Apostila de Literatura 1°s Anos
Apostila de Literatura 1°s Anos
Apostila de Literatura 1°s Anos
1
O que é Literatura?
A definição mais antiga comumente usada pelos teóricos da Literatura é aquela construída
por Aristóteles. Para o pensador grego, a Literatura seria uma imitação ou representação da
realidade mediante as palavras. Na época, o filósofo ainda dividiu a Literatura em três
categorias ou gêneros clássicos – o lírico, o épico e o dramático.
Atualmente, definir Literatura parece não ser tarefa tão simples. Isso porque, a depender
da civilização em que é escrita ou ainda da época da produção, uma obra pode ou não ser
considerada literária.
De todo modo, é possível dizer que Literatura é toda manifestação de linguagem que tem
como uma das finalidades a expressão estética – ou seja, é Literatura um discurso que não
pretende apenas comunicar algo, mas também construir um dizer que seja belo ou
envolvente em um nível sensível e humanamente profundo.
Funções
A Literatura não tem uma função absoluta e definitiva. Na verdade, em cada leitor, a
Literatura relaciona-se de um jeito diferente. Para alguns, ler um poema pode ser uma
maneira de entender os próprios sentimentos. Para outros, um romance pode funcionar
como um modo de conhecer um mundo diferente do seu.
Há aqueles que podem encontrar filosofias de vida em um texto literário. Outros ainda
encontram uma forma profunda de pensar a sociedade e a política lendo livros de Literatura.
Não há, portanto, como dizer qual é a função da Literatura. Não obstante, é possível dizer
que ela tem papel fundamental na construção do homem enquanto sujeito e cidadão. Por
meio do texto literário, é possível compreender a si mesmo e às diversas dinâmicas sociais
do mundo.
História da Literatura
A história da Literatura pode ser definida como uma ciência que estuda a produção
literária de um povo sob um viés cronológico. Quando se estudam diversos autores do
passado, em alguma medida, percebe-se certa correlação entre os dizeres de cada
escritor, construindo-se movimentos ou escolas literárias. No Brasil, a história da
Literatura é dividida da seguinte forma:
2
• Quinhentismo: Literatura produzida nos primeiros anos do descobrimento do
Brasil, por volta do século XVI. É dividido em Literatura de informação e de
catequese.
• Barroco: Obras produzidas por volta do século XVII, sob influência do Barroco
europeu.
• Parnasianismo: Escola literária que buscava atingir o belo clássico por meio do
apurado trabalho formal dos poetas, comparados a ourives.
https://www.portugues.com.br/literatura
3
ATIVIDADE 1:
APÓS A ANÁLISE COM A PROFESSORA, COPIE
EM SEU CADERNO A LINHA DO TEMPO
LITERÁRIA.
4
EXEMPLO DE TEXTO LITERÁRIO:
5
ATIVIDADE 2
a) O que é Literatura?
b) O que diferencia o texto Literário do não- literário?
c) Por que a literatura é dividida em Movimentos ou Escolas literárias?
d) Cite exemplos de textos Literários:
e) Cite exemplos de textos não literários:
f) O texto a seguir, classifica-se como literário ou não-literário? Explique
sua resposta:
6
FIGURAS DE LINGUAGEM
As figuras de linguagem são recursos linguísticos a que os autores recorrem para tornar a
linguagem mais rica e expressiva. Esses recursos revelam a sensibilidade de quem os utiliza,
traduzindo particularidades estilísticas do emissor da linguagem. As figuras de linguagem
exprimem também o pensamento de modo original e criativo, exploram o sentido não literal
das palavras, realçam sonoridade de vocábulos e frases e até mesmo, organizam orações,
afastando-a, de algum modo, de uma estrutura gramatical padrão, a fim de dar destaque a
algum de seus elementos. As figuras de linguagem costumam ser classificadas em figuras de
som, figuras de construção e figuras de palavras ou semânticas.
Para dominarmos o uso das figuras de linguagem de maneira correta, estudaremos, de modo
sintetizado, os conceitos de denotação e conotação.
Denotação
Ocorre denotação quando a palavra é empregada em sua significação usual, literal, referindo-
se a uma realidade concreta ou imaginária.
Conotação
Podemos perceber que as palavras chave e azeda ganham novos sentidos além dos quais
encontramos nos dicionários. O sentido das palavras está de acordo com a ideia que o emissor
quis transmitir. Sendo assim, a conotação é um recurso que consiste em atribuir novos
significados ao sentido denotativo da palavra.
7
Figuras de som ou sonoras
As figuras de som ou figuras sonoras são aquelas que se utilizam de efeitos da linguagem para
reproduzir os sons presentes nos seres. São as seguintes: aliteração, assonância, paronomásia
e onomatopeia.
“Boi bem bravo, bate baixo, bota baba, boi berrando...Dança doido, dá de duro, dá de dentro,
dá direito”. (Guimarães Rosa)
“O que o vago e incógnito desejo/de ser eu mesmo de meu ser me deu”. (Fernando Pessoa)
“Conhecer as manhas e as manhãs/ O sabor das massas e das maçãs”. (Almir Sater e Renato
Teixeira)
Onomatopeia: consiste na criação de uma palavra para imitar sons e ruídos. É uma figura que
procura imitar os ruídos e não apenas sugeri-los.
Chega de blá-blá-blá-blá!
É importante destacar que a existência de uma figura de linguagem não exclui outras. Em um
mesmo texto podemos encontrar aliteração, assonância, paronomásia e onomatopeia.
8
Anáfora: é a repetição da mesma palavra ou expressão no início de várias orações, períodos
ou versos.
Metáfora: consiste em empregar um termo com significado diferente do habitual, com base
numa relação de similaridade entre o sentido próprio e o sentido figurado. Na metáfora ocorre
uma comparação em que o conectivo comparativo fica subentendido.
Sinestesia: Trata-se de mesclar, numa expressão, sensações percebidas por diferentes órgãos
sensoriais.
Porque gado a gente marca,/ tange, ferra, engorda e mata,/ mas com gente é diferente.
9
Hipérbole: trata-se de exagerar uma ideia com finalidade enfática.
Paradoxo: consiste no uso de palavras de sentido oposto que parecem excluir-se mutuamente,
mas, no contexto se completam, reforçam uma ideia e/ou expressão.
Referências bibliográficas:
ALMEIDA, Nílson Teixeira de. Gramática da Língua Portuguesa para concursos. São Paulo:
Saraiva, 2009.
10
ATIVIDADE 3
REALIZE A ATIVIDADE ABAIXO, NO SEU
CADERNO.
11
De acordo com as frases acima, é correto afirmar:
d) “alimentou-se da coragem”
12
e) O carro voava pelas ruas da cidade.
6. Escreva duas frases com sentido denotativo e duas frases com sentido conotativo
A HISTÓRIA DA LITERATURA
Como todas as outras artes, a literatura reflete as relações do ser humano com
mundo e com seus semelhantes. À medida que essas relações se transformam
historicamente, a literatura também se transforma. Ela é o registro mais sensível das
peculiaridades de cada época: dos modos de encarar a vida, de problematizar a existência, de
questionar a realidade, de exprimir os sentimentos coletivos…
Por isso, as obras de determinado período histórico, ainda que se diferenciem umas
das outras, possuem certas características comuns que as identificam. Essas características
dizem respeito tanto à mentalidade predominante na época quanto às formas, às convenções
e às técnicas expressivas utilizadas pelos autores.
Chamamos de escolas (períodos, movimentos) literárias ou estilos de época os
grandes conjuntos em que costumamos segmentar a história da literatura. Essa divisão tem
uma função sobretudo didática, ajudando-nos a compreender as transformações da arte
literária ao longo do tempo.
ERA MEDIEVAL
A Era Medieval da literatura portuguesa estende-se por mais de três séculos, do final do
século XII ao final do século XV.
13
Costuma-se dividi-la em dois períodos: Trovadorismo e Humanismo.
14
Reagindo aos exageros do Barroco, os autores neoclássicos pretendem restaurar o equi
líbrio e o otimismo. Predomina nesse período a poesia pastoril e bucólica, como
representação ideal da vida simples e natural.
Logo, entretanto, a arte neoclássica vai adquirindo tons emocionais e pessimistas
que prenunciam o Romantismo (Pré-Romantismo).
Os amores, poema de Bocage, a natureza serve de cenário para os sentimentos.
A literatura contemporânea
A partir da década de 1970, as artes e a literatura passaram por transformações cada vez mais
aceleradas, refletindo as mudanças políticas internacionais e nacionais, a irrupção da indústria
15
cultural de massa, a revolução eletrônica e digital. Os movimentos são muitos e contraditórios,
e nenhum ganhou relevância sobre os outros a ponto de tornar-se denominação da época.
Mesmo o Pós-Modernismo, que nos anos 1980 parecia dominar o cenário artístico
internacional, ficou longe de se tornar unanimidade. Os termos arte contemporâneos ou
literatura contemporânea são necessariamente provisórios, pois o adjetivo “contemporâneo”
refere-se a tudo o que é atual em qualquer época. Passado o nosso tempo, a arte que se faz
hoje não poderá ser chamada de contemporânea. A grande riqueza de manifestações
artísticas e literárias de hoje, portanto, aguarda a criação de um nome que possa sugerir essa
extrema variedade.
GÊNEROS LITERÁRIOS
A Literatura é a manifestação artística das palavras, tanto escrita, como cantada. Para nos
ajudar a melhor entendê-la, Aristóteles, em sua Arte Poética, definiu aquilo que chamamos de
gêneros literários. Então, podemos observar que a história da teoria dos gêneros pode ser
contada a partir da Antiguidade greco-romana, quando também surgiram as primeiras
manifestações poéticas da cultura ocidental.
Os gêneros literários são conjuntos de obras que carregam consigo características similares,
tanto de forma quanto de conteúdo.
Observe o quadro abaixo:
16
Aristóteles dividiu a literatura em três gêneros: Lírico, Épico ou narrativo e Dramático. Por
parecer mais didático e terem características muito marcantes, muitos autores preferem
dividir os gêneros em quatro tipos, desmembrando o gênero épico e narrativo, para poder
enquadrar dentro do narrativo, as narrativas em prosa, ficção, ... Neste texto trabalharemos
segundo a definição de Aristóteles.
Dentro dessa divisão, podemos afirmar a existência de outras subdivisões, uma vez que a
literatura se trata de uma arte muito rica e abrangente. Observe exemplos:
O Gênero Lírico
Esse gênero é geralmente expresso pela poesia, contudo, não é toda poesia que pertence ao
gênero referido, já que dependerá dos elementos literários inseridos nela.
Quanto à forma, da Idade Média aos dias de hoje, o estilo de poema que permaneceu com
intensidade foi o soneto, poesia rimada, composta por quatorze versos, dois quartetos e dois
tercetos, com métrica composta de versos decassílabos (dez sílabas) e versos alexandrinos (12
sílabas).
17
Quanto ao conteúdo, predominantemente subjetivo, destacam-se:
• Elegia – vem do grego e significa “canto triste”; poesia lírica que expressa sentimentos
tristes ou morte. Um exemplo frequente é “O cântico do calvário” de Fagundes Varela.
• Idílio e écloga – são poemas breves com temática pastoril. A écloga, na maioria das vezes,
apresenta diálogo.
• Ode ou hino – derivam do grego e significam “canto”. Ode é uma poesia que exalta algo e
hino que glorifica a pátria.
O Gênero Narrativo
Narrador: é o que narra a história, pode ser onisciente (terceira pessoa, observador, tem
conhecimento da história e das personagens, observa e conta o que está acontecendo ou
aconteceu) ou personagem (em primeira pessoa; narra e participa da história e, contudo, narra
os fatos à medida em que acontecem, não pode prever o que acontecerá com as demais
personagens).
• Enredo: é a trama, o que está envolvido na trama que precisa ser resolvido, e a sua resolução,
ou seja, todo enredo tem início, desenvolvimento, clímax e desfecho.
• Personagens: através das personagens, seres fictícios da trama, encadeiam-se os fatos que
geram os conflitos e ações. À personagem principal dá-se o nome de protagonista e pode ser
uma pessoa, animal ou objeto inanimado, como nas fábulas.
O que vimos foram os recursos que os estilos narrativos têm em comum, agora vejamos o que
cada um tem de diferente separadamente, ou seja, o que faz com que possamos distingui-los:
• Conto: é uma narrativa curta que gira em torno de um só conflito, com poucos personagens.
18
• Crônica: é uma narrativa breve que tem por objetivo comentar algo do cotidiano; é um relato
pessoal do autor sobre determinado fato do dia a dia.
O Gênero Dramático
A palavra “drama” vem do grego e significa “ação”, logo, é um acontecimento ou situação
com intensidade emocional, a qual pode ser representada. No sentido literário, falar de drama
é falar de teatro. Este gênero começou com a encenação em cultos a divindades gregas. A
princípio os gregos abordavam apenas dois tipos de peças teatrais: a tragédia e a comédia.
Algumas peças são bastante conhecidas e lidas até hoje, por serem marcos da dramaturgia da
época: Prometeu acorrentado de Ésquilo; Édipo-rei e Electra de Sófocles; Medéia de Eurípedes
e Menandro de Antífanes.
Neste estilo literário o narrador conta a história enquanto os atores encenam e dialogam
através das personagens. Quanto aos estilos literários, esta modalidade literária compreende:
• Tragédia: representação de um fato trágico que causa catarse a quem assiste, ou seja,
provoca alívio emocional da audiência.
• Farsa: peça teatral de caráter puramente caricatural, de crítica à sociedade, porém, sem
preocupação de questionamento de valores.
Fontes:https://www.portugues.com.br/literatura/generodramatico.html
https://brasilescola.uol.com.br/
19
Levando e conta os Gêneros Literários, podemos afirmar que a obra Harry Potter se encaixa
no gênero:
a) Narrativo, pois é uma crônica
b) Lírico, pois se trata de uma obra poética
c) Dramático pois é escrito em forma de teatro
d) Narrativo pois é uma obra romanesca
3. Uma obra cuja narrativa é longa, geralmente dividida em capítulos, com personagens
variados, podendo apresentar espaço e tempo variados também, pode ser classificada
como:
a) Conto
b) Crônica
c) Comédia
d) Romance
4. Segundo Aristóteles, os Gêneros literários podem ser divididos em três grupos. São eles:
a) Lírico, Épico ou Narrativo e Dramático
b) Lírico, Dramático e Farsa
c) Comédia, Sátira e Drama
d) Lírico, Épico, Romanesco
5. Leia o texto:
“O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
Fernando Pessoa”
6. O Gênero literário cuja narrativa é curta, com poucos personagens e geralmente um único
conflito chama-se;
a) Novela
b) Conto
c) Tragédia
d) Auto
7. A trama de uma narração, o que precisa ser resolvido, o que tem início, meio e fim é
chamado de:
20
a) Espaço
b) Epitalâmio
c) Enredo
d) Elegia
10. Nestes estilos literários, o narrador conta a história enquanto os atores encenam e dialogam
através das personagens
a) Comédia e Auto
b) Farsa e Romance
c) Novela e Conto
d) Ode e Tragédia.
12. O Poema rimado, composto por 14 versos, sendo dois quartetos e dois tercetos é chamado
de:
a) Soneto
b) Decassílabo
c) Elegia
d) Idílio
ATIVIDADE 5: Pesquise e complete o quadro abaixo com um trecho que exemplifique cada
subgênero literário, conforme o exemplo:
OBS: Não esqueça de colocar o autor e a data de publicação.
21
"Chicó - É, o cachorro já
estava morto, mas você sabe
como esse povo rico é cheio
de confusão com os mortos.
Eu, às vezes, chego a pensar
que só quem morre
completamente é pobre,
porque com os ricos a
confusão continua por tanto
tempo, que chega a parecer
que ou eles não morrem
direito, ou a morte deles é
outra.’"
“O Auto da Compadecida”
(1955) de Ariano Suassuna.
Sátira Fábula Tragédia
22
O Trovadorismo foi um movimento literário que surgiu durante a Idade Média, mais
precisamente no século XI no sul da França. Por isso, esse movimento se espalhou por toda a
Europa e teve seu declínio no século XIV quando começou o Humanismo. Esse movimento foi
a primeira manifestação literária da língua portuguesa.
Nessa época, as poesias (chamadas de cantigas) eram feitas para serem cantadas ao som da
flauta, viola ou alaúde.
O trovador era o autor das composições. O cantor era chamado de jogral, e o menestrel era
considerado superior ao jogral por ter mais instrução e habilidades artísticas, sabia tocar e
cantar.
Os textos poéticos do Trovadorismo eram marcados por traços requintados da aristocracia e
expressavam a veneração pela mulher. O Trovadorismo atingiu o seu ápice por volta de 1150
a 1170.
O Trovadorismo ocorreu durante a Idade Média, época em que a Igreja Católica e o sistema
feudal dominavam a Europa. Por isso, os valores da sociedade eram regidos pela Igreja e pela
fé no cristianismo.
Nesse contexto, o Teocentrismo – Deus no centro do Universo – foi sua principal característica.
Sendo assim, o homem ocupava um lugar secundário, de criatura e não de criador, e seguia os
valores cristãos
Dessa maneira, a Igreja medieval era a instituição social mais importante e a maior
representante da fé cristã. Ela ensinava os valores e influenciava diretamente o
comportamento e o pensamento do homem.
Já o Feudalismo, ou sistema feudal, estava baseado numa sociedade rural e autossuficiente.
Nele, o camponês vivia do trabalho no campo, cultivando para si (subsistência) e para o senhor
que cedia as terras. Naquele momento, poucas pessoas eram estudadas, a maior parte delas
eram monges.
23
Principais Características do Trovadorismo
(Representação de trovadores)
• Trovadorismo era dividido em dois gêneros: o lírico e o satírico. Esses dois gêneros
possuem características bem diferentes.
• O gênero lírico englobava as cantigas de amor e as cantigas de amigo, que relatavam
as sensações e os sentimentos envolvidos nestas relações. A produção literária e
poética do período do trovadorismo era muito voltada à temática do amor e do
sofrimento amoroso.
• Já o gênero satírico fazia críticas ao modo de vida na sociedade feudal da época. Eram
divididas em dois tipos: cantigas de escárnio e cantigas de maldizer. As duas eram
cantigas que faziam sátiras ou deboches, mas existia entre elas a diferença em relação
24
à forma como a sátira era feita. A cantiga de escárnio era mais leve e a cantiga de
maldizer era mais direta e ácida no seu conteúdo.
Retratação da amizade
• Nas cantigas de amigo o principal tema era o amor-amizade e a amizade. As cantigas
de amigo eram protagonizadas por uma narradora feminina, não idealizada e humilde,
que declarava a sua amizade a um amigo ou a um amor platônico.
• Uma curiosidade sobre as cantigas de amigo é que, embora os trovadores que
escreviam as cantigas fossem homens, estas eram escritas em primeira pessoa e
sempre no feminino.
25
• Os comportamentos e valores da época, as relações entre os senhores feudais e os seus
vassalos e as Cruzadas foram temas das cantigas trovadorescas. Muitas vezes o
feudalismo e o modo de vida aristocracia eram descritos com sarcasmo nas cantigas
satíricas.
26
https://beduka.com/blog/materias/literatura/resumo-do-
trovadorismo/https://aminoapps.com/c/escritores-amino-oficial/page/blog/um-pouco-de-
literatura-trovadorismo/ERBK_oQ1sPu4qv2gNdRV2zG6PJavLv3qgQ7
ATIVIDADE 6
CRIAR UM MAPA MENTAL SOBRE O
TROVADORISMO
Cantiga de amigo
por que ei gram coidado? Queira Deus que ele venha cedo!
27
CODAX, Martim. In: GONÇALVES, Elza. A lírica galego-portuguesa. Lisboa: Comunicação,
1983. p. 161.
1. Responda:
a) A voz que fala na cantiga é uma voz masculina ou feminina? Comprove com passagem
do texto.
b) A quem essa voz se dirige? Comprove com passagem do texto.
c) Qual é a sua insistente pergunta?
d) Qual é o desejo expresso no refrão?
Cantiga de amor
foss’igual.
D. DINIS. In: GONÇALVES, Elsa. A lírica galego-portuguesa. Lisboa: Comunicação, 1983. p. 284.
2. Responda:
a) A voz que fala na cantiga é masculina ou feminina? Comprove com passagem do texto
b) Releia os três primeiros versos da primeira estrofe. Que objetivo a voz lírica anuncia?
c) Releia a segunda estrofe e destaque os adjetivos com que o trovador caracteriza a mulher amada.
d) Qual é a diferença mais evidente entre essa cantiga e a da questão anterior?
e) Comparando ainda as duas cantigas, qual delas reflete uma visão mais realista do amor? Em qual
delas a visão do amor é mais refinada, mais idealizada?
3. Pesquise letras de música popular cujo tema seja o amor (Você pode orientar-se pelo seu
conhecimento e seu gosto). Escolha duas letras (uma com características semelhantes às cantigas de
amigo; outra com características semelhantes às cantigas de amor). Analise as duas letras e faça o
levantamento das seguintes informações:
29
● Semelhanças das letras com as características temáticas das cantigas de amor e de amigo (ver
características no material de apoio).
ATIVIDADE 8
ATIVIDADES SOBRE O TROVADORISMO: COPIE AS PERGUNTAS E RESPONDA NO SEU
CADERNO:
Leia com atenção o quadro abaixo. Ele lhe ajudará a realizar as questões seguintes.
Você já deve ter escutado esta música algumas vezes, trata-se de uma composição
contemporânea que se assemelha muito a um tipo de Cantiga do Trovadorismo. Analise a letra
da música e responda:
a) Escárnio
b) Amor
c) Amigo
d) Maldizer
30
2. Quais são essas características? Justifique a sua resposta:
3. A música a seguir, gravada pelo cantor Latino, representa uma versão moderna e atual
de um tipo de cantiga. De acordo com as características da música e das Cantigas da
Idade média, podemos relacioná-la com qual tipo de cantiga? Justifique a sua resposta.
Renata
Latino
HUMANISMO
32
ATIVIDADE 9:
Leia o trecho de Gil Vicente com atenção:
Responda:
1.De acordo com o resumo da obra (Apresentado nos slides) e o trecho acima, o que você
entendeu deste fragmento?
4. Você consegue identificar características do humanismo neste trecho de Gil Vicente? Quais?
b) Trata-se de um poema.
33
ATIVIDADE 10
LEIA O TRECHO DA OBRA: O AUTO DA COMPADECIDA
João Grilo: – Padre João! Padre João! Padre, aparecendo na igreja: – Que há? Que gritaria é essa?
Chicó: – Mandaram avisar para o senhor não sair, porque vem […]
34
Padre: – Digam ao major que venha. Eu estou esperando.
Chicó: – Que invenção foi essa de dizer que o cachorro era do major Antônio Morais?
João Grilo: – Era o único jeito de o padre prometer que benzia. Tem medo da riqueza do major
que se péla. Não viu a diferença? Antes era “Que maluquice, que besteira!”, agora “Não vejo
mal nenhum em se abençoar as criaturas de Deus!”.
Chicó: – Isso não vai dar certo. Você já começa com suas coisas, João. E havia necessidade de
inventar que era empregado de Antônio Morais?
João Grilo: – Meu filho, empregado do major e empregado de um amigo do major é quase a
mesma coisa. O padeiro vive dizendo que é amigo do homem, de modo que a diferença é muito
pouca. Além disso, eu podia perfeitamente ter sido mandado pelo major, porque o filho dele
está doente e pode até precisar do padre.
Chicó: – João, deixe de agouro com o menino, que isso pode se virar por cima de você.
João Grilo: – E você deixe de conversa. Nunca vi homem mais mole do que você, Chicó. O
padeiro mandou você arranjar o padre para benzer o cachorro e eu arranjei sem ter sido
mandado. Que é que você quer mais?
Trecho do Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna, encenado pela primeira vez em 1956.
https://www.redebrasilatual.com.br/revistas/2014/08/do-auto-da-compadecida-homenagem-
a-ariano-suassuna-9161/
3. O “auto” foi uma das mais antigas manifestações teatrais, aprimorada no final da idade
média, durante o Humanismo por artistas como Gil Vicente, criador do “Auto da Barca
do Inferno”. (Veja slides sobre o Humanismo)
4. “Os vícios dos homens e da sociedade estão em todas as peças de Gil Vicente,
representados por frades libertinos, magistrados corruptos [...] sociedades que
esquecem os valores éticos e morais” (João Domingues Maia)
35
Levando em conta a citação acima, qual a semelhança entre o “Auto da Barca do
Inferno” e o “Auto da Compadecida”? Explique a sua resposta.
Literatura Renascentista
A literatura renascentista, mais antiga apareceu na Itália do século XIV; Dante, Petrarca e
Maquiavel são exemplos notáveis de escritores italianos do Renascimento. Da Itália, a
influência do Renascimento se espalhou em ritmos diferentes para outros países, e
continuou a se espalhar por toda a Europa ao longo do século XVII. O renascimento inglês
e o renascimento na Escócia datam do final do século XV até o início do século XVII. No
norte da Europa, os escritos eruditos de Erasmo, as peças de Shakespeare, os poemas de
Edmund Spenser e os escritos de Sir Philip Sidney podem ser considerados de caráter
renascentista.
No campo da literatura, Classicismo é o nome dado aos estilos literários que vigoravam
no século XVI, na época do Renascimento. Por isso, a produção desse período também é
considerada Literatura Renascentista.
36
Principais autores:
NA ITÁLIA NA ESPANHA EM PORTUGAL
- Gaspar Correia
- Philip Sidney
- Christopher Marlowe
ATIVIDADE 11:
1.ESCOLHA DOIS AUTORES DE CADA PAÍS DO QUADRO ACIMA E
PESQUISE O NOME DE DUAS DE SUAS OBRAS.
ATIVIDADE 12:
Poema: SONETO 11
Entendendo o poema:
03 – No primeiro verso, o poeta diz que o “Amor é fogo que arde sem se ver”. Explique o
porquê?
05 – De acordo com sua leitura e interpretação, como o autor entende o amor? Justifique
sua resposta com passagens o texto.
a) apenas I.
b) apenas II.
c) apenas I e II.
d) apenas I e III.
e) apenas II e III.
38
QUINHENTISMO
Note que, nesse período, ainda não se trata de literatura genuinamente brasileira, a qual
revele visão do homem brasileiro.
Trata-se de uma literatura ocorrida no Brasil, ligada ao Brasil, mas que denota a visão, as
ambições e as intenções do homem europeu mercantilista em busca de novas terras e
riquezas.
39
Literatura de Informação
Supõe-se que Pero Vaz de Caminha tenha nascido na cidade do Porto em 1450 e morrido
no ataque dos mouros à feitoria portuguesa de Calicute, na Índia, em dezembro de 1500.
Foi escrivão-mor da esquadra de Pedro Álvares Cabral, e o único documento de autoria
40
dele que se conhece é a carta em que relatou essa expedição ao rei de Portugal, D.
Manuel, em 1500. A Carta manteve-se inédita, guardada na Torre do Tombo, até 1817.
Esse documento demonstra que Caminha possuía uma formação cultural sólida, pois seu
texto se distingue pela erudição e pelo estilo. Pero de Magalhães Gândavo nasceu em
Braga, por volta de 1540, e morreu em 1580. Foi professor de latim, autor de uma
gramática da língua portuguesa e se distinguia pela erudição e pela cultura humanística.
Esteve no Brasil entre 1565 e 1570 e, a partir dessa experiência, escreveu o Tratado da
terra do Brasil, por volta de 1570, e História da Província de Santa Cruz a que vulgarmente
chamamos Brasil (1576). Esta última obra inspirou um poema de Luís de Camões, de
quem o autor era amigo.
Texto 1
Carta
[...] Traziam, alguns deles, arcos e setas e todos os deram por carapuças e por qualquer
coisa que lhes davam. [...] Andavam todos tão dispostos, tão enfeitados e galantes, com
suas tinturas, que pareciam bem. Acarretavam dessa lenha, quanta podiam, com muito
boas vontades e levavam-na aos batéis; e andavam já mais mansos e seguros, entre nós,
do que nós andávamos entre eles. [...] Quando saímos do batel disse o Capitão que seria
bom irmos direitos à Cruz, que estava encostada a uma árvore junto com o rio, para se
erguer amanhã que é sexta-feira, e que nos puséssemos todos de joelhos e a beijássemos
para eles verem o acatamento que lhe tínhamos. E assim fizemos. E a esses dez ou doze
que aí estavam, acenaram-lhe que fizessem assim e foram logo todos beijá-la. Parece-me
gente de tal inocência que se a gente os entendesse e eles a nós, que seriam logo cristãos,
porque eles não têm nem entendem em nenhuma crença, segundo parece. E, portanto,
se os degredados que aqui hão de ficar aprenderem bem a sua fala e os entenderem, não
duvido, segundo a santa tenção de Vossa Alteza, fazerem-se cristãos e crerem na nossa
santa fé, a qual, praza a Nosso Senhor que os traga porque, na verdade, esta gente é boa
e de boa simplicidade e gravar-se-á neles, ligeiramente, qualquer cunho, que lhes
quiserem dar. E logo deu Nosso Senhor bons corpos e bons rostos como a bons homens.
E Ele que nos por aqui trouxe, creio que não foi sem causa. E, portanto Vossa Alteza, pois
41
tanto deseja acrescentar na santa fé católica, deve cuidar da sua salvação. E praza a Deus,
que com pouco trabalho seja assim. [...]
(In: Carlos Vogt e José Augusto Guimarães de Lemos. Cronistas e viajantes. São Paulo:
Abril, 1982. p. 20-1.)
Texto 2
Da condição e costumes do índio da terra
Quando estes índios tomam alguns contrários, se logo com aquele ímpeto os não matam,
levam-nos vivos para suas aldeias (ou seja, portugueses ou quaisquer outros índios seus
inimigos) e tanto que chegam a suas casas lançam uma corda muito grossa ao pescoço
do cativo para que não possa fugir; e armam uma rede em que durma e dão-lhe uma
índia moça, a mais formosa e honrada da aldeia [...] Esta índia tem cargo de lhe dar muito
bem de comer e beber; e depois de o terem desta maneira cinco ou seis meses ou o
tempo que quiserem, determinam de o matar. [...] Aquele que o há de matar empena-se
primeiro com penas de papagaio de muitas cores por todo corpo: há de ser este o mais
valente da terra, e mais honrado. Traz na mão uma espada de um pau muito duro e
pesado com que costumam matar, e chega-se ao padecente dizendo-lhe muitas coisas e
ameaçando-lhe sua geração que o mesmo há de fazer a seus parentes; e depois de o ter
afrontado com muitas palavras injuriosas dá-lhe uma grande pancada na cabeça para
tomar os miolos e o sangue: tudo enfim cozem e assam, e não fica dele coisa que não
comam. Isto é mais por vingança e por ódio que por se fartarem. Depois que comem a
carne destes contrários ficam nos ódios confirmados, e sentem muito esta injúria, e por
isso andam sempre a vingar-se uns contra os outros [...]
Finalmente que são estes índios muito desumanos e cruéis, não se movem a nenhuma
piedade: vivem como brutos animais sem ordem nem concerto de homens [...] Todos
comem carne humana e têm-na pela melhor iguaria de quantas pode haver: não de seus
amigos com quem eles têm paz se não dos contrários. Têm esta qualidade estes índios
que de qualquer coisa que comam por pequena que seja hão de convidar com ela
quantos estiverem presentes. [...]
42
ATIVIDADE 13
1. A Carta de Caminha tinha o objetivo de informar D. Manuel, rei de Portugal, sobre o
que foi encontrado nas terras do Novo Mundo.
a. No texto 1, que informações sugerem que o indígena poderia ser uma mão de obra
fácil de ser utilizada pelos portugueses?
b. De que modo Caminha descreve a aparência do indígena?
c. Caminha sugere que a relação de confiança estabelecida entre os indígenas e os
europeus não era percebida da mesma maneira por ambas as partes. Identifique um
trecho que confirme tal afirmação.
2. A Carta revela a visão de mundo do europeu, bem como seus valores e suas intenções
em relação às terras recentemente encontradas.
a) Caminha projeta no Novo Mundo a ideia de um paraíso habitado por homens puros.
Justifique essa informação com elementos do texto.
b) De acordo com Caminha, a salvação desses povos se daria por meio da conversão ao
catolicismo. Levante hipóteses: Que outras intenções estariam ligadas a esse propósito
religioso de salvar a alma dos índios?
3. Os textos de Gândavo foram escritos aproximadamente setenta anos após a Carta. No
texto 2, ele trata do ritual antropofágico.
a) Qual é o juízo de valor que Gândavo fazia dos indígenas?
b) Que qualidade o autor reconhecia nos indígenas?
Literatura Jesuítica
6. “Entre estas ferramentas utilizadas para catequizar os índios, a mais lúdica e eficiente
era o teatro”, a palavra “lúdica” significa, neste contexto:
a) estimulante.
b) trágica.
c) enérgica.
d) enigmática.
e) infantil.
O BARROCO
45
O barroco brasileiro é uma estética da Era colonial da literatura brasileira, cujo marco é A
prosopopeia de Bento Teixeira (1601). Como não havia independência política,
o barroco aqui produzido faz parte da literatura brasileira e lusitana. Ainda assim, é
possível observar ecos da vida colonial na literatura barroca. Nas artes, e na arquitetura,
também houve manifestações barrocas, sendo o principal nome Aleijadinho. Na música,
o barroco também se fez presente.
Gregório de Matos – foi sem dúvida o mais expressivo dos barrocos. Conhecido como
Boca do Inferno por causa de sua poesia satírica, criticava, principalmente, o governador
da cidade da Bahia, Câmara Coutinho, o Braço de Ferro. A obra de Gregório é dividia:
Na prosa, o nome que mais se sobressai é o de Padre Antônio Vieira, apesar de lusitano,
sua identificação com Brasil é evidente. Bosi afirma que “existe um Vieira brasileiro, um
Vieira português e um vieira europeu”³, ou seja, a produção literária de Vieira assumia
todas essas dimensões territoriais, ressaltando a genialidade escritor.
46
Estruturalmente, os sermões eram divididos em intróito ou exórdio – a apresentação,
introdução da pregação; desenvolvimento ou argumentação – defesa da ideia; peroração
– conclusão da argumentação com uma edificação moral.
Notas:
3 Alfredo Bosi.
Fonte: https://www.infoescola.com/literatura/barroco-no-brasil/
a) Índios
b) imigrantes
c) Religiosos católicos
d) Políticos
a) Informal e Objetiva
b) Simples e direta
c) Rebuscada e dramática
a) Antônio Vieira
b) Gregório de Matos Guerra
c) Manuel Botelho
(1) Religiosidade
(2) Moralismo crítico
(3) Dualidade
(4) Pessimismo
(5) Contraste
( ) Aproximação de mundos opostos nas obras
( ) Sagrado X profano, vida x morte, fé x razão.
( ) Poesia dirigida a Jesus, oração.
( ) Obsessão pelo comportamento ético-cristão
( ) Atração pelo cruel, morte, trágico.
Entendendo o texto:
01 – Leia o trecho a seguir, extraído do Sermão do Bom Ladrão:
"Não são ladrões, diz o Santo, os que cortam bolsas, ou espreitam os que vão banhar, para
lhes colher a roupa; os ladrões que mais própria e dignamente merecem este título, são
aqueles a quem os reis encomendam os exércitos e legiões, ou o governo das províncias,
ou a administração das cidades, os quais já com manhã, já com força, roubam e despojam
os povos."
Os outros ladrões roubam um homem, estes roubam cidades e reinos: os outros furtam
debaixo do seu risco, estes sem temor, nem perigo: os outros, se furtam, são enforcados,
estes furtam e enforcam.
a) Vieira descreve em seu sermão, dois tipos de ladrão. Quais são eles?
b) Para Vieira, qual desses dois tipos de ladrão é o mais nocivo à sociedade? Como o autor
justifica sua posição?
c) O sermão de Vieira foi escrito há mais de 300 anos. Em sua opinião, a temática do sermão
continua atual?
49
03 – Qual foi o brado de Diógenes ao ver as autoridades levar a força alguns ladrões?
04 – Com base na leitura do fragmento acima, leia as assertivas que seguem e marque as
corretas:
I – Observa-se o profundo entendimento de Padre Antônio Vieira sobre a problemática
brasileira do período – ele ataca e critica aqueles que se valiam da máquina pública para
enriquecer ilicitamente.
II – O fragmento denuncia a desproporcionalidade das punições que são destinadas de
maneiras distintas aos dois tipos de ladrões descritos no fragmento.
III – Padre Antônio Vieira usou o púlpito como arauto de suas indignações com os
desmandos da vida pública.
O ARCADISMO
50
Profundas mudanças no contexto histórico mundial caracterizam o período, tais como a
ascensão do Iluminismo, que pressupunha o racionalismo, o progresso e as ciências. Na
América do Norte, ocorre a Independência dos Estados Unidos, em 1776, abrindo
caminho para vários movimentos de independência ao longo de toda a América, como
foi o caso do Brasil, que presenciou inúmeras revoluções e inconfidências até a chegada
da Família Real em 1808.
Segundo o crítico Alfredo Bosi em seu livro História Concisa da Literatura Brasileira (São
Paulo: editora Cultrix, 2006) houve dois momentos do Arcadismo no Brasil:
a) poético: retorno à tradição clássica com a utilização dos seus modelos, e valorização
da natureza e da mitologia.
Seus principais autores são Cláudio Manoel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga, Basílio da
Gama e Santa Rita Durão. No Brasil, o ano convencionado para o início do Arcadismo é
1768, quando houve a publicação de Obras, do poeta Claudio Manoel da Costa.
Arcádia Ultramarina
Trata-se de uma sociedade literária fundada na cidade de Vila Rica (MG), influenciada
pela Arcádia italiana (fundada em 1690) e cujos membros adotavam pseudônimos, isto
é, nomes artísticos, de pastores cantados na poesia grega ou latina. Por isso que alguns
dos principais nomes do Arcadismo brasileiro publicavam suas obras com nomes
inspirados na mitologia grega e romana.
Principais características
51
- Inspiração nos modelos clássicos greco-latinos e renascentistas, como por exemplo,
em O Uraguai (gênero épico), em Marília de Dirceu (gênero lírico) e em Cartas
Chilenas (gênero satírico);
- Tom confessional;
Termos em latim
Inutilia truncat: "cortar o inútil", referência aos excessos cometidos pelas obras do
barroco. No arcadismo, os poetas primavam pela simplicidade.
Locus amoenus: "lugar ameno", um refúgio ameno em detrimento dos centros urbanos
monárquicos;
Carpe diem: "aproveitar a vida", o pastor, ciente da efemeridade do tempo, convida sua
amada a aproveitar o momento presente.
https://www.soliteratura.com.br/arcadismo/
RESUMINDO...
52
53
ATIVIDADE 17
LEIA COM ATENÇÃO OS TRECHOS DO
POEMA “MARÍLIA DE DIRCEU” E
RESPONDA:
Lira I, parte 1 QUESTÕES:
Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que viva de guardar alheio gado,
De tosco trato, de expressões grosseiro,
Dos frios gelos e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal e nele assisto;
1. Quem é o eu- lírico, ou
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite; seja, a voz do poema?
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs, de que visto. 2. Uma das características
Graças, Marília bela, do Arcadismo é o
Graças à minha Estrela!
Eu vi o meu semblante numa fonte,
Bucolismo, a utilização na
Dos anos inda não está cortado; literatura, de temas
Os Pastores, que habitam este monte,
Respeitam o poder do meu cajado.
relacionados à vida
Com tal destreza toco a sanfoninha, campestre e pastoril.
Que inveja até me tem o próprio Alceste: Retire dois versos de cada
Ao som dela concerto a voz celeste
Nem canto letra que não seja minha. texto que comprovem o
Tomás Antônio Gonzaga – uso do bucolismo no
“Marília de Dirceu” (1972) poema:
3. O poeta preocupou-se
Lira XII, parte 2 com a descrição física ou
psicológica de Marília?
... Quando levares, Marília,
Teu ledo rebanho ao prado, Cite um verso que
Tu dirás: Aqui trazia comprove sua resposta.
Dirceu também o seu gado.
Verás os sítios ditosos 4. O eu-lírico faz sua própria
Onde, Marília, te dava
Doces beijos amorosos
descrição para Marília.
Nos dedos da branca mão. Como você imagina
Dirceu?
Mandarás aos surdos Deuses 5. Cite características do
Novos suspiros em vão.
arcadismo que podemos
encontrar no poema:
Quando à janela saíres,
Sem quereres, descuidada, 6. Faça um desenho que
Tu verás, Marília, a minha represente o poema
E minha pobre morada.
Tu dirás então contigo: “Marília de Dirceu”
Ali Dirceu esperava
Para me levar consigo;
E ali sofreu a prisão.
54
ATIVIDADE 18: Exercícios de revisão de
Texto 1
conteúdo:
Ofendi-vos, Meu Deus, bem é - Barroco
verdade;
- Arcadismo
É verdade, meu Deus, que hei
1. No texto, o eu lírico dirige-se diretamente a
delinquido.
Cristo falando de si mesmo.
Delinquido, vos tenho, e
a) Como o eu lírico se coloca diante de Cristo?
ofendido,
Arrependido a tanta
enormidade.
a) Ele confessa “vencido” e diz que quer “ver-se
vencido”. Quais são os agentes dessas duas
expressões?
Arrependido estou de coração,
Exercícios
“Nela até agora não pudemos saber que haja ouro nem prata, nem nenhuma cousa
de metal, nem de ferro; nem lho vimos. A terra, porém, em si, é de muito bons ares.”
(...)
“Mas o melhor fruto que nela se pode fazer me parece que será salvar esta gente. E
esta deve ser a principal semente que vossa Alteza em ela deve lançar. E que não
houvesse mais ter aqui esta pousada para esta navegação de Calecute, bastaria,
quanto mais, disposição para se nela cumprir e fazer o que Vossa Alteza tanto deseja,
a saber, acrescentando de nossa santa fé.”
56
3) Pode-se reconhecer nos versos abaixo, de Gregório de Matos,
(A) o caráter de jogo verbal próprio do estilo barroco, a serviço de uma crítica, em
tom de sátira, do perfil moral da cidade da Bahia.
(B) o caráter de jogo verbal próprio da poesia religiosa do século XVI, sustentando
piedosa lamentação pela falta de fé do gentio.
(C) o estilo pedagógico da poesia neoclássica, por meio da qual o poeta se investe das
funções de um autêntico moralizador.
(D) o caráter de jogo verbal próprio do estilo barroco, a serviço da expressão lírica do
arrependimento do poeta pecador.
(E) o estilo pedagógico da poesia neoclássica, sustentando em tom lírico as reflexões
do poeta sobre o perfil moral da cidade da Bahia.
57
II. O Arcadismo brasileiro, embora tenha reproduzido muito dos modelos europeus,
apresentou características próprias, como a incorporação do elemento indígena e a
sátira política.
III. O tema do Carpe diem, em que o poeta expressa o desejo de aproveitar
intensamente
Quais estão corretas?
(A) Apenas I.
(B) Apenas III.
(C) Apenas I e II.
(D) Apenas II e III.
(E) I, II e III.
Resenha de Literatura:
Data de entrega:___________
Na resenha acadêmica crítica, os oito passos a seguir formam um guia ideal para uma produção completa:
1. Identifique a obra: coloque os dados bibliográficos essenciais do livro ou artigo que você vai resenhar;
2. Apresente a obra: situe o leitor descrevendo em poucas linhas todo o conteúdo do texto a ser
resenhado;
3. Descreva a estrutura: fale sobre a divisão em capítulos, em seções, sobre o foco narrativo ou até, de
forma sutil, o número de páginas do texto completo;
4. Descreva o conteúdo: Aqui sim, utilize de 3 a 5 parágrafos para resumir claramente o texto resenhado;
5. Analise de forma crítica: Nessa parte, e apenas nessa parte, você vai dar sua opinião. Argumente
baseando-se em teorias de outros autores, fazendo comparações ou até mesmo utilizando-se de
explicações que foram dadas em aula. É difícil encontrarmos resenhas que utilizam mais de 3 parágrafos
para isso, porém não há um limite estabelecido. Dê asas ao seu senso crítico.
Obs: Nesta parte da resenha, quero que vocês analisem o tema principal do livro, relacionando-o com
os dias atuais, ou seja, com a realidade em que estamos inseridos no Brasil ou mundialmente.
6. Recomende a obra: Você já leu, já resumiu e já deu sua opinião, agora é hora de analisar para quem o
texto realmente é útil (se for útil para alguém). Utilize elementos sociais ou pedagógicos, baseie-se na
idade, na escolaridade, na renda etc.
7. Identifique o autor: Cuidado! Aqui você fala quem é o autor da obra que foi resenhada e não do autor
da resenha (no caso, você). Fale brevemente da vida e de algumas outras obras do escritor ou
pesquisador.
8. Assine e identifique-se: Agora sim. No último parágrafo você escreve seu nome e fala algo como “Aluno
do Ensino médio da Escola Bento Gonçalves”
58
QUERIDO ALUNO
Continue realizado suas atividades com empenho e conte comigo em sua trajetória
59