Retórica e Literatura

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RETÓRICA E

LITERATURA
 Conforme a retórica antiga, a comunicação
verbal envolve cinco estágios, dos quais
três ainda se podem considerar
fundamentais: a invenção, a disposição e a
elocução. No primeiro, o orador ou o poeta
escolhe as coisas retóricas; no segundo,
organiza-as conforme a conveniência dos
gêneros e dos argumentos; no terceiro,
aplica-lhes os ornatos, que são os artifícios
mediante os quais se particularizam as
coisas retóricas.
Mas o que são coisas retóricas?

 São a matéria de que fala o poeta, a qual


não deriva da vida empírica dos
fenômenos, mas sim da copia rerum, que é
o repertório coletivo de onde se extraem as
tópicas, moldadas pelas contingências da
questão finita. Entende-se por questão
finita o universo prático a que se destina o
discurso.
 Em outros termos, as coisas retóricas são
os argumentos que se cristalizam como
casos passíveis de se converterem em
texto. Assim, a comunicação linguística
funciona como uma espécie de simulacro
da natureza, da mesma forma que a
poesia pode ser entendida como uma
cópia desse simulacro.
 Natureza – objeto de referência do
discurso humano.
 Elocutio: passo mais
importante da comunicação
verbal.
 Confunde-se com o dizer: o ato
propriamente da criação, que
integrar a interventio e a
dispositio
 Pensamentos sem expressão
são como espadas na bainha.
Marco Fábio Quintiliano (35 d.C - 85 d.C)
Orador e professor de retórica romano
 Elocução gramatical
 Transmissão dos pensamentos –
clareza e elegância
 Elocução ornada
 Atribuição de força, luz e graça
aos pensamentos

O brilho da espada intensifica o terror


que ela pode causar num combate,
assim como o relâmpago torna o raio
mais impressionante
 Seguindo a tendência atual no
ensino da retórica clássica, um
pequeno manual popular na
Inglaterra considera o termo
latino elocutio como sinônimo
de estilo. (Peter Dixon, 1971)
 A retórica clássica costumava fazer
distinção entre os tropos e as
figuras, também chamadas
esquemas. Por tropo entendia-se o
uso de um vocábulo em sentido
impróprio.
Tropos

 Metáfora: relação de semelhança


 Metonímia: relação de contiguidade
 Ironia: dizer o contrário do que se diz
Ironia literária e como figura de linguagem
 Alegoria: conjunto interligado de
metáforas
 Antonomásia
 Onomatopeia
Invenção de palavras com finalidade
expressiva
Figuras

 Consiste no uso personalizado


das palavras, sem que seu
sentido original seja violado:
 Hipérbato – inversão
 Antítese – justaposição de
contrários
 A adoção atual da retórica deve
conduzir ao exame da geração
do sentido literário. Tratando-se
de dispositivos metalinguísticos
e, portanto, com força crítica, o
simples conhecimento dos
ornatos pode conduzir à
significação dos mesmos.
 Assim, a noção antiga de ornato
transforma-se em ornato dialético,
intrinsecamente vinculado à
formulação do sentido literário do
enunciado linguístico. Da ideia de
ornato dialético chega-se com
facilidade ao conceito de Arte como
procedimento, um dos mais
adequados redimensionamentos da
retórica clássica no século XX,
levada a efeito pelos teóricos dos
formalistas russos.
 Retórica como construção
linguística:
 elocução/ornato/tropo

 Retórica como argumento:


 legitimação de valores
A retórica na
crítica literária contemporânea
 Diferença entre o
convencimento e a expressão
 A base linguística e o aspecto
moral e ético
 Termo pejorativo – retórica
como mentira/ilusão/engodo
 Retórica é linguagem – forma e
conteúdo expressivo
 A crítica com base na “retórica
interna” (com seus valores morais e
éticos) se vincula com a questão
cultural e relação com a ideologia –
literatura e sociedade
 Compreender a linguagem na
relação com os valores culturais

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