Processo Executivo: 9êdeêmarçoê Introdução

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Processo Executivo

6 de fevereiro de 2023 20:19

9ÊdeÊmarçoÊ

INTRODUÇÃO
O Direito Adjetivo é fundamental e imprescindível para a efetivação do Direito
Substantivo (Subjetivo). Designa-se por Direito Adjetivo porque leva a cabo os
direitos subjetivos.
O Processo efetiva o Direito.

Direito de ação - artigo 2º + artigo 20º da CRP. No nº5 do artigo 20º está
consagrado o mecanismo do procedimento cautelar, como por exemplo o
arresto de bens.
O arresto de bens é uma medida jurídica acelerada que pode limitar a
disposição sobre aquele património pelo seu titular porque fica ali congelado
para depois quando chegar a altura da obrigação ser executada esses bens
poderem ainda estar ali disponíveis.

Não há direitos absolutos. Todos os direitos são limitados. Os direitos do


credor cingem-se apenas e só ao património penhorável do devedor. Há bens
económicos na esfera jurídica de cada um de nós que são impenhoráveis, ou
seja, não respondem pelas nossas dívidas, como por exemplo: o ordenado
mínimo é impenhorável; só se pode penhorar até 1/3 do ordenado; qualquer
pensão de alimentos; qualquer remuneração que se dirija ao sustento de uma
pessoa ou de uma família.
Porque é que há determinados bens impenhoráveis? Em nome da dignidade
humana. "O que é digno não tem paralelo" - Immanuel Kant.
Quando se trata de executar o património do credor a alguém, isto não
dispensa nenhum dos valores fundamentais.

Relação jurídica = sujeitos + objeto + facto + garantia


Objeto - bem jurídico sobre o qual recai o interesse das partes
Facto - efeito jurídico que a ordem jurídica atribuí às vontades livres de
quererem a satisfação daquele interesse mútuo
Garantia = o caminho da justiça (acesso aos tribunais).

É legítima a violação de um direito em defesa de um direito que lhe seja


superior - artigos 336º a 340º do C.C.

Artigo 10º do CPC:


Existem ações declarativas e ações executivas. Dentro das ações declarativas
existem ações declarativas de simples apreciação; ações declarativas
constitutivas; e ações declarativas de condenação.
Ação declarativa constitutiva, exemplo: o divórcio, porque traz um facto novo
à ordem jurídica. A ação de divórcio põe termo ao contrato de casamento;
muda o estado das pessoas que eram casadas e passam a ser divorciadas -
operou uma modificação da ordem social.
Na ação de simples apreciação pede-se ao tribunal que declare se esse direito
existe ou não existe. Exemplo: o direito de passagem.

O direito de crédito tem um tempo muito curto de validade - ele prescreve.


Portanto, transformar um direito de crédito sujeito à prescrição de, por
exemplo, 2 anos, numa ação declarativa, faz com que a sua prescrição passe a
ser de 20 anos, o tempo é dilatado.

Agir de boa-fé é agir na relação com o outro de modo e preocupado sempre


em não o prejudicar. Não quer dizer que não prejudique.

CONTEÚDOSÊPROGRAMÁTICOS:
1. Distinção entre ação declarativa/executiva;
2. AS formas de processo executivo;
3. Requisitos formais e substanciais da execução;
4. O requerimento executivo;
5. Espécie de títulos executivos;
6. Os poderes do Juiz, da Secretaria e do A.E;
7. Execução de títulos executivos estrangeiros;
8. A possibilidade de força executiva da petição;
9. A execução da ata da A. de Condóminos;
10. A cumulação de execuções;
11. A execução específica do 830º., do C.C;
12. A exec. de sentença de condenação genérica?;
13. A execução de letras e livranças;
14. Pressupostos da ação executiva;
15. Competência para a execução;
16. Legitimidade para a oposição à execução;
17. A exe. para a entrega de coisa e prs. de facto;
18. A penhora e respetivos requisitos;
19. âmbito da penhora;
20. Oposição à penhora e oposição à execução;
21. Extinção e anulação da execução;
22. A penhora de contas bancárias;
23. A penhora de créditos;
24. A penhora de estabelecimento comercial;
25. A penhora de bens comuns em exc. de um cônjuge;
26. A penhora de ordenados;
27. O registo informático de execuções;
28. Critério para a realização da penhora;
29. O arresto e a respetiva relevância;
30. A penhora de veículos automóveis;
31. Embargos de terceiro;
32. Quem pode reclamar créditos?;
33. Graduação de créditos;
34. Modalidades de pagamento;
35. Preferência na venda;
36. Efeitos da venda;
37. Causas da suspensão da execução;
38. Extinção da execução;
39. Execução/penhora para alimentos;
40. Recursos no processo executivo.

EspéciesÊdeÊaçõesÊexecutivas:
• Ação executiva para pagamento de quantia certa;
• Ação executiva para entrega de coisa certa;
• Ação executiva para prestação de facto.

TítulosÊexecutivosÊjudiciaisÊeÊextrajudiciais:
Judiciais - sentenças; decisão arbitral; despacho de juízes. Têm a intervenção
de juízes.
Extrajudiciais - não têm a intervenção de juízes.
Tipos de títulos de crédito:
• Cheque;
• Letra;
• Livrança;
• Faturas conferidas.

DocumentoÊautêntico - é um documento lavrado por um oficial público ou


alguém que o represente.
DocumentoÊautenticado - esse mesmo oficial público ou alguém que o
represente limita-se a reconhecer as assinaturas e deve explicar os efeitos do
que está no documento, que não é lavrado pelo próprio. Este é lavrado pelas
partes.

É a primeira instância que pode executar para sentenças que profere se


houver instância executiva nessa comarca.

Artigo 626º do CPC - execução de qualquer sentença proferida por tribunal de


primeira instância e o requerimento executivo deve ser colocado ao juiz desse
processo que proferiu essa sentença.

Artigo 610º do CC - impugnação pauliana: é um instituto através do qual se faz


regressar tudo à esfera patrimonial do devedor que maldosamente fez diluir
todo o seu património.
O exercício do direito não permite o abuso de poder.

13ÊdeÊmarço
BIBLIOGRAFIA: o livro principal é A Ação Executiva À Luz do Código de
Processo Civil de José Lebre de Freitas

Ação Executiva: a ação executiva, prevista no Nº4, do artigo 10º do CPC, surge
como o mecanismo (instrumento) processual adequado para que o credor,
possuidor de um título executivo, onde conste o direito a uma prestação
incumprida (uma prestação que já se venceu e não se pagou), por parte do
legítimo devedor, ou devedores, que não honraram o compromisso assumido
no referido título, o que permite, sem mais delongas (demoras), que o
exequente possa requerer ao tribunal a apreensão de bens do património
penhorável do devedor, ou devedores, visando-se o devido cumprimento
coativo da obrigação em falta.

Um título executivo é condição sine qua non para se propor uma ação
executiva.
O requisito processual/formal é o título executivo.
O requisito substantivo/material é a obrigação contida nesse título ser certa,
exigível e lícita.

Apenas é penhorável um terço do ordenado. Mas se os dois terços que ficam


forem superiores a três ordenados mínimos nacionais, daí para a frente já é
tudo penhorável.

Não é a norma que tem um elemento coativo, mas sim o sistema jurídico onde
a norma se insere. A norma tem previsão e estatuição, alude à sanção, mas a
sanção está no sistema jurídico. O tribunal é o órgão com competência para
levar a cabo e pôr em evidência a coercibilidade quando necessária para
garantir os direitos.

Artigo 437.º do Código Civil


(Condições de admissibilidade)
1. Se as circunstâncias em que as partes fundaram a decisão de contratar
tiverem sofrido uma alteração anormal, tem a parte lesada direito à resolução
do contrato, ou à modificação dele segundo juízos de equidade, desde que a
exigência das obrigações por ela assumidas afete gravemente os princípios da
boa fé e não esteja coberta pelos riscos próprios do contrato.
2. Requerida a resolução, a parte contrária pode opor-se ao pedido,
declarando aceitar a modificação do contrato nos termos do número anterior.

Artigo 252.º
(Erro sobre os motivos)
1. O erro que recaia nos motivos determinantes da vontade, mas se não refira
à pessoa do declaratário nem ao objeto do negócio, só é causa de anulação se
as partes houverem reconhecido, por acordo, a essencialidade do motivo.
2. Se, porém, recair sobre as circunstâncias que constituem a base do negócio,
é aplicável ao erro do declarante o disposto sobre a resolução ou modificação
do contrato por alteração das circunstâncias vigentes no momento em que o
negócio foi concluído.

Uma regra só é boa se comporta uma exceção ou exceções.


A justiça é a solução do caso concreto.
A justiça "mais justa" é aquela que emerge da equidade.

A ação executiva inicia-se com o requerimento executivo (art. 724º do CPC).


Com a ação executiva visa-se realizar o direito do credor que é titular do
direito a uma prestação incumprida por parte do devedor e, cuja prestação
reúna condições para que possa ser executada sobre o património do devedor,
tal como resulta do disposto nos artigos 817º a 826º do C.C., desde que esteja
em causa uma execução para o cumprimento de uma obrigação para
pagamento de quantia certa, ou então em casos e situações de conversão de
uma prestação para entrega de coisa certa, ou então de prestação de facto em
conversão de prestação substitutiva por indemnização devida pelo
incumprimento do respetivo facto.

Só as execuções de obrigações para cumprimento de quantia certa é que


comportam uma penhora. Penhora essa que pode começar por um arresto
(procedimento cautelar), do artigo 20º, nº5 da CRP. O arresto é convertível em
penhora e a penhora passa a ter a data do arresto. O arresto tem efeito
garantístico. Se o devedor não nos merece confiança/credibilidade, então
podemos iniciar a ação com o arresto, que é a apreensão de bens.

Há direitos que prescrevem: há prescrições de 6 meses, 1 ano, 2 anos, 5 anos


ou até 20 anos. A sentença é que dá o prazo mais dilatado.
Um crédito titulado por uma letra ao fim de 3 anos prescreve.
Nas relações cambiárias há relações mediatas e imediatas.
A relação imediata é a relação aceitante - sacador. Se o sacador depois
endossar, a relação endossado - endossante é de apenas 1 ano.

A emissão de um cheque que não foi cumprido constitui um crime - crime de


emissão de cheque sem provisão.

Os cheques pré datados não são cheques, são promessas de pagamento. O


cheque tem de ser datado na sua emissão.

O cheque é um documento escrito e subscrito através do qual o titular de uma


conta dá uma ordem ao banco para pagar àquela pessoa aquela importância,
sem qualquer condicionalismo.
Modalidade de cheques:
• visado - o banco reserva/congela aquela importância para respeitar
aquele quantitativo que o cheque visou.
A letra é um documento escrito e subscrito (assinado) através do qual o
sacador (credor) dá uma ordem ao aceitante (devedor) para na data do seu
vencimento pagar a si ou à sua ordem. Quando se diz "à sua ordem"
pressupõe o endosso. A letra é uma ordem de pagamento.
O endosso é um negócio jurídico através do qual se transmite um crédito
sobre alguém a outrem. Assim se agiliza a circulabilidade dos títulos. Em regra,
através da assinatura do endossante e a entregar a coisa ao endossado.
A livrança é uma promessa feita pelo devedor (subscritor) ao credor que
pagará naquela data aquela importância. A livrança é uma promessa de
pagamento.

Exemplo:
1) Se eu empresto o carro a alguém e não me o devolvem que ação
podemos propor? Uma ação executiva para entrega de coisa. Se a pessoa
entretanto teve um acidente com o carro e o carro já não existe, já foi
para a sucata, podemos na mesma propor uma ação executiva para
entrega de coisa convolável no seu valor e a partir daqui já podemos
requerer a penhora de bens do devedor.
2) Se eu encomendo uma empreitada a alguém e a pessoa não cumpriu, isso
causa danos. Posso propor uma ação executiva para prestação de facto.
Estas ações são sempre em processo comum.

Em processo executivo existe processo sumário, processo ordinário e processo


comum. Ao contrário da ação declarativa que apenas tem processo comum.

Requisitos processuais da ação executiva: artigos 52º a 59º do CPC.

Muito pelo contrário, na execução específica para entrega de coisa ou


prestação de facto, quer positivo quer negativo, trata-se de prestações
específicas e dada a natureza das obrigações, por regra, não há lugar à
penhora de bens. É pelo título executivo, como é referido no art. 10º/5, que se
determina o fim e os limites da execução, se pelo título se obriga a entregar
uma coisa, esta será apreendida e faz-se a entrega ao exequente, só no caso
de a mesma, por qualquer motivo tiver desaparecido e não for possível a
entrega, então o exequente só pode ressarcir-se pelo seu equivalente
pecuniário. Contudo, como o título contém uma prestação específica de
entrega de coisa móvel ou imóvel, art. 10º/6, e no art. 827º do C.C., o
exequente tem de requerer a execução judicial para entrega de coisa certa e
convolar o pedido, art. 867º, no seu valor monetário equivalente. Em tudo
semelhante quando se trata de título para a prestação específica de facto
positivo ou negativo, 828º e 829º, do C.C., e art. 10º/6, nos casos em que não
seja possível as respetivas execuções pelo executado, é também convertido,
arts.869º e 870º, no seu valor pecuniário. Então neste caso já haverá lugar à
penhora, pelo que penhorar-se-ão bens do executado para o respetivo
ressarcimento.

Os direitos do credor esgotam-se no património do devedor.

Espécies de títulos executivos: artigo 703º do CPC.

Diante do título executivo é devido o que lá estiver acrescido dos juros de


mora a partir do vencimento, a partir da data em que é exigível. Quais são os
juros de mora de uma letra incumprida? Juros de 6%
Se estivermos diante de um título executivo judicial há lugar a juros
compulsórios - artigo 829º - A do C.C.

Há sempre lugar ao contraditório na penhora de bens.

16ÊdeÊmarçoÊ

ATENÇÃO!!! - A execução específica do contrato de promessa para a compra


de habitação do artigo 827º do C.C. nãoÊéÊumaÊaçãoÊexecutivaÊé uma ação
declarativa para a execução do prometido e o faltoso promitente vendedor
não quer cumprir. É uma ação declarativa através da qual se pede ao tribunal
que se substitua à falta de vontade do promitente vendedor, o que ele vai
fazer por sentença judicial. Esta ação só funciona quando é o promitente
vendedor a negar a celebração do negócio prometido, porque se for o
promitente comprador, perde o sinal obviamente, não havendo mais nada a
fazer.
O promitente comprador e o promitente vendedor são os sujeitos e o objeto é
a casa. Por força desta ação, o bem imóvel (a casa), transferiu-se da esfera
patrimonial do promitente faltoso vendedor para a esfera patrimonial do
promitente comprador que quer o negócio.

Diferente é a ação de execução específica do contrato promessa, que surge na


lei inserida na execução específica da obrigação, mas nada tem a ver com a
execução de uma pretensão, antes pelo contrário, efetiva-se por via da ação
declarativa constitutiva, art. 10º/3/c), com o que se visa operar uma
modificação da situação latente, pela ponderação valorativa, pelo juiz, dos
direitos contidos no contrato promessa que, por efeito da sentença, se efetiva
na transferência do direito em conflito da esfera patrimonial do promitente
vendedor, faltoso, para a esfera patrimonial do promitente comprador, tal
como decorre do previsto no art. 830º/1, do C.C.

O artigo 817º do C.C. é muito importante para a ação executiva, porque


estamos diante de uma obrigação incumprida e assim nos legitima em termos
de titulares do direito a desencadear a ação executiva, desde que tenhamos os
requisitos.

A ação executiva só se pode iniciar com o requerimento executivo. Qual é o


princípio subjacente a isso? "Os tribunais não agem, reagem." Para os tribunais
reagirem é preciso lá pôr o "reagente", que na ação declarativa é a petição
inicial e na ação executiva é o requerimento executivo, que tem de ser
apresentado na secretaria. No entanto, temos sempre de ter verificados os
pressupostos processuais, não basta apresentar um requerimento executivo.
Os pressupostos processuais são: legitimidade, competência, patrocínio
judiciário e ainda os casos de litisconsórcio necessário ou voluntário. O título
executivo é condição sine qua non para a ação executiva.

Traslado - é uma parte do processo impressa, que é enviada para o tribunal


para a sua execução.

A prescrição tem de ser requerida pelo interessado. Não é de conhecimento


oficioso. Se assim não for, o juiz até pode saber que está prescrito mas nada
faz. Artigo 323º do C.C. A prescrição não é mais do que uma presunção pelo
decurso do tempo, presume-se que o devedor cumpriu, a outra parte é que
tem de provar o contrário.

Não são apenas as ações declarativas de condenação que são exequíveis. O


segmento condenatório é que é exequível. Qualquer ação é exequível desde
que tenha um segmento condenatório.

Artigo 703.º
Espécies de títulos executivos
1 - À execução apenas podem servir de base:
a) As sentenças condenatórias;
b) Os documentos exarados ou autenticados, por notário ou por outras
entidades ou profissionais com competência para tal, que
importem constituição ou reconhecimento de qualquer obrigação;
c) Os títulos de crédito, ainda que meros quirógrafos, desde que, neste caso, os
factos constitutivos da relação subjacente constem
do próprio documento ou sejam alegados no requerimento executivo;
d) Os documentos a que, por disposição especial, seja atribuída força
executiva.
2 - Consideram-se abrangidos pelo título executivo os juros de mora, à taxa
legal, da obrigação dele constante.

O exercício da ação executiva insere-se no âmbito do direito de ação civil, nos


termos previstos no art. 20º da CRP, (direito fundamental potestativo dos
cidadãos diante do Estado), e art. 2º do CPC, o que nos remete par uma noção
delimitadora da ação executiva como um direito ou um poder jurídico de
requerer as providências jurisdicionais adequadas à satisfação de uma
prestação patrimonial contida num documento escrito e subscrito que reúna
as exigências legais de exequibilidade para o respetivo efeito garantístico e
efetivador do direito fundamental à propriedade privada.

O processo é a materialização ou efetivação dos direitos.

Negócio jurídico - artigos 219º e ss. do C.C.

A ação executiva tem a natureza de um direito fundamental/subjetivo público


do cidadão contra o Estado. O direito de litigar, o direito de ação, seja
declarativa, seja executiva. Os direitos fundamentais, em regra, são direitos
contra o Estado, ou seja, são direitos contra quem exerce o poder. E acima de
tudo, o Estado deve exercer o poder sem abusar do mesmo. O sistema
democrático deve proteger os cidadãos.

Quando uma determinada norma ou um determinado ato for invocado por


um tribunal três vezes, obrigada a norma a não ser aplicada, alegando-se a sua
inconstitucionalidade ou a sua incompatibilidade com as normas
constitucionais. Ao fim de três vezes é obrigatório ao Ministério Público
requerer a sua inconstitucionalidade, ao Tribunal Constitucional.
Portanto, um ato ou uma norma que viole o artigo 1º da CRP, da dignidade da
pessoa humana, está em sentido oposto àquilo que se exige à gestão do
Estado, que é a prossecução daqueles valores, é a efetivação ou realização dos
direitos fundamentais de consagração constitucional.

Um título de crédito é um documento escrito e subscrito do qual resulte com


clareza o crédito ou o direito de uma das partes e uma obrigação para a outra
parte.
Aval - artigos 512º e ss. do C.C. O avalista é devedor tal e qual como o
avalizado.
Avalista e fiador não são a mesma figura jurídica/o mesmo instituto.
O fiador só é obrigado a responder pelo que garante quando esgotar todo o
património penhorável do afiançado.
No entanto se no contrato lá estiver escrito "prescindo da excussão prévia",
deixa de ser fiador e passa a ser avalista - é devedor direto.

A responsabilidade subsidiária - só se pode agredir o património do sócio só


depois de esgotado todo o património da sociedade.

Uma sentença que não é assinada pelo juiz é ineficaz.


A anulabilidade, o vício sana-se no prazo de 1 ano. Os negócios sujeitos a
anulabilidade produzem efeitos até ser pronunciada a sua invalidade.
A nulidade, nunca o vício de sana. Os negócios sujeitos à nulidade nunca
produzem efeitos.
Um negócio jurídico que não respeita a forma jurídica é nulo.

20ÊdeÊmarço
A entrega de coisa e de prestação de facto segue sempre a forma comum ou
forma única. Depois, consoante o título executivo segue a forma sumária ou
ordinária. O título executivo judicial segue sempre forma sumária,
independentemente do valor. O título executivo extrajudicial até 10.000€, em
regra, segue forma sumária. 10.000€ porque é o dobro da alçada do tribunal
de 1ª instância.

A alçada é o valor até ao qual um tribunal pode decidir sem estar sujeito a
recurso.

Se o requerente alegar no requerimento executivo que o devedor assumiu


aquela responsabilidade também em benefício do seu cônjuge, e assim e
alegando, muda de forma para a forma ordinária, em vez de sumária.
Comunicabilidade da divida.

A ação executiva iniciar-se-á sempre, e em regra, com o requerimento


executivo.
Se eu tiver dúvidas sobre a seriedade ou credibilidade do executado como é
que devo iniciar a execução? Através de um procedimento cautelar de arresto,
que depois se converte em penhora com a mesma data do arresto. O arresto
tem a função preventiva. O nº5 do artigo 20º da CRP não só garante o direito à
ação como um direito fundamental como um mecanismo adequado a efetivar
este direito fundamental à propriedade, ao património individual de cada um.
O artigo 20º da CRP enquanto direito fundamental, estabelece regras e
mecanismos de eficácia para a materialização efetiva do direito da pessoa que
foi lesada nos seus direitos, sendo este o caminho para se ressarcir nos
direitos em que foi violado.

Os certificados de aforro são todos penhoráveis, a não ser que esse certificado
de aforro tenha sido adquirido com dinheiro de pensões de sobrevivência.

É o título executivo que determina o âmbito e o limite da execução.

Para os efeitos atrás referidos, importa agora atender aos pressupostos


específicos como exigência para a execução: o título executivo, como
pressuposto formal, como decorre do disposto nos arts. 10º/4/5/6, e 703º e
sgts., do CPC; a certeza, a exigibilidade e a liquidez da obrigação exequenda,
como pressupostos substanciais, como decorre das disposições dos arts. 713º a
716º do CPC.
São pressupostos gerais a personalidade e capacidade judiciária e o patrocínio
judiciário.
Os pressupostos específicos são constituídos pelos requisitos formais e pelos
requisitos substanciais .
O título executivo é um requisito formal - nulla executio sine titulo - não há
execução sem título executivo.
Requisito substantivo/material: a qualidade da obrigação ser certa, exigível e
líquida. Ser certo é saber-se o que é, não se ter dúvidas sobre o direito que
está ali em discussão. Para ser exigível a obrigação tem de estar vencida. Para
ser líquida tem de se saber quanto é.
Se o juiz condenar numa determinada importância que é possível apurar
naquele momento e ainda no que se apurar em execução de sentença, se
assim for estamos perante uma obrigação que é certa mas que ainda não é
líquida. Não temos os requisitos necessários para apurar o quantitativo
daquela obrigação.

Liquidação - artigos 351º a 360º do CPC.

Legitimidade - é exercida pelo titular do direito. A posse do título vale o


direito.

A gestão de negócios é sempre exercida pelo gestor sem conhecimento do


dono/titular do negócio. O gestor age sem o conhecimento do dominus negotii
(dono do negócio).
É possível o patrocínio judiciário no regime da gestão de negócios? Sim,
assumindo todas as consequências - se o dono do negócio não assumir a
responsabilidade dos efeitos, quem responde é o gestor de negócios.

Ações cujo valor seja superior à alçada da 1ª instância (5.000€) precisa de


patrocínio judiciário. Artigo 41º da lei uniforme do sistema judiciário.

Competência do tribunal - nas comarcas onde há instância executiva é para lá


que seguem os processos executivos. Quando não há o único tribunal com
competência para as execuções é o tribunal de 1ª instância. Mesmo que a
ação seja proferida na Relação ou no Supremo, baixa para a comarca.

Sempre que estamos perante uma ação executiva estes são os artigos a que
temos sempre de ir: artigo 10 º, artigos 53º a 59º, artigos 85º a 90º.

Só são títulos executivos os tipificados na lei - artigo 703º do CPC.

Penhor - é o depósito voluntário do seu bem (empenhar)


Penhora - é uma apreensão judicial ou uma apreensão de bens (penhorar).

Fase do requerimento
Fase da penhora
Fase do concurso de credores - podem vir outros credores que não o
exequente ressarcir-se dos seus créditos.
Fase da venda
Fase do pagamento
Fase do recurso

A ação executiva quanto à espécie é compreensível nos termos previstos no


art. 10º/6, do CPC, em três espécies: ação executiva para pagamento de
quantia certa, para entrega de coisa certa e para prestação de facto, quer
positivo quer negativo: a de pagamento de quantia certa como uma prestação
pecuniária, arts.550º a 558º, do C.C.; a de entrega de coisa certa, arts. 207º e
827º, do C.C., e 714º, 716º/7, 861º/2, do CPC., como prestação de “dare”,
coisa diferente de dinheiro, ainda que de coisa fungível se trate, art. 861º do
CPC; prestação de facto (de facere), 828, 829º, do C.C., 869º, 876º, do CPC.,
positivo ou negativo, fungível ou infungível .

Coisa fungível - é coisa que é trocada por coisa igual ou seu valor.
Coisa infungível - é alguma coisa que não é passível de ser trocada por coisa
igual ou pelo seu valor.

Identificada a espécie de ação vamos, seguidamente, perceber a estrutura, no


que respeita aos pressupostos processuais, importando aqui ter presente os
requisitos necessários ou imprescindíveis para que possa exercer-se a respetiva
ação, isto no que se refere aos sujeitos processuais e também na delimitação
ao objeto da ação. Neste sentido importa saber quem pode exercer a ação e
contra quem a mesma é exercível, em que tribunal deve ser proposta, assim
como as características materiais e formais que têm de estar presentes na
ação executiva. Desde logo é preciso saber-se quem tem personalidade e
capacidade judiciárias, arts. 11º a 29º, do CPC., a legitimidade processual, arts.
53º a 57º do CPC, a competência do tribunal, arts. 85º, a 90º, do CPC.

A instância local executa até 50.000€.


A instância central executa mais de 50.000€.

A noção de título executivo: o art. 10º/5, dispõe que toda a execução tem por
base um título, pelo qual se determina o fim e os limites da ação executiva.
Sem título não há execução, tendo de ser um título dos previstos no art.
703º/1. do CPC., em conjugação com o disposto no nº 6 do art. 10º, do mesmo
diploma. Sobre documentos deve-se partir da noção como documento escrito e
assinado nos termos enunciados nos arts. 362º, 363º, 369º,a 378º, do C.C., e
153º./1/3, do CPC. (ver arts. 704º. a 708º., do CPC, ou então em legislação
extravagante.

O que distingue a ação executiva da ação declarativa? Na ação declarativa


pede-se que o tribunal declare e condene o réu a pagar; na ação executiva
executa-se o património do devedor.
Qual a consequência do juiz que condene em mais ou em coisa diferente do
que o que é pedido? A nulidade da sentença. Artigo 609º do CPC. O princípio
aqui subjacente é o princípio do dispositivo - os tribunais não agem, reagem. É
a manifestação do interessado em vir a tribunal.

Letra de favor - eu faço o papel de sacador mas eu não tenho crédito no


banco, no entanto preencho uma letra como sacador e um amigo que confie
em mim faz o papel de aceitante. Mas o acordo entre nós é que quando esta
letra se vencer sou eu que a pago.

A circulabilidade da moeda só por si só gera riqueza. Então, esta dinâmica de


pagar com uma letra ou com uma livrança é uma forma de dinamizar o próprio
comércio, gera riqueza e sustenta situações.

ResponsabilidadeÊsolidária nas sociedades em nome coletivo: responde o


sócio que tiver património por todos os outros sócios que não tenham
património, ficando com o direito de regresso sobre os outros sócios.

Ao pensar o título executivo pode o mesmo ser compreendido como o


documento escrito e subscrito representativo da constituição ou
reconhecimento de uma obrigação patrimonial, para uma das partes, e o
direito de crédito para a outra parte, advinda de uma relação jurídica, que
tenha por objeto uma prestação pecuniária, para entrega de coisa certa,
móvel ou imóvel, ou então uma prestação de facto positivo ou negativo,
fungível ou infungível e que preencha os requisitos legais previstos nos arts.
703º/1, e 704º a 708º do CPC., ou então previsto em legislação especial.

É ainda pela espécie do título, enquanto requisito formal fundamental da ação


executiva, que se determina também a forma de processo que a execução vai
prosseguir: forma sumária quando o título prevê o pagamento de quantia
certa, como se prevê no art. 550º./2, e 859º e sgts., com a salvaguarda do
previsto no nº.3, do 550º, que segue o previsto no nº2 do 626º, todos do CPC,
onde se refere que a execução de decisões judiciais condenatórias proferidas
em processo declarativo, salvo as proferidas em processo especial de despejo,
são tramitadas, de forma autónoma, nos próprios autos do processo
declarativo, al.a), do nº 2 parte final, como previsto nos arts. 85.º/1, e
respetivo 626.º, do CPC, na forma sumária.

A prestação de facto ou de entrega de coisa, mesmo que seja depois


convolável no seu valor, a forma de processo é a comum.

23ÊdeÊmarçoÊ
Teste: 24 de abril

EspéciesÊdeÊTítulosÊExecutivos:
• Judiciais - todos os títulos que têm a intervenção de um juiz, isto é,
qualquer decisão de um juiz que contenha um segmento condenatório,
seja uma sentença ou um despacho com essa finalidade.
• Extrajudiciais

Artigo 703º do CPC

Injunção - quando se faz uma petição ao tribunal num valor pecuniário não
superior a 15.000€ e o réu é citado e não contestou, então o secretário do
tribunal pode carimbar esta petição como "adequada para execução",
passando, assim, a ser um título executivo que não é judicial porque não tem a
intervenção de um juiz. A injunção é extrajudicial.

É pelo título executivo que se verifica o âmbito e o limite da ação executiva.


Um título executivo para entrega de coisa e um título executivo para
prestação de facto tem forma comum. Um título executivo para pagamento
de quantia certa num título que não ultrapassa os 10.000€, a forma de
processo é sumário.
Exceção: um título extrajudicial de 8.500€, em que o exequente/requerente
pede a citação do cônjuge alegando que há benefício comum na constituição
daquela dívida, a forma é de processo ordinário, porque é preciso fazer prova
e discutir se de facto existe ou não benefício comum da constituição daquela
dívida.

Uma decisão judicial em que o juiz condenou em 50.000€ já determinados e


mais no remanescente a apurar em execução de sentença - o procedimento
adequado para se poder exigir o pagamento desta obrigação genérica que
impende sobre o executado. Para se liquidar, a execução pára e determina-se
o quantitativo liquidado desta obrigação genérica.

O processo executivo é direito constitucional aplicado, porque se trata de


direitos fundamentais. Agredir o património de alguém é restringir o direito de
propriedade do executado. O direito à propriedade privada é um direito
fundamental - artigo 62º da CRP.

Uma presunção indica-nos poder caminhar partindo de um facto conhecido


para determinar ou concluir sobre um facto desconhecido.

Um processo terminou num determinado juízo e pede-se a sua execução


porque a parte não cumpriu - o requerimento é feito no próprio processo. Se
naquela comarca existir instância executiva, o juiz do processo faz remessa
para a instância executiva. Se naquela comarca não existir instância executiva
é o próprio juiz do processo que dá seguimento à execução. Se o processo
subiu em recurso a execução é feita no traslado. Uma decisão mesmo em
recurso é exequível, se o recurso não tiver efeitos suspensivos.

A ação executiva inicia-se com o requerimento executivo, mas antes disso têm
de estar preenchidos os pressupostos processuais gerais e específicos (artigos
53º a 58º). Competência do tribunal (85º a 90º).

Aclarando ideias, no que convém não confundir, a sentença condenatória, bem


como qualquer despacho que contenha segmento condenatório, (desde que
transitada em julgado) obviamente, constitui título executivo, tal como decorre
do previsto nos arts. 703º/1/a) e 704º./1., onde se ressalva as situações das
sentenças que estejam em sede de recurso interposto com efeito meramente
devolutivo, art. 647º./1 (sem os efeitos previsto no nº 4 deste art., onde se
prevê a hipótese do recorrente, nos termos ali previstos, requerer os efeitos
suspensivos da sentença) é também exequível, com a salvaguarda das
situações das ações de despejo, procedimento especial de despejo, cuja
regulação está prevista no art. 15º. Do NRAU/2006, nas alterações operadas
pela Lei nº 13/2019, de 24/2., ver 626º./1.

Pode-se executar uma sentença de divórcio? Só se tiver um segmento


condenatório. O divórcio em si não é exequível, porque o efeito da sentença
quando é procedente, imediatamente põe termo ao casamento, aos deveres
conjugais e a qualquer tipo de compromisso inerente ao contrato de
casamento.

Um direito subjetivo é um direito sobre um qualquer bem jurídico que eu


posso dispor a qualquer momento.
Quando o titular de um direito potestativo o exerce, quem está do doutro lado
fica numa situação de sujeição, ou seja, não pode fazer nada.
Num direito de crédito estou dependente do devedor.

Nos casos em que a decisão judicial tenha condenado em prestação


(obrigação) genérica, tal como se prevê no nº 2, do art. 609º do CPC, cuja
liquidação não dependa de simples cálculo aritmético, a sentença só é
exequível após a respetiva liquidação ser feita no processo declarativo, nos
termos previstos nos 358º. a 361º., isto sem prejuízo de se poder executar a
parte do título que já seja líquida, como se dispõe no art.704º./6. Porém, se a
iliquidez da obrigação a executar tiver por objeto mediato uma universalidade
e não for possível determinar os elementos todos que a compõem, a
universalidade é logo entregue ao exequente, após a apreensão, como decorre
do disposto no art. 716º./7.

Quando requeremos uma execução com base num qualquer título que não
seja judicial posso acrescer os juros de mora. Tal só acontece se o exequente o
quiser, tem de o alegar e requerer.
Juros de mora são periodicamente estabelecidos por decreto-lei.
Para além dos juros de mora existem os juros compulsórios (art. 829º-A do
C.C) que não dependem de requerimento por parte do exequente, é o próprio
juiz ou até o agente de execução que aplica esses juros de mora, porque
metade desses juros compulsivos são para o Estado e a outra metade para o
exequente.

Cada título vale por si, independentemente da realidade que lhe deu causa.

Partindo do que se dispõe no art. 703º, do CPC, pode-se estruturar uma


perceção dos títulos executivos do seguinte modo: títulos judiciais e
equiparados, como sentenças condenatórias nacionais ou estrangeiras, e
decisões dos tribunais arbitrais e julgados de paz, como decorre do, 703º/1/a),
e 704º/1; atos judiciais como os previstos no art. 705º/1; decisões arbitrais
nacionais ou estrangeiras, como decorre dos arts.,705º/2 e 706º/1, todos do
CPC.

Títulos extrajudiciais como os títulos negociais como o são os documentos


elaborados ou autenticados por notário ou por outras entidades ou
profissionais com poderes e competência para tal, como decorre do previsto no
703º/1/b); títulos de crédito previstos na alínea c), respetivamente; títulos
criados por disposição especial, previstos na alínea d) do art. Supracitado.

Devemos sublinhar, neste ponto, que embora os documentos elaborados por


notário tenham exequibilidade plena, dado serem criados no âmbito da
autonomia negocial das partes e dentro dos limites da lei que, pelo seu
conteúdo, possam servir de base às execuções de quaisquer obrigações
patrimoniais para pagamento de quantia certa, para a entrega de coisa certa,
móvel ou imóvel, ou para prestação de facto positivo ou negativo, previstas e
referidas no art. 10.º/6, do CPC., na condição de que seja lícito aos outorgantes
poderem dispor dos direitos e obrigações ali mencionados. Mas se sobre estes
títulos executivos, para efeitos de exequibilidade não impende quaisquer
restrições ou limites, em comparação com os títulos judiciais, o mesmo já não
se verifica no que respeita à oposição a tais execuções. Portanto, quando se
opõe à penhora, põe-se em causa os bens que foram penhorados -
eventualmente não são penhoráveis ou são parcialmente impenhoráveis.
Quando se opõe à execução opõe-se ao direito do exequente.
Neste ponto, o âmbito de oposição é bem mais latitudinário, dado que de
acordo com as disposições do art. 731.º, do CPC, onde se refere que o
executado pode invocar, para além dos fundamentos especificados no art.
729.º, do citado diploma, todos os meios de defesa, por impugnação ou
exceção que lhe seria lícito deduzir em sede do processo de declaração, nos
termos previstos nos arts. 342.º, do C.Civ., e 571.º, 576.º a 579.º, do CPC., o
que se não verifica na oposição aos títulos judiciais , dado aqui estar-se
limitado ao que a lei elenca e não a qualquer meio alegável no âmbito da ação
declarativa. Ora, aqui há diferenças que convém reter. Nos títulos judiciais só
se pode alegar o incumprimento, não se pode alegar aquilo que se deveria ter
alegado na ação declarativa e não se fez, porque esta transitou em julgado.
Nos títulos extrajudiciais podemos alegar tudo o que era possível alegar numa
ação declarativa porque não existiu a apreciação de um tribunal sobre os
títulos.
Feita esta distinção, importa rever nesta matéria o valor probatório formal tal
como resulta do disposto no art. 370.º/2, do C.Civ., cuja presunção pode ser
ilidida mediante prova em contrário, mediante alegações que demonstrem e
provem a sua falsidade, art. 371.º, e 372.º., do mesmo Diploma, que incumbe
ao executado demonstrar e provar em sede de embargos que a lei põe ao seu
dispor, nos arts. 446.º e sgts., do CPC.. Isto sem prejuízo do conhecimento
oficioso do tribunal, nos casos de manifesta indicação de falsidade do
documento em execução e cuja permissão resulta do disposto nos arts.
370.º/2, e 372.º/2, do C.Civ.
A presunção admite ilisão.

Uma letra com mais de três anos está prescrita.


Artigo 303º do C.C. - o tribunal não pode reconhecer oficiosamente da
prescrição, só pode reconhecer se lhe for requerido. "O tribunal não pode
suprir, de ofício, a prescrição; esta necessita, para ser eficaz, de ser invocada,
judicial ou extrajudicialmente, por aquele a quem aproveita, pelo seu
representante ou, tratando-se de incapaz, pelo Ministério Público."
Pelo contrário, a caducidade é de conhecimento oficioso.

27ÊdeÊmarçoÊ
Um outro pormenor distintivo entre estes dois títulos executivos, (judiciais e
extrajudiciais autênticos e autenticados) é observável na forma de processo,
referindo-se no art. 550.º/2/c) e d), do CPC., onde é referido que tratando-se
de título extrajudicial, desde que dele conste obrigação pecuniária vencida,
garantida por hipoteca ou penhor, ou mesmo de qualquer obrigação
pecuniária vencida de valor não excedente ao dobro da alçada do tribunal de
1ª instância, seguir-se-á a forma de processo sumário. Ora, para as execuções
de títulos judiciais, a forma é sempre sumária independentemente do valor,
como resulta das alíneas a) e b), do mesmo nº. e art., ressalvando-se as
executadas no próprio processo e as do nº 3, atendendo à natureza das
obrigações em causa a executar. (genéricas, etc.).

Documentos autenticados - é um documento reproduzido e se possível lido e


explicado às partes quais são os seus efeitos na esfera jurídico-patrimonial dos
seus intervenientes.

Os títulos têm de estar tipificados na lei (elenco taxativo).


RequisitosÊnecessáriosÊparaÊseÊrequererÊoÊarresto:
• Fumus boni iuris - não é preciso uma prova exaustiva do direito que se
quer exercer, basta-se com o "fumo" do direito.
• Periculum in mora - a materialização do direito pode ficar em perigo caso
não sigamos esta estratégia do procedimento cautelar.

Para uma melhor perceção distintiva dos casos que seguem a forma sumária e
ordinária, dado a lei não o especificar com a desejada clareza, importa referir
os casos que não seguem a forma sumária e que, sem dúvidas, são muito
menos. Neste propósito e para o efeito seguem forma ordinária: todos os
casos previstos nos arts. 714 e 715, por configurar, v.g., obrigações
alternativas e cuja prestação estar sujeita a uma escolha ou então sob a
verificação de uma condição suspensiva, etc.; nas situações em que a
obrigação exequenda necessite de ser liquidada num enxerto declaratório
onde se possa fazer prova do direito a executar, art. 716º/4/5; as situações em
que o título executivo é da espécie extrajudicial e é exercido apenas contra um
dos cônjuges e o exequente, no requerimento executivo, alegue a
comunicabilidade da dívida, como se prevê nos arts. 724º/1/e) e 741º/1; nos
casos em que a execução é movida apenas contra o devedor subsidiário que
não tenha renunciado ao benefício da excussão prévia, como decorre do
disposto no art. 745º/1/2.

A penhora é um direito real de garantia preferencial - artigo 822º do C.C.

No âmbito da execução quem é que é devedor subsidiário? O fiador.


Quem é devedor solidário? O cônjuge; o avalista. Artigo 512 e ss. do C.C.
Os sócios das sociedades comerciais em nome coletivo, têm responsabilidade
solidária depois de se verificar a responsabilidade subsidiária - o credor
primeiro executa todo o património da sociedade e depois, subsidiariamente e
solidariamente, exige todas as dívidas da sociedade. Por exemplo: imaginemos
4 sócios e um deles tem património. A empresa faliu e aquele que tem
património responde solidariamente por todas as dívidas da sociedade.
A sociedade não tem bens impenhoráveis, não é uma pessoa humana, é uma
pessoa coletiva de fins determinados e tem capacidade e legitimidade para a
prossecução do seu objeto
A pessoa humana é uma pessoa com personalidade jurídica de fim
indeterminado.
Há sociedades que são de responsabilidade limitada, os sócios respondem
apenas pelo capital social que lá puseram.
As quotas e as ações são penhoráveis.
As pessoas coletivas ou singulares são insolventes porque têm dívidas
superiores ao seu património.

Uma sociedade por quotas de 10.000€ com 5 sócios (2.000€ de cada um). Qual
é o capital mínimo com que esta sociedade pode começar? Divide-se por 2,
pode começar com 5.000€ - cada sócio entra com 1.000. Assim pode-se ficar a
dever 50%.
Numa sociedade anónima pode ficar-se a dever 70%
Estando a dever-se à sociedade, a sociedade é credora.

Refere-se aqui o pormenor distintivo entre o valor do documento autêntico e


autenticado, que embora ambos constituam prova plena e aparentemente
tenham o mesmo valor, refere-se no art. 377.º do C.Civ., que o documento
particular não substitui o documento autêntico, quando para a validade do
contrato a lei o exija. Nestes casos não está em causa o valor do título
executivo, mas sim a validade da obrigação a executar, ou seja, os requisitos
substantivos legais da obrigação exequenda, por falta de forma do negócio
que lhe dá causa, como resulta do art. 220.º, do C.Civ., o que constitui
fundamento de indeferimento liminar imediato, como resulta do disposto na
al. c), do nº2, do art. 726.º, do CPC.

O grande princípio do Direito Civil é o princípio da liberdade - o que não


proibido permite-se.

A nulidade nunca se sana.


A anulabilidade sana-se em regra no prazo de um ano.

Exemplo: a Margarida empresta ao professor 50.000€ e o professor dá a


Margarida 5 letras de 10.000€ cada uma. Passado 1 ano, tempo que o
professor prometeu o pagamento à Margarida, nada pagou. Passado 2 anos, a
Margarida exigiu o pagamento, caso contrário executaria as letras. Estas letras
serão exequíveis? À partida são. Mas se o professor alegar que o negócio que
deu causa a estes títulos de crédito é nulo não há execução nenhuma.

Princípio da economia processual - não basta ser célere tem de ser económico.

Surgem aqui outros documentos autenticados por entidades ou profissionais


com competência legal para os produzir e que, por lei, são equiparados ou
semelhantes aos documentos autenticados por notário, tal como os
conhecemos. Dão conteúdo aos referidos documentos o reconhecimento, para
o efeito, a determinados profissionais ou instituições, como conservadores,
oficiais de registo, advogados, solicitadores e câmaras de comércio e indústria,
cuja competência lhes foi atribuída a partir da publicação do DL. 244/92,de
29/10, e desde que em conformidade com o disposto no art. 38.º, do DL., 76-
A/2006, de 29/3, mas cuja validade se faz depender do necessário registo em
sistema informático, como se prevê no nº 3, do art. 38.º., exigência
reconduzida e regulamentada com atualidade pelo disposto no art. 24.º/6, do
DL. Nº 116/2008, de 4/7, que confere autoridade e competência, às entidades
autenticadoras, para arquivarem os originais de tais documentos. Em termos
de exequibilidade, estes documentos enquadram-se nos previstos na art.
703.º/1/b), do CPC.

Os solicitadores e os advogados podem reconhecer assinaturas em


documentos autenticados.

Ainda voltando à ideia dos títulos judiciais importa referir que a lei alude a
sentenças condenatórias devendo aqui entender-se como tais todas aquelas
que condenam o réu no cumprimento de uma obrigação patrimonial, como
sejam condenações na realização de prestações que podem ser de pagamento
de uma quantia pecuniária, de entrega de coisa, que pode ser móvel ou imóvel,
ou de prestação de facto positivo ou negativo. Em síntese, qualquer decisão
judicial que contenha um segmento condenatório incumprido constitui título
exequível e preenche os requisitos previstos no art. 703º./1/a) do CPC. Ver arts.
550º./2, 284º., e 290º./3, 729º./1/i), 291º, do CPC., para aferir da
conformidade das exigências de exequibilidade.

É possível ou não com um título executivo interpor uma ação declarativa? É.


As custas são sempre do requerente.

Na execução de título judiciário, para além dos montantes especificados no


título é possível acrescentar ao especificado os juros de mora legais, desde o
trânsito em julgado da decisão e que não tenham sido pedidos na ação que
produziu o título a executar, como decorre do disposto no nº 2, do art. 703º.,
assim como podem ser pedidos juros compulsórios, a partir daquele momento
do trânsito em julgado, como previsto na art. 829º.-A/4, do C.Civ., à taxa de
5% ao ano. A repartir em partes iguais para o exequente e para o Estado,
como decorre do nº3.

Em relação às letras e livranças os juros estão previstos no artigo 48º e 49º da


LULL.
O valor da ação é sempre o valor expresso em numerário e por extenso mais
os juros legais. Quais são os juros legais? São os juros de mora e se se tratar de
uma sentença, os juros compulsórios. Isto faz parte do valor da ação.
Numa letra há juros de mora a partir do momento em que ela se venceu.
Podem haver outros juros mas esses têm de lá estar escritos - convencionados
entre o aceitante e o sacador.
Porque é que se sanciona com juros compulsórios? Para obrigar as pessoas a
cumprir com as decisões dos tribunais, a cumprir com as suas obrigações. É
preciso dotar os tribunais da sua eficácia - princípio da celeridade processual,
porque quanto mais depressa for cumprida esta obrigação menos processos
tem o tribunal e mais solidez dá ao seu trabalho e à sua dinâmica.
Princípio da preclusão - é agir dentro dos prazos que a lei estabelece - art.
139º do CPC.
A oposição à execução judicial está prevista nos termos do art. 729º., do CPC.,
para outros casos ver o art. 291º/1., do mesmo diploma. Nas decisões
equiparadas a sentenças dispõe o art. 705º./1, e 817º. Do C.Civ., e arts.
152º./1, 417º./2, 437º., 508º./4, do CPC.; o art. 61º., da Lei 54/2013- 31-7,
Julgados de Paz. Deve ser aqui relevado a execução das decisões do Tribunal
da EU, e do Tribunal da Associação Europeia do Comércio Livre (EFTA), nos
termos previstos nos arts.280º a 299º., do Tratado sobre o Funcionamento da
EU., na versão do Tratado de Lisboa, desde que contenham aposta a fórmula
executória pelo presidente do Tribunal da Relação da área de residência do
executado.

Um título executivo vindo de um tribunal europeu é exequível no nosso país


(exceto a Dinamarca). Todos os outros (não europeus e a Dinamarca)
necessitam de um reconhecimento de sentença (processo especial).

30ÊdeÊmarçoÊ
Expropriação - é um ato de natureza administrativo que transfere um bem da
propriedade privada para a natureza pública para a prossecução de certos fins.

A oposição à execução judicial está prevista nos termos do art. 729º.,

A execução é oponível. Quem se opõe à execução o que põe em causa? O


direito do exequente ou o direito de que o exequente se arroga e que faz
questão de ser ressarcido. Mas o executado pode se opor ao direito alegado
pelo exequente.
Se for a oposição à penhora não está em causa o direito do exequente mas
sim os bens penhoráveis (ou porque houve um excesso de penhora, ou porque
foram penhorados bens que não são penhoráveis à luz da lei, ou porque
eventualmente aquela penhora não faz sentido porque está contratualizado
entre as partes que aquele bem não responderia nunca por o incumprimento
do negócio subjacente que dá causa à própria execução.
Se estamos diante de um título judicial é possível deduzir oposição mediante
aquilo que a lei refere.
Nos outros títulos é possível opor e alegar tudo aquilo que seria possível
alegar no âmbito de uma ação declarativa. Um título executivo extrajudicial é
muito mais latitudinário.

A instância local aprecia e decide sobre petições no valor de 50.000€. Daí para
a frente aprecia e decide a instância central.

O juiz exerce um poder aparentemente sem limites, até porque há normas


para o exercício do poder discricionário. É utilizando esse poder com o dever
de encontrar a melhor solução para a resolução do caso concreto. O poder
não é de ninguém, é sim investido alguém nesse poder para ter o dever de o
exercer na prossecução dos fins que justificam a existência desse poder.

Outras sentenças estrangeiras seguem o previsto no art. 706º./1., combinado


com o disposto no nº 1, do art. 978º., do CPC. Como é sabido as sentenças
proferidas por tribunais estrangeiros, que tenham transitado em julgado, só
podem servir de base à execução após processo de revisão regulado nos arts.
980º., a 985º., pelo tribunal português competente, sem prejuízo do que
estiver estabelecido em tratados e leis especiais que Portugal tenha subscrito,
como decorre do previsto no art.979º., que estabelece o Tribunal da Relação
da área de residência do executado, nas adaptações possíveis do disposto nos
arts. 80º., a 82º., todos do CPC.

Chama-se a devida atenção para a nossa inserção na EU e de acordo com o


Regulamento (CE) n.º 44/2001 do Conselho da CE, de 22-12-2000, a vigorar
desde 1 de Março de 2002, relativo à competência judiciária, no respeitante ao
reconhecimento e à execução de decisões em matéria civil e comercial, que
dispensam quaisquer processo de revisão, ficando apenas sujeitas ao
exequatur do tribunal de 1.ª instância, nos termos previstos nos arts. 38.º a
56.º do regulamento supracitado. Após a entrada em vigor do Reg. da UE,
nº1215/2012 , no art.36º., afasta quaisquer requisitos formais permitindo que
uma decisão de um tribunal de qualquer Estado Membro, é exequível em
qualquer outro Estado Membro, permitindo oposição, do executado com os
fundamentos previstos no art. 45º do mesmo Diploma. No art. 39º, deste Reg.,
prevê também a exequibilidade, num outro Estado Membro, de qualquer título
que tenha força executiva num dos Estados, só se lhe opondo, art. 46º.,
qualquer dos motivos previstos no art. 45º.

Os poderes soberanos são 3: o legislativo, o executivo e o jurisdicional.

Uma letra ou livrança emitida no Brasil ou em outro país do mundo só tem


exequibilidade no país onde foi emitida.

As decisões dos tribunais arbitrais, que para efeitos de exequibilidade são


equiparadas às decisões judiciais. Estas decisões, ou sentenças arbitrais, são
proferidas pelos respetivos tribunais arbitrais, previstos na art. 209.º/2 da CRP,
que podem ser necessários, instituídos por lei, art.1082.º a 1085.º do CPC.; ou
voluntários, constituídos por iniciativa dos particulares nos termos da lei, seja
como tribunais arbitrais ad hoc ou tribunais arbitrais institucionalizados, nos
termos previstos no art. 62.º da LAV., Lei n.º 63/2011, de 14/12., que revogou
a lei 31/86, de 29/8. Por força do art. 11.º do D L. 226/2008, de 20/11, é
possível a arbitragem nos conflitos do processo de execução.

Passada em revista o que se dispõe para os títulos executivos judiciais, por


documentos autênticos e autenticados, vamos agora observar os títulos de
crédito que possam servir de título executivo à ação executiva e referidos no
art. 703.º/1/c), do CPC., desde que os factos constitutivos da relação
subjacente constem do próprio documento ou sejam alegados no
requerimento executivo. Dão corpo a estes títulos de crédito as letras,
livranças e cheques, que aqui trataremos com especial cuidado. Sendo estes
documentos particulares não autenticados mas assinados pelo devedor, mas
sujeitos ao regime especial do direito cartular que, mesmo perdendo a sua
validade como título de crédito, podem ainda ser exequíveis como meros
quirógrafos. A uns e outros são aplicadas as regras gerais para os documentos
previstos nos arts. 373.º e sgts., do C.CIV., desde que assinados pelo seu autor
ou por outrem a rogo, se o autor não puder ou não souber assinar, n.º 1 deste
art.

Assinatura a rogo - pedida por uma pessoa impossibilitada de assinar porque


não sabe ou não pode; porque está incapacitada.

Os títulos executivos dão-nos o âmbito e o limite da execução, com o


conhecimento de que em quase todos os títulos é possível acrescentar juros
de mora, caso haja vontade disso e sendo que nas ações judiciais há ainda os
juros compulsórios.
O negócio subjacente é o negócio que deu causa.
O contrato é a forma processual que permite a realização daquelas vontades
livres para aquele acordo.
O efeito do contrato é o negócio em si.

As obrigações esgotam-se no património penhorável do devedor.

A confissão faz prova plena.

Ora, partindo do atrás observado, poder-se-á então dizer que se consideram


documentos particulares exequíveis os títulos de crédito que, à luz da lei,
possam valer como tal em conformidade com o regime cartular,
independentemente de alegação da relação subjacente, dado titularem
negócios jurídicos abstratos. Para além destes: ainda os títulos de crédito que
tenham perdido essa qualidade mas que passem a valer como meros
quirógrafos, desde que os factos constitutivos de relação subjacente constem
do próprio documento ou sejam alegados no requerimento executivo, nos
termos previstos na al. e) do n.º 1, do art. 724.º, do CPC e tipificados no art.
703º/1/c).

Derrogação - "morre" por falta de utilização.


O cheque tem uma proteção criminal se não tiver provisão mas para isso, após
a sua emissão tem-se 8 dias para ser apresentado a pagamento. Se não for no
prazo de 8 dias não é cheque nenhum, é título exequível, é quirógrafo mas é
uma mera promessa de pagamento.
Os títulos de crédito transportam sempre o direito e a obrigação que permite
uma execução para pagamento de quantia pecuniária certa e os respetivos
juros que podem ser liquidados por mero cálculo aritmético, tal como se dispõe
nos arts. 703.º/2, e 716.º/1/2, do CPC. O executado pode opor-se à execução
nestes títulos, ainda que meros quirógrafos, como meros documentos
particulares não autenticados, podendo usar todos os meios de defesa que lhe
fosse permitido no âmbito da ação declarativa. Contudo, importa ressalvar as
situações em que se reparte o ónus da prova previstas para os referidos
documentos: v.g., a impugnação da assinatura pelo aceitante (devedor), nos
termos do art.374.º, do C.Civ., coloca o exequente no dever de provar a
genuinidade do documento a executar desde que a assinatura contenha o
requisito de estar reconhecida presencialmente dos intervenientes por notário,
caso em que incumbirá ao executado arguir e provar a falsidade desse
reconhecimento, como se dispõe no art.375.º/2, do C.Civ. Mas estes
documentos fazem prova plena no que respeita às declarações nele contidas
em relação ao seu autor, sem prejuízo de se poder alegar a falsidade do
documento como se dispõe no nº.2, do art.376.º, do C.Civ. Sobre estas
questões, ver arts.: 360.º, 378.º, 347.º, 393.º, a 395.º, todos do C.Civ.

Numa execução para pagamento de quantia certa, onde a substantividade da


obrigação exequenda já está presente, ou seja, ser certa, exigível e líquida e
não foi cumprida, a partir daí começa a vencer juros de mora.
Os juros de mora não são estáveis, são mutáveis e de momento são 4,5% ao
ano.
Se se tratar de uma sentença judicial pode-se acrescer mais 5%.

Importa ainda, no âmbito dos títulos de crédito cartulares, considerar as


situações no domínio das relações imediatas, onde cabe ao obrigado cartular
provar as exceções fundadas na relação causal ou extra cartular, nos termos
gerais de direito e especificamente o disposto nos arts. 10.º e 17.º, da LULL,
assim como o disposto nos arts. 13.º e 22.º, da LURC., a contrário sensu. Já no
que se refere ao domínio das relações mediatas, fica o devedor absolutamente
impedido de opor ao portador do título quaisquer exceções relacionadas com a
relação cartular subjacente, exceto se poder demonstrar que a posse do título
foi adquirida de má fé, como se prevê nos arts. 10.º e 17.º, parte final, da
LULL, e 13,º e 22.º, da LURC. Podendo o devedor impugnar a assinatura que
lhe é atribuída, e mesmo a prescrição.

Sacador - aceitante - relação imediata


Promitente - credor - relação imediata
Endossado - endossante - relação imediata

3ÊdeÊabril
Pressupostos:
Quem tem legitimidade para estar na execução
Qual é o tribunal competente
Qual é o valor da ação

No âmbito de relações imediatas importa sublinhar que os títulos de crédito


aceites sob a condição de pacto de preenchimento, (letra, livrança e cheque)
podem não ser tidos como títulos executivos desde que o executado se
oponha, nos embargos de executado e demonstre (prove) que o respetivo
título foi preenchido abusivamente, por violar o acordo prévio, como decorre
do previsto no nº 4 do art. 732º., com o fundamento de insuficiência de título.
Embora na parte final, da referida norma, se admita que o título possa ser só
parcialmente inválido e neste caso poder ser exequível na parte aceite no
pacto de preenchimento e a parte abusiva ser tida como não escrita, ou seja, o
título é revogado na parte do abuso.

Em que circunstâncias é que o executado pode opor-se à execução? É possível


opor-se. O negócio subjacente aos títulos que estamos a executar não foi
cumprido. O credor só tem direito se cumpriu também com a sua parte -
Artigo 428º do C.C.
Se o executado pode opor-se à execução estaremos no domínio das relações
mediatas ou no domínio das relações imediatas? Mediatas, é na relação direta
credor-devedor/sacador-aceitante.
Imediata é quando existe endosso ou o título aparece já nas mãos de outrem.

Alteração das circunstâncias - artigo 437º do C.C

Características dos títulos de crédito:


• Circulabilidade;
• Generalidade;
• Abstração;
• Literalidade.

Um cheque sem provisão que cumpre os requisitos (os 8 dias para ser
apresentado a pagamento no banco) constitui crime.

Sem um título válido não há execução - sine titulo nulla executio.

Um negócio com vícios é aproveitável na parte em que não tem vícios.

O pacto cambiário de preenchimento convive com outros negócios que


importa também ter em conta dada a importância que têm para as execuções
e que importa perceber. Para o efeito devemos referir neste ponto,
nomeadamente, o protesto, o endosso e o aval. No primeiro caso como
requisito formal para se iniciar a execução: o protesto consiste num ato formal
e deve ser feito num dos dois dias úteis seguintes ao dia em que a obrigação
contida no título se venceu, arts. 44º., 77º., da LULL, e 41º, da LURC, e
regulado nos arts. 119º. A 130º., do C. Notariado. Este ato de protesto pode
ser substituído por uma cláusula inscrita no próprio título com os seguintes
dizeres: “sem despesas” ou “sem protesto”, e nestes casos dispensa o protesto,
como se dispõe no art. 46º, da LULL.

Protesto - Uma pessoa com uma letra/livrança antes de a executar, deve ser
protestada num notário - art. 39º do Código do Notariado. Para evitar esta
burocracia basta pôr na letra "sem custas" ou "sem despesas".

O avalista é devedor. Quem paga por alguém fica sub-rogado nos direitos por
quem pagou - direito de regresso. Este responde solidariamente.
O fiador responde subsidiariamente. Só é possível agredir o património do
fiador depois de totalmente executado o património penhorável do devedor
principal. O devedor subsidiário pode nomear bens à penhora de que tenha
conhecimento do afiançado.

O protesto é feito no cartório notarial da residência do devedor ou aceitante


do título. O endosso, como o meio adequado que agiliza o título de crédito e
efetiva a característica da circulabilidade, dado que é transmissível desde que
contenha a assinatura do endossante no próprio título ou então numa folha à
parte mas anexada ao mesmo, como se dispõe no art. 13º/l, da LULL. O
endosso, enquanto negócio cambiário, pode ter várias modalidades de
vinculação, como é observável nas disposições dos atrs. 11º, a 20º., da LULL, e
arts. 14º, a 24º, da LURC.
Por fim o aval: o aval consiste numa garantia do pagamento do respetivo
título avalizado por quem assume a responsabilidade no cumprimento da
obrigação cambiária que, de acordo com o disposto nos arts. 30º, a 32º.,e
77º./lll, da LULL, e 25º, a 27º., da LURC, passa a ser devedor direto sem
reservas, trata-se de uma assunção da dívida em regime de solidariedade
previsto nos arts. 512º, e ss, do C.Civ. Bem diferente do fiador que assume a
responsabilidade pelo pagamento da dívida, por falta de património do
afiançado na forma subsidiária, ou seja, o seu património só é executado após
toda a execução do património do afiançado, a menos que o fiador tenha
abdicado da defesa de excussão prévia dos bens do devedor efetivo, como
decorre do previsto no art. 640º, do C:Civ. Casos em que passa a devedor
solidário.
Importa sublinhar que o exercício do direito cartular depende da posse
legítima do próprio título, exigência que desde logo decorre do disposto nos
arts. 16.º e 77.º, da LULL; e do decorrente do art. 19.º, da LURC; assim como
do disposto no art. 7.º, do DL. 19.940, de 21-3-1931, no que respeita ao
extrato de fatura, (hoje totalmente derrogado, por falta de uso). Estes títulos
de crédito podem ser reformados nos termos previstos no art. 484.º do C.Com.
No que respeita à exigência do original do título para a execução prosseguir,
ver o que se dispõe no n.º 5, do art. 724.º, do CPC.
A grande regra dos títulos de crédito é que a posse vale título. Ter a posse
presume-se ter o direito. As presunções são ilidíveis, admitem prova em
contrário. Quem tem a seu favor uma presunção não precisa de provar.

No que respeita aos documentos particulares assinados pelo devedor, que não
são títulos executivos, resta-lhes seguir o regime do requerimento de injunção,
a que tenha sido aposta formula executória, nos termos do art. 14.º, do
diploma anexo ao DL, 269/98, de 1/9. com muitas alterações, última das
quais, pelo DL,226/2008, de 20/11, para a execução de obrigações pecuniárias
emergentes de contrato de valor não superior a 15.000.00€, incluindo a taxa
de justiça paga pelo requerente, os juros de mora, desde a data de
apresentação do requerimento de injunção e os juros compulsórios de 5%, ao
ano, contados a partir da data da aposição da fórmula supra referida.

Importa também referir que a lei prevê o requerimento de injunção para


remunerações emergentes de transações comerciais, desde que onerosas entre
empresas, ou entre estas e entidades públicas, independentemente, do valor,
natureza, forma ou designação e se prenda com o fornecimento de
mercadorias ou se relacione com prestações de serviços, como resulta das
disposições dos arts. 1.º, 2.º/2, 3.º/a), 7.º/1, do DL., 32/2003, de 17-2, que
transpõe a Diretiva nº 2003/35/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de
29-6.; e do art. 7.º, 2ª parte, do diploma anexo ao DL., nº 269/98, de 1-9.

CASOÊPRÁTICO:
O A, celebrou um negócio com B e no âmbito desse negócio no valor de 50.000
€ emitiu um cheque no valor de 20.000€ que seria apresentado a pagamento
25 dias após o negócio. E os restantes 30.000€ a vencerem-se de 30 em 30
dias, para os três meses seguintes, 3 letras de 10.000€. O A honrou o seu
compromisso quanto ao cheque, mas não cumpriu com nenhuma das
obrigações veiculadas pelas letras.
O A e o B vivem em Alverca.
O credor B faz-lhe as seguintes perguntas:
1) O que posso fazer com estas três letras?
Propor uma ação executiva. Ver se as letras são "sem despesas" ou
qualquer outro dizer que não precisa-se do protesto. São títulos
extrajudiciais tipificados no artigo 703º, al. C).
2) A propor ação, que espécie de ação devo intentar?
Ação executiva para pagamento de quantia certa, art. 10º, Nº6.
3) Qual o valor da ação/ Quanto é que eu posso pedir que o tribunal o
condene?
30.000€ acrescidos de juros de mora.
4) Qual a forma de processo?
Processo ordinário - art. 550º, Nº2, al. d) (interpretação extensiva).
5) Qual o tribunal competente para esta execução?
Competência do tribunal - nas comarcas onde há instância executiva é
para lá que seguem os processos executivos. Quando não há o único
tribunal com competência para as execuções é o tribunal de 1ª instância.
É o tribunal de Vila Franca de Xira por ser instância local. Artigos 117º e
131º da lei orgânica dos tribunais judiciais.
6) Será preciso advogado para esta execução?
Artigo 58º CPC - Ações cujo valor seja superior à alçada da 1ª instância
(5.000€) precisa de patrocínio judiciário. Artigo 41º da lei uniforme do
sistema judiciário.

13ÊdeÊabril
A execução baseada em requerimento de injunção com fórmula executória,
segue a forma sumária para pagamento de quantia certa, como se prevê no
art. 550.º/2, ressalvando o que se dispõe no n.º 3, do mesmo art., e podendo
haver oposição (restrita), nos termos previstos no art. 857.º, do CPC. Para além
dos títulos enunciados, existem muitos outros de natureza de serviços e outras
obrigações de prestações públicas/privados, como serviços de saúde, judiciais,
segurança social, fiscais, etc., e v.g., relações de condomínio, respetivamente.

A execução baseada em requerimento de injunção é um título muito especial


porque é uma petição que se faz ao tribunal e cumpre-se o princípio do
contraditório: cita-se o réu e o réu, devidamente citado, não contestou a
consequência é a revelia do réu que pode ser operante ou inoperante. A
revelia é inoperante quando estivermos diante de direitos indisponíveis.
Se o réu é notificado e não disse nada, o seu silêncio corresponde a uma
confissão, que faz prova plena, isto é, não admite sequer prova em contrário,
a não ser que se levante a falsidade da questão.

Se o réu já tiver pago e junta recibo a provar tal consta numa exceção
perentória, porque o direito já não existe.

A oposição restrita quer dizer que há coisas que já não se podem dizer.

As multas são convertíveis em dias de prisão.

Observados os títulos e as hipóteses de títulos executivos, importa agora


observar-se alguma doutrina sobre a natureza e função do título executivo.
Espaço de reflexão onde marcam presença duas figuras de relevo: Carnelutti,
que caracteriza o título executivo como documento; e Liebman, para quem o
título executivo se perfila como um ato jurídico. Para o primeiro o título
executivo, seja judicial ou extrajudicial, consiste num documento a que a lei
atribui o efeito de prova legal, sintética e integral do crédito que se pretende
executar e surge como uma condição necessária de facto e de direito, para se
poder levar a cabo a pretensão executiva.

Para Carnelutti a natureza do título é o documento, seja qual for o


documento, desde que a lei o considere como título executivo, é isso que dá
vida à execução.
Para Liebman é a decisão judicial, só a decisão de um órgão de soberania
porque só esse tem a dignidade de poder agredir o património de outrem.

Para o Professor a natureza do título tem a ver com a vontade livre com que
se constitui. A verdadeira natureza dos títulos executivos é a vontade dos
intervenientes nesta relação subjacente

Para Liebman o título executivo como ato jurídico de eficácia constitutiva,


acaba por exprimir a sanção latente na ordem jurídica e que consta do
documento, ou seja, o seu conteúdo. Para o primeiro o que importa é o título,
para o 2º, o que importa é o que o título contém. Para Carnelutti o que
importa é a eficácia probatória; para Liebman o que importa é a eficácia
constitutiva. É importante acrescentar a estas teses dum e doutro, faz total
sentido o que ambos dizem, na medida em que para que o direito seja
exercido, em ação executiva, é imprescindível o título com aqueles requisitos
de forma, contudo, é importante admitir-se que um título vazio, sem direitos,
ou de conteúdo de direitos ainda inexigíveis, tornam a execução inócua ou
ineficaz.
Esta ideia reflete-se com atenta visibilidade no que a lei dispõe sobre a espécie
de títulos, ao referir-se a sentenças condenatórias, art. 703.º/1/a), acolhendo
aqui relevância ao conteúdo da decisão judicial, ao ato condenatório numa
prestação pertencente ou reconhecida ao credor e veiculada naquela
sentença; mas logo a seguir alude a documentos, al. b), deste mesmo art., pelo
que se pode concluir que uma ideia não sobrevive sem a outra e o nosso
legislador teve essa perceção. O que os dois autores defendem é ilustrável
numa ideia, por hipótese, no seguinte quadro: alguém diz que viaja rápido,
mas o viajar rápido não depende apenas da sua vontade, depende também do
veículo que pode utilizar para a rapidez da viagem que pretende fazer. Esta
vontade, por muita que seja, não se realiza sem o adequado veículo. Uma
coisa sem a outra não se efetiva, dependem uma da outra para se
concretizarem. Em síntese, as duas teses em confronto, a nosso ver, precisam
uma da outra e complementam-se para que se efetive a ação executiva.

Ambas as teses dependem da livre vontade do credor para se concretizarem.

Em conclusão, para efeitos da execução a obrigação para o executado


satisfazer o direito do credor exequente, seja em título judicial ou extra
judicial, não é possível sem o suporte documental, constituindo o título, em si,
o próprio documento que nesta espécie de ação representa e confere validade
ao pedido e a causa de pedir ao delimitar, assim, os fins e limites da ação
executiva, como decorre do disposto no nº 5, do art. 10.º, do CPC., sem
necessidade de se alegar quaisquer relações jurídicas subjacentes para ser
exercido o direito em execução.

É o título executivo que nos dá o âmbito e o limite da ação executiva.

ARTIGOS IMPORTANTES
Ação executiva - art. 10º
Pressupostos processuais específicos - artigos 53º a 58º
Competência do tribunal - artigos 85º a 90º
Artigo 139º - prazos
Tipicidade dos títulos executivos - art. 703º e ss.
Contraditório - art. 728º e ss.
FASES DA AÇÃO EXECUTIVA:
Requerimento executivo - art. 724º
Penhora - art. 735º e ss.
Convocação de credores
Pagamento aos credores
Venda
Encerramento do processo

Quem pode vir ao processo ressarcir-se dos seus créditos? Podem vir o
exequente, o cônjuge do exequente, os herdeiros do exequente e terceiros se
tiver garantia real sobre os bens penhorados e título executivo.

Porém isto não invalida o que se dispõe para o título que é mero quirógrafo,
onde a lei exige que seja alegado o negócio subjacente, ou relação causal, no
próprio requerimento executivo, como se dispõe no art. 724.º/1/e), do CPC.
Caso isto se não verifique, observar-se-á a falta de um requisito do
requerimento executivo, o que, inevitavelmente, conduzirá à recusa do mesmo
pela secretaria ou pelo agente de execução, consoante os casos, por força do
disposto no art. 725.º/1/c), e 855º/2/a) respetivamente, sem que se descure o
poder-se reconduzir, em determinadas circunstâncias, a que haja lugar a
despacho de aperfeiçoamento, por parte do juiz, em consonância com o
disposto no nº 4, do artº726.º, do CPC., caso o documento cartular não esteja
prescrito, o que neste caso já não seria possível, dado a prescrição não ser de
conhecimento oficioso, antes pelo contrário: é vedado ao juiz, conhecer da
prescrição que não seja alegada pelo interessado, como se dispõe no art.303.º,
primeira parte, do C.Civ.

O mero quirógrafo também é exequível. Um mero quirógrafo é um


documento que eventualmente prescreveu. A prescrição não é de
conhecimento oficioso, se não for requerida pelo interessado o quirógrafo é
exequível.

A secretaria pode recusar o requerimento executivo se não for acompanhado


do título executivo.

Por sua vez, a falta de apresentação do original do título ou então a sua cópia,
e a secretaria não tiver dado conta, nem o agente de execução, cumpre ao juiz
convidar o exequente a apresentá-lo, em prazo a fixar, sob pena de
indeferimento liminar mediato do requerimento executivo, tal como resulta do
disposto nas disposições dos números 4 e 5, do art.726.º, ou então de rejeição
ulterior da execução, como se prevê no art. 734.º.
Nesta fase do nosso estudo da ação executiva, em nome da celeridade e
eficiência, importa agora aferir dos poderes e competências específicas das
três entidades que dinamizam a execução como seja a secretaria, o agente de
execução e o juiz, cujas funções se podem aferir na missão de cada uma delas,
como se harmonizam na interdependência de fins, na efetivação da
proficuidade a bem dos cidadãos utentes e da justiça esperada. Neste sentido
e de acordo com o que a lei dispõe avaliemos, pois, as disposições dos arts.
719º, 722º e 723º e sgts. - artigo 2º e 101º da CRP
Ora, numa fase liminar incumbe à secretaria, de acordo com o disposto no art.
719º/3, para além de exercer as funções que lhe estão adstritas, em termos
gerais, nas disposições do art. 157º, exerce todas as diligências de expediente
inerentes à execução, na primeira fase, no que respeita a procedimentos ou
incidentes de natureza declarativa, com ressalva da citação que incumbe ao
AE, notifica, oficiosamente, o próprio AE, como se dispõe no nº 4 do mesmo
artigo.

O processo ordinário carece de citação prévia, que depende de despacho do


juiz.

Penhora: quando o ordenado é superior ao ordenado mínimo nacional


penhora-se 1/3. É penhorável mais alguma coisa? Sim, se os 2/3 de ordenado
forem superiores a 3 ordenados mínimos nacionais. É assim sempre? Não, se
esse ordenado for necessário para motivos de sobrevivência (se eu tiver 17
filhos).

Na ação executiva, quem cita o executado, se não for o juiz (se aquela
execução não estiver dependente de citação prévia), é o agente de execução
que faz tudo.

São ainda incumbências da secretaria: receber, verificar e recusar, quando for


o caso, o requerimento executivo, na forma ordinária, com os fundamentos
previstos no art. 725º/1, cabendo reclamação para o juiz, do ato de recusa, de
cuja decisão não há recurso, como se dispõe no nº 2, do referido artigo; nos
termos do art. 726º/8, nos casos em que haja lugar à citação do executado, a
secretaria remete ao agente de execução, por via eletrónica, o requerimento
executivo e os documentos que o acompanhem, notificando-o de que deve
proceder à citação; Nos termos do nº1, do art. 748º, cabe ainda à secretaria
notificar o agente de execução de que deve iniciar as diligências da penhora, o
que significa que o agente de execução está dependente dessa notificação
para dar início às respetivas diligências.
O agente de execução, que exerce funções na ação executiva, nos termos
previstos no art. 129º/1, EOSAE, Lei, 154/2015, de 14/9, onde é referido que “o
AE é o auxiliar da justiça que exerce poderes (…) de autoridade pública no
cumprimento das diligências que realiza nos processos de execução, nas
notificações, nas citações, nas apreensões, nas vendas e nas publicações, no
âmbito de processos judiciais, ou em atos de natureza similar (…) equiparados
(…)”. Ora, partindo desta norma poder-se-á dizer, então, que estamos diante
de um auxiliar da justiça que, nas suas competências na ação executiva, exerce
poderes de autoridade pública. De resto esta ideia é reforçada pelo que se
dispõe no artº. 719.º/1, onde lhe é atribuído, subsidiariamente, poderes para
“todas as diligências do processo executivo que não sejam atribuídas à
secretaria nem sejam da competência do juiz (…)”. Exerce os poderes que lhe
são atribuídos nos termos do art. 720º/5/6/7/, o poder de solicitar a outro
colega as diligências no local, que pela distância e custo, lhe pareçam
desproporcionados para a respetivas deslocações; Pode promover, sob a sua
responsabilidade e supervisão, a realização de algumas diligências materiais
do processo executivo, por empregado ao seu serviço; exerce os
poderes/deveres de notificação e de outros atos nos prazos de de 5 e 10 dias,
respetivamente. Integram ainda os seus poderes extinguir a ação executiva,
sem necessidade de intervenção judicial nem da secretaria, devendo
comunicar por via eletrónica, a referida extinção ao tribunal, como decorre do
disposto no art. 849º/3; assinala-se ainda os poderes que lhe são reservados,
após a extinção da instância, para os atos emergentes do processo que
careçam da sua intervenção, art. 719º/2, ou, v.g., atos que se prendam com o
levantamento ou cancelamento de registos de penhora, art 763º, e a
comunicação à conservatória competente da conversão da penhora em
hipoteca, assim como a extinção desta após o cumprimento do acordo, como
decorre do disposto no art. 807º/4.

O agente de execução só é investido dos seus poderes no processo depois de


notificado pela secretaria.

A hipoteca é um direito de sequela, mesmo que o bem seja vendido ou seja


transferido para outra esfera patrimonial, os direitos de sequela acompanham
o bem. Por aquele valor aquele bem responde sempre, esteja na esfera
patrimonial que estiver.

17ÊdeÊabril
Pressupostos processuais: artigos 53º a 59º e 85º a 90º + 714º
Os requisitos gerais aplicam-se sempre que os específicos não operam.

Quem tutela sempre o processo é o juiz, mesmo nos processos em que o juiz
não tem qualquer tipo de intervenção, ele remotamente tutela aquele
processo que é sempre seguido pelo tribunal e a qualquer momento pode ser
requerida a intervenção do juiz.
As partes comunicam com o tribunal através de um instrumento que se chama
requerimento (peça processual). O juiz comunica com as partes através de um
instrumento que se chama despacho.
Despacho de aperfeiçoamento é um instrumento do juiz dando um prazo às
partes para melhorar as questões que estão em discussão.

A lei prevê no art. 722º, que as funções do AE, possam ser efetuadas por oficial
de justiça em diversos casos e situações: Casos de execução em que o Estado
seja exequente ou em situações em que o MP represente o exequente, nos
casos em que o exequente o requeira ao juiz, com fundamento em que na
comarca não existe AE, inscrito onde corre a execução e os custos são
manifestamente desproporcionados para o AE, de outra comarca; se a
execução não tiver um valor superior a 10.000€; nos casos em que o valor da
execução não exceda o valor de 30.000€, e o crédito a executar seja de
natureza laboral e desde que o exequente o solicita no requerimento executivo
e pague a respetiva taxa de justiça.

Em situações muito simples pode-se requerer ao juiz para que as funções de


um agente de execução sejam levadas a cabo por um oficial de justiça ou
então quando é o Estado como exequente.

No que respeita aos poderes de intervenção do juiz na ação de execução,


digamos que essencialmente, em termos funcionais e operativos intervém nos
atos da execução de reserva de juiz ou que representem restrições à direitos
fundamentais, quer das partes quer de terceiros; Remotamente, exerce
poderes de controlo e de supervisão de qualquer ação executiva, mas em
grande parte das execuções só intervém após ser requerida a sua intervenção,
quer pelas partes quer pelo próprio AE. Porém, no processo executivo é da sua
competência exclusiva do juiz: decidir em processo ordinário, sobre o incidente
de exigibilidade de obrigação nos caso dispostos no art. 715º/3, ou seja, diante
de obrigações condicionais ou dependentes de prestação.

A prescrição diz-nos que nós devemos exercer o nosso direito dentro de um


determinado prazo.
A caducidade quer dizer que nós podemos exercer o nosso direito durante
aquele período e que daí para a frente já não podemos.
A prescrição é uma presunção da lei - quer dizer que passado aquele espaço
de tempo há presunção de que aquela obrigação foi cumprida.
Em bom rigor estamos aqui a falar de executar o património de alguém, que
não deixa de ser um direito económico fundamental à luz do que dispõe o
artigo 62º da CRP + artigo 17º da CRP (os direitos económicos são direitos
fundamentais de natureza análoga). Executar o património a alguém é
restringir direitos fundamentais e económicos a esse cidadão. Nessa medida,
quem pode restringir direitos fundamentais? Apenas o juiz.

O agente de execução está obrigado ao estrito cumprimento da lei,


respeitando os limites da penhora em todas as circunstâncias.

Decidir sobre a realização de diligências, que em princípio competem ao AE,


por oficial de justiça, desde que as mesmas lhe sejam requeridas pelo
exequente ou pelo AE, como resulta do disposto no art. 722º/1/c)d); Proferir
despacho liminar, nos casos em que haja lugar a este, como se dispõe nos arts.
723º/1/a), 726º/1 e 734º/1; julgar e decidir sobre todos o incidentes de
natureza declarativa, como se dispõe nos arts. 723º/1/b), como sejam v.g., a
comunicabilidade da dívida ao cônjuge do executado, 726º/2 a 7/, 741º e
742º; nos casos de oposição à execução, como decorre do disposto nos arts.
728º a 734º e 856º; na oposição à penhora, como resulta do disposto nos
arts.784º, 785º e 786º; na reclamação e graduação de créditos, arts. 788º a
791º;

Processo ordinário: a secretaria envia logo para o juiz até porque essa
execução é precedida de despacho liminar de juiz. O mesmo acontece em
casos de procedimento cautelar.
O procedimento cautelar é sempre urgente (periculum in mora) e tem de
haver pelo menos um fumo de direito (fummus boni iuris) - mostrar com
alguma evidência que o direito existe, mas não é preciso prova exaustiva.

Quando é que há um incidente de natureza declarativa nas ações executivas?


Nas obrigações genéricas onde é necessário um excerto declaratório para
depois se decidir tornar a obrigação certa - artigos 352º a 360º do CPC

A oposição à execução é um ataque ao direito do exequente.


A oposição à penhora é um ataque aos bens penhorados.

Quem se pode ressarcir dos seus créditos na ação executiva? Para além das
partes que iniciaram a execução, outros credores que tenham garantia real ou
título executivo.

Quais são os direitos de garantia preferenciais? Quais as garantias reais que


prevalecem umas em relação às outras? Quem é que se vai ressarcir primeiro?
Artigos 735º e ss do CC.
Direito de retenção: a penhora de um automóvel do devedor; o automóvel
está na oficina. O trabalhador da oficina é obrigado a abrir mão do carro e a
entregá-lo à penhora? Sim

decidir sobre as reclamações de atos de impugnações de decisões do AE, art.


723º/1/c); determinar a entrega do original do título executivo que não tenha
sido junto ao requerimento executivo, quando a execução tenha por base um
título de crédito, art. 724º/5; decidir as reclamações de recusa de recebimento
do requerimento executivo, 725º/2; Proferir despacho de aperfeiçoamento
para que o exequente possa suprir irregularidades constantes no requerimento
executivo ou sanar eventuais faltas de pressupostos processuais, 726º/4
(remissão - art. 550º, Nº3) e 734º/1; proferir despacho de citação do
executado ou do seu cônjuge, 726º/6/7; Dispensar a citação prévia do
executado, 727º; determinar, em caso de penhora da casa de habitação do
executado, que a venda fique a aguardar pela decisão definitiva do recurso de
sentença, ou pela decisão a ser proferida em primeira instância sobre os
embargos de executado ou sobre a oposição à penhora, desde que aquela
venda possa causar prejuízo grave e dificilmente reparável, 704º/4, 733º/5 e
785º/4.
determinar a suspensão da execução em consequência do recebimento de
embargos de executado, 733º/1/b)c); aprecia e decida sobre o incidente de
substituição dos bens penhorados por outros que garantam igualmente os fins
da execução, 751º/5; suspender a execução em caso de registo provisório de
penhora de bem imóvel, quando tal suspensão lhe tenha sido requerida por
algum dos interessados, 755º/4; determinar o modo de exploração dos bens
penhorados em caso de desacordo entre executado e exequente, 760º/2;
decidir o incidente de ilisão da presunção de propriedade do executado em
caso de penhora de coisas móveis não sujeitas a registo, 764º/3;
decidir sobre o arresto de bens do fiel depositário, 771º/2; presidir à abertura
de propostas nos casos em que esteja em causa a adjudicação ou venda de
bem imóvel ou de estabelecimento comercial, 800º/3 e 820º/1; resolver, na
falta de acordo, na consignação de rendimentos, sobre a pretensão do
consignatário no sentido de proceder à resolução do contrato de locação ou à
venda de bens, 804º/4; julgar as reclamações em relação à decisão sobre a
modalidade de venda, 812º/7; decidir a requerimento das partes ou
oficiosamente, que a venda de bens imóveis tenha lugar no tribunal da
situação dos bens, 816º/3; designar o dia e hora para abertura das propostas
em caso de venda mediante propostas em carta fechada, 817º/1; determinar o
arresto de bens do proponente ou do preferente remisso, 825º/1/c);
determinar se as propostas de venda de estabelecimento comercial são
abertas na sua presença, 829º/2;

Muitas vezes uma execução para garantir a sua eficácia deve começar com um
arresto de bens. Depois este arresto converte-se em penhora com a data do
arresto.
decidir que a venda se realize por negociação particular, quando exista
urgência na venda, 832º/c); nomear o AE, como encarregado da venda por
negociação particular na falta de acordo de todos os credores ou oposição do
executado, 833º/2; decidir sobre as reclamações se existiram irregularidades
na venda em estabelecimento de leilões, 835º/1; julgar os pedidos de anulação
da venda e de pagamento de uma indemnização ao comprador, 838º/2;
determinar a suspensão da execução ou o diferimento da desocupação no caso
de bem imóvel arrendado para habitação, 863º/5, 864º/2; determinar a
demolição ou indemnização ao exequente em caso de violação de obrigação
de non facere, 876º e 877º;

A penhora da casa e a venda para ressarcir os créditos do seu titular não apaga
os direitos de preferência do locatário. O exequente só tem direito a ressarcir-
se dos seus créditos.

decidir em questões suscitadas pelo AE, pelas partes ou por terceiros


intervenientes, 723º/1/d) e 855º/2/b); adequar o valor da penhora de
vencimentos à situação económica e familiar do executado, 738º/6;
determinar o levantamento da penhora, na sequência de pedido de herdeiro
do devedor, 744º/3; autorizar o fracionamento do prédio penhorado, 759º/1;
autorizar a prática de atos que se afigurem indispensáveis à conservação do
direito de crédito penhorado, 773º/6; designar o administrador para a gestão
ordinária do estabelecimento comercial penhorado, 782º/2/3; autorizar a
venda antecipada de bens penhorados em caso de deterioração ou
depreciação ou quando haja vantagem na antecipação da venda, 814º/1;
aprovar as contas na execução para a prestação de facto, 871º/1.

20ÊdeÊabrilÊ

A ação declarativa para pagamento de quantia certa tem colada a si a


penhora. Subsidiariamente, recorre-se à tramitação da penhora para ressarcir-
se do crédito.

Conversão do arresto em penhora - artigo 762º


Qual o momento do processo em que ocorre a conversão do arresto em
penhora? Assim que entra o requerimento executivo. O arresto
(procedimento cautelar) é matéria de reserva do juiz. Para que o
procedimento cautelar possa ser procedente ou possa ser decretado é preciso
que exista um fumo do direito (fumus boni iuris) e provar que existe perigo da
demora de pôr o requerimento executivo de uma ação executiva sem mais,
porque o património pode ser dissipado.
O arresto já decreta a apreensão dos bens. Converte-se em penhora para
constituir o direito real de garantia preferencial.
A penhora vai ter a data do arresto que é anterior à entrada do tribunal do
próprio requerimento executivo.

Como decorre do disposto no art. 6º, ao juiz cabe o poder/dever de gestão


processual, mas para o exercício desse controlo é necessário que o juiz tenha
contacto com o processo, controlo esse que em termos práticos, nas atuais
condições processuais executivas, está, em grande parte, nos poderes de
exercício do AE, ou oficial de justiça em certos casos, pelo que impende sobre o
AE, o dever de informação, tal como se dispõe no art. 754º, cuja inobservância
é competência do juiz aferir e determinar o que for adequado, dado que nada
obsta, nas leis processuais, que o juiz possa interferir nos atos praticados pelo
AE, desde que o entenda necessário.

Princípio da preclusão - artigo 139º (tem que ver com os prazos).


Princípio da imediação - para o juiz decidir seja o que for sobre um processo
precisa de ter contacto com o processo, com a matéria e com as pessoas.
O grande princípio do direito civil é o princípio da liberdade - permite-se tudo
o que não seja proibido por lei.

O agente de execução é um agente privado, embora com funções de oficial de


justiça.

Apreciados, ainda que levemente, os requisitos formais da ação executiva, os


poderes e as competências das entidades intervenientes que a efetivam,
relembramos agora, com o pormenor possível, os requisitos substantivos da
execução. Dispõe o art. 713.º, do CPC., que a obrigação exequenda tem de ser
certa, exigível e líquida, exigências legais intrínsecas da obrigação a executar,
que ou resultam do próprio título, ou então que o seja possível por intermédio
de procedimentos declaratórios preliminares (enxertos de natureza declarativa
no processo da ação executiva), como decorre do previsto nos arts. 713.º a
716.º, do CPC.

Requisitos formais: título executivo.


Requisitos substantivos: qualidade da obrigação ser certa, exigível e líquida.
A unidade penhorada pode ser uma universalidade (um rebanho/uma
biblioteca).

Procedimentos/excertos declaratórios - é possível discutir o direito dentro


daquela execução sobre aquela questão, isto é, um incidente declaratório -
artigo 358º a 361º do CPC

Diante de determinado tipo de obrigações (artigos 714º e 715º) o título


comporta uma obrigação genérica ou condicionada - é preciso se verificar se a
condição se observa ou não e provar.
O que é que acontece a uma ação declarativa que precisa de patrocínio
judiciário e não está constituído? O juiz deve proferir um despacho de
aperfeiçoamento.
A falta de advogado do autor (constitui uma exceção dilatória) a consequência
é a absolvição do réu da instância.
Se a falta de advogado for do réu a consequência é que é dada como
confessada a matéria alegada pelo autor.
Uma exceção perentória é um ataque ao direito.
Uma exceção dilatória é um ataque à falta de um requisito processual.

Para o efeito vejamos então, v.g., a ideia conceptual de obrigação certa, o que
significa obrigação já determinada, sem condicionantes, ou seja, que já se
sabe o que é ou quanto é no caso concreto, sem equívocos (de certa) e que
reúne condições para a respetiva execução. Para que se perceba e para
distinguir, nas obrigações alternativas, art. 543.º/2, do C.Civ., que falta
escolher a quem esse direito couber, como a lei ou a vontade das partes o
determinar: ao executado, ou terceiro, como se prevê no art. 714.º/1/2, do
CPC, respetivamente, mas podendo também recair na pessoa do credor. Neste
caso esta escolha tem de ser alegada no requerimento executivo, sob pena de
recusa do RE., pelo AE., tal como decorre das disposições dos arts. 724.º/1/h),
e 725.º/1/c), do CPC.

O agente de execução pode recusar o requerimento executivo.

Na ação executiva, no que às partes principais (exequente e executado) diz


respeito, convém abordar e esclarecer a posição do cônjuge do executado,
desde que citado nos termos e para os efeitos do disposto nos arts.
786.º/1/a), e 787.º, do CPC., nos casos de terem sido penhorados bens ou
direitos sobre imóveis ou estabelecimento comercial que o executado não
possa livremente alienar (art. 1682-A, do C:Civ., ou quando citado nos termos
do art. 740.º/1, do CPC, aceite a comunicabilidade da dívida, como se prevê no
art. 741.º. Contudo, será apenas aceite como terceiro interessado, se não
aceitar a comunicabilidade da dívida, ou então tenha requerido a separação
de bens, como previsto nos arts. 740.º/1, e 741.º, do CPC.

O credor só tem direito a ressarcir-se daquela importância, não tem direito às


coisas em si, aos bens penhorados. Os familiares do executado têm o direito
de remissão - ficam com o bem e metem o valor do bem, desde que o
executado e o exequente estejam de acordo.
O direito de superfície e o usufruto são penhoráveis.

Nos casos em que a execução recaia sobre obrigação genérica, (e ressalvando


os casos de universalidades, art. 716.º/7, do CPC,), ou indeterminada, mas
determinável: aplicar-se-á também, por analogia o que se dispõe no art. 714.º,
do CPC., para que se determine e delimite a individualização ou concentração
do objeto da obrigação exequenda e da espécie em causa, tal como se prevê,
nos arts. 539.º, e 542.º, do C.Civ., ou em casos mais simples, como se prevê,
no art. 861.º/2, do CPC.

Qual é o valor que uma ação executiva pode ter? O valor que constar no título
executivo acrescido de eventuais juros de mora e juros compulsórios. Artigo
829º - A.

Juros compulsórios: 50% desses juros são para o Estado.

A penhora consiste na apreensão de bens para ficarem retidos e proceder-se à


venda para se ressarcir o credor.

O despacho liminar é em regra apresentado em processo ordinário.

O requerimento de injunção: é uma petição que entrou no tribunal cujo valor


não ultrapassa os 15.000€. O réu é citado e não contesta e se não contesta o
secretário do tribunal considera "bom para execução".

27ÊdeÊabril
CorreçãoÊdoÊTeste

1) A) Para Francisco garantir os seus créditos, pretendia-se um arresto, um


procedimento cautelar, artigo 391º do CPC. É necessário verificar-se se o
direito existe e se existe o perigo da demora.
O arresto de bens transforma-se na penhora, com a data do arresto pelo
artigo 762º do CPC.
Deve ser proposta uma ação executiva para pagamento de quantia certa,
artigo 10º, Nº6, primeira parte do CPC.
Os pressupostos processuais específicos estão nos artigo 53º e ss.
Quem tem legitimidade? O Francisco (credor), o Fábio (devedor) e a Ana
(avalista). Artigo 30º - tem legitimidade o autor para se ressarcir dos seus
prejuízos e tem legitimidade quem tem necessidade de se defender, o
réu.
Quanto ao patrocínio judiciário, o valor da causa é de 30.000€ acrescidos
juros de mora (artigo 296º, Nº2 do CPC), logo é necessário patrocínio
judiciário.
O título executivo determina o âmbito e o limite da ação executiva.
A obrigação tem de ser certa, exigível e líquida.
A forma de processo é ordinária, de acordo com o artigo 550, Nº2, al. D)
com interpretação extensiva ou ad contrario senso.
Artigo 117º, nº2 da LOSJ
B) O café é um estabelecimento comercial, mas só é impenhorável
qualquer elemento do estabelecimento comercial que inviabilize o seu
objeto; o estabelecimento em si é penhorável. Ana é avalista e, por isso, é
devedora. Daí que o café seja penhorável.
A renda do taxi (os 4.000€) pode ser penhorada. Tal como o taxi em si.
Artigo 601º do CC - pelo cumprimento da obrigação respondem todos os
bens do devedor suscetíveis de penhora + artigo 817º do CC -
Não sendo a obrigação voluntariamente cumprida, tem o credor o direito
de exigir judicialmente o seu cumprimento e de executar
o património do devedor.
Podem ainda ser penhorados outros bens dos devedores, que não sejam
impenhoráveis. Ana pode ver os seus bens penhorados pelo que dispõe o
artigo 32º da LULL.
Todas as despesas inerentes à execução são ressarcidas com os bens
penhorados do devedor.
C) situação de concurso de credores do artigo 788º do CPC. Desde que
esses terceiros tenham garantia real sobre os bens penhorados e título de
crédito + artigo 794º.
D) O cheque é um título de crédito - artigo 703º do CPC.
Artigo 28º, 29º, 40º, 45º e 52º da LURC - o cheque emitido tem de ser
apresentado a pagamento no prazo de 8 dias, no próprio país onde é
emitido. Se for no estrangeiro tem-se 20 dias. Se for noutro continente
tem-se 60 dias. Se não tiver provisão, o banco carimba o cheque como
"sem provisão" e a partir deste momento o cheque constitui crime de
emissão de cheque sem provisão, se for de um valor superior a 150€.
Há um prazo de 6 meses para ser apresentada a queixa crime, que se não
for apresentada prescreve o crime. Mas o cheque ainda é exequível
porque o cheque em si não prescreveu. E mesmo que esteja prescrito é
exequível se a outra parte não invocar a seu favor a prescrição.

2. Artigo 703º do CPC.


O título executivo é um documento escrito e subscrito do qual resulte
com clareza um crédito.
Os títulos podem ser judiciais ou extrajudiciais.
Falar das correntes filosóficas de Carnelutti e Liebman.

No que respeita à exigibilidade (vencida), temos num primeiro momento de


atender às obrigações condicionais suspensivas de facto e futuro incerto,
previstas nos arts. 270.º e sgts., do C.Civ.; as obrigações que dependam de
prestação de um facto pelo devedor ou por um terceiro, como as obrigações
sinalagmáticas, nos termos do art. 428.º, do C.Civ.; ou obrigações puras, que
para a sua exigência apenas seja necessário a interpelação, como se prevê no
art. 771.º/1, do C.Civ.; obrigações a prazo: que é exigível após aquele lapso de
tempo, art. 805.º/2/a), do C.Civ., ou os casos previstos no art. 777.º/2., do
C.Civ. (prazos a fixar pelo tribunal), etc.

Se o autor precisa de advogado e não o constitui, o que a lei determina é que


há a absolvição da instância do réu. A absolvição da instância significa que não
há apreciação do mérito da causa. Artigo 278º do CPC - remissão artigo 577º.
Uma exceção dilatória conduz à absolvição da instância.

Nas ações executivas de entrega de coisa certa e de prestação de facto, não é


próprio terem penhora. A penhora só existe para a ação executiva de
pagamento de quantia certa. Porém, a coisa desaparece e o beneficiário da
coisa que desapareceu tem património, é penhorável para ressarcir o valor da
coisa desaparecida - mas é sempre processo comum e para entrega de coisa, é
sempre o nº4 do artigo 550º do CPC.

Numa relação sinalagmática, quando uma das partes não cumpre, a outra
parte fica desobrigada do seu cumprimento também.

Tratando-se de obrigações para prestação de facto, o exequente deverá


requerer a fixação desse prazo, logo no requerimento inicial como decorre do
disposto nos arts. 874.º e 875.º, do CPC. Em alguns casos ver o disposto nos
arts. 1026.º e 1027.º, do CPC., para cujo exercício seja necessário, ou o
exequente o entenda, a fixação judicial do prazo antes de iniciar a execução,
quando se trate de execuções de determinada espécie, e, v.g., seja necessário
recorrer subsidiariamente a este normativo de processos especiais.

O divórcio é processo especial.

4ÊdeÊmaioÊ
O incumprimento de uma obrigação titulada é acrescida de juros, desde que
requeridos. Os tribunais não agem, reagem.

É o título executivo que nos dá o âmbito latitudinário da própria execução

Exemplo: alguém, através do comodato, empresta alguma coisa a alguém num


determinado prazo de tempo. Passou esse prazo e o comodatário não
entregou o bem ao comodante, qual é a consequência?
Há uma obrigação que não foi cumprida, para a entrega de um bem/coisa. A
coisa ainda existe, por isso, pede-se a entrega através da apreensão (se for
caso disso) da coisa.
Na entrega de coisa e de prestação de facto não está aqui subjacente qualquer
penhora. A penhora só faz sentido em termos substantivos para o pagamento
de quantia certa. O exequente só tem direito ao valor pecuniário.
Se a coisa desapareceu, então determinamos o valor económico da coisa e
requeremos a penhora dos bens para o cumprimento daquela obrigação,
daquele valor. A penhora de bens não se confunde com a penhora inerente à
ação executiva para pagamento de quantia certa, essa, naturalmente, está
subjacente a esta espécie de ação.

O título de crédito não precisa do reconhecimento de assinaturas.

Exemplo: empresto o carro a alguém durante um mês e passado 3 dias vejo o


carro mal estacionado e levo-o.
Há esbulho (procedimento cautelar comum) - artigo 377º do CPC pode haver
restituição provisória da posse. Remissão artigo 1278º do CC.

8ÊdeÊmaioÊ
QUESTÃO PRÁTICA
Por sentença judicial, proferida em 15 de abril de 2020, a seguradora "Peões
Seguros", na sequência de acidente de viação, foi condenada a pagar ao
Francisco a quantia de 120.000€, quantia já apurada e paga pela seguradora
logo após a sentença, e no mais que se vier a apurar em execução de sentença
até ao momento em que o Francisco estiver totalmente apto a regressar ao
trabalho.
O referido acidente ocorreu em 2017 e deixou o Francisco incapacitado para o
trabalho desde então e até ao presente momento.
Embora tenha havido esta condenação em liquidação de sentença a favor do
Francisco, a seguradora nunca mais quis saber e não pagou mais qualquer
quantia ao acidentado.
Em face da hipótese do texto imagine que o Francisco o conhece e sabe que é
finalista de Direito e quer saber o que pode fazer com a sentença e poder
satisfazer as sérias dificuldades económicas e familiares em que se encontra.
Diante esta situação e de acordo com os estudos feitos responda-lhe
detalhadamente e com todos os pormenores sobre as seguintes questões:
1) Classifique a espécie de título e o que pode Francisco fazer com aquela
decisão do tribunal.
Estamos perante um título executivo de espécie judicial quanto à sua
natureza, visto que estamos perante uma sentença. Englobam-se nos
títulos judiciais: as decisões ou sentenças condenatórias ou com
segmento condenatório exequível; as decisões dos julgados de paz, dos
tribunais arbitrais e as sentenças estrangeiras desde que revistas pela
Relação.
2) Diante da situação que se apresenta refira se há os requisitos necessários
para realizar os respetivos direitos e esclareça-o sobre qual o tribunal
onde pode agir e porquê.
O tribunal competente para a execução desta sentença é o tribunal onde
esta se proferiu - artigo 626º do CPC. Se houver instância executiva nessa
comarca, é essa a competente - o juiz do processo faz remessa para a
instância executivo e enviará o traslado (parte do processo que interessa
à execução).
A forma de processo é comum porque a execução é no próprio processo
que produziu a sentença, tramitado na forma sumária.
3) É necessário patrocínio judiciário? Qualquer ação que seja preciso discutir
direito exige patrocínio judiciário. - artigo 40º e 58º do CPC
4) Quem tem legitimidade para estar nesta ação? Artigo 30º do CPC - tem
legitimidade quem tem necessidade de defender o seu direito; tem
legitimidade quem pode defender-se do que é requerido contra si.
Quem aqui tem legitimidade é a companhia de seguros, o lesado e
eventualmente a entidade patronal (se fosse um acidente de trabalho).
5) Diante das urgentes necessidades do Francisco e o tempo de demora que
é expectável até à execução da sentença, a lei oferece-nos algum meio
que permite antecipar recebimentos de modo a fazer face às dificuldades
económicas que o exequente está a sofrer?
Arbitramento de reparação provisória (artigo 388º do CPC) - é um
procedimento cautelar. Tem de haver fumus boni iuris e periculum in
mora - não é preciso uma prova exaustiva mas é necessário alegar razões
que justifiquem o pedido. Há uma obrigação genérica que o tribunal
reconheceu e a companhia de seguros não a cumpriu na sua totalidade.
6) Imagine que a companhia de seguros com os bons advogados que tem
consegue provar que o Francisco estava bom. E que 5 dias antes de ter
alta foi à terra e foi apanhar azeitonas, de modo que se desequilibrou e
caiu. Ficou muito mal mas não foi do acidente que sofreu mas sim da
queda. O que é que acontece ao excerto declaratório? É improcedente.
Se ele já tivesse recebido 10.000€ o juiz oficiosamente ordena que
devolva o montante todo.
7) Depois de muita pesquisa chegou-se à conclusão que os únicos bens que
a seguradora possuía era um crédito sobre os seus segurados. O que se
impunha fazer e como?
Esses créditos são penhoráveis. Créditos são direitos. Como se processa a
penhora de créditos - artigo 773º e ss.
A penhora de créditos faz-se através de uma notificação ao devedor do
executado.
8) Imagine agora que apenas existia um bem imóvel que pertencia à
seguradora, mas verificou-se que sobre o mesmo impendia uma hipoteca
no valor aproximado a 50% do valor do total do prédio. Seria este
penhorável? Independentemente da resposta sim ou não, como agir face
ao titular da dita hipoteca?
Os direitos que impendem sobre determinados bens e os seguem sempre
são direitos de sequela - acompanham sempre o direito. Era preciso citar
o titular desse direito para o avisar que se iria penhorar o bem. Vamos
aceitar que este prédio era penhorado e era vendido, o artigo 824º do CC
diz que os bens vendidos na execução são livres de qualquer ónus. A
primeira coisa a retirar-se, a ficar na mesma penhorado, após a venda do
prédio era o valor da hipoteca. Primeiro satisfazia-se a garantia que
impendia sobre o prédio e depois o que sobrasse é que era para o
exequente. Artigos 786º e ss. - haveria a notificação/citação dessa pessoa
a avisar que o bem seria penhorado e vendido.

A penhora inibe, de algum modo, que o executado disponha dos bens. Ele
pode vender os bens, pode dispor deles, mas apenas dentro dos valores justos
de mercado. O exequente tem direito a ser ressarcido - ele próprio penhora
para vender o bem. Se o próprio titular vender o bem ainda melhor - tem-se
logo a liquidez. Agora, o resultado da venda fica na mesma situação que está o
bem: penhorado.

A seguradora tem uma obrigação genérica.

II. Discorra sobre a penhora e a sua importância na ação executiva.


A penhora é a apreensão judicial de bens, se for decretada pelo juiz. Se for
pelo agente de execução, é a apreensão de bens; se for pelo polícia é,
também, apreensão de bens. A penhora funciona como garantia dos créditos
do exequente. Artigos 738º e ss. do CPC.
A penhora depois de realizada e registada constitui um direito real de garantia
preferencial, por aquilo que se expõe no artigo 822º do CC. Isto significa que
esta pessoa tem melhor crédito que outros que registem posteriormente os
bens do executado.
Oposição à execução - opõe-se ao direito invocado pelo exequente.
Oposição à penhora - opõe-se ao modo como a penhora foi feita (excesso de
penhora.
A penhora é feita antes do executado ser citado.
Não basta garantir, em termos constitucionais, o direito à propriedade, é
preciso criar mecanismos que garantam a efetivação desse direito.

O que é que acontece a um documento prolixo? A uma petição ininteligível? É


classificada inepta e absolve-se o réu da instância (art. 278º do CPC).

No respeitante à liquidez naturalmente que, este requisito substantivo, se


prende com a delimitação do objeto da obrigação exequenda. Para o efeito
importa então observar a maior ou menor complexidade de meios, que a
prestação necessita, para se encontrar as adequadas e precisas tramitações
que objetivem, em termos quantitativos, a obrigação a prestar. Se a liquidez
da obrigação é determinável por simples cálculo aritmético, ou exige maior
formalidade que passa por exigir alegações declaratórias, que provem o
alegado e exista contraditório, tal como se verifica nas ações declarativas: no
primeiro caso recorre-se à aplicação de fatores de mero cálculo que de forma
simples determine o respetivo quantitativo, v.g., os juros vencidos de acordo
com a lei, como decorre do previsto no art.716.º/1/3, e 724.º/1/h); no segundo
caso é necessário recorrer aos meios processuais, enxerto declaratório, que
permita a prova dos danos que estão em ressarcimento e confirme os direitos
a executar. Ver casos aflorados nos arts. 704.º/6, 358.º/2, e 360.º/3 /4., sem
que ocorra o vício de inexequibilidade que determine o indeferimento liminar
imediato do requerimento executivo, art.726.º/2/b), do CPC.

O objeto da obrigação exequenda é o seu próprio conteúdo - o direito que


essa obrigação exequenda vincula.

Em regra, é penhorável 1/3 do ordenado, mas se os 2/3 impenhoráveis


ultrapassarem 3 ordenados mínimos nacionais, sem mais nenhuma questão a
observar, daí para a frente é tudo penhorável.
No entanto, uma coisa é o que a lei diz, outra é o modo como o juiz deve e
pode interpretar a lei em determinadas circunstâncias da vida. Imagine-se um
casal com 17 filhos - o juiz pode penhorar menos que 1/3 ou até mesmo
impedir a penhora até 1 ano. É admissível que as circunstâncias da vida exijam
uma gestão do processo com a resposta adequada para aquele efeito -
alteração das circunstâncias do artigo 437º do CC

Pessoas coletivas - é penhorável todo o seu património

Quando se trate de execução de decisão arbitral que condene em prestação


genérica, e cuja liquidação não dependa de simples cálculo aritmético, agir-se-
á de acordo com o previsto no art.85.º/3, ou então, proceder-se-á à sua
liquidação que deve ser requerida no âmbito da lei da arbitragem voluntária,
Lei nº 63/2011, de 14-12 , no próprio tribunal arbitral, que proferirá decisão
adicional, como previsto nos arts. 45.º/5, e 47.º/2, da referida Lei.

Nas execuções baseadas em títulos diferentes de decisão judicial, mesmo os


equiparados, o exequente terá de deduzir a liquidação logo no requerimento
executivo, alegando os factos pertinentes, sob a forma de articulação
obrigatória, tal como previsto nos arts. 147.º, e 716.º/1/4/5, e 724.º/1/h), do
CPC. Ora, nestes casos não basta pedir os montantes ou prejuízos que diz ter
sofrido, é necessário alegar factos que consubstanciem a espécie de danos
reclamados e os montantes pretendidos. Ver disposições dos arts. 704.º/6,
358.º/2, e 360.º/3/4., sob pena das consequências de indeferimento liminar
imediato previstas no 726.º/2/b), do CPC.

As exceções dilatórias são de conhecimento oficioso do juiz.

Pressupostos relativos às partes: desde logo a personalidade judiciária, tal


como se dispõe nos arts. 11º., a 14º., 27º., e 29º., do CPC, não como um
requisito específico mas como requisito geral. Existem múltiplas hipóteses que
podem ilustrar esta situação: no âmbito de condomínios na propriedade
horizontal, no respeitante à cobrança de receitas devidas pelos condóminos ao
condomínio, como se prevê no art. 1436º./d), do C.Civ., nº 1, do art., 1437º., o
Administrador pode propor ação executiva, contra qualquer condómino
incumpridor com as suas obrigações pecuniárias para com o condomínio.
Semelhantemente pode acontecer no âmbito da herança jacente, nas
situações previstas nos arts. 2047º., 2048º., 2089º., do C.Civ., etc.

Acima de tudo quando se verifiquem vícios que possam constituir exceções


dilatórias insupríveis, como as previstas no nº 5, do art 726º., do CPC., 734º.,
com as consequências previstas no art. 278º./1/c)/3, 577º./c), 578º., todos do
CPC. No que se refere à capacidade judiciária, em regra, esta coincide com a
capacidade jurídica de exercício, que é reconhecida a maiores de idade que
não sofram de qualquer incapacidade, art. 130º., do C.Civ. Sobre as
incapacidades judiciárias , afere-se pelas disposições dos arts. 27º./1, e 29º.,
do CPC., etc., etc.

Nas execuções por custas e multas, compete ao Ministério Público promover a


execução, como se dispõe no art. 57º. ,do CPC e atr. 35º. E seguintes do
Regulamento de Custas Processuais: D.L. nº 34/2008, de 26-2, alterado pela
Lei 7/2012, 13-2 . O patrocínio judiciário: em qualquer execução com valor
superior à alçada da 1ª Instância, o patrocínio é obrigatório, neste caso
podendo ser exercido também por advogado estagiário, como por solicitador,
como se dispõe no nº3 do art. 58º., do CPC. Porém nas ações de valor acima da
alçada da Relação, só Advogados podem exercer o patrocínio, como se dispõe
no art. 58º./1, 1ª parte. Assim como nas ações previstas nos números 1 e 2
desta mesma norma. É sempre necessário a constituição de advogado em sede
de recurso, art. 40º./1/c), do CPC.

Qual é o valor necessário da ação para existir recurso? 5.000,01€


5.000 porque é o valor da alçada da primeira instância.
Alçada significa que aquele tribunal pode decidir causas até àquele valor, sem
estar sujeito a recurso.
Tem de se verificar a sucumbência - montante em que a parte decaiu.

15ÊdeÊmaio
Os rendimentos mínimos de inserção, as pensões de alimentação, os subsídios
àquela situação de carência de uma pessoa, são impenhoráveis.
O frigorífico, o fogão, a cama onde se dorme - são impenhoráveis. Mas se for o
vendedor destes bens pode penhorá-los se não tiverem sido pagos pelo
executado.

O Ministério Público não é poder judiciário, é poder executivo.

Alçada - valor sobre o qual o tribunal pode decidir sem estar sujeito a recurso.
Valor da sucumbência - é o decaimento; a parte quantitativa em que o
recorrente não foi atendido.
Recursos - artigos 627º, 628º e 629º do CPC.
Os recursos extraordinários - depois do trânsito em julgado até 5 anos, e
tendo agido até 2 anos depois de ter conhecimento do facto.

No que respeita ao exequente, e como já atrás se disse, a instância inicia-se e


constitui-se com a apresentação em Tribunal do requerimento executivo e este
conta a partir da data da sua expedição eletrónica, como se prevê no art.
144º./1, ou então e melhor dizendo, enviado para o Tribunal, por qualquer um
dos meios, previstos nas alíneas do nº 7, deste mesmo artigo, que faça
remessa do correio com registo ou qualquer outro meio legalmente ali
previsto.

Ora, assim sendo a instância exequenda constitui-se no momento em que o


exequente, por qualquer meio que a lei prevê, dê entrada no tribunal do
requerimento executivo, art. 259º./1, do CPC, e em relação ao tribunal, art.
38º./1, da Lei 62/2013, de 26-8, desde que o requerimento reúna os requisitos
legais, para o efeito, previstos e exigidos, 724º./6, do mesmo diploma. Isto sem
prejuízo de todos os efeitos legais substantivos, v.g. caducidade e a
interrupção da prescrição, arts., 331º/1 e 323º./2, respetivamente, do C.Civ. A
não ser que tenha sido requerida a interrupção do prazo, por citação urgente,
como se prevê no art. 226º./4/f), e 561º., do CPC.

Pressupostos processuais - são aqueles sem os quais o juiz está impedido de


apreciar o mérito da causa.
Requisitos - alguns deles, mesmo não estando presentes, podem dar lugar a
um despacho que aperfeiçoamento. Não há inviabilização.

Interrupção da prescrição - deita-se todo o tempo que está para trás abaixo e
começa-se a contar de novo - artigo 323º, nº2 do CC
Suspensão da prescrição - conta todo o tempo que está para trás mas não se
conta mais dali para a frente.

Já no que respeita ao executado a instância só se torna eficaz a partir da


necessária citação, tal como se prevê no nº 2 do art. 259º., e 260º., do CPC.
Estes mecanismos que a lei apresenta para as execuções, justificam-se, dado a
lei não prever para esta espécie de ações, uma fase normal para o saneamento
no processo executivo, como acontece no processo declarativo, isto sem
prejuízo do previsto no art. 734º., do CPC., onde esse controlo pode ser feito
pelo juiz à posterior.

O controlo liminar da execução é feito pela Secretaria, tal como se dispõe no


art. 725º., do CPC., onde se prevê a existência de despacho liminar, nas
execuções que seguem a forma do processo ordinário, como as ações para a
entrega de coisa certa ou para a prestação de facto e mesmo para pagamento
de quantia certa em processo ordinário. Ver arts. 726º., e 551º./2, do CPC., e
sem prejuízo do previsto para os casos de oposição à execução, mencionados
nos arts. 856.º e 857.º, do CPC.

O mesmo se verifica no controlo doutras situações que a lei prevê, no art.


726º./2/4, e da alínea b) do nº.1, do art. 855º.,do CPC., onde o despacho
liminar só existirá a partir do requerimento feito pelo agente de execução ou
oficial de justiça, a solicitar a intervenção liminar do Juiz. Sendo esta uma
exceção, dado que a regra em processo sumário é em sentido oposto, ou seja,
não existe a intervenção liminar do Juiz, como resulta do disposto no art.
855º./1., do CPC.

A execução de um título de crédito no valor de 8.500€ em regra é processo


sumário. Porém, se o exequente alegar no requerimento executivo que o
cônjuge do executado é beneficiário daquela dívida, este processo já não é
sumário, é ordinário. Artigo 550º do CPC.

Na ação executiva, para além de outros atos, o requerimento dá início à


respetiva ação equivalendo este à petição inicial na ação declarativa. Porém, o
requerimento executivo obedece a formulário eletrónico, que se encontra
indicado no art. 2.º/1, da Portaria 282/2013, de 29/8, e acolhido nos arts.
132.º/1 e 725.º/1/a), transmitido eletronicamente ao Tribunal, assim como ao
agente de execução designado. Com o requerimento deve ser junto a cópia do
título que se executa, isto sem prejuízo de ter que se apresentar em tribunal o
original no prazo de 10 dias, desde que se trate de título de crédito, 724.º/5 e
outros comprovativos como o pagamento de taxas de justiça ou documentos
relativos a bens a penhorar, 724.º/4., do CPC.

Com o requerimento executivo inicia-se a execução em juízo e começa o


controlo por este e pela secretaria nos casos em que possa haver lugar a
despacho liminar, v.g., nos casos de suprimento de requisitos legais do próprio
requerimento executivo e mesmo dos pressupostos processuais, tal como estão
previstos nos arts. 724.º, 725.º, 726.º/2/a)b)/4/5., do CPC, com vista a validar
a instância executiva nos seus requisitos formais e substanciais , como se
prevê, nos arts. 713.º a 716.º, e 726.º/2/b)/ 4/5, do CPC.; a verificação da
validade da arbitragem, da decisão dada à execução, 725.º/2/d); dos casos
previstos no 726.º/2/c) /4, do CPC., etc.

Execução sumária - em regra, há despacho liminar.


Título executivo - requisito formal, é um pressuposto imprescindível. Nulla
executio sine titulo.

18ÊdeÊmaio
CasoÊPrático
Em início de 2018 sem quaisquer formalidades legais, o Eduardo e o Carlos,
celebraram um acordo entre amigos de longa data. O primeiro estava
desempregado há uns anos, desde 2016, razão pela qual estava numa situação
económica muito difícil o que preocupava o Carlos, que se encontrava numa
situação de muito conforto económico e até com alguma dificuldade de
potenciar o seu dinheiro disponível, dado os juros dos bancos serem pouco
atrativos. Carlos começou a incentivar o Eduardo, que considerava um bom
profissional, a investir numa pastelaria/café na zona de Torres Vedras, onde
viviam, e considerava um bom estabelecimento e num local perfeito. O Carlos
sabia que o Eduardo não dispunha de dinheiro para o referido trespasse e
prontificou-se a emprestar-lhe num montante de 60.000€, com juros anuais
de 5%, por dois anos. Como sabia que o Eduardo tinha a necessidade de um
veículo para a rotina do estabelecimento, disponibilizou-se a emprestar-lhe,
também, a sua carrinha Mercedes durante 6 meses, que naquela altura valia
20.000€. O Eduardo ficou muito contente e aceitou a sugestão do amigo e
fecharam o acordo por documento escrito assinado por ambos. O Eduardo
iniciou o seu negócio com enorme sucesso.
De tal modo que passados 8 meses abriu um bar na praia de Santa Cruz,
contudo não entregou a carrinha ao fim dos 6 meses. Nem em março de 2020,
passados os 2 anos, cumpriu com o que combinaram, então Carlos
confrontou-o e disse-lhe que precisava do dinheiro e deu-lhe um prazo de 15
dias. No final do referido prazo, o Eduardo visitou o Carlos e disse-lhe que
naquele momento não lhe poderia pagar os 66.000€, nem lhe poderia
entregar a carrinha por ainda precisar dela, tanto mais que agora tinha dois
estabelecimentos para abastecer.
Em face da situação, os amigos discutiram e o Eduardo nervoso mediu mal as
distâncias e com a carrinha destruiu o portão e parte do muro da entrada da
casa do Carlos, abandonou o local e não mais assumiu quaisquer das suas
obrigações.
Em julho de 2020, o Carlos propôs uma ação de condenação no valor de
66.000€ e na devolução da carrinha, contra o Eduardo, onde pedia que este
fosse obrigado ao cumprimento do que se tinha obrigado e a custear o arranjo
do portão e do muro que tinha destruído. O Eduardo foi citado e não
contestou, pelo que o Tribunal de Loures proferiu sentença em finais de março
de 2021, em que condenou o Eduardo ao pagamento de 60.000€ do
empréstimo, na entrega da carrinha no valor de 20.000€ e a restaurar o
portão e o referido muro ao Carlos, no valor de 3.900€, de acordo com o
orçamento apresentado pelo autor e com a respetiva avaliação do perito
como constava nos autos.
Entretanto o Carlos soube que o Eduardo teve um despiste e do acidente a
carrinha ficou totalmente destruída.
Em face do texto e com base na lei responda às seguintes questões:
1) Esteve bem o juiz em condenar em 60.000€ quando foi peticionado
66.000€ e não houve contestação?
Estamos perante um contrato de mútuo do artigo 1142º do CC.
Até 25.000€ pode ser por escrito. A partir deste valor tem de ser ou por
escritura pública ou por documento autenticado - artigo 1143º do CC.
O contrato de mútuo tem forma. A exigência de forma é de
conhecimento oficioso. A consequência de um negócio jurídico que não
respeitou a forma é a sua nulidade. A nulidade não produz efeitos,
portanto os juros que eles tinham combinado não existem.
2) Explique como deve ser requerida a execução desta sentença.
Esta sentença é executada no próprio processo. A forma de processo é
comum, nº4 do art. 550º do CPC. Quanto aos 60.000€ é uma ação
executiva para pagamento de quantia certa; quanto à carrinha é uma
ação executiva para entrega de coisa (convolável no seu valor, visto que a
carrinha já não existia); quanto ao portão e ao muro é uma ação
executiva para prestação de facto positivo - artigo 10º do CPC. Há
tramitação de processo sumário, quanto ao pagamento de quantia certa.
Artigos 626º e ss. do CPC
Esta execução estava sujeita a despacho de citação prévia? Sim, porque se
discute direito, há que fazer prova do que constava do excerto declaratório.
Podíamos também requerer apenas, num primeiro momento a ação executiva
para pagamento de quantia certa e depois, à parte pedirmos as outras duas
ações.
A ação vai para o tribunal de Loures por ser competente instância central,
visto que o valor da ação é de 66.000€.
3) Não se encontrando outros bens ao executado, foi nomeado à penhora
os dois estabelecimentos que constam no texto, será possível esta
penhora?
Sim, é possível penhorar estabelecimentos comerciais - artigo 782º do
CPC.
4) Qual o tribunal competente?
Artigos 117º, 129º e 130º da LOSJ. É competente a instância executiva
central do Tribunal de Loures. O requerimento é posto no processo e o
juiz do processo faz remessa do traslado para o tribunal de execução de
Loures.
5) Designado o agente de execução, este recusou a designação. Poderá ou
não recusar?
Pode. Artigo 720º, nº8
6) Imagine agora, que o Eduardo foi notificado para pagar ou opor-se à
execução e contestou o valor da carrinha, alegando que o valor de
mercado era apenas de 17.900€ e que tinha feito arranjos no valor de
8.000€, juntando os documentos destas despesas. Como deveria o juiz
decidir acerca destas alegações?
Visto que o Eduardo não contestou a petição inicial, caiu numa situação
de revelia operante e um dos efeitos da revelia operante é a confirmação
dos factos alegados pelo autor. Agora, Eduardo já não pode vir contestar
o que já ficou comprovado em sede da ação declarativa. Ele vem alegar
algo que já transitou em julgado, devia tê-lo feito na ação declarativa -
princípio da preclusão.
7) Discorra sobre a consistência da penhora e não se esqueça de referir que
tipo de garantia a mesma confere.
É uma garantia real preferencial, prevista no artigo 822º do CC, em
relação a outros credores que venham posteriormente a quererem
ressarcir-se.
O empréstimo da carrinha era um contrato de comodato.

Como se refere atrás o requerimento executivo é a peça fundamental para se


requerer a execução, razão pela qual surge, com bastante minúcia, regulado
nas disposições do art. 724º, pelo que se deve dedicar particular atenção aos
requisitos ali exigidos para que o mesmo seja aceite, desde logo pela
secretaria. É desde logo conveniente a identificação das partes, a respetiva
identificação fiscal, quando possível as profissões e locais de trabalho, etc., no
sentido de se facilitar as diligências de busca e localização dos bens e ou
direitos penhoráveis. Tenha-se em conta que pelas referências identitárias
facilita-se o acesso a informações fiscais, à segurança social, conservatórias de
registos, que podem servir de base à informação necessária para se agir na
execução sem equívocos.

A indicação do mandatário judicial, quando obrigatório, nos termos previstos


no art. 58º; designar o AE, 720º/1, ou oficial de justiça, 722º/1/c)e) f); indicar o
fim da execução, art. 10º/6, execução quanto ao fim; forma de processo, arts.
550º, e 551º.; exposição, o mais possível sucinta, dos factos que fundamentem
o pedido, caso não constem do título, (especialmente no caso de título de
crédito prescrito) art. 703º/1/c) e nos casos em que se pretenda demonstrar a
comunicabilidade da dívida constante do título ao outro cônjuge, mas apenas
assinado só por um deles, art. 741º/1 ; formular o pedido, arts. 554º, a 557º.;
declarar o valor da causa, arts. 296º, a 310º.; liquidar a obrigação consoante
os casos, art. 716º/1; escolher a obrigação desde que tenha esse direito, arts.
549º, do Cciv., e 714º/3; alegar a verificação da condição suspensiva, quando
for o caso e nas situações em que a obrigação dependa da realização ou
oferecimento da prestação de que dependa a exigibilidade do crédito,
provando-se o facto, art. 715º..

22ÊdeÊmaio

Artigo 550º, nº3 aplica-se a todos os títulos executivos, desde que esse título
executivo contenha essa exceção.
Conjugar o artigo 550º, nº3 com o artigo 626º.

A falta de um pressuposto processual pode conduzir à interrupção ou extinção


da execução, ou até a um despacho de aperfeiçoamento.
Requerer-se a dispensa de citação prévia do executado com fundamento em
receio de perda da garantia patrimonial do crédito, art. 727º/1/2/; indicar um
número de identificação bancária, para efeitos de pagamento dos valores que,
no caso, sejam devidos. Quando no requerimento forem indicados bens à
penhora, art. 724º/2, devem ser fornecidos os elementos e documentos de que
se disponha, que possam facilitar a exata identificação, especificação e
localização dos mesmos, para se poder aceder aos registos se for o caso; se
forem indicados à penhora créditos do executado, sobre um terceiro, art. 773º,
se possível indicar a identidade do devedor e o montante em dívida, data do
vencimento, etc. É fundamental que o requerimento seja acompanhado do
título executivo (original ou cópia), assim como todos os restantes requisitos
elencados no art. 724º., sob pena , por último da extinção da execução, como
decorre do disposto no art. 849º/1/f); Nunca esquecer de juntar o
comprovativo do pagamento da taxa de justiça devida ou o comprovativo de
apoio judiciário, art. 145º.

No processo ordinário é sempre possível requerer o despacho do


decretamento da penhora sem citação prévia. Se estivermos a requerer uma
execução no âmbito do 626º, o executado já é parte, se já é parte não faz
sentido falar-se em citação mas sim em notificação.

A admissão do requerimento executivo fica dependente da verificação dos


requisitos exigidos, especialmente do que se dispõe no 724º/6, no que respeita
ao pagamento dos honorários iniciais, a título de provisão, do AE, no caso de
não beneficiar de proteção jurídica de atribuição de AE, como exceção ao
regime geral estabelecido no art.259º/1. O requerimento executivo pode ser
recusado de forma fundamentada numa das hipóteses previstas no art 725º/1,
pela secretaria no prazo de 10 dias, a contar da distribuição, como se dispõe
no art.203º; pode também ser recusado pelo AE, ou este requerer a
intervenção do juiz como se prevê no art. 723º1/d), quando preveja quaisquer
das situações elencadas no art. 726º/2 a 4/, que possam dar lugar a
indeferimento liminar total ou parcial ou então a um despacho que convide ao
aperfeiçoamento do requerido, ou mesmo qualquer outra situação das
previstas no art. 550º/2/3, etc.

Critérios da penhora - artigo 751º do CPC


O cheque emitido é incondicional. Não há condições para ser cheque. Se é um
cheque sob condução deixou de ser cheque, assim passa a ser uma promessa
de pagamento.
O cheque deve ser apresentado ao banco no prazo de 8 dias. Se não tiver
provisão e o banco carimbar "sem provisão", constituiu a partir desse
momento um crime de emissão de cheque sem provisão. O crime depende de
queixa e essa queixa tem de ser apresentada num prazo de 6 meses, caso
contrário prescreve o crime. No entanto, passa a ser um documento exequível
como mero quirógrafo, ao fim desses 6 meses. A este é necessário juntar o
negócio subjacente, a razão de ser da existência daquele cheque. Ele funciona
não só como título executivo, como meio de prova - não houve cumprimento
daquele obrigação.
Os cheques pré datados são uma promessa de pagamento, não são um
cheque.

Na execução, embora com ligeiras diferenças de outras situações processuais


declarativas, não pode deixar de se garantir o contraditório ao executado
através dos respetivos embargos de executado, como decorre do previsto nos
arts. 726.º/6/7, e 728.º e ss., do CPC.
O requerimento executivo pode ser recebido ou recusado pela secretaria, como
se prevê nas disposições do art. 725.º, do CPC.
O requerimento executivo pode estar sujeito a despacho liminar de citação do
executado e do respetivo cônjuge, quando houver alegação da
comunicabilidade da dívida, art. 726.º/6/7.

Artigo 817º do CC - quando o obrigado não cumpre com uma prestação, o


credor automaticamente está autorizado a agredir o património penhorável
do devedor.
O avalista é devedor - artigo 512º e ss. do CC.

Nos casos em que possa haver indeferimento liminar imediato, parcial ou total,
726.º/2/3; ou então despacho de aperfeiçoamento, para suprir irregularidades
ou sanar a falta de pressupostos processuais, arts. 6.º/2, e 726.º/4; para
indeferimento liminar mediato ou diferido, art. 726.º/5.
Outros casos de despacho de citação do executado prévia à penhora e do
respetivo cônjuge, quando requerida pelo exequente com fundamento na
comunicabilidade da dívida, para pagar ou se opor à execução, como decorre
do disposto no art. 726.º/6/7, do CPC.

A citação é efetuada pelo agente de execução nos casos previstos nos arts.,
719.º/1/3, parte final, e 726.º/8, do CPC.
Em face da citação, tanto o executado como o respetivo cônjuge podem opor-
se mediante embargos de executado, nos termos previstos nos arts. 728.º a
733.º do CPC., que corre por apenso à execução e tem natureza declarativa
podendo ou não ter efeitos suspensivos, de acordo com o previsto no art.
733.º/1. O executado pode opor-se à execução por embargos nos termos e
com os fundamentos previstos no art. 728º, no prazo de 20 dias, a contar da
citação., quando a execução tenha por base uma sentença, decisão arbitral,
pode-se opor com base nos fundamento previstos no art. 729º, 730º, e no art.
48º, da LAV, respetivamente; a oposição à execução com base noutro título,
consta nas previsões do art. 731º. Os embargos após o seu oferecimento vão
ser tidos em conta e aferidos pelo juiz, em conformidade com as disposições
dos arts. 732º a 734º.
Ultrapassada a primeira fase entra-se na fase da penhora, que surge regulada
nos termos previstos nos arts. 735º a 747º, e tramitada nos termos previstos
nos arts. 748.º, a 785.º, do CPC. Com a penhora visa-se delimitar os bens
penhoráveis do executado ou devedor para a respetiva apreensão enquanto
garantia dos créditos incumpridos: tal como se prevê nos arts. 755.º, para bens
imóveis, 764.º a 767.º, móveis, não sujeitos a registo; 768.º, para móveis
sujeitos a registo; 773.º, direitos de crédito; 774.º títulos de crédito; 778.º,
direito ou expetativas de aquisição; 779.º, rendas ,abonos, vencimento e
salários; 780.º, depósitos bancários e outros valores mobiliários; 781.º, direitos
sobre bens indivisos ou direitos patrimoniais emergentes da propriedade
intelectual e quotas de sociedades, etc.; 782.º, estabelecimento comercial, etc.

Presunção - partir de factos conhecidos para concluir factos desconhecidos.

De um modo mais apreensível poder-se-á dizer que a penhora se resume à


prática de um conjunto de atos legítimos, previstos e regulados nos arts. 735º
e seguintes, com o que se visa a satisfação da obrigação incumprida nos
termos previstos no art. 817º, do Cciv. Nesta perspetiva é pela
operacionalidade do referido conjunto de atos que se consubstanciam na
apreensão de bens do executado, retirando-lhe a disponibilidade jurídica e
material dos bens apreendidos, no sentido e com o fundamento de,
atempadamente, garantir a permanência do património necessário que possa
sustentar os créditos do exequente, que assim se podem efetivar com o
resultado conseguido com a venda desses bens, ou então, pela respetiva
adjudicação dos mesmos ao exequente como se prevê no art. 826º, do C.civ.
Esta ideia pode ser firmada pelo que se dispõe no art. 601º, do C.Civ., onde é
referido que pelo incumprimento da obrigação responde todo o património ou
direitos do devedor (…) desde que penhoráveis. O que significa que os direitos
dos credores se esgotam no património disponível do devedor.

A penhora consiste na apreensão judicial de bens; se for o agente de execução


consiste na apreensão de bens. A apreensão não tira a propriedade.
Eventualmente, poderá desapossar (tirar a posse). O executado pode dispor
do bem, só que o resultado da venda fica na mesma circunstância que estava
o bem vendido de que se dispôs - penhorado.

25ÊdeÊmaioÊ

A penhora é o meio garantístico dos créditos do exequente, que consiste na


apreensão dos bens e pode ser judicial ou não. A partir do momento em que
fica penhorado o bem é registada a penhora e constitui-se um direito real de
garantia preferencial - preferencial em relação a outros credores que não têm
melhor crédito sobre os bens penhorados.
Artigos 819º a 822º do CC.
Sobre um bem podem recair outros direitos preferenciais que não o que se
exerce sobre o bem do executado, por exemplo: o locado - direito de
preferência que o inquilino tem sobre a compra do bem imóvel.
O credor só tem direito a ser ressarcido em termos pecuniários.
Penhorar não é tirar a propriedade. Às vezes nem sequer é tirar a posse.
O dono pode continuar a dispor do bem, vendê-lo, por exemplo. O resultado
dessa venda fica nas mesmas circunstâncias em que o bem vendido estava. Se
esse bem desaparecer ele é responsável por isso - crime de desobediência ao
tribunal. O dono pode dispor do bem mas nunca pode fazer desaparecer o
bem e o seu valor.
Não é possível penhorar um bem qualquer num estabelecimento comercial
que diminua o seu valor de mercado.
O dono do bem penhorado tem de avisar o tribunal que quer dispor do bem e
faz um requerimento e vende o bem. Não pode fazê-lo livremente.
O direito do exequente não é o direito ao bem é o direito a ser ressarcido.
Os direitos de crédito esgotam-se no património penhorável do devedor.

Os bens penhorados são entregues a um fiel depositário, que fica encarregue


da sua conservação e administração, como decorre do previsto nos arts. 760.º
do CPC, com referência ao art. 1187.º, do CCiv.; quando se trata de penhora de
direitos, entrega ou depósito da prestação devida, art. 777.º ,do CPC., e quanto
a atos conservatórios, art. 773.º/6, do CPC.
A penhora confere direitos reais de garantia, de acordo com o que se
estabelece nos arts. 819.º, a 822.º, do C.Civ. A penhora permite individualizar e
apreender bens e compreende alguns atos que a lei não dispensa , antes pelo
contrário exige: diligências prévias ao AE nos termos previstos na art. 748.º.
Impõe-se que localize e identifique os bens penhoráveis, de acordo e no
respeito pelo preceituado nos arts. 749º, e 750.º, do CPC., sendo levada a cabo
nos termos previstos nos arts. 751.º ,a 753.º; no que respeita a imóveis, 755.º,
a 763.º; móveis, 764.º, a 772.º; no que respeita a direitos, 773.º, a 783.º.,
todos do CPC.

O agente de execução não sendo jurista, tem funções de auxiliar de justiça,


não está dispensado de cumprir a lei.

Se houver esbulho violento a restituição provisória da posse que o juiz


decreta, fá-lo como sanção contra o esbulhador. Aplica-se aqui o
procedimento cautelar específico. Mas se for a restituição da posse em que
não houve violência, apenas esbulho, já não estamos perante um
procedimento cautelar especificado, mas sim um procedimento cautelar
comum. Só é específico se for esbulho violento.

A penhora é impugnável por meio do incidente de oposição à penhora, que


corre por apenso à execução, com os fundamentos em violação de regras da
impenhorabilidade ou em extensão excessiva, previstas no art. 784.º , e por
violar o previsto no art. 785.º; por reclamação nos próprios autos da execução,
no prazo de 10 dias, com base em violação no disposto nas normas dos arts.
149.º, 195.º, 197.º, 199.º, e 201.º; por protesto, previsto no art. 764.º/3,
perante o juiz, tanto pelo executado como por terceiro, com os fundamentos
previstos, para embargos de terceiros, nos arts. 342.º, a 350.º, e observadas as
cautelas referidas nos arts. 840.º, e 841.º, do CPC, para os casos da ação de
reivindicação autónoma, nos termos do 1311.º, e nos casos de penhoras de
bens de herança indivisa de qualquer herdeiro, como se prevê nos arts. 2075.º,
a 2078.º, todos do CCIV.

Verificada a penhora segue-se a fase do concurso de credores a que se refere o


art. 786.º, /1/b)/2/3/4/7/9, do CPC, (não se verificando citação edital para
credores desconhecidos) com o que se visa citar os credores que disponham de
direito real de garantia, registado ou conhecido, sobre os bens penhorados,
para que querendo reclamem os seus créditos no momento da respetiva
venda, dado esta fazer caducar tais direitos, dado que a venda executiva
transmite o bem ao novo adquirente livre de quaisquer garantias que os
oneravam, tal como decorre do preceituado do art. 824º/2, do C.Civ.

A prevista convocação de credores e a respetiva reclamação de créditos abre


espaço ao procedimento declarativo contraditório, tal como se prevê nos arts.
788.º a 791.º do CPC., que é autuado em apenso único ao processo de
execução, no sentido de demonstrar os direitos aos créditos graduados e
reclamados e desde que se respeite a consignação de rendimentos, quando
pedida pelo exequente e deferida na sequência da penhora, como decorre do
previsto no art.796.º/1, do CPC.

Logo que termine o prazo para a reclamação de créditos segue-se,


imediatamente, a fase de pagamento, prevista nos arts. 795.º a 845.º, do CPC.,
com o que se visa a satisfação coerciva do direito do exequente e os restantes
direitos graduados, com o resultado da venda, ou então com a adjudicação
dos bens penhorados. Isto quando não tenha sido concedida a consignação
dos rendimentos desde que requerida e atendida, caso em que se verificam os
efeitos previstos no art. 796.º/1, sem prejuízo para os outros credores, nos
termos previstos na art. 850.º/2, do CPC.

Quem registou primeiro tem melhor direito.

Os sócios das pessoas em nome coletivo respondem com 3 responsabilidades:


Responsabilidade ilimitada - responde todo o seu património penhorável pelas
dívidas da sociedade;
Responsabilidade subsidiária - primeiro escuta-se todo o património da
sociedade e só depois, subsidiariamente, responde o património dos sócios.
Responsabilidade solidária - responde pela dívida o sócio que tem mais
património.
Importa ainda referir que desde que tenha havido oposição à execução, e que
esta deva prosseguir, nenhum credor pode ser ressarcido dos seus direitos de
crédito enquanto a decisão não chegue ao fim, a menos que esse credor preste
caução, por força do disposto no nº 4, do art. 733.º. O pagamento, como se
dispõe no art. 795.º, pode consistir na entrega de dinheiro, 798.º; na
adjudicação de bens penhorados ao exequente ou a outro credor reclamante
(como já acima se referiu) 799.º, a 802.º; a consignação judicial de
rendimentos dos bens imóveis ou móveis sujeitos a registo penhorados, arts.
803.º, a 805º; pagamento em prestações, arts. 806.º a 809.º; ou outras
situações legais, mais raras, previstas no art. 810º.

Se a oposição à execução for procedente põe termo à execução. Se o credor já


foi ressarcido tem de devolver tudo e eventualmente com juros ao executado.

A venda executiva está prevista nos arts.811.º a 845.º, do CPC, e com as


devidas adaptações está sujeita ao regime jurídico da compra e venda previsto
no art. 874,´º e sgts. do C.Civ. A venda executiva pode ser efetuada em
diversas modalidades, art. 811º: proposta em carta fechada, 816.º a 829.º;
venda em mercados regulamentados, 830.º, do CPC; venda direta 831.º, venda
por negociação particular, 832.º e 833.º; venda em estabelecimento de leilão,
834.º e 835.º; venda em depósito público ou equiparado, 836.º; venda em
leilão eletrónico, 837º; no caso de existir um direito legal de preferência que
goze de eficácia real, os respetivos titulares devem ser notificados, do dia, hora
e local para a abertura da proposta, para exercerem o direito, de preferência
se assim o entenderem, 819º/1.

O direito de preferência não é só aquele que resulta da lei, também pode


resultar de contrato.

Existem várias situações em que a venda executiva pode ficar sem efeito, como
decorre das disposições dos arts. 838º e 839º/1/a), nos casos em que a
sentença possa ser revogada ou anulada e tenha servido de título executivo à
respetiva execução; a oposição à execução ou a oposição à penhora forem
julgadas procedentes. Esta situação pode ocorrer de uma execução de
sentença em recurso com efeito meramente devolutivo e o exequente opte por
executar a sentença e posteriormente o tribunal de recurso anulou a sentença
que foi executada art. 704º/1; o mesmo pode suceder nos casos do art.
839º/1/b), no caso de ter havido falta de citação do executado e o mesmo ter
sido considerado revel e essa revelia seja considerada absoluta ou a citação ter
sido anulada.

29ÊdeÊmaioÊ
A execução da prestação de facto e de entrega de coisa, à partida, pela sua
natureza, não tem penhora. Mas quando é convertível no seu valor
pecuniário, já existe penhora dos bens para o ressarcimento do prejuízo em
causa.
Quando se trata de uma execução no âmbito do artigo 626º do CPC, de uma
sentença, não existe citação, há notificação.

A execução extingue-se nos termos previstos nos arts. 846.º a 851.º, podendo
ser coerciva, voluntária, 849.º/1/b) a); extrajudicial e de remissão, 863.º a
867.º, do CCiv.; ou renúncia do direito por parte do exequente, 849.º/1/f); pela
adjudicação de quantias vincendas, 779.º/4/b) e 849.º/1/d), nos casos de
penhora de rendas, abonos, salários; na sequência de desistências do pedido
ou da instância por parte do exequente, art. 277.º/d), e 848º; por transação
judicial ou extrajudicial, arts. 1248.º a 1250.º, do Cciv., e 277.º/d), quando se
traduza em novação objetiva ou subjetiva da obrigação exequenda, arts.
857.º, a 862.º, do Cciv., por inutilidade ou impossibilidade superveniente da
execução, arts. 277.º/e), 748.º/3, 750.º/2, 799.º/6, 855.º/4, 849,º/1/c), nos
casos de sustação integral da execução, em virtude de pluralidade de
execuções sobre o mesmo bem, art. 794.º/4 e 849.º/1/e); etc. ver atrs.
277.º/c), 281.º/1/4; 732.º/4, 734º.

Novação - negociar uma dívida através de outro modo de pagamento.

Artigo 817º do C.C.: se não se cumpriu com uma obrigação a que se estava
adstrito tem o credor o direito de agredir o património do devedor.

A extinção da execução é notificada pelo AE, ao exequente, ao executado,


apenas quando tenha sido pessoalmente citado, assim como aos credores
reclamantes, 849.º/2, tendo que comunicar por via eletrónica ao tribunal, sem
qualquer intervenção judicial ou da secretaria, como decorre do art.849.º/3, a
instância pode ser renovada nos termos previstos no art. 850.º, v.g., na
prestação de alimentos, ou outros casos de prestações vincendas, 850.º/1/2/5,
para as situações em que se execute uma sentença que condenou o devedor
nas referidas prestações e as circunstâncias que levaram à extinção alteraram-
se e justificam agora a sua renovação.

Os credores reclamantes não são ab initio parte da execução, vieram à


posteriori à execução. Depois da penhora há convocação de credores quando
existam direitos reais sobre bens penhorados.

Pergunta para teste: distinga os poderes do agente de execução, da secretaria


e do juiz no âmbito da ação executiva.

Há processos de jurisdição voluntária - nunca transitam em julgado. Estão


sempre sujeitos à alteração das circunstâncias.
A execução para pagamento de quantia certa na forma sumária segue, em
tudo, a tramitação da forma ordinária exceto a dispensa legal de despacho
liminar e de citação do executado prévia à penhora, como decorre do previsto
no art. 855.º/1/3, do CPC., cabendo o poder de controlo dos requisitos formais
do requerimento executivo ao AE, podendo aceitá-lo ou recusá-lo
liminarmente, desde que se verifiquem os fundamentos do art. 725.º, aplicável
por força do disposto no art.855.º/2/a), do CPC., ou então suscitar a
intervenção do juiz, como se prevê no art. 855.º/2/b), do CPC., nas situações
em que se lhe configurem a falta de pressupostos processuais dos arts.
726.º/2/4, ou outras do 855.º/5, 550.º/2/d), do CPC, se estiver em causa
penhora de bens imóveis, estabelecimento comercial, etc., casos em que tem
de haver citação prévia do executado à penhora, ou só o juiz a possa
dispensar, arts. 722.º/1/c), 726.º/2/4, 855.º/5, do CPC.

No processo sumário a execução está sempre dependente de despacho prévio


do juiz para que a pessoa pague ou nomeie bens à penhora ou ainda, para a
pessoa contestar.
O requerimento executivo entra na secretaria, em regra o exequente pode
nomear/indicar o agente de execução no requerimento.
Sempre que o agente de execução tenha dúvidas pode colocá-las ao juiz.

Há processos ordinários em que pelas circunstâncias, o exequente pode


requerer que a penhora seja feita antes da citação.

Não havendo lugar a despacho liminar, feita a penhora, o executado é citado,


no próprio ato da penhora, quando esteja presente e caso não esteja, nos 5
dias seguintes, para deduzir embargos de executado ou oposição à penhora,
no prazo de 20 dias, como se prevê no art. 856.º/1/2, do CPC. O executado
pode opor-se, cumulando a oposição à penhora e à execução, nos embargos
de executado, nos termos do art. 856.º/3, do CPC. No caso de querer apenas
opor-se à penhora deduzirá o incidente no prazo de 20 dias, por apenso à
execução, nos termos do disposto no art. 785.º/2/6/, ex vi., do art.856.º/4, do
CPC.

Processo executivo para entrega de coisa certa que segue sempre forma única,
art. 550º/4, regulado nos arts. 859.º a 867.º, do CPC. E consiste na fase
introdutória, 859.º e 860.º, e fase da entrega, 861.º a 865.º, do CPC., quando
a coisa já não exista, verifica-se a conversão da entrega de coisa para a
execução para pagamento de quantia certa, art. 867.º do CPC., pelo incidente
de liquidação, 358.º, 360.º e 716.º, do CPC., seguindo-se as fases da penhora e
de todo o resto da tramitação para o pagamento de quantia certa, 867.º/2, do
CPC.

Títulos judiciais ou equiparados - regra: processo sumário.


Títulos extrajudiciais - regra: até 10.000€ processo sumário, daí para a frente
processo ordinário.

Consumada a entrega da coisa a execução extingue-se e passa-se à verificação


e determinação das respetivas custas processuais que não sendo
voluntariamente pagas proceder-se-á à execução por custas, a instaurar por
apenso ao processo principal, nos termos previstos nos arts. 35.º e 36.º ,do
respetivo regime, RCP.
A ação executiva para prestação de facto que pode ser com prazo certo ou
incerto; prestação de facto infungível ou fungível; de facto positivo ou
negativo. A prestação de facto com prazo certo que consta do título, como
decorre do disposto nos arts. 868.º, a 873.º. Neste caso, na fase inicial, há
sempre lugar à citação prévia do executado, como se dispõe no art. 868.º/2,
dispondo o executado do prazo de 20 dias para deduzir oposição à execução,
com base nos fundamentos previstos nos arts. 729.º a 731.º, demonstrando
que houve cumprimento da obrigação, utilizando qualquer meio de prova,
como decorre do previsto no art. 868.º/2, parte final. Sendo recebida a
oposição à execução esta tem os efeitos previstos no art. 733.º, ou seja, não
pode haver execução imediata, sem ser acautelada nos termos ali previstos.

1ÊdeÊjunhoÊ
Quando se trata de um título executivo de decisão judicial já houve citação.
Assim só faz sentido falar em notificação. A relação jurídica é a mesma.

Caso não haja oposição, não fica suspensa a execução, ou sendo julgada
improcedente a oposição, seguem-se os termos previstos nas arts. 868.º a
873.º, consoante se trate de facto infungível ou fungível. Na execução para
prestação de facto infungível, não sendo a referida prestação cumprida, o
exequente só poderá deduzir uma pretensão substitutiva indemnizatória o que
pressupõe o recurso á liquidação mediante o incidente de liquidação, previsto
nos arts. 358.º a 360.º e 716.º, ex vi, do art. 867.º, para onde remete o
disposto no art. 869º.

Quem alega um direito e não consegue provar o seu direito, a decisão sobre
esse facto será desfavorável.
O exequente só pode ser ressarcido dos danos que conseguir provar do
incumprimento (os danos emergentes daí) e eventualmente dos lucros
cessantes que não beneficiou e demonstrando que isso era provável.
Quando se trata de facto fungível já é diferente, o exequente não tem de
esperar que o lesante pratique o ato e pode ser ele a mandar reparar o dano,
ficando com as provas.

Ora, fixada a referia indemnização, esta execução para prestação de facto é


convolada ou convertida para execução de pagamento em quantia certa, a
que se segue a normal fase da penhora e o eventual concurso de credores e a
respetiva fase de pagamento, nos termos previstos no art. 869.º, do CPC. No
respeitante à prestação de facto fungível, não havendo prestação voluntária, o
exequente pode optar por duas alternativas: ou opta pela indemnização
substitutiva, nos mesmos termos da infungível, ou então optar pela
prestação por outrem nos termos do previsto no art. 870.º, do CPC. Neste caso
procede-se a avaliação mediante perícia do custo da prestação e concluída
esta seguem-se os termos da execução para pagamento da quantia apurada
com penhora, seguindo-se também o concurso de credores e pagamento, nos
termos do art. 870.º/2, do CPC. Seguidamente procede-se à prestação de
contas pelo exequente ao juiz do processo, sendo lícito ao executado contestar
as contas, ex vi, 871.º, do CPC.

Quando se trata da execução de uma sentença não é alegável em oposição à


execução da sentença qualquer facto ou qualquer direito que devia ter sido
alegado na ação declarativa que produziu aquela sentença. Se o não foi,
preclude a possibilidade do fazer - há caso julgado material.

Aprovadas as contas pelo juiz de execução, o crédito é liquidado ao exequente


pelo respetivo produto, como decorre do art. 872.º, no caso de o produto da
venda não chegar para pagar as despesas aprovadas, segue-se novamente o
previsto no art.870.º, para a obtenção da quantia em falta, art. 872.º/2; no
caso de falta de património do executado para a satisfação do crédito em falta
o exequente pode desistir da prestação de facto, no caso de não estar iniciada,
e requerer o levantamento da quantia obtida, como decorre do art.873.º.

Qualquer execução é imediatamente suspensa se algum credor vier requerer a


insolvência deste executado. A execução universal põe termo a qualquer ação
executiva individual para ressarcimento de créditos.

Na prestação de facto pode-se ainda estar diante de situações de prestações


sem data de prestação, como se prevê nos arts. 874.º e 875.º, nestas situações
o processo inicia-se com o preliminar de fixação de prazo a que se segue os
termos previstos nos arts. acima referidos.
Na prestação de facto negativo referido nos arts. 876.º e 877.º, do CPC, o
processo inicia-se com o procedimento preliminar para a verificação da
violação do facto omitido, como previsto no art. 876.º, do CPC.
Aqui o executado pode-se opor invocando o facto de que a demolição
representa para ele um prejuízo consideravelmente superior ao sofrido pelo
exequente. Facto que a provar-se, comportará apenas o dever do executado
em indemnizar o exequente, tal como decorre do 829.º/2, do Cciv., e 876.º/2, e
877.º/1, do CPC. Este argumento provado de oposição suspende a execução
em seguida à perícia, mesmo que o executado preste caução, como decorre do
disposto no art. 876.º/4, do CPC.
RECURSOS
As decisões judiciais podem ser impugnadas por meio de recurso consistindo
este no pedido de reapreciação de certa decisão judicial, por um tribunal
superior aquele que proferiu a decisão que se pretende impugnar, e desde que
essa decisão reúna as condições dos requisitos legais necessários para que se
possa interpor o respetivo recurso. No âmbito da ação executiva a lei
estabelece no art. 852º, onde se refere que “ aos recursos de apelação e de
revista de decisões proferidas no processo executivo” (…) manda aplicar as
disposições reguladoras do processo de declaração, (…).

Critérios formais: os tribunais são livres de decidir sem estar sujeito a recurso
toda e qualquer ação dentro da sua alçada. Para haver recurso é necessário,
em regra, que o valor da ação seja superior ao da alçada do tribunal a que se
recorre e o valor da sucumbência ser superior a 50% disso.
O recurso de apelação é o recurso que se interpõe das decisões dos tribunais
de 1ª instância que reúnam os requisitos formais. - artigo 644º do CPC
A Relação vai apreciar matéria de facto e de direito.
Independentemente do valor, nas ações de despejo há sempre recurso até à
Relação.
As ações pessoais têm o valor de 30.000,01€ para ser sempre possível o
recurso para o Supremo.
Quando se verificar a dupla conforme (a Relação decidir no mesmo sentido da
1ª instância) aqui não há recurso, em regra.
Recurso per saltum - o recurso é só de direito e como o valor o permite e a
sucumbência também então recorre-se da 1ª instância para o Supremo.

As condições legais a que atrás se alude prendem-se com o facto de que só há


lugar ao recurso ordinário quando a causa ou ação de que se recorre tenha
valor superior à alçada do tribunal de que se recorre e a decisão impugnada
seja desfavorável ao recorrente em valor superior à metade da alçada desse
mesmo tribunal, atendendo-se, em caso de fundada dúvida acerca do valor da
sucumbência, somente ao valor da causa, como decorre do disposto no art.
629.º/1, do CPC.

Não há causas sem valor - artigo 296º do CC.

No que respeita ao recurso na ação executiva diz a lei que estão sujeitas a
recurso de apelação, 644º/2, a interpor no prazo geral de 30 dias, art. 638.º/1,
do CPC, sujeitos às condições gerais de admissibilidade dos recursos como se
prevê no art. 629.º, do CPC, as decisões finais proferidas na ações declarativas
que correm por apenso ao processo de execução, no respeitante a embargos
de executado, art.732.º/2; verificação e graduação de créditos, nos termos
previstos no art. 791/1, bem como as proferidas no incidente declarativo de
liquidação, como decorre do art. 853.º/1, do CPC.
A decisão proferida no incidente de oposição à penhora dos arts. 784.º e 785.º,
pode ser também objeto de recurso de apelação, mas com a redução para 15
dias do prazo para o interpor, arts. 853.º/1, 644.º/2/i) e 638.º/1., do CPC. Há
ainda recurso de apelação, a subir, imediatamente, em separado e com efeito
meramente devolutivo, art.853.º/4, das decisões interlocutórias do processo
de execução enunciadas no art. 853.º/2, bem como das decisões finais de
indeferimento liminar e de rejeição do requerimento executivo, art. 853.º/3, do
CPC.

O recurso de Revista está previsto no art. 629º, no âmbito da ação executiva,


só pode ser interposto, nos termos gerais, dos acórdãos da relação proferidos
sobre apelação, em casos muito concretos como sejam: das decisões finais do
incidente de liquidação que não sejam de simples cálculo aritmético, de
verificação e graduação de créditos e de oposição deduzida contra a execução,
ou seja, dos embargos do executado, como decorre do disposto no art. 854.º,
do CPC.

12ÊdeÊjunho
CorreçãoÊdoÊ2ºÊTeste
1.
A) É uma ação executiva para entrega de coisa certa (dizer o que é a coisa
e ir ao artigo 207º do CC) e prestação de facto. Nunca se altera o fim que
consta no título executivo. A prestação de facto e a entrega de coisa eram
convertíveis no seu valor pecuniário. Qualquer finalidade do título
executivo na sentença é cumulável - artigos 709º e 710º do CPC. Artigos
827º a 829º do CC. Há a prestação de facto positivo fungível. Artigo 10º,
nº4, nº5 e nº6, parte final do CPC.
A entrega de coisa e prestação de facto, segundo o artigo 550º, nº4 segue
sempre forma única - processo comum. Em algumas circunstâncias segue
a tramitação do processo ordinário e noutras circunstâncias segue a
tramitação do processo sumário.
Artigos 859º e 868º e ss. do CPC
Quem tem legitimidade para esta ação, segundo o artigo 30º (interesse
direto), é o autor, o réu + artigo 53º do CPC. O cônjuge tinha legitimidade,
se fossem penhorados bens comuns do casal.
Artigo 626º - é o tribunal que proferiu a sentença, artigo 85º, Nº1, 1ª
parte. Em Sintra não existe instância executiva local, apenas central.
Artigos 117º e 130º da LOSJ.
É preciso patrocínio judiciário - artigo 58º do CPC. As ações executivas
superiores a 5.000€ é preciso patrocínio judiciário, desde que se discuta
direito - em regra.
Todas as ações têm de ter valor - artigos 296º e 297º do CPC. Tratando-se
de execuções para entrega de coisa e prestação de facto, convoláveis nos
termos dos artigos 867º e 869º do CPC, convertíveis no seu valor: os
12.500€ + os 29.000€ + os juros de mora (artigo 559º do CC) e os juros
compulsórios do artigo 829º-A do CC.
B) O título apresentado consiste numa sentença judicial - artigo 703º, nº1
alínea a) e 704º, nº1. No momento do processo de ação declarativa que
condena o réu Carlos à entrega de um automóvel igual ao que destruiu
no valor de 29.000€ e na reparação do muro também por si destruído.
Por conseguinte, estamos diante de uma execução para entrega de coisa
e de prestação de facto positivo fungível (artigo 828º do CC), pode ser
mandado executar pelo executado ou por outra pessoa, cujas execuções
surgem reguladas nas disposições dos artigos 859º e ss. e 868º e ss; diz a
lei que estas execuções não são cumuláveis, no âmbito do artigo 709º,
Nº1, al. B) do CPC. Porém o artigo 710º exceciona esta questão, o que
significa que são cumuláveis no mesmo processo. É sempre previamente
notificado (a citação substitui-se por uma notificação pelo que estamos
no âmbito de um título executivo de decisão judicial) o executado. Tinha
de se requerer a execução da entrega da coisa e a conversão do seu valor
pelo que expõe o artigo 867º do CPC e a prestação de facto que a lei
permite e prevê a prestação pelo exequente, ou seja, o credor, nos
termos previstos pelo artigo 871º, nº1 e prestar contas ao juiz do
processo, acrescentando juros de mora e compulsórios. Se existisse
naquela comarca instância executiva, o juiz do processo faz remessa para
a instância adequada. Deve ser requerida no requerimento a conversão
da execução no seu valor pecuniário.
Como pressupõe os artigos 859º a 860º, o executado tem 20 dias para se
opor à execução e expor os respetivos motivos + artigos 861º a 864º do
CPC. A penhora só existe para o pagamento de quantia certa. Nas outras
execuções não comportam penhora, converte-se a prestação no seu valor
pecuniário e por analogia vamos à penhora.
C) A carrinha e o estabelecimento comercial são penhoráveis - artigo 735º
e ss. do CPC. Como se dispõe pelo artigo 601º do CC, por esta dívida
respondem todos os bens do devedor suscetíveis de penhora, o que
compreende a carrinha que seria penhorável, nos termos do artigo 768º,
nº2, nº3 e nº4; e a penhora do estabelecimento, prevista no artigo 782º.
O artigo 855º, nº5 remete para o artigo 626º, nº5 - era possível a
penhora.

2. A penhora consiste na apreensão de bens do devedor, restringindo a sua


liberdade. Mesmo que o devedor disponha/venda esses bens o resultado
da venda fica penhorado. O seu fim é garantir os créditos do exequente.
A penhora constitui um direito real de garantia preferencial, como dispõe
o artigo 822º do CC. A penhora tem restrições - há bens que não se
podem penhorar. A penhora tramita-se através da notificação ao devedor
do executado, com os critérios da citação, para não cumprir com aquela
obrigação na data do vencimento daquela obrigação, mas sim
disponibilizar aquela importância à ordem do tribunal ou do agente de
execução.
Artigos 780º e ss. + 773º do CPC e 820º do CC.

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