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MATERIAL DIDÁTICO PARA ENSINO COLETIVO DE TUBA E EUFÔNIO

Aldo César Silva

1
SUMÁRIO

Agradecimentos.................................................................................................3
Introdução...........................................................................................................4
Utilização do material didático..........................................................................5
Respiração..........................................................................................................6
Postura ao tocar.................................................................................................9
Dedilhado..........................................................................................................10
Produção sonora .............................................................................................11
Eufônio: contextualização...............................................................................48
Eufonistas notáveis.........................................................................................50
Repertório.........................................................................................................53
Principais tubistas........................................................................................... 53
Referências.......................................................................................................50
Anexos...............................................................................................................51

2
Agradecimentos

Inicialmente, gostaria de agradecer a todos que contribuíram com a


elaboração deste material didático, em especial ao professor doutor Sérgio
Barrenechea por toda a atenção e paciência.
Agradecimentos sejam devidos a Fernando Martuscelli e a Grilo Musical
pelas informações e pelas pesquisas históricas sobre os instrumentos.
Aos professores Gladson Leone Rosa, Weverton Santos (Grilo), Pedro
Aristides, Robson Saquet, Alaécio Martins agradeço pelas horas de atenção à
minha pesquisa.
A João Drumond e Talles Bibiano agradeço pelas revisões.
Aos professores Dr. Lélio Alves e Dra. Ermelinda Paz pela autorização
para utilizar referências dos métodos Trombone Fácil e 500 Canções
Brasileiras.
Ao sargento Marcos Humberto Vieira de Oliveira agradeço pela
importantíssima contribuição na forma de seus excelentes arranjos para Eufônio
e Tuba.
A você, minha rainha, minha mãe, Edna Albano, aos meus irmãos, tios,
primos e sobrinhos agradeço por toda torcida e oração.
Obrigado, Deus! Salve, Maria!

3
Introdução

Esta pesquisa apresenta o material didático para o ensino coletivo da tuba


e do eufônio, incluindo uma compilação de exercícios técnicos em forma de
duetos, seguida de contextualização histórica com comentários e sugestões a
professores. Esta publicação é um produto resultado de pesquisa realizada no
Mestrado Profissional no Ensino das Práticas Musicas da UNIRIO, no período
de março de 2016 a fevereiro de 2018.

De maneira progressiva, incentiva-se o ensino coletivo dos instrumentos


citados. Existem diversas publicações que visam ao ensino de instrumentos de
metal, mas o intuito de priorizar a prática conjunta pode ser mais um recurso de
ensino para escolas e conservatórios que contemplem o ensino de tuba ou
eufônio.

Na parte final deste material didático, há duetos melódicos com arranjos


originais para a formação de eufônio (B♭) e tuba (B♭), na escrita de concerto ou
sons reais, com a tuba em uma oitava abaixo do eufônio, instrumentos
normalmente utilizados nas bandas e nos conservatórios. A elaboração deste
material didático segue as sugestões enviadas por professores que realizam o
ensino coletivo para tuba e eufônio em conservatórios, faculdades,
universidades e escolas técnicas de música, em resposta a um questionário
elaborado por este pesquisador, contendo sete perguntas enviadas por e-mail
ou em mídias sociais. Entre as respostas, destacam-se as dos professores de
eufônio, doutor Fernando Deddos e Wilson Dias, e as dos professores de tuba,
mestre Gladson Leone Rosa e Luiz Ricardo Serralheiro.

4
Utilização do material didático

É importante, antes de iniciar a prática musical com a tuba e o eufônio,


observar e entender os conceitos que norteiam o funcionamento desses
instrumentos desde a maneira correta de utilização da respiração, da produção
sonora e das posições das notas até a leitura musical e o fraseado. É
importante ter em mente que esses fundamentos teóricos são parte essencial
para o ótimo desempenho com os instrumentos. O verdadeiro estudo não
demanda somente tempo, mas também planejamento e disciplina na sua
realização, ou seja, a aplicação desses conceitos nas práticas dos exercícios.
Atente-se, ademais, para o contexto histórico e a literatura dos instrumentos
como um complemento aos conceitos.
As situações de ensino musical são bem diferentes dependendo da
localidade, estrutura e disponibilidade de equipamentos e professores.
Sugerimos atividades conjuntas para ensino e prática conjunta dos dois
instrumentos, eufônio e tuba. Porém o professor pode adaptar esse material
para as diversas situações e para as necessidades de seus alunos.

5
Respiração

Um dos fatores principais para a boa execução musical é a respiração.


Afinal, se o que é tocado e um instrumento de sopro, ter boa capacidade
respiratória e fundamental. Focalizar exercícios para ampliação, objetividade e
controle da capacidade respiratória, associados à maneira correta de usá-la,
facilitará a interpretação e a construção do discurso musical.
Há vários exercícios para respiração quase sempre parecidos. O
importante é encontrar algum com que se tenha afinidade e fazê-lo diariamente.
Seguem sugestões de exercícios para respiração com auxílio de aparelhos ou
utensílios (luva de PVC 3/4, aparelhos Respiron ou Voldyne), em alternância
com exercícios corporais.
Respiron ou Voldyne são aparelhos similares que tem o intuito de
incentivar o “fortalecimento da musculatura respiratória e aumento dos volumes
e capacidades pulmonares.”1 Podem ser facilmente adquiridos em lojas de
equipamento médico hospitalar ou de esportes. Dicas de utilização do Voldyne
podem ser encontrada na página: https://pt.wikihow.com/Usar-o-Voldyne-5000 e
do Respiron na página: https://www.youtube.com/watch?v=eCMbyyyPFPA.

1Fonte: site do fabricante hps://www.ncsdobrasil.com/respiron-classic acessado em 7 de fevereiro de


2018.

6
Figura 1 -Respiron

Figura 2 - Luva de PVC

1. Neste primeiro exercício, precisaremos de uma luva de PVC 3/4, que


pode ser adquirida em qualquer casa de material de construção, um
metrônomo, um ambiente limpo e arejado. Ligue o metrônomo a 60 bpm,
posicione a luva de PVC 3/4 na boca, sobre a língua e faça a seguinte
sequência:
Inspire por 4 tempos Expire por 4 tempos (x5)
Inspire por 5 tempos Expire por 5 tempos(x5)
Inspire por 6 tempos Expire por 6 tempos(x5)
Inspire por 8 tempos Expire por 8 tempos(x5)

Observação: respire sem levantar os ombros e sem estufar o peito. Caso sinta
dificuldade em realizar a respiração ampla e relaxada, solte todo o ar,

7
murchando a barriga; fique por algum instante sem respirar, relaxe a barriga
para fora, deixando o ar entrar naturalmente, sem forçar. Se fizer isso algumas
vezes, você perceberá que o ar entrará naturalmente; se, com a prática deste
exercício, você ainda não conseguir sentir a respiração abdominal, tente a
opção seguinte.

2. Deite-se numa superfície reta. Dobre as pernas com os pés separados e

próximos às nádegas. Coloque as mãos sobre a barriga, em cima do


umbigo. Inspire e sinta o abdômen subindo; expire e sinta o abdômen
descendo. Se encontrar dificuldades, ponha um livro sobre o abdômen e
tente elevar e descer o livro várias vezes, com o movimento de
inspiração e expiração do ar. Desta forma, você ativará o diafragma.
Depois de algum tempo, você fará este movimento sem o apoio do livro.
A respiração estará correta quando você adquirir a espontaneidade do
movimento; sua respiração será satisfatória e produzirá em você uma
sensação de calma2. Lembre-se de manter o restante do corpo relaxado,
evite esforços desnecessários e sinta que seu corpo se transforma em
um balão inflável. Inspire pelo abdômen e encha os pulmões, até atingir
a região intercostal (alto do peito e parte superior das costas). Na
expiração, o movimento é inverso: alto do peito, tórax e abdômen.
Busque a amplitude do ar nos pulmões, mas relaxe o restante do corpo.

Observação: criado como um incentivador respiratório, o Respiron


auxilia a busca da ampla utilização do diafragma, além de propiciar uma visão
geral do ar utilizado na execução musical.

2Informação colhida em março de 2015, por ocasião de máster class., ministrada por Luiz
Ricardo Serralheiro.

8
Postura ao tocar a Tuba e o Eufionio

Na posição sentada, apoie a tuba sobre as pernas, com a mão esquerda.


Para a afinação, use a mão direita para o acionamento das válvulas (tubas com
rotores ou pistões frontais). Evite a tensão ou a rigidez dos dedos. A mão direita
deve estar relaxada. Imagine os dedos em repouso. Qualquer excesso de
tensão afetará o controle e a velocidade do acionamento dos pistões ou
válvulas e sua eficiência.

Figura 3 - Posição da tuba

9
Produção sonora

Aplicando os procedimentos de respiração praticados nos exercícios


anteriores, iniciar-se-á produção sonora. Para isto é necessário utilizar uma
quantidade grande de ar com muito volume. Imagine que você precise encher
um balão gigante de ar, mas com velocidade lenta (ar quente), direcionando-o
para o centro do bocal (cf. figura 5), após vibrar seus lábios. Pense em um som
contínuo, sustentado e de grande vibração. Imagine a garganta bem aberta e
evite forçar o bocal contra os lábios. Sustente, ao máximo, o som no bocal,
deixando os lábios relaxados e o canto da boca firmemente fechado 3.
A vibração dos lábios (buzz) é produzida pela passagem do ar pelos
lábios comprimidos um contra o outro como se pronunciasse o fonema “m”. O
controle da vibração dos lábios pode ser desenvolvido pelos exercícios de
besouro ou buzzing.
Sugestão: tenha, em mão, um diapasão para auxiliar o alcance da altura exata
da nota. Alguns alunos sentem mais facilidade para emitir a nota fá 2 para
eufônio e fá14 para tuba. Outros sentem mais facilidade no si ♭ 15 para tuba e no
si♭ 26 para eufônio. Aconselha-se iniciar os estudos do método após a firmeza
na execução do fá, por isso é indispensável o auxílio de um professor.

Figura 5 - Posição do bocal Figura 6 - Posição de apoio do bocal

3Informação colhida em janeiro de 2017, por ocasião de máster classe, ministrada por Ms.
Gladson Leone Rosa.
4Nota assinalada no 1º espaço suplementar inferior, na clave de fá.
5Nota assinalada no 3º espaço suplementar inferior, na clave de fá.
6Nota assinalada no 1ª espaço superior, na clave de fá.
10
É importante a utilização de sílabas no início de cada nota, não somente
para articulá-las, mas também para auxiliar a abertura da garganta. Neste caso,
sugerimos a silaba tô, que cria um formato na cavidade bucal similar ao
movimento de bocejar, que se realiza pela abertura interna da boca ao máximo.
Pense em um som contínuo, sustentado e de grande vibração. Imagine a
garganta bem aberta e evite forçar o bocal contra os lábios. Sustente, ao
máximo, o som no bocal, deixando os lábios relaxados e o canto da boca
firmemente fechado!
A produção sonora está associada a vibrações de corpos materiais. Quando se escuta
determinado som, um corpo está em vibração, criando, assim, a produção do som. No contexto
dos metais, essa produção ocorre pela vibração dos lábios (buzz) impulsionados pelo ar, que é
ampli2cado por uma caixa de pré-ressonância, ou seja, os instrumentos tuba e eufônio.

Dedilhado

Segue a tabela com o dedilhado tradicional acima da nota. O dedilhado


ou a posição para as notas é conseguido por meio das combinações de dedos
utilizados para cada nota no instrumento. O dedilhado tradicional soa melhor e
com maior equilíbrio na maioria dos instrumentos, mas é extremamente
necessário conhecer as outras posições para se ter opções de acordo com as
necessidades. A utilização do quarto pistão ou rotor, não presente em todos os
modelos de tuba ou eufônio, é muito importante, pois esse recurso é comum
nas tubas atuais e extremamente útil para auxílio e correção de afinação,
podendo também facilitar passagens mais rápidas. Há variantes em relação ao
material utilizado (bocal ou instrumento) e a correção da região aguda.
Experimente e pesquise outros dedilhados e lembre-se de atentar para o fato
de que a sonoridade a afinação, isto é, a afinação correta das notas deve ser
priorizada em detrimento da sonoridade mais equilibrada. Na tabela, a figura
sem preenchimento (em cor cinza), número 0, indica que não se deve acionar o
pistão ou válvula. A figura preenchida (em vermelho) indica o acionamento do
pistão ou válvula.

11
Posições de tuba em B≤

_____________________________________________________________________________

MI-0 FÁ-0 FÁ#1/SOL ≤-0 SOL-0

_____________________________________________________________________________

SOL#/LÁ≤-0 LÁ-0 LÁ#/SI≤-0 SI-

_____________________________________________________________________________

DÓ-1 DÓ#/RÉ≤-1 RÉ-1 RÉ#/MI≤-1

_____________________________________________________________________________

MI-1 FÁ-1 FÁ#/SOL≤-1 SOL-1

12
_____________________________________________________________________________

SOL#/LÁ≤-1 LÁ-1 LÁ#/SI≤-1 SI-1

_____________________________________________________________________________

DÓ-2 DÓ#/RÉ≤-2 RÉ-2 RÉ#/MI≤-2

_____________________________________________________________________________

MI-2 FÁ-2

13
Posições de eufônio em B≤

MI-1 FÁ-1 FÁ#1/SOL ≤-1 SOL1

_____________________________________________________________________________

SOL#/LÁ≤-1 LÁ-1 LÁ#/SI≤-1 SI-1

_____________________________________________________________________________

DÓ-1 DÓ#/RÉ≤-1 RÉ-1 RÉ#/MI≤-1


_____________________________________________________________________________

MI-1 FÁ-1 FÁ#/SOL≤-1 SOL-1

SOL#/LÁ≤-1 LÁ-1 LÁ#/SI≤-1 SI-1

14
_____________________________________________________________________________

DÓ-2 DÓ#/RÉ≤-2 RÉ-2 RÉ#/MI≤-2

_____________________________________________________________________________

MI-2 FÁ-2

15
Notas iniciais

As notas na primeira posição do instrumento, sem o acionamento de


pistões ou rotores, são, teoricamente, mais fáceis de serem emitidas. Assim, o
aluno poderá concentrar-se na emissão do som, facilitando a compressão da
coluna de ar e o uso dela para vibrar os lábios e emitir o som. Pense em uma
sonoridade ampla e a mais bonita possível. Relaxe bem os ombros e os lábios,
mas mantenha o canto da boca firme. Não se esqueça da respiração ampla e
com foco em sua utilização no trecho musical. Lembre-se de que o buzz7 é
somente no bocal e a produção sonora é realizada com o bocal inserido
propriamente no instrumento 8.

Sugestão: faça os exercícios de buzz nas demais posições do instrumento.

7Denominação para o som emitido pela vibração labial feita somente no bocal.
8Você encontrará, neste método, a palavra eufônio na escrita em inglês, euphonium, e a
palavra bombardino. Lembre-se de que ambas se referem aos mesmos instrumentos.
16
Teoria musical9

Pauta ou pentagrama: reunião de cinco linhas e quatros


 espaços utilizados para a escrita musical. Inicia-se a
contagem das linhas e dos espaços de baixo para cima.
Barra de compasso: separa os compassos. São contadas
 as figuras de valores entre duas barras de compasso.

Barra final: é utilizada ao final de determinada música,


 para indicar o fim.

Clave de fá: é empregada no início do compasso, para


¸ indicar a sequência de notas. A clave de fá escrita na
quarta linha da pauta indica que ali é denominado como fá.
4 Formula de compasso: indica o agrupamento das notas
4 na música. No compasso quaternário, esse agrupamento é
de 4 em 4 tempos.
Semibreve: no compasso 4/4, equivale a quatro tempos
 de som. As figuras não têm valor determinado ou fixo.

Pausa semibreve: equivale a quatro tempos de silêncio do


 trecho tocado no compasso 4/4.

Mínima: no compasso 4/4, equivale à metade de uma


 semibreve. Corresponde a dois tempos.

Pausa de mínima: equivale a dois tempos de silêncio de


◊ determinado trecho musical no compasso 4/4.
Semínima: no compasso 4/4, equivale à metade de uma
Œ mínima. Corresponde a um tempo.
Pausa de semínima: equivale a um tempo de silêncio de
Ô determinado trecho de um compasso 4/4.

9Se houver necessidade de introdução de conceitos de teoria musical, o professor deve fazê-lo nesse
momento, pois o aluno vai precisar dominar esses conhecimentos para a leitura de parDturas e a
execução dos exercícios que se seguem. Não descarta-se a necessidade da práDca do solfejo e da leitura
rítmica de todos os exercícios e duetos sugeridos nessa publicação com os alunos, pois essa é a base do
bom desempenho musical.

17
Produção sonora

18
19
20
Dica ao professor: oriente o aluno sobre a importância de atentar, inicialmente,
para o fator sonoro. Aconselhamos ter a produção sonora como pilar para o
desenvolvimento futuro. Busque a centralização dos lábios no bocal, a
velocidade lenta do ar com grande volume e atente para os possíveis esforços
desnecessários.
O próximo exercício destina-se ao estudo de ligadura, que é uma linha
colocada acima ou abaixo das notas, para indicar conexão. Ligadura ou legato
é o efeito de tocar duas ou mais notas, sem pronunciar nenhuma consoante no
início de cada nota e sem interromper o fluxo do ar, conectando a passagem de
uma nota para outra.
Em notas de alturas diferentes, teremos o efeito legato. Neste exercício,
imagine a mudança de notas somente com o acionamento dos pistões ou
válvulas. Mantenha uma corrente de ar constante com muito volume e
velocidade lenta, de forma relaxada e busque um som bonito e amplo.

Dica ao professor: oriente o aluno para evitar movimentos excessivos da boca


e da mandíbula nas mudanças de notas do exercício acima. Tente associar a
mesma forma de boca e posicionamento para os registros de tessitura
alcançados.

21
Seguem duas melodias para fixação dos exercícios e das posições

aprendidas. As melodias serão acrescidas de ritornelli, cujo indicativo é: ,


sinal para repetição de um ou mais trechos ou uma seção inteira da música. O
ritornello uma barra dupla, com dois pontos posicionados nos espaços acima e
abaixo da linha central da pauta. Lembre-se de executar as canções de forma
clara e busque o som amplo e bonito. Respire amplamente.

Fonte: Método Rubank Elementar10

Fonte: Método Rubank Elementar11

10LONG, Newell H. Rubank Elentary Method trombone or Baritone. Ed. Hall Leonard Book,
1993. 48 pg.
11LONG, Newell H. Rubank Elentary Method trombone or Baritone. Ed. Hall Leonard Book,
1993. 48 pg.
22
A seguir será feita nossa primeira composição. Baseando-se nos estudos
feitos até o momento, complete os compassos em branco da primeira
composição. A escala utilizada será a de dó maior.

Serão apresentados exercícios da região média aguda do instrumento


(si♭ 2). Como sugestão, caso encontre maior facilidade de emissão nessa
região, inicie os estudos do método pelos próximos exercícios e retorne, em
seguida, aos primeiros.

23
Dica ao professor: oriente o aluno a manter a mesma abertura de boca e a
mesma pressão dos lábios na região média grave da tuba. É comum,
inicialmente, o aluno forçar mais o bocal contra os lábios e pressionar um contra
outro, causando o fechamento da saída de ar, o anasalamento e a mudança
brusca do som. Atente para esses detalhes.

Fonte: Método Rubank Elementar12

12LONG, Newell H. Rubank Elentary Method trombone or Baritone. Ed. Hall Leonard Book,
1993. 48 pg.
24
Fonte: Método trombone fácil, de Lélio Alves13

Dica ao professor: faça com que seu aluno relaxe, ao executar estudos nessa
região. Procure igualar o som, pense a garganta livre e aberta como um fole de
sanfona, sem interrupção, para a entrada e a saída livres do ar.

Conceitos de teoria musical e notação: ponto de aumento, legato,


ligadura, fermata e barra final

O ponto de aumento é um sinal colocado à direita da nota ou da pausa,


para aumentar a metade do seu valor.
O legato é uma palavra italiana utilizada para indicar que um som vai a
outro sem interrupção.
A ligadura é uma linha curva grafada sobre ou sob figuras. No exemplo
abaixo, utiliza-se a ligadura de prolongamento que, colocada entre sons de
mesma altura, serve para somar-lhes as durações.
A fermata indica a prolongação do som ou do silêncio além do que está
escrito.
A barra final indica o término da música ou do trecho executado.

13ALVES,Lélio , Método Prático para Principiantes, 1ª ed. – São Paulo: Irmãos Vitale, 2014

25
Brincando com o ritmo

A seguir, faremos um exercício de leitura rítmica. De acordo com a


denominação teórica de Maria Priolli 14, ritmo é o movimento dos sons regulados
pela sua maior ou menor duração. Por sua vez, Bohumil Med 15 refere ser a
organização do tempo. O ritmo é a ordem do movimento. A palavra ritmo (em
grego rhythmos) designa “aquilo que flui, aquilo que se move”.

Teoria musical

Armadura de clave: é o conjunto de acidentes colocados ao lado


da clave no pentagrama, indicando quais notas devem ser tocadas
com bemóis ou sustenidos.
Tom e É a maior distância ou intervalo adotado entre duas notas, na
música ocidental. Um semitom é a metade de um tom e equivale à
semito
distância de um sustenido ou bemol, logo um tom equivale a dois
m sustenidos ou bemóis.

≤ Bemol: abaixa a nota em um semitom.

≥ Sustenido: eleva a nota em um semitom.

Ω Bequadro: anula as alterações realizadas pelo bemol ou


sustenido.
14PRIOLLI, Maria Luiza de Mattos, Princípios Básicos da Música para Juventude, 48ª ed. rev.
ampl. é atual. Rio de Janeiro, RJ: Editora Casa Oliveira de Música LTDA, 2006.
15MED, Bohumil, Teoria da Música. 4ª ed. rev. e ampl. Brasília, DF: Musimed, 1996.
26
Escalas São sequências de notas sucessivas ordenadas por tons e
maiores semitons. A escala maior tem a sequência demonstrada a seguir.

Escala de b≤ (si bemol) ascendente e descendente

27
Dica ao professor: enfatize ao aluno como é importante entender a formação
das escalas, procurar, ao máximo, uma afinação intervalar e manter a
sonoridade rica, grande e igual.

Teoria musical

‘ Vírgula: indica o local de respiração no trecho tocado.

Staccato: é o tipo de articulação musical que torna as


notas para curta duração. Um ponto colocado acima
ou abaixo da nota indica que sua execução deverá
encurtar a duração da nota.


Marcato ou Martellato: são palavras Italianas para
“bem marcado”. Seria o meio termo entre acento e
staccato.

28

Sforzzando stacatto: é o acento com diminuição
gradual da intensidade da nota. Assemelha-se ao sino.

Fermata: indica uma sustentação ou suspensão do


 som (ou silêncio) além do normal.

Dica ao professor: de extrema importância para os instrumentistas de


instrumentos graves, a articulação é responsável por dar clareza ao trecho
executado e é crucial na definição do estilo interpretado. Busque trabalhar co o
aluno para igualar todas as notas, observando a língua como um definidor do
corpo da nota e deixe o som com grande volume.

O arpejo ou harpejo (do italiano arpeggio) é a execução sucessiva, não


simultânea, das notas de um acorde que começa, geralmente, pelo baixo (como
uma harpa) sustentando as notas16.

16MED, Bohumil, Teoria da Música. 4ª ed. rev. e ampl. Brasília, DF: Musimed, 1996.

29
Observação: o numeral e a linha acima das notas referem-se à posição onde
deverão ser tocadas.

3ª Posição Dó

Escalas em terças

30
Fonte: Método trombone fácil, de Lélio Alves17

Fonte: 500 canções brasileiras, Ermelinda Paz1819

Dica ao professor: para os exercícios acima, pense em direcionar a coluna de


ar, pronunciar mentalmente, o intervalo tocado, não realizar esforço
desnecessário ao mudar de nota, evitar quebra de embocadura e procurar
equilíbrio no timbre e no volume, para os vários registros alcançados no
instrumento.
17ALVES,Lélio , Método Prático para Principiantes, 1ª ed. – São Paulo: Irmãos Vitale, 2014
18Ermelinda Paz é pesquisadora de música popular, folclorista e erudita brasileira. É doutora,
livre docente, professora titular da UFRJ e professora adjunta do Instituto Villa-Lobos, da
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO. Tem intensa pesquisa sobre a
música folclórica brasileira e a educação com a utilização da música nacional, que resultou no
livro 500 Canções Brasileiras. Site: www.ermelinda-a-paz.mus.br.
19PAZ, Ermelinda A., 500 Canções Brasileiras, 2ª ed. ver. – Brasília, DF: Musimed, 2010.

31
Teoria musical
Pianíssimo Mezzo piano Forte
  
Piano Mezzo forte Fortíssimo
  

Teoria musical


Colcheia: equivale à metade de uma semínima. Em um compasso
quaternário, seria a metade de uma figura de um tempo de som.

Ò
Pausa: indica a duração de silêncio entre os sons. Há a pausa de
colcheia, que seria a metade de um tempo de silêncio em um
compasso quaternário.
~
Compasso ternário: compasso é a divisão de um trecho musical
em séries de tempos regulares. O compasso ternário é o
agrupamento da música de 3 em 3 tempos.

32
Brincando com o ritmo

Dica ao professor: para os exercícios acima, é importante trabalhar os


conceitos de subdivisão rítmica e articulação e procurar sincronizar os inícios
das notas.

33
Dica ao professor: mantenha a respiração ampla e relaxada, utilize uma
velocidade lenta do ar, mas com grande volume (ar quente) e siga as dicas:
mantenha a coordenação entre respirar e articular a nota (evite o mal de
Valsava); tenha extrema atenção às dinâmicas (sforzando, legato, etc.); use a
sílaba oh; respire no ritmo; utilize e (ou) pense a sílaba oh, ao respirar; relaxe.

34
Teoria musical

Casa de 1ª e casa de 2ª: quando determinado trecho da música precisa ser


repetido, mas com terminações diferentes, usam-se duas chaves com as
indicações em uma de 1ª vez e outra de 2ª vez.
Anacruse (do grego anakrusis): ou prótese é a nota ou a sequência de notas
que procedem ao primeiro tempo forte do primeiro compasso de uma música.

35
Fonte: 500 canções brasileiras, Ermelinda Paz20

Fonte: 500 canções brasileiras, Ermelinda Paz21

20PAZ, Ermelinda A., 500 Canções Brasileiras, 2ª ed. ver. – Brasília, DF: Musimed, 2010.
21PAZ, Ermelinda A., 500 Canções Brasileiras, 2ª ed. ver. – Brasília, DF: Musimed, 2010.

36
Teoria musical

Quiáltera: é a subdivisão de uma nota em mais ou menos partes do


que o normal. Para algumas subdivisões, as quiálteras têm nomes
específicos, como tresquiáltera e tercina (grupo de três notas) ou
sextina (grupo de seis notas).
Quiálteras aumentativas e diminutivas: os adjetivos aumentativos e
diminutivos referem-se ao número das notas. Se houver mais notas,
como 3 em lugar de 2 ou 5 em lugar de 4, a quiáltera é aumentativa.
Caso haja menos notas, como 7 no lugar de 8 ou 2 em lugar de 3
(comum em compassos 6/8 ou 9/8 e semelhantes), a quiáltera é
diminutiva.
Quiálteras irregulares e regulares: se as notas que compõem a
quiáltera têm o mesmo valor, teremos uma quiáltera regular. Se,
porém, as notas têm valores diferentes, como, em lugar de três
semínimas, encontrarmos uma mínima e uma semínima na partitura,
ou duas semínimas e duas colcheias, assim, a quiáltera é irregular.

Fonte: 500 canções brasileiras, Ermelinda Paz22

22PAZ, Ermelinda A., 500 Canções Brasileiras, 2ª ed. ver. – Brasília, DF: Musimed, 2010.

37
Fonte: 500 canções brasileiras, Ermelinda Paz23

Primeira posição: acionando o 4°pistão ou rotor

Segunda posição: acionando o 2° e o 4° pistões ou rotores

23PAZ, Ermelinda A., 500 Canções Brasileiras, 2ª ed. ver. – Brasília, DF: Musimed, 2010.

38
Fonte24: Método trombone fácil, de Lélio Alves25

24Chiquinha Gonzaga (1847-1935) foi a primeira mulher a atuar como compositora no Brasil.
Enfrentou o preconceito da sociedade conservadora e machista do país. Compôs a primeira
marchinha carnavalesca, Ô, abre-alas, além de peças em diversos gêneros musicais, com
destaque para valsas, polcas e tangos.
25ALVES,Lélio , Método Prático para Principiantes, 1ª ed. – São Paulo: Irmãos Vitale, 2014

39
Escalas ascendente e descendente de mi  maior

Brincando com o ritmo

Seguem três exercícios de progressão rítmica para fixação das células.


Como forma de auxiliar, o tempo foi agrupado acima, para identificar o tempo
forte. Utilize o metrônomo e tenha precisão no pulso. Como sugestão, inicie a
60 bpm.
40
Exercícios de quiáltera e síncope

41
Fonte: 500 canções brasileiras, Ermelinda Paz26

26PAZ, Ermelinda A., 500 Canções Brasileiras, 2ª ed. ver. – Brasília, DF: Musimed, 2010.

42
Segue uma melodia com abertura de vozes. Atente para as diferenças
entre as duas partes. Busque igualdade sonora (afinação, volume, timbre),
procure manter a precisão rítmica, pense na nota, mantenha a abertura de boca
e utilize a sílaba oh para emissão das notas.

43
Escala de Sol Maior Ascendente e Descendente.

44
Fonte: 500 Canções Brasileiras de Ermelinda A. PAZ27.

27PAZ, Ermelinda A., 500 Canções Brasileiras, 2ª ed. ver. – Brasília, DF: Musimed, 2010.
45
46
A seguir apresentam-se informações de contextualização histórica sobre
os instrumentos estudados como incentivo aos estudos das origens,
desenvolvimentos tecnológicos e seus personagens. Acredita-se que essas
informações possam estimular a formação de tubistas e eufonistas com
capacidade de reflexão e de transformação de suas realidades.

Eufônio: contextualização

Eufônio e bombardino, no Brasil, são termos sinônimos. Se falarmos em


eufônio ou bombardino, referimo-nos, exatamente, ao mesmo instrumento da
família dos metais, classificado como um aerofone. O eufônio é um tubo
sonoro28, em que a frequência das notas é modulada pela vibração labial e pela
variação da extensão (comprimento) do próprio tubo sonoro, mediante a
conjugação de pistões ou válvulas, que desviam o fluxo do ar, aumentando ou
diminuindo o percurso entre o plano imaginário que toca a borda do bocal e o
que toca a borda da campana. Em menor medida, a afinação pode ser
ajustada, parcialmente, pelo deslocamento de voltas de afinação e pela
compressão do ar causada pelo bocal.
A palavra eufônio, em inglês, grafando-se euphonium29, vem da
palavra grega euphonos, formada por dois radicais gregos: eu, significando
“bem” ou “bom”, e phonos, significando som. Daí advém a referência à boa
sonoridade do eufônio. A palavra bombardino é de origem italiana. A palavra
bombarda, atualmente, refere-se a um instrumento tradicional de palheta dupla,
tocado na Grã-Bretanha e na França. Em latim, bombus significa “rumor surdo”
e é uma onomatopeia. Do francês, a palavra bombarde chegou ao italiano,
bombarda e, no século XIV, significava uma arma de fogo.

28Todo tubo sonoro de instrumentos musicais obedece ao princípio de Bernoulli.


Genericamente, são tubos de Venturi, instrumentos de medição, inventados por Giovanni
Battista Venturi, físico italiano, para medir a velocidade do escoamento e a vazão de um líquido
incompressível mediante a variação da pressão durante a passagem deste líquido por um tubo
de seção mais larga e, depois, por outro de seção mais estreita. Se o fluxo de um fluido é
constante, mas sua área de escoamento diminui, então, necessariamente, sua velocidade
aumenta. Segundo o teorema da conservação da energia, se a energia cinética aumenta, a
energia determinada pelo valor da pressão diminui.
29Merriam-Webster English Dictionary, http://www.merriam-webster.com/dictionary/euphonium

47
O ancestral mais antigo do eufônio é o serpentão, cujo uso começou
na Renascença, mas era difícil
controlar a afinação e a qualidade
do timbre, porque os orifícios de
execução eram
desproporcionalmente pequenos.
Depois dele, o oficleide,
principalmente durante a primeira
metade do século XIX, usou um
sistema de chaves e sapatilhas,
mas ainda era impreciso,
especialmente no registro agudo.
A nomenclatura é
confusa. O nome original dado pelo inventor
Ferdinand Sommer era euphonion. Algumas vezes, é
chamado de tuba tenor em si bemol (denominação
de Carl Moritz), mas é um termo que pode referir-se
a outros tipos de tuba, portanto deve ser evitado. Em
francês, o eufônio é chamado de basse, sax horn
basse e tuba basse, lembrando que o sax horn tem
construção diferente. Em alemão, é chamado de
Baryton, Tenorbass e Tenorbasshorn (denominação
de William Wieprecht). Em italiano, baritono,
bombardino, eufônio eflicornobasso. O termo alemão
mais comum, Baryton, gerou confusão com a chegada de músicos alemães aos
Estados Unidos, no século XIX. Com a invenção do sistema de pistões, por
volta de 181530, tornou-se possível a construção dos instrumentos da família

30A primeira patente para válvula de pistão data de 1815, na Alemanha, por Heinrich Stölzel e
Friedrich Blühmel. Entretanto, a Convenção Internacional sobre Patentes, pela qual um número
considerável de nações concordou em respeitar patentes garantidas por outras nações, não foi
assinada até 1883. Antes dessa data, nada significava, em termos internacionais, patentear um
invento, que podia ser totalmente protegido em um território, mas podia ser livremente copiado
fora de suas fronteiras. Mesmo na Alemanha, antes de 1870, patentes reconhecidas por um
Estado-membro não tinham validade em outros Estados-membros da Alemanha, se acordos
específicos não fossem celebrados entre eles.
48
dos metais com sonoridade equilibrada e facilidade de execução em todos os
registros31.

Eufonistas notáveis

Os alemães Ferdinand Sommer e Mortiz foram percussores do eufônio.


Em 1843, Sommerhorn, grande solista de trompa, destacou-se como o primeiro
eufonista virtuose e proporcionou um avanço significativo, ao divulgar o
entendimento do instrumento.
Tradicionalmente, há três escolas de eufônio diferenciadas que
concentram o referencial didático-teórico do instrumento: a britânica, a
americana e a japonesa. Abaixo estão selecionados os músicos eufonistas mais
famosos e influentes em seus respectivos países.
1. Reino Unido

 Alfred James Phasey (1834-1888): artista de oficleide, barítono e


eufonista, é reconhecido por modificar o furo do precursor do barítono
sax horn e barítono horn, para ampliá-lo e torná-lo mais ressonante,
criando o primeiro eufônio verdadeiro e passando a popularizar-se como
intérprete e autor de um método de instrução para tenor.
 Steven Mead: eufonista solista e professor da faculdade de música
Royal Northem, é reconhecido internacionalmente pelo avançado som no
eufônio britânico.
 David Thornton: principal eufonista da Brighouse e da Rastrick Band e
estudante de Steven Mead, é reconhecido por obter prestígio nas
competições internacionais e recorde pelo avançado som no eufônio
britânico.

31Adam Carse, Musical Wind Instruments (London: Macmillan, 1939; reprint, New York: Da
Capo, 1965). Tradução nossa.

49
2. Estados Unidos

 Simone Mantia: italiano, barítonísta horn, eufonista virtuoso e


trombonista, no século XX, tocou como solista com Souza e Pryor
Bands. Foi o primeiro eufonista virtuoso a ter um recorde popular deste
instrumento não orquestrado nos EUA.
 Leonard Falcone (1899-1985): nascido na Itália, barítonísta, eufonista
solista, arranjador, professor, diretor de bandas da Michigan State
University, é professor de eufonistas reconhecidos, avançou no estilo de
barítono e era apaixonado pela ópera. É criador da Internacional Tuba
and Eufônio Festival, que eleva o instrumento nos EUA.
 Arthur W. Lehman (1917-2009): eufonista solista americano,
reconhecido como artista recordista da banda da Marinha dos Estados
Unidos, é notável autor de trabalhos, como The Art of Eufonio. Foi aluno
de Harold Brasch e Simone Mantia e avançou na concepção da rica
sonoridade com vibrato, iniciada por Mantia.
 Briam Bowman: solista pela banda da Marinha americana (1971-75) e
pela banda das Forças Armadas dos Estados Unidos (1976-91), é
professor de eufônio na universidade de North Texas e coeditor do
método Arban´s para trombone e eufônio. Inovou a fusão do som
britânico suave com a profunda paixão escutada nas gravações de
Falcone, tornando-se o melhor artista americano conhecido no final do
século XX. Além de professor e eufonista, fez o primeiro recital no
Carnegie Hall.

3. Japão
 Toru Miura: professor de eufônio na Kunitachi College of Music, solista e
clínico, foi premiado com uma vida de realizações pela Internacional
Tuba Euphonium Association, por seu papel na promoção do
instrumento32.

32Philip Bate, "Valve", New Grove Instruments, vol. 3, 710 (tradução nossa).

50
4. Brasil

 Fernando Deddos: professor doutor de eufônio na Universidade Federal


do Rio Grande do Norte, é mestre pela Duquesne University, sob
orientação de Lance Laduke e doutor em Artes Musicais, pela
Universidade de Athens na Geórgia, EUA. Em 2006, ganhou o Prêmio
Nacional de Jovens Solistas "Furnas II" no Rio de Janeiro. É o diretor
artístico da Conferência Tuba-Euphonium do Sul do Brasil e tutor de
eufônio no Festival Internacional de Música do SESC, por 5 anos.
Recebeu dois prêmios de composição da International Tuba e
Euphonium Association: 1º prêmio de melhor peça em solo, em 2010
("Rabecando") e 1º prêmio para melhor trabalho de câmara, em 2012
("Momentums"). Lançou seu CD de estreia em 2009, intitulado EuFonium
brasileiro, com a primeira gravação do euphonium no Brasil que recebeu
o prêmio do melhor álbum da ITEA em 2012.
 Wilson Dias: bacharel em bombardino pela Faculdade Mozarteum de
São Paulo, foi, por 15 anos, o 1° eufônio da Banda Sinfônica do Estado
de São Paulo e, por 17 anos, o 1° trombone da Orquestra da UNICAMP.
É professor convidado de festivais e cursos internacionais de música no
Brasil e no exterior. Entre eles, destacam-se: Curso Internacional de
Verão de Brasília (2005-2009), Festival de Música da Universidade
Federal de Goiás (2008, 2010 e 2012), Peru Low Brass, Lima, Peru
(2008-2010), Festival Trombonanza, Santa Fé, Argentina (2008-2013).
Apresentou-se, recentemente, como solista com a Orquestra Sinfônica
Collegium Musicalle, de Potsdam, Alemanha, nas cidades de Postdam e
Falkensee, no estado de Brandemburgo. É vice-presidente da
Associação Brasileira de Trombonistas e artista endorser weril
instrumentos musicais.

A tuba em breve história

A história da tuba identifica-se com a do eufônio ou do bombardino.


Quando nos referimos à tuba, falamos de toda a família de metal grave
compreendida de diversos tamanhos, compondo a família das tubas.

51
Em conformidade com o método prático para principiantes Trombone
fácil, do professor doutor Lélio Alves, a tuba foi inventada (modelo em fá) por
Wilhen Wieprecht e Johann Gottfrird Moritzem, em 1835, embora alguns
pesquisadores atribuam a invenção da primeira tuba ao construtor de
instrumentos da Bohemia, Vaclav Cerveny, em 1834 33. Há três modelos
interessantes de tuba em destaque: o helicon, inventado na Rússia, em 1845 o
sousafone criado no final do século XIX, cuja construção foi incentivada pelo
compositor e mestre de banda, John Philip Sousa e as tubas wagnerianas,
criadas por Richard Wagner, compositor do final do século XIX, que buscava
um timbre entre o trombone e as trompas.

Repertório

O repertório solo da tuba começou a ser composto tardiamente. O mais


conhecido concerto para tuba e orquestra foi escrito por Ralph Vaughan
Wiliams (1872-1958) em 1955 e a primeira sonata para tuba e piano, em 1956,
por Paul Hindemith (1895-1963)34. Atualmente temos vasto repertório para tuba
em diversas formações de acompanhamentos.

Principais tubistas

1. Estados Unidos

 Arnold Jacobs (1915-1998): foi tubista da Orquestra Sinfônica de


Chicago, em 1944, até aposentar-se em 1988. Foi considerado um dos
principais pedagogos de metais de seu tempo e um especialista em
respiração, por relacioná-la ao estilo musical, ao sopro e ao desempenho

33CARSE, Adam.Musical Wind Instruments.London: Macmillan, 1939; reprint, New York: Da


Capo, 1965.
34MERRIAM-WEBSTEREnglishDictionary,http://www.merriam-webster.com/dictionary/
euphonium

52
vocal. Possuía capacidade pulmonar reduzida pela asma. É lembrado
pela sua filosofia de tocar, que é muito utilizada e atualizada,
denominada de “canção e vento”.
 Roger Bobo (1938): é considerado um virtuose tubista americano e
pedagogo na área dos metais. Foi o primeiro tubista da história do
Carnegie Hall. Sua discografia em solo e em conjunto é extensa.
Bacharelou-se pela Eastman Schoolof Music. É autor do Mastering the
Tuba. Foi regente convidado de inúmeras orquestras e conjuntos de
câmara na América do Norte, na Europa e na Ásia. Atuou como
professor na Fiesole School of Music, na Itália, no Conservatório de
Lausanne na Suíça, no Rotterdams Konservatorium, na Holanda, e no
Royal Northen College of Music, em Manchester, na Inglaterra.
Aposentou-se em 2001 e passou a dedicar-se, exclusivamente, à direção
e ao ensino. Atualmente, reside em Tóquio, Japão e leciona na
Musashino Academy of Music.
 Harvey Philips (1929-2010): é o principal defensor da tuba mundo afora.
É natural de Aurora, Missouri. Foi professor da Jacobs of Music, na
Indiana University, Bloomington, de 1971 a 1994. De 1950 a 1971, foi
músico freelancer em Nova York e conquistou, somente em 1972, seu
primeiro emprego fixo profissional na Ringling Bros e Barnum & Bailey
Circus Band. Atuou como gerente de pessoal da Symphony of the Air,
com Leopold Stokowski, Igor Stravinsky e Gunther Schuller. É
considerado personalidade-chave na formação da International Tuba
Euphonium Association. É fundador e presidente da Harvey Phillips
Foundation, Inc., que administra eventos, como
Octubafest, Tubachristmas ,Tubasantas, Tubacompany e Tubajazz.

2. Noruega
 Øystein Baadsvi (1966): iniciou seus estudos aos quinze anos, em
Trondheim. Ganhou seu primeiro prêmio aos dezoito, em uma
competição nacional. Foi aluno de Harvey Phillips e Arnold Jacobs. Sua
carreira internacional começou em 1991, após receber dois prêmios no
Concours Internacional d´Exécution Musicale, em Genebra. Foi solista no
Carnegie Hall, em 2006. Seus concertos incluem apresentações em
53
orquestras, entre elas, a Filarmônica de Oslo, a Filarmônica de Bergen, a
Filarmônica de Varsóvia, a Sinfônica Nacional de Taipei, a Filarmônica
de Cingapura e a Sinfônica de Melbourne. Suas aulas de mestrado,
apresentações e clínicas de tuba são realizadas em diversas escolas nos
Estados Unidos, entre elas, Juilliard School, Indiana University,
Cleveland Institute of Music, Northwestern University, Shepherd School
of Music at Rice University.

3. Portugal
 Sergio Carolina: é um dos grandes instrumentistas portugueses.Tubista
residente da Orquestra Sinfônica de Porto, estreou na Sala Suggia, da
Casa da Música, em concerto escrito por Paulo Perfeito. É considerado
pela crítica musical um dos principais tubistas do mundo.

4. Brasil
 Marcos dos Anjos: foi vencedor dos Concursos Jovens Solistas, da
Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, em 1993 e 1994 e tubista
solo da mesma Orquestra. Desde 1996, atua como professor nos
principais festivais de música do país, em Campos do Jordão, Jaraguá
do Sul, Curitiba, Brasília, Londrina e Tatuí. Apresentou-se em 2005, com
a Philadelphia Orchestra, em São Paulo. Como camerista, atuou junto ao
New York Philharmonic Brass Quintet, ao Quinteto Metalessência, entre
outros.
 Gladson Leone: iniciou seus estudos em 1999, com Eleilton Cruz, no
Centro de Formação Artística do Palácio das Artes. Estudou,
paralelamente, no SESI Hammeleto Magnavacca, com o professor
Francisco Guimarães. Atuou profissionalmente, em diversos grupos, com
destaque para a Authentica Jazz Band (2000), a Orquestra de Câmara
da UNI-BH e a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais (2005). Em
substituição ao seu professor, retornou em definitivo, em 2006 e atuou
até 2010. Em 2002, ingressou no curso de bacharelado em Música, na
Universidade Federal de Minas Gerais, sob orientação do professor
Paulo Lacerda, seguido pelo professor doutor Marcos Flávio Freitas,
após a morte precoce do professor Paulão. Em 2009, assumiu a cadeira
54
de professor de tuba da Faculdade de Música do Espírito Santo –
FAMES. É membro do Duo Tupi desde 2011, mestre em Música pela
Universidade Federal do Rio de Janeiro e professor efetivo do Instituto
Federal Cearense.
 Luiz Ricardo Serralheiro (Popô) bacharel em tuba pela Mozartium,
formou-se pela Escola Municipal de Música de São Paulo, sob
orientação do professor Dráuzio Chagas e, posteriormente, de Marcos
dos Anjos Jr. Foi tubista da Orquestra Sinfônica Cultural (RTC), da
Banda Sinfônica do Estado de São Paulo, da Orquestra Filarmônica de
São Caetano do Sul, entre outras. Em 2012, foi convidado a participar
como tubista principal da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. É
considerado um dos professores mais atuantes de São Paulo.
Atualmente é tubista principal da Orquestra Municipal de São Paulo.
 Albert Savino Katar: é professor da Universidade Federal do Rio de
Janeiro, clinician do Sopro Novo Bandas da Yamaha e professor
colaborador do Instituto Carlos Gomes de Belém. É professor convidado
em diversos cursos de música pela América do Sul, como o Festival
Trombonanza, Encuentro Internacional de Low Brass Manizales, entre
outros. Atuou como solista em diversos grupos, com destaque para a
Banda Sinfônica do Estado de São Paulo, a Orquestra Sinfônica da
Província Santa Fé (Argentina), entre outras. Realizou estreias mundiais
de diversas obras, muitas delas escritas e dedicadas a ele pelos
compositores João Victor Bota, Peter Koval, Beetholven Cunha, Gerardo
Gardelin, José Ursicino da Silva (Duda) e Fernando Deddos. É bacharel
em tuba pela Faculdade Mozarteum, de São Paulo e mestre pela
Universidade Federal do Rio de Janeiro. Seus principais professores
foram Donald Smith, James Gourlay e Darrin Milling.

Referências

ALVES,Lélio , Método Prático para Principiantes, 1ª ed. – São Paulo: Irmãos


Vitale, 2014.

55
BATE, Philip, "Valve," New Grove Instruments, vol. 3, 710.

CARSE, Adam.Musical Wind Instruments.London: Macmillan, 1939; reprint,


New York: Da Capo, 1965.

MED, Bohumil, Teoria da Música. 4ª ed. rev. e ampl. Brasília, DF: Musimed,
1996.

MERRIAM-WEBSTER English Dictionary,


http://www.merriam-webster.com/dictionary/euphonium
LONG, Newell H. Rubank Elentary Method trombone or Baritone. – 1ª Estados
Unidos, Hall Leonard Book, 1993. 48 pg.

PAZ, Ermelinda A., 500 Canções Brasileiras, 2ª ed. ver. – Brasília, DF:
Musimed, 2010.

PRIOLLI, Maria Luiza de Mattos, Princípios Básicos da Música para Juventude,


48ª ed. rev. ampl. é atual. Rio de Janeiro, RJ: Editora Casa Oliveira de Música
LTDA, 2006.

56
Anexo 1

Duetos adicionais para Eufônio e Tuba

57
58
59
60
Anexo 2
Questionários e Respostas utilizados na pesquisa

61
62
63
Questionário complementar para pesquisa de campo do Curso de Mestrado Profissionalizante em Música
pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro-UNIRIO

Nome do Professor:

João Geraldo Salvador Filho


1. Você atua como professor de Tuba/Bombardino em algum projeto/escola/aula particular?
Sim □ x Qual? Aulas particulares/ Projetos Social Asas do Ipiranga Não □

2. Você leciona aulas coletivas de Tuba/Bombardino? Se sim, quantos alunos participam por aula?

Sim □ x, depende da demanda do lugar, entre 2 a 4 alunos Não □

3. Qual a faixa etária dos alunos?

Até 8 anos □ 8 a 12 anos □ Acima de 12 anos □x

4. Você utiliza algum método específico para as aulas (individuais e / ou coletivas)?


Sim □ Qual? Não □ x

5. Como os alunos têm contato com o material utilizado?


Xerox □ X Pdf □ X E-book □ Outros X□ Quais? Métodos impressos,
exercícios criados por mim

6. Você teria interesse em um método para crianças direcionado para aulas coletivas de
Tuba/Bombardino?
Sim □ X Não □

7. Comentários, Sugestões (livre)

Troque a palavra Xerox por fotocópia pois pode dar problema de direitos autorais.
E sucesso em sua pesquisa.

64
Questionário complementar para pesquisa de campo do Curso de Mestrado Profissionalizante em Música
pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro-UNIRIO

Nome do Professor: Isaque Edson Macedo

1. Você atua como professor de Tuba/Bombardino em algum projeto/escola/aula particular?


Sim X Qual? Particular Não □

2. Você leciona aulas coletivas de Tuba/Bombardino? Se sim, quantos alunos participam por aula?
Sim X De 1 Ate 6 Alunos Não □

3. Qual a faixa etária dos alunos?


Até 8 anos □ 8 a 12 anos □ Acima de 12 anos X

4. Você utiliza algum método específico para as aulas (individuais e / ou coletivas)?


Sim X Qual? RUBANK 1,2 e 3 Play a long for tuba Não □

5. Como os alunos têm contato com o material utilizado?


Xerox X Pdf □ E-book □ Outros □ Quais?

6. Você teria interesse em um método para crianças direcionado para aulas coletivas de
Tuba/Bombardino?
Sim X Não □

7. Comentários, Sugestões (livre)

O ensino e material de prática em conjunto para a tuba no Brasil é muito raro.


O professor geralmente trabalha com adaptações e materias ja usados para trombonista.

Acho nescessário uma pesquisa de material em prol da prática em conjunto e em especifico para tuba e
Eufônio,dito isso acredito que sera de grande valia no ensino aprendizagem especifico do instrumento.

Observa-se o grande progresso de nivel de alunos quando se tem ferramentas e/ou materiais a trabalhar, A
prática se tranforma, é inovadora e o resultado certamente é imediato.

65

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