Dermatite Atópica Felina

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Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS

Faculdade de Medicina Veterinária

Curso de Especialização em Clínica Médica de Felinos Domésticos

TRATAMENTO DA SÍNDROME ATÓPICA CUTÂNEA FELINA: REVISÃO


DE LITERATURA

Renata Mendes Perufo Pasqualoto

Porto Alegre, RS
2021/2
Renata Mendes Perufo Pasqualoto

TRATAMENTO DA SÍNDROME ATÓPICA CUTÂNEA FELINA: REVISÃO


DE LITERATURA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


como requisito para conclusão do curso de
especialização em clínica médica de felinos
domésticos da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (UFRGS), como requisito
parcial para obtenção do título de Pós-
Graduada em Clínica Médica de Felinos
Domésticos.

Orientador: Professor Doutor Daniel Guimarães Gerardi

Porto Alegre, RS
2021/2

2
Renata Mendes Perufo Pasqualoto

TRATAMENTO DA SÍNDROME DA PELE ATÓPICA FELINA: REVISÃO DE


LITERATURA

Aprovado em 26 de novembro de 2021:

_______________________________________________

Daniel Guimarães Gerardi, Dr. (UFRGS)

(Orientador)

_______________________________________________

Letícia Baretta, Mª. (UFRGS)

(Banca)

_______________________________________________

Celeste Blumenthal Guimarães Samará, Dr. (UFRGS)

(Banca)

Porto Alegre, RS
2021

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RESUMO

As doenças alérgicas cutâneas em gatos apresentam-se como um desafio para os médicos


veterinários devido ter inúmeros padrões clínicos e nenhum ser específico. Não há cura
para a síndrome atópica cutânea felina e o objetivo do tratamento é reduzir a gravidade e
frequência das crises pruriginosas. O tratamento visa combater infecções secundárias,
controlar o prurido e a inflamação e prevenir recidivas. Os fármacos utilizados com maior
frequência e com melhores resultados são os glicocorticoides, a ciclosporina e o
oclacitinib. Recentemente, começou-se a utilizar o citrato de maropitant. A imunoterapia
alérgeno-específica é uma alternativa a longo prazo para reduzir o número de crises e a
utilização de fármacos antipruriginosos.

Palavras-chaves: Alergia, Hipersensibilidade, Terapia, Antipruriginosos, Gatos.

4
ABSTRACT

Allergic skin diseases in feline present a challenge for veterinarians due to numerous
clinical patterns and none specific. There is no cure for feline cutaneous atopic syndrome
and the goal of treatment is to reduce the severity and frequency of itchy attacks.
Treatment is aimed at fighting secondary infections, controlling itching and
inflammation, and preventing relapses. The drugs most frequently used and with the best
results are glucocorticoids, cyclosporine and oclacitinib. Recently, the use of maropitant
citrate was started. Allergen-specific immunotherapy is a long-term alternative to reduce
the number of attacks and the use of antipruritic drugs.

Keywords: Allergy, Hypersensitivity, Therapy, Antipruritic, Cats.

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LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS

CADESI Índice de Extensão de Gravidade da Dermatite Atópica Canina

SCORFAD Índice de Escore de Dermatite Alérgica Felina

FeDESI Índice de Extensão e Gravidade da Dermatite Felina

pVAS Escala Visual Analógica de Prurido

SID Uma Vez ao Dia

BID Duas Vezes ao Dia

SACF Síndrome Atópica Cutânea Felina

VO Via Oral

SLIT Imunoterapia Alérgeno-Específica Sublingual

SC Via Subcutânea

ECA Ácidos Graxos Essenciais

EPA Ácido Eicosapentaenoico

DHA Ácido Docosahexanoico

ALA Alfa-linolênico

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................08
2. DESENVOLVIMENTO ...................................................................................09
2.1 OPÇÕES TERAPÊUTICAS DA SÍNDROME ATÓPICA CUTÂNEA
FELINA .......................................................................................................09
2.1.1 Anti-inflamatórios esteroidais ..........................................................09
2.1.2 Anti-histamínicos ..............................................................................11
2.1.3 Inibidores da calcineurina .................................................................12
2.1.4 Inibidores da janus quinase ...............................................................14
2.1.5 Ácidos graxos essenciais ..................................................................16
2.1.6 Imunoterapia alérgeno-específica .....................................................17
2.1.7 Outros ...............................................................................................18
2.1.8 Fármacos utilizados no controle de infecções secundárias ..............19
3. CONCLUSÃO ...................................................................................................22
4. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ................................................................23

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1. INTRODUÇÃO

As doenças alérgicas felinas apresentam-se como problemas desafiadores para os


médicos veterinários, principalmente por causa dos quatro padrões de reações da pele
felina, sendo que nenhum deles é específico para alergia. Entre estes distúrbios é a
síndrome atópica cutânea felina (SACF) em que a hipersensibilidade está tipicamente
associada a alérgenos ambientais, sendo que o envolvimento de outros sistemas
orgânicos, como o sistema respiratório e gastrointestinal também pode ocorrer. Devido à
sua apresentação clínica altamente heterogênea, o diagnóstico de SACF pode ser
desafiador.

Na medicina felina, o termo 'dermatite atópica' é considerado impróprio devido à


importância de o IgE não ter sido demonstrada de forma conclusiva na patogênese da
doença, portanto, de forma mais geral, o termo genérico de SACF é usado no lugar de
dermatite atópica felina.

Gatos afetados normalmente apresentam um dos seguintes padrões de reação


cutânea: escoriações de cabeça e pescoço, alopecia simétrica auto induzida, doença
eosinofílica ou dermatite miliar. Nenhuma dessas apresentações clínicas é considerada
patognomônica para a SACF, e o diagnóstico é geralmente baseado na exclusão de outras
doenças pruriginosas e em uma resposta positiva à terapia.

Nas últimas décadas, diferentes tratamentos foram relatados para SACF. Não há
cura e o manejo envolve reduzir a gravidade e frequência das crises pruriginosas,
juntamente com outras manifestações cutâneas e complicações não cutâneas, como com
envolvimento no trato respiratório e/ou gastrointestinal.

Este trabalho tem como objetivo realizar uma revisão bibliográfica das principais
opções de tratamento mais comumente relatadas para a SACF.

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2. DESENVOLVIMENTO

2.1 OPÇÕES TERAPÊUTICAS DA SÍNDROME ATÓPICA CUTÂNEA FELINA

2.1.1 Anti-inflamatórios esteroidais

Glicocorticoides sistêmicos

Os glicocorticoides estão entre os fármacos mais frequentemente prescritos na


medicina veterinária pela ação anti-inflamatória, antipruriginosa e imunossupressora
(CROSS; MORELAND; WALLACK, 2012). Os glicocorticoides sistêmicos costumam
ter uma rápida ação e boa eficácia na maioria dos gatos com SACF (MUELLER et al.,
2021).

No geral os gatos acometidos pelas lesões cutâneas possuem boa resposta aos
glicocorticoides sistêmicos. A Prednisolona quando administrada por via oral na dose de
1-2mg/kg SID é descrita como efetiva, porém em alguns casos, doses de 4mg/kg SID
acabam sendo necessárias. Outros esteroides que podem ser utilizados são a triancinolona
(0,1-0,2 mg/kg/SID) ou dexametasona (0,1-0,2mg/kg/SID), em casos em que os pacientes
não respondem à terapia com prednisolona, ou tornaram-se resistentes ao medicamento
(CERDEIRO et al, 2015; FAVROT et al, 2013; MUELLER et al, 2021).

Sempre que possível, dar preferência ao tratamento oral ao invés do tratamento


injetável, já que são fármacos de depósito e aumentam a chance de efeitos adversos. A
prednisona não é metabolizada de forma eficiente no gato como a prednisolona e não
deve ser usada. O tratamento com metilprednisolona e triancinolona mostraram-se muito
eficazes e seguros (FAVROT, 2013).

Em um estudo realizado por Ganz et.al. (2013) e citado por Favrot (2013) foi
concluído que a remissão inicial dos sinais clínicos foi obtida dentro de 1 a 2 semanas
com uma dosagem média de 1,4 mg/kg uma vez ao dia de metilprednisolona ou 0,18
mg/kg uma vez ao dia de triancinolona. Posteriormente, os gatos foram mantidos na
frequência de tratamento a cada 48 horas com 0,5 mg/kg de metilprednisolona ou 0,08
mg/kg de triancinolona. Então, confirma-se que a dosagem de glicocorticoides deve ser
reduzida o mais rápido possível para dias alternados na mais baixa dose que controla o

9
prurido. Os riscos a longo prazo do tratamento com glicocorticoides sistêmicos incluem
ganho de peso, diabetes mellitus e infecções urinárias secundárias. Gatos em tratamento
prolongado com glicocorticoides devem ser acompanhados regularmente e
semestralmente com exame de urina e bioquímica do sangue (FAVROT, 2013).

Quando realizado tratamento com a dosagem de 1,4-1,5 mg/kg SID de


metilprednisolona foi alcançada a remissão da dermatopatia em 33 de 36 gatos em 14
dias. Uma resposta semelhante empregando a dose de 0,18 mg/kg SID de triancinolona
sugere que este fármaco tem sete vezes mais potência do que a metilprednisolona.
Portanto, é provável que as doses equipotentes de outros glicocorticóides serão também
eficazes. Em contraste, 1 mg/kg uma vez ao dia de prednisolona (aproximadamente 50%
das doses acima) foi muito menos eficaz. Não houve diferença na eficácia da
metilprednisolona em 0,77 mg/ g BID e 1,4 mg/kg SID (MUELLER et. al., 2021).

O estudo de Noli et al. (2019) observou que a dosagem de metilprednisolona (0,77


mg/kg) administrada duas vezes ao dia mostrou reduzir pontuações de qualidade de vida.
Na análise de Mueller et al. (2021), glicocorticóides sistêmicos (metilprednisolona e
triancinolona) foram bem tolerados, embora todos os estudos fossem a curto prazo. No
entanto, alteração nos parâmetros hematológicos bioquímicos e de urinálise foram
frequentes. Os autores sugerem que deve ser feito monitoramento regular dos gatos em
tratamento com glicocorticoides sistêmicos e principalmente com fármacos mais
diabetogênicos como a dexametasona.

Glicocorticoides tópicos

A terapia tópica com glicocorticoides foi menos estudada em gatos; no entanto,


agentes potentes incluindo furoato de mometasona e aceponato de hidrocortisona, foram
considerados bons no controle do prurido em alguns gatos (RAVENS; XU;
VOGELNEST, 2014).

Em um estudo onde foi utilizado aceponato de hidrocortisona 0,0584% tópico em


10 gatos com prurido inicial e lesões consistentes com SACF, os gatos foram tratados
com duas pulverizações por área de 10x10 cm de pele afetada a uma distância de 10cm
diariamente por 28 dias, a seguir foi diminuída a frequência para dias alternados. Na
análise, houve uma redução positiva de 77% na pontuação segundo o Índice de Extensão

10
e Gravidade da Dermatite Felina (FeDESI) e uma redução de 76% em prurido após 56
dias de estudo. Mais de 50% das melhorias foram vistas a partir do dia 14. Quanto a
facilidade de administração, tolerância e eficácia, as avaliações foram de boas a
excelentes nos 7 gatos que concluíram o estudo, onde 6 dos 7 gatos puderam ser mantidos
em dias alternados de tratamento ao invés da terapia diária necessária (SCHMIDT et al.,
2012)

Além dos glicocorticoides sistêmicos pode-se também realizar a aplicação tópica


de dexametasona ou triancinolona para proporcionar alívio ao paciente. O tratamento
tópico pode ser desafiador em alguns gatos e a autora relata que embora nem sempre seja
possível usar xampus, a aplicação de formulações líquidas e em gel pode ser mais viável
e mais aceita, porém o uso temporário do colar elisabetano pode ser necessário para
prevenir a ingestão do produto tópico (MARSELLA, 2021).

2.1.2 Anti-histamínicos

Os fármacos anti-histamínicos podem fornecer uma pequena e limitada eficácia


em alguns gatos com SACF e provavelmente não terá bons ou excelentes resultados na
maioria dos gatos tratados com anti-histamínicos (MUELLER et al., 2021). Segundo
Diesel (2017), os anti-histamínicos se enquadram em uma opção mais conservadora de
tratamento juntamente com a suplementação de ácidos graxos na dieta.

No estudo realizado com 164 gatos, sendo que 37 tratados com Maleato de
Clorfeniramina, 10 com Fumarato de Clemastina, 20 com Cloridrato de Ciproheptadina,
51 com Cetirizina e 46 com Loratidina; concluiu-se que que os gatos que responderam ao
tratamento o fizeram dentro de três a dez dias após o início do tratamento e recidivaram
dentro de dois a três dias após a interrupção. Dentre eles, o que obteve resposta 70% do
que se considerou satisfatório foi a Clorfeniramina na dose de 2mg/gato BID por 14 dias.
Já a Loratadina e Cetirizina foram consideradas com eficácia abaixo de 4%;
Ciproheptadina e a Clemastina tiveram resultados medianos sendo consideradas 45% e
50% satisfatórios, respectivamente (WISSELINK e WILLEMSE, 2009)

Já em um estudo retrospectivo com 45 gatos realizado por Ravens, Xu e Vogelnest


(2014) foi avaliado a resposta dos animais às terapias anti-histamínicas usadas em 31
gatos (71%). Foi observada resposta aparentemente satisfatória em dois gatos (6%),

11
parcial em 20 gatos (59%) e resposta insatisfatória em 11 gatos (34%). Neste experimento
feito por Ravens, Xu e Vogelnest foram utilizados os anti-histamínicos mais comumente
usados, sendo a loratadina (0,5mg por gato VO) e cetirizina (5mg por gato VO), sendo
possível avaliar que a loratadina foi relatada com mais frequência resultando uma boa
resposta a parcial.

Favrot (2013), em seu trabalho sobre Síndrome Atópica Cutânea Felina, diz que
os anti-histamínicos são geralmente considerados mais eficazes em gatos do que em cães
para o tratamento de hipersensibilidades, sendo a clorfeniramina (2–4mg/kg BID) o anti-
histamínico de eleição para gatos.

2.1.3 Inibidores da Calcineurina

Ciclosporina

A ciclosporina é indicada para o tratamento de dermatite alérgica crônica. É um


fármaco de ação sistêmica que exerce seus efeitos principalmente no sistema imunológico
mediado por células, portanto a imunidade humoral é menos afetada. Isso desencadeia
uma série de diferentes efeitos anti-inflamatórios, entre eles, diminuição na degradação
de mastócitos, proliferação de queratinócitos e produção de citocinas. A dose diária
recomenda é de 7mg/kg VO e os efeitos adversos em gatos incluem vômitos, diarreia,
anorexia e entre outros (COLOMBO e SARTORI, 2018).

A revisão sistemática do tratamento da SACF descrita por Mueller et al. (2021),


descreveu o resultado do tratamento em 328 casos, sendo que em geral, a ciclosporina foi
eficaz em 40–100% dos gatos. Com base na evidência disponível em um grande número
de gatos, ciclosporina em uma dose de 7 mg/kg SID é eficaz no tratamento de dermatite
alérgica cutânea manifestada pelos quatro padrões lesionais. Cita-se também que em mais
da metade dos gatos a ciclosporina pode ter sua administração reduzida de diariamente
para duas vezes por semana.

O objetivo de Wisselink e Willemse (2007) em seu estudo sobre a eficácia da


ciclosporina foi a comparação com a eficácia da prednisolona na SACF. Foram utilizados
29 gatos que foram alocados aleatoriamente em dois grupos. Onze gatos foram tratados
por via oral com prednisolona (1 mg/kg SID) e 18 foram tratados com ciclosporina (5
mg/kg/dia) por 4 semanas. No dia 0 e 28, as lesões foram classificadas por meio do Índice

12
de Extensão e Gravidade da Dermatite Atópica Canina (CADESI 02). Foram realizados
exames histológicos e testes intradérmicos no dia 0 e amostras de sangue para
hematologia e bioquímica sérica foram coletadas nos dias 0 e 28. Durante o julgamento
os tutores dos gatos foram solicitados a avaliar a intensidade do prurido uma vez por
semana em uma escala analógica linear e registrar os efeitos colaterais. Com base no
CADESI, não houve diferença significativa entre os dois grupos na quantidade de
remissão ou no número de gatos que melhoraram em mais de 25%. O efeito da
ciclosporina e da prednisolona no prurido, conforme avaliado pelos tutores, não foi
significativamente diferente entre os dois grupos. Não foram observados efeitos colaterais
graves. A conclusão foi que ciclosporina é uma alternativa eficaz à terapia com
prednisolona em gatos com suspeita clínica de SCAF (WISSENLINK; WILLEMSE,
2009).

No artigo escrito por Roberts et al. (2016) foi desenhado um estudo para avaliar a
eficácia e segurança da redução da dosagem de ciclosporina, frequência de diariamente a
dia sim/dia não ou duas vezes por semana de acordo com a resposta clínica em gatos com
SACF e tratada com ciclosporina. Cento e noventa e um gatos com SACF receberam 7
mg/kg de ciclosporina diariamente por pelo menos 4 semanas. Dependendo da resposta
clínica, a frequência de dosagem foi reduzida de diária para dia sim/dia não ao longo das
próximas 4 semanas e posteriormente reduzida a duas vezes por semana por mais 4
semanas. A segurança foi avaliada por meio de exames físicos, patologia clínica e
monitoramento de efeitos adversos. Parte dos gatos conseguiram ter sua dose reduzida
para dia sim/dia não (15,5%) ou duas vezes por semana (62,9%) de acordo com a resposta
clínica. Os efeitos adversos observados mais frequentemente foram vômitos leves e auto
limitantes, e diarreia. Uma maior porcentagem de efeitos adversos ocorreu com a
administração diária (73%) em comparação com outros regimes de dosagem (27%).
Concluíram então, que após 4 semanas de dosagem diária de 7 mg/kg, a ciclosporina pode
ser reduzida para dia sim/dia não ou duas vezes por semana enquanto manter a resposta
terapêutica desejada em gatos com SACF. Além disso, a ciclosporina parece ser bem
tolerada com menos efeitos adversos nas dosagens reduzidas citadas acima. Estabelecer
a frequência de dosagem eficaz mais baixa de ciclosporina melhora o desempenho do
medicamento e seu perfil de segurança.

O estudo feito por Lopes et al. (2019) corroborou em mostrar que ciclosporina é
eficaz em gatos, mas a melhora inicial pode ocorrer após a segunda semana de tratamento,

13
e pode levar 8 semanas para alcançar uma resposta clínica satisfatória. Efeitos colaterais,
como vômito, diarreia, fezes amolecidas e hipersalivação relacionados à administração
oral de ciclosporina foram relatados. A administração subcutânea de ciclosporina em
gatos alérgicos foi eficaz e pode ser considerado como uma alternativa à administração
oral, mas o desenvolvimento de lesões associadas aos locais de injeção fora observado
como efeitos adversos. O uso deste fármaco pode estar associado ao desenvolvimento de
infecção fatal por Toxoplasma gondii em gatos que se infectam pela primeira vez durante
a terapia (LOPES et al., 2019).

2.1.4 Inibidores da janus quinase

Oclacitinib

Oclacitinib é um inibidor seletivo da Janus quinase (JK) 1 que está atualmente


licenciado e comercializado para o tratamento dos sinais clínicos de dermatite atópica e
prurido alérgico no cão. Janus quinases são fortemente ligadas a receptores de citocinas
e desempenham um papel importante na sinalização através dos transdutores de sinal e
ativadores de transcrição. Os fármacos atuais usados para o controle do prurido em gatos
não estão livres de efeitos adversos de curta e longa utilização, por isso a alta eficácia e
os poucos efeitos adversos clinicamente observados de oclacitinib no tratamento da
dermatite alérgica canina levou vários veterinários a considerarem o uso deste fármaco
no tratamento da dermatite alérgica em gatos (FERRER et al., 2019).

Mueller et al. (2021) usou para a sua análise estudos que avaliaram a eficácia de
oclacitinib, sendo o primeiro um relato de caso realizado por Fernandes et al. (2019), dois
estudos abertos sendo um de Pandolfi et al. (2016) e o segundo de Ortalda et al. (2015),
e um terceiro estudo realizado por Noli et al. (2019) realizando o controle com
metilprednisolona.

Em sua revisão sistemática, o oclacitinib na dosagem de 1mg/kg, uma ou duas


vezes por dia, se mostrou eficaz para a SACF (MUELLER ET AL., 2021). Apesar disso,
Mueller et al. (2021) ainda conclui que devido ao pequeno número de gatos e a curta
duração da maioria dos estudos analisados por ele nessa revisão, bem como a falta de
segurança de dados a longo prazo, gatos que recebem oclacitinib devem ser monitorados
de perto durante o tratamento.

14
Um estudo farmacocinético feito com o oclacitinib em seis gatos descritos por
Ferrer et al. (2019) concluiu que de acordo com os resultados não há impedimentos
farmacocinéticos para o uso do oclacitinib nos gatos. Os investigadores usaram uma dose
de 1mg/kg BID e relataram um ligeiro aumento nos testes de função renal após um mês
de tratamento e nesses casos não foram constatadas quaisquer alterações clínicas.

Oclacitinib tem um mecanismo complexo de ação. Ele inibe o sinal de transmissão


de múltiplas citocinas envolvidas na reação alérgica [interleucina (IL) -2, IL-4, IL-6, IL-
13] e a gênese de prurido (IL-31), e também inibe o receptor TRPV1, que é responsável
pela geração do sinal de prurido. É possível que no gato, ou pelo menos em alguns gatos
com dermatite alérgica, alguns desses mecanismos moleculares não desempenham o
mesmo papel que nos cães. Estudos farmacocinéticos e farmacodinâmicos devem ser
realizados em gatos alérgicos, a fim de correlacionar as concentrações plasmáticas do
oclacitinib com eficácia clínica. Em conclusão, os parâmetros farmacocinéticos de
oclacitinib no gato são semelhantes aos descritos para o cão, embora a absorção e a
eliminação sejam um tanto mais rápido e a variabilidade entre os indivíduos é um tanto
maior. Portanto doses maiores e/ou intervalos de dosagem mais curta seria recomendado
em gatos para obter concentrações sanguíneas semelhantes àquelas em cães (FERRER et
al., 2019).

Ortalda et al. (2015) realizaram um pequeno estudo piloto para avaliar os


resultados do oclacitinib em gatos com dermatite alérgica. O objetivo foi avaliar a
eficácia, facilidade de administração e tolerabilidade do oclacitinib em felinos portadores
SACF. Utilizaram gatos acima de um ano de idade, com mais de 3kg de peso corporal e
com diagnóstico SACF não associada a alimentos ou pulgas. Esses, utilizaram o
oclacitinib na dose de 0,4 – 0,6 mg/kg, VO, BID por duas semanas, sendo posteriormente
reduzido para uma vez ao dia durante 14 dias. A intensidade das lesões cutâneas foi
baseada no Índice de Extensão e Gravidade da Dermatite Felina (SCORFAD) e o prurido
foi avaliado com a escala visual analógica pVAS; já a facilidade de administração e
tolerabilidade foram avaliadas em uma escala de quatro pontos. Doze gatos foram tratados
com uma dose inicial média de oclacitinib de 0,47 mg/kg VO BID; houve boa melhora
nos escores de prurido SCORFAD e pVAS em cinco dos 12 casos, enquanto os outros
gatos permaneceram inalterados, com agravamento das lesões ou foram retirados do
estudo devido a falha do tratamento. Os tutores classificaram a eficácia global como
boa/excelente em quatro de 12 casos e facilidade de administração e tolerabilidade como

15
boa/excelente em 10 dos 12 casos. Efeitos adversos como perda de peso em mais de 10%
do peso inicial, foram observados em alguns animais. Então, concluiu-se que oclacitinib
na dose de 0,4-0,6 mg/kg VO pode ser um medicamento eficaz e seguro para alguns gatos
com SACF, apesar de poucos efeitos adversos terem sido relatados.

2.1.5 Ácidos Graxos Essenciais

Os ácidos graxos apresentam diversas funções orgânicas, tais como fonte de


energia e componente estrutural da membrana celular. A despeito da importância dos
ácidos graxos nas dermatites canina e felina o papel imunomodulador dos AG,
consequente aos eicosanoides deles derivados, tem recebido maior interesse científico nos
últimos anos. Estudos clínicos indicaram efeito positivo de relações dietéticas em doenças
inflamatórias e alérgicas cutâneas, osteoartrite, algumas neoplasias, nefropatias e doença
cardíaca, indicando um caminho promissor a ser explorado (CARCIOFI; BAZOLLI;
PRADA, 2002).

Mueller et al. (2021) relata que com base nos dados disponíveis, há evidências
limitadas que apontam eficácia moderada da suplementação de EFA (Ácidos Graxos) em
gatos com dermatite miliar. Ele cita que apenas o estudo de Park et al. (2011) realizado
em gatos saudáveis, mostrou a diminuição da reatividade à histamina com supressão
variável à moderada de células B e T funcionais.

Os suplementos contendo ômega-3 e ômega-6 são potentes moduladores da


síntese de prostaglandinas e leucotrienos. Embora existam menos estudos no gato, há
relatos de boa resposta quando combinada a anti-histamínicos. Uma vantagem quando
combinada com glicocorticoides a longo prazo é que eles diminuem a dose do
glicocorticoide necessária para o controle do prurido. Devem ser administrados por no
mínimo 6 semanas para a avaliação da sua eficácia (SALZO, 2009, apud LARSSON;
LUCAS, 2016).

Magalhães et al. (2021) em seu recente estudo explica que os ácidos graxos
ômega-3 são os mais frequentemente usados na medicina de pequenos animais, e que são
prescritos na forma de ácido eicosapentaenoico (EPA) e ácido docosahecaenoico (DHA),
que são dois tipos de ácidos graxos poli-insaturados ômega-3 derivados da alfa-linolênico

16
(ALA). A bioconversão desses ácidos é muito limitada em cães e gatos, precisando serem
oferecidos por meio de sua dieta.

As principais fontes de ômega-3, consequentemente de EPA e DHA, encontram-


se em peixes e produtos com base de óleo de peixe, fígado de bacalhau e óleo de salmão,
embora crustáceos, bivalves, cefalópodes e algas marinhas também são fontes ricas de
ômega-3. O autor relata que doenças inflamatórias de pele, condições cardiovasculares,
doença renal e osteoartrite são as principais doenças não neoplásicas que o EPA e DHA
parecem ter maior impacto. Além disso, ele ainda aponta que o benefício desses ácidos
graxos pode ser devido a sua imunomodulação e efeitos inflamatórios mais baixos
(MAGALHÃES et al., 2021).

2.1.6 Imunoterapia alérgeno-específica

O trabalho realizado por Foj et al. (2021) teve como objetivo avaliar a eficácia
clínica da imunoterapia alérgeno específico sublingual (SLIT) em gatos atópicos
avaliando alterações imunológicas associadas ao tratamento com SLIT. Foi realizado
ensaio clínico prospectivo, multicêntrico e aberto que consistiu na administração da SLIT
por via oral durante 12 meses Todos os gatos foram submetidos a exames clínicos para
registrar o escore alérgico a dermatite felina através do SCORFAD e pVAS, e também
dosagem sérica de IgE e IgG específicas para os alérgenos a cada três meses durante 12
meses. Os valores de SCORFAD e pVAS diminuíram significativamente desde a linha
de base (dia 0) ao terceiro mês de tratamento. Os valores de IgE específica do alérgeno
diminuíram significativamente a partir do nono mês de tratamento. Não foi detectado
diferenças significativas em valores de IgG específico para alérgenos ao longo do estudo
e nenhum afeito adverso relacionado ao uso de SLIT foi reportado. Concluiu-se então que
a SLIT deve ser considerada um método rápido, eficaz e seguro e o tratamento é bem
tolerado em gatos com SACF.

2.1.7 Outros

Citrato de Maropitant

17
O citrato de maropitant é um antagonista do receptor da neuroquinina-1 e é usado
em casos de êmese. A substância P, que é ligada à neuroquinina-1 e tem ação anti-
inflamatória, pode ser inibida pelo citrato de maropitant (MUELLER et. al., 2021)

Mueller et al. (2021) aponta o estudo de Maina et al. (2019), onde foi avaliada a
administração de maropitant na dose de 2 mg/kg por via oral SID durante quatro semanas
como tratamento para gatos com SACF. Mueller et al. (2021) também cita dois estudos,
realizados por Grobman et al. (2016), randomizados e em gatos sensibilizados
experimentalmente que foram controlados com placebo, onde analisaram os efeitos do
maropitant em casos agudos e crônicos de SACF.

Quanto ao estudo de Maina et al. (2019), Mueller et al. (2021) observa que o
maropitant diminuiu o SCORFAD de 7,8 para 2,2 e em relação ao prurido pontua de 7,1
a 2,3, respectivamente, em 12 gatos com SACF, onde dez desses gatos melhoraram em >
50% as lesões, e 11 de 12 em > 50% no prurido.

Já nos estudos de Grobman et al. (2016), Mueller et al. (2021) observa que não
houve melhora quando administrado maropitant por via subcutânea (SC) na dose de
2mg/kg imediatamente após o desafio de alérgeno, ou a cada 48 horas por quatro semanas.

No que se refere a efeitos adversos, Mueller et al. (2021) aponta que no estudo de
Maina et al. (2019) foi constatado aumento da salivação imediatamente após a
administração de maropitant, que ocorreu em dois dos 12 gatos estudados. Conclui-se que
existem evidências limitadas de boa eficácia para o maropitant em gatos com SACF
(MUELLER et al., 2021).

Maina e Fontaine (2018) realizaram um estudo o qual teve o objetivo de avaliar a


eficácia e tolerabilidade do citrato de maropitant em felinos com SACF. Gatos com a
doença comprovadamente não sazonal foram tratados com maropitant na dose de 2 mg/kg
VO SID por 4 semanas. As lesões clínicas foram avaliadas com o sistema SCORFAD e
o prurido foi avaliado com uma escala visual analógica (pVAS) de 10 cm antes e no final
do estudo. Os tutores avaliaram a eficácia e tolerabilidade globais com uma escala de 4
pontos no final do estudo. Doze gatos foram tratados com uma dose média inicial de
maropitant de 2,22 mg/kg, VO, SID. O tratamento diminuiu os escores de SCORFAD e
de pVAS em todos os gatos, exceto um, no qual apenas o prurido foi reduzido. A eficácia

18
e a tolerabilidade do tratamento foram avaliadas como excelentes ou boas por 83,3% dos
tutores. O tratamento não causou quaisquer efeitos colaterais além de, em alguns casos,
sialorreia auto limitante de curta duração. Concluiu-se assim que o maropitant parece ser
uma opção terapêutica eficaz e bem tolerada para controlar o prurido em gatos.

2.1.8 Fármacos utilizados no controle de infecções secundárias

Antimicrobianos sistêmicos

Em um estudo retrospectivo de 45 casos de SACF realizado por Ravens, Xu e


Vogelnest (2014) foi constatado piodermite bacteriana superficial em 49% dos casos,
tendo sido diagnosticado infiltrado de neutrófilos e bactérias intracelulares através do
método de análise de impressão de fita coletado da superfície das lesões. O uso de colar
Elizabetano e / ou trajes corporais são necessários para limitar o auto trauma em estágios
iniciais de tratamento em alguns gatos, e se reconhece que isso é necessário com mais
frequência em pacientes felinos com SACF, sendo que a gravidade do prurido pode ser
parcialmente atribuída a ocorrência de infecções bacterianas secundárias (RAVENS; XU;
VOGELNEST, 2014).

Em um estudo realizado por Wildermuth et al. (2012) foi analisada a eficácia de


amoxicilina com clavulanato oral na dose de 12-16,2mg/kg duas vezes ao dia em casos
de placas eosinofílicas e úlceras indolentes e a análise dos resultados concluiu que o
tratamento com amoxicilina com clavulanato reduziu significativamente o tamanho
médio da lesão das placas eosinofílicas em 96% e as úlceras indolentes em 43% em
comparação com o placebo.

Wildermuth, Griffin e Rosenkrantz (2012) realizaram um estudo que avaliou a


eficácia da amoxicilina com clavulanato de potássio no tratamento de placas eosinofílicas
e úlceras indolentes com infecção bacteriana secundária confirmada em análise
citológica, constatando que a mesma é efetiva como agente monoterápico em casos de
placas eosinofílicas, não havendo significância estatística em casos de úlceras indolentes.

Cerdeiro, Fam e Farias (2015) sugeriram o uso sistêmico da cefalexina na dose de


22-30mg/kg/BID e da clindamicina na dose de 5-10mg/kg/BID, ambas com utilização
durante quatro a seis semanas. Em um relato de caso sobre SACF em uma paciente felina,

19
Feio et al (2012), relataram efeitos satisfatórios da cefalexina na dose de 75mg BID por
10 dias, porém associada a outras terapias com glicocorticoides.

Paiva e Pietroluongo (2018) relataram 2 casos de SACF, sendo que em um deles


foi utilizada a cefalexina na dose de 20 mg/kg BID durante 14 dias associada com
glicocorticoide; nesse caso, não foi atingido resposta satisfatória e após aproximadamente
um mês o paciente retornou e foi indicado outras alternativas terapêuticas. Já no outro
caso foi utilizado a cefovecina sódica na dose de 8mg /kg por via subcutânea (também
associado com glicocorticoide) com melhora das lesões em duas semanas.

Vasconcelos et al. (2019), relatou o uso de enrofloxacina na dose de 5mg/kg VO


em um caso de lesão por placa eosinofílica. Já Mueller (2021) citou a utilização de
doxiciclina em um gato que além da SACF também era portador de asma, mas não citou
dose nem frequência do tratamento, concluindo que o antimicrobiano não influenciou em
respostas precoce ou tardia. Cerdeiro, Fam e Farias (2015) relataram a utilização da
doxiciclina na dose de 25mg/kg como outra opção de tratamento para lesões de SACF
com envolvimento do complexo granuloma eosinofílico.

Antimicrobianos tópicos

As diretrizes atuais sobre tratamento antimicrobiano para infecções de pele


enfatizam o uso de antimicrobiano tópico sobre o tratamento sistêmico e, quando for
necessário, usar o fármaco com menor espectro de ação e pelo menor tempo necessário
para eliminar a infecção. Terapia de longo prazo na ausência de uma infecção bacteriana
é contraindicada, e os veterinários são aconselhados a seguir as diretrizes de tratamento
antimicrobiano estabelecido em seu país e recomendações internacionais consensuais
tradicionais (MUELLER et al., 2021).

No estudo realizado por Ravens, Xu e Vogelnest (2014), além da utilização de


antibiótico sistêmico, também foi realizado agentes antimicrobianos tópicos, como a
mupirocina, sulfadiazina de prata ou solução de clorexidina 2,5% e concluiu-se ser
importante para a resolução de infecções em alguns gatos.

Em um relato de dois casos realizados por Vasconcelos et al. (2019) foi utilizado
solução de clorexidina a 0,2% tópica nos ferimentos de placa eosinofílica, sendo o único

20
antimicrobiano associado as demais terapias, sendo que, ao final do tratamento, os
animais se recuperaram totalmente.

Marsella (2021) faz menção das seguintes medicações antimicrobiana de uso


tópico em gatos portadores de dermatites alérgicas: Clorexidina (xampu, lenço ou spray),
peróxido de benzoíla (xampu e gel) e lactato de etila (xampu). Ela alerta que a clorexidina
pode causar sensibilidade em alguns pacientes, a benzoíla pode causar ressecamento na
pele se o uso for frequente, já o lactato de etila é hidratante e geralmente bem tolerado.

21
3. CONCLUSÃO

A SACF é uma dermatopatia desafiadora para os médicos veterinários, pois não


tem cura e o objetivo do tratamento é amenizar os sinais clínicos e diminuir a frequência
e intensidade do prurido. Os tratamentos descritos variam muito no que tange a eficácia
em resolução de lesões, supressão do prurido e efeitos adversos. Os antibióticos
sistêmicos tem boa resposta para eliminação de infecções bacterianas secundárias. Os
ácidos graxos essenciais apesar de terem uma importante função na barreira cutânea têm
pouco resultado nas dermatopatias alérgicas, assim como os anti-histamínicos e o citrato
de maropitant também não mostram resultados satisfatórios no tratamento da SACF. Já
os glicocorticoides sistêmicos foram os mais amplamente descritos e mais apontados
como boa alternativa para o controle do prurido e remissão da enfermidade, apesar de
serem os principais causadores de efeitos adversos. A ciclosporina e o Oclacitinib foram
descritos como eficazes e como boa alternativa para a substituição dos glicocorticoides já
que há menor efeito adverso associados a eles, porém, o Oclacitinib ainda não tem
indicação em bula para uso em gatos. A imunoterapia mostrou ser eficaz e bem tolerada,
apesar de que no início do tratamento não dispensa a utilização de outros fármacos
antipruriginosos, pois os resultados são alcançados a longo prazo .

22
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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