Artigo ADA AID AII
Artigo ADA AID AII
Artigo ADA AID AII
DOI: 10.11606/issn.2316-9095.v17-129123
Resumo
O objetivo deste artigo foi avaliar os critérios de delimitação de áreas de estudo e de influência em Estudos de Impacto Ambiental
(EIAs) de rodovias, com foco em componentes do meio físico associados aos processos de dinâmica superficial. Foram analisa-
dos os quatro processos de licenciamento ambiental da Rodovia dos Tamoios, localizada no litoral norte do estado de São Paulo.
Os resultados demonstraram que o desmembramento e o licenciamento de um mesmo empreendimento em diferentes EIAs e
Relatórios de Impacto Ambiental (Rima) em processos distintos em períodos de tempo curtos dificultam a avaliação integrada da
viabilidade ambiental do empreendimento, inclusive a própria delimitação das áreas de estudo e de influência. Pode-se concluir,
ainda, que não houve discussão sobre os critérios usados para estabelecer essas áreas nos EIAs analisados, inclusive nos próprios
Termos de Referência, impossibilitando compreender como se chegou aos limites propostos, especialmente quando se trata de
faixas fixas ao longo do traçado do empreendimento; verificou-se que essas porções não foram definidas de acordo com os di-
ferentes componentes dos meios físico, biótico e socioeconômico. Como proposta, recomenda-se que os processos de dinâmica
superficial sejam usados como os critérios básicos para delimitação das áreas de influência, principalmente da Área Diretamente
Afetada (ADA), para os componentes de Geomorfologia, Geologia, Pedologia e Geotecnia. E que em estudos de empreendimen-
tos lineares em ambientes os diferentes relevos e as bacias hidrográficas sejam as unidades de gerenciamento territorial usadas
para desenvolvimento dos estudos, pelo menos no que se refere à Área de Influência Indireta (AII) e à Área de Influência Direta
(AID). Outro ponto importante é que a discussão sobre os limites das áreas de estudo e de influência dos empreendimentos se
inicie durante a elaboração dos estudos e dos projetos anteriores ao licenciamento ambiental.
Palavras-chave: Processos de dinâmica superficial; Meio físico; Áreas de influência; Rodovias.
Abstract
The aim of this paper is to evaluate the geographic boundaries (“influenced and study areas”) delimitation criteria on high-
ways Environmental Impact Studies (EIS), focusing on the physic environment associated with dynamic surficial process.
Means to achieve, it was analyzed four environmental licenses proceedings of Tamoios’ highway, located in north coast of
São Paulo State in Brazil. Outcomes show that this split of the environmental licenses proceedings into four EIS in a short
time does not enable the whole feasibility assessment, including the geographic boundaries delimitation. There was not a
discussion about the criteria used to define these areas, so it is not possible to understand the proposed limits, especially
because they are land bands nearby the linear construction. In addition, the limitation did not examine physic and biotic en-
vironment and socioeconomic components. As a suggestion, the delimitation criteria of the closest geographic boundaries
(ADA) must use dynamic surficial process information and geomorphologic, geology, pedology and geotechnics compo-
nents. Likewise, the proposal is to restrict the larger geographic boundaries to watershed limits for linear projects. Another
important topic is to discuss the delimitation issue during the EIS scope, just before the environmental license begin.
Keywords: Dynamic surficial process; Physical environment; Geographic boundaries; Highways.
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Áreas de influência para rodovias
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Granitos-gnaisse, migmatitos e micaxistos compõem o subs- De acordo com os EIAs estudados, os cambissolos hápli-
trato rochoso do planalto e da escarpa (IPT, 1987; Colangelo, cos distróficos se associam a latossolos vermelho-amarelos
2012). O condicionamento dos segmentos locais da rede distróficos e ocorrem sobre gnaisses, granitos e granitoides
de drenagem é por falhas, zonas de cisalhamento, fratu- do embasamento cristalino, em relevo forte ondulado, mon-
ras e grandes domínios de rochas supracrustais (Almeida tanhoso e escarpado que caracterizam muitos relevos da
e Carneiro, 1998). região: as escarpas da Serra do Mar, os morrotes e morros
O planalto apresenta, de forma predominante, relevo isolados na Planície Costeira, bem como os morros peque-
mamelonizado com altitudes entre 800 e 900 m, bem como nos do Planalto de Juqueriquerê. Esses solos são caracte-
escarpas retilinizadas acima de 900 m e com espessos man- rizados por elevada capacidade de degradação e erodibi-
tos de regolito. A cabeceira da drenagem é do tipo dendrí- lidade, além de limitação forte a muito forte para a trafe-
tica, devido aos morros mamelonizados, e passa a retilí- gabilidade, devido à presença de afloramentos rochosos e
nea, retangular e treliça em virtude do arranjo estrutural, à forte inclinação do relevo em que ocorrem (JGP, 2010,
sobretudo nos médios e baixos cursos (Cruz, 1990; Ross e 2011a, 2011b, 2012).
Moroz, 1997; Colangelo, 2012).
Nas escarpas predominam encostas do tipo côncavo-
convexo, íngremes nas partes mais altas, com declividade MATERIAL E MÉTODOS
maior que 22º, e ocorrência de patamares intermediários
e baixos níveis, além de rampas de desgastes, com encos- A pesquisa caracteriza-se por ser, essencialmente, descritiva
tas mais suaves (Cruz, 1974; IPT, 1987). A amplitude da e documental, por meio de coleta, análise, interpretação e
topografia é de até 800 m, com extensos perfis retiliniza- discussão de aspectos previamente estabelecidos em rela-
dos (Cruz, 1990; Colangelo, 2012) e ocorrem sistemas de ção aos quatro EIAs da Rodovia dos Tamoios, com foco
drenagens com formação de pequenas bacias em forma nos critérios usados para definição das áreas de estudo e de
de anfiteatro. Os vales apresentam formato de “V” e são influência nesses estudos.
profundamente entalhados e interrompidos por soleiras, O Quadro 1 relaciona os dados gerais dos processos de
indicando juventude do relevo (Cruz, 1974; IPT, 1987; licenciamento de cada trecho do empreendimento estudado.
Almeida e Carneiro, 1998). Ressalta-se que todos os EIAs foram elaborados pela equipe
A formação dos corpos de colúvio/tálus decorre da remo- técnica de uma mesma empresa de consultoria, sendo o
ção e do deslocamento dos solos, especialmente devido a Departamento de Estradas de Rodagem do estado de São
movimentos gravitacionais de massa e/ou por escoamento Paulo (DER-SP) responsável pelo empreendimento. Além da
superficial na parte superior, com maior intensidade durante caracterização geral de cada estudo ambiental, também foram
a estação chuvosa (Cruz, 1974; IPT, 1987). descritas as localizações e as extensões das quatro inter-
Na região das planícies litorâneas encontram-se as venções das obras, bem como o número de processo para
depressões úmidas como solos húmicos, terraços fluviais e consulta pública na Cetesb e o ano de aprovação do EIA.
colúvio-aluviais, como terraços e taludes de detritos colu- A análise da delimitação das áreas de influência dos
viais de pé de encosta. A evolução e a progressão dos depó- impactos decorrentes do empreendimento foi feita com base
sitos condicionam o seguimento do traçado da drenagem nos processos de licenciamento ambiental junto à Cetesb,
nesses locais (Cruz, 1974). Depósitos coluviais estão em incluindo os próprios EIAs e outros documentos técnicos
condições de estabilidade tão precárias, que até pequenos presentes em cada processo da Rodovia dos Tamoios, como:
cortes e aterros podem aumentar a movimentação de ras- planos de trabalho entregues pela consultoria, termos de
tejos, cujas velocidades aumentam consideravelmente em referência e pareceres técnicos emitidos pela Cetesb e estu-
condições de saturação nas épocas chuvosas (Infanti Jr. e dos complementares apresentados pelo empreendedor refe-
Fornasari Filho, 1998). Nos cones de dejeção e corpos de rentes a cada processo. Foram analisados os seguintes itens
tálus, blocos e matacões com matriz argilo-arenosa com nos processos de licenciamento e em seus respectivos EIAs:
grânulos são predominantes (JGP, 2010, 2011b). 1. Caracterização do objeto de estudo: localização e exten-
Os corpos de tálus são detritos acumulados de sopé de são das obras, números dos processos no órgão ambien-
escarpas ou de vertentes muito íngremes. Estes são com- tal e ano de aprovação dos estudos;
postos por matacões, blocos e materiais finos sem estrutu- 2. Definição das áreas de estudo e de influência: identifica-
ras. A ocorrência de escorregamentos e queda de blocos é ção e análise de procedimentos, critérios e justificativas
associada à sua formação, visto que são condicionados pela utilizados para a delimitação dessas áreas, seja no pla-
fratura do maciço rochoso, por processos de alteração de nejamento do escopo do EIA, seja após a realização da
encostas e também pela ação da gravidade, muito comum avaliação de impactos ambientais, verificando se real-
no sopé de serras da Região Sudeste do Brasil (Moreira e mente foram considerados os termos e conceitos de áreas
Pires Neto, 1998). de estudo e de influência de forma adequada, bem como
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Áreas de influência para rodovias
se os procedimentos metodológicos para definição des- áreas de estudo, diagnóstico ambiental (com foco nos itens
sas áreas foram apresentados; referentes à caracterização de Geologia, Geomorfologia,
3. Diagnóstico ambiental do meio físico: análises dos resul- Geotecnia e Pedologia nas diferentes áreas de estudo), ava-
tados apresentados no respectivo capítulo, referentes aos liação de impactos associados ao meio físico e discussão da
temas Geologia, Geomorfologia, Geotecnia e Pedologia, definição das áreas de influência.
verificando os critérios para a descrição desses temas Os resultados apresentados nos EIAs e nos estudos com-
levaram em consideração os limites das áreas de estudo plementares pela consultoria foram avaliados com base em
previamente estabelecidos nos planos de trabalho e/ou bibliografias técnicas sobre a região do empreendimento,
termos de referência, assim como se aspectos importan- assim como trabalhos de campo para análise dos principais
tes desses temas não foram considerados nos EIAs; processos de dinâmica superficial que são potenciais e que
4. Avaliação dos impactos ambientais relacionados ao meio ocorrem nessa região.
físico: análise da avaliação de impactos ambientais asso- Em complemento, foi elaborado um mapa da região
ciados aos temas da pesquisa (Geologia, Geomorfologia, estudada com as áreas de influência definidas nos quatro
Geotecnia e Pedologia), especificamente referentes aos Estudos de Impacto Ambiental, porém sem considerar ainda
impactos: instabilização de encostas e geração de proces- a proposta de delimitação das áreas que aborda o meio físico
sos erosivos e de movimentos gravitacionais de massa, feita pelos autores desta pesquisa.
aumento da área impermeabilizada na faixa de domínio,
alteração da morfologia natural dos terrenos por aterros
de vales, planícies e/ou canal fluvial; RESULTADOS E DISCUSSÕES
5. Avaliação dos limites das áreas de estudo e definição
das áreas de influência: verificação da realização de uma No estado de São Paulo, os procedimentos para o licencia-
avaliação detalhada dos limites das áreas de estudo e dis- mento ambiental de empreendimentos com alto potencial
cussão desses limites ao final do diagnóstico ambiental impactante e/ou que estejam associados a ambientes de rele-
e se, após a avaliação dos impactos ambientais, foi efe- vância têm a seguinte sequência: apresentação, pelo empreen-
tuada uma delimitação das áreas de influência, rediscu- dedor de Plano de Trabalho, descrevendo o empreendimento
tindo os limites previamente estabelecidos nas áreas de e a proposta de escopo para desenvolvimento dos estudos
estudo na fase de planejamento do projeto. relativos à elaboração do EIA; a Cetesb, com base no Plano
de Trabalho protocolado, emite um Termo de Referência
Os dados foram sistematizados para cada item especi- com todos os requisitos necessários para elaboração do
ficado, considerando a abordagem dada nos planos de tra- EIA/Rima, incluindo os capítulos e seus respectivos con-
balho, termos de referência, EIAs, pareceres técnicos da teúdos mínimos; a consultoria ambiental, contratada pelo
Cetesb e estudos complementares. Nos EIAs, as principais empreendedor, executa todos os estudos e as investigações
verificações foram feitas nos capítulos referentes aos temas: e integra os resultados obtidos para elaboração do EIA,
Quadro 1. Características dos Estudos de Impacto Ambiental e dos trechos das obras analisados no presente artigo.
Ano de
Processo
Obra/trecho Localização Extensão aprovação
na Cetesb
do EIA
Interligação rodoviária
Estende-se desde a Rodovia dos Tamoios (município
Contornos Sul de
de Caraguatatuba) até a Rodovia SP-055 na altura da 35,5 km 62/2009 Fev./2010
Caraguatatuba e de
Praia de Guaecá (São Sebastião)
São Sebastião
Duplicação do
Entre os km 11,50 e o km 60,48 da Rodovia dos Tamoios 48,9 km 13523/2007 Ago./2011
Subtrecho Planalto
Interligação da Rodovia dos Tamoios (em seu trecho
Interligação rodoviária
denominado de Avenida Presidente Campos Salles) até
Contorno Norte de 6,0 km 97/2011 Dez./2011
o entroncamento com a Rodovia Dr. Manoel Hyppolito
Caraguatatuba
Rego (SP-055) em seu km 99.
Entre os km 60,48 e km 64,40: duplicação ao longo do 21,5 km
Duplicação do eixo atual da Rodovia dos Tamoios. (12,6 km
98/2011 Set./2012
Trecho Serra Entre os km 64,40 e km 82,00: duplicação em nova percorridos
diretriz da Rodovia dos Tamoios. em túneis)
EIA: Estudo de Impacto Ambiental.
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sendo que todos os capítulos do EIA são sintetizados para Planos de Trabalho e Termos de Referência
elaboração do Rima, protocolando ambos os documentos
no órgão ambiental. A análise dos critérios para delimitação das áreas de estudo e
Esses procedimentos envolvem uma fase de discussão do de influência foi iniciada pelos Planos de Trabalho (entregues
escopo ou planejamento do EIA/Rima, por meio do Plano pelo empreendedor) e pelos Termos de Referência (emiti-
de Trabalho e Termo de Referência, e outra de execução dos pela Cetesb) presentes nos processos de licenciamento
propriamente dita dos estudos, das investigações, das ava- ambiental dos quatro trechos da Rodovia dos Tamoios,
liações e das propostas apresentadas ao órgão ambiental e os quais subsidiaram a elaboração dos EIAs, ou seja, a etapa
à sociedade por meio do EIA/Rima. de planejamento desses estudos.
O primeiro ponto que se destaca no licenciamento ambiental O Quadro 2 apresenta as áreas de influência definidas
da Rodovia dos Tamoios foi a separação de um mesmo empreen- nos Planos de Trabalho e Termos de Referência de cada EIA
dimento em quatro processos, com a elaboração de quatro estudado. Pode-se verificar que, em relação ao Subtrecho
EIAs/Rimas, situação que não é recomendada pela legislação Planalto, não foi protocolado Plano de Trabalho, pois o pro-
brasileira, assim como pelas literaturas nacional e internacio- cesso foi iniciado pelo empreendedor por meio da entrega
nal sobre estudos ambientais. A separação em vários estudos de um Relatório Ambiental Preliminar (RAP), sendo que a
dificulta a avaliação integrada e cumulativa dos impactos e o Cetesb considerou que o empreendimento deveria ser licen-
entendimento da própria proposta da obra e das soluções de ciado por meio de EIA/Rima, arquivando o processo inicial.
engenharia, tanto para o órgão ambiental como para a sociedade. Nesse contexto, um Termo de Referência simplificado foi
A compartimentação em quatro estudos diferentes de emitido com base nos dados presentes no RAP, abrindo um
uma mesma rodovia com 111,90 km de extensão, avalia- novo processo de licenciamento no ano de 2007.
dos e licenciados em períodos de tempo distintos, mas em Para os outros três trechos da Rodovia dos Tamoios,
um intervalo de tempo muito curto, inferior a três anos, as AIIs foram predefinidas como as bacias hidrográficas
não encontra justificativa técnica para tal procedimento, em que o traçado proposto interceptaria, sendo mantida
já que o objetivo principal de um EIA/Rima é avaliar a essa delimitação pela Cetesb no Termos de Referência
viabilidade ambiental do empreendimento em todos os somente para o trecho dos Contornos Sul de Caraguatatuba
seus aspectos, incluindo os impactos potenciais, as medi- e de São Sebastião. Nos trechos do Contorno Norte de
das para mitigar, controlar ou compensar esses impactos e Caraguatatuba e da Serra, a Cetesb alterou para os limi-
os respectivos programas ambientais propostos (Sánchez, tes dos municípios de Paraibuna e Caraguatatuba, ambos
2006; Fonseca e Bitar, 2012; Coelho et al., 2013; Carvalho localizados no estado de São Paulo. Contudo, não foi
et al., 2016; Borioni et al., 2017). apresentada uma justificativa nem foram expostos os cri-
Esse foi um dos principais aspectos criticados por dife- térios para essas mudanças, que devem estar associadas
rentes entidades em relação ao licenciamento da Rodovia aos aspectos socioeconômicos.
dos Tamoios, questionando como se pode avaliar a viabi- As AIDs dos dois trechos dos Contornos e da Serra foram
lidade de um empreendimento separando os EIAs/Rimas definidas no Plano de Trabalho e mantidas nos respectivos
em diferentes trechos e licenciados em períodos distintos, Termos de Referência, correspondendo, nas duas primei-
inserido em uma região com grande sensibilidade ambien- ras, ao limite entre a linha da orla marítima e uma faixa de
tal e relacionado com outros empreendimentos regionais, aproximadamente 1 km a partir do traçado da alternativa
como o porto de São Sebastião, a unidade de tratamento mais externa. Já para o trecho Serra a AID foi estabelecida
de gás da Petrobras e suas respectivas redes de dutovias. como as bacias do Rio Guaxinduba, Santo Antônio e partes
Nos processos, isso é solicitado pela Cetesb, de forma da bacia do Rio Juqueriquerê, que inclui as sub-bacias do
recorrente, ao empreendedor, ou seja, considerar e integrar Córrego Capivaral, Ribeirão Aldeia, Ribeirão da Divisa e
os impactos dos trechos licenciados anteriormente. Contudo, Rio da Lagoa, além de parte da Unidade de Gerenciamento
nos próprios Planos de Trabalhos e nos Termos de Referência de Recursos Hídricos Paraíba do Sul (UGRHI 02) do estado
não se verifica efetivamente a integração dos resultados dos de São Paulo, que drena a área do Parque Estadual Serra
EIAs anteriores nos documentos subsequentes. do Mar (PESM) ao sul do Reservatório de Paraibuna,
A delimitação geográfica das áreas de influência é um a noroeste da AID.
tópico básico para a condução dos EIAs. Na prática, tal pro- As ADAs que foram propostas nos Planos de Trabalho
cedimento constitui-se no estabelecimento das unidades dos trechos dos Contornos e da Serra também foram man-
espaciais de análise adotadas nos estudos, guiando não tidas nos Termos de Referência. Assim, as ADAs foram
somente a elaboração do diagnóstico ambiental, mas tam- definidas como a faixa de domínio da rodovia ou áreas de
bém a avaliação dos impactos ambientais potencialmente implantação dos dispositivos que extrapolarem a faixa de
resultantes do planejamento, da implantação, da operação domínio, além das áreas de apoio. Em nenhum dos docu-
e da desativação do empreendimento. mentos analisados nessa fase de planejamento e definição
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Áreas de influência para rodovias
do escopo dos projetos foi usado o termo “área de estudo”, Em complemento, os Planos de Trabalho e Termos de
sendo a denominação padronizada como “área de influência”, Referência não propõem de forma explícita a rediscussão dos
não seguindo os conceitos preconizados por Sánchez (2006), limites das áreas de influência após a realização do diagnós-
Fonseca e Bitar (2012) e Borioni et al. (2017). Ressalta-se tico ambiental e, principalmente, da avaliação de impacto,
que essas áreas ficaram com os mesmos limites para meios deixando implícita a tendência de considerar, do começo ao
físico, biótico ou socioeconômico, não havendo separa- fim dos estudos, os mesmos limites das áreas de influência
ção conforme seus diferentes aspectos temáticos. Também definidas na fase de planejamento do escopo dos projetos
não foram descritos os critérios para definir os limites pro- até a finalização dos EIAs.
postos tanto nos Planos de Trabalho como nos Termos de Na discussão sobre o escopo dos diferentes projetos nas
Referência, por exemplo, aspectos ambientais relevantes fases de planejamento de barragens (projetos de inventá-
que poderiam ser pontos importantes nos levantamentos rio ou plano diretor, estudo de viabilidade técnico-econô-
dos estudos de diagnóstico ambiental, como os limites das mica, projeto básico, estudo de impacto ambiental, projeto
unidades de conservação para o meio biótico ou as varia- executivo, plano de operação, plano de monitoramento
ções de relevo para a geomorfologia. etc.), alguns autores, como Cruz (1996), Marques Filho
Quadro 2. Áreas de influência definidas nos Planos de Trabalho e Termos de Referência para os trechos da Rodovia
dos Tamoios.
Planos de trabalho
Trechos AII AID ADA
Duplicação do
Não teve Plano de Trabalho
Subtrecho Planalto
Interligação rodoviária
Contornos Sul de Bacias
Caraguatatuba e de hidrográficas Área delimitada entre a linha da orla marítima e uma
São Sebastião faixa de aproximadamente 1 km a partir do traçado da
A faixa de domínio
Interligação rodoviária Bacias dos Rios alternativa mais externa.
da rodovia ou áreas
Contorno Norte de Guaxinduba e
de implantação dos
Caraguatatuba Santo Antônio
dispositivos que
Bacias do Rio Guaxinduba, Santo Antônio e partes da extrapolarem a faixa
bacia do Rio Juqueriquerê, que inclui as sub-bacias do de domínio, além
Bacias dos Rios
Córrego Capivaral, Ribeirão Aldeia, Ribeirão da Divisa e Rio das áreas de apoio.
Duplicação do Santo Antônio,
da Lagoa, além de parte da Unidade de Gerenciamento
Trecho Serra Guaxinduba e
de Recursos Hídricos Paraíba do Sul (UGRHI 02) do
Juqueriquerê
estado de São Paulo que drena a área do PESM a sul do
Reservatório de Paraibuna, a noroeste da AID.
Termos de referência
Trechos AII AID ADA
Duplicação do Elaborado Termo de Referência com base no RAP, mas sem definição clara das delimitações das
Subtrecho Planalto áreas de influência propostas
Interligação rodoviária
Contornos Sul de Bacias
Caraguatatuba e de hidrográficas Área delimitada por um lado pela linha da orla marítima
São Sebastião e uma faixa de aproximadamente 1 km a partir do
A faixa de domínio
Interligação rodoviária traçado da alternativa mais externa
da rodovia ou áreas
Contorno Norte de
de implantação dos
Caraguatatuba
dispositivos que
Bacias do Rio Guaxinduba, Santo Antônio e partes da extrapolarem a faixa
Municípios de
bacia do Rio Juqueriquerê, que inclui as sub-bacias do de domínio, além
Paraibuna e
Córrego Capivaral, Ribeirão Aldeia, Ribeirão da Divisa e Rio das áreas de apoio
Duplicação do Caraguatatuba
da Lagoa, além de parte da Unidade de Gerenciamento
Trecho Serra
de Recursos Hídricos Paraíba do Sul (UGRHI 02) do
estado de São Paulo que drena área do PESM ao sul do
Reservatório de Paraibuna, ao noroeste da AID
AII: Área de Influência Indireta; AID: Área de Influência Direta; ADA: Área Diretamente Afetada.
Fonte: adaptado de JGP (2010, 2011a, 2011b, 2012).
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e Geraldo (1998) e Costa (2012), destacam a definição de resultados obtidos. Um problema bastante comum em mui-
áreas de influência como um aspecto importante no esta- tos processos de licenciamento é a pouca ou nenhuma rela-
belecimento da investigação e dos levantamentos a serem ção direta dos resultados obtidos em projetos anteriores do
executados em cada tipo de projeto. empreendimento com o planejamento das atividades de ela-
Contudo, isso não é fundamental somente em barragens, boração do EIA, apesar de ser obrigatório um capítulo sobre
mas em qualquer tipo de empreendimento, especialmente alternativas tecnológicas e locacionais (que deveria ser baseado
aqueles de grande porte, nos quais as incertezas devem ser essencialmente no plano diretor ou inventário e no estudo de
reduzidas conforme o detalhamento do projeto em suas dife- viabilidade técnico-econômica) e outro sobre caracterização
rentes fases, com planos de investigação estabelecidos com do empreendimento (baseado no projeto básico).
base nos resultados do projeto anterior, inclusive o limite que Em relação ao diagnóstico ambiental do meio físico pre-
as investigações devem alcançar, ou seja, as áreas de influên- sente nos Planos de Trabalho, são apresentados os aspectos:
cia dos estudos. Importante ressaltar que o EIA, em geral, solo, subsolo, topografia, tipos e aptidões do solo. Para a parte
deveria ser somente elaborado após a conclusão de projetos de avaliação ambiental, é proposto, mais especificamente
e estudos anteriores sobre o empreendimento, como o plano para processos de dinâmica superficial, identificar as altera-
diretor ou o inventário, o estudo de viabilidade técnico-econô- ções e os locais potenciais de ocorrência das feições erosi-
mica e o próprio projeto básico, sendo que aspectos ambien- vas, de movimentação de massa, profundidade do nível freá-
tais preliminares já devem ser levados em consideração, para tico, entre outros, de modo a minimizar esses impactos pelas
se evitar problemas nos projetos ou estudos posteriores. medidas propostas. Nesses Planos de Trabalho não estão lista-
Nesse contexto, verifica-se que o termo área de estudo dos os prováveis impactos ambientais, fazendo-se referência
ou de influência, apesar de ser muito relacionado ao EIA/ somente aos aspectos do meio físico que poderão desencadear
Rima, é um aspecto fundamental no desenvolvimento de impactos decorrentes da implantação das obras da rodovia.
qualquer tipo de projeto ou estudo de empreendimentos em Os Termos de Referência destacam a exigência da carac-
geral, pois a delimitação dos limites espaciais de onde se terização do meio físico, com especial atenção para os pro-
pretende desenvolver os levantamentos e as investigações cessos de instabilidade de encostas, incluindo mapas geo-
é essencial no estabelecimento do seu escopo, inclusive lógico-geotécnicos com enfoque nos processos erosivos e
para calcular os custos envolvidos na elaboração do projeto. movimentos gravitacionais de massa existentes e potenciais
Portanto, a discussão do escopo de um EIA sobre os limi- para todas as áreas de influência, aspectos não considerados
tes das áreas de estudo ou de influência, durante a elaboração nos Planos de Trabalho.
do Plano de Trabalho e do Termo de Referência, deveria ser
iniciada por uma contextualização dos limites usados nos pro- Estudos de Impacto Ambiental
jetos anteriores (plano diretor ou inventário, estudo de viabi-
lidade técnico-econômica e projeto básico), para a realização O Quadro 3 apresenta as áreas de influência definidas nos
dos levantamentos e da investigação, incluindo discussão dos EIAs para cada um dos quatro trechos da Rodovia dos
Quadro 3. Áreas de influência definidas nos Estudos de Impacto Ambiental para os trechos da Rodovia dos Tamoios.
Trechos AII AID ADA
Bacia Hidrográfica do Faixa lateral de 1.000 m
Duplicação do Área de intervenção direta das obras e
Rio Paraíba do Sul e na ao longo de cada lado da
Subtrecho Planalto uma faixa de 5 m.
região do Vale do Paraíba rodovia.
Interligação rodoviária
Bacias hidrográficas dos
Contornos Sul de Área delimitada por um lado
Rios Guaxinduba, Santo
Caraguatatuba e de pela linha da praia e pelo outro
Antônio, Juqueriquerê, Faixa de domínio do traçado proposto
São Sebastião por pelo menos 1 km além da
Córrego São Francisco, de 80 m de largura.
Interligação rodoviária alternativa de traçado mais
Córrego São Sebastião e
Contorno Norte de continental estudada.
Ribeirão Grande
Caraguatatuba
Bacia do Rio Juqueriquerê, Toda a faixa de intervenção direta
que inclui as sub-bacias dos das obras e mais 10 m do limite do
Territórios dos municípios
Duplicação do Córregos Capivaral, Ribeirão acostamento em trechos que se
de Paraibuna e
Trecho Serra Aldeia, Ribeirão da Divisa e desenvolvem na cota do terreno natural,
Caraguatatuba
Rio da Lagoa, além de parte além das áreas de apoio necessárias
da UGRHI 02. durante a construção da rodovia.
AII: Área de Influência Indireta; AID: Área de Influência Direta; ADA: Área Diretamente Afetada; UGRHI: Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos Paraíba do Sul.
Fonte: Adaptado de JGP (2010, 2011a, 2011b, 2012).
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Áreas de influência para rodovias
Tamoios e a Figura 1 ilustra a localização desses trechos, A região que intercepta o Parque Estadual Serra do Mar
com as respectivas ADA e AID. Nos quatro EIAs somente é (trecho Serra) é mais sensível nos temas dos meios biótico e
usado o termo “área de influência”, inclusive o capítulo que físico quando comparada aos trechos dos Contornos Norte
discute esse tema é apresentado antes do capítulo “diagnós- e Sul, que cortam regiões de planície costeira. No entanto,
tico ambiental”, não ocorrendo nenhuma discussão sobre as ADAs nas localidades de planície foram definidas como
os limites das áreas de influência após a avaliação dos oito vezes maiores que as da região serrana, o que pode sig-
impactos. Fica evidente que os limites definidos no início nificar que os aspectos socioeconômicos foram considera-
da elaboração do EIA foram mantidos durante o desenvol- dos mais significativos.
vimento do diagnóstico ambiental e após a avaliação dos O trecho do Planalto tem como ADA apenas 5 m além
impactos, momento em que se deveria reavaliar os limites do seu traçado de duplicação, sendo o trecho com menor
previamente estabelecidos para verificar se realmente os largura. Como não estão claros os critérios para tal delimi-
impactos descritos ficaram dentro desses limites. tação; presume-se que, por ser o único trecho totalmente
Em relação à AII, no trecho do Contorno Norte houve em duplicação, deve ter sido considerado como uma região
alteração entre os limites definidos no Termo de Referência que já foi previamente impactada pela rodovia. Contudo,
e os usados no EIA, sendo que no Termo de Referência eram somente considerando os impactos associados por um aci-
propostos os limites municipais de Paraibuna e Caraguatatuba, dente de veículos transportando líquidos perigosos, a área
e no EIA foram usados os limites das bacias hidrográficas; diretamente afetada pode ultrapassar bastante a largura de
contudo, em nenhum momento do texto é apresentada a 5 m, especialmente nas proximidades de drenagens.
justificativa ou são expostos os critérios usados para essa Pelos resultados obtidos, verifica-se que realmente não
mudança. Nos demais EIAs, foram mantidos os limites pro- houve integração entre os quatro EIAs analisados sobre a
postos no Termo de Referência. delimitação das áreas de influência, e isso demonstra que
Ressalta-se que em três EIAs foram estabelecidas as impactos cumulativos também não foram considerados ade-
bacias hidrográficas como limites para AIIs, e no EIA do quadamente, já que claramente impactos do trecho Serra
trecho Serra foram usados os limites territoriais dos muni- conduziriam a um incremento na magnitude dos impactos
cípios envolvidos, demonstrando clara mudança de crité- nos trechos Contornos Sul e Norte, localizados a jusante,
rio na definição das áreas de influência, passando de uma considerando apenas os aspectos do meio físico, ou seja,
delimitação baseada em unidade de gerenciamento territo- consequentemente haveria aumento da área de influência.
rial, focada em aspectos do meio físico (bacias hidrográ- Por exemplo, um problema no sistema de drenagem
ficas), para uma unidade territorial administrativa, funda- de águas pluviais do trecho Serra pode ocasionar instabili-
mentada em questões socioeconômicas (limite dos municí- dade de taludes nesse trecho, mas, dependendo da situação,
pios). Entretanto, essa mudança não foi justificada e não se pode gerar um fluxo de massa ou detritos em direção a pon-
apresentou nenhuma discussão sobre os critérios para esses tos de travessias de drenagens nos trechos dos Contornos.
limites ou uma comparação dos limites entres os diferen- Considerando que as bacias hidrográficas abrangidas pelo
tes EIAs. Como o EIA do trecho Serra foi o último a ser empreendimento e a própria Rodovia dos Tamoios foram
elaborado, era esperado que houvesse uma integração das afetadas por um evento excepcional de corridas de detri-
áreas de influência de todos os estudos, pois trata-se de um tos em 1967, ocasionado por escorregamentos generaliza-
mesmo empreendimento. dos nas encostas no trecho de Serra e destruição de pontes
Para as AIDs, foram mantidos os limites definidos nos e deposições de detritos em grandes extensões na faixa da
Termos de Referência na elaboração dos EIAs. Destaca-se planície costeira, em que se localiza a maior parte da pista
que no EIA do trecho Planalto se estabeleceu uma faixa de nos Contornos Sul e Norte, trata-se de uma região com altís-
1 km além do traçado da rodovia. Enquanto para os trechos simo potencial de desenvolvimento de processos de movi-
dos Contornos Sul e Norte, as faixas são entre o traçado mentos gravitacionais de massa.
mais continental e a linha de costa. Assim, os três EIAs Situação muito semelhante pode ocorrer no caso de aci-
então tiveram a delimitação baseada em uma faixa de lar- dentes com veículos transportando líquidos perigosos no
gura aleatória. Já no trecho Serra, foram consideradas as trecho Serra, visto que podem ocasionar impactos de con-
bacias hidrográficas, demonstrando nova alteração de cri- taminação da água ao longo de toda a bacia hidrográfica,
tério entre os vários EIAs, porém sem qualquer explica- inclusive em porções dos trechos dos Contornos.
ção para essa mudança Para as ADAs, foram usadas faixas Nesse contexto, também se destacam os levantamentos
aleatórias de 5 a 80 m, conforme o trecho, além da faixa de relacionados ao estudo hidrológico necessários para cálculo
domínio e das áreas de intervenção ao longo do traçado da das estruturas dos sistemas de drenagem, assim como das
rodovia. Essa variação da largura da faixa, de 5 m para o cotas de inundação. Em se tratando de uma região com his-
trecho Planalto, 10 m no trecho Serra e 80 m nos Contornos, tórico de processos de movimentos gravitacionais de massa,
não é explicada em nenhum momento. inclusive de corridas de massa, a avaliação de toda a bacia
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Menin, F. A. et al.
hidrográfica a montante nos trechos Serra e Contornos Sul entendimento da dinâmica de desenvolvimento desses pro-
e Norte é fundamental para determinar locais da rodovia cessos. Portanto, devem-se realizar estudos com dados pri-
que são vulneráveis a esses processos. Portanto, especial- mários de toda a bacia hidrográfica, por isso, limitar a ADA
mente nos trechos citados, a definição de faixas com largu- e, principalmente, a AID como faixas fixas não é adequado
ras aleatórias e fixas não é adequada para a AID e a ADA. para os levantamentos do meio físico e para determinar a
Ressalta-se que o diagnóstico na AII, em geral, é baseado abrangência dos impactos diretos.
em dados secundários. Todavia, na AID e na ADA, os dados Em relação aos impactos ambientais listados nos EIAs/
têm de apresentar levantamentos primários, ou seja, em estu- Rimas, foram descritos conforme a fase do empreendimento
dos sobre os processos de dinâmica superficial, principal- seguindo o padrão normal usado neste tipo de estudo, ou
mente inundação e corridas de massa, as características fisio- seja, caracterizando os impactos de acordo com as fases de
gráficas, morfométricas e hidrológicas da bacia hidrográfica planejamento, implantação e operação, sendo que a fase
são fatores preponderantes, juntamente com o clima, para o dedesativação não se aplica a esse tipo de empreendimento.
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Áreas de influência para rodovias
Esse procedimento possibilita organizar o entendimento dos principalmente em razão da própria pavimentação da faixa
impactos ambientais segundo critérios temporais, de cumu- de domínio, assim como em função da construção de obras
latividade, de sinergia e metodológicos do sequenciamento de arte especiais (viadutos e túneis) e da compactação do
de um projeto de engenharia. solo. Dessa forma, trata-se de impacto ambiental de inci-
Os principais impactos levantados relativos ao meio dência direta e imediata ocorrência, porque resulta das ações
físico associados aos aspectos geológicos, geomorfológi- de implantação do empreendimento e ocorre à medida que
cos, pedológicos e geotécnicos foram: instabilização de a implantação da obra de desenvolve, mantendo-se até o
encostas e geração de processos erosivos e de movimentos final da operação. Esse impacto também está associado à
gravitacionais de massa; aumento da área impermeabilizada instabilização de encostas e à geração de processos erosivos
na faixa de domínio; e alteração da morfologia natural dos e de movimentos gravitacionais de massa, dependendo de
terrenos por aterros de vales, planícies e/ou canal fluvial. como as intervenções sejam feitas, existindo uma sinergia
Os impactos ambientais foram avaliados pela equipe téc- entre esses impactos, situação não identificada no EIA/Rima.
nica conforme os seguintes critérios de classificação: vetor A diminuição das áreas de infiltração é um dos princi-
ou natureza dos impactos, abrangência geográfica (locali- pais problemas associados à impermeabilização do solo,
zação e espacialização), fase de ocorrência (planejamento, e tem como consequência a alteração do equilíbrio natural
implantação ou operação do empreendimento), incidência entre escoamento superficial e os processos de percolação
(impactos direto ou indireto), temporalidade, probabilidade, da água no solo. Adicionalmente, há uma diminuição do
duração, reversibilidade, importância, magnitude, cumu- tempo de concentração das bacias hidrográficas intercep-
latividade e sinergismo (JGP, 2010, 2011a, 2011b, 2012). tadas, pois ocorre o aumento da velocidade do escoamento
A instabilização de encostas e a geração de processos superficial e, consequentemente, a precipitação incidente
erosivos e de movimentos gravitacionais de massa foram sobre a bacia hidrográfica atinge os canais hídricos com
impactos associados às interferências necessárias para a maior velocidade e mais rapidamente, aumentando os ris-
implantação das obras, como corte, aterro, escavação de cos de inundações e do potencial erosivo e de instabilidade
túneis, utilização de áreas de empréstimo e bota-foras, entre de encostas.
outras. Esse impacto está relacionado às atividades de ter- Já a alteração da morfologia natural dos terrenos por ater-
raplanagem, que expõem o solo à ação da água pluvial e ros e cortes em encostas e vales, planícies e/ou canais flu-
o movimenta criando modificações na configuração e na viais pode potencializar a ocorrência de erosão das margens
dinâmica natural do terreno. de drenagens, assoreamento, inundações e, dependendo da
Dois fatores principais determinam que trechos da rodovia situação, escorregamentos induzidos, demonstrando a exis-
estejam mais sujeitos a tal impacto: as fragilidades naturais tência de um alto grau de sinergia e cumulatividade entre os
do terreno, e a intensidade e a forma dos trabalhos de movi- diferentes impactos do meio físico, especialmente nas fases
mentação de terra. A região, especialmente o trecho de Serra, de instalação e operação, envolvendo os vários trechos da
tem potencial significativo para processos de dinâmica super- rodovia. Para o Contorno Sul, os principais aterros previstos
ficial, devido às suas características geomorfológicas, geo- para a travessia de vales e talvegues situam-se na bacia do Rio
lógicas e climáticas. A presença constante de terrenos com Juqueriquerê, no trecho da planície costeira de Caraguatatuba,
declividade acima de 25º de inclinação, relevos de morros envolvendo terrenos das planícies flúvio-marinha e marinha
e escarpas montanhosas, perfis de alteração da rocha rasos, (JGP, 2010). Enquanto para o Contorno Norte, os locais com
alta densidade de estruturas geológicas, depósitos de tálus intervenção estão situados na bacia dos Rios Santo Antônio e
e cones de dejeção, bem como uma pluviosidade alta nos Guaxinduba, principalmente em terrenos de íngremes e escar-
meses de novembro a março, é condicionante importante pados e cones de dejeção e corpos de tálus, em que o projeto
para a ocorrência de escorregamentos (induzidos ou gene- básico prevê longos trechos em aterros e interferências com
ralizados) e corridas de massa na área (Gusmão Filho et al., várias drenagens e talvegues (JGP, 2011b).
1997; Fernandes e Amaral, 2003; Marcelino, 2003; Augusto Esses fatos reforçam ainda mais a inadequação de separar
Filho e Virgili, 2004; Tominaga et al., 2005; Silva, 2010). o licenciamento ambiental da Rodovia dos Tamoios em qua-
Os trechos em que são previstas as maiores interven- tro EIAs/Rimas, principalmente os trechos Serra e Contornos
ções no terreno (referentes à ADA) são, por conseguinte, Sul e Norte, que apresentam uma relação muito íntima entre
os locais com maior potencialidade à ocorrência de impac- os processos do meio físico. Situação corroborada pela rea-
tos relativos aos processos de dinâmica superficial induzi- lização de estudos específicos complementares ao EIA para
dos, especialmente movimentos gravitacionais de massa ou determinar a necessidade de reforço de pilares em viadutos
processos erosivos lineares decorrentes da concentração do situados na Bacia Hidrográfica do Rio Santo Antônio, loca-
escoamento superficial (JGP, 2010, 2011a, 2011b, 2012). lizados nas áreas de planície costeira na interligação entre o
O aumento da área impermeabilizada nas faixas de trecho Serra e Contorno Sul, contudo, de bacias de contribui-
domínio refere-se ao acréscimo da superfície impermeável, ção localizadas preferencialmente no trecho Serra.
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Menin, F. A. et al.
Portanto, verifica-se que as AIDs delimitadas nos EIAs todos os possíveis impactos, as áreas afetadas e os progra-
dos Contornos Sul e Norte, na forma de faixas de 1 km mas propostos.
além da alternativa de traçado mais continental estudada, Após a definição da viabilidade ambiental do empreen-
foram inadequadas e desconsideraram os próprios levan- dimento, com a emissão da Licença Prévia, é o momento
tamentos hidrológicos e geotécnicos para os estudos dos no qual pode ocorrer a segmentação do licenciamento para
processos de dinâmica superficial, assim como os impactos possibilitar a elaboração dos projetos de engenharia de deta-
nas respectivas ADAs desses processos gerados em toda a lhe (projetos executivos e básico ambiental ou dos planos
bacia hidrográfica a montante. de controle ambiental) e o desenvolvimento de implanta-
ção dos programas ambientais ou, posteriormente, da pró-
Proposta de critérios para delimitação pria instalação do empreendimento em etapas sequenciais.
de áreas de estudo e influência O segundo ponto a se ressaltar é a utilização das terminolo-
gias “área de estudo” e “área de influência” de forma e em
A presente proposta de critérios para delimitação de áreas momentos distintos, ou seja, o primeiro termo é usado para
de estudo e de influência tem a finalidade principal de esta- delimitação da área onde serão desenvolvidos as investiga-
belecer requisitos específicos para o licenciamento de futu- ções, os estudos e os levantamentos, com dados primários e
ros empreendimentos rodoviários, principalmente aqueles secundários, associados ao diagnóstico ambiental durante o
localizados em regiões de interface de relevos de planalto, planejamento e o estabelecimento do escopo do EIA.
serra e planície costeira, bastante comuns ao longo da costa A definição das áreas de estudo deve considerar, obriga-
sul e sudeste do Brasil. toriamente, a contextualização e a discussão dos resultados
O primeiro ponto a se destacar é que um mesmo empreen- obtidos em projetos anteriores do empreendimento (plano
dimento rodoviário deve ser licenciado a partir de um único diretor ou inventário, estudo de viabilidade técnico-econô-
EIA para emissão da Licença Prévia, ou seja, para avalia- mica e projeto básico), bem como seus limites devem ser
ção de sua viabilidade ambiental, mesmo que os procedi- específicos para cada componente dos meios físico, biótico
mentos das obras de engenharia sejam diferentes (trechos e socioeconômico. Nesse sentido, é um conteúdo passível
de duplicação, com novas rodovias e com obras de arte de discussão no Plano de Trabalho e respectivo Termo de
relevantes, como túneis e complexos de viadutos); as con- Referência, devendo ser apresentado como capítulo especí-
dições socioeconômicas e administrativas sejam distintas fico anteriormente ao capítulo diagnóstico ambiental do EIA.
(trechos de área urbana, área rural e com unidades de con- Essa fase de escopo, representada pelos documentos Plano
servação); e os atributos dos meios físico e biótico sejam de Trabalho e Termo de Referência, devido à sua importância
díspares (trechos com relevos de planalto, serra e planície e estratégica para todo o planejamento do restante do EIA e do pró-
trechos com vegetação e fauna associada à Mata Atlântica prio empreendimento, deveria ser colocada em consulta pública
e de ambientes costeiro e de transição). para apresentação de sugestões da sociedade civil, o que poderia
O EIA pode até ser estruturado de forma a apresentar evitar questionamentos futuros sobre o próprio conteúdo do EIA.
esses contextos de forma compartimentada no âmbito dos Para direcionar os levantamentos, pode-se estabelecer
estudos de alternativas, caracterização do empreendimento uma área de estudo regional (AER), focando aspectos gerais
e diagnóstico ambiental, mas deve ser integrado no que em escalas 1:100.000 ou 1:50.000, com base predominan-
se refere à definição das áreas de estudo, à avaliação de temente em dados secundários, e uma área de estudo local
impactos, à delimitação das áreas de influência e à propo- (AEL) associada às sub-bacias hidrográficas de drenagens que
sição de medidas, ações e programas ambientais. Somente interceptam o traçado do empreendimento, desenvolvendo
dessa forma, em um único licenciamento desenvolvido em estudos em escalas de maior detalhe (1:25.000 a 1:5.000)
um mesmo período de tempo, pode-se discutir e avaliar, e fundamentados, prioritariamente, em dados primários.
entre os entes envolvidos (empreendedor, consultoria téc- Já a “área de influência” é o termo destinado especifi-
nica, órgãos de licenciamento e sociedade civil), a viabili- camente para os limites espaciais em que os impactos irão
dade ambiental do empreendimento. ocorrer, se desenvolver e/ou afetar, mas que somente podem
A segmentação do processo em vários EIAs, principal- ser estabelecidos após a avaliação dos impactos. Para cada
mente de uma avaliação em períodos distintos em proces- componente dos meios físico, biótico e socioeconômico
sos administrativos separados na fase de Licença Prévia, há AII, AID e ADA, sendo que a AII, a AID e a ADA final
é um procedimento inadequado e está contra os preceitos são obtidas pela somatória de todas as áreas de influência
estabelecidos na legislação brasileira e as propostas interna- de cada componente.
cionais (Conama, 1986; João, 2002; Lisboa, 2002; Santos, Essas diferenciações em relação às áreas de estudo e de
2004; Sánchez, 2006; Fonseca e Bitar, 2012; Cetesb, 2014; influência deveriam ser obrigatórias nos estudos e projetos
Gallardo et al., 2016; Carvalho et al., 2016; Borioni, et al., prévios ao licenciamento ambiental (plano diretor ou inven-
2017), dificultando o entendimento e a integração entre tário, estudo de viabilidade técnico-econômica e projeto
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Áreas de influência para rodovias
básico), possibilitando uma compreensão progressiva dos O Quadro 5 sintetiza a proposta de áreas de influência
limites de influência do empreendimento, procedimentos de acordo com os componentes do meio físico associados
que deveriam ser mantidos, inclusive, durante o monito- aos processos de dinâmica superficial. Buscou-se integrar
ramento, utilizando os resultados de cada campanha para os componentes de Geomorfologia, Geologia, Pedologia e
reavaliar a abrangência das áreas de influência definidas no Geotecnia nos diferentes processos de dinâmica superficial
EIA e se realmente esses limites se comprovam adequados que ocorrem na área e/ou podem ser potencializados pelo
no decorrer da instalação e da operação do empreendimento. empreendimento. Para a AII e a AID, também foram usados
Em relação à Rodovia dos Tamoios, verifica-se que a geo- como principais critérios de relevo e bacias hidrográficas
morfologia poderia ter sido usada como a principal unidade para a AII e a AID. Já para a ADA foram estabelecidas faixas
territorial para definição das áreas de estudo e de influên- de acordo com a dinâmica do processo, da seguinte forma:
cia do empreendimento. Em vez de separar o licenciamento 1. Para erosão linear foi definida toda a área de domínio da
em quatro EIAs (trechos Planalto, Serra e Contornos Sul e rodovia mais uma faixa 50 m para cada lado, pois as ero-
Norte), poderia ter sido avaliada uma separação das áreas sões que ocorrem na área não ultrapassam essa dimensão.
de estudo em um único EIA, considerando: área de estudo Contudo, nas travessias de drenagens a faixa foi aumen-
regional setor do Planalto e área de estudo regional setor tada para 100 m a montante e a jusante, visto que são locais
de Serra/Planície Costeira. Em complemento, poderiam ser mais sensíveis, especialmente devido ao lançamento dos
estabelecidas áreas de estudo local para cada setor, consi- sistemas de drenagem de águas pluviais da rodovia;
derando as bacias hidrográficas que interceptam o traçado 2. Para escorregamento foi estabelecida a área de domí-
da rodovia como unidade territorial para desenvolvimento nio da rodovia mais uma faixa delimitada pela linha de
dos levantamentos de dados prioritariamente primários. cumeeira até a base das encostas cortadas pelo traçado
Esses critérios de separação se justificam, pois é possí- da rodovia, pois são os locais nos quais podem ocor-
vel verificar claramente que essas unidades de relevo condi- rer escorregamentos induzidos ou mesmo generaliza-
cionam não somente os vários componentes do meio físico dos em eventos pluviométricos excepcionais, afetando
(geologia, pedologia, geotecnia, hidrografia, processos de o empreendimento, portanto, é uma faixa que varia de
dinâmica superficial e clima), mas também vários compo- acordo com o local, devendo ser definida por meio mapas
nentes dos meios biótico (vegetação, presença das unida- topográficos e de declividade de detalhe;
des de conservação e boa parte da fauna) e socioeconômico 3. Para assoreamento foi considerada uma faixa de 100 m a
(características de uso e ocupação do solo, atividades eco- jusante das travessias de drenagens, pois não se verificou
nômicas e sociais, entre outros). depósitos de assoreamento com dimensões maiores que
Por exemplo, características da vegetação, determinados esse valor. No setor Planalto, nas travessias dos reser-
tipos de fauna, diferentes tipos de uso e ocupação do solo, vatórios essa faixa foi aumentada para 200 m, porque
bem como atividades econômicas e sociais, são muito diferen- são locais mais sensíveis e potenciais a esse processo;
tes entre os setores do Planalto, da Serra e da Planície Costeira. 4. Para inundação e corrida de massa ADA foi definida
Adicionalmente, as próprias características do empreendimento como as planícies aluvionares cortadas pelo traçado da
são bastante distintas em cada um desses setores. rodovia, limitadas por uma faixa de 100 m a montante
O Quadro 4 apresenta a proposta do presente artigo para as e a jusante, pois essas faixas podem associar a inunda-
áreas de estudo regional e local para a Rodovia dos Tamoios; ção ou as corridas de massa a erosões das margens ou
pode-se verificar que a fundamentação para definição das áreas até mesmo ao assoreamento. Ressalta-se que no setor
de estudo, considerando somente componentes do meio físico, de Planalto não foi considerada a ocorrência de corridas
foi composta de critérios de compartimentação do relevo e das de massa, somente no setor da Serra/Planície Costeira,
bacias hidrográficas interceptadas pelo traçado da rodovia. onde há registro desse processo.
Quadro 4. Proposta para áreas de estudo regional e local para a Rodovia dos Tamoios.
Área de Estudo Regional Área de Estudo Local
Sub-bacias hidrográficas do Rio Paraibuna (incluindo o reservatório de
Setor Planalto limitado pela porção a
Paraibuna), os demais contribuintes do Reservatório de Santa Branca (rios do
montante da Bacia Hidrográfica do Rio
Salto, Capivari e Varador, os Ribeirões Vargem Grande e Caeté e o Córrego
Paraíba do Sul (UGRHI-02)
Campo Redondo e do Bragança) e os Ribeirões dos Putins e Vidoca
Setor Serra/Planície Costeira, abrangendo
a bacia hidrográfica do Litoral Norte, Sub-bacias hidrográficas dos Rios Guaxinduba, Santo Antônio, Juqueriquerê,
setores de Caraguatatuba e São Córrego São Francisco, Córrego São Sebastião e Ribeirão Grande
Sebastião (UGRHI-03)
UGRHI: Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos Paraíba do Sul.
Geol. USP, Sér. cient., São Paulo, v. 17, n. 3, p. 20-224, Setembro 2017 - 221 -
Menin, F. A. et al.
Quadro 5. Proposta de áreas de influência de acordo com os componentes do meio físico associados aos processos de
dinâmica superficial.
Componentes Processos
do Meio de Dinâmica AII AID ADA
Físico Superficial
Sub-bacias Área de Domínio da Rodovia mais uma faixa
hidrográficas do Rio 50 metros para cada lado. Nas travessias
Erosão linear
Paraibuna (incluindo de drenagens a faixa aumenta para 100 m a
o reservatório montante e a jusante.
de Paraibuna), Área de Domínio da Rodovia mais uma faixa
Setor Planalto
Escorregamento os demais delimitada pela linha de cumeeira até a base
limitado pela
contribuintes do das encostas cortadas pelo traçado da rodovia.
porção a
Reservatório de Faixa de 100 m a jusante das travessias de
montante
Assoreamento Santa Branca (Rios drenagens. Nas travessias dos reservatórios
da Bacia
do Salto, Capivari e essa faixa aumenta para 200 m.
Hidrográfica do
Varador, os ribeirões
Rio Paraíba do
Vargem Grande e
Sul (UGRHI-02)
Geomorfologia, Caeté e o Córrego Planícies aluvionares cortadas pelo traçado
Geologia, Inundação Campo Redondo da rodovia, limitadas por uma faixa de
Pedologia e e do Bragança) e 100 metros a montante e jusante
Geotecnia ribeirões dos Putins
e Vidoca.
Setor Serra/ Área Domínio da Rodovia mais uma faixa 50 m
Planície Sub-bacias para cada lado. Nas travessias de drenagens
Erosão linear
Costeira, hidrográficas dos a faixa aumenta para 100 m a montante e
abrangendo Rios Guaxinduba, a jusante.
a bacia Santo Antônio, Linha de cumeeira até a base das encostas
Escorregamento
hidrográfica do Juqueriquerê, cortadas pelo traçado da rodovia.
Litoral Norte, Córrego São Faixa de 100 m a jusante das travessias
Assoreamento
setores de Francisco, Córrego de drenagens.
Inundação Caraguatatuba São Sebastião e Planícies aluvionares cortadas pelo traçado da
e corrida e São Sebastião Ribeirão Grande. rodovia, limitadas por uma faixa de 100 m a
de massa (UGRHI-03) montante e a jusante.
AII: Área de Influência Indireta; AID: Área de Influência Direta; ADA: Área Diretamente Afetada; UGRHI: Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos Paraíba do Sul.
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Áreas de influência para rodovias
Finalmente, recomenda-se que a discussão dos limites licenciamento com avaliação de impacto ambiental.
das áreas de estudo e de influência dos empreendimentos se Disponível em: <http://licenciamento.cetesb.sp.gov.br/
inicie durante a elaboração dos estudos e projetos anteriores cetesb/documentos/Manual-DD-217-14.pdf>. Acesso em:
ao licenciamento ambiental, ou seja, no desenvolvimento 6 abr. 2016.
do plano diretor ou inventário, estudo de viabilidade técnico-
-econômica e projeto básico do empreendimento. Esse pro- Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). (1986).
cedimento possibilita um aprofundamento, cada vez maior, Resolução nº 1, de 23 de janeiro de 1986. Dispõe sobre as
da compreensão dos limites de influência do empreendimento, definições, as responsabilidades, os critérios básicos e as
que deve ser mantido, inclusive, durante o monitoramento, diretrizes gerais para uso e implementação da Avaliação de
utilizando os resultados das campanhas para reavaliar a abran- Impacto Ambiental como um dos instrumentos da Política
gência das áreas de influência definidas no EIA. Nacional do Meio Ambiente. Diário Oficial da União.
Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/res/
res86/res0186.html>. Acesso em: 11 abr. 2015.
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