Preservacao de Documentos de Arquivo
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 3
6 HIGIENIZAÇÃO ............................................................................................. 31
Bons estudos!
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2 CONCEITOS INICIAIS
2.1 Preservação
(...) uma palavra que envolve inúmeras políticas e opções de ação, incluindo
tratamentos de conservação. Preservação é a aquisição, organização e
distribuição de recursos a fim de que venham a impedir posterior deterioração ou
renovar a possibilidade de utilização de um seleto grupo de materiais (CONWAY,
2001, p. 14, apud MALTA, 2014).
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as bibliotecas, os museus, os arquivos e demais instituições que desenvolvem atividades
baseadas nos registros do passado, representados pelos acervos históricos.
Sendo assim, preservar é primordial na vida dos documentos, neste aspecto, a
preservação como sendo um conjunto de medidas e estratégias de ordem administrativa,
política e operacional que contribuem direta ou indiretamente para a integridade dos
materiais (CASSARES, 2000, p. 1, apud SANTOS, 2017).
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categorias: fatores internos de degradação; fatores externos ou ambientais de
degradação; ação do homem sobre o acervo.
Identificar, dirimir ou mesmo anular as causas da degradação dos materiais,
portanto, são os objetivos principais da Conservação Preventiva como afirma Malta
(2014).
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Fonte: Quadro adaptado (MALTA, 2014)
Como descrito por Malta (2014), na elaboração de um PCP temos que considerar
alguns pressupostos. Pressupostos são fatos considerados como antecedentes
necessários de outros, ou seja, um pressuposto é uma condição para que algo aconteça
como nós esperamos ou planejamos.
Para o nosso Plano, consideramos como necessários os seguintes aspectos
antecedentes:
a) O Plano deve ser visto como uma ação global que buscará intervir em todos os
aspectos que dizem respeito à conservação do acervo;
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b) O Plano é composto por ações permanentes e sistemáticas e não devem sofrer
processos de descontinuidade;
c) Todos os elementos que compõem o Plano são importantes;
d) Para alcançar êxito, o Plano exige o compromisso e o envolvimento de todos
que compõem a equipe da instituição;
e) Para a formulação e execução do Plano, a equipe deverá ser multidisciplinar,
envolvendo profissionais especializados em conservação, arquitetos, engenheiros,
profissionais de segurança física e patrimonial e tantos quantos forem necessários, dadas
às características específicas de cada acervo ou instituição.
Com esses pressupostos, é possível agora começarmos a conhecer as etapas e
os elementos de PCP (MALTA, 2014).
Etapa 1 – Dossiê
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CONHECER O EDIFÍCIO - O edifício onde se guarda o acervo é sua primeira e
principal proteção. Malta (2014) afirma que nós devemos caracterizá-lo, ou seja,
descrevê-lo pormenorizadamente, nos seguintes aspectos (e em tantos outros quanto
suas características específicas assim o exigirem):
Localização e entorno - O lugar em que o edifício está localizado pode ser
preponderante para a sua conservação e para a conservação dos objetos
nele guardados. Deve-se observar se o edifício está próximo a fontes de
agentes causadores de degradação como rios, lagos, mar, florestas, em
razão da umidade, da temperatura e da salinidade; fábricas e tráfego
intenso, em razão de trepidações e da poluição; áreas da cidade
degradadas econômica e socialmente, em razão da segurança.
Clima local - O clima pode se constituir em vetor agressor dos materiais que
constituem o acervo. Levantar informações quanto à temperatura e
umidade relativa, ventos, precipitação pluviométrica média e máxima.
Estado de conservação do edifício - Sendo o edifício a primeira
barreira/defesa do acervo ao meio ambiente e às agressões, o seu estado
de conservação pode evitar acidentes pela forma como os objetos ficam
estocados ou expostos. O levantamento do estado de conservação deve
identificar os pontos vulneráveis do edifício: portas e janelas, coberta,
instalações elétricas e hidráulicas, etc.
Instalações e equipamentos - As instalações elétricas e hidráulicas devem
merecer especial atenção, pois são instrumentos necessários em
momentos emergenciais, mas podem ser a origem de problemas quando
não recebem manutenção sistemática – como a ocorrência de curtos-
circuitos e vazamentos, por exemplo.
Equipamentos de climatização e de segurança também devem ser
analisados, tanto no que diz respeito ao seu estado de conservação e
operação, quanto à adequação, quantificação e localização.
Devemos nos valer dos meios técnicos disponíveis (planilhas, fichas,
plantas e desenhos técnicos, fotografias) para investigar e registrar os
aspectos e as características do edifício: dimensões, materiais construtivos,
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instalações especiais, fluxo de visitantes e funcionários, percurso dos
automóveis de serviço, além dos problemas e fragilidades que possam
existir.
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estamos fazendo do restrito ponto de vista monetário, mas, sobretudo, de valores
simbólicos que não são facilmente traduzidos por dinheiro.
Materiais que constituem o acervo: Outra caracterização necessária diz respeito
aos materiais constitutivos do acervo. No caso das bibliotecas, esse material será, em
sua grande maioria, o papel. Mas as bibliotecas possuem outros acervos especiais como
discos de som e imagem, fotografias, objetos de naturezas diversas em plástico, couro,
madeira e outros. Cada tipo de objeto deve ser descrito em seus aspectos físicos o mais
detalhadamente possível. Também na caracterização desses aspectos físicos, o registro
do estado de conservação do acervo é de fundamental importância (MALTA, 2014).
CONHECER AS EQUIPES DE TRABALHO - Para Malta (2014), a formulação do
PCP é essencial sabermos com quem vamos contar. Quais as categorias e competências
existentes nas equipes que poderão contribuir na elaboração do plano. Uma biblioteca,
geralmente, conta com diversas categorias de carreiras, reunindo profissionais de
diversas naturezas e que poderíamos agrupar, apenas para efeito de classificação, em
três grupos:
Pessoal de apoio e da logística, isto é, as pessoas que cuidam da limpeza,
da segurança e do transporte ou traslado de equipamentos e materiais;
Pessoal técnico, que são os bibliotecários e conservadores que trabalham
de maneira direta com o acervo e com o público;
Pessoal administrativo, ou seja, as pessoas que tratam dos aspectos
burocráticos e organizacionais da biblioteca.
Conforme Malta (2014), nosso entendimento é de que o fator humano — a
qualificação e o envolvimento da equipe com a instituição e com sua missão — é
determinante para o sucesso de qualquer iniciativa e mais ainda quando diz respeito à
conservação preventiva. Podemos afirmar que todas as pessoas que trabalham na
instituição têm igual importância para o êxito do PCP.
Cabe também lembrar que uma política de preservação só terá sucesso se for
bem administrada, conforme coloca Edmondson (2002, p.19, apud BARBOSA, 2015) “[...]
A boa „administração‟ - é uma condição prévia indispensável para a preservação”.
Também é necessário caracterizar o público usuário. Registrar a quantidade de
pessoas que frequentam a instituição, a média diária, dia e horário de maior fluxo, origem,
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escolaridade, interesse dos usuários, etc. Um terceiro tipo de frequentador que deve ser
observado são os prestadores de serviço.
Essas pessoas normalmente não serão atendidas pelas equipes de funcionários
da biblioteca, podendo ser ou não funcionários públicos de outras instituições, de
instituições de apoio ou de empresas privadas contratadas para realizar alguma tarefa
(MALTA, 2014).
Etapa 2 – Diagnóstico
De acordo com Malta (2014), o dossiê deve ser o mais possível detalhado,
permitindo aos gestores e técnicos formar uma ideia exata das condições de guarda e
conservação do acervo, das fragilidades e dos problemas que podem vir a acontecer. Ou
seja, permitindo formular um diagnóstico. Nesta etapa, a equipe deve analisar cada um
dos elementos levantados, buscando identificar em cada um os problemas e os riscos
que representam para o acervo e, por outro lado, suas potencialidades e possíveis
soluções ou diminuição destes fatores de riscos.
Pereira (2011, p. 24, apud SANTOS, 2017) afirma que que “os documentos são
uma forma de expressão da memória, então os arquivos são os detentores da
memória individual e coletiva, servindo de suporte para a constituição da história
das instituições e da identidade de um determinado povo”.
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Aspectos de localização dos diversos setores no edifício também devem ser
analisados, buscando encontrar o melhor lugar para cada atividade, com especial ênfase
para as áreas de guarda das coleções, quando se tem em mente a conservação
preventiva dos acervos. Uma sala de guarda pode ou não estar voltada para o mar ou
localizada no lado poente do edifício, por exemplo, e esses fatores acarretarão, em maior
ou menor grau, níveis de agressão difíceis de serem controlados.
As instalações e os equipamentos devem ser também estudados com base nos
levantamentos feitos durante a fase do dossiê, de modo a identificar carências,
impropriedades e necessidades (MALTA, 2014).
DIAGNÓSTICO DO ACERVO
Observar a organização do acervo nas salas de guarda, o mobiliário e a forma
como e onde estão acondicionados, analisando se proporcionam a visualização de todos
os conjuntos de maneira fácil, com circulação suficiente para permitir a passagem dos
objetos de maiores dimensões. Ainda com respeito à organização, observar os critérios
de agrupamento de modo a que objetos de categorias semelhantes possam permanecer
próximos.
Na opinião de Malta (2014) quanto à localização do mobiliário, estudar se as
estantes, armários e outros tipos estão distribuídos corretamente, se estão próximos a
janelas ou aparelhos de ar-condicionado, que podem se tornar fontes de calor e de
umidade e de risco de acidentes.
Analisar se o mobiliário disponível é suficiente e adequado a cada tipologia e
quantidade do acervo e se os objetos estão colocados de maneira correta, proporcionado
um arquivamento estável e seguro. Um exemplo clássico de riscos provenientes desse
tipo de problema é a colocação de uma quantidade de livros acima do que comporta uma
prateleira, forçando a um manuseio incorreto durante o qual, fatalmente, danos ocorrerão.
DIAGNÓSTICO DO FATOR HUMANO - Aspectos como a movimentação e fluxo
de pessoas — funcionários, visitantes e usuário, prestadores de serviço — também são
importantes de serem analisados. Observar se os usuários e visitantes têm ou não
acesso às áreas de guarda do acervo. Como é feito o acesso às obras para consulta, se
há controle de fluxo, se os equipamentos estão adequadamente colocados.
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Quantos aos funcionários, analisar se são em número suficiente, se as atividades
técnicas são realizadas por pessoal qualificado e treinado, se as diversas áreas de
conhecimento — no campo técnico, administrativo e de apoio — estão atendidas de
forma equilibrada e eficiente (MALTA, 2014).
Etapa 3 – Execução
a) Ações Preparatórias
Concluída a etapa do diagnóstico, entendemos que possuímos todas as
informações necessárias para o conhecimento dos fatores que cercam o problema da
conservação do acervo: a caracterização e a análise dos aspectos que o constitui
fisicamente; de que forma o uso e a presença humana o influencia; de que maneira as
fragilidades, problemas e riscos podem ser resolvidos ou equacionados.
Nesta etapa são definidas as intervenções e prioridades relacionadas a duas áreas
anteriormente estudadas: o edifício, suas instalações, equipamentos e mobiliário e o fator
humano, as equipes de funcionários e os usuários.
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Normas de segurança que previnam a instituição contra negligências e
crimes de vandalismo e roubo. Alguns exemplos: controle de acesso de
pessoas à instituição, particularmente às áreas de guarda; vistorias
periódicas aos acessos e seus bloqueios (portas, portões, janelas).
Normas preventivas contra acidentes envolvendo equipamentos e
instalações elétricas e hidráulicas; normas preventivas contra acidentes
naturais, como enchentes e tempestades. Entre estas, podemos elencar: a
manutenção periódica dos elementos construtivos de defesa do edifício, o
treinamento constante de equipes, a definição de objetos a ser resgatada,
a definição de rotas de fuga, dentre outros.
Normas e procedimentos a serem adotados em casos de emergência, a
exemplo da indicação de telefones a serem contatados, como os dos
bombeiros e da polícia ou dos responsáveis pela instituição.
As normas têm que ser periodicamente atualizadas e testadas de modo a termos
certeza de sua eficácia e efetividade. Deve-se, ainda, realizar treinamentos regulares
com equipes que trabalham direta ou indiretamente com o acervo, pois a rápida ação
num momento emergencial pode determinar um grau menor ou maior do dano que o
acervo venha a sofrer.
Ainda conforme Malta (2014), a amplitude do tema indica que a criação de normas
para cada instituição deve ser antecedida de todos os estudos – o que deixamos claro
neste texto – e que a equipe deve contar com pessoas especializadas. Neste núcleo
contemplamos apenas breves orientações.
Ainda sobre os fatores humanos no contexto de um PCP, queremos repetir que o
sucesso, ou fracasso do plano, depende muito do envolvimento das equipes com a sua
elaboração, implantação e acompanhamento. Assim, nunca devemos nos esquecer da
necessidade de treinamento e capacitação dos funcionários — não só daqueles
diretamente envolvidos com o acervo — para que suas ações sejam pautadas pelos
conceitos e princípios da conservação preventiva.
Cada um dos itens aqui vistos pode e deve gerar uma série de iniciativas, ações e
projetos específicos que, embora tratados de forma individual, devem se harmonizar no
seu conjunto desde a elaboração até a execução ou instalação. Em outras palavras, os
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projetos de reforma arquitetônica devem considerar, entre inúmeros aspectos, as
necessidades de controle de público; os projetos de climatização devem tratar não
apenas do conforto das pessoas, mas levar em consideração os parâmetros de
conservação; os projetos de iluminação não devem se deter apenas aos aspectos
estéticos ou funcionais; as normas devem se adequar aos fatores limitadores que muitas
vezes o edifício impõe e assim por diante (MALTA, 2014).
2.3 Restauração
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funcionalidade do objeto a ser restaurado. Uma intervenção de restauro de um livro, por
exemplo, deve objetivar, sobretudo, que ele possa ser novamente fonte de informação e
de conhecimento, sua função original.
Outros aspectos a serem considerados quando analisamos o planejamento de
uma intervenção de restauro:
a) que os processos de restauração fatalmente modificam o objeto tratado e, se
não forem adequadamente executados, podem provocar danos maiores do que o
problema que se quer combater;
b) que uma ação de restauração sempre representa longos prazos e altos valores,
pois requer profissionais, equipamentos e materiais especializados; e
c) que a restauração intervém apenas nos efeitos, não tratando as causas da
degradação, pois, as causas muitas vezes são externas ao objeto (MALTA, 2014).
Fonte: biblioo.cartacapital.com.br
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centros e institutos de pesquisa e organismos governamentais criavam conteúdo digital
relevante.
Atualmente muitas coleções digitais importantes estão sendo construídas fora das
bibliotecas por diferentes organizações, ou sendo publicadas diretamente na Internet.
Com o aumento da produção de informação em formato digital, tem sido questionada
cada vez mais a importância de se ter garantida a sua disponibilização e preservação por
longos períodos de tempo. Essa preocupação envolve tanto os produtores dos dados
quanto os órgãos detentores dessa informação. No início, as práticas relacionadas com
a preservação digital estavam baseadas na idéia de garantir a longevidade dos arquivos,
mas essa preocupação agora está centralizada na ausência de conhecimento sobre as
estratégias de preservação digital e o que isso poderá significar na necessidade de
garantir a longevidade dos arquivos digitais.
Ainda conforme Arellano (2004), o desafio é muito mais um problema social e
institucional do que um problema técnico, porque, principalmente para a preservação
digital, depende-se de instituições que passam por mudanças de direção, missão,
administração e fontes de financiamento. Muitos materiais publicados digitalmente são
produto de serviços de informação disponibilizados por organizações que adotam alguma
infra-estrutura tecnológica. Essas instituições levam em consideração aspectos legais e
culturais que afetam a oferta desses serviços orientados a atender as necessidades de
determinados usuários. Mas muitas vezes essa preocupação não é a mesma que têm os
produtores das novas tecnologias.
Para Sant’Anna (2001, apud ARELLANO, 2004), é responsabilidade dos arquivos
adotar medidas preventivas e corretivas objetivando minimizar a ação do tempo sobre o
suporte físico da informação, assegurando sua disponibilidade. A perspectiva arquivística
da preservação parte da compreensão dos limites e significados dos documentos
(autenticidade, capacidade probatória, integridade das informações, contexto de
produção, manutenção etc.), dando ênfase às tarefas que as organizações e instituições
arquivísticas que criam e são responsáveis pela guarda permanente desses documentos
devem observar para lidar com objetos digitais autênticos.
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preocupação com as normas para o uso das técnicas digitais e sua prontidão na
tarefa da preservação a longo prazo (Chepesuik, 1997, apud ARELLANO, 2004).
Fonte: gefrontteruems.br
Como caracteriza Cassares (2000), os documentos que sofrem algum tipo de dano
apresentam um processo de deterioração que progressivamente vai levá-los a um estado
de perda total. Para evitar esse desfecho, interrompe-se o processo através de
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intervenções que levam à estabilização do documento. Estabilizar um documento é,
portanto, interromper um processo que esteja deteriorando o suporte e/ou seus
agregados, através de procedimentos mínimos de intervenção. Por exemplo: estabilizar
por higienização significa que uma limpeza mecânica corrige o processo de deterioração.
Para Coradi e Steindel (2008), este item tem como objetivo destacar informações
necessárias para a preservação e conservação do acervo, possibilitando, que uma
instituição recorra ao processo de recuperação, que geralmente é caro e exaustivo, tanto
para a equipe quanto para os volumes.
Inicialmente faz-se necessário compreender os conceitos: preservação e
conservação de acervos. A conservação consiste em métodos técnico-científicos
capazes de desacelerar o processo de deterioração instalado em suportes de
informação.
Já a preservação consiste em uma política, ou de acordo com Milevski (1997, p.
14, apud CORADI; STEINDEL, 2008):
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irreversíveis, se bem empregadas, as técnicas de preservação e conservação
minimizarão as agressões sofridas pelo livro.
Na opinião de Coradi e Steindel (2008), estas técnicas envolvem a higienização
do acervo, a conscientização por parte dos usuários, a limpeza do local onde os livros se
encontram, o manuseio correto das obras e em especial a prevenção, ou conservação
preventiva.
Cada vez mais ameaçado de destruição, não somente por causas tradicionais de
deterioração, mas também pela evolução da vida social e econômica que agrava
o estado do patrimônio com fenômenos de alteração e destruição ainda mais
terríveis. E que assim seria indispensável adotar novas disposições
convencionais que estabeleçam um sistema eficaz de proteção coletiva do
patrimônio cultural e natural de valor excepcional, organizado de maneira
permanente e segundo métodos científicos e modernos. ” (FERNANDEZ, 2013,
p.34-35, apud MACHADO, 2015).
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5.1.1.1 Temperatura e umidade relativa
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5.1.1.2 Radiação da luz
Como caracteriza Cassares (2000), toda fonte de luz, seja ela natural ou artificial,
emite radiação nociva aos materiais de acervos, provocando consideráveis danos através
da oxidação.
O papel se torna frágil, quebradiço, amarelecido, escurecido. As tintas desbotam
ou mudam de cor, alterando a legibilidade dos documentos textuais, dos iconográficos e
das encadernações.
O componente da luz que mais merece atenção é a radiação ultravioleta (UV).
Qualquer exposição à luz, mesmo que por pouco tempo, é nociva e o dano é cumulativo
e irreversível. A luz pode ser de origem natural (sol) e artificial, proveniente de lâmpadas
incandescentes (tungstênio) e fluorescentes (vapor de mercúrio). Deve-se evitar a luz
natural e as lâmpadas fluorescentes, que são fontes geradoras de UV. A intensidade da
luz é medida através de um aparelho denominado luxímetro ou fotômetro.
Algumas medidas podem ser tomadas para proteção dos acervos:
As janelas devem ser protegidas por cortinas ou persianas que bloqueiem
totalmente o sol; essa medida também ajuda no controle de temperatura,
minimizando a geração de calor durante o dia.
Filtros feitos de filmes especiais também ajudam no controle da radiação
UV, tanto nos vidros de janelas quanto em lâmpadas fluorescentes (esses
filmes têm prazo de vida limitado).
Cuidados especiais devem ser considerados em exposições de curto, médio e
longo tempo:
Não expor um objeto valioso por muito tempo;
Manter o nível de luz o mais baixo possível;
Não colocar lâmpadas dentro de vitrines;
Proteger objetos com filtros especiais;
Certificar-se de que as vitrines sejam feitas de materiais que não danifiquem
os documentos (CASSARES, 2000).
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5.1.1.3 Qualidade do ar
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5.2.1.1 Fungos
5.2.1.2 Roedores
6 HIGIENIZAÇÃO
Fonte: fab.mil.br
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os mais frágeis que precisam de maiores cuidados e atenção, para que não ocorram
riscos de novos danos, como também ter conhecimentos razoáveis para a identificação
dos agentes nocivos, o que irá agilizar e facilitar a limpeza. Por fim é aconselhável que
os agentes de higienização estejam conscientes do valor dos documentos em tratamento.
A poeira é um agente de deterioração comprometedor ao material bibliográfico.
Durante a higienização esta poeira, bem como outros objetos danosos aos livros, deve
ser retirada através de técnicas apropriadas, em intervalos regulares. Devido ao estado
frágil e delicado de alguns livros, é preciso que haja bom senso a fim de decidir se esses
documentos podem ou não ser higienizados.
Antes da limpeza, alguns fatores precisam ser avaliados, como a condição física
dos livros, a quantidade, que tipos de impurezas serão eliminadas e a natureza deste
material, ou seja, se têm valor monetário, histórico, informativo, artístico ou ainda se é
uma obra rara. Uma vez que se trata de um processo minucioso e demorado, é preciso
definir o alcance da higienização, se abrangerá uma ou mais coleções ou todo um acervo.
Em relação a este cuidado, Paletta; Yamashita; Penilha (2004, p. 22, apud CORADI;
STEINDEL, 2008), chamam atenção para sua importância:
Uma vez que a limpeza pode ocasionar danos aos livros, deve ensinar-se, aos
funcionários, técnicas de manuseio além de conscientizá-los da importância
dessa tarefa que, por ser tão demorada, é frequentemente esquecida ou adiada;
ela deve ser executada de forma cuidadosa exemplar por exemplar.
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de uma área de guarda de acervo. Aconselha-se a colocação de um tipo de
pano (ou voile), que fará o papel de filtro no bocal do tubo do aspirador,
antes da colocação da escova, para evitar a entrada de partículas de papel
no equipamento.
Com o auxílio do equipamento mesa de higienização e um pincel de pelos
macios para a execução do processo de varredura de todas as folhas e
capas de um documento. O agente de higienização deve estar protegido
com óculos protetor, máscara contra poeiras, luvas (de preferência de
helanca branca) , avental ou jaleco feito do material chamado tyvek.
Com o auxílio de uma espátula de metal, para a retirada de clips, grampos
e demais corpos estranhos aderidos aos documentos.
Com a utilização de pó de borracha, resultante da ação de ralar borracha
plástica branca em um ralador de aço inox. Esta ação será, efetivamente
mais usada nos documentos impressos, tais como: gravuras impressas,
partituras musicais, mapas e impressos em geral. Esta ação deve ser
executada com o máximo de cuidado e sobre mesas de grande formato.
Coloca-se um mata-borrão e sobre este o documento a ser limpo, depois
um punhado do pó de borracha sobre o documento e, com movimentos
leves e circulares, partindo do centro para as bordas, executa-se a limpeza
com o auxílio de uma boneca (espécie de chumaço feito com algodão e
gaze). Este procedimento pode ser repetido tantas vezes quantas forem
necessárias até a limpeza total do documento. Ao final este pó de borracha
deve ser bem retirado do documento com o auxílio de um pincel de pelos
macios.
As prateleiras de metal, as mapotecas e todos os demais tipos de móveis
de metal destinados ao armazenamento de documentos devem ser limpos
com o auxílio de um pano limpo e com álcool (gel ou líquido). Deve-se evitar
o uso de água como agente para estas limpezas, com o objetivo de não
aumentar a umidade no ambiente.
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O piso das áreas de guarda de acervos devem ser limpos com produtos
biodegradáveis não agressivos aos documentos e as pessoas que
trabalham na área (SPINELLI, 2010).
Coradi e Steindel (2008), afirma que a limpeza mais detalhada é destinada a livros
que estão sendo higienizados pela primeira vez. Em caso de manutenção, apenas os
cortes, as cinco primeiras e as cinco últimas páginas têm necessidade de limpeza, pois
estão mais sujeitas à contaminação. O próximo passo é colocar o livro de pé, abrindo-o
ao meio e batendo suavemente na lombada com o cabo do pincel, pois desta forma, os
resíduos, insetos e sujidades cairão sobre o papel e a entretela, possibilitando a
identificação de algum tipo de infestação. Depois que as páginas forem higienizadas, a
obra deverá passar pela oxigenação, folheando o documento várias vezes e
proporcionando a aeração.
Quanto à limpeza da capa do livro, esta dependerá do material utilizado no
revestimento. Se a capa for de tecido, passa-se sobre ela a escova tipo bigode. No caso
de a capa ser feita de papel, muito comum a brochuras, uma bucha de pano preenchida
com pó de borracha deverá ser passada no papel com movimentos suaves e circulares.
Para retirar os resíduos de sujeira e de borracha que ficarem na capa, passa-se um pincel
macio. Em capas plastificadas, usa-se apenas um pano seco e macio, e se houver muita
sujeira, recomenda-se o uso de um pano úmido e bem torcido, com sabonete neutro. Se
o material da capa for de couro, usa-se um pincel ou também um pano seco e macio em
sua superfície e em suas extremidades.
Após a limpeza, os volumes poderão ser recolocados nas estantes. O mesmo
cuidado precisa ser estendido também ao espaço físico onde está armazenado o acervo.
Um acervo bibliográfico por si próprio requer cuidados especiais. Um acervo de
obras raras, por sua vez, exige ainda mais atenção e cuidado no seu tratamento. O
processo de preservação de livros raros envolve a higienização, a manutenção e a
conservação preventiva destes, a fim de proporcionar qualidade ao acervo, muitas vezes
devastado pelo tempo ou outras circunstâncias (CORADI; STEINDEL, 2008).
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7 PROBLEMAS NO MANUSEIO
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Nesse aspecto, "a nobreza da celulose está relacionada com a sua quantidade
percentual em massa. A planta que mais possui celulose é o algodoeiro, com 98% em
massa" (LUCCAS; SERIPIERRI, 1995, p. 28, apud AREDES, 2014).
Com o advento da revolução Industrial, a procura por papel aumentou, obrigando
a indústria a buscar uma nova fonte de celulose que fosse ao mesmo tempo abundante
e barata. A opção encontrada foi a madeira – eucalipto e pinos – principalmente. Assim,
já na segunda metade do século XIX, a celulose de madeira era a principal matéria-prima
utilizada na fabricação do papel.
Todavia, foi a partir dessa época também que começou a produção de papeis
modernos de baixa qualidade, comprometidos pela queda na qualidade da celulose e
pelo processo de fabricação que utilizava aditivos químicos tanto para a extração da
celulose da madeira como para o acabamento exigido pelo mercado consumidor.
No entanto, desde o começo da produção do papel moderno, já havia, mesmo que
de forma incipiente, uma preocupação em melhorar o seu processo de fabricação, mas
mesmo assim nada se comparava em qualidade ao papel fabricado com celulose nobre.
Assim, a tarefa de preservar documentos em suporte papel, antigos (trapos) ou
novos, encontra grandes dificuldades, em função, principalmente, do desconhecimento
dos materiais que foram empregados na sua fabricação, de seu comportamento e da
forma como foram manuseados e tratados (AREDES, 2014).
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Dessa forma, para melhor compreensão dos agentes de destruição do papel,
costuma-se apresenta-los em dois grupos, de acordo com a origem do agente
deteriorante: internos (intrínsecos) ou externos (extrínsecos).
É Importante citar que os fatores intrínsecos estão ligados diretamente aos
elementos de composição do papel, tais como: tipo de fibra vegetal, tipo de encolagem,
resíduos químicos não eliminados e partículas metálicas.
A encolagem é o processo sofrido pelo papel após sua fabricação, quando lhe é
aplicada uma substância que tem como finalidade fixar a tinta de escrever e de
impressão. O uso desta cola evita que a tinta se espalhe sobre o papel, fixando-
a sem borrões no papel impermeável (ARQUIVO NACIONAL, 2005, apud
AREDES, 2014)
Nessa seara, Beck (1985, p. 11) assevera que “os agentes internos abrangem os
elementos nocivos provenientes da própria matéria-prima e dos métodos de produção,
que determinam muitas vezes reações físico-químicas agressivas”.
No caso dos papeis mais antigos, esse problema praticamente inexiste, pois os
papeis feitos de trapos são muito resistentes, contém celulose quase pura e sua
conservação, por isso, torna-se excelente.
Já os fatores extrínsecos estão ligados a agentes físicos e biológicos, tais como:
radiação ultravioleta, temperatura, umidade, poluentes atmosféricos, microrganismos,
insetos e roedores.
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8 TRANSPORTE DO ACERVO
Fonte: medium.com
38
8.1 Quanto ao manuseio
Ainda conforme Spinelli; et al (2011) caracteriza que o acervo textual deve estar
acondicionado em caixas-arquivo. Recomenda-se que os encadernados com
revestimentos frágeis, como couro e pergaminho, devem ser embalados item a item com
papel GLASSINE, e que sejam guardados em caixas para transporte, evitando que
fiquem expostos ao impacto do translado.
O propósito do acondicionamento é o de guardar, proteger e facilitar o manuseio
do material que compõe um acervo ou uma reserva técnica. Pelo fato de cada instituição
possuir uma política financeira, uma proposta de tratamento, além de objetos de
materiais, tamanhos e dimensões díspares que devem ser preservados, não há uma
receita pronta para o acondicionamento perfeito, cada caso deve ser analisado
isoladamente, para se alcançar o objetivo de proteger o material.
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de degradação dos documentos, objetos ou das obras que devem ser preservados
(BRITO, 2010).
40
9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
41
NASCIMENTO, Elizabeth Larkin. Armazenagem e manuseio. Rio de Janeiro, n. 2, p. 51,
2001.
SPINELLI, Jayme; et al. Manual Técnico de Preservação e Conservação. [S. l.], p. 23,
2011.
42