Dissertacao Talita REVISADAOK
Dissertacao Talita REVISADAOK
Dissertacao Talita REVISADAOK
São Paulo
2009
TALITA SAMPAIO CECCARELLI
Área de Concentração:
Engenharia Hidráulica
Orientadora:
Dra. Emilia Arasaki
São Paulo
2009
Este exemplar foi revisado e alterado em relação à versão original, sob
responsabilidade única do autor e com a anuência de seu orientador.
Assinatura da autora
Assinatura da orientadora
FICHA CATALOGRÁFICA
AGRADECIMENTOS
RESUMO
ABSTRACT
Global warming and the consequent increase of the mean sea level rise will
be a challenge to the maintenance and development of offshore structures in the
coming decades. Both global climate change and the fact that the extreme storms
are experiencing substantial changes have profound consequences for the society
and the environment. The study aimed to present and discuss these issues and
analyze the climatic paradigms for offshore projects such as coastal defenses and
the stabilization works to maintain or rebuild the natural systems (cliffs, dunes,
wetland, beaches), or to protect buildings and coastal infrastructure (urban areas,
access for connections, roads). To this end, it was analyzed the case study on the
occurrence of coastal erosion on the beach of Massaguaçu, Caraguatatuba city in
São Paulo State, the projects and works undertaken for the site were evaluated,
considering the recommendations of the existing policies at the international level.
Thus, the study was concluded, with the possible solutions to the problem of erosion
occurred in a coastal region, given the increase on the mean sea level rise.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIGURA 4.20 SUBQUADRADOS DO QUADRADO 376 DE MARSDEN PARA A COSTA DE SÃO PAULO....................................... 93
FIGURA 4.21 RUMOS COM NV (NORTE VERDADEIRO) DA AGITAÇÃO NO SUBQUADRADO MARSDEN 37634 .......................... 94
FIGURA 4.22 ALTURAS SIGNIFICATIVAS DA AGITAÇÃO NO SUBQUADRADO MARSDEN 37634 ............................................. 94
FIGURA 4.23 RUMOS COM NV (NORTE VERDADEIRO) DA AGITAÇÃO NO SUBQUADRADO MARSDEN 37644 .......................... 95
FIGURA 4.24 ALTURAS SIGNIFICATIVAS DA AGITAÇÃO NO SUBQUADRADO MARSDEN 37644 ............................................. 95
FIGURA 4.25 ORTOGONAIS DE PROPAGAÇÃO DE ONDA DE E ......................................................................................... 96
FIGURA 4.26 ORTOGONAIS DE PROPAGAÇÃO DE ONDA DE SE ....................................................................................... 96
FIGURA 4.27 ROSA DE ONDAS - ALTURA SIGNIFICATIVA (M) MÉDIA ANUAL ........................................................................ 97
FIGURA 4.28 ALTURA SIGNIFICATIVA PARA ONDA EM ÁGUAS PROFUNDAS COM RUMO DE 101,57°, ALTURA SIGNIFICATIVA DE 1,38 M
E PERÍODO MÉDIO DE 7,42 S. ............................................................................................................................... 98
FIGURA 4.29 ALTURA SIGNIFICATIVA PARA ONDA EM ÁGUAS PROFUNDAS COM RUMO DE 125,9°, ALTURA SIGNIFICATIVA DE 1,22 M
E PERÍODO MÉDIO DE 6,93 S. ............................................................................................................................... 99
FIGURA 4.30 MODELO DE PREVISÃO DE ALTURA DE ONDA PARA A SITUAÇÃO CLIMÁTICA .................................................... 100
FIGURA 4.31 PERFIL TRANSVERSAL TÍPICO DA PRAIA DE MASSAGUAÇU ......................................................................... 101
FIGURA 4.32 PERFIL CALCULADO PARA A ONDA MÉDIA ATUANDO DURANTE 10 DIAS NA PRAIA DE MASSAGUAÇU .................... 101
FIGURA 4.33 DIAGRAMA ESQUEMÁTICO DO ATAQUE DE ONDA DE TEMPESTADE NA PRAIA E PÓS-PRAIA ............................... 103
FIGURA 4.34 DEFINIÇÃO DE ESPRAIAMENTO, MEDIDO A PARTIR DO NÍVEL DO MAR ........................................................... 104
FIGURA 4.35 ESTIMATIVA DO ESPRAIAMENTO PARA DIVERSOS ÂNGULOS DE TALUDES DE PRAIA ........................................ 107
FIGURA 4.36 ESTIMATIVA DE ESPRAIAMENTO COM REVESTIMENTO DE MURO DE PEDRA ARGAMASSADA.............................. 107
FIGURA 4.37 ESTIMATIVA DE ESPRAIAMENTO COM REVESTIMENTO DE ENROCAMENTO ..................................................... 108
FIGURA 4.38 REVESTIMENTO DE ALTO DA PRAIA DE ENROCAMENTO. ........................................................................... 109
FIGURA 4.39 CURVA GRANULOMÉTRICA.................................................................................................................. 111
FIGURA 4.40 PROTEÇÃO TIPO 1 ............................................................................................................................ 112
FIGURA 4.41 PROTEÇÃO TIPO 2 ............................................................................................................................ 112
FIGURA 4.42 PROTEÇÃO TIPO 3 ............................................................................................................................ 113
FIGURA 4.43 PROXIMIDADE DO MAR À SP-55 (ILUSTRAÇÃO SEM ESCALA) ...................................................................... 113
FIGURA 4.44 VISTA GERAL COM O PROJETO ............................................................................................................ 114
FIGURA 4.45 HISTÓRICO FOTOGRÁFICO DAS RESSACAS E MEDIDAS EMERGENCIAIS ........................................................ 116
FIGURA 4.46 EROSÕES JUNTO À RODOVIA SP-55 E SACOS DE AREIA COMO MEDIDA EMERGENCIAL .................................. 117
FIGURA 4.47 VISTA GERAL DO MURO REMANESCENTE .............................................................................................. 117
FIGURA 4.48 DETALHE DO BARBACÃ NO MURO E DO EXTREMO LONGITUDINAL DA OBRA .................................................. 118
12
LISTA DE TABELAS
TABELA 4.8 PROBABILIDADE DA ALTURA DA ONDA SIGNIFICATIVA IGUALAR OU EXCEDER A ONDA DE PROJETO DURANTE A VIDA
ÚTIL DA OBRA ................................................................................................................................................... 92
SUMÁRIO
DEDICATÓRIA .................................................................................................................................. 4
AGRADECIMENTOS .......................................................................................................................... 5
RESUMO .......................................................................................................................................... 7
ABSTRACT ....................................................................................................................................... 8
SUMÁRIO ....................................................................................................................................... 13
4.1 INTRODUÇÃO........................................................................................................................ 67
4.2 ESTUDO DE DADOS E PROJETO DE CONTENÇÃO................................................................. 69
4.2.1 Dados ............................................................................................................................... 69
4.2.2 Projeto .............................................................................................................................. 71
4.3 EROSÕES OBSERVADAS ...................................................................................................... 76
4.4 ESTUDO DE DADOS E PROJETO DE RECONSTRUÇÃO .......................................................... 78
4.4.1 Dados ............................................................................................................................... 78
4.4.1.1 Morfodinâmica Praial ....................................................................................................................79
4.4.1.2 Marés .........................................................................................................................................83
4.4.1.3 Ondas .........................................................................................................................................91
4.4.2 Verificação - Espraiamento................................................................................................ 102
4.4.3 Projeto ............................................................................................................................ 105
4.5 CONTINUIDADE ................................................................................................................... 115
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
praial por processos ainda não totalmente conhecidos. Estudos das possíveis
causas e soluções desse caso específico serão discutidos nos capítulos posteriores,
uma vez que essa será a região do presente estudo.
1.2 OBJETIVO
FONTE: DER / SP
1.3 JUSTIFICATIVA
1.4 METODOLOGIA
CAPÍTULO 2
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
das águas influencia a intensidade dos ventos Alísios que pode fazer com que
massas de água quente, e massas de ar também, se desloquem no Pacífico de
forma diferente dos registros das médias históricas. As variações de intensidade dos
ventos Alísios influenciam a pressão atmosférica no oceano, afetando vários
fenômenos climáticos em todo o mundo.
Figura 2.2 Fenômeno “El Niño”, aquecimento da superfície da água do Pacífico (variação em oC)
FONTE: pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:El-nino.gif
apenas devido à contaminação e degradação dos solos, água e ar, mas também
pelo aumento da temperatura média tanto na superfície terrestre quanto marinha.
Sendo assim, os resultados esperados e observados dessas mudanças têm sido
citados para as várias áreas do mundo, com influência significativa sobre os
ecossistemas costeiros.
acompanhar, haverá uma perda líquida das terras úmidas. Além disso, uma perda
completa pode ocorrer se a proteção de áreas urbanizadas, com maciços ou diques,
impedirem a formação de novas terras úmidas.
Se confirmadas as projeções para a mudança do clima global futuro, os
impactos poderão ser potencialmente irreversíveis. Neste caso, os países insulares
e as regiões urbanas costeiras são as mais vulneráveis com possibilidades reais de
inundações a médio e longo prazo.
Os estudos do IPCC (2002) apontam para um aumento do nível do mar até
2100 de 49 cm, também levando em conta as variações na estimativa dos
parâmetros da sensibilidade climática, do derretimento do gelo e do conjunto
completo dos cenários de emissões.
As evidências indicam que uma subida de 30 cm pode ocorrer até 2040,
projetando-se de 50 a 200 cm até 2100 (VELLINGA & ZITMAN, 1988).
O National Research Council’s Board on Atmospheric Sciences and Climate
(BASC) dos Estados Unidos e outros órgãos congêneres estimam que ao longo dos
mares possa ocorrer uma subida de 70 cm até o ano 2075 como resultado da
expansão térmica, derretimento das geleiras alpinas e da Groenlândia, e a possível
desintegração da Calota de Gelo da Antártida Ocidental (US NRC, 1987). Tal subida
terá implicações ambientais bastante significativas.
Visando prover uma base quantitativa para a análise de sensibilidade dos
impactos que devem avaliar a subida do nível do mar, em US NRC (1987), o comitê
de especialistas em Engenharia Costeira adotou três plausíveis variações para a
subida eustática do nível do mar até o ano 2100, correspondendo a 50, 100 e 150
cm. Até o ano de 2010, a maior taxa recomendada produzirá uma subida de 10 cm.
Embora pareça uma subida relativamente pequena, há três situações em que seus
efeitos são muito majorados (ALFREDINI, 2005):
1. Praias arenosas em costas expostas a ondas oceânicas, em que os
processos naturais poderão causar erosões de 1 m ou mais para cada
cm de subida do nível do mar (Regra de Bruun – Figura 2.10).
2. A cunha salina em estuários e trechos flúvio-marítimos poderá avançar
até 1 km para uma subida de 10 cm no nível médio do mar, o que será
preocupante especialmente quanto ao abastecimento de água potável e
os ecossistemas costeiros durante as estiagens. Ocorrerá migração para
montante da zona de turbidez máxima.
30
2.2.5 Impactos
Klein et al. (2001) descreve três tendências: (i) crescente reconhecimento dos
benefícios da proteções leves nas estratégias do tipo recuar e acomodar; (ii) uma
crescente dependência das tecnologias para desenvolver e gerenciar a informação;
e (iii) uma melhor consciência da necessidade de adaptações costeiras que reflitam
as condições naturais e sócio-econômicas locais. A decisão sobre escolher qual a
melhor opção de adaptação tende a ser altamente influenciada por considerações
sócio-econômicas (Knogge et al., 2004; Persson et al., 2006).
Também é importante considerar as medidas de adaptação que reduzem as
ameaças diretas à sobrevivência dos ecossistemas costeiros.
O valor da estrutura de proteção não deve ser maior do que o valor da área a
ser protegida. Portanto, antes de decidir qual o melhor cenário a ser implantado, é
necessário obter e gerenciar todos os diversos tipos de informações.
Por exemplo, poucas são as medições de ondas disponíveis para o litoral
paulista. Não há uma sistemática para o levantamento desses dados e nenhum
programa governamental para a criação e consolidação de um banco de dados de
ondas (Araújo, 2005). As medições normalmente originam-se da necessidade de
projetos específicos, ou estimam-se os dados utilizando os modelos numéricos, e
muitas vezes sua disponibilidade pública não acontece. Disto, observa-se uma
grande falha na política de gerenciamento costeiro, e uma grande dificuldade em
tomar decisões a respeito dos projetos costeiros.
37
cota do coroamento da obra, nem em locais com grande declividade do terreno por
exigirem obras em grandes profundidades gerando alto custo de construção. Não
são obras flexíveis que se adaptarão ao crescimento da praia e podem também
apresentar riscos à navegação (submersos). Esteticamente, são obras
desagradáveis, principalmente os quebra-mares emersos.
O enrocamento, de modo geral, é o material mais utilizado na construção,
compondo quebra-mares de talude. Os blocos artificiais de concreto são utilizados
em obras em maiores profundidades, podendo formar estruturas denominadas
recifes artificiais. Em áreas mais abrigadas podem-se utilizar estacas metálicas ou
de madeira.
2.4.5 Diques
2.4.7 Comportas
CAPÍTULO 3
OCORRÊNCIAS MUNDIAIS
3.2 HOLANDA
Países Baixos faz jus ao nome que tem: o ponto culminante está a apenas
321 metros de altitude e 25% do território está abaixo do nível do mar. Tão abaixo
que, ao aterrissar no aeroporto, em Amsterdã, o passageiro desembarca a 4,5
metros abaixo do nível do mar.
Banhada pelo Mar do Norte e por dois dos maiores rios da Europa - o Reno e
o Mosa, a Holanda foi várias vezes inundada, transformando esses desafios em alta
tecnologia hidráulica.
Em meados do século XI, os primeiros diques começaram a surgir na
Holanda para amenizar inundações provocadas pela maré alta e pelo
54
A partir do século XIX, eles deram mais um passo em direção ao mar, e lhes
tomaram espaço construindo pôlderes cercados por diques. Alinhados
paralelamente à costa e às margens do rio, os diques contiveram o avanço das
águas. Estas, agora, são drenadas com o auxílio de bombas e canais transversais,
formando as planícies de terra seca e fértil (ver Figura 3.2).
Nos seus primeiros dez anos de funcionamento, a barreira nunca foi fechada.
Porém, pela primeira vez, em 2007, a estrutura foi utilizada devido a uma grande
tempestade, com níveis excepcionais.
Uma análise de custo-benefício, associada com as questões ambientais
envolvidas tem sido constantemente utilizada na Holanda para nortear a implantação
de diques desde as severas inundações de 1953.
58
3.3 ITÁLIA
Nessa região, existem múltiplas obras de defesa dos litorais (ver Figuras
3.10, 3.11, 3.12), que modificam todo o transporte de sedimento, além de comportas
no canal de acesso em Cesenático. À medida que se engorda uma área, as áreas
adjacentes são submetidas a efeitos erosivos, pois ocorre uma retenção do
transporte de sedimentos litorâneo longitudinal de areias a barlamar, em detrimento
do suprimento de areias a sotamar, conforme claramente observa-se na Figura 3.10,
comparando-se a linha de costa à direita e à esquerda dos molhes, respectivamente.
Na mesma Figura 3.10, pode-se observar que os quebra-mares emersos
foram implantados do lado direito (ver também Figura 3.12), e provocaram uma
61
intensa retenção de areia, além de não permitirem uma adequada renovação das
águas; enquanto que do lado esquerdo, visando mitigar este último problema, foram
implantados quebra-mares semi-submersos (emergem entre a baixa-mar e a meia-
maré). Deste lado também há espigões de praia (ver Figura 3.11). Apenas neste
estudo, elencam-se as seguintes obras de defesa costeira: molhes guias-correntes,
quebra-mares emersos, quebra-mares imersos, espigões de praia, duna artificial e
comportas.
Deste modo, fica evidente como a região em estudo precisa ser muito bem
examinada e analisada, antes da execução de qualquer obra marítima.
3.4 INGLATERRA
A cada século, o nível das águas do rio Tâmisa cresce uma média de 0,9
metros. O Estuário do Tâmisa é uma área onde o risco de inundações é
particularmente elevado e esta região está cada vez mais exposta ao risco de
inundações devido ao aumento médio do nível do mar, ao aumento da precipitação
e das marés, e a um maior número e intensidade das tempestades. Também vale
lembrar, que a parte sudoeste da Inglaterra está submergindo devido à pequena
subsidência local. Na cidade de Londres, a maior parte da água que se utiliza é
65
extraída de um aqüífero de cal, uma fonte importante de água subterrânea. Este fato
provoca uma dessecação progressiva das placas de argila que se encontram no
subsolo da região.
Apesar do muro nunca ter sido galgado por uma onda, sua estrutura já foi
bastante danificada pela ação das tempestades excepcionais.
CAPÍTULO 4
ESTUDO DE CASO
PRAIA DE MASSAGUAÇU
4.1 INTRODUÇÃO
O caso a ser estudado está situado na Rodovia Dr. Manuel Hyppolito Rego –
SP-55 (pertencente ao DER / SP - Departamento de Estradas de Rodagem do
Estado de São Paulo) entre os quilômetros 89 e 91 (LE) – na Praia de Massaguaçu,
na cidade de Caraguatatuba. Nesse local existe uma instabilidade de talude do
aterro, devido a erosões causadas pelas ondas do mar, agravada pelas saídas da
drenagem superficial da rodovia. O objetivo deste estudo é descrever as
características e particularidades do local, as possíveis causas desses impactos e as
alternativas de soluções adotadas e estudadas para a execução dos projetos.
68
O trecho afetado (Figura 4.2) tem cerca de 450 metros de extensão ao longo
da rodovia e apresenta uma cota de 5 metros acima do nível do mar (zero IBGE),
com traçado retilíneo. As erosões apresentam-se em diversos graus sendo que as
mais críticas já atingem o acostamento da rodovia, fazendo um cenário de risco para
a população e usuários da rodovia. Existem também, nesta mesma praia, pontos
localizados de erosões junto às saídas da drenagem da pista, ver Figura 4.3.
A instabilidade junto à rodovia foi causada por erosões devido à ação das
ondas do mar e saída de drenagem de águas pluviais, solapando a base do aterro e
desencadeando escorregamentos, que chegaram a afetar até o acostamento da
rodovia, ilustrado na Figura 4.4, trazendo inúmeros prejuízos para população.
69
4.2.1 Dados
Ondas (m) 1,0 1,0 a 2,0 2,0 a 3,0 3,0 a 4,0 4,0 a 5,0 5,0
4.2.2 Projeto
O muro tem uma extensão total de 500 metros e foi dividido em dois trechos
(Figura 4.7). O primeiro trecho (Figura 4.5), sendo 380 metros, com seção tipo A de
3,70 m de altura e base de 2,75 m, e o segundo trecho (Figura 4.6), de 120 metros,
com seção tipo B de 4,20 m de altura e base de 3,15 m.
Início da escavação mecânica na área atingida pela erosão. Escavação manual para alinhamento da
base do muro.
Dificuldade na execução da base por causa dos dias chuvosos e da maré alta. Início da construção
do muro de pedra argamassada.
Figura 4.8 Histórico Fotográfico da Execução do Muro de Pedra Argamassada
4.4.1 Dados
Calm
0%
10 %
Palette
Abov e 0.7
0.5 - 0.7
0.3 - 0.5
0.1 - 0.3
Below 0.1
4.4.1.2 Marés
m (cota IBGE), sendo que nestes eventos a maré meteorológica positiva sobrelevou
o nível da maré astronômica previsto entre 70 e 80 cm (Alfredini, 2005). Assim, a
probabilidade destes eventos pode ser estimada, em média, como decenal, sendo
possível estimar preamares extremas de 1,30 m, 1,40 m e 1,50 m (cota IBGE),
respectivamente para 5, 10 e 50 anos de período de retorno.
Nas Tabelas 4.4 e 4.5 estão apresentadas as fichas maregráficas do Porto de
Santos e da Estação Ubatuba do IOUSP (Fundação de Estudos do Mar - FEMAR,
2000). Observe que os dados estão em relação ao nível de redução da DHN da
Marinha do Brasil.
85
1,5
maré observada
maré prevista
maré meteorológica
1
0,5
nível (m)
0
0,00 1000,00 2000,00 3000,00 4000,00 5000,00 6000,00 7000,00 8000,00 9000,00
-0,5
-1
-1,5
data
1,5
maré observada
maré prevista
maré meteorológica
1
0,5
nível (m)
0
0,00 1000,00 2000,00 3000,00 4000,00 5000,00 6000,00 7000,00 8000,00 9000,00
-0,5
-1
-1,5
data
04:04 0.4
QUI 01/06/06 12:45 -0.4
18:34 0.3
00:13 0.0
04:36 0.3
SEX 02/06/06
13:30 -0.3
19:30 0.3
01:08 0.0
05:26 0.2
SAB 03/06/06
14:15 -0.3
21:00 0.2
03:08 0.0
09:38 0.3
DOM 04/06/06
15:08 -0.3
23:00 0.3
04:56 -0.1
SEG 05/06/06 10:34 0.4
16:00 -0.3
00:04 0.3
05:38 -0.2
TER 06/06/06
11:19 0.5
16:54 -0.3
00:49 0.4
06:09 -0.4
QUA 07/06/06
12:02 0.5
17:47 -0.3
01:24 0.4
06:45 -0.5
QUI 08/06/06
12:47 0.6
18:36 -0.3
FONTE: Alfredini, 2006
90
Tabela 4.7 Resumo dos níveis máximos e do nível médio do Registro das Marés no Porto de Santos
para a primeira quinzena de junho
1 0,50 0,21
2 0,40 0,13
3 0,10 -0,15
4 -0,30 -0,46
5 0,40 -0,24
6 0,60 0,22
7 0,50 0,13
8 0,60 0,11
9 0,40 -0,07
10 0,40 -0,17
11 1,00 0,22
12 0,90 0,25
13 0,60 0,06
14 0,50 -0,10
15 0,60 0,02
4.4.1.3 Ondas
Tabela 4.8 Probabilidade da Altura da Onda Significativa igualar ou exceder a Onda de Projeto
durante a vida útil da obra
(4.1)
Weibull
(4.2)
Log-Normal
(4.3)
93
(4.4)
Onde:
c: parâmetro de forma da distribuição de probabilidade;
e : parâmetros de locação da distribuição de probabilidade;
Figura 4.20 Subquadrados do Quadrado 376 de MARSDEN para a Costa de São Paulo
94
Rumo - Quadrícula 34
124,00
122,00
120,00
118,00
Rumo (graus)
116,00 rumo
114,00
112,00
110,00
108,00
78 79 80 81 82 83 84 85
ano
Figura 4.21 Rumos com NV (Norte Verdadeiro) da agitação no Subquadrado MARSDEN 37634
FONTE: Alfredini, 2006
Altura - Quadrícula 34
2,00
altura (código)
1,00 altura
0,00
78 79 80 81 82 83 84 85
ano
Rumo - Quadrícula 44
135,00
120,00
Rumo
rumo
105,00
90,00
78 79 80 81 82 83 84 85
ano
Figura 4.23 Rumos com NV (Norte Verdadeiro) da agitação no Subquadrado MARSDEN 37644
FONTE: Alfredini, 2006
Altura - Quadrícula 44
3,50
3,00
2,50
2,00
altura
altura
1,50
1,00
0,50
0,00
78 79 80 81 82 83 84 85
ano
Araújo (2005) fez um estudo das rosas de ondas da altura significativa média
anual para várias localidades. A Figura 4.27 representa à rosa de ondas da Praia de
Massaguaçu, e pode ser observado que a ação da agitação das ondas é
eminentemente ortogonal à praia.
Calm
0%
20 %
Palette
Abov e 0.7
0.5 - 0.7
0.3 - 0.5
0.1 - 0.3
Below 0.1
Figura 4.28 Altura Significativa para onda em águas profundas com rumo de 101,57°, altura
significativa de 1,38 m e período médio de 7,42 s.
FONTE: Araújo, 2005
99
Figura 4.29 Altura Significativa para onda em águas profundas com rumo de 125,9°, altura
significativa de 1,22 m e período médio de 6,93 s.
FONTE: Araújo, 2005
Figura 4.32 Perfil calculado para a onda média atuando durante 10 dias na Praia de Massaguaçu
FONTE: Araújo, 2005
102
(4.5)
105
(4.6)
(4.7)
(4.8)
Onde:
tanβ = declividade;
H0 = altura da onda em águas profundas;
L0 = comprimento da onda em águas profundas;
g = aceleração devido à gravidade;
T = período da onda;
R = Runup - espraiamento.
4.4.3 Projeto
Praia
Espraiamento (m)
8
6
4
2
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
cotgα
Significativo 2% de probabilidade
14
12
10
8
6
4
2
0
0 1 2 3 4 5 6
cotgα
2% Significativo
Enrocamento
14
12
Espraiamento (m)
10
8
6
4
2
0
0 1 2 3 4 5 6
cotgα
2% Significativo
1
Hs
= ( Kd . cot α ) 3
∆.Dn50
(4.9)
110
Onde:
Hs = amplitude da onda significativa = 2,50 m;
γs
∆= −1;
γa
γs = peso específico do enrocamento = 2,7 tf/m3;
γa = peso específico da água = 1,0 tf/m3;
Dn50 = diâmetro médio do cubo equivalente;
cotα = inclinação do talude de enrocamento = 1,5 (1V:1,5H);
Kd = parâmetro equivalente a % de danos na carapaça (em volume).
O revestimento com enrocamento tem uma extensão total de 500 metros e foi
dividido em três trechos. O primeiro (Figura 4.40), sendo 80 metros de proteção tipo
1 (com muro), o segundo trecho (Figura 4.41), de 180 metros com proteção tipo 2
(com muro remanescente), e o terceiro (Figura 4.42) com 240 metros de proteção
tipo 3 (sem muro). A divisão da estrutura em três trechos está esquematizada na
Figura 4.44. Detalhe da proximidade da linha do mar à Rodovia SP-55 (Figura 4.43).
4.5 CONTINUIDADE
do local, enquanto se definia o projeto a ser implantado. Essas medidas foram desde
a colocação de sacos de areia nos locais mais erodidos, como a interdição do
acostamento da pista pelos órgãos responsáveis.
Em 2008 também se observou casos intensos de ressaca e interdição da
Rodovia SP-55, trazendo desconforto para a população, sendo imprescindível a
intervenção no local (ver Figuras 4.46, 4.47 e 4.48).
Figura 4.46 Erosões junto à Rodovia SP-55 e Sacos de Areia como Medida Emergencial
Observa-se o grande desnível da Rodovia em relação ao nível do mar. Detalhe do tamanho das
pedras argamassadas do muro.
Figura 4.47 Vista Geral do Muro Remanescente
118
CAPÍTULO 5
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
IBGE. “Anuário Estatístico do Brasil.” Fund. Inst. Brasil. de Geogr. e Estat. - Ano 1
(1908/1912). Diretoria Geral de Estatística do Ministério da Agricultura, Indústria e
Comécio. 1994.
MESQUITA, A. R. & HARARI, J. “Tides and tide gauges of Cananéia and Ubatuba” –
Brazil (LAT. 24°). Relatório Interno do Instituto Oceanográfico, 1983.
NEUMANN, J.E.; YOHE, G.;NICHOLS, R.; MANION, M. “Sea level rise and global
climate change”. Pew Center on Global Climate Change, Arlington, VA, 2000.