Diagnóstico Obstrético
Diagnóstico Obstrético
Diagnóstico Obstrético
O diagnóstico da gravidez é necessário para analisar a viabilidade (evitando o aborto espontâneo). É importante que
haja um diagnóstico precoce, evitando grandes problemas. Existem sinais de presunção, probabilidade e certeza.
45% das mulheres que engravidam no Brasil, não fazem planejamento familiar (problema: trombofílicas, por
ex. podem complicar);
Tendência de as mulheres optarem por terem filhos mais tarde (quando optam) e menos filhos. *Se já tem 2
cesáreas anteriores, há > risco de rotura uterina se o parto for vaginal.
o > 35 anos = gravidez tardia ↑ risco de HAS, diabetes (doenças crônico-degenerativas), alterações
cromossômicas (trissomias, mutações numéricas, autossômicas etc). A coleta de dados de forma
significativa aliada ao exame físico já é um passo enorme em direção do diagnóstico.
Introdução de ácido fólico (metilfolato) 2 meses antes ↓ até 70% de incidência de má formação congênita
fetal do SNC.
Deve-se coletar todos os dados da paciente, auxiliando o futuro obstetra (ex.: mulheres com muitos filhos são mais
predispostas à ruptura uterina no trabalho de parto).
Ex.: uma mulher na vida reprodutiva, de repente tem um atraso menstrual pensar na possibilidade da gravidez.
Muitas procuram o gastro por conta de náuseas e eles não pensam nessa possibilidade. Dentro do diagnóstico clínico
ele tem as subdivisões acima deve-se seguir a sequência.
Há um turbilhão de emoções, e, por isso, é necessário orientar bem as nossas pacientes. Ex.: não coma e vá deitar
logo depois, pois pode aumentar o refluxo.
Inspeção:
Cloasma/melasma: hiperpigmentação na pele
↑ MSH por ↑ vascularização da hipófise.
*Gravidez e sol não combinam pode haver
manchas irreversíveis por conta da exposição
solar;
o Sinal de Hunter: aparecimento da aréola
secundária, por aumento da
pigmentação invade a parte onde era branca.
Linha nigra: escurecimento da linha alba (pela hiperpigmentação que ocorre na gravidez);
Movimentos fetais;
Aumento do volume abdominal;
Sinal de Haller: rede venosa vv. dilatadas nas mamas devido ao seu aumento;
Palpação:
Colostro nas mamas (após a 12-14 semanas): o mamilo é estimulado para ajudar a saída do colostro (lactação
espontânea). *A mulher demora de 3-5 dias pós-parto para ter uma secreção láctea propriamente dita, e o
colostro possui os componentes básicos para suprir a necessidade do RN até lá;
o Ter lactação espontânea não quer dizer que será uma boa lactante!
o Não orientar para paciente apertar o mamilo para exteriorizar.
Útero extra-pélvico (após a 12ª semana): *útero acima da sínfise púbica da paciente indica 12 semanas de
gravidez; útero está no nível da cicatriz umbilical, indica ~ 20 semanas de gravidez; quando está na metade,
~ 16 semanas;
o É importante saber esses sinais porque, por vezes, não se faz um pré-natal adequado, e a mãe não
sabe a data da última menstruação. Isso evita uma prematuridade iatrogênica, a não ser que haja
necessidade.
Fundo do útero na cicatriz umbilical (20 semanas): a partir daqui, o útero cresce ~ 1 cm por semana (ex.:
entre 20-30 semanas, o número detectado na altura uterina corresponderia à idade gestacional – faz-se a
altura uterina para saber de quantas semanas a paciente está) oportunidade “social” pela possibilidade de
diagnosticar DM gestacional e rastrear HPV.
LABORATORIAL
Testes biológicos: detecção do hCG;
Testes imunológicos: detecção de hCG na urina, melhor na 1ª urina do dia. Hoje é muito sensível, mas o mais
sensível e específico é através do sangue;
Radioimunoensaio: detecção de hCG no sangue (plasmático) mais efetivo.
o β-hCG: detectado 10 dias após a concepção, 4 dias antes do atraso menstrual;
o Pode ser qualitativo ou quantitativo: a cada 48h, aumenta 1000u de hCG, e no 9-10º dia começa a
estabilizar.
O hCG é sintetizado pelo sinciciotrofoblasto do tecido placentário, e é composto por 2 subunidades: ⍺ (idêntica aos
hormônios LH, FSH, TSH) e β (que fará o diagnóstico) “β-hCG”. No início da gravidez, o β-hCG aumenta rapidamente
se ele não crescer rapidamente, poderá se tratar gravidez ectópica, tumor trofoblástico ou aborto.
A tuba uterina tem uma porção infundibular (captação do oócito secundário), a ampolar (ocorre 90% da fecundação),
ístmica e intramural.
O óvulo tem seu desenvolvimento, libera oócito
secundário, encontra espermatozoide na porção
ampolar, tem o desenvolvimento, até 16/18 células
blastômero 3-4 dias.
ULTRASSONOGRÁFICO:
Quanto mais precoce, diagnósticos mais precisos; quanto mais tardio, maior fica o feto (formação de ossos longos),
e ele vai perdendo a acurácia. Ideal seria início até 12 semanas de gravidez datação de idade gestacional mais
precisa (erro de 3 dias da idade gestacional; ao final da gestação, erro de 3-5 semanas da idade gestacional); até 24
semanas tem margem de erro < 1 semana.
BCF: 6-8 semanas ou embrião > 5mm.
Como o que é soberano na medicina é a clínica, sempre se baseie pela data da última menstruação, e não pela suspeita
no USG.
*A translucência nucal (ou TN) é uma medida realizada na região da nuca do feto, que ajuda a estimar o risco de
algumas doenças, como Síndrome de Down e cardiopatias congênitas. A ausência do osso nasal pode ser mais um
indicador de anormalidade.
DIAGNÓSTICO DE PARIDADE: “é a saída do concepto vivo ou morto, com idade gestacional > 20 semanas ou com
peso > 500g”; nesse caso, se o bebê nascer morto, deve fazer atestado de óbito (se < 500g aborto). Paridade é só
uma, independentemente do número de conceptos.
*As diferenças são ainda maiores caso não haja assistência obstétrica adequada.
DIAGNÓSTICO DE VITALIDADE FETAL: para saber como vai decorrer essa gravidez, se ele oxigena adequadamente, se
vai ter que nascer prematuramente etc.
Clínico: regressão das modificações gravídicas; ausência dos batimentos cardíacos fetais; parada do
crescimento uterino;
USG: 7ª semana sem batimento cardíaco.
Apresentação cefálica (97% das vezes). Situações diferentes que definem o parto.
DIAGNÓSTICO CLÍNICO-CIRÚRGICO: alterações clínicas ou cirúrgicas prévias, que possam alterar a evolução da
gravidez atual (ex.: estenose mitral – doença grave quando encontrada na gravidez, já que, nesse momento, há
sobrecarga volumétrica pode impor restrição e fazer com que a mãe tenha IC e morra antes da gravidez terminar).
O segredo do sucesso de uma gravidez de alto risco é baseado na orientação pré-gestacional (ex.: tomar ácido fólico
2-3 meses antes de engravidar; compensar diabetes – HbA1C ≤ 6 antes de engravidar para estar hemodinâmica e
metabolicamente compensada).