Processo Executivo: 9êdeêmarçoê Introdução
Processo Executivo: 9êdeêmarçoê Introdução
Processo Executivo: 9êdeêmarçoê Introdução
9ÊdeÊmarçoÊ
INTRODUÇÃO
O Direito Adjetivo é fundamental e imprescindível para a efetivação do Direito
Substantivo (Subjetivo). Designa-se por Direito Adjetivo porque leva a cabo os
direitos subjetivos.
O Processo efetiva o Direito.
Direito de ação - artigo 2º + artigo 20º da CRP. No nº5 do artigo 20º está
consagrado o mecanismo do procedimento cautelar, como por exemplo o
arresto de bens.
O arresto de bens é uma medida jurídica acelerada que pode limitar a
disposição sobre aquele património pelo seu titular porque fica ali congelado
para depois quando chegar a altura da obrigação ser executada esses bens
poderem ainda estar ali disponíveis.
CONTEÚDOSÊPROGRAMÁTICOS:
1. Distinção entre ação declarativa/executiva;
2. AS formas de processo executivo;
3. Requisitos formais e substanciais da execução;
4. O requerimento executivo;
5. Espécie de títulos executivos;
6. Os poderes do Juiz, da Secretaria e do A.E;
7. Execução de títulos executivos estrangeiros;
8. A possibilidade de força executiva da petição;
9. A execução da ata da A. de Condóminos;
10. A cumulação de execuções;
11. A execução específica do 830º., do C.C;
12. A exec. de sentença de condenação genérica?;
13. A execução de letras e livranças;
14. Pressupostos da ação executiva;
15. Competência para a execução;
16. Legitimidade para a oposição à execução;
17. A exe. para a entrega de coisa e prs. de facto;
18. A penhora e respetivos requisitos;
19. âmbito da penhora;
20. Oposição à penhora e oposição à execução;
21. Extinção e anulação da execução;
22. A penhora de contas bancárias;
23. A penhora de créditos;
24. A penhora de estabelecimento comercial;
25. A penhora de bens comuns em exc. de um cônjuge;
26. A penhora de ordenados;
27. O registo informático de execuções;
28. Critério para a realização da penhora;
29. O arresto e a respetiva relevância;
30. A penhora de veículos automóveis;
31. Embargos de terceiro;
32. Quem pode reclamar créditos?;
33. Graduação de créditos;
34. Modalidades de pagamento;
35. Preferência na venda;
36. Efeitos da venda;
37. Causas da suspensão da execução;
38. Extinção da execução;
39. Execução/penhora para alimentos;
40. Recursos no processo executivo.
EspéciesÊdeÊaçõesÊexecutivas:
• Ação executiva para pagamento de quantia certa;
• Ação executiva para entrega de coisa certa;
• Ação executiva para prestação de facto.
TítulosÊexecutivosÊjudiciaisÊeÊextrajudiciais:
Judiciais - sentenças; decisão arbitral; despacho de juízes. Têm a intervenção
de juízes.
Extrajudiciais - não têm a intervenção de juízes.
Tipos de títulos de crédito:
• Cheque;
• Letra;
• Livrança;
• Faturas conferidas.
13ÊdeÊmarço
BIBLIOGRAFIA: o livro principal é A Ação Executiva À Luz do Código de
Processo Civil de José Lebre de Freitas
Ação Executiva: a ação executiva, prevista no Nº4, do artigo 10º do CPC, surge
como o mecanismo (instrumento) processual adequado para que o credor,
possuidor de um título executivo, onde conste o direito a uma prestação
incumprida (uma prestação que já se venceu e não se pagou), por parte do
legítimo devedor, ou devedores, que não honraram o compromisso assumido
no referido título, o que permite, sem mais delongas (demoras), que o
exequente possa requerer ao tribunal a apreensão de bens do património
penhorável do devedor, ou devedores, visando-se o devido cumprimento
coativo da obrigação em falta.
Um título executivo é condição sine qua non para se propor uma ação
executiva.
O requisito processual/formal é o título executivo.
O requisito substantivo/material é a obrigação contida nesse título ser certa,
exigível e lícita.
Não é a norma que tem um elemento coativo, mas sim o sistema jurídico onde
a norma se insere. A norma tem previsão e estatuição, alude à sanção, mas a
sanção está no sistema jurídico. O tribunal é o órgão com competência para
levar a cabo e pôr em evidência a coercibilidade quando necessária para
garantir os direitos.
Exemplo:
1) Se eu empresto o carro a alguém e não me o devolvem que ação
podemos propor? Uma ação executiva para entrega de coisa. Se a pessoa
entretanto teve um acidente com o carro e o carro já não existe, já foi
para a sucata, podemos na mesma propor uma ação executiva para
entrega de coisa convolável no seu valor e a partir daqui já podemos
requerer a penhora de bens do devedor.
2) Se eu encomendo uma empreitada a alguém e a pessoa não cumpriu, isso
causa danos. Posso propor uma ação executiva para prestação de facto.
Estas ações são sempre em processo comum.
16ÊdeÊmarçoÊ
Artigo 703.º
Espécies de títulos executivos
1 - À execução apenas podem servir de base:
a) As sentenças condenatórias;
b) Os documentos exarados ou autenticados, por notário ou por outras
entidades ou profissionais com competência para tal, que
importem constituição ou reconhecimento de qualquer obrigação;
c) Os títulos de crédito, ainda que meros quirógrafos, desde que, neste caso, os
factos constitutivos da relação subjacente constem
do próprio documento ou sejam alegados no requerimento executivo;
d) Os documentos a que, por disposição especial, seja atribuída força
executiva.
2 - Consideram-se abrangidos pelo título executivo os juros de mora, à taxa
legal, da obrigação dele constante.
20ÊdeÊmarço
A entrega de coisa e de prestação de facto segue sempre a forma comum ou
forma única. Depois, consoante o título executivo segue a forma sumária ou
ordinária. O título executivo judicial segue sempre forma sumária,
independentemente do valor. O título executivo extrajudicial até 10.000€, em
regra, segue forma sumária. 10.000€ porque é o dobro da alçada do tribunal
de 1ª instância.
A alçada é o valor até ao qual um tribunal pode decidir sem estar sujeito a
recurso.
Os certificados de aforro são todos penhoráveis, a não ser que esse certificado
de aforro tenha sido adquirido com dinheiro de pensões de sobrevivência.
Sempre que estamos perante uma ação executiva estes são os artigos a que
temos sempre de ir: artigo 10 º, artigos 53º a 59º, artigos 85º a 90º.
Fase do requerimento
Fase da penhora
Fase do concurso de credores - podem vir outros credores que não o
exequente ressarcir-se dos seus créditos.
Fase da venda
Fase do pagamento
Fase do recurso
Coisa fungível - é coisa que é trocada por coisa igual ou seu valor.
Coisa infungível - é alguma coisa que não é passível de ser trocada por coisa
igual ou pelo seu valor.
A noção de título executivo: o art. 10º/5, dispõe que toda a execução tem por
base um título, pelo qual se determina o fim e os limites da ação executiva.
Sem título não há execução, tendo de ser um título dos previstos no art.
703º/1. do CPC., em conjugação com o disposto no nº 6 do art. 10º, do mesmo
diploma. Sobre documentos deve-se partir da noção como documento escrito e
assinado nos termos enunciados nos arts. 362º, 363º, 369º,a 378º, do C.C., e
153º./1/3, do CPC. (ver arts. 704º. a 708º., do CPC, ou então em legislação
extravagante.
23ÊdeÊmarçoÊ
Teste: 24 de abril
EspéciesÊdeÊTítulosÊExecutivos:
• Judiciais - todos os títulos que têm a intervenção de um juiz, isto é,
qualquer decisão de um juiz que contenha um segmento condenatório,
seja uma sentença ou um despacho com essa finalidade.
• Extrajudiciais
Injunção - quando se faz uma petição ao tribunal num valor pecuniário não
superior a 15.000€ e o réu é citado e não contestou, então o secretário do
tribunal pode carimbar esta petição como "adequada para execução",
passando, assim, a ser um título executivo que não é judicial porque não tem a
intervenção de um juiz. A injunção é extrajudicial.
A ação executiva inicia-se com o requerimento executivo, mas antes disso têm
de estar preenchidos os pressupostos processuais gerais e específicos (artigos
53º a 58º). Competência do tribunal (85º a 90º).
Quando requeremos uma execução com base num qualquer título que não
seja judicial posso acrescer os juros de mora. Tal só acontece se o exequente o
quiser, tem de o alegar e requerer.
Juros de mora são periodicamente estabelecidos por decreto-lei.
Para além dos juros de mora existem os juros compulsórios (art. 829º-A do
C.C) que não dependem de requerimento por parte do exequente, é o próprio
juiz ou até o agente de execução que aplica esses juros de mora, porque
metade desses juros compulsivos são para o Estado e a outra metade para o
exequente.
Cada título vale por si, independentemente da realidade que lhe deu causa.
27ÊdeÊmarçoÊ
Um outro pormenor distintivo entre estes dois títulos executivos, (judiciais e
extrajudiciais autênticos e autenticados) é observável na forma de processo,
referindo-se no art. 550.º/2/c) e d), do CPC., onde é referido que tratando-se
de título extrajudicial, desde que dele conste obrigação pecuniária vencida,
garantida por hipoteca ou penhor, ou mesmo de qualquer obrigação
pecuniária vencida de valor não excedente ao dobro da alçada do tribunal de
1ª instância, seguir-se-á a forma de processo sumário. Ora, para as execuções
de títulos judiciais, a forma é sempre sumária independentemente do valor,
como resulta das alíneas a) e b), do mesmo nº. e art., ressalvando-se as
executadas no próprio processo e as do nº 3, atendendo à natureza das
obrigações em causa a executar. (genéricas, etc.).
Para uma melhor perceção distintiva dos casos que seguem a forma sumária e
ordinária, dado a lei não o especificar com a desejada clareza, importa referir
os casos que não seguem a forma sumária e que, sem dúvidas, são muito
menos. Neste propósito e para o efeito seguem forma ordinária: todos os
casos previstos nos arts. 714 e 715, por configurar, v.g., obrigações
alternativas e cuja prestação estar sujeita a uma escolha ou então sob a
verificação de uma condição suspensiva, etc.; nas situações em que a
obrigação exequenda necessite de ser liquidada num enxerto declaratório
onde se possa fazer prova do direito a executar, art. 716º/4/5; as situações em
que o título executivo é da espécie extrajudicial e é exercido apenas contra um
dos cônjuges e o exequente, no requerimento executivo, alegue a
comunicabilidade da dívida, como se prevê nos arts. 724º/1/e) e 741º/1; nos
casos em que a execução é movida apenas contra o devedor subsidiário que
não tenha renunciado ao benefício da excussão prévia, como decorre do
disposto no art. 745º/1/2.
Uma sociedade por quotas de 10.000€ com 5 sócios (2.000€ de cada um). Qual
é o capital mínimo com que esta sociedade pode começar? Divide-se por 2,
pode começar com 5.000€ - cada sócio entra com 1.000. Assim pode-se ficar a
dever 50%.
Numa sociedade anónima pode ficar-se a dever 70%
Estando a dever-se à sociedade, a sociedade é credora.
Princípio da economia processual - não basta ser célere tem de ser económico.
Ainda voltando à ideia dos títulos judiciais importa referir que a lei alude a
sentenças condenatórias devendo aqui entender-se como tais todas aquelas
que condenam o réu no cumprimento de uma obrigação patrimonial, como
sejam condenações na realização de prestações que podem ser de pagamento
de uma quantia pecuniária, de entrega de coisa, que pode ser móvel ou imóvel,
ou de prestação de facto positivo ou negativo. Em síntese, qualquer decisão
judicial que contenha um segmento condenatório incumprido constitui título
exequível e preenche os requisitos previstos no art. 703º./1/a) do CPC. Ver arts.
550º./2, 284º., e 290º./3, 729º./1/i), 291º, do CPC., para aferir da
conformidade das exigências de exequibilidade.
30ÊdeÊmarçoÊ
Expropriação - é um ato de natureza administrativo que transfere um bem da
propriedade privada para a natureza pública para a prossecução de certos fins.
A instância local aprecia e decide sobre petições no valor de 50.000€. Daí para
a frente aprecia e decide a instância central.
3ÊdeÊabril
Pressupostos:
Quem tem legitimidade para estar na execução
Qual é o tribunal competente
Qual é o valor da ação
Um cheque sem provisão que cumpre os requisitos (os 8 dias para ser
apresentado a pagamento no banco) constitui crime.
Protesto - Uma pessoa com uma letra/livrança antes de a executar, deve ser
protestada num notário - art. 39º do Código do Notariado. Para evitar esta
burocracia basta pôr na letra "sem custas" ou "sem despesas".
O avalista é devedor. Quem paga por alguém fica sub-rogado nos direitos por
quem pagou - direito de regresso. Este responde solidariamente.
O fiador responde subsidiariamente. Só é possível agredir o património do
fiador depois de totalmente executado o património penhorável do devedor
principal. O devedor subsidiário pode nomear bens à penhora de que tenha
conhecimento do afiançado.
No que respeita aos documentos particulares assinados pelo devedor, que não
são títulos executivos, resta-lhes seguir o regime do requerimento de injunção,
a que tenha sido aposta formula executória, nos termos do art. 14.º, do
diploma anexo ao DL, 269/98, de 1/9. com muitas alterações, última das
quais, pelo DL,226/2008, de 20/11, para a execução de obrigações pecuniárias
emergentes de contrato de valor não superior a 15.000.00€, incluindo a taxa
de justiça paga pelo requerente, os juros de mora, desde a data de
apresentação do requerimento de injunção e os juros compulsórios de 5%, ao
ano, contados a partir da data da aposição da fórmula supra referida.
CASOÊPRÁTICO:
O A, celebrou um negócio com B e no âmbito desse negócio no valor de 50.000
€ emitiu um cheque no valor de 20.000€ que seria apresentado a pagamento
25 dias após o negócio. E os restantes 30.000€ a vencerem-se de 30 em 30
dias, para os três meses seguintes, 3 letras de 10.000€. O A honrou o seu
compromisso quanto ao cheque, mas não cumpriu com nenhuma das
obrigações veiculadas pelas letras.
O A e o B vivem em Alverca.
O credor B faz-lhe as seguintes perguntas:
1) O que posso fazer com estas três letras?
Propor uma ação executiva. Ver se as letras são "sem despesas" ou
qualquer outro dizer que não precisa-se do protesto. São títulos
extrajudiciais tipificados no artigo 703º, al. C).
2) A propor ação, que espécie de ação devo intentar?
Ação executiva para pagamento de quantia certa, art. 10º, Nº6.
3) Qual o valor da ação/ Quanto é que eu posso pedir que o tribunal o
condene?
30.000€ acrescidos de juros de mora.
4) Qual a forma de processo?
Processo ordinário - art. 550º, Nº2, al. d) (interpretação extensiva).
5) Qual o tribunal competente para esta execução?
Competência do tribunal - nas comarcas onde há instância executiva é
para lá que seguem os processos executivos. Quando não há o único
tribunal com competência para as execuções é o tribunal de 1ª instância.
É o tribunal de Vila Franca de Xira por ser instância local. Artigos 117º e
131º da lei orgânica dos tribunais judiciais.
6) Será preciso advogado para esta execução?
Artigo 58º CPC - Ações cujo valor seja superior à alçada da 1ª instância
(5.000€) precisa de patrocínio judiciário. Artigo 41º da lei uniforme do
sistema judiciário.
13ÊdeÊabril
A execução baseada em requerimento de injunção com fórmula executória,
segue a forma sumária para pagamento de quantia certa, como se prevê no
art. 550.º/2, ressalvando o que se dispõe no n.º 3, do mesmo art., e podendo
haver oposição (restrita), nos termos previstos no art. 857.º, do CPC. Para além
dos títulos enunciados, existem muitos outros de natureza de serviços e outras
obrigações de prestações públicas/privados, como serviços de saúde, judiciais,
segurança social, fiscais, etc., e v.g., relações de condomínio, respetivamente.
Se o réu já tiver pago e junta recibo a provar tal consta numa exceção
perentória, porque o direito já não existe.
A oposição restrita quer dizer que há coisas que já não se podem dizer.
Para o Professor a natureza do título tem a ver com a vontade livre com que
se constitui. A verdadeira natureza dos títulos executivos é a vontade dos
intervenientes nesta relação subjacente
ARTIGOS IMPORTANTES
Ação executiva - art. 10º
Pressupostos processuais específicos - artigos 53º a 58º
Competência do tribunal - artigos 85º a 90º
Artigo 139º - prazos
Tipicidade dos títulos executivos - art. 703º e ss.
Contraditório - art. 728º e ss.
FASES DA AÇÃO EXECUTIVA:
Requerimento executivo - art. 724º
Penhora - art. 735º e ss.
Convocação de credores
Pagamento aos credores
Venda
Encerramento do processo
Quem pode vir ao processo ressarcir-se dos seus créditos? Podem vir o
exequente, o cônjuge do exequente, os herdeiros do exequente e terceiros se
tiver garantia real sobre os bens penhorados e título executivo.
Porém isto não invalida o que se dispõe para o título que é mero quirógrafo,
onde a lei exige que seja alegado o negócio subjacente, ou relação causal, no
próprio requerimento executivo, como se dispõe no art. 724.º/1/e), do CPC.
Caso isto se não verifique, observar-se-á a falta de um requisito do
requerimento executivo, o que, inevitavelmente, conduzirá à recusa do mesmo
pela secretaria ou pelo agente de execução, consoante os casos, por força do
disposto no art. 725.º/1/c), e 855º/2/a) respetivamente, sem que se descure o
poder-se reconduzir, em determinadas circunstâncias, a que haja lugar a
despacho de aperfeiçoamento, por parte do juiz, em consonância com o
disposto no nº 4, do artº726.º, do CPC., caso o documento cartular não esteja
prescrito, o que neste caso já não seria possível, dado a prescrição não ser de
conhecimento oficioso, antes pelo contrário: é vedado ao juiz, conhecer da
prescrição que não seja alegada pelo interessado, como se dispõe no art.303.º,
primeira parte, do C.Civ.
Por sua vez, a falta de apresentação do original do título ou então a sua cópia,
e a secretaria não tiver dado conta, nem o agente de execução, cumpre ao juiz
convidar o exequente a apresentá-lo, em prazo a fixar, sob pena de
indeferimento liminar mediato do requerimento executivo, tal como resulta do
disposto nas disposições dos números 4 e 5, do art.726.º, ou então de rejeição
ulterior da execução, como se prevê no art. 734.º.
Nesta fase do nosso estudo da ação executiva, em nome da celeridade e
eficiência, importa agora aferir dos poderes e competências específicas das
três entidades que dinamizam a execução como seja a secretaria, o agente de
execução e o juiz, cujas funções se podem aferir na missão de cada uma delas,
como se harmonizam na interdependência de fins, na efetivação da
proficuidade a bem dos cidadãos utentes e da justiça esperada. Neste sentido
e de acordo com o que a lei dispõe avaliemos, pois, as disposições dos arts.
719º, 722º e 723º e sgts. - artigo 2º e 101º da CRP
Ora, numa fase liminar incumbe à secretaria, de acordo com o disposto no art.
719º/3, para além de exercer as funções que lhe estão adstritas, em termos
gerais, nas disposições do art. 157º, exerce todas as diligências de expediente
inerentes à execução, na primeira fase, no que respeita a procedimentos ou
incidentes de natureza declarativa, com ressalva da citação que incumbe ao
AE, notifica, oficiosamente, o próprio AE, como se dispõe no nº 4 do mesmo
artigo.
Na ação executiva, quem cita o executado, se não for o juiz (se aquela
execução não estiver dependente de citação prévia), é o agente de execução
que faz tudo.
17ÊdeÊabril
Pressupostos processuais: artigos 53º a 59º e 85º a 90º + 714º
Os requisitos gerais aplicam-se sempre que os específicos não operam.
Quem tutela sempre o processo é o juiz, mesmo nos processos em que o juiz
não tem qualquer tipo de intervenção, ele remotamente tutela aquele
processo que é sempre seguido pelo tribunal e a qualquer momento pode ser
requerida a intervenção do juiz.
As partes comunicam com o tribunal através de um instrumento que se chama
requerimento (peça processual). O juiz comunica com as partes através de um
instrumento que se chama despacho.
Despacho de aperfeiçoamento é um instrumento do juiz dando um prazo às
partes para melhorar as questões que estão em discussão.
A lei prevê no art. 722º, que as funções do AE, possam ser efetuadas por oficial
de justiça em diversos casos e situações: Casos de execução em que o Estado
seja exequente ou em situações em que o MP represente o exequente, nos
casos em que o exequente o requeira ao juiz, com fundamento em que na
comarca não existe AE, inscrito onde corre a execução e os custos são
manifestamente desproporcionados para o AE, de outra comarca; se a
execução não tiver um valor superior a 10.000€; nos casos em que o valor da
execução não exceda o valor de 30.000€, e o crédito a executar seja de
natureza laboral e desde que o exequente o solicita no requerimento executivo
e pague a respetiva taxa de justiça.
Processo ordinário: a secretaria envia logo para o juiz até porque essa
execução é precedida de despacho liminar de juiz. O mesmo acontece em
casos de procedimento cautelar.
O procedimento cautelar é sempre urgente (periculum in mora) e tem de
haver pelo menos um fumo de direito (fummus boni iuris) - mostrar com
alguma evidência que o direito existe, mas não é preciso prova exaustiva.
Quem se pode ressarcir dos seus créditos na ação executiva? Para além das
partes que iniciaram a execução, outros credores que tenham garantia real ou
título executivo.
Muitas vezes uma execução para garantir a sua eficácia deve começar com um
arresto de bens. Depois este arresto converte-se em penhora com a data do
arresto.
decidir que a venda se realize por negociação particular, quando exista
urgência na venda, 832º/c); nomear o AE, como encarregado da venda por
negociação particular na falta de acordo de todos os credores ou oposição do
executado, 833º/2; decidir sobre as reclamações se existiram irregularidades
na venda em estabelecimento de leilões, 835º/1; julgar os pedidos de anulação
da venda e de pagamento de uma indemnização ao comprador, 838º/2;
determinar a suspensão da execução ou o diferimento da desocupação no caso
de bem imóvel arrendado para habitação, 863º/5, 864º/2; determinar a
demolição ou indemnização ao exequente em caso de violação de obrigação
de non facere, 876º e 877º;
A penhora da casa e a venda para ressarcir os créditos do seu titular não apaga
os direitos de preferência do locatário. O exequente só tem direito a ressarcir-
se dos seus créditos.
20ÊdeÊabrilÊ
Para o efeito vejamos então, v.g., a ideia conceptual de obrigação certa, o que
significa obrigação já determinada, sem condicionantes, ou seja, que já se
sabe o que é ou quanto é no caso concreto, sem equívocos (de certa) e que
reúne condições para a respetiva execução. Para que se perceba e para
distinguir, nas obrigações alternativas, art. 543.º/2, do C.Civ., que falta
escolher a quem esse direito couber, como a lei ou a vontade das partes o
determinar: ao executado, ou terceiro, como se prevê no art. 714.º/1/2, do
CPC, respetivamente, mas podendo também recair na pessoa do credor. Neste
caso esta escolha tem de ser alegada no requerimento executivo, sob pena de
recusa do RE., pelo AE., tal como decorre das disposições dos arts. 724.º/1/h),
e 725.º/1/c), do CPC.
Qual é o valor que uma ação executiva pode ter? O valor que constar no título
executivo acrescido de eventuais juros de mora e juros compulsórios. Artigo
829º - A.
27ÊdeÊabril
CorreçãoÊdoÊTeste
Numa relação sinalagmática, quando uma das partes não cumpre, a outra
parte fica desobrigada do seu cumprimento também.
4ÊdeÊmaioÊ
O incumprimento de uma obrigação titulada é acrescida de juros, desde que
requeridos. Os tribunais não agem, reagem.
8ÊdeÊmaioÊ
QUESTÃO PRÁTICA
Por sentença judicial, proferida em 15 de abril de 2020, a seguradora "Peões
Seguros", na sequência de acidente de viação, foi condenada a pagar ao
Francisco a quantia de 120.000€, quantia já apurada e paga pela seguradora
logo após a sentença, e no mais que se vier a apurar em execução de sentença
até ao momento em que o Francisco estiver totalmente apto a regressar ao
trabalho.
O referido acidente ocorreu em 2017 e deixou o Francisco incapacitado para o
trabalho desde então e até ao presente momento.
Embora tenha havido esta condenação em liquidação de sentença a favor do
Francisco, a seguradora nunca mais quis saber e não pagou mais qualquer
quantia ao acidentado.
Em face da hipótese do texto imagine que o Francisco o conhece e sabe que é
finalista de Direito e quer saber o que pode fazer com a sentença e poder
satisfazer as sérias dificuldades económicas e familiares em que se encontra.
Diante esta situação e de acordo com os estudos feitos responda-lhe
detalhadamente e com todos os pormenores sobre as seguintes questões:
1) Classifique a espécie de título e o que pode Francisco fazer com aquela
decisão do tribunal.
Estamos perante um título executivo de espécie judicial quanto à sua
natureza, visto que estamos perante uma sentença. Englobam-se nos
títulos judiciais: as decisões ou sentenças condenatórias ou com
segmento condenatório exequível; as decisões dos julgados de paz, dos
tribunais arbitrais e as sentenças estrangeiras desde que revistas pela
Relação.
2) Diante da situação que se apresenta refira se há os requisitos necessários
para realizar os respetivos direitos e esclareça-o sobre qual o tribunal
onde pode agir e porquê.
O tribunal competente para a execução desta sentença é o tribunal onde
esta se proferiu - artigo 626º do CPC. Se houver instância executiva nessa
comarca, é essa a competente - o juiz do processo faz remessa para a
instância executivo e enviará o traslado (parte do processo que interessa
à execução).
A forma de processo é comum porque a execução é no próprio processo
que produziu a sentença, tramitado na forma sumária.
3) É necessário patrocínio judiciário? Qualquer ação que seja preciso discutir
direito exige patrocínio judiciário. - artigo 40º e 58º do CPC
4) Quem tem legitimidade para estar nesta ação? Artigo 30º do CPC - tem
legitimidade quem tem necessidade de defender o seu direito; tem
legitimidade quem pode defender-se do que é requerido contra si.
Quem aqui tem legitimidade é a companhia de seguros, o lesado e
eventualmente a entidade patronal (se fosse um acidente de trabalho).
5) Diante das urgentes necessidades do Francisco e o tempo de demora que
é expectável até à execução da sentença, a lei oferece-nos algum meio
que permite antecipar recebimentos de modo a fazer face às dificuldades
económicas que o exequente está a sofrer?
Arbitramento de reparação provisória (artigo 388º do CPC) - é um
procedimento cautelar. Tem de haver fumus boni iuris e periculum in
mora - não é preciso uma prova exaustiva mas é necessário alegar razões
que justifiquem o pedido. Há uma obrigação genérica que o tribunal
reconheceu e a companhia de seguros não a cumpriu na sua totalidade.
6) Imagine que a companhia de seguros com os bons advogados que tem
consegue provar que o Francisco estava bom. E que 5 dias antes de ter
alta foi à terra e foi apanhar azeitonas, de modo que se desequilibrou e
caiu. Ficou muito mal mas não foi do acidente que sofreu mas sim da
queda. O que é que acontece ao excerto declaratório? É improcedente.
Se ele já tivesse recebido 10.000€ o juiz oficiosamente ordena que
devolva o montante todo.
7) Depois de muita pesquisa chegou-se à conclusão que os únicos bens que
a seguradora possuía era um crédito sobre os seus segurados. O que se
impunha fazer e como?
Esses créditos são penhoráveis. Créditos são direitos. Como se processa a
penhora de créditos - artigo 773º e ss.
A penhora de créditos faz-se através de uma notificação ao devedor do
executado.
8) Imagine agora que apenas existia um bem imóvel que pertencia à
seguradora, mas verificou-se que sobre o mesmo impendia uma hipoteca
no valor aproximado a 50% do valor do total do prédio. Seria este
penhorável? Independentemente da resposta sim ou não, como agir face
ao titular da dita hipoteca?
Os direitos que impendem sobre determinados bens e os seguem sempre
são direitos de sequela - acompanham sempre o direito. Era preciso citar
o titular desse direito para o avisar que se iria penhorar o bem. Vamos
aceitar que este prédio era penhorado e era vendido, o artigo 824º do CC
diz que os bens vendidos na execução são livres de qualquer ónus. A
primeira coisa a retirar-se, a ficar na mesma penhorado, após a venda do
prédio era o valor da hipoteca. Primeiro satisfazia-se a garantia que
impendia sobre o prédio e depois o que sobrasse é que era para o
exequente. Artigos 786º e ss. - haveria a notificação/citação dessa pessoa
a avisar que o bem seria penhorado e vendido.
A penhora inibe, de algum modo, que o executado disponha dos bens. Ele
pode vender os bens, pode dispor deles, mas apenas dentro dos valores justos
de mercado. O exequente tem direito a ser ressarcido - ele próprio penhora
para vender o bem. Se o próprio titular vender o bem ainda melhor - tem-se
logo a liquidez. Agora, o resultado da venda fica na mesma situação que está o
bem: penhorado.
15ÊdeÊmaio
Os rendimentos mínimos de inserção, as pensões de alimentação, os subsídios
àquela situação de carência de uma pessoa, são impenhoráveis.
O frigorífico, o fogão, a cama onde se dorme - são impenhoráveis. Mas se for o
vendedor destes bens pode penhorá-los se não tiverem sido pagos pelo
executado.
Alçada - valor sobre o qual o tribunal pode decidir sem estar sujeito a recurso.
Valor da sucumbência - é o decaimento; a parte quantitativa em que o
recorrente não foi atendido.
Recursos - artigos 627º, 628º e 629º do CPC.
Os recursos extraordinários - depois do trânsito em julgado até 5 anos, e
tendo agido até 2 anos depois de ter conhecimento do facto.
Interrupção da prescrição - deita-se todo o tempo que está para trás abaixo e
começa-se a contar de novo - artigo 323º, nº2 do CC
Suspensão da prescrição - conta todo o tempo que está para trás mas não se
conta mais dali para a frente.
18ÊdeÊmaio
CasoÊPrático
Em início de 2018 sem quaisquer formalidades legais, o Eduardo e o Carlos,
celebraram um acordo entre amigos de longa data. O primeiro estava
desempregado há uns anos, desde 2016, razão pela qual estava numa situação
económica muito difícil o que preocupava o Carlos, que se encontrava numa
situação de muito conforto económico e até com alguma dificuldade de
potenciar o seu dinheiro disponível, dado os juros dos bancos serem pouco
atrativos. Carlos começou a incentivar o Eduardo, que considerava um bom
profissional, a investir numa pastelaria/café na zona de Torres Vedras, onde
viviam, e considerava um bom estabelecimento e num local perfeito. O Carlos
sabia que o Eduardo não dispunha de dinheiro para o referido trespasse e
prontificou-se a emprestar-lhe num montante de 60.000€, com juros anuais
de 5%, por dois anos. Como sabia que o Eduardo tinha a necessidade de um
veículo para a rotina do estabelecimento, disponibilizou-se a emprestar-lhe,
também, a sua carrinha Mercedes durante 6 meses, que naquela altura valia
20.000€. O Eduardo ficou muito contente e aceitou a sugestão do amigo e
fecharam o acordo por documento escrito assinado por ambos. O Eduardo
iniciou o seu negócio com enorme sucesso.
De tal modo que passados 8 meses abriu um bar na praia de Santa Cruz,
contudo não entregou a carrinha ao fim dos 6 meses. Nem em março de 2020,
passados os 2 anos, cumpriu com o que combinaram, então Carlos
confrontou-o e disse-lhe que precisava do dinheiro e deu-lhe um prazo de 15
dias. No final do referido prazo, o Eduardo visitou o Carlos e disse-lhe que
naquele momento não lhe poderia pagar os 66.000€, nem lhe poderia
entregar a carrinha por ainda precisar dela, tanto mais que agora tinha dois
estabelecimentos para abastecer.
Em face da situação, os amigos discutiram e o Eduardo nervoso mediu mal as
distâncias e com a carrinha destruiu o portão e parte do muro da entrada da
casa do Carlos, abandonou o local e não mais assumiu quaisquer das suas
obrigações.
Em julho de 2020, o Carlos propôs uma ação de condenação no valor de
66.000€ e na devolução da carrinha, contra o Eduardo, onde pedia que este
fosse obrigado ao cumprimento do que se tinha obrigado e a custear o arranjo
do portão e do muro que tinha destruído. O Eduardo foi citado e não
contestou, pelo que o Tribunal de Loures proferiu sentença em finais de março
de 2021, em que condenou o Eduardo ao pagamento de 60.000€ do
empréstimo, na entrega da carrinha no valor de 20.000€ e a restaurar o
portão e o referido muro ao Carlos, no valor de 3.900€, de acordo com o
orçamento apresentado pelo autor e com a respetiva avaliação do perito
como constava nos autos.
Entretanto o Carlos soube que o Eduardo teve um despiste e do acidente a
carrinha ficou totalmente destruída.
Em face do texto e com base na lei responda às seguintes questões:
1) Esteve bem o juiz em condenar em 60.000€ quando foi peticionado
66.000€ e não houve contestação?
Estamos perante um contrato de mútuo do artigo 1142º do CC.
Até 25.000€ pode ser por escrito. A partir deste valor tem de ser ou por
escritura pública ou por documento autenticado - artigo 1143º do CC.
O contrato de mútuo tem forma. A exigência de forma é de
conhecimento oficioso. A consequência de um negócio jurídico que não
respeitou a forma é a sua nulidade. A nulidade não produz efeitos,
portanto os juros que eles tinham combinado não existem.
2) Explique como deve ser requerida a execução desta sentença.
Esta sentença é executada no próprio processo. A forma de processo é
comum, nº4 do art. 550º do CPC. Quanto aos 60.000€ é uma ação
executiva para pagamento de quantia certa; quanto à carrinha é uma
ação executiva para entrega de coisa (convolável no seu valor, visto que a
carrinha já não existia); quanto ao portão e ao muro é uma ação
executiva para prestação de facto positivo - artigo 10º do CPC. Há
tramitação de processo sumário, quanto ao pagamento de quantia certa.
Artigos 626º e ss. do CPC
Esta execução estava sujeita a despacho de citação prévia? Sim, porque se
discute direito, há que fazer prova do que constava do excerto declaratório.
Podíamos também requerer apenas, num primeiro momento a ação executiva
para pagamento de quantia certa e depois, à parte pedirmos as outras duas
ações.
A ação vai para o tribunal de Loures por ser competente instância central,
visto que o valor da ação é de 66.000€.
3) Não se encontrando outros bens ao executado, foi nomeado à penhora
os dois estabelecimentos que constam no texto, será possível esta
penhora?
Sim, é possível penhorar estabelecimentos comerciais - artigo 782º do
CPC.
4) Qual o tribunal competente?
Artigos 117º, 129º e 130º da LOSJ. É competente a instância executiva
central do Tribunal de Loures. O requerimento é posto no processo e o
juiz do processo faz remessa do traslado para o tribunal de execução de
Loures.
5) Designado o agente de execução, este recusou a designação. Poderá ou
não recusar?
Pode. Artigo 720º, nº8
6) Imagine agora, que o Eduardo foi notificado para pagar ou opor-se à
execução e contestou o valor da carrinha, alegando que o valor de
mercado era apenas de 17.900€ e que tinha feito arranjos no valor de
8.000€, juntando os documentos destas despesas. Como deveria o juiz
decidir acerca destas alegações?
Visto que o Eduardo não contestou a petição inicial, caiu numa situação
de revelia operante e um dos efeitos da revelia operante é a confirmação
dos factos alegados pelo autor. Agora, Eduardo já não pode vir contestar
o que já ficou comprovado em sede da ação declarativa. Ele vem alegar
algo que já transitou em julgado, devia tê-lo feito na ação declarativa -
princípio da preclusão.
7) Discorra sobre a consistência da penhora e não se esqueça de referir que
tipo de garantia a mesma confere.
É uma garantia real preferencial, prevista no artigo 822º do CC, em
relação a outros credores que venham posteriormente a quererem
ressarcir-se.
O empréstimo da carrinha era um contrato de comodato.
22ÊdeÊmaio
Artigo 550º, nº3 aplica-se a todos os títulos executivos, desde que esse título
executivo contenha essa exceção.
Conjugar o artigo 550º, nº3 com o artigo 626º.
Nos casos em que possa haver indeferimento liminar imediato, parcial ou total,
726.º/2/3; ou então despacho de aperfeiçoamento, para suprir irregularidades
ou sanar a falta de pressupostos processuais, arts. 6.º/2, e 726.º/4; para
indeferimento liminar mediato ou diferido, art. 726.º/5.
Outros casos de despacho de citação do executado prévia à penhora e do
respetivo cônjuge, quando requerida pelo exequente com fundamento na
comunicabilidade da dívida, para pagar ou se opor à execução, como decorre
do disposto no art. 726.º/6/7, do CPC.
A citação é efetuada pelo agente de execução nos casos previstos nos arts.,
719.º/1/3, parte final, e 726.º/8, do CPC.
Em face da citação, tanto o executado como o respetivo cônjuge podem opor-
se mediante embargos de executado, nos termos previstos nos arts. 728.º a
733.º do CPC., que corre por apenso à execução e tem natureza declarativa
podendo ou não ter efeitos suspensivos, de acordo com o previsto no art.
733.º/1. O executado pode opor-se à execução por embargos nos termos e
com os fundamentos previstos no art. 728º, no prazo de 20 dias, a contar da
citação., quando a execução tenha por base uma sentença, decisão arbitral,
pode-se opor com base nos fundamento previstos no art. 729º, 730º, e no art.
48º, da LAV, respetivamente; a oposição à execução com base noutro título,
consta nas previsões do art. 731º. Os embargos após o seu oferecimento vão
ser tidos em conta e aferidos pelo juiz, em conformidade com as disposições
dos arts. 732º a 734º.
Ultrapassada a primeira fase entra-se na fase da penhora, que surge regulada
nos termos previstos nos arts. 735º a 747º, e tramitada nos termos previstos
nos arts. 748.º, a 785.º, do CPC. Com a penhora visa-se delimitar os bens
penhoráveis do executado ou devedor para a respetiva apreensão enquanto
garantia dos créditos incumpridos: tal como se prevê nos arts. 755.º, para bens
imóveis, 764.º a 767.º, móveis, não sujeitos a registo; 768.º, para móveis
sujeitos a registo; 773.º, direitos de crédito; 774.º títulos de crédito; 778.º,
direito ou expetativas de aquisição; 779.º, rendas ,abonos, vencimento e
salários; 780.º, depósitos bancários e outros valores mobiliários; 781.º, direitos
sobre bens indivisos ou direitos patrimoniais emergentes da propriedade
intelectual e quotas de sociedades, etc.; 782.º, estabelecimento comercial, etc.
25ÊdeÊmaioÊ
Existem várias situações em que a venda executiva pode ficar sem efeito, como
decorre das disposições dos arts. 838º e 839º/1/a), nos casos em que a
sentença possa ser revogada ou anulada e tenha servido de título executivo à
respetiva execução; a oposição à execução ou a oposição à penhora forem
julgadas procedentes. Esta situação pode ocorrer de uma execução de
sentença em recurso com efeito meramente devolutivo e o exequente opte por
executar a sentença e posteriormente o tribunal de recurso anulou a sentença
que foi executada art. 704º/1; o mesmo pode suceder nos casos do art.
839º/1/b), no caso de ter havido falta de citação do executado e o mesmo ter
sido considerado revel e essa revelia seja considerada absoluta ou a citação ter
sido anulada.
29ÊdeÊmaioÊ
A execução da prestação de facto e de entrega de coisa, à partida, pela sua
natureza, não tem penhora. Mas quando é convertível no seu valor
pecuniário, já existe penhora dos bens para o ressarcimento do prejuízo em
causa.
Quando se trata de uma execução no âmbito do artigo 626º do CPC, de uma
sentença, não existe citação, há notificação.
A execução extingue-se nos termos previstos nos arts. 846.º a 851.º, podendo
ser coerciva, voluntária, 849.º/1/b) a); extrajudicial e de remissão, 863.º a
867.º, do CCiv.; ou renúncia do direito por parte do exequente, 849.º/1/f); pela
adjudicação de quantias vincendas, 779.º/4/b) e 849.º/1/d), nos casos de
penhora de rendas, abonos, salários; na sequência de desistências do pedido
ou da instância por parte do exequente, art. 277.º/d), e 848º; por transação
judicial ou extrajudicial, arts. 1248.º a 1250.º, do Cciv., e 277.º/d), quando se
traduza em novação objetiva ou subjetiva da obrigação exequenda, arts.
857.º, a 862.º, do Cciv., por inutilidade ou impossibilidade superveniente da
execução, arts. 277.º/e), 748.º/3, 750.º/2, 799.º/6, 855.º/4, 849,º/1/c), nos
casos de sustação integral da execução, em virtude de pluralidade de
execuções sobre o mesmo bem, art. 794.º/4 e 849.º/1/e); etc. ver atrs.
277.º/c), 281.º/1/4; 732.º/4, 734º.
Artigo 817º do C.C.: se não se cumpriu com uma obrigação a que se estava
adstrito tem o credor o direito de agredir o património do devedor.
Processo executivo para entrega de coisa certa que segue sempre forma única,
art. 550º/4, regulado nos arts. 859.º a 867.º, do CPC. E consiste na fase
introdutória, 859.º e 860.º, e fase da entrega, 861.º a 865.º, do CPC., quando
a coisa já não exista, verifica-se a conversão da entrega de coisa para a
execução para pagamento de quantia certa, art. 867.º do CPC., pelo incidente
de liquidação, 358.º, 360.º e 716.º, do CPC., seguindo-se as fases da penhora e
de todo o resto da tramitação para o pagamento de quantia certa, 867.º/2, do
CPC.
1ÊdeÊjunhoÊ
Quando se trata de um título executivo de decisão judicial já houve citação.
Assim só faz sentido falar em notificação. A relação jurídica é a mesma.
Caso não haja oposição, não fica suspensa a execução, ou sendo julgada
improcedente a oposição, seguem-se os termos previstos nas arts. 868.º a
873.º, consoante se trate de facto infungível ou fungível. Na execução para
prestação de facto infungível, não sendo a referida prestação cumprida, o
exequente só poderá deduzir uma pretensão substitutiva indemnizatória o que
pressupõe o recurso á liquidação mediante o incidente de liquidação, previsto
nos arts. 358.º a 360.º e 716.º, ex vi, do art. 867.º, para onde remete o
disposto no art. 869º.
Quem alega um direito e não consegue provar o seu direito, a decisão sobre
esse facto será desfavorável.
O exequente só pode ser ressarcido dos danos que conseguir provar do
incumprimento (os danos emergentes daí) e eventualmente dos lucros
cessantes que não beneficiou e demonstrando que isso era provável.
Quando se trata de facto fungível já é diferente, o exequente não tem de
esperar que o lesante pratique o ato e pode ser ele a mandar reparar o dano,
ficando com as provas.
Critérios formais: os tribunais são livres de decidir sem estar sujeito a recurso
toda e qualquer ação dentro da sua alçada. Para haver recurso é necessário,
em regra, que o valor da ação seja superior ao da alçada do tribunal a que se
recorre e o valor da sucumbência ser superior a 50% disso.
O recurso de apelação é o recurso que se interpõe das decisões dos tribunais
de 1ª instância que reúnam os requisitos formais. - artigo 644º do CPC
A Relação vai apreciar matéria de facto e de direito.
Independentemente do valor, nas ações de despejo há sempre recurso até à
Relação.
As ações pessoais têm o valor de 30.000,01€ para ser sempre possível o
recurso para o Supremo.
Quando se verificar a dupla conforme (a Relação decidir no mesmo sentido da
1ª instância) aqui não há recurso, em regra.
Recurso per saltum - o recurso é só de direito e como o valor o permite e a
sucumbência também então recorre-se da 1ª instância para o Supremo.
No que respeita ao recurso na ação executiva diz a lei que estão sujeitas a
recurso de apelação, 644º/2, a interpor no prazo geral de 30 dias, art. 638.º/1,
do CPC, sujeitos às condições gerais de admissibilidade dos recursos como se
prevê no art. 629.º, do CPC, as decisões finais proferidas na ações declarativas
que correm por apenso ao processo de execução, no respeitante a embargos
de executado, art.732.º/2; verificação e graduação de créditos, nos termos
previstos no art. 791/1, bem como as proferidas no incidente declarativo de
liquidação, como decorre do art. 853.º/1, do CPC.
A decisão proferida no incidente de oposição à penhora dos arts. 784.º e 785.º,
pode ser também objeto de recurso de apelação, mas com a redução para 15
dias do prazo para o interpor, arts. 853.º/1, 644.º/2/i) e 638.º/1., do CPC. Há
ainda recurso de apelação, a subir, imediatamente, em separado e com efeito
meramente devolutivo, art.853.º/4, das decisões interlocutórias do processo
de execução enunciadas no art. 853.º/2, bem como das decisões finais de
indeferimento liminar e de rejeição do requerimento executivo, art. 853.º/3, do
CPC.
12ÊdeÊjunho
CorreçãoÊdoÊ2ºÊTeste
1.
A) É uma ação executiva para entrega de coisa certa (dizer o que é a coisa
e ir ao artigo 207º do CC) e prestação de facto. Nunca se altera o fim que
consta no título executivo. A prestação de facto e a entrega de coisa eram
convertíveis no seu valor pecuniário. Qualquer finalidade do título
executivo na sentença é cumulável - artigos 709º e 710º do CPC. Artigos
827º a 829º do CC. Há a prestação de facto positivo fungível. Artigo 10º,
nº4, nº5 e nº6, parte final do CPC.
A entrega de coisa e prestação de facto, segundo o artigo 550º, nº4 segue
sempre forma única - processo comum. Em algumas circunstâncias segue
a tramitação do processo ordinário e noutras circunstâncias segue a
tramitação do processo sumário.
Artigos 859º e 868º e ss. do CPC
Quem tem legitimidade para esta ação, segundo o artigo 30º (interesse
direto), é o autor, o réu + artigo 53º do CPC. O cônjuge tinha legitimidade,
se fossem penhorados bens comuns do casal.
Artigo 626º - é o tribunal que proferiu a sentença, artigo 85º, Nº1, 1ª
parte. Em Sintra não existe instância executiva local, apenas central.
Artigos 117º e 130º da LOSJ.
É preciso patrocínio judiciário - artigo 58º do CPC. As ações executivas
superiores a 5.000€ é preciso patrocínio judiciário, desde que se discuta
direito - em regra.
Todas as ações têm de ter valor - artigos 296º e 297º do CPC. Tratando-se
de execuções para entrega de coisa e prestação de facto, convoláveis nos
termos dos artigos 867º e 869º do CPC, convertíveis no seu valor: os
12.500€ + os 29.000€ + os juros de mora (artigo 559º do CC) e os juros
compulsórios do artigo 829º-A do CC.
B) O título apresentado consiste numa sentença judicial - artigo 703º, nº1
alínea a) e 704º, nº1. No momento do processo de ação declarativa que
condena o réu Carlos à entrega de um automóvel igual ao que destruiu
no valor de 29.000€ e na reparação do muro também por si destruído.
Por conseguinte, estamos diante de uma execução para entrega de coisa
e de prestação de facto positivo fungível (artigo 828º do CC), pode ser
mandado executar pelo executado ou por outra pessoa, cujas execuções
surgem reguladas nas disposições dos artigos 859º e ss. e 868º e ss; diz a
lei que estas execuções não são cumuláveis, no âmbito do artigo 709º,
Nº1, al. B) do CPC. Porém o artigo 710º exceciona esta questão, o que
significa que são cumuláveis no mesmo processo. É sempre previamente
notificado (a citação substitui-se por uma notificação pelo que estamos
no âmbito de um título executivo de decisão judicial) o executado. Tinha
de se requerer a execução da entrega da coisa e a conversão do seu valor
pelo que expõe o artigo 867º do CPC e a prestação de facto que a lei
permite e prevê a prestação pelo exequente, ou seja, o credor, nos
termos previstos pelo artigo 871º, nº1 e prestar contas ao juiz do
processo, acrescentando juros de mora e compulsórios. Se existisse
naquela comarca instância executiva, o juiz do processo faz remessa para
a instância adequada. Deve ser requerida no requerimento a conversão
da execução no seu valor pecuniário.
Como pressupõe os artigos 859º a 860º, o executado tem 20 dias para se
opor à execução e expor os respetivos motivos + artigos 861º a 864º do
CPC. A penhora só existe para o pagamento de quantia certa. Nas outras
execuções não comportam penhora, converte-se a prestação no seu valor
pecuniário e por analogia vamos à penhora.
C) A carrinha e o estabelecimento comercial são penhoráveis - artigo 735º
e ss. do CPC. Como se dispõe pelo artigo 601º do CC, por esta dívida
respondem todos os bens do devedor suscetíveis de penhora, o que
compreende a carrinha que seria penhorável, nos termos do artigo 768º,
nº2, nº3 e nº4; e a penhora do estabelecimento, prevista no artigo 782º.
O artigo 855º, nº5 remete para o artigo 626º, nº5 - era possível a
penhora.