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TUTORIAL 03

OBJETIVO 01 – TIPOS DE PERÍCIAS MÉDICAS NA MEDICINA LEGAL, PREVIDENCIÁRIA,


CIVIL, CRIMINAL, SECURITÁRIA E TRABALHISTA

Perícia é todo e qualquer ato propedêutico ou exame realizado por médico, com a finalidade de
contribuir com as autoridades administrativas, policiais ou judiciárias na formação de juízos a que
estão obrigadas. É ato privativo do médico, podendo ser exercida pelo médico civil ou militar,
desde que investido em função que lhe assegure a competência legal e administrativa para tal.
Na linguagem jurídica, significa a pesquisa, o exame, a verificação acerca da verdade ou da
realidade de certos fatos; é um meio de prova admitida no Direito, sendo o perito, sob o
compromisso da verdade, nomeado pela autoridade judiciária (ou administrativa) para ajudar a
esclarecer um fato considerado relevante para o pronunciamento do órgão judicante

• É o conjunto de procedimentos técnicos que tem por objetivo a emissão de laudo sobre
questões médicas, mediante exame, vistoria, indagação, investigação, arbitramento,
avaliação ou certificação

Tipos de perícia:

• Perícia médica previdenciária


o Objetivo - emissão de parecer técnico conclusivo, quando da avaliação da
incapacidade laborativa, em face de situações previstas em lei;
o Faz análises sobre o requerimento dos benefícios referentes à aposentadoria
especial, do enquadramento do Benefício de Prestação Continuada/Lei Orgânica de
Assistência Social e dos portadores da síndrome de talidomida; assessora as
procuradorias e juntas de recurso com o acompanhamento de processos judiciais,
emitindo parecer técnico em juízo, quando convocado ou indicado como assistente
técnico do INSS; homologa as concessões do auxílio-acidente, aposentadoria por
invalidez e o acréscimo de 25%; avalia o dependente maior inválido, bem como
delega competências de acordo com os atos vigentes; trabalha em conjunto com a
fiscalização na identificação da presença de agentes nocivos nos ambientes de
trabalho e estabelece nexo causal entre as doenças do trabalho; atua como um dos
setores mais importantes da Seguridade Social.
o Pode ser definida como o exame médico-pericial realizado no servidor público (civis
ou militares), regido por estatuto ou regimento próprio, contribuinte de órgão
previdenciário também próprio, de uma unidade administrativa, seja federal,
estadual ou municipal.
• Perícia administrativa
o Exame médico pericial realizado no servidor público, regido por estatuto ou
regimento próprio, contribuinte de órgão previdenciário também próprio, de uma
unidade administrativa, seja federal, estadual ou municipal.
o Portanto, destina-se aos servidores públicos civis e militares, os quais são avaliados
quanto à capacidade laboral mediante exame pericial pelo órgão competente. Atua
como ferramenta imprescindível para o equilíbrio social e financeiro das instituições.
• Perícia médico-legal
o Conjunto de procedimentos médicos e técnicos que tem como finalidade o
esclarecimento de um fato de interesse da Justiça, ou um ato pelo qual a autoridade
procura conhecer, por meios técnicos e científicos, a existência ou não de certos
acontecimentos capazes de interferir na decisão de uma questão judiciária ligada à
vida ou à saúde do homem (FRANÇA, 1977).
o Segundo a definição de Maranhão, é “o uso de conhecimentos médicos e biológicos
a serviço do Direito constituído e do Direito constituendo”, isto é, aplica-se tanto na
elaboração quanto na aplicação das leis.
o Medicina Legal é, portanto, a ciência médica a serviço da Justiça
o O perito médico-legista, de ofício ou louvado, deverá atender a autoridade
requisitante elaborando um relatório sobre o exame feito, chamado de laudo ou
auto, conforme seja redigido pelo próprio perito ou ditado a escrivão
• Perícia securitária
o Procedimento técnico diretamente ligado à Medicina de Seguros e ao ramo de
seguro de pessoas.
o Faz avaliação de doenças preexistentes, valoração de danos para indenização e
avaliações excludentes de pagamento (suicídio/ acidente).
o Os peritos desta área podem atuar como assistentes técnicos em ações judiciais.
o Entende-se como seguro de pessoas aquele que contempla coberturas de vida e
acidentes pessoais, diárias por incapacidade temporária, diárias por internação
hospitalar, perda do certificado de habilitação de voo, entre outras, podendo ser
contratado individualmente ou em grupo.
• Perícia médica judicial
o É o meio de prova realizada por profissional da medicina legalmente habilitado,
visando informar e esclarecer alguma autoridade sobre fato próprio de sua
especificidade funcional, no interesse da Justiça e da administração. As perícias
forenses têm o objetivo de instruir ações judiciais em curso que requerem a
produção da prova pericial médica
• Perícia criminal
o Pertencente aos quadros dos Institutos de Criminalística, dos Institutos de
Perícias,Institutos de Identificação, e dos órgãos de Polícia Científica e afins, que
está devidamente investido, por concurso público, nos cargos de nível superior
elencados na Lei 12.030/2009.
o O Perito Criminal está, a serviço da justiça, especializado em encontrar ou
proporcionar a chamada prova técnica ou prova pericial, mediante a análise
científica de vestígios produzidos e deixados na prática de delitos.
o Os peritos criminais de local de crime realizam a análise da cena de crime,
identificando, registrando, coletando, interpretando e armazenando vestígios, são
responsáveis por estabelecer a dinâmica e a autoria dos delitos e realizar a
materialização da prova que será utilizada durante o processo penal.
• Perícia médica trabalhista
o O estabelecimento do nexo causal entre um dano ou doença instalada em um
trabalhador e uma condição de trabalho apresentada constitui a condição básica
para a conclusão e sentença dos magistrados da Justiça do Trabalho sobre as
diversas ações indenizatórias demandadas.
o Art. 2º Para o estabelecimento do nexo causal entre os transtornos de saúde e as
atividades do trabalhador, além do exame clínico (físico e mental) e exames
complementares, quando necessários, deve o médico considerar:
▪ I - a história clínica e ocupacional, decisiva em qualquer diagnóstico e/ou
investigação de nexo causal; II - o estudo do local de trabalho; III - o estudo
da organização do trabalho; IV - os dados epidemiológicos; V - a literatura
atualizada; VI - a ocorrência de quadro clínico ou subclínico em trabalhador
exposto a condições agressivas; VII - a identificação de riscos físicos,
químicos, biológicos, mecânicos, estressantes e outros; VIII - o depoimento e
a experiência dos trabalhadores; IX - os conhecimentos e as práticas de
outras disciplinas e de seus profissionais, sejam ou não da área da saúde.
• Perícia civil

OBJETIVO 02 – DISCUTIR A EMISSÃO DE LAUDOS E RELATÓRIOS MÉDICOS PARA FINS


DE PERÍCIA

O Laudo médico é um documento extremamente importante, dessa maneira que se comprova a


incapacidade laboral. Ele acompanha o histórico da evolução da doença, bem como as
comprovações da mesma, com este documento o trabalhador reafirma o seu estado de saúde.

Segundo a Resolução nº 1.488/1988 do Conselho Federal de Medicina, que dispõe sobre as


normas específicas de atendimento a trabalhadores prevê em seu art. 2º, que para o
estabelecimento do nexo causal entre os transtornos de saúde e as atividades do trabalhador,
além do exame clínico (físico e mental) e os exames complementares, quando necessários, deve
o médico considerar:

I. a história clínica e ocupacional, decisiva em qualquer diagnóstico e/ou investigação de


nexo causal;
II. o estudo do local de trabalho
III. o estudo da organização do trabalho;
IV. os dados epidemiológicos;
V. a literatura atualizada;
VI. a ocorrência de quadro clínico ou subclínico em trabalhador exposto a condições
agressivas;
VII. a identificação de riscos físicos, químicos, biológicos, mecânicos, estressantes e outros;
VIII. o depoimento e a experiência dos trabalhadores;

O laudo pericial, também chamado de relatório, é um documento médico-legal apresentado de


forma escrita e produzido por um perito nomeado por uma autoridade judicial. É o resultado de
uma perícia com valor probatório para um processo judicial. Tem a finalidade de esclarecer a
verdade para a justiça de forma imparcial. O parecer também é um documento médico-legal,
apresentado de forma escrita e produzido por um assistente técnico solicitado pelas partes do
processo judicial quando o laudo pericial é suspeito de dúvida. Nesse instrumento, produzido
após emissão do laudo, é apresentada uma opinião técnica sobre o ato médico. É utilizado como
prova, pode contestar informações apresentadas no laudo e emite opiniões técnicas sobre o
caso.

Quando redigido pelo perito é chamado de laudo, e quando ditado ao escrivão, de auto.

Sete partes:

• Preambulo: Introdução, na qual consta a qualificação da autoridade solicitante, dos peritos,


do diretor que solicitou, examinado, além de local, data, hora e tipo de perícia.
• Quesitos: perguntas sobre fatos relevantes que originaram o processo penal, oficiais e
padronizadas em impressos utilizados pelas instituições médico-legais de cada Estado.
Nas perícias psiquiátricas e exumações não existe padronização.
• Histórico ou comemorativo: breve relato dos fatos ocorridos por informação da vítima ou
indiciado, ou dos dados da guia de remoção do cadáver.
• Descrição: Principal parte do laudo, perito descreve, minuciosamente, aquilo que
encontrou no exame. (lesões – descrever de uma maneira que qualquer um que ler
visualize essas lesões, até porque, ele é o único que vê – visam et repertum – parte
principal do relatório)
• Discussão: lesões são analisadas cientificamente e comparadas com os dados do
histórico, dando origem à formulação de hipóteses a respeito da mecânica do crime. (tudo
que ele quiser falar)
• Conclusão: tomada de postura quanto a ocorrência ou não do fato (tem que ser objetivo –
ex.: houve conjunção carnal.)
• Resposta aos quesitos: finalidade estabelecer a existência de um fato típico sem deixar
dúvidas. Deve responder de forma sucinta e objetiva. (ex.: quesito prejudicado – falta de
elementos significantes e conclusivos).

A perícia médica do INSS considera o laudo médico válido por 90 (noventa) dias, sendo assim é
necessário que o trabalhador mantenha regularidade no acompanhamento médico e que o laudo
esteja atualizado, essa regra é válida para esfera administrativa. Para a esfera judicial, o Juiz da
Justiça Federal em casos onde há pedido de benefício incapacitante, admite que o laudo tenha
até 180 (cento e oitenta) dias, em casos de acidente de trabalho o Juiz responsável será o da
Justiça Estadual, e o prazo mantém em 180 (cento e oitenta) dias. Outro dado importante é a data
da incapacidade, essa data é importante pois é a partir da comprovação da incapacidade que o
segurado receberá seu benefício, mesmo que seja retroativo

Quanto à primeira "angústia" o médico, sempre que possa, tem o dever de colaborar com a
Justiça quando nomeado perito pela autoridade competente, sobretudo numa ação penal,
devendo aceitar este múnus público em benefício da coletividade. No entanto, deverá renunciar à
função quando o assunto escapar à sua competência ou quando a pessoa a ser periciada é, ou
foi, seu paciente, seu amigo ou desafeto, familiar ou sócio. Nestas condições, o médico
comparecerá perante a autoridade que o designou e lavrará seu impedimento, nada mais
declarando, sobretudo em relação aos pacientes. Em relação à cobrança de honorários por
perícia emanada de determinação de autoridade judicial, ela é justa e devida pelo Estado, sendo
um direito e uma obrigação do médico cobrá-los. O médico não deve cobrar honorários
diretamente do periciado quando da realização de uma perícia médica judicial, pois entre eles não
há a relação contratual tipo médico-paciente. O ressarcimento pela prestação de tão relevante e
decisivo serviço é uma obrigação do Poder Público, devendo este provê-la. O médico deve
apresentar seus honorários quando da determinação judicial dentro do prazo legal, desde que
aceito o munus. Caso contrário, deverá declinar do encargo, alegando de forma justificada suas
razões àquela autoridade.

Código de Ética Médica (Cap. XI – Auditoria e Perícia Médica)

É vedado ao médico:

• Art. 92. Assinar laudos periciais, auditoriais ou de verificação médico-legal quando não
tenha realizado pessoalmente o exame.
• Art. 93. Ser perito ou auditor do próprio paciente, de pessoa de sua família ou de qualquer
outra com a qual tenha relações capazes de influir em seu trabalho ou de empresa em que
atue ou tenha atuado.
• Art. 94. Intervir, quando em função de auditor, assistente técnico ou perito, nos atos
profissionais de outro médico, ou fazer qualquer apreciação em presença do examinado,
reservando suas observações para o relatório.
• Art. 95. Realizar exames médico-periciais de corpo de delito em seres humanos no interior
de prédios ou de dependências de delegacias de polícia, unidades militares, casas de
detenção e presídios.
• Art. 96. Receber remuneração ou gratificação por valores vinculados à glosa ou ao
sucesso da causa, quando na função de perito ou de auditor.
• Art. 97. Autorizar, vetar, bem como modificar, quando na função de auditor ou de perito,
procedimentos propedêuticos ou terapêuticos instituídos, salvo, no último caso, em
situações de urgência, emergência ou iminente perigo de morte do paciente, comunicando,
por escrito, o fato ao médico assistente.
• Art. 98. Deixar de atuar com absoluta isenção quando designado para servir como perito
ou como auditor, bem como ultrapassar os limites de suas atribuições e de sua
competência.
• Parágrafo único. O médico tem direito a justa remuneração pela realização do exame
pericial

→ Documento é toda anotação escrita que tenha por finalidade a reprodução de uma
manifestação de vontade. A literatura específica elenca como documentos médico-legais:

• Notificações;
• Atestados;
• Pareceres;
• Depoimentos Orais;
• Relatórios.

OBS: Receita e Declaração não são documentos médico-legais. Ademais, somente atestados
judiciário são considerados documentos médico-legais.

O ATESTADO médico é a afirmação do profissional acerca do fato examinado, já o laudo é o


relatório emitido pelo perito, que pode ser o perito médico legista. Nesse caso, trata-se do laudo
pericial médico-legal. O relatório médico-legal, uma descrição minuciosa de uma perícia médica,
denomina-se laudo, quando é escrito pelo próprio perito, e auto ou depoimento oral, quando é
ditado ao escrivão. Logo, a diferença entre laudo e auto médico-legal é que o LAUDO só pode ser
realizado pelo médico legista.
O laudo pericial é uma peça técnica formal que apresenta o resultado de uma perícia. Nele deve
ser relatado tudo o que fora objeto dos exames levado a efeito pelos peritos. Ou seja, é um
documento técnicoformal que exprime o resultado do trabalho do perito. Dentre as várias peças
técnicas, podemos dizer que o laudo pericial é o documento mais completo, em razão da sua
origem que é um exame de natureza pericial.

Aqui vale ressaltar que, sob o enfoque técnico-jurídico, um exame pericial pressupõe um trabalho
de natureza eminentemente técnico-científico e da maior abrangência possível. É, portanto, um
trabalho (exame pericial) levado a efeito por especialistas (peritos) naquilo que estão a realizar,
cuja obrigação é dar a maior abrangência possível ao exame.

Sabemos que um exame pericial deve se pautar pela mais completa constatação do fato, análise
e interpretação e, como resultado final, a opinião de natureza técnico-científica sobre os fatos
examinados. Os peritos não devem se restringir ao que lhes foi perguntado ou requisitado, mas
estarem sempre atentos para outros fatos que possam surgir no transcorrer de um exame.

O laudo pericial é, portanto, o resultado final de um completo e detalhado trabalho técnico-


científico, levado a efeito por peritos, cujo objetivo é o de subsidiar a Justiça em assuntos que
ensejaram dúvidas no processo. Dentro desse objetivo, temos aqueles laudos destinados à
Justiça Criminal e os que se destinam à Justiça Cível.

OBJETIVO 03 – DISCUTIR OS DIREITOS PREVIDENCIÁRIOS E APOSENTADORIA


RELACIONADOS À SAÚDE

OBJETIVO 04 – ABORDAR CRITÉRIOS PARA RECEBIMENTO DE AUXÍLIO DOENÇA,


BENEFÍCIO ASSISTENCIAL E LEI ORGÂNICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (LOAS) PARA
IDOSOS E PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS

Auxílio doença:

• Benefício por incapacidade devido ao segurado do INSS que comprove, em perícia


médica, estar temporariamente incapaz para o trabalho em decorrência de doença ou
acidente.
• Nos últimos 15 dias do auxílio-doença, caso julgue que o prazo inicialmente concedido
para a recuperação se revelou insuficiente para retorno ao trabalho, o segurado poderá
solicitar a prorrogação do benefício
• Caso não concorde com o indeferimento ou a cessação do benefício e não seja mais
possível solicitar prorrogação, o segurado pode entrar com recurso à Junta de Recursos,
em até 30 dias contados a partir da data em que tomar ciência da decisão do INSS
• Principais requisitos
o Cumprir carência de 12 contribuições mensais – a perícia médica do INSS avaliará
a isenção de carência para doenças previstas na Portaria Interministerial
(tuberculose, neoplasia, hanseníase, alienação mental, cegueira, paralisia,
cardiopatia, Parkinson...), doenças profissionais, acidentes de trabalho e acidentes
de qualquer natureza ou causa;
o Possuir qualidade de segurado (caso tenha perdido, deverá cumprir metade da
carência de 12 meses a partir da nova filiação à Previdência Social)
o Comprovar, em perícia médica, doença/acidente que o torne temporariamente
incapaz para o seu trabalho;
o Para o empregado em empresa: estar afastado do trabalho por mais de 15 dias
(corridos ou intercalados dentro do prazo de 60 dias se pela mesma doença).
• Etapas para realização desse serviço
o Solicitar o Benefício
o Comparecer à Perícia Médica
• Documentos originais e formulários necessários
o Documento de identificação oficial com foto
o Número do CPF;
o Carteira de trabalho, carnês de contribuição e outros documentos que comprovem
pagamento ao INSS;
o Documentos médicos decorrentes de seu tratamento, como atestados, exames,
relatórios, etc, para serem analisados no dia da perícia médica do INSS (não é
obrigatório);
o Para o empregado: declaração assinada pelo empregador, informando a data do
último dia trabalhado
o Comunicação de acidente de trabalho (CAT) se for o caso
o Para o segurado especial (trabalhador rural, lavrador, pescador): documentos
que comprovem esta situação, como contratos de arrendamento
• O benefício de auxílio-doença concedido ou reativado por decisão judicial cessará na data
determinada pelo juiz ou, quando não houver esta determinação na sentença, após 120
dias contados da implantação ou reativação do benefício (Lei 8.213/1991, alterada pela Lei
13.457/2017)
• Nos últimos 15 dias do benefício de auxílio-doença concedido/reativado judicialmente,
caso julgue que o prazo inicialmente concedido para a recuperação se revelou insuficiente
para retorno ao trabalho, o segurado poderá solicitar a prorrogação do benefício pela
Central 135, internet ou comparecendo em uma agência do INSS.
• O benefício de auxílio-doença concedido/reativado judicialmente será cessado na data
determinada pela sentença ou pela lei, caso o(a) segurado(a) ou seu representante não
solicitem a prorrogação nos últimos 15 dias do benefício, através da Central 135, internet
ou comparecendo em uma agência do INSS.

Aposentadoria por invalidez:

• Benefício devido ao trabalhador permanentemente incapaz de exercer qualquer


atividade laborativa e que também não possa ser reabilitado em outra profissão, de
acordo com a avaliação da perícia médica do INSS.
• O benefício é pago enquanto persistir a invalidez e o segurado pode ser reavaliado pelo
INSS a cada dois anos.
• Inicialmente o cidadão deve requerer um auxílio-doença, que possui os mesmos
requisitos da aposentadoria por invalidez. Caso a perícia médica constate incapacidade
permanente para o trabalho, sem possibilidade de reabilitação para utra função, a
aposentadoria será indicada.
• Outras informações
o Doença anterior à filiação à Previdência: não tem direito à aposentadoria por
invalidez quem se filiar à Previdência Social já com doença ou lesão que geraria o
benefício, a não ser quando a incapacidade resultar do agravamento da
enfermidade;
o Adicional de 25%: o aposentado por invalidez que necessitar de assistência
permanente de outra pessoa, nas condições previstas em lei, poderá ter direito a um
acréscimo de 25% no valor de seu benefício, inclusive sobre o 13º salário
o Fim do benefício: a aposentadoria por invalidez deixa de ser paga quando o
segurado recupera a capacidade e/ou volta ao trabalho ou por ocasião do óbito;
o Revisão periódica do benefício: de acordo com a lei, o aposentado por invalidez
deve ser reavaliado pela perícia médica do INSS a cada dois anos para comprovar
que permanece inválido.
▪ Os segurados maiores de 60 anos e os maiores de 55 anos com mais de 15
anos em beneficio por incapacidade são isentos dessa obrigação

Benefício assistencial ao idoso (BPC)

• Da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS)


• Garantia de um salário mínimo mensal à pessoa com mais de 65 anos que não possui
renda suficiente para manter a si mesmo e à sua família
• Além de comprovar a idade mínima, para ter direito é necessário que a renda por pessoa
do grupo familiar seja inferior a 1/4 do salário-mínimo
o Esta renda será avaliada considerando-se o salário do beneficiário, do esposo(a) ou
companheiro(a), dos irmãos solteiros, dos filhos e enteados solteiros e os menores
tutelados, desde que residam na mesma casa.
• Por se tratar de um benefício assistencial, não é necessário ter contribuído para o INSS
para ter direito a ele. No entanto, este benefício não paga 13º salário e não deixa pensão
por morte.
• O atendimento deste serviço será realizado à distância, não sendo necessário o
comparecimento presencial nas unidades do INSS, a não ser quando solicitado para
eventual comprovação.
• Tem direito ao BPC o brasileiro, nato ou naturalizado, e as pessoas de nacionalidade
portuguesa, desde que comprovem residência fixa no Brasil e renda por pessoa do grupo
familiar inferior a ¼ de salário mínimo atual. Além disso, devem se encaixar nas seguintes
condições:
o Para o idoso: idade igual ou superior a 65 anos, para homem ou mulher;
o Caso exista renda familiar, esta não poderá ser superior a 1/4 do salário mínimo em
vigor por pessoa (incluindo o próprio requerente);
o Nacionalidade brasileira;
o Possuir residência fixa no país;
o Não estar recebendo outro tipo de benefício.
• Etapas para realização desse serviço
o Efetuar o cadastramento do beneficiário e sua família no Cadastro único de
Programas Sociais do Governo Federal – CadÚnico.
o As Famílias já inscritas devem estar com o CadÚnico atualizado (máximo de 2
anos a última atualização) para fazer o requerimento no momento da análise do
benefício.
o Solicitação do benefício pelo Meu INSS

Benefício assistencial à pessoa com deficiência (BPC)

• Lei orgânica de Assistência Social


• Garantia de um salário mínimo mensal à pessoa com deficiência que comprove não
possuir meios de prover a própria manutenção, nem de tê-la provida por sua família.
• Para ter direito, é necessário que a renda por pessoa do grupo familiar seja menor que 1/4
do salário-mínimo vigente.
• Por se tratar de um benefício assistencial, não é necessário ter contribuído para o INSS
para ter direito a ele. No entanto, este benefício não paga 13º salário e não deixa pensão
por morte.
• O atendimento deste serviço será realizado à distância, não sendo necessário o
comparecimento presencial nas unidades do INSS, a não ser quando solicitado para
eventual comprovação.
• Tem direito ao BPC o brasileiro, nato ou naturalizado, e as pessoas de nacionalidade
portuguesa, desde que comprovem residência fixa no Brasil e renda por pessoa do grupo
familiar inferior a ¼ de salário mínimo atual. Além disso, devem se encaixar nas seguintes
condições:
o Para a pessoa com deficiência: qualquer idade – pessoas que apresentam
impedimentos de longo prazo (mínimo de 2 anos) de natureza física, mental,
intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem
obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições
com as demais pessoas.
• Pessoa com Deficiência contratada como aprendiz: a pessoa com deficiência
contratada na condição de aprendiz poderá acumular o BPC/LOAS e a remuneração do
contrato de aprendiz com deficiência, e terá seu benefício suspenso somente após o
período de dois anos de recebimento concomitante da remuneração e do benefício;
• Trabalho da pessoa com deficiência: a pessoa com deficiência que retornar a trabalhar
terá seu benefício suspenso e deverá informar o retorno ao trabalho, sob o risco de
manutenção indevida;

Auxílio-Acidente

• Benefício de natureza indenizatória pago ao segurado do INSS quando, em decorrência de


acidente, apresentar sequela permanente que reduza sua capacidade para o trabalho.
• Como se trata de uma indenização, não impede o cidadão de continuar trabalhando.
• O atendimento deste serviço será realizado à distância, não sendo necessário o
comparecimento presencial nas unidades do INSS, a não ser quando solicitado para
eventual comprovação ou realização perícia médica.
• O cidadão que vai requerer este tipo de benefício deve comprovar os seguintes requisitos:
o Ter qualidade de segurado, à época do acidente;
o Não há necessidade de cumprimento de período de carência;
• Quem não tem direito ao benefício
o Contribuinte Individual
o Contribuinte Facultativo
• O segurado deverá comparecer à unidade do INSS escolhida para realizar perícia médica
ou, nos casos especificados, aguardar a perícia médica domiciliar ou hospitalar.
• O benefício encerra-se quando o trabalhador se aposenta ou solicita a Certidão de Tempo
de Contribuição (CTC) para fins de averbação em Regime Próprio de Previdência Social
(RPPS) ou ainda por ocasião do óbito;

Benefício Assistencial à Pessoa com Deficiência – Microcefalia

• Garantia de um salário mínimo mensal, pelo prazo máximo de três anos, à criança
diagnosticada com microcefalia que disponha de laudo médico circunstanciado emitido
pelo Sistema Único de Saúde – SUS.
• Para ter direito, é necessário que a renda por pessoa do grupo familiar seja menor que 1/4
do salário mínimo vigente.
• Tem direito ao benefício o brasileiro e as pessoas de nacionalidade portuguesa, desde que
comprovem residência fixa no Brasil e renda por pessoa do grupo familiar inferior a ¼ de
salário mínimo atual.

Pensão especial da síndrome da Talidomida

• Benefício específico aos portadores da Síndrome da Talidomida nascidos a partir de 1º de


março de 1958, data do início da comercialização da droga denominada Talidomida no
Brasil.
• Trata-se de uma pensão especial, mensal, vitalícia e intransferível.
• Principais requisitos
o Constatação, por meio de perícia-médica do INSS, de que a deformidade física que
possui decorre do uso da Talidomida;
o Ter nascido a partir de 01/03/1958, data de início da comercialização da Talidomida
no Brasil;
o Importante que você apresente documentos que comprovem a deformidade do
beneficiário, tais como fotografias (preferencialmente em fundo escuro, formato
12×9 cm; uma de frente, uma de costas, e outra detalhando os membros afetados),
além de outros subsídios que comprovem o uso da Talidomida pela mãe durante a
gestação, tais como receituários da época relacionados ao medicamento, relatório
ou atestado médico de entidades relacionadas à patologia.
• A renda mensal inicial será calculada pela multiplicação do número total de pontos
indicadores da natureza e do grau de dependência resultante da deformidade física,
constante do processo de concessão, pelo valor fixado em Portaria Ministerial que trata
dos reajustamentos dos benefícios pagos pela Previdência Social.
• O titular do benefício, maior de trinta e cinco anos, que necessite de assistência
permanente de outra pessoa e que tenha recebido a pontuação igual ou superior a seis
pontos, fará jus a um adicional de vinte e cinco por cento sobre o valor desse benefício.
• O titular do benefício fará jus a mais um adicional de trinta e cinco por cento sobre o valor
do benefício, desde que comprove pelo menos:
o vinte e cinco anos, se homem, e vinte anos, se mulher, de contribuição para a
Previdência Social, independente do regime; e
o cinquenta e cinco anos de idade, se homem ou cinquenta anos de idade, se
mulher, e contar pelo menos quinze anos de contribuição para a Previdência Social,
independente do regime.
• A partir da publicação da lei 12.190/2010, o titular do benefício também poderá requerer a
indenização por dano moral, paga em parcela única e requerida diretamente nas agências
do INSS

Pensão especial por hanseníase

• Benefício devido às pessoas atingidas pela hanseníase que tenham sido submetidas a
isolamento e internação compulsórias em hospitais-colônias até 31 de dezembro de 1986.
• Trata-se de uma pensão mensal, vitalícia e intransferível.
• O INSS realiza apenas o pagamento deste benefício, mas não determina as regras de
concessão nem analisa os pedidos.
• O requerimento dever ser enviado por correio à Secretaria de Direitos Humanos da
Presidência da República (SDH), estabelecida no Setor Comercial Sul B, Quadra 09, Lote
C, Edifício Parque Cidade Corporate, Torre A, 8º andar, Sala 801, CEP 70.308.200,
Brasília – DF. Saiba mais sobre este serviço no site da SDH.

Lei orgânica da Saúde:

• A LOAS entrou em vigor com a Lei 8.742/93, que dá origem ao Benefício de Prestação
Continuada (BPC). Esse benefício é um auxílio financeiro pago pela Previdência Social, e
é destinado a indivíduos que comprovam não possuir meios para obter recursos que
promovam seu sustento, nem participar de forma plena e efetiva em sociedade e que
apresentam condições desiguais se comparados a outras pessoas.
• O benefício da LOAS é direito da pessoa com deficiência incapacitada de trabalhar e de
realizar atividades cotidianas. Também têm direito ao benefício os idosos com idade
superior a 65 anos, que não podem arcar com a própria subsistência ou que não contam
com familiares que possam prover seu sustento
• Os beneficiários da LOAS têm direito a um salário-mínimo nacional. Porém, não têm direito
a receber o décimo terceiro salário e, em caso de falecimento do titular, o benefício
é extinguido e não gera pensão por morte aos dependentes.
• Enquanto a aposentadoria é destinada a pessoas seguradas do INSS, que recolheram a
contribuição durante todo o período em que trabalharam e que apresentam todos os
requisitos necessários para garantir esse direito, a LOAS é destinada àquelas pessoas em
situação de extrema pobreza, que não têm condições de garantir o próprio sustento e que
não contribuem com a Previdência Social.

Reabilitação profissional:

• A reabilitação profissional não é um benefício, mas um serviço previdenciário. Será


oferecida para aqueles segurados que, impossibilitados de retornarem à sua função
original, terão capacidade para outras atividades, dentro da própria empresa ou fora dela.
• Nesse caso, levam-se em consideração o tipo de lesão, de doença, de limitação e de
incapacidade, a sequela e a própria história do indivíduo – idade, escolaridade – e o
potencial para outro tipo de labor.
É importante ressaltar que, conforme o parágrafo 1º do art. 140 do Decreto no 3.048, “não
constitui obrigação da previdência social a manutenção do segurado no mesmo emprego ou a
sua colocação em outro para o qual foi reabilitado, cessando o processo de reabilitação
profissional com a emissão do certificado (...)”, ou seja, a Previdência Social tem compromisso
legal com a empregabilidade, com a capacidade laborativa, mas não com o emprego em si,
matéria que inclusive fica a cargo de outro ministério.

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