova,
como fonte para a pesquisa e, portanto, devem ser definitivamente
preservados (BERNARDES, 2008).
Os conjuntos de documentos de guarda permanente
constituem o patrimônio documental da instituição, formando o
arquivo permanente, em que os documentos possuem valor de
testemunho.
A Memória do Mundo abrange o “patrimônio
documental” da humanidade. Um documento é
aquilo que “documenta” ou “registra” algo com
um propósito intelectual deliberado. Embora o
conceito de documento seja universal, reconhece-
se que algumas culturas são mais “documentais”
que outras. Assim, pois por estas e outras razões
nem todas as culturas estarão representadas por
igual no patrimônio documental mundial e,
portanto, na Memória do Mundo (UNESCO, 2002,
p. 10-11).

Além disso, existem vários riscos para a deterioração do

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patrimônio documental, entre estes as calamidades naturais, como
as inundações, incêndios e desastres provocados pelo homem, que
podem ser negligência em promover cuidados básicos como o
armazenamento e a salvaguarda dos documentos. A integridade do
patrimônio cultural deve ser inviolável e a segurança do
patrimônio não deve ser colocada em perigo por interesses de
exploração (UNESCO, 2002).

3 PRESERVAÇÃO DAS MICROFORMAS

O microfilme analisado é um material transparente e


flexível que contém microimagens de origem documentária, para
projeção ótica. O microfilme contém uma camada de emulsão a
base de sais de prata suspensos em gelatina de alto grau de
contraste. A microfilmagem pode ocorrer com a utilização de
diversos tipos de microformas, os mais comuns são o rolo,
magazines, cartuchos, jaquetas, microfichas e cartões-janela.
Devido a sua estrutura e a sua composição, o microfilme é
um suporte sensível, porém com um alto poder de compactação,
que chega a mais de 90% de redução da massa documental no
arquivo.
Partindo da preparação da documentação para a
microfilmagem até o armazenamento e o manuseio dos
microfilmes, os procedimentos utilizados proporcionam melhores
condições de trabalho para as pessoas envolvidas, visto que o
microfilme é um suporte de fácil armazenamento e a informação é
rapidamente localizada devido à ordem pré-estabelecida e a
disposição dos fotogramas no filme.
A microfilmagem de documentos arquivísticos pode ser
apresentada como uma solução para muitos casos, os quais não há
mais como reparar os danos causados pelos maus cuidados ou
pela ação do tempo.
Os acervos documentais cada vez mais se deparam com a
ação dos agentes climáticos e biológicos que aceleram a sua
deterioração. Os registros baseados em papel são os mais
ameaçados devido ao seu conteúdo ácido, os recursos são

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escassos, em questão de pessoal, instalações, material e verbas,
desta forma, limita ao usuário tanto o acesso físico quanto
intelectual do mesmo.
Os documentos e as fotografias deterioram-se
rapidamente, e com maior facilidade, filmes, materiais
audiovisuais e os dados eletrônicos que são gravados em meios
instáveis, todas estas questões são preocupantes para os
arquivistas em relação à preservação da informação.
A microfilmagem, dos documentos que correm o risco de
deterioração e perda da informação, proporciona maior facilidade
de acesso a estes documentos e impede o avanço da deterioração
causado pela manipulação e manuseio dos originais.
O microfilme, atualmente, constitui uma prestigiosa forma
de preservação da informação de caráter permanente, as quais não
necessitem de atualização constante, e, além disso, compõem
ampla fonte de informação e patrimônio cultural da instituição.
Apesar de não poder eliminar totalmente as causas do
processo de deterioração dos documentos, com certeza pode-se
diminuir consideravelmente seu ritmo, através de cuidados com o
ambiente, o manuseio, as intervenções e a higiene, entre outros,
para salvaguarda da informação documental (CASSARES, 2000).
Para que os filmes tenham maior durabilidade,

O controle da temperatura e da umidade relativa do


ar é de importância fundamental na preservação
dos acervos de bibliotecas e de arquivos, pois
níveis inaceitáveis destes fatores contribuem
sensivelmente para a desintegração dos materiais.
[...] o sistema de controle climático não deve
nunca ser desligado. Os níveis de temperatura ou
umidade não devem ser modificados à noite, nos
fins de semana, ou em outras ocasiões em que a
biblioteca ou o arquivo estejam fechados.
(OGDEN, 2001b, p. 7-8).

Como fora citado, é imprescindível seguir rigorosamente o


controle climático do arquivo onde estão armazenados os filmes,
não podendo ter altas oscilações no ambiente, para que se tenha

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maior durabilidade e estabilidade do suporte, e que não ocorra o
deslocamento entre a base do filme e a emulsão. A ação do
homem em relação aos cuidados com os filmes, também
preocupa, pois qualquer descuido no manuseio ou no
acondicionamento pode acarretar em danos irreversíveis para o
suporte em questão.
Sendo assim, os usuários devem fazer as suas solicitações
com no mínimo 24 horas de antecedência ao setor de custódia das
microformas, para que as mesmas sejam deslocadas da sala
climatizada em que são arquivadas, e sejam alocadas em uma sala
de consulta com climatização apropriada, para as mesmas se
adaptarem as novas condições climáticas da sala, contribuindo
para que não haja a condensação da água sobre a superfície do
filme.
A temperatura, a umidade relativa e os poluentes são os
principais fatores do ambiente de armazenamento que afetam o
filme. Agindo individualmente ou, mais tipicamente, em
conjunto, eles podem ter efeitos significativos na deterioração da
gelatina, da prata e dos corantes (REILLY, 2001).

4 METODOLOGIA

Nesta pesquisa o ambiente de estudo é o Laboratório de


Reprografia que está subordinado ao Departamento de Arquivo
Geral da Universidade Federal de Santa Maria, em que foram
analisadas as condições de armazenamento e preservação das
microformas produzidas no local.
A pesquisa pode ser definida como um procedimento
racional e sistemático, que tem como objetivo proporcionar
respostas aos problemas que são propostos, a mesma desenvolve-
se ao longo de um processo que abrange inúmeras fases, desde a
adequada formulação do problema até a apresentação dos
resultados (GIL, 1991).
Levando-se em consideração a forma de abordagem do
problema, a pesquisa definiu-se como qualitativa, pois os dados
foram analisados de acordo com o ambiente natural da pesquisa.

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De acordo com Danzin e Lincoln (2006) a pesquisa
qualitativa consiste em um conjunto de práticas materiais e
interpretativas que dão visibilidade ao mundo. Essas práticas
transformam o mundo em uma série de representações, incluindo
entrevistas, conversas, fotografias etc.
Neste sentido, define-se como aplicada, sendo necessária a
análise descritiva do ambiente em estudo. Andrade (2010)
caracteriza a pesquisa descritiva como sendo onde os fatos são
observados, registrados, analisados, classificados e interpretados,
sem que o pesquisador interfira neles, deste modo, os fenômenos
do mundo físico e humano que são estudados não são
manipulados pelo pesquisador.
A medida inicial adotada para a elaboração deste trabalho
foi à organização de um estudo bibliográfico de obras referentes
ao assunto. Conjuntamente, esteve presente a necessidade de
realizar um levantamento do histórico da Universidade Federal de
Santa Maria e do Laboratório de Reprografia, para melhor
entendimento do seu funcionamento.
A primeira etapa do desenvolvimento do trabalho teve por
objetivo a elaboração de uma análise da situação do Arquivo de
Segurança do Laboratório de Reprografia. Foram coletadas as
informações referentes ao pessoal envolvido com as atividades do
setor, e analisadas a infraestrutura do local, a forma de
arquivamento, as práticas de manuseio dos microfilmes, a
quantidade existente de microformas, a higienização do ambiente
e os equipamentos utilizados no Laboratório.
Estes dados foram coletados por meio de observação
direta e conversa com a Arquivista responsável pelo Setor. Serão
analisadas algumas ações adotadas para diminuir os riscos de
proliferação de fungos e para verificar quais medidas são
necessárias para garantir a preservação dos microfilmes e da
informação contida nestes.
Na segunda etapa deste trabalho, foi elaborada a coleta de
amostras de microrganismos e fungos nos microfilmes, nas
jaquetas, nos armários, no piso e no ar ambiente do Arquivo de
Segurança.

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Para a coleta do material do ar ambiente, foi utilizada uma
placa de Petri, deixada aberta em cima de um armário por um
período de aproximadamente 15 minutos. Foram analisadas
diluições seriadas cultivadas em meio de cultivo DRBC
(Dichloran Rose-Bengal Chloramphenicol Agar). Para este
procedimento utilizou-se cotonetes esterilizados e umedecidos.
Posteriormente este material coletado, foi encaminhado
para análise no Laboratório de Pesquisas Micológicas – LAPEMI
da Universidade Federal de Santa Maria – UFSM, onde as placas
foram cultivadas durante o período de sete dias.
Na terceira etapa deste trabalho, ocorreram à instalação de
aparelhos de medição da temperatura e umidade na sala do
Arquivo de Segurança, no local que estão armazenados os
microfilmes originais de câmara e os microfilmes para consulta.
Para este estudo foi utilizado um sensor digital com dispositivo
eletrônico que registra os dados de temperatura e umidade relativa
do ar ao longo do tempo. Tendo como período de estudo 12
meses, de junho de 2012 a maio de 2013.
Logo, espera-se que com esta pesquisa algumas medidas
de preservação possam ser adotadas no Laboratório de
Reprografia da UFSM, para salvaguarda do patrimônio
documental da instituição.

5 A INPORTÂNCIA DOS MICROFILMES PARA A UFSM

Atualmente o Brasil possui uma das melhores legislações


referente à microfilmagem dos documentos arquivísticos, que
proporciona uniformidade na produção e no armazenamento dos
filmes, aumentando a qualidade do produto final. Além disso,
pode-se dizer que a Lei é direta, objetiva e de fácil compreensão
pelos usuários, e que é devidamente regulamentada através de
Decreto.
A Lei n 5.433/68 é a que regula a microfilmagem de
documentos no Brasil. Através dela, é autorizada, em todo o
território nacional, a microfilmagem de documentos particulares e
oficiais arquivados, estes de órgão federais, estaduais e

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municipais. Esta Lei foi um avanço para a arquivística no Brasil
apesar de ser extremamente sintética.
A preocupação com qualidade da microfilmagem já existe
há décadas. Com o avanço e desenvolvimento da indústria,
buscou-se a padronização de procedimentos para garantir
qualidade do produto final. Desta forma, a Resolução n 10 do
Conselho Nacional de Arquivos (CONARQ) tem como referência
símbolos constantes da ISO 9878/1990. Nestes termos, é
importante adotar estas normas no processo de microfilmagem de
documentos arquivísticos, para que o produto final esteja de
forma padronizada e de fácil compreensão para os usuários.
Além disso, a microfilmagem é um método muito
eficiente para a preservação de documentos, reduz o volume
documental e garante a durabilidade e preservação da informação.
Nos dias de hoje, existe uma tendência mundial em padronizar
ações, o processo de microfilmagem entre outros procedimentos,
também foram alvo, com a finalidade de melhorar a qualidade dos
serviços e facilitar o acesso por órgãos internacionais.
O microfilme deverá apresentar boa qualidade de imagem
tanto para verificação visual, quanto para a reprodução, e, além
disso, reunir condições que contribuam para uma longa
permanência arquivística. Isso se dá com um minucioso e
completo programa de qualidade que deve ser elaborado e
colocado em prática desde o início da microfilmagem. Desta
forma, recomenda-se a adoção da norma ISO para proporcionar
maior qualidade e segurança de seus produtos e serviços.
A microfilmagem de documentos tem dois objetivos
básicos, que é redução do volume documental na instituição e de
garantir a durabilidade do suporte. Também garante facilmente ao
acesso as informações contidas nos microfilmes, proporcionando
melhores condições de trabalho e manuseio, para as pessoas
envolvidas neste processo.
Na UFSM a microfilmagem ganhou grande prestígio pela
comunidade acadêmica que utiliza o Laboratório de Reprografia
para as aulas práticas do Curso de Arquivologia, e também pelos
servidores, tanto os que realizam o trabalho aos que somente

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utilizam, pois é de fácil manuseio e a informação é localizada
facilmente e com agilidade e rapidez.
Todo este trabalho está arquivado em um pequeno espaço,
em armários de aço, que contam a história dos servidores inativos
e dos alunos que passaram pela instituição, no período de trinta
anos. Estas informações são de grande valor histórico para a
instituição, pois conta uma parte da trajetória de cada aluno ou
servidor que passou pela instituição, contribuindo para o
patrimônio histórico da Universidade Federal de Santa Maria.

5.1 O ACERVO MICROGRÁFICO DO LABORATÓRIO DE


REPROGRAFIA

O Laboratório de Reprografia foi criado em 1977, iniciou


as atividades de microfilmagem de documentos em
aproximadamente 1979, com a finalidade de microfilmar a
documentação acadêmica da Universidade Federal de Santa
Maria. Esta prática foi adotada para que os documentos originais
fossem preservados do manuseio e para a liberação de espaço
físico.
No início das suas atividades, foi utilizado para a
microfilmagem dos documentos o rolo de 35 mm para a
documentação financeira, as jaquetas para documentação
acadêmica, porém logo foram substituídos por rolos de
microfilmes, e também foi utilizado o rolo de 16 mm, que é a
única microforma utilizada até os dias atuais.
Estão armazenadas no Arquivo de Segurança as jaquetas,
em dois armários de aço, cada um com oito gavetas. Em mais 5
armários de aço, estão acondicionados aproximadamente 988
rolos de microfilmes de 16 mm e 35 mm, sendo que os rolos de
16 mm tem a capacidade de armazenamento de 2.500 fotogramas,
e os de 35 mm com a capacidade de 1.200 fotogramas, conforme
a tabela 1.

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Tabela 1: Quantidade de microfilmes no Arquivo de Segurança
Quantidade/Microform
Departamento Fotogramas Bitola
a
DERCA 720 rolos 1.800.000 16 mm
PRRH 74 rolos 185.000 16 mm
PROTOCOLO 86 rolos 215.000 16 mm
DCF 97 rolos 116.400 35 mm
TERCEIRIZAD
11 rolos 27.500 16 mm
OS
TOTAL 988 rolos 2.343.900
Fonte: Laboratório de Reprografia

No Laboratório de Reprografia atuam servidores com


formação em várias áreas, três são servidores da UFSM dentre
eles a arquivista responsável pelo setor, dois técnicos em
microfilmagem e duas pessoas terceirizadas que atuam nos
reparos dos documentos em papel.
O Laboratório de reprografia possui no total 8 salas, uma
sala para cada procedimento da microfilmagem. A sala do
Arquivo de Segurança que tem a função de armazenamento dos
microfilmes possui aproximadamente uma área total de 12 m2. O
mesmo conta com 7 armários de aço com gavetas e espaço para
identificação para o armazenamento dos microfilmes.
A sala do Arquivo de Segurança possui apenas uma porta
para a entrada de pessoas no ambiente, a mesma é definida como
porta corta fogo, para prevenção de acidentes, as tubulações das
instalações elétricas são em eletrodutos, aparentes e fixadas na
parede, o piso do Arquivo de Segurança é de cerâmica.
No Arquivo de Segurança, as janelas do ambiente são de
ferro, ficam posicionadas na parte superior da parede,
compreendendo toda a largura de um lado da sala, onde as janelas
estão localizadas há uma grande orientação solar durante o
período da tarde no verão.
Para evitar a iluminação natural diretamente nos armários
e microfilmes, as janelas são lacradas e os vidros são revestidos
com películas para conter a entrada de raios ultravioletas e
infravermelhos, possui cortinas de blackout e persianas para a
proteção do ambiente, desta forma, a luz não penetra no ambiente,

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sendo um fenômeno que prejudica a qualidade das microformas e
do armazenamento.
O teto e as paredes são de alvenaria, na sala tem uma
perfuração na parede que passa o duto do exaustor que tem dentro
da sala ao lado em que é feito o processamento dos microfilmes.
A iluminação do ambiente destinado para armazenamento
dos microfilmes se dá por lâmpadas fluorescentes, as mesmas são
ligadas somente quando algum usuário precisar entrar no Arquivo
de Segurança, caso não precise as mesmas permanecem
desligadas.
O acondicionamento dos microfilmes é feito no Arquivo
de Segurança, que está vinculado em uma sala no Laboratório de
Reprografia. No Arquivo de Segurança o arquivamento dos
microfilmes é feito em caixas box originais de fábrica, as mesmas
são de plástico ou de papelão, além disso, são embaladas
individualmente e devidamente identificadas e indexadas
conforme a figura 1.

Figura 1: Identificação dos microfilmes do Laboratório de Reprografia

Fonte: Fotografia tirada pela autora.

No Arquivo de Segurança onde estão armazenados os


microfilmes, há um controle das condições ambientais que tem
em vista a estabilidade das microformas e a preservação do
acervo. Para que isto aconteça, o Laboratório de Reprografia
conta com alguns equipamentos, dois desumidificadores, para o
controle da umidade, um termômetro/hidrômetro, para a medição
da temperatura e umidade relativa do ar, e, o ar condicionado,

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para manter o ambiente com a temperatura desejada. Estes
equipamentos auxiliam na preservação das microformas, e para
que não ocorra a proliferação de fungos e infestações de insetos
que possam deteriorar os microfilmes.
Os microfilmes são manuseados quando há solicitação
pelo setor de origem da documentação ou então quando deve ser
feita uma revisão, esta se dá aproximadamente a cada 6 meses.
Para estes procedimentos adota-se o filme de consulta, pois o
filme de segurança deve permanecer em local fechado e não pode
ser mexido a qualquer momento, para tanto são utilizadas luvas
(algodão, helanca ou látex) tanto para os procedimentos de
consulta quanto o manuseio periódico dos microfilmes. Quando
ocorre a solicitação de informações os filmes de consulta são
utilizados e após ser encontrado o fotograma este é digitalizado e
enviado por e-mail para o departamento que solicitou a
informação.
O Laboratório de Reprografia, além das atividades que
exerce em relação à preservação dos microfilmes, tem a
consciência que deveria ter um controle maior e mais rigoroso em
relação à umidade relativa do ar e a temperatura do ambiente, já
que estes são os principais fatores de risco para a proliferação dos
fungos e microrganismos que podem deteriorar as microformas,
pois em Santa Maria a temperatura é bastante oscilante e a
umidade relativa do ar é muito alta.
Atualmente, tanto o aparelho de ar condicionado quanto o
desumidificador permanecem desligados fora do horário de
expediente, por receio que ocorra um sinistro e acabe com todos
os filmes, e, que venha colocar em risco a integridade do Arquivo
de Segurança, pois os filmes de consulta e os de segurança são
arquivados junto na mesma sala, e assim iriam se perder todas as
informações já microfilmadas.
Desta forma, poderia ser usado um ar condicionado de
parede para que aconteça a renovação do ar de tempos em
tempos, e um ar Split para manter a temperatura, além disso,
poderia ser usado um temporizador no ar para que o mesmo fique
ligado 24 horas, com intervalos regulares para evitar o desgaste

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excessivo do equipamento, e a mesma condição para o
desumidificador.
Para o ambiente destinado ao armazenamento dos
microfilmes há um programa específico destinado à preservação,
que é seguido com rigor, porém alguns métodos não são seguidos
como previsto em função de infraestrutura.
A higienização da sala do Arquivo de Segurança, é
realizada somente uma vez por semana, no piso é utilizada uma
mistura de água e detergente, também se passa um pano úmido
nos armários para retirar o pó e sujidades do local, quando
necessário.
Para a preservação das microformas seria de grande
importância um treinamento com a equipe de limpeza, e a
utilização do álcool misturado nestes produtos já utilizados pelo
Laboratório, para que a evaporação da umidade seja mais rápida,
pois é um local fechado, mas a melhor alternativa é utilizar o
aspirador de pó com um filtro descartável para remover sujidades
do ambiente.
Um fato de grande relevância que prejudica os cuidados
com a preservação dos microfilmes, é para onde vai à água que
sai do desumidificador que está na sala do Arquivo de Segurança,
a água é retirada em um recipiente e escoada por um ralo que fica
no mesmo ambiente. Este orifício pode acarretar grandes danos
para o espaço destinado ao armazenamento dos filmes, pois
podem entrar insetos, baratas, grilos e outras espécies que
contribuem para a deterioração dos microfilmes.
Outra questão importante é a ventilação do ambiente, seria
necessária a renovação do ar deste local, porém isto não acontece,
pois não é permitido abrir as janelas por motivo de segurança,
somente o ar condicionado instalado no Arquivo de Segurança é
que realiza este trabalho de troca de ar, sendo que o mesmo fica
ligado somente no horário de expediente, desta forma o ar do
ambiente é quase sempre o mesmo.
Os equipamentos de controle da temperatura e da umidade
relativa do ar deveriam permanecer ativos por 24 horas e não
somente no período de trabalho dos funcionários.

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Nos filmes que estão arquivados, é feita uma revisão
periódica para a ventilação e a verificação de possíveis colônias
de fungos, caso seja encontrado algum vestígio é feita uma
limpeza nos filmes. Caso não haja solução e a limpeza já não tem
tanta eficiência, os filmes são enviados a outro Laboratório
terceirizado para que possam fazer a duplicação do filme, para
que não se perca a informação, sendo que não há como elaborar
novamente microfilmagem da documentação, pois certos
documentos são eliminados posteriormente a microfilmagem,
segundo a Tabela de Temporalidade de Documentos da UFSM.
Para que se tenha um controle de qualidade devidamente
aplicado, o Laboratório de Reprografia conta com a ajuda de
leitora de microfilmes, este equipamento é usado para revisão e
para ser feito o arejamento dos filmes.
Além deste, a mesa de luz e o microscópio, também
seriam de grande importância para a revisão dos filmes e o
densitômetro para a verificação da densidade no filme, porém o
Laboratório não conta com o auxílio destes equipamentos, que
seriam de grande utilidade, por questões orçamentárias.
Desta forma, nota-se a importância da adoção de políticas
de preservação para o acervo que traz a história acadêmica da
UFSM. Seria de grande relevância a adoção de alguns
equipamentos para que esta preservação seja constante e que torne
duradoura a vida útil dos microfilmes, para que a informação seja
sempre acessada e esteja disponível para os usuários.

5.2 ANÁLISE DA PRESENÇA DE FUNGOS NO ARQUIVO


DE SEGURANÇA

Para a análise de possível presença de fungos no acervo,


foi coletado amostras de material nos microfilmes, nas jaquetas,
no piso e nos armários da sala do Arquivo de Segurança, também
foi coletada amostra do ar do ambiente no mesmo local.
Na coleta das amostras, foram utilizadas placas de petri,
analisando as diluições seriadas cultivadas em meio DRBC
(Dichloran Rose-Bengal Chloramphenicol Agar), para coletar o

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material utilizou-se cotonetes umedecidos e esterilizados, que
foram encaminhados para análise no Laboratório de Pesquisas
Micológicas – LAPEMI da UFSM.
Para coletar as amostras do ar ambiente, foram colocadas
as placas de petri abertas dentro da sala do Arquivo de Segurança,
durante o período de aproximadamente 15 minutos, depois as
mesmas foram mantidas fechadas e encaminhadas para análise
juntamente com o restante do material coletado.
O material coletado para realizar a análise da presença de
fungos foi selecionado através da observação direta no acervo,
buscando microfilmes mais antigos e os mais recentes, em busca
de indício de presença de fungos, sendo posteriormente analisados
e comparados. Além da análise dos microfilmes, houve também
uma preocupação com a análise das jaquetas, as quais eram
produzidas no início das atividades do Laboratório de
Reprografia, as quais não são mais confeccionadas.
Considerando o período de aproximadamente trinta anos
de trabalho no Laboratório de Reprografia, foram selecionados
microfilmes confeccionados no início deste trabalho, e um
microfilme mais atual, um dos últimos produzidos, para que fosse
possível a comparação dos mesmos. Porém, não foi possível a
realização desta comparação, pois não houve a comprovação da
presença de fungos, desta forma, não foi encontrado indícios de
contaminação de microrganismos nos microfilmes.
Levando-se em conta os materiais analisados, este
resultado obtido, através do material coletado nos microfilmes, é
de grande relevância para o Laboratório de Reprografia da
UFSM, pois é neste suporte que se encontra um grande acervo
histórico da universidade, comprovando que este patrimônio se
manterá conservado por um longo período.
Quando há contaminação por fungos nos microfilmes,
além de fragilizar o suporte, pode causar manchas de coloração
diversas e intensas de difícil remoção, sendo que a proliferação se
dá através dos esporos que, em circunstâncias propícias, se
reproduzem de forma abundante e rápida (CASSARES, 2000).
Foram coletados materiais no piso, em cima dos armários

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e do ar ambiente, devido à forma da realização da limpeza do piso
e dos armários, pela utilização de um pano umedecido com água,
realizado uma vez por semana. O procedimento adotado na
limpeza da sala e dos armários pode aumentar as chances do
crescimento de fungos na sala do Arquivo de Segurança, uma vez
que, para germinar, os fungos necessitam de alimento e umidade.
Conforme orientação de Cassares (2000) deve ser evitada
a limpeza do ambiente com água, pois, quando secar, eleva a
umidade relativa do ar, favorecendo a proliferação de colônias de
fungos. Desta forma, para a higienização do ambiente recomenda-
se usar o aspirador de pó, sendo a maneira mais indicada.
Tabela 2: Identificação dos fungos encontrados no Arquivo de Segurança
UFC/ por
Amostra Gêneros encontrados
placa
Rolo de microfilme (antigo) 0 -
Rolo de microfilme (atual) 0 -
87,20% Aspergillus spp.
Piso Arquivo de Segurança 86
12,80% Fusarium spp.
88,50% Aspergillus spp.
Em cima dos armários 52
11,50% Fusarium spp.
Microfichas 1 100% Aspergillus spp.
70% Aspergillus spp.
Ambiente 4
30% Fusarium spp.
Fonte: Laboratório de Pesquisas Micológicas – LAPEMI Departamento de
Microbiologia e Parasitologia - UFSM

Podemos observar com mais clareza, quais são as áreas


mais afetadas por fungos, que é o piso da sala do Arquivo de
Segurança, e, em cima dos arquivos onde estão armazenados os
microfilmes e as microfichas, estes foram os locais com maior
concentração de fungos – UFC/placa (Unidades Formadoras de
Colônias).
Entretanto, um dos fatores que mais afeta a longevidade
do filme, encontra-se na etapa do processamento do filme, se dá
pela existência de químicos residuais que foram usados acima das
especificações recomendadas. Além deste, outros fatores afetam
os filmes, são a poeira, o calor e a umidade (OLIVEIRA, 1978).

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Do mesmo modo que Oliveira (1978 p. 52) completa,
O fungo que então se forma, situa-se na emulsão e
depois no suporte, formando zonas negras, verdes
ou cinza escuro, consumindo a imagem, destruindo
a emulsão. No entanto, se o filme for conservado
em ambiente muito seco, a emulsão perde a
umidade e sua elasticidade fica reduzida.

A temperatura e a umidade relativa do ar na sala do


Arquivo de Segurança, devem sempre permanecer estáveis, isso
quer dizer que, não pode haver grandes oscilações no ambiente,
pois, estas aceleram o processo de deterioração, provocando
danos visíveis e que podem ser irreversíveis aos documentos e
microfilmes. Além disso, Reilly (2001 p. 31) enfatiza que:
Quase todo filme tem uma camada de emulsão de
gelatina. A gelatina tem provado ser uma
substância durável, exceto sob condições de
umidade muito prolongadas, quando se torna
propícia ao ataque de fungos. A gelatina é um
nutriente ideal para o crescimento de fungos.
Sempre que a umidade relativa ambiente se
mantiver acima de, aproximadamente, 70% por
diversos dias, o crescimento de mofo será
provável. Boa circulação de ar reduz
consideravelmente as chances de crescimento de
mofo. Não há como remediar os danos causados
pelo mofo à gelatina (o mofo produz enzimas que
amolecem e dissolvem a gelatina e também produz
manchas). A prevenção é a única resposta prática.
Os esporos do mofo são praticamente onipresentes.
Sempre que houver umidade suficiente, eles se
propagarão e crescerão.

Além do mais, os fungos se constituem sobre os


documentos, no formato papel, gelatina ou negativos formam
colônias que crescem e proliferam rapidamente. Se não houver
limpeza adequada, podem chegar a formar estruturas mais
compactas do que os bolores, pode chegar a ser semelhante a
cogumelos (PAVÃO, 1997).
Quando as circunstâncias são tais que impeçam seu

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crescimento, o mofo se torna dormente. A dormência ocorre
quando as condições ambientais passam a ser desfavoráveis ao
seu desenvolvimento – por exemplo, o ressecamento do ambiente.
No estado de dormência, os esporos são inativos e não ameaçam o
patrimônio cultural (OGDEN et al., 2001c).
Entretanto, em circunstâncias climáticas adequadas, estes
esporos que estão em estado dormente, poderão sair do estado de
dormência, e voltar a agir, independente do congelamento, sendo
uma ameaça aos documentos e microfilmes. De acordo com
Ogden et al. (2001c p. 17).
O mofo é perigoso tanto para as pessoas quanto
para os acervos e algumas espécies, como a
Aspergillus fumigatus, são tóxicas. Além disso, o
mofo é um sensibilizante poderoso e ficar-se a ele
exposto pode causar alergias enfraquecedoras até
mesmo em pessoas que não tenham propensão a
manifestações alérgicas.

Apesar de não ter encontrado contaminação de fungos nos


microfilmes, no restante do material coletado houve importantes
constatações, nos armários, no piso, e nas jaquetas encontrou-se
contaminação. Sendo assim, os dois gêneros de fungos
encontrados na sala do Arquivo de Segurança, podem ocasionar
danos irreversíveis para a informação que está armazenada no
acervo, e pode provocar danos a saúde das pessoas que trabalham
no Laboratório de Reprografia.
Para esses pontos deve ser pensada uma forma melhor de
manutenção, realizando o controle desta manifestação de fungos
que está alojada no Arquivo de Segurança, para que assim seja
evitada a contaminação posterior nos microfilmes.

5.3 ANÁLISE DAS VARIAÇÕES DE TEMPERATURA E


UMIDADE RELATIVA DO AR NO ARQUIVO DE
SEGURANÇA

A microfilmagem de documentos se apresentou até os dias


de hoje uma forma viável de conservação e preservação da

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documentação de caráter permanente. Porém, juntamente com o
processo de microfilmagem deve ser pensado o armazenamento
dos microfilmes, com o objetivo de que este processo de
preservação da informação seja completo na instituição.
Um dos itens a ser observado é o local de armazenamento
dos microfilmes, a sala onde este material está arquivado deve ser
fechada 24 horas e devidamente climatizada, com temperatura e
umidade relativa do ar sem grandes oscilações. Estes são um dos
fatores que podem causar vários danos ao suporte em questão,
pois sem um controle adequado da temperatura e umidade relativa
do ar vem a acarretar desde o ressecamento do filme, a infestação
e a proliferação de fungos.
De acordo com Ogden (2001b, p. 23) os
livros, fotografias e outros artefatos de papel são
muito vulneráveis a danos provenientes do
ambiente em que se encontram. Calor, umidade,
luz e poluentes produzem reações químicas
destrutivas. O calor e a umidade favorecem
processos biológicos como mofo e infestação de
insetos.

Se o microfilme não tiver um bom processamento, como


por exemplo, a existência de resíduos de revelador, entre outros
produtos químicos que são usados no processamento, se torna
mais fácil à deterioração dos microfilmes, isso em conjunto a um
mau controle de temperatura e umidade relativa do ar torna os
microfilmes mais frágeis e vulneráveis a um ataque de fungos.
Desta forma o controle da temperatura e da umidade
relativa do ar é de grande relevância para a preservação do acervo
de microformas. Conforme Ogden (2001b) o calor acelera a
deterioração nos microfilmes, isso porque acelera a velocidade
das reações químicas, estas podem ser dobradas a cada aumento
de temperatura de aproximadamente 10C, além dos altos níveis
de umidade relativa do ar que fornecem o meio necessário para
promover reações químicas danosas nos materiais. Além disso,
quando combinados com altas temperaturas, favorecem a
proliferação de mofo e inclusive de insetos.

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As flutuações de temperatura e de umidade relativa do ar
também são danosas ao acervo, sendo que os materiais absorvem
e liberam facilmente a umidade, eles reagem às mudanças
sazonais de temperatura e umidade relativa do ar expandindo-se e
contraindo-se, estas mudanças dimensionais no material aceleram
a deterioração e acarretam danos visíveis, como por exemplo,
ondulações e o rompimento de emulsões fotográficas (OGDEN,
2001b).
A temperatura e a umidade relativa do ar afetam
consideravelmente a longevidade dos acervos de microformas. As
variações de temperatura e umidade relativa do ar da sala do
Arquivo de Segurança foram registradas por meio de um
termômetro/hidrômetro eletrônico, em que eram registradas as
informações das máximas e mínimas durante o dia, ao final do
expediente no Laboratório de Reprografia da UFSM.
Com a instalação deste aparelho na sala do Arquivo de
Segurança foi possível coletar e analisar as variações da
temperatura e umidade relativa do ar durante o período de um
ano, de junho de 2012 a maio de 2013, com exceção dos finais de
semana, feriados e período de recesso da universidade. Esse
aparelho propicia uma importante base para a análise das
condições climáticas no acervo de microfilmes.
Ogden (2001b) salienta que o bom controle da
temperatura, da umidade relativa do ar e de outros fenômenos
ambientais, é fundamental para a preservação de um acervo.
Sendo que a temperatura e a umidade relativa do ar são os fatores
que determinam a velocidade dos danos provocados ao acervo.
A variação de temperatura é um fator agravante na
deterioração dos microfilmes, caso a temperatura esteja muito
baixa a emulsão pode ressecar, e se a temperatura estiver muito
alta contribui para a proliferação dos fungos no local de
armazenamento, danificando a emulsão dos microfilmes.
Na tabela 3 apresentam-se as variações de temperatura
com aos dados de temperatura máxima e mínima, bem como o
cálculo da temperatura média e as variações no decorrer de cada
mês.

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Tabela 3: Análise dos registros de temperatura na sala do Arquivo de
Segurança
Temperatura Temperatura Temperatura Variação da
Mês
Mínima Máxima Média Temperatura
Junho/2012 18,90 27,50 23,20 8,60
Julho/2012 17,90 26,80 22,35 8,90
Agosto/2012 17,90 26,70 22,30 8,80
Setembro/2012 16,00 24,80 20,40 8,80
Outubro/2012 17,20 23,50 20,35 6,30
Novembro/2012 18,90 23,00 20,95 4,10
Dezembro/2012 20,00 28,40 24,20 8,40
Janeiro/2013 20,90 27,60 24,25 6,70
Fevereiro/2013 19,10 31,20 25,15 12,10
Março/2013 18,10 22,90 20,50 4,80
Abril/2013 15,90 20,90 18,40 5,00
Maio/2013 19,90 25,00 22,45 5,10
Fonte: Elaboração própria com dados coletados junto ao Laboratório de
Reprografia

Nota-se que no período do verão houve maior variação de


temperatura na sala do Arquivo de Segurança, e nesse período
atingiu as mais elevas temperaturas, sendo que a maior variação
de temperatura foi registrada em fevereiro de 2013 atingindo
12,1C.
Pavão (1997) salienta que a temperatura é um fator
importante na deterioração das espécies fotográficas, sendo que
todas as reações químicas ocorrem rapidamente quanto mais
elevadas estiverem às temperaturas do ambiente de
armazenamento. Complementa ainda que em regiões onde o clima
possa atingir valores extremos de calor e umidade, são
necessários aparelhos mais potentes e, possivelmente, um
isolamento da sala de armazenamento.
A umidade relativa do ar segundo Ogden (2001b) é a
medida da capacidade do ar de segurar a umidade, sendo que esta
umidade pode provir da água acrescentada ao ambiente
intencionalmente, por umidificadores, acidentalmente, por
vazamentos ou inundações, ou por mudanças na temperatura, que
são causadas por aquecimento ou refrigeração do ar.

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Ogden (2001b, p. 23) complementa enfatizando que,
A umidade relativa depende da temperatura. Se a
água não for acrescentada ou retirada
intencionalmente do ar em um espaço vedado, a
umidade poderá migrar de um objeto para o ar,
quando a temperatura subir; se a temperatura
baixar, a umidade poderá retornar ao objeto.
Consequentemente, o teor de umidade dos
materiais de bibliotecas e arquivos muda
continuamente em resposta às mudanças no
ambiente. Como a água é fundamental para a
formação de ácidos, quanto mais alto o nível da
umidade, mais veloz a taxa de danos.

Complementarmente está disposta a análise dos dados da


umidade relativa do ar na sala do Arquivo de Segurança, com as
máximas e mínimas, adjacente a sua média e variações no
decorrer de cada mês, conforme tabela a baixo.
Tabela 4: Análise dos registros de umidade relativa do ar na sala do Arquivo
de Segurança
Umidade Umidade Umidade Variação da
Mês
Mínima Máxima Média Umidade
Junho/2012 40,00 66,00 53,00 26,00
Julho/2012 40,00 66,00 53,00 26,00
Agosto/2012 41,00 63,00 52,00 22,00
Setembro/2012 40,00 64,00 52,00 24,00
Outubro/2012 41,00 65,00 53,00 24,00
Novembro/2012 40,00 66,00 53,00 26,00
Dezembro/2012 41,00 65,00 53,00 24,00
Janeiro/2013 40,00 65,00 52,50 25,00
Fevereiro/2013 38,00 65,00 51,50 27,00
Março/2013 38,00 66,00 52,00 28,00
Abril/2013 38,00 64,00 51,00 26,00
Maio/2013 39,00 65,00 52,00 26,00
Fonte: Elaboração própria com dados coletados junto ao Laboratório de
Reprografia

Conforme Ogden (2001 b) a umidade relativa do ar pode


variar, diariamente, cerca de 3%, sendo que a máxima e a mínima

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devem estar entre 30% e 50% respectivamente.
A seguir, é apresentado o gráfico 1, neste foram inseridos
os resultados da média da temperatura e a média da umidade
relativa do ar na sala do Arquivo de Segurança.

Gráfico 1: Média da temperatura e umidade relativa do ar na sala do Arquivo


de Segurança

Fonte: Elaboração própria.

Observa-se que a umidade relativa do ar permaneceu


estável em suas variações durante o período, e a temperatura
apresentou grande variação no mesmo período. Desta forma, no
período entre junho e agosto de 2012 e dezembro de 2012 a
fevereiro de 2013 a temperatura encontrava-se alta em relação à
umidade relativa do ar. Nota-se também que nos períodos de
setembro de 2012 a novembro de 2012, e, março e abril de 2013 a
temperatura esteve mais baixa em relação aos outros meses.
Ogden (2001b) afirma que embora não seja possível
eliminar todas as causas que afetam nossos registros culturais sem
restringir o acesso a seus acervos, pode-se retardar a deterioração,
agindo sobre o ambiente. Sendo assim, o controle de alguns
fatores ambientais, como a luz, temperatura e a umidade relativa
do ar, são essenciais para a preservação do acervo.
Além disso, o autor complementa que as temperaturas
acima de 21C e umidade relativa acima de 55-60% favorecem o

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desenvolvimento de fungos e insetos. Danos adicionais ocorrem
em extremos climáticos: alta umidade relativa aumenta a
formação de ácidos; umidade relativa muito baixa torna
quebradiços os papéis, pergaminhos, adesivos, emulsões
fotográficas e outros materiais (OGDEN, 2001b).
Para que não ocorra à proliferação de fungos e insetos, e
para garantir a preservação do acervo, Ogden (2001b) salienta que
a temperatura não deve variar mais do que 2C, e a umidade
relativa não deve variar mais do que 3%, isso em qualquer
período de 24 horas.
Ogden (2001b, p. 24) considera,
Como primeiro passo para limitar a deterioração
por meio de um bom controle climático, a
instituição deve procurar manter condições
estáveis o ano todo [...]. Controlando-se as
flutuações, o dano aos acervos se processará em
um ritmo significativamente mais lento do que sob
as oscilações nas faixas convencionais de
condições de armazenagem.

Para ajudar na preservação do acervo e para manter


sempre estável a temperatura e a umidade relativa do ar, os
aparelhos que mantém o ambiente climatizado, nunca devem ser
desligados, isso mesmo quando não tiver ninguém no local.
Considerando os dados analisados até o momento na sala
do Arquivo de Segurança, é possível verificar que apesar de ter
equipamentos adequados para a climatização do ambiente, não
está ocorrendo o controle e a estabilidade climática no ambiente.
Isso se dá por meio da observação de grandes oscilações
climáticas durante inverno e verão, além da orientação solar, que
incide diretamente na parede lateral da sala do Arquivo.
Para colaborar nesta etapa, pode ser utilizado um aparelho
sensor e termostato, que em conjunto com o ar condicionado e os
desumidificadores, realizam o ajuste automático da temperatura e
umidade relativa do ar na sala do acervo.
Conjuntamente, para que possam ser controlados os
fatores climáticos, para que não haja a proliferação dos fungos e

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nem o ressecamento dos filmes, é de grande importância a
continuação da verificação das medições de temperatura e
umidade relativa do ar, proporcionando novas análises, a fim de
garantir a preservação do acervo de microformas no Laboratório
de Reprografia e a salvaguarda de parte do patrimônio
documental da UFSM.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O problema que se pretendeu responder na realização


desta pesquisa foi se o Laboratório de Reprografia do
Departamento de Arquivo Geral da Universidade Federal de Santa
Maria está armazenando de forma adequada o seu acervo
micrográfico, garantindo a preservação da informação.
A exposição desse suporte as constantes alterações
climáticas características da região, associados a sujidades,
microrganismos e fungos podem danificar o suporte, perdendo-se
toda a informação armazenada.
Desta forma, para melhor compreensão, a pesquisa foi
estruturada em etapas, nas quais os objetivos específicos foram
desenvolvidos. Para o desenvolvimento desta pesquisa, foi
relevante o estudo referente à história da instituição e os
departamentos envolvidos com a mesma, além deste, ao averiguar
a Legislação e as Recomendações do CONARQ, que regem a
microfilmagem, ainda, foi possível identificar procedimentos
básicos de armazenamento que contribuem para a segurança e a
durabilidade da informação contida nos microfilmes.
Tendo em vista a primeira etapa, foi possível investigar
quais são as práticas adotadas pelo Laboratório de Reprografia
quanto ao acondicionamento e a preservação das microformas.
A análise desta etapa permitiu a identificação das
necessidades existentes para a preservação do material sob a
custódia do Laboratório de Reprografia, desta forma, pode-se ter
uma base das necessidades existentes comprometendo a
preservação do patrimônio documental da UFSM.
Na segunda etapa, foi averiguada a presença de agentes

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deterioradores nas dependências da sala do Arquivo de Segurança
do Laboratório de Reprografia, identificando algumas situações,
que podem por em risco a preservação do acervo.
Nesta verificação da presença de fungos no acervo, houve
a presença de dois gêneros de fungos, que são Aspergillus e
Fusarium, os mesmos foram encontrados nos armários, nas
microfichas, no piso e no ar ambiente da sala do Arquivo de
Segurança, sendo que, não houve contaminação nos microfilmes,
que é o suporte onde está armazenada a documentação da UFSM.
Porém a atenção ainda deve ser grande, pois nas jaquetas foram
encontrados fungos, sendo que as mesmas são armazenadas em
arquivos de aço iguais aos dos microfilmes.
Levando-se em conta o que foi observado nesta etapa da
pesquisa, há necessidade de um controle destes elementos que
propiciam o crescimento de fungos na sala do Arquivo de
Segurança. Sem um controle adequado para esta situação, põe em
risco a saúde destes profissionais que trabalham no acervo e
também da informação que está armazenada nos microfilmes.
Para este controle dos elementos que auxiliam o
crescimento e desenvolvimento dos fungos na sala do Arquivo de
Segurança, seria de grande relevância a forma de higienização da
sala, a mesma não deveria ser realizada com água e sim com o
aspirador de pó. Além disso, um controle adequado da
temperatura e da umidade relativa do ar seria de grande auxilio
para que estas colônias de fungos não se desenvolvam e
contaminem o restante do material.
Na terceira etapa, buscou-se analisar as variações de
temperatura e umidade relativa do ar nas dependências da sala do
Arquivo de Segurança. Esta etapa destaca as variações de
temperatura e umidade, os quais são principais elementos na
proliferação dos fungos na sala do acervo. Desta forma, alcançou-
se um resultado do período de junho de 2012 a maio de 2013,
totalizando 12 meses.
Os dados coletados neste período foram agrupados e
analisados, desta forma, contribuindo com informações a respeito
da climatização da sala do Arquivo de Segurança, assim, foi

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possível verificar que a temperatura e umidade relativa do ar não
estão com um controle rigoroso. Assim, deixa o ambiente
vulnerável a proliferação de fungos no acervo de microformas.
Este fato também se dá por ter incidência de luz diretamente na
sala do acervo.
A incidência de luz no ambiente, também é um fator
agravante para as reações químicas, qualquer exposição à luz,
pode ser por um curto tempo, podem causar danos irreversíveis
aos microfilmes. No Laboratório de Reprografia, as janelas que
ficam dentro da sala do Arquivo de Segurança são protegidas com
películas escuras e com uma cortina de blackout, porém, o calor
não pode ser evitado quando o sol ilumina este lado da sala.
Pode-se concluir que os equipamentos de controle
climático que estão instalados na sala do Arquivo de Segurança,
não estão mantendo o ambiente com um controle estável na
temperatura e na umidade relativa do ar. Sendo que os aparelhos
são desligados quando não há expediente no Laboratório de
Reprografia, isso acontece por precaução, caso ocorra um sinistro
na sala do acervo, ou até mesmo no prédio.
Posteriormente a esta análise dos dados coletados, espera-
se contribuir para a preservação do acervo de microformas, pois é
onde está armazenada a história de alunos e servidores que
contribuíram para o crescimento e desenvolvimento do
patrimônio documental da UFSM.

REFERÊNCIAS

ANDRADE, M. M. Introdução à metodologia do trabalho


cientifico: elaboração de trabalhos na graduação. 10 ed. São
Paulo: Atlas, 2010.

BELLOTTO, H. L. Arquivos permanentes: tratamento


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PRESERVATION OF MICROGRAPH COLLECTIONS: AN


APPROACH IN REPROGRAPHIC LABORATORY UNIVERSIDADE
FEDERAL DE SANTA MARIA

Abstract: This research, which focus the preservation of micrographs


collections and it is a brief overview of its importance to the Universidade
Federal de Santa Maria (UFSM), has as the main objective to study the
preservation of microforms to safeguard the documentary heritage of the
institution. At first, a study of the institution and the micrograph collection
were carried out, and then the procedures adopted by the Reprographic
Laboratory were checked in order to evaluate the relevant data and to identify
the way procedures are followed by the laboratory in the microform packaging.
Thus, it was possible to identify the importance of microfilm for the institution,
and state that the microfilming of documents is a viable way to preserve the
archival information to safeguard the documentary heritage of the institution.
Key-words: Documentary Heritage. Preservation. Microfilm.

Originais recebidos em: 20/10/2011


Aceito para publicação em: 08/12/2011
Publicado em: 28/12/2011

ÁGORA, ISSN 0103-3557, Florianópolis, v. 23, n. 47, p. 198-228, 2013. 228

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