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CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO

em PRECEPTORIA EM SAÚDE

Avaliação: conceitos,
fundamentos e
aplicação
UNIDADE 3 Modalidades da Avaliação

Ronaldo Silva Melo


UNIDADE 3: MODALIDADES
DA AVALIAÇÃO
Nesta unidade, faremos uma apresentação de algumas modalidades de
avaliação. A proposta é que você conheça ou relembre essas modalidades.
AULA 1 - A diagnóstica,
a formativa, a somativa
e outras propostas
Caros alunos, no início do nosso módulo, nós falamos sobre Instrumen-
tos Diagnóstico e Questionário Avaliativo. Lembra? Pois é! Trouxemos
para você um texto bem interessante, que nos ajudará a entender ainda
mais as modalidades e etapas da avaliação. Vamos a ele?

TIPOS DE AVALIAÇÕES ESCOLAR


A avaliação se faz presente em todos os domínios de atividade huma-
na. O “julgar”, o “comparar”, isto é, “o avaliar” faz parte do nosso
cotidiano. Como afirma Dalben (2005), seja por meio das reflexões
informais que orientam as frequentes opções do dia a dia ou, for-
malmente, por intermédio da reflexão organizada e sistemática que
define a tomada de decisões. Como prática formalmente organizada
e sistematizada, a avaliação no contexto escolar realiza-se segundo
objetivos escolares implícitos ou explícitos, que, por sua vez, refle-
tem valores e normas sociais.

A avaliação escolar não acontece em momentos isolados do trabalho


pedagógico: ela o inicia, permeia todo o processo e o conclui. A ava-
liação está estritamente ligada a natureza do conhecimento, e uma
vez reconhecida essa natureza, a avaliação deverá ajustar-se a ela se
quiser ser fiel e manter a coerência epistemológica. Assim percebe-
mos que a avaliação não é apenas uma prática escolar, uma ativida-
de neutra ou meramente técnica, e sim uma atividade dimensionada,
de ciências e de educação, que irá traduzir a prática pedagógica. Na
condição de avaliador, o Professor irá interpretar e atribuir sentidos e
significados à avaliação escolar.

Existem vários tipos de avaliações onde o Professor conseguirá


observar o desenvolvimento do aluno, um exemplo é a prova disser-
tativa onde o aluno coloca com suas palavras o que entendeu sobre
o assusto. Outra forma de avaliar o aluno é com a autoavaliação,
pois por meio de algumas afirmações ele irá analisar e dizer como
foi seu desenvolvimento. No contexto escolar, avaliar não é somente
atribuir ao aluno uma nota obtida em uma prova; avaliar é bem mais
que isso. Não se pode determinar se ele sabe ou não apenas por essa
nota, pois muitas vezes no dia daquela atividade o aluno podia não
estar bem emocionalmente, podia ter acontecido algo no caminho da
escola ou outra coisa que lhe deixou abalado e, por isso, não obteve
um bom desempenho.
A avaliação deve ser um instrumento no qual se possa identificar e ana-
lisar a evolução, o rendimento e as modificações do educando, confir-
mando a construção do conhecimento. E não ser usada apenas para dar
satisfação aos pais do que foi aprendido ou não pelo aluno. A aferição
de notas aos alunos, quase que na totalidade das vezes, serve apenas
para classificar os alunos em aprovados e reprovados e não para medir
nível de desenvolvimento. Sendo assim, existem algumas modalidades
de avaliação que podem ser aplicadas na instituição escolar. São elas: a
avaliação diagnóstica, avaliação formativa, avaliação somativa, avaliação
escrita, autoavaliação e avaliação cooperativa.

A avaliação diagnóstica deve acontecer no início de cada ciclo ou ano


letivo, pois assim fica mais fácil detectar os erros e planejar as atividades
que serão realizadas. A avaliação formativa tem como propósito infor-
mar ao professor e aluno sobre os resultados da aprendizagem, duran-
te as atividades escolares. Assim, possibilita a reformulação no mesmo
e assegura o alcance dos objetivos. Tem esse nome por indicar como
os alunos estão se modificando em direção aos objetivos. A avaliação
somativa, por sua vez, tem a função de classificar os alunos ao final da
unidade, semestre ou ano letivo, segundo níveis de aproveitamento
apresentados. Objetiva avaliar de maneira geral o grau em que os resul-
tados mais amplos têm sido alcançados ao longo e ao final de um curso.
Assim esse tipo de avaliação seria a junção de uma ou mais avaliações
trabalhadas pelo professor, buscando valorizar as diferentes etapas de
ensino/aprendizagem dos seus alunos.

A avaliação escrita não pode restringir-se a pedir aos alunos que repi-
tam somente o que foi ensinado ou o que está no livro didático, ela deve
servir também para verificar o desenvolvimento das habilidades intelec-
tuais dos alunos na assimilação dos conteúdos (organização das ideias,
clareza de expressão, originalidade, capacidade de fazer relações entre
fatos dentro do texto escrito). Libâneo, 1994, afirma que a prova disser-
tativa se compõe de um conjunto de questões ou temas que devem ser
respondidos pelos alunos com suas próprias palavras.

Cada questão deve ser formulada com clareza, mencionando uma


habilidade mental que se deseja que o aluno demonstre. Por exemplo:
compare, relacione, sintetize, descreva, resolva, apresente argumen-
tos contra ou a favor etc. Com relação à autoavaliação, Sant’Ana, 2009,
afirma que é capaz de conduzir o aluno a uma modalidade de aprecia-
ção que se põe em prática durante a vida inteira. Por meio dela, os alu-
nos adquirem a capacidade cada vez maior de analisar suas próprias
aptidões, atitudes, comportamentos, pontos fortes, necessidades e
êxitos na consecução de propósitos. Mas para que a autoavaliação tenha
êxito é preciso que o professor acredite no aluno e ofereça condições
para a aprendizagem, pois assim o aluno se sentirá seguro para manifes-
tar autenticidade em sua avaliação.
REFERÊNCIAS:
SANT’ANNA, Ilza Martins. Porque avaliar? Como avaliar?: Critérios e
instrumentos. 13. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.

HOFFMANN, Jussara Maria Lerch. Avaliação mediadora: Uma práti-


ca em construção da pré-escola à universidade. Porto Alegre: Medi-
ção, 2006.
Adaptado de: <https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/pedagogia/
tipos-de-avaliacoes-escolar/16604>. Acesso em: 20 abr. 2018.
Por meio desse artigo que acabamos de ler, pudemos entender de forma
sistematizada as modalidades e algumas das etapas da avaliação numa
ação de educação, a qual abarca a ação da preceptoria.

A seguir, propomos algumas outras formas de instrumentalizar (ferra-


mentas) que podem ajudar na ação preceptora.

• Debate e discussão coletiva sobre valores e qualidades.

• Avaliação dialógica.

A avaliação não deve acontecer em momentos isolados do trabalho


pedagógico. Ela deve permear todo o processo. A avaliação está estri-
tamente ligada à natureza do conhecimento e, uma vez reconhecida
essa natureza, deverá ajustar-se a ela se quiser manter uma coerência
epistemológica. Assim, percebemos que a avaliação não é apenas uma
prática, uma atividade neutra, ou meramente técnica, e sim uma ativida-
de dimensionada, que irá traduzir a prática pedagógica num processo
constante de idas e vindas, em uma espiral de sentidos, baseada em
uma dada prática.

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Você sabia?

Ainda sobre a avaliação dialógica, veja o verbete:

Tipo de avaliação baseada nos ideais do educador brasileiro


Paulo Freire e que não possui o caráter punitivo que caracteriza
a avaliação numa concepção bancária e burocrática da
escola. A avaliação dialógica, segundo o Instituto Paulo Freire,
leva em conta que o funcionamento da escola democrática,
a partir de uma estrutura colegiada, exige novas formas de
avaliação. “Esta deverá ser necessariamente “dialógica”, tanto
interna quanto externamente. Internamente, pois, se ela
pode estabelecer seus objetivos, é ela que deve avaliar se
está, ou não, atingindo-os. Externamente, isto é, nas relações
que mantém com a comunidade, com a Delegacia de Ensino
e com a Secretaria de Educação. A avaliação dialógica é
transdisciplinar, isto é, considera o desenvolvimento e a
aprendizagem dos alunos na pluralidade integrada das
disciplinas do currículo escolar como um todo”. (MENEZES,
Ebenezer Takuno de; SANTOS, Thais Helena dos. Verbete
avaliação dialógica. Dicionário Interativo da Educação
Brasileira - Educabrasil. São Paulo: Midiamix, 2001.
Fonte: <http://www.educabrasil.com.br/avaliacao-dialogica/>. Acesso em:
12 abr. 2018.
• Horizontalidade

A avaliação deve ser baseada numa horizontalidade, estimulando evidên-


cias concretas de trabalhos, proporcionando condições para que ocorra
uma análise, juntamente com o grupo, do processo obtido. Assim, para
uma convivência democrática no grupo e na sociedade é preciso manter
como meta as relações horizontalizadas de forma a compreender uma
discussão de forma cooperativa, por meio de uma reflexão sistematiza-
da, conforme afirma Sant’Ana (2009).

• Reciprocidade e rede

A ideia de reciprocidade e rede deve permear o princípio avaliativo para


que o Professor possa avaliar o desenvolvimento do aluno por intermé-
dio de diversos instrumentos, funcionando em uma lógica cooperativa,
que faz do diálogo uma prática de reflexão, uma constante. A rede se
conecta de diferentes formas, mas retroalimentando todo o emaranha-
do conectado. Pensar em uma avaliação em rede é também compreen-
der os processos interligados de sentidos num dado contexto situado.

Fazemos um convite para que você, preceptor, assista ao vídeo dispo-


nível em nossa biblioteca ou no link: <http://www.dominiopublico.gov.
br/download/video/me003497.mp4> . É um vídeo que num primeiro
momento você pensa que só serve para escola, mas, observado com
atenção, notamos que serve para o preceptor na sua prática docente.

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CONCLUINDO...
Caros alunos, estamos terminando o nosso módulo. Nós esperamos que
você tenha gostado das reflexões que trouxemos durante o nosso per-
curso. Não esperamos, de maneira alguma, esgotar o assunto avaliação.

Agora, é o momento de aferir objetivamente aquilo que você aprendeu.


Preparamos um instrumento de avaliação com oito questões. Lá no
projeto do curso, está previsto a distribuição da pontuação e o seu cor-
respondente em conceitos .

Bom momento de avaliação!

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REFERÊNCIAS
Aranha, Maria Lúcia de Arruda. História da educação e da
pedagogia:geral e Brasil/Maria Lúcia de Arruda Aranha. – 3.ed. – ver e
ampl. São Paulo: Moderna 2006.

BOTTI, Sho. O Papel do Preceptor na Formação de Médicos Residentes:


um estudo de residências em especialidades clínicas de um hospital
de ensino. Rio de Janeiro; 2009. Doutorado [Tese] – Escola Nacional
de Saúde Pública Sergio Arouca.) ” Disponível em: <https://www.arca.
fiocruz.br/bitstream/icict/2582/1/ENSP_Tese_Botti_Sergio_Henrique.
pdf>. Acessado em junho/2018.

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação. São Paulo: Brasiliense, 2007.

CUNHA, Antonio Geraldo da. Dicionário etimologico Nova Fronteira


da língua portuguesa: Antonio Geraldo da Cunha; assistentes: Claudio
Mello Sobrinho. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.

Cambi, Franco. História da Pedagogia /Franco Cambi; tradução de


Álvaro Lorencini. - São Paulo:Fundação Editora da UNESP(FEU), 1999.

DEMO, Pedro. Educação e qualidade. Campinas: Papirus, 1994. (coleção


magistério: Formação e trabalho pedagógico).

DALBEN, Ângela I. L. de F. Avaliação escolar. Presença Pedagógica, Belo


Horizonte, v. 11, n. 64, jul./ago., 2005.

LIBÂNEO, J. C. Didática. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2013.

RIBEIRO, Eliana C.O. Exercício da preceptoria: espaço de desenvolvimento


de práticas de educação permanente. In: Revista Hospital Universitário
Pedro Ernesto. Vol. 11 (Supl. 1) , p.77-81, 2012. Disponível em:
< http://revista.hupe.uerj.br/detalhe_artigo.asp?id=312>. Acessado em:
junho/2018.

SAVIANI. Pedagogia histórico-crítica.

SANT’ANNA, Ilza Martins. Por que avaliar? Como avaliar? : Critérios e


instrumentos. 9. ed. Petrópolis: Vozes, 2009.

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