O Tombamento Do Hospital Frei Antonio No
O Tombamento Do Hospital Frei Antonio No
O Tombamento Do Hospital Frei Antonio No
Resumo: Esta comunicação visa refletir sobre o tombamento do Hospital Frei Antônio, localizado
em São Cristóvão – Rio de Janeiro/RJ, ocorrido entre os anos de 1976 a 1985. Através do Projeto
de Pesquisa “O Tombamento de um Patrimônio Cultural da Saúde: o caso do Hospital Frei
Antônio”, almeja-se identificar as motivações e as justificativas existentes na documentação
referentes ao tombamento, reconhecer os atores sociais envolvidos neste contexto e apurar o
posicionamento dos órgãos municipais de preservação em relação ao patrimônio hospitalar.
Pretende-se, com isso, contribuir para os estudos da área do Patrimônio Cultural da Saúde e das
Políticas de Preservação Patrimonial.
Abstract: This communication aims to reflect on the preservation of the Frei Antonio Hospital,
located in São Cristovão – Rio de Janeiro, which occurred between the years 1976-1985. Through
the Research Project “The Preservation of a Health’s Cultural Heritage: the case of the Frei
Antonio Hospital”, seeks to identify the motivations and existing justifications in related
documentation overturning, recognize the social actors involved in this context and determine
the positioning of the preservation’s municipal institutions in relation to hospital heritage. The
study wants contribute to the area of the Health’s Cultural Heritage and Heritage Preservation
Policies.
Graduado em História, Especialista em Patrimônio Cultural, Mestrando em Preservação e Gestão
do Patrimônio Cultural das Ciências e da Saúde (Fundação Oswaldo Cruz – COC/FIOCRUZ),
Membro do GT “Patrimônio Cultural” (Associação Nacional de História – ANPUH), Integrante do
Grupo de Pesquisa “Saúde e Cidade: Arquitetura, Urbanismo e Patrimônio Cultural” (CNPq/DGP).
Orientadores: Profª. Drª. Gisele Porto Sanglard e Prof. Dr. Renato da Gama-Rosa Costa. E-mail:
[email protected].
ANAIS XI SEMANA DE HISTÓRIA POLÍTICA
RELAÇÕES DE PODER: CRISE, DEMOCRACIA E POSSIBILIDADES
VII SEMINÁRIO NACIONAL DE HISTÓRIA: POLÍTICA, CULTURA E SOCIEDADE
ISSN: 2175-831X - PPGH/UERJ 2016
Introdução
Referencial Teórico
Atenciosamente,
Provedor14
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Devo informar a Vossa Excelência que a notícia por mim dada, em sessão
do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, presidida por Mestre Pedro
Calmon, de que o Lazareto não estava ainda tombado, a todos os
historiadores ali reunidos surpreendeu. (…) A solicitação de Vossa
Excelência, endereçada a esta Divisão, pedindo o tombamento do
Lazareto, mereceu dos membros do Instituto plena e unânime aprovação.
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Assim,
DECRETA:
MARCELLO ALENCAR
Arnaldo de Assis Mourthé
Maria Yedda Leite Linhares21
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Considerações Parciais
1
Para saber mais sobre o PPGPAT, ver:
http://www.coc.fiocruz.br/index.php/educacao/mestrado-profissional-em-preservacao-e-
gestao-do-patrimonio-cultural-das-ciencias-e-da-saude.
2
A sede administrativa, o arquivo e a biblioteca da Irmandade do Santíssimo Sacramento da
Candelária (ISSC) estão localizados na Avenida Rio Branco, 57, 5º andar, Centro, Rio de
Janeiro/RJ.
3
O Hospital Frei Antônio está situado à Rua São Cristóvão, 870, no Bairro Imperial de São
Cristóvão, na cidade do Rio de Janeiro/RJ.
4
A justificativa da solicitação de tombamento vinculava-se à perda de visibilidade e aos riscos à
ambiência do hospital, ocasionados pelas instalações do Gasômetro de São Cristóvão.
5
Entende-se “Patrimônio Cultural da Saúde como um conjunto de bens materiais e simbólicos
socialmente construídos, que expressam o processo da saúde individual e coletiva nas suas
dimensões científica, histórica e cultural” (HISTÓRIA..., 2005).
6
Sobre os aspectos históricos e arquitetônicos do Hospital Frei Antônio, ver: BASTOS (2014).
7
O IRPH está situado à Rua Gago Coutinho, 52, 3º andar, Laranjeiras, Rio de Janeiro/RJ.
8
O IHGB localiza-se na Avenida Augusto Severo, 8, Glória, Rio de Janeiro/RJ.
9
Os órgãos municipais de proteção ao patrimônio cultural tiveram as seguintes denominações:
Divisão do Patrimônio Histórico e Artístico (1974/75), Departamento Geral de Patrimônio Cultural
(1980), Diretoria de Patrimônio Cultural e Artístico (1984), Departamento Geral de Patrimônio
Cultural (1986), Subsecretaria de Patrimônio Cultural, Intervenção Urbana, Arquitetura e Design
(2009) e Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (2012).
10
No campo da história e da memória, ver: HALBWACHS (1990), LE GOFF (1992), NORA (1993).
11
No transcorrer de sua história, o Hospital Frei Antônio teve denominações e funções como:
Hospital dos Lázaros de São Cristóvão (1741/1763), Quartel dos Voluntários Reais do Príncipe
(1817), Imperial Hospital dos Lázaros (1823), Hospital dos Lázaros (1889), Hospital Frei Antônio
(1941), Instituto de Leprologia (1947), Divisão Nacional de Dermatologia Sanitária (1978), Lar
Geriátrico (1980/90).
12
Existem outras referências teóricas em história da saúde, patrimônio cultural da saúde e
arquitetura hospitalar, como: MIQUELIN (1992), SANGLARD; COSTA (2004), TOLEDO (2004),
SANGLARD (2006, 2007), COSTA (2008, 2011), MIURA (2012), MONTEIRO; RIBEIRO (2013),
MONTEIRO (2014), SERRES (2015).
13
Tais documentos estão depositados no Arquivo Francisco Baptista Marques Pinheiro (ISSC),
no acervo do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH) e no Arquivo do Instituto Histórico
e Geográfico Brasileiro (IHGB).
14
Carta da Irmandade da Candelária à Divisão do Patrimônio Histórico e Artístico (29/10/1976).
15
Carta da Irmandade da Candelária à Divisão do Patrimônio Histórico e Artístico (09/11/1976).
16
Notificação nº 02/76 da Divisão do Patrimônio Histórico e Artístico à Irmandade da Candelária
(17/11/1976).
17
Carta da Irmandade da Candelária à Divisão do Patrimônio Histórico e Artístico (16/02/1977).
18
Relatório do Conselho Municipal de Patrimônio Cultural à Irmandade da Candelária
(27/05/1984).
19
Parecer Final do Conselho Municipal de Patrimônio Cultural à Irmandade da Candelária
(03/08/1984).
20
Ofício nº 103/84 do Conselho Municipal de Patrimônio Cultural à Irmandade da Candelária
(21/09/1984).
21
Decreto nº 4.926/85 (10/01/1985).
22
Na década de 1980, outros hospitais foram tombados pela Prefeitura da Cidade do Rio de
Janeiro, como: o Hospital da Saúde, em 1986; o Hospital da Cruz Vermelha, a fachada e parte
do prédio do Hospital da Venerável Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo e a Casa de
Saúde Doutor Eiras, em 1987 (GUIA..., 2014).
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Referências Bibliográficas
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nº. 474, de 14 de dezembro de 1983, que dispõe sobre o Tombamento de Bens
Móveis ou Imóveis de Significativo Valor Cultural para o Povo da Cidade do Rio
de Janeiro e dá outras Providências. Rio de Janeiro, 1986.
SANGLARD, Gisele. A Construção dos Espaços de Cura no Brasil: entre a
Caridade e a Medicalização. Esboços (UFSC), v.16, 2006.
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Museu Paulista, v.15, n.2, 2007.
SANGLARD, Gisele; COSTA, Renato da Gama-Rosa. Direções e Traçados da
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Manguinhos. Rio de Janeiro, vol. 11(1): 107-41, jan.-abr. 2004.
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Possível. In: PORTO, Ângela et al. História da Saúde no Rio de Janeiro:
Instituições e Patrimônio Arquitetônico. Rio de Janeiro: Ed. FIOCRUZ, 2008.
SERRES, Juliane Conceição Primon. Preservação do Patrimônio Cultural da
Saúde no Brasil: uma Questão Emergente. História, Ciências, Saúde –
Manguinhos, Rio de Janeiro, v.22, n.4, out.-dez. 2015.
SOUZA-ARAÚJO, Heráclides César de. História da Lepra no Brasil: Períodos
Colonial e Monárquico (1500-1889). Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1946.
______. História da Lepra no Brasil: Período Republicano (1890-1952). Rio de
Janeiro: Imprensa Nacional, 1956.
TOLEDO, Luiz Carlos de Menezes. Do Hospital Terapêutico ao Hospital
Tecnológico: Encontros e Desencontros na Arquitetura Hospitalar. In: Saúde e
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Janeiro: Editora Senac Rio, 2004.
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1972.