Monografia CAO - CAP GAMBARTI

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ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR - INSTITUTO SUPERIOR DE


CIÊNCIAS POLICIAIS E SEGURANÇA PÚBLICA DA POLÍCIA
MILITAR DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO POLICIAL MILITAR E
SEGURANÇA PÚBLICA (CURSO DE APERFEIÇOAMENTO DE
OFICIAIS – CAO)

MANOEL GAMBARTI JÚNIOR

O PROGRAMA EDUCACIONAL DE RESISTÊNCIA ÀS DROGAS NA


POLÍCIA MILITAR DO ESPÍRITO SANTO: UMA ANÁLISE DO
COMPORTAMENTO DOS ALUNOS

CARIACICA – ES
2017
1

MANOEL GAMBARTI JÚNIOR

O PROGRAMA EDUCACIONAL DE RESISTÊNCIA ÀS DROGAS NA


POLÍCIA MILITAR DO ESPÍRITO SANTO: UMA ANÁLISE DO
COMPORTAMENTO DOS ALUNOS

Monografia apresentada ao Curso de


Pós-graduação em Gestão Policial Militar
e Segurança Pública, realizado junto ao
Instituto Superior de Ciências Policiais e
Segurança Pública, como requisito para a
obtenção do grau de especialista em
Segurança Pública.
Orientador: Major QOC PMES Esmeraldo
Costa Leite

CARIACICA – ES
2017
2

MANOEL GAMBARTI JÚNIOR

O PROGRAMA EDUCACIONAL DE RESISTÊNCIA ÀS DROGAS NA


POLÍCIA MILITAR DO ESPÍRITO SANTO: UMA ANÁLISE DO
COMPORTAMENTO DOS ALUNOS

Monografia apresentada ao Curso de


Pós-graduação em Gestão Policial Militar
e Segurança Pública, realizado junto ao
Instituto Superior de Ciências Policiais e
Segurança Pública, como requisito para a
obtenção do grau de especialista em
Segurança Pública.

Aprovada em ____ de ________de 2017.

COMISSÃO EXAMINADORA

_________________________________
Major QOCPM Esmeraldo Costa Leite
Polícia Militar do Espírito Santo
Orientador

_________________________________
Tenente Coronel Sebastião Aleixo Santos
Batista
Polícia Militar do Espírito Santo

________________________
Professor Vitor Nunes Rosa
3

DEDICATÓRIA

A Deus, que de tudo me proveu


até aqui.
Aos meus amados pais, Manoel
Gambarti (in memoriam) e Ereni
Carlos Gambarti, por me darem a
vida e me encorajarem a
perseguir meus sonhos.
À minha noiva, que com sua força
de espírito e altruísmo me
fortaleceu durante toda esta
jornada.
Aos meus irmãos, Tina,
Edimilson, Eliana e Ana Paula,
que tanto amo e admiro.
4

AGRADECIMENTOS

Ao Senhor Major Esmeraldo Costa Leite, meu orientador, que com seu
conhecimento e sabedoria, foi capaz de extrair todo o meu potencial na incessante
busca por conhecimento e aperfeiçoamento da presente pesquisa.
Ao Senhor Tenente Coronel Sebastião Aleixo Santos Batista, meu Comandante de
Unidade e grande entusiasta da filosofia de Polícia Comunitária e do PROERD, que
com seu perfil empreendedor sempre me estimulou a buscar novos conhecimentos.
A todos os professores do Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais, por terem me
incentivado e colaborado com a construção de aprendizados.
Aos meus ilustres amigos Capitães Alunos, por compartilharem comigo as
adversidades do CAO e por me auxiliarem durante o desenvolvimento dos diversos
trabalhos acadêmicos realizados ao longo do curso.
Ao Cabo José Inoch e demais policiais militares do 2º Batalhão de Polícia Militar,
que prontamente se colocaram à disposição para fornecer informações valorosas a
esse estudo, além de contribuírem para estreitar os laços entre mim e os diretores e
professores das instituições de ensino onde foi aplicada a pesquisa de campo.
Aos diretores e corpo docente das escolas em que ocorreu a pesquisa, por me
receberem com tanta atenção e disponibilidade.
5

Sou um otimista. Não parece adiantar


muito ser outra coisa qualquer.
(Winston Churchill)
6

RESUMO

A presente pesquisa, compreendendo a relevância social do Programa Educacional


de Resistência às Drogas (PROERD), realizou um estudo de caráter quantitativo,
exploratório e descritivo junto às escolas participantes do programa nos anos de
2015 e 2016 no município de Nova Venécia, objetivando, principalmente, nas
escolas atendidas pelo programa no período adrede mencionado, identificar a
influência do PROERD no comportamento dos discentes. Para tanto, os
responsáveis pelos alunos responderam a um questionário fechado, o qual abordou
questões pertinentes aos objetivos propostos e ao levantamento geral que se
pretendeu fazer acerca do programa. A pesquisa demonstrou que o PROERD
contribuiu para a melhora do comportamento dos alunos participantes, bem como
elevou seu desempenho escolar após sua participação no programa, confirmando a
hipótese levantada pelo estudo. Concluiu-se, portanto, que o PROERD impacta
positivamente o aspecto comportamental dos alunos participantes, influenciando não
somente para seu afastamento das drogas e da criminalidade, mas também em
outras circunstâncias.

Palavras-chave: Prevenção primária. PROERD. Comportamento. Segurança


Pública. Polícia Comunitária.
7

ABSTRACT

This research, taking into account the social relevance of the “Programa Educacional
de Resistência às Drogas (PROERD)”, accomplished a quantitative, exploratory and
descriptive study along with the schools participating in the program in the years
2015 and 2016 in Nova Venécia city, focusing, mainly, on the schools attended by
the program in the period mentioned above, identify the influence of PROERD on the
behavior of the students. For that, the people responsible for the students answered
a closed questionnaire, which addressed relevant issues to the proposed objectives
and the general survey that was intended to make the program. The research has
shown that PROERD contributed to the improvement on the behavior of the
participants, as well as increasing their school performance after their participation in
the program, confirming the hypothesis raised by the research. It was concluded,
hence, that PROERD has a positive impact on the behavioral aspect of the
participants, not only influencing their distance from drugs and crime, but also in
other circumstances.

Key words: Primary prevention. PROERD. Behavior. Public Safety. Community


Police.
8

LISTA DE SIGLAS

D.A.R.E Drug Abuse Resistence Education

DDHPC Diretoria de Direitos Humanos e Polícia Comunitária

ECRIAD Estatuto da Criança e do Adolescente

EEEF Escola Estadual de Ensino Fundamental

EMEIEF Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental

EMEF Escola Municipal de Ensino Fundamental

EMG Estado Maior Geral

INOVES Prêmio de Inovação na Gestão Pública no Espírito Santo

INPI Instituto Nacional da Propriedade Industrial

PMES Polícia Militar do Espírito Santo


PROERD Programa Educacional de Resistência às Drogas
9

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Legislação pertinente à Polícia Interativa do Estado do Espírito


Santo …………………………………………………………………………………….... 19

Quadro 2 – Principais diferenças entre policiamento tradicional e policiamento


comunitário ……………………………………………………………………………...... 20

Quadro 3 – Principais drogas consumidas e seus efeitos …………………………... 26

Quadro 4 – Atendimentos PROERD no período de 2015 a 2016 ………………….. 34

Quadro 5 - Escolas participantes da pesquisa de campo …………………………... 42

Quadro 6– Atendimentos PROERD em Nova Venécia no período de 2015 a


2016 ……………………………………………....……………………………………….. 46

Quadro 7 – Responsável pelo aluno participante do PROERD …………………….. 48

Quadro 8 – Alunos da residência atendidos pelo PROERD entre 2015 e 2016 ….. 49

Quadro 9 – Alunos que podem ser considerados bons filhos …………………….... 50

Quadro 10 – Comportamento geral dos alunos participantes …………………….... 52

Quadro 11 – Desempenho escolar do aluno …………………………………………. 54

Quadro 12 – Condições para manter o aluno na escola ……………………………. 56

Quadro 13 – Relato de ter sido abordado por alguém oferecendo drogas ……….. 58

Quadro 14 – Local onde foram abordados ………………………………………….... 59

Quadro 15 – Comportamento do aluno residente …………………………………..... 60

Quadro 16 – Forma como o PROERD contribui para a redução do envolvimento


com drogas ……………………………………………………………………………….. 63

Quadro 17 – Principais resultados alcançados pelo PROERD …………………….. 65

Quadro 18 – Avaliação da eficácia do PROERD …………………………………….. 67

Quadro 19 – Contribuição do PROERD no combate às drogas e à criminalidade.. 68

Quadro 20 – Necessidade de melhorias no programa …………………………….... 69

Quadro 21 – Contribuição efetiva do PROERD para melhorar o comportamento e


afastamento das drogas e criminalidade ………………………………………….. 70
10

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Atendimentos do PROERD de 2001 a 2016 no Estado do Espírito


33
Santo ……………………………………………………………………………………....

Gráfico 2 – Responsável pelo aluno participante do PROERD ……………………. 49

Gráfico 3 – Alunos da residência atendidos pelo PROERD entre 2015 e 2016 …. 50

Gráfico 4 – Alunos que podem ser considerados bons filhos ……………………… 51

Gráfico 5 – Comportamento geral dos alunos participantes ……………………….. 53

Gráfico 6 – Desempenho escolar do aluno ………………………………………….. 55

Gráfico 7 – Condições para manter o aluno na escola ……………………………... 58

Gráfico 8 – Relato de ter sido abordado por alguém oferecendo drogas ………… 59

Gráfico 9 – Local onde foram abordados …………………………………………….. 60

Gráfico 10 – Comportamento do aluno residente …………………………………… 62

Gráfico 11 – Forma como o PROERD contribui para a redução do envolvimento


com drogas ………………………………………………………………………………. 64

Gráfico 12 – Principais resultados alcançados pelo PROERD …………………….. 66

Gráfico 13 – Avaliação da eficácia do PROERD ……………………………………. 67

Gráfico 14 – Contribuição do PROERD no combate às drogas e à criminalidade . 68

Gráfico 15 – Necessidade de melhorias no programa ……………………………… 69

Gráfico 16 – Contribuição efetiva do PROERD para melhorar o comportamento e


afastamento das drogas e criminalidade ……………………………………………... 70
11

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ……………………………………………………………………. 13

2 REVISÃO TEÓRICA …………………………………………………………….. 18


2.1 O POLICIAMENTO COMUNITÁRIO NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO ... 18

2.2 IMPORTÂNCIA DA INTERAÇÃO COMUNITÁRIA ……………………………… 20

2.3 RELEVÂNCIA DA PREVENÇÃO …………………………………………………. 22

2.3.1 Prevenção Primária …………………………………………………………….. 24

2.4 O CONSUMO DE DROGAS E OS JOVENS …….....................………………. 25

2.4.1 Principais drogas consumidas ……………………………………………….. 26

2.4.2 Causas do consumo de drogas ………………………………………………. 28

2.5 COMPORTAMENTO DO JOVEM E AS DROGAS: FATORES DE


INFLUÊNCIA PARA O USO E CONSUMO ……………………............................... 29

2.6 PROGRAMA EDUCACIONAL DE RESISTÊNCIA ÀS DROGAS –


PROERD ............................................................................................................... 31

2.6.1 O PROERD no Espírito Santo …………………………………………………. 32

2.6.2 Estrutura e funcionamento do PROERD ……………………………………. 35

3 METODOLOGIA ………………………………………………………………….. 42

4 APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS


RESULTADOS ……………………………………………………………………….. 48
4.1 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS …………………………………………. 48

4.2 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS ………………………….. 71

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS …………………………………………………... 78

REFERÊNCIAS ….………....………………………………………………………… 80

APÊNDICES ………………………………………………………………………….. 84
APÊNDICE A – TERMO DE AUTORIZAÇÃO DE PESQUISA .....……………….. 85
12

APÊNDICE B – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ….... 86

APÊNDICE C – INSTRUMENTO DE PESQUISA …....................…………………. 88


13

1 INTRODUÇÃO

A prevenção primária é essencial para a persecução de resultados positivos na


esfera da segurança pública e do controle da violência e da criminalidade, vez que
busca a raiz do conflito criminal, neutralizando-o antes que o problema se manifeste.
Para tanto, no âmbito da Polícia Militar do Espírito Santo, faz-se mister o
desenvolvimento de políticas institucionais que possam alçá-la a um nível em que
seja reconhecida como uma filosofia e uma estratégia organizacional, a fim de que
todo o público envolvido esteja imbuído da sua importância, da sua influência
positiva e da sua eficácia em matéria de sensação de segurança, além da redução
dos índices nas mais variadas modalidades de tipos penais.

Hodiernamente, um dos grandes problemas enfrentados pela sociedade está


relacionado ao uso de drogas lícitas e ilícitas, principalmente por jovens e
adolescentes, o que ocasiona ocorrências das mais diversas dentro e fora do
ambiente escolar, comprometendo seu rendimento enquanto alunos, bem como seu
futuro como cidadãos.

Destarte, o consumo de drogas por parte desse público torna necessária a


implementação de programas que visem a prevenção primária, pois, os índices de
violência e criminalidade relacionados às drogas é alarmante, não sendo suficiente
apenas a ação e intervenção ostensiva da polícia.

Neste sentido, o Conselho Nacional Antidrogas, por meio da Política Nacional sobre
Drogas, enfatiza que a prevenção primária é a forma mais eficaz de combater tal
problema, sendo necessário, para tanto, o estabelecimento de parcerias com a
sociedade como um todo, envolvendo seus mais diversos segmentos em
campanhas e programas de conscientização e ressalta que o empenho deve ser nas
esferas Nacional, Estadual e Municipal. Portanto, a responsabilidade deve ser
partilhada, de modo a construir redes sociais cooperativas e engajadas na promoção
da melhoria das condições de vida da população em geral (BRASIL, 2005).
14

Posto isto, essa linha de ação deu origem ao Programa Educacional de Resistência
às Drogas (PROERD), o qual é uma adaptação do programa norte-americano Drug
Abuse Resistence Education (D.A.R.E) à realidade brasileira. O programa usa a
prevenção primária como ponto de partida para o trabalho com estudantes do 5º e 7º
anos do Ensino Fundamental, orientando-os a tomar decisões corretas ao entrar em
contato com situações que envolvam drogas, sejam elas lícitas ou ilícitas. Assim, o
PROERD foi implantado no Brasil em 1992, no Rio de Janeiro, e atualmente se faz
presente em todos os Estados da Federação.

O PROERD tem material didático próprio, sendo composto por Livro do Estudante,
Livro dos Pais e Manual do Instrutor, possibilitando o envolvimento de todos os que
convivem com os jovens e adolescentes atendidos pelo programa, dividindo a
responsabilidade sobre o aprendizado acerca de um problema que se faz presente
em tantos domicílios brasileiros (BRASIL, 2010).

O foco principal do PROERD é a prevenção primária através da ação conjunta entre


a Polícia Militar, as Escolas e as Famílias, como forma de orientar os alunos sobre o
consumo de drogas e suas consequências, sobretudo as relacionadas à violência e
à criminalidade. Ao longo das lições, os alunos são estimulados a reconhecer e a
reagir diante de situações que os pressionem ao uso das mais diversas drogas,
assim como a não ceder às influências que surgem diariamente, inclusive no interior
da própria escola.

Dentro das políticas públicas voltadas para a prevenção, o PROERD se trata de um


trabalho holístico, que promove o compartilhamento de informações e
responsabilidades no combate às drogas. Com efeito, tal metodologia permite que
as famílias e os jovens e adolescentes compreendam que as drogas se tratam de
um problema social que pode afetar a todos, independente da classe social, raça ou
doutrina religiosa e acarretar sérias consequências, sobretudo no que se refere à
criminalidade e à violência.

Ao longo dos últimos 15 anos, o PROERD, em nível de Estado, obteve um


crescimento substancial, firmando-se como o principal programa de prevenção
primária desenvolvido pela PMES destinado à ação de conscientização dentro do
15

contexto escolar, porquanto, nesse ambiente o consumo de drogas tem aumentando


significativamente nas últimas décadas, exigindo uma postura proativa da
sociedade, de modo que esta se coloque na vanguarda e chegue aos alunos antes
dos traficantes, impedindo que estes, movidos pela curiosidade ou pela falta de
informação, sintam-se motivados a consumir qualquer espécie de drogas. Deste
modo, analisar os resultados do PROERD, portanto, se torna relevante para
mensurar o seu impacto na vida dos alunos atendidos, bem assim na comunidade
onde estes jovens estão inseridos.

Dessarte o exposto, suscita-se o seguinte problema de pesquisa: qual a influência


do PROERD no comportamento nos alunos das escolas atendidas pelo programa
nos anos de 2015 e 2016 em Nova Venécia? Para responder ao problema em
questão serão envolvidos na pesquisa de campo os pais/responsáveis dos alunos
participantes do PROERD no período susomencionado, além de serem utilizados os
relatórios referentes ao programa, os quais apontam que foram atendidos 857
alunos.

Assim sendo, com o precípuo desiderato de delinear de maneira acurada o que se


pretende no presente estudo, foram formulados objetivos, sob os aspectos geral e
específico. O objetivo geral procurou identificar a influência do PROERD no
comportamento dos alunos, nas escolas atendidas pelo programa nos anos de 2015
a 2016 em Nova Venécia, enquanto os objetivos específicos ocuparam-se de:
apresentar a estrutura e funcionamento do Programa; elencar os resultados
alcançados com o PROERD no período compreendido entre 2015 e 2016, no
município de Nova Venécia; analisar a eficácia do PROERD sob a ótica dos pais ou
responsáveis pelos alunos; averiguar como o programa tem contribuído para a
redução do envolvimento dos jovens com as drogas.

No Brasil é possível notar a facilidade de acesso a drogas legais e ilegais, o que


desafia a ação da polícia em diversas circunstâncias. A juventude e a adolescência
são momentos em que o indivíduo em formação sente necessidade de experimentar
sensações novas, o que pode se converter num risco diante das drogas, sobretudo
da dependência química, o que altera o comportamento e faz com que, muitas
vezes, o aluno abandone a escola e a família para se envolver com crimes como
16

forma de sustentar seu vício. Desta maneira, ao adotar tal conduta, o jovem ou
adolescente se transforma em um problema de ordem social, afetando toda a
comunidade e, em muitos casos, destruindo a si próprio.

O programa age, nesse sentido, como fator de proteção e valorização da vida,


almejando uma sociedade mais segura, saudável e feliz, envolvendo civis e policiais
militares em uma empreitada para ensinar aos jovens e adolescentes como lidar
com a presença das drogas, desenvolvendo neles a consciência crítica necessária e
o discernimento acerca dos riscos sociais, morais e familiares envolvidos.

A conscientização é um dos pontos fundamentais para o funcionamento do


PROERD. Os alunos devem aprender sobre o impacto negativo provocado pelo
consumo de drogas, bem como as consequências e problemas pessoais, familiares
e sociais inerentes a tal comportamento. Desta forma, infere-se a hipótese de que o
PROERD influenciou positivamente na mudança de comportamento dos alunos
participantes do programa nas escolas atendidas em Nova Venécia nos anos de
2015 e 2016.

Notório que a segurança é um fator essencial para o desenvolvimento de uma


sociedade. Em áreas onde o fenômeno da violência e da criminalidade apresentam
altos níveis, a degradação social ganha proporções que influenciam diretamente na
qualidade de vida dos moradores da região afetada, havendo reflexos negativos em
diversas atividades, como na economia, no setor imobiliário e no transporte público,
além de outras consequências como a depredação de bens públicos e privados, o
medo de transitar por determinados locais e a repulsão populacional.

Maslow (apud CHIAVENATO, 2005), estabelece uma hierarquia de necessidades


em que a segurança ocupa a segunda posição numa escala de cinco prioridades,
fincando atrás somente das necessidades fisiológicas (respiração, comida, água,
etc), o que demonstra sua importância tanto a nível individual quanto a nível coletivo.

Muitos são os fatores que comprometem a segurança na sociedade atual e o


consumo de drogas é um dos que mais contribui para o aumento da criminalidade e
da violência, exigindo que a sociedade se mobilize diante de tal problema. No
17

entanto, é imperativo destacar que, para alcançar resultados expressivos no


enfrentamento às drogas, é fundamental que as políticas públicas envolvam também
a comunidade, como forma de compartilhar a responsabilidade pela manutenção da
segurança e do bem estar comum.

Neste contexto, a escola figura como um dos locais que mais favorecem ações
preventivas, dado que os alunos são cidadãos em formação e, através da
metodologia e das informações corretas, podem ser conscientizados sobre a
importância da resistência ao consumo de drogas, bem assim podem ser
estimulados a desenvolver a consciência crítica para lidar com situações que
incentivem tal comportamento.

A intervenção social por meio do PROERD interfere a médio/longo prazo na


problemática da violência, uma vez que trabalhando informações,
estratégias basilares à formação do caráter, aliadas ao momento onde a
influência dos amigos torna-se mais forte e passa pela fase crucial da
adolescência onde as escolhas precisam ser focalizadas para o
encaminhamento da vida harmonizada aos valores éticos, morais e sociais,
onde há a desarticulação dos elementos impulsionadores da violência e o
rearranjo dos valores da cultura da paz (PMES, 2014, p. 2).

Portanto, o PROERD não busca, dessa forma, solucionar de imediato o problema


das drogas. Sua intenção e objetivos vão ao encontro do futuro dos alunos
atendidos, de modo a prepará-los para lidar com um problema recorrente em seu
convívio social, juntamente com pais e escola, de modo a motivá-los a resistir ao
assédio de colegas, amigos e familiares que estejam envolvidos com o consumo de
drogas e que possam vir a dar a impressão de que se trata de algo bom.

Por fim, cumpre destacar que não foram encontradas pesquisas voltadas para o
levantamento da mudança de comportamento promovida pelo PROERD. Assim, o
aludido programa possui o condão de criar as condições favoráveis para que os
jovens e adolescentes aprendam a reconhecer situações relacionadas ao consumo
de drogas lícitas e ilícitas e a como lidar com estas, sem colocar sua vida em risco
pelo simples fato de se negar a consumi-las.
18

2 REVISÃO TEÓRICA

2.1 O POLICIAMENTO COMUNITÁRIO NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

O grande idealizador da filosofia moderna de policiamento foi Sir. Robert Peel


(MONTEIRO, 2005) que em 1829 iniciou um processo de reforma da força policial de
Londres, culminando posteriormente na criação da Scotland Yard. Peel pregava a
necessidade de organização rígida, porém, voltada à proteção dos direitos dos
cidadãos e consequente prevenção ao evento delituoso. O uso da força deveria ser
condicionado e não um mero modelo de policiamento. Sob esta ótica surge um novo
arquétipo de polícia identificada como comunitária, que se balizou em nove
princípios norteadores, conforme infra:

a) a missão fundamental para a polícia existir é prevenir o crime e a


desordem;
b) a capacidade da polícia para exercer as suas funções está dependente
da aprovação pública das ações policiais;
c) a polícia deve garantir a cooperação voluntária dos cidadãos, no
cumprimento voluntário da lei, para ser capaz de garantir e manter o
respeito do público;
d) o grau de cooperação do público pode ser garantido se diminui
proporcionalmente à necessidade do uso de força física;
e) a polícia não deve se manter apenas com prisões, não preservando
assim o favor público e abastecendo a opinião pública, mas pela constante
demonstração de absoluto serviço abnegado à lei;
f) a polícia usa a força física na medida necessária para garantir a
observância da lei ou para restaurar a ordem apenas quando o exercício da
resolução pacífica, persuasão e de aviso é considerado insuficiente;
g) a polícia, em todos os tempos, deve manter um relacionamento com o
público que lhe dá força à tradição histórica de que a polícia é o público e o
público é a polícia, a polícia é formada por membros da população que são
pagos para dar atenção em tempo integral aos deveres que incumbem a
cada cidadão, no interesse do bem-estar da comunidade e a sua existência;
h) a polícia deve sempre dirigir a sua ação no sentido estritamente de suas
funções e nunca parecer que está a usurpar os poderes do judiciário;
i) o teste de eficiência da polícia é a ausência do crime e da desordem, não
a evidência visível da ação da polícia em lidar com ele. (PEEL apud
MONTEIRO, 2005, p. 50).

Seguindo tais concepções, diversas forças policiais de Estados Democráticos,


principalmente no continente europeu e americano, têm buscado nos princípios de
Peel formas de prevenir o crime e a desordem pública, sendo a interação com a
sociedade o principal enfoque do modelo postulado.
19

Assim, tomando como supedâneo tal filosofia de atuação policial, surge no Estado
do Espírito Santo o que foi denominado “Polícia Interativa”, visando criar um
processo de interação com a sociedade por meio de ações de policiamento
comunitário, seguindo inclusive os preceitos jurídicos que exsurgiram em
decorrência da nova ordem constitucional vigente com o ocaso do período de
governo militar. Sua ação é orientada pela Legislação apresentada no Quadro 1:

Quadro 1: Legislação pertinente à Polícia Interativa do Estado do Espírito Santo


Fonte: http://www.pm.es.gov.br/comunidade/policiainterativa.htm#parametros

Decretos Portarias Diretrizes


Portaria 070-S/2009 - Coordenação
Decreto 2171/85 - Criação dos
Estadual de Polícia Comunitária-
Conselhos Comunitários
Interativa
Decreto 356-S/2002 - Medalha de Diretriz 003/99 -
Merito Governador Carlos Fernando Portaria 310-R/2002 - Parâmetros para o
Monteiro Lindemberg Titulo/Condecoração Amigo da Modelo Interativo de
Decreto 1079-R/2002 - Cria o Brasão Polícia Militar do Espírito Santo Polícia
de Armas da Polícia Interativa
Decreto 3.508-N/1993 - Cria o Brasão
Portaria 343-R/2003 - Institui e
de Armas da PMES
Regulamenta o Destaque
Decreto 4.246-N/98 - Aprova o
Operacional na PMES Diretriz 008/09 -
Distintivo do Curso de Polícia Interativa
Presença Qualificada
Decreto 4.471-N/99 - Institui o Sistema
Permanente
Estadual Antidrogas
Portaria 346-R/2003 - Institui o
Decreto 4.501-N/99 - Medalha de
PROERD
Honra ao Mérito à Formação Policial
Militar
Diretriz 009/09 - Rondas
Decreto 7.437-E/99 - Institui o Sistema Portaria 477-R/2009 - Cria na
Comunitárias
de Segurança Escolar estrutura da 3ª Seção do EMG o
Decreto 936-R – Accountability policial Sistema de Polícia Comunitária-
no ES Interativa
Portaria Nº 528-R - Reorganiza, na
Diretriz 013/14 - Visita
Decreto Nº 2579R - 2010: Integração e estrutura do EMG, o Sistema de
Técnica Interação
Comunitarização da Segurança Pública Polícia Interativa e cria as
Metodológica com as
no ES Coordenadorias Regionais de
OME do Estado.
Polícia Interativa

O ponto de partida para a implantação da Polícia Comunitária no Espírito Santo foi o


município de Guaçuí, onde ocorreram movimentos de mobilização para a
“comunitarização” na Polícia Militar. Entre os anos de 1995 e 2002, os cursos de
formação de Multiplicadores em Polícia Interativa ampliaram a ação em favor da paz
social, capacitando lideranças comunitárias, gestores e operadores de segurança
pública. Desde o ano de 2007, a Polícia Militar do Espírito Santo (PMES), através da
Diretoria de Direitos Humanos e Polícia Comunitária, promove ações e desenvolve
projetos, programas e capacitações que buscam difundir a filosofia e as práticas de
20

Polícia Comunitária; as quais estão alinhadas ao Plano Estratégico da PMES, cuja


Missão consiste em: “Promover, em parceria com a comunidade capixaba, o
policiamento ostensivo e a preservação da ordem pública no Estado do Espírito
Santo”. (PMES, 2016, p. 30). O Quadro 2 destaca as principais diferenças entre o
policiamento tradicional e o comunitário:

Quadro 2: Principais diferenças entre policiamento tradicional e policiamento comunitário


Fonte: Bondaruk apud Pimentel (2008, p. 49)
POLICIAMENTO TRADICIONAL POLICIAMENTO COMUNITÁRIO
Policial trabalha em vários bairros Policial trabalha sempre no mesmo bairro
Policial é anônimo Policial é conhecido da comunidade
Baixo grau de participação da comunidade Alto grau de participação da comunidade
A polícia é reativa A polícia é proativa
Policial é mero executor Policial é chefe de polícia local
A iniciativa das ações é centralizada A iniciativa das ações é descentralizada
Ênfase às unidades especializadas Ênfase às unidades de área
Menor nível de motivação para o policial Maior nível de motivação para o policial
Autoridade imposta Cooperação e pensamento criativo
Informações de alcaguetes Informações de cidadãos engajados
Policiamento pela intimidação Estabelecimento de laços de confiança
Chegada após a ocorrência Solução de problemas por integração ativa
Trabalha a quantidade dos números Qualidade e resultados direcionados
A polícia elabora e indica as necessidades A comunidade indica suas necessidades
Carência quanto à redução do crime Redução do medo do crime

Com essa metodologia de ação, a PMES acompanha a evolução do policiamento


que vem ocorrendo em nível mundial nas últimas décadas, onde a responsabilidade
pela preservação da segurança pública é compartilhada com a população e baseada
na prevenção à criminalidade e à violência. A população, nesse sentido, é orientada
por diversos programas e projetos, sendo o PROERD, objeto do presente estudo,
um destes programas.

2.2 IMPORTÂNCIA DA INTERAÇÃO COMUNITÁRIA

Gerhard (2014) evidencia que a interação entre polícia e comunidade deve fazer
parte de uma filosofia corporativa, onde a atuação do policial é ampla e se inicia com
a proximidade com a população e envolve seu comprometimento para com os
21

cidadãos e suas necessidades, formando redes de cooperação, prevenindo a


criminalidade, de modo a oferecer à população o atendimento efetivo na esfera de
atuação da Polícia Militar.

A Polícia Comunitária possui caráter de participação social e não apenas de


assistência social. “Nessa condição entendemos que, todas as forças vivas da
comunidade devem assumir um papel relevante na sua própria segurança e nos
serviços ligados ao bem comum” (BRASIL, 2008, p. 36/37). A necessidade de
interação comunitária atrela-se à política adotada para prevenção à violência e à
criminalidade, cujos ideais foram calcados nos direitos humanos.

Busca-se, portanto, através do estímulo e da mobilização dos atores sociais a


participação e a formulação de uma política de segurança capaz de atender o
contexto social existente. É essencial, neste contexto, o envolvimento entre a
sociedade organizada e o poder público para o processo de democratização da
segurança pública. Seguindo os ensinamentos de Maquiavel (1996), o governante
tem necessidade de alterar sua natureza, visto que, se os tempos e as coisas
mudam e os comportamentos permanecem inalterados, então é a ruína.

A Polícia Interativa caracteriza-se como uma nova forma de pensar na


proteção e no socorro públicos. Baseia-se na crença de que os problemas
sociais e as causas da criminalidade serão resolvidos mais efetivamente na
medida em que ocorra participação da sociedade na sua identificação,
análise, proposta e implementação de ações conjuntas para a busca de
soluções (ARAÚJO apud PIMENTEL, 2008, p. 66).

Por conseguinte, não se pode desconsiderar que a característica reativa da polícia


reflete uma caução derivada do seu mandato no Estado Democrático de Direito que
merece destaque pela necessidade de produção de alternativas pacíficas em
consonância às leis e sob o consentimento social. O desafio volta-se a promover
controle e coerção sem opressão e sujeição a grupos de poder ou interesses
particulares. Dessarte o exposto, conclui-se que a polícia, um meio de força para
propósitos civis e da cidadania, não pode ser provocativa, impertinente, invasiva,
inoportuna e inapropriada diante das liberdades e garantias individuais e coletivas.

Isto posto, para se aproximar da comunidade e melhorar a imagem da polícia e


tornar a ação de seus integrantes legítima aos olhos do público, é necessário que
22

haja uma busca constante pela eficácia policial, sendo esta decisiva para
estabelecer parcerias de sucesso com a sociedade. A legitimidade de uma estrutura
policial é alcançada quando sua autoridade é aceita, inclusive pelo uso da força,
quando oferece respostas à população nos diversos serviços que presta e quando
sua presença é próxima à população sem parecer uma força estranha (MONET
apud ROLIM, 2009).

O autor complementa essa colocação, citando Beato (2005), o qual considera que
as experiências de policiamento comunitário, para alcançarem seu objetivo, devem
passar por um processo amplo de reforma de seus métodos de abordagem. Não
basta se aproximar da população: é preciso desenvolver e implementar instrumentos
de gestão, dispor de sistemas de informações detalhadas, realizar prestação de
contas e adotar novas formas de interação com o público e com as diversas mídias
existentes.

2.3 RELEVÂNCIA DA PREVENÇÃO

Greene (2007, p. 25) define que:

A prevenção do crime pela polícia ocorre quando crimes que poderiam ter
ocorrido, deixam de acontecer como consequência de algum tipo de
atividade policial. O sucesso é avaliado medindo-se a quantidade de crime
atual em relação a níveis passados e prognosticados. A prevenção do
crime, até o ponto em que pode ser realizada pela polícia, ocorre através da
redução de oportunidades de atividades criminosas, redução das
motivações e oportunidades dos criminosos potenciais.

Conforme destacam Lima e Nassaro (2011) a Polícia Militar, após 1988, adotou-se
uma postura voltada para a prevenção através da Polícia Comunitária, priorizando a
defesa do cidadão e dos direitos humanos. Nessa metodologia, a comunidade é
envolvida na busca por soluções para problemas de segurança pública, de modo
que a mentalidade da população seja modificada para trabalhar em conjunto com a
polícia, mesmo que através de atitudes simples.

Em geral, a segurança é atrelada ao policiamento ostensivo ou à políticas públicas


que contem com ações intensas de repressão à criminalidade e à violência.
Contudo, as campanhas e os programas de prevenção convidam a população a
23

refletir sobre seu papel nesse processo com gestos, medidas e atitudes que, no
cotidiano, deixam de ser praticadas, muitas vezes, por falta de orientação. Seja nas
ruas, nos domicílios, no trânsito ou nas conduções é possível à população contribuir
com a polícia, seja por meio de um telefonema ou através de mudança de hábitos
pessoais. Desta forma, o grande objetivo das campanhas preventivas é a
conscientização da importância que cada cidadão tem na melhoria da segurança
como um todo.

A polícia é vulnerável e não consegue arcar sozinha com a


responsabilidade, sendo assim, a comunidade deve ser vista como
“coprodutora” da segurança e da ordem, juntamente com a polícia. Por isso,
a premissa central do policiamento comunitário é que a população deve
exercer um papel mais ativo e coordenado na obtenção da segurança. O
que impõe uma nova responsabilidade para a polícia, ou seja, criar
maneiras de associar a população ao policiamento e à manutenção da lei e
da ordem. Sendo assim, práticas passadas não deveriam ser tratadas como
“policiamento comunitário” simplesmente porque sua intenção era levar a
um envolvimento maior da população, ele merece ser celebrado apenas se
estiver ligado a um distanciamento das práticas operacionais passadas, e
somente se ele refletir uma nova realidade tática e estratégica (CARDOSO
apud ARAÚJO FILHO, 2013, p. 46).

Neste diapasão, destaca-se que por meio dos programas de prevenção é possível
compartilhar a responsabilidade da manutenção da segurança pública, para que
todos contribuam para a melhoria da qualidade de vida da população. Entretanto, a
nova postura da Polícia denota que deve haver um rompimento com o modelo
anterior, de modo a estabelecer uma parceria cooperativa com a comunidade,
tornando-a uma aliada através da informação e da conscientização.

Bayley (2006) enfatiza que a população disposta e devidamente motivada, pode ser
muito mais eficaz na prevenção da criminalidade do que a própria polícia. Isto
porque cidadãos engajados contribuem diretamente com a segurança por meio de
vigílias de bairro e melhorias na segurança urbana, potencializando a sua
capacidade de se organizar e de se auto disciplinar informalmente para enfrentar as
causas de diversos tipos de delitos e crimes, tal como o consumo e o tráfico de
drogas. Para a polícia, isso representa uma alteração em seu papel de combater o
crime: não basta apenas prender criminosos, faz-se mister despertar a comunidade
para uma visão etiológica acerca violência e da criminalidade, com o escopo de se
24

firmar um sólida parceria entre a Força Pública em os cidadãos em prol do bem


comum.

Para tanto, Bayley (2006) destaca ainda que é preciso que a polícia se aproxime
cada vez mais da população, ouvindo suas reivindicações e considerando-as
oportunidades para seu envolvimento nos processos essenciais à interação social.
Em outras palavras, para que a prevenção se concretize, a polícia deve aproximar-
se da população para além das situações relacionadas à lei, envolvendo-se em
questões de seu cotidiano.

2.3.1 Prevenção Primária

A prevenção primária é definida pelo “Guia para a prevenção do crime e da


violência” (BRASIL apud ZAMITH, 2015), como a estratégica preventiva centrada em
ações relacionadas aos fatores ambientais e/ou sociais que aumentam o risco da
criminalidade e da violência, sendo destinadas à redução de sua incidência e seus
efeitos negativos. Dentro desta premissa, estão inseridas as ações que contribuem
com mudanças abrangentes na comunidade ou na sociedade como um todo,
voltadas a reduzir a predisposição dos grupos ou dos indivíduos para a prática de
crimes e da violência, resultando na prevenção propriamente dita.

Adotar medidas de prevenção primária, portanto, representa uma ação profunda que
une polícia e sociedade para atacar a raiz do problema que culmina na
criminalidade, impedindo que sejam estabelecidas condições favoráveis a crimes e à
violência. Para tal, a polícia deve contar com políticas que oportunizem o acesso da
população aos serviços essenciais como educação, saúde, emprego, moradia e
segurança. “A prevenção primária volta-se às causas do delito, apontando motivos e
fatores criminológicos, abordando posturas para evitá-los” (FRANCISCON, 2009, p.
25). Desta maneira, ao inibir os fatores causadores de crimes e da violência, esta
desvela-se a combater o problema em seu âmago, configurando-se numa importante
ferramenta de segurança pública.

Lima e Nassaro (2011) enfatizam que as políticas públicas que dão à população as
condições para viver com dignidade, a busca permanente da qualidade de vida dos
25

cidadãos e o trabalho eficiente da polícia, são as bases essenciais da prevenção


primária. A união desses elementos viabiliza a redução das causas de crimes de
modo duradouro, pois, o quadro social criado a partir da interação de tais fatores,
cria um clima social mais propenso à paz e menos favorável ao crime, que é
exatamente o sentido da prevenção primária.

2.4 O CONSUMO DE DROGAS E OS JOVENS

A cada ano, o consumo e o abuso de drogas aumenta, principalmente entre os


jovens e adolescentes. A idade em que o uso começa também se revela cada vez
mais precoce, atingindo a faixa etária entre 10 e 12 anos (às vezes até antes),
abarcando meninos e meninas. Outro dado aponta que essa conjuntura atinge
pessoas de grupos sociais distintos, incluindo fatores socioeconômicos, culturais,
biológicos e psicológicos variados. Assim, é possível afirmar que o uso de drogas
não possui padrão e não se dá em grupos de risco pré determinados, conquanto nas
classes menos favorecidas, sobretudo as crianças, são colocadas em situação de
risco cada vez mais cedo (RIBEIRO, 2015).

O consumo de drogas pelos jovens, como salientado por Britto e Britto (2014), traz
consigo o desejo de alcançar, imediatamente, a sensação de prazer e libertação de
todo e qualquer tipo de desconforto físico e/ou psíquico, sobretudo os relacionados a
essa fase da vida. Os autores destacam que os jovens usuários afirmam que, em
geral, provaram drogas pela primeira vez para afrontar familiares ou atender à
satisfação pessoal, sem se dar conta de que, ao rebelar-se contra a submissão da
família, tornam-se suscetíveis à submissão às drogas, ficando dependentes das
mesmas.

As drogas, substâncias naturais ou sintéticas, as quais possuem


capacidade de alterar o funcionamento e causar falsas necessidades no
organismo, são divididas em dois grandes grupos, segundo o critério de
legalidade: drogas lícitas e ilícitas.
Drogas lícitas são aquelas legalizadas, produzidas e comercializadas
livremente e que são mais aceitas pela sociedade. Os dois principais
exemplos são […] o cigarro e o álcool. Mas têm outros exemplos de drogas
lícitas, como anorexígenos (moderadores do apetite), benzodiazepínicos
(medicamentos utilizadas para reduzir a ansiedade), dentre outros.
Drogas ilícitas são as que a comercialização é proibida pela legislação,
onde a sociedade não aceita. Os maiores exemplos de drogas ilícitas são a
26

cocaína, heroína, maconha, crack, dentre muitas outras (COSTA E SILVA,


2017, p. 09).

Na concepção de Aquino (apud BRITTO E BRITTO, 2014), a curiosidade pela droga


acontece a partir do momento que o jovem tem contato cotidiano com o assunto,
porém, apresentado de uma forma amedrontadora, sem embasamento para que
este compreenda de fato os mecanismos de ação dessas substâncias.
Normalmente, as drogas são abordadas com ênfase em sua proibição, sendo
tratadas quase como um tabu a ser evitado, despertando o interesse do jovem em
saber se realmente esta provoca tudo o que se fala.

Nesta fase da vida, é natural que os jovens queiram experimentar drogas para
elaborar sua própria opinião a respeito do assunto e isso, somado às incertezas e
torrentes de emoções pertinentes à idade, favorecem o primeiro contato com as
substâncias entorpecentes. Com efeito, mídia e sociedade trazem as drogas como
um assunto comum, inserido no cotidiano, mas sem a informação sistematizada.
Sob esta conjuntura converge a necessidade desse público ter acesso à realidade
sobre seus efeitos, de modo a compreender que esse é um caminho quase sempre
sem volta e, o mais importante, aprendendo como rejeitá-lo de forma assertiva.

2.4.1 Principais drogas consumidas

Andrade e Gomes (2016) esclarecem que as principais drogas ilícitas consumidas


pelos jovens são a cocaína, a maconha e o crack. A seu modo, cada uma dessas
substâncias afeta o organismo de uma maneira diferente, como exposto pelo
Quadro 3:

Quadro 3: Principais drogas consumidas e seus efeitos


Fonte: Adaptado de Andrade e Gomes (2016)

EFEITOS NO
POSSÍVEIS
ASPECTOS SISTEMA EFEITOS
DROGA SEQUELAS PARA
GERAIS NERVOSO TÓXICOS
O CORPO
CENTRAL
Substância extraída Acentua a ação da Pode levar ao Provoca a
das folhas da coca. dopamina e da comportamento degeneração dos
Chega ao usuário noradrenalina, o paranoico, porém, tecidos músculo-
COCAÍNA
sob a forma de pó, que resulta em de forma mais lenta esqueléticos e, seu
em geral, usado por euforia, ansiedade, que o crack. Desse uso crônico,
aspiração. estado de alerta e modo, a prolongado ou em
27

outros efeitos dependência dessa grandes


relacionados. droga é mais lenta quantidades, pode
que a do crack. provocar os
mesmos prejuízos
físicos que o crack.
Seu uso provoca
aumento das
pupilas, dores no
peito, contrações
musculares,
Age de forma convulsões e, em
O uso de
rápida e seus casos mais graves,
quantidades
efeitos são levar ao coma.
É derivado da maiores provoca
imediatos, O crack agride
cocaína, porém, alucinações e
provocando euforia, profundamente o
apresenta-se de delírios,
ansiedade e estado sistema nervoso,
forma sólida e intercalados com
CRACK de alerta, porém, de causa doenças
concentrada. episódios de
forma pulmonares,
Usualmente, é violência e
potencializada. O aumenta a pressão
aquecida para ser comportamentos
crack provoca ainda arterial, provoca
fumada. bizarros,
a hiperexcitação, taquicardia, pode
semelhantes a
insônia e perda de provocar parada
quadros psicóticos.
apetite. cardíaca e reduz a
atividade dos
centros cerebrais,
prejudicando
funções vitais ao
organismo.
Variam conforme a
O uso imediato
qualidade da droga
provoca poucos
e as especificações O uso prolongado
efeitos físicos:
do próprio usuário. ou crônico e/ou
vermelhidão dos
Em geral, variam doses altas, pode
Substância olhos, boca seca e
entre bem estar, provocar
proveniente da taquicardia. Com o
MACONHA calmaria e humor alucinações,
planta Cannabis uso
hilário a angústia, delírios e síndrome
Sativa. prolongado/crônico,
tremores, sudorese, amotivacional
diversos órgãos são
perturbação (todas as atividades
afetados,
espaço-temporal e perdem o sentido).
principalmente os
prejuízos
pulmões.
cognitivos.

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA apud ANDRADE E GOMES,


2016), conduziu uma pesquisa em 2012, que apontou que essas e outras drogas
ilícitas são amplamente consumidas no Brasil e todas apresentam um mercado
crescente, sendo que a cocaína teve seu consumo triplicado no período entre 2004
e 2010. As consequências desse consumo causam inúmeros problemas de ordem
pública, relacionados, sobretudo, à segurança e à saúde.

Nesta esteira, o mesmo estudo abordou o uso de drogas lícitas, ou seja, aquelas
consideradas aceitáveis e liberadas pela legislação, mas que, ainda assim, se
28

consumidas em demasia, provocam dependência e representam risco para a vida


pessoal, familiar e social do indivíduo. O álcool e o tabaco figuram como as
substâncias mais consumidas, sendo responsáveis anualmente por diversas mortes
provocadas por doenças e acidentes relacionados, no caso das bebidas alcoólicas.

Para Souza (apud FLACSO BRASIL, 2012) o álcool representa para o jovem um rito
de passagem para a vida adulta, sendo usado como elemento de interação social
para explorar seus sentidos, potencializando a coragem para legitimar
comportamentos frente a seus companheiros dos grupos sociais a que pertence. O
álcool, nesse sentido, representa uma situação controversa: a maioria dos jovens
sabe das consequências de seu uso, mas não estão dispostos a abdicar de seu
consumo.

Com o cigarro não é diferente, Maciel (2016) elucida que o Ministério da Saúde
detectou por meio de levantamento realizado em 2015 que 18,5% dos jovens
brasileiros entre 12 e 17 anos já experimentaram cigarro. Quando essa estatística é
aplicada nas capitais dos Estados, os dados dão conta de que 24% já usou cigarro.

2.4.2 Causas do consumo de drogas

Uma das principais causas do consumo de drogas é a deliberada procura pela


alteração de estados da consciência, para fugir da realidade e experimentar
momentos de prazer extremo (BUCHER apud BAPTISTA E TEODORO, 2012). O
autor cita ainda que essa necessidade constante de fuga, tão característica dos
usuários de drogas, deve-se a três fatores principais: angústia da finitude da vida,
procura pela transcendência e contato com forças sobrenaturais, e busca pelo
prazer incessante. Em todos esses fatores, há um ponto comum: a ampliação dos
sentidos para ter experiências além da realidade, suscitando emoções extremas de
busca por algo além do alcance.

Para Abramovay e Castro (apud BAPTISTA E TEODORO, 2012) as causas são


mais concretas e relacionadas à falta de maturidade: alívio dos problemas,
modismo, auto-afirmação e diversão. Neste conjunto de fatores, sua vida social,
marcada pela pressão dos amigos e, a curiosidade e os conflitos existenciais
29

característicos dos jovens surgem como alavancas para que estes experimentem
drogas. No ambiente familiar, a falta de diálogo e a pouca espiritualidade favorecem
a aproximação com o mundo das drogas.

Por fim, em contato direto com jovens usuários, Baptista e Teodoro (2012) obtiveram
as seguintes justificativas para o consumo de drogas das mais variadas naturezas:
vontade, curiosidade, necessidade de se exibir, curtição, busca da felicidade, alívio
do sofrimento, afronta à família, para atingir os pais, dentre outros.

2.5 COMPORTAMENTO DO JOVEM E AS DROGAS: FATORES DE INFLUÊNCIA


PARA O USO E CONSUMO

É impossível falar do consumo de drogas sem adentrar na esfera comportamental.


Como definem Diehl e Figlie (2014, p. 359):

A pré-adolescência e a própria adolescência são fases de experimentação


de vários comportamentos. A principal tarefa do adolescente é a construção
da identidade própria, de sua imagem e papel social. É um momento no
qual ocorre o desenvolvimento de várias habilidades; e, para tanto, é
preciso que o indivíduo tenha oportunidade e seja estimulado. Portanto, é
natural que sintam insegurança e se deparem com a necessidade de fazer
escolhas. Assim, os jovens experimentam novos contatos sociais, novas
atividades de lazer e começam a treinar papeis visando a sua escolha
vocacional. Quanto mais acesso tiverem a essas novas atividades, e quanto
maior a aceitação dessa atividade no grupo em que vivem, mais fácil
ocorrerá a experimentação. E o mesmo acontece com as drogas.

Qualquer que seja o grupo em que o jovem está inserido, sua tendência é aderir aos
costumes, valores e crenças ali presentes, sejam estes positivos ou negativos, uma
vez que passam a constituir a realidade daquele grupo e se tornam mais fáceis de
incorporar às atitudes e aos comportamentos cotidianos. Diehl e Figlie (2014) ainda
esclarecem que o uso experimental de drogas lícitas ou ilícitas vem aos poucos, se
tornando parte do desenvolvimento padrão de muitos jovens, inseridos em grupos
onde essa prática é aceita como natural e corriqueira, sem considerar os riscos
envolvidos.

Não obstante ao fato de que as substâncias lícitas sejam proibidas para menores de
18 anos, sabe-se que o seu acesso é possível mesmo dentro do ambiente familiar
ou em grupos de amigos, o que pode afastar o jovem de seu desenvolvimento
30

normal, impedindo-o de experimentar outras atividades. Outro ponto preocupante,


segundo as sobreditas autoras, é que não se pode medir quem é mais propenso a
desenvolver dependência, o que torna a experimentação ainda mais perigosa.

Neufeld (2017) evidencia que, para além do envolvimento social e da cultura dos
grupos sociais, há de se considerar o desenvolvimento individual, fortemente
influenciado pelo ambiente familiar. A autora elenca os fatores de riscos que
contribuem para que o jovem tenha transtorno de conduta, rebeldia e baixa
aspiração de vida:

• Receber pouco afeto dos pais, sobretudo da mãe;


• Ter pais usuários como modelo;
• Educação permissiva e cheia de concessões;
• Educação baseada em disciplina e severidade exagerada;
• Tolerância dos familiares ao uso de substâncias;
• Monitoramento inadequado da vida do jovem.

Para a autora, além do contexto familiar é preciso considerar também os fatores de


risco do contexto escolar. Destes, destaca-se o fracasso escolar, a rejeição dos
colegas, a falta ou o baixo comprometimento da escola, colegas desviantes de
conduta e usuários de drogas. Em relação à comunidade e ao bairro, a cultura que
gira em torno do consumo de drogas é o principal ponto a ser destacado: quando ele
é tolerado e o acesso e a disponibilidade de drogas são aspectos culturais
comunitários, a propensão ao seu uso e consumo são maiores e considerados
normais.

Diehl e Figlie (2014) esclarecem que as estruturas cerebrais dos jovens,


responsáveis pela percepção temporal ainda estão em amadurecimento, o que
provoca seu imediatismo e a valorização exacerbada do momento presente. Do
mesmo modo, as estruturas responsáveis pelo controle do impulso ainda são
imaturas e, ao imaginar certas situações, como experimentar drogas, o jovem é
incapaz de relacionar riscos à sua decisão, colocando-a em prática sem avaliar a
relação causa-efeito, sobretudo se estiver influenciado por emoções.
31

2.6 PROGRAMA EDUCACIONAL DE RESISTÊNCIA ÀS DROGAS – PROERD

O PROERD é uma ferramenta que consiste na prevenção e combate ao consumo


de drogas por jovens e adolescentes. Surgiu em 1983 nos Estados Unidos e, no
Brasil, foi implantado a partir de 1992, conforme destaca o Portal do Programa e
está fundamentado na Constituição Federal e na Lei 8.069 de 13 de julho de 1990
(Estatuto da Criança e do Adolescente – ECRIAD) (PMES, 2012).

Seu público alvo são jovens e adolescentes de escolas públicas e particulares do 5º


e do 7º ano do Ensino Fundamental que, por meio de lições claras e dinâmicas, são
orientados a reconhecer e a resistir a pessoas e situações que os influencie ou
pressionem ao consumo de drogas, sejam estas lícitas ou ilícitas, tornando possível
a orientação do cidadão em formação, ávido por experimentar novas sensações e,
muitas vezes, movido pela curiosidade.

Para que este objetivo seja alcançado com a eficiência almejada, é


necessário que o relacionamento entre as corporações policiais e as
comunidades seja construído de forma colaborativa e harmoniosa. O papel
desempenhado pelo policial professor na estratégia de prevenção do
PROERD segue por dois caminhos principais. Por um lado, refere-se à
facilitação da aprendizagem atuando de forma primária na prevenção ao
abuso de drogas e à prática de atos de violência e, de forma secundária,
mas não menos importante, na promoção dos direitos humanos e exercício
da cidadania para o fortalecimento dos vínculos sociais.
O instrutor do PROERD, tanto em sala de aula, enquanto educador social
na aplicação das lições, quanto no relacionamento com a comunidade,
exerce com excelência funções de polícia de proximidade. Em específico, a
reorientação dos serviços de segurança, aproximando polícia e
comunidade, é contemplada pelo programa na medida em que o ambiente
escolar é privilegiado como contexto de integração com as relações
familiares (PMES, 2014, p. 6).

Por meio de aulas e material didático específico, o qual é constituído por Livro do
Estudante, Livro dos Pais e Manual do Instrutor, o PROERD trabalha com
estratégias preventivas ao longo das aulas que estimulam o aluno a desenvolver
resistência a situações que os colocam em contato com drogas.

Os materiais curriculares do D.A.R.E são uma ciência baseada em


pesquisa, os materiais representam a combinação de esforços de
especialistas de diversas áreas. A fidelidade ao modelo gráfico (design),
objetivo, conteúdo, treinamento e aplicação dos currículos são elementos
essenciais do programa. Todos os materiais curriculares do D.A.R.E são
protegidos por direitos autorais. Qualquer adaptação, modificação ou desvio
do material impresso ou apresentações dos materiais curriculares D.A.R.E
32

protegidos requer uma específica autorização formal (escrita) do D.A.R.E


América. Qualquer adaptação ou desvio do material curricular, não
aprovado pelo D.A.R.E América, compromete a integridade dos currículos
D.A.R.E e constitui violação da lei federal. O D.A.R.E América, enquanto
proprietário do nome D.A.R.E e direitos autorais está encarregado da
responsabilidade pela execução diligente de acordo com a estipulação e
provimento dos direitos autorais (PMES, 2017, p. 11).

Para que o PROERD alcance seus propósitos e realize seu objetivo preventivo, o
D.A.R.E América coopera e trabalha continuamente em conjunto com especialistas
de diversas áreas: ciências, pesquisa, prevenção, educação, medicina e
desenvolvimento de currículo. Todas elas atuam para que os currículos do programa
se mantenham como estudos científicos, de modo que quaisquer alterações no
currículo sejam incorporadas com base nos conselhos dos especialistas em cada
área de estudo envolvida.

Como esclarecido pela PMES (2017), no Brasil, a marca PROERD é propriedade da


Polícia Militar do Rio de Janeiro, registrada no Instituto Nacional da Propriedade
Industrial (INPI), sendo cedida gratuitamente para as Polícias Militares do país;
obedecendo aos critérios curriculares do D.A.R.E América e com sua autorização
expressa. Os conteúdos são adequados à realidade local, levando em consideração
as particularidades sócio-econômicas e culturais locais.

2.6.1 O PROERD no Espírito Santo

No Espírito Santo o PROERD foi instituído pela Portaria nº 346-R, de 16 de abril de


2003, alterada pela Portaria 418-R, de 22 de junho de 2006, a qual normatiza que a
Polícia Militar do Espírito Santo, deve adotar o programa como medida proativa para
o controle da violência e da criminalidade, complementar as ações preventivas e
repressivas às drogas. Em seus Artigos 24 a 28, a Portaria elenca como deve ser o
conteúdo do PROERD, bem como sua aplicação:

DO CONTEÚDO E APLICAÇÃO DO PROERD


Art. 24 - O PROERD aplicado por Policiais Militares fardados da ativa,
incluindo, além do desenvolvimento do conteúdo específico em 17 lições
destinadas aos alunos na faixa etária estabelecida, a realização de reuniões
com pais e corpo docente das escolas.
Art. 25 - As aulas para os alunos são ministradas uma vez por semana, ao
longo de um semestre letivo, com duração de 45 a 60 minutos, contando
com a presença dos professores em sala de aula. Ao Policial Militar é
33

destinado 4 ou 5 turmas por dia, sendo em cada uma delas responsável


pelo desenvolvimento do Programa. Durante sua permanência na escola, o
Policial Militar promove visitas a outras turmas e, convive ao longo do dia
com toda comunidade escolar.
Art. 26 - As aulas são ministradas com auxílio do livro do aluno destinado às
crianças na faixa etária de 09 a 12 anos.
Parágrafo único - A conclusão do Programa é marcada por uma solenidade
de entrega de diplomas aos alunos concludentes.
Art. 27 - Para as faixas etárias inferiores, há previsão de visitas realizadas
pelo Policial Militar, dispondo de material didático próprio e, para classes de
alunos na faixa etária superior a estabelecida pelo Programa serão
realizadas palestras informativas.
Art. 28 - Para seu uso exclusivo, o Policial Militar PROERD disporá de
manual com os procedimentos didáticos relativos ao desenvolvimento do
conteúdo do PROERD.

Sua relevância pode ser constatada no Gráfico 1, o qual demonstra a evolução do


número de alunos atendidos no Estado do Espírito Santo no período de 2001 a
2016:

Gráfico 1: Atendimentos do PROERD de 2001 A 2016 no Estado do Espírito Santo


Fonte: Seção de Prevenção Ativa – DDHPC, 2016

Desde sua implantação no Espírito Santo, o PROERD apresentou crescimento


considerável, ampliando sua rede de atendimento para a maior parte dos municípios
do Estado e ultrapassando a marca de 360 mil alunos atendidos. Conforme
relatórios anuais, no período de 2015 a 2016 foram atendidos mais de 96 mil alunos,
34

além de atendimento por meio de palestras educativas, como demonstra o Quadro


4:

Quadro 4: Atendimentos PROERD no período de 2015 a 2016


Fonte: Relatórios PROERD PMES – 2015 e 2016

ANO
AÇÕES
2015 2016

Nº de Municípios atendidos 58 43

Total Escolas/Instituições 634 505

Total de policiais militares ativos 208 174

Total de alunos atendidos desde a Criação do


317.349 360.839
PROERD no ano de 2001

Total de alunos atendidos 52.822 43.490

Atendimentos de alunos da Educação Infantil 14.561 14.190

Atendimentos de alunos do 5º ano 30.939 26.177

Atendimentos de alunos do 7º ano 6.848 2.666

Atendimentos de alunos no Curso de Pais-


474 457
Comunitário

Atendimentos através de Palestras Educativas sobre


25.689 0
drogas e violência a outros alunos e comunidades

O objetivo geral do PROERD é atenuar o consumo e o abuso de drogas por crianças


e adolescentes, fazendo uma abordagem personalizada a cada público para
alcançar resultados mais eficazes. A principal estratégia é a organização curricular e
os conteúdos utilizados durante as lições, os quais destacam situações que ocorrem
na abordagem para o consumo de drogas, ensinando aos alunos como atuar de
forma assertiva para resistir a essas pressões, mesmo que com drogas lícitas, que
muitas vezes, são apresentadas como aceitáveis (BORTOLUZZI, 2016).

A autora cita que o PROERD alcançou tamanha importância no Estado que, em


2013, foi o vencedor do Prêmio de Inovação na Gestão Pública no Espírito Santo
(INOVES), na categoria “Resultados para a sociedade”. O prêmio é uma iniciativa do
Governo Estadual e reconhece trabalhos inovadores, desenvolvidas pelo serviço
público e que contribuem para modernizar a gestão, além de melhorar a vida do
35

cidadão, transformando sua realidade. Com a premiação, o PROERD tem o


reconhecimento de seus resultados junto ao Poder Público e à sociedade capixaba.

2.6.2 Estrutura e funcionamento do PROERD

Conforme conceitua Sabino (2010, p. 76), o Programa Educacional de Resistência


às Drogas (PROERD):

[…] é um programa educacional de resistência às drogas, que tem como


base de sua atuação, a família, a escola e a polícia, nesta ordem. A família,
como primeira instância de socialização, educando adequadamente seus
filhos. A escola, tendo como missão a educação secundária,
simultaneamente com a família e a polícia, através de um policial
devidamente preparado para isto, indo até a escola, mostrando através das
lições do PROERD quais são os males que as drogas causam e quais as
estratégias que os menores têm que assimilar para dizer não à pressão ao
uso das drogas.

O PROERD baseia-se, sobretudo, na prevenção primária, destinando-se às crianças


do Ensino Fundamental. Um de seus principais desafios refere-se à cooperação
entre três elementos essenciais à formação da criança: a família, a escola e a
Polícia Militar. Cada um, em sua esfera, exerce um papel na conscientização dos
alunos para auxiliá-los a tomar a decisão de não usar drogas, independente da
situação. Dessa forma, através da coordenação dos militares, são viabilizados os
meios para que ocorra a instrução e a formação dos alunos dentro da escola,
despertando nesse público o interesse por aprender a respeito do universo
relacionado às drogas.

Nessa dinâmica, o PROERD consiste em um esforço cooperativo e, como determina


a Portaria nº 346-R, alterada pela Portaria 418-R, de 22 de junho de 2006, fica assim
constituído (ESPÍRITO SANTO, 2003):

• Coordenação Geral e Setorial: responsável por planejar, coordenar,


supervisionar, controlar e fiscalizar as ações do PROERD em âmbito
estadual. Junto com as demais Coordenadorias Setoriais, ela elabora o
calendário de eventos bem como os planejamentos e relatórios semestrais,
além das diretrizes para capacitação de recursos e coordenar a alimentação
36

do banco de dados para difundir as informações de interesse das Unidades


envolvidas;
• Secretaria: compete à Secretaria a confecção, o recebimento e o controle da
documentação, organizando arquivos e confeccionando o calendário geral de
solenidades de encerramento. Ela é responsável ainda, por distribuir os
policiais docentes nas escolas da área de sua atuação, controlando o material
e a biblioteca do programa, planejando as palestras e organizando os
encontros institucionais semanais. Para que seu fluxo de trabalho atenda a
esses critérios, é a Secretaria que elabora o calendário de férias dos policiais
docentes pertencentes ao PROERD, além de ser ela quem cria, atualiza e
controla o banco de dados do programa;
• Setor de Cursos: setor competente pela realização dos cursos, destinados a
candidatos por ele selecionados. Dentre suas incumbências, destaca-se
ministrar os cursos previstos, bem como realizar atividades de caráter
pedagógico que venham a reforçar o objetivo do PROERD. É desse setor a
responsabilidade por prever e coordenar as providências necessárias à
realização dos cursos nas escolas participantes do programa;
• Setor de comunicação social: organiza e viabiliza a divulgação do PROERD
em órgãos de imprensa (devidamente cadastrados no setor). É dele a
competência de elaborar a resenha das notícias veiculadas, encaminhando
os “releases” à imprensa. Esse fluxo de divulgação é alimentado pelas
informações fornecidas pelos Coordenadores Setoriais. O Setor de
Comunicação Social controla também as estatísticas de notícias sobre drogas
e o registro de ocorrências nas escolas;
• Setor de Acompanhamento Técnico: é constituído pelos docentes mentores
do PROERD: acompanha a aplicação do programa em seus diferentes
aspectos, supervisionando o policial docente nas escolas em que atuam, com
o intuito de garantir a uniformidade da aplicação do programa. É responsável
por acompanhar as atividades docentes e fornecer apoio aos policiais com
base nas particularidades de cada escola atendida pelo programa.

O PROERD é realizado, preferencialmente, nas escolas públicas municipais, não


havendo impedimentos para que escolas da rede particular de ensino participem do
programa. Os alunos atendidos participam das aulas, ministradas por um trimestre,
37

uma vez por semana com duração de uma hora e meia. A metodologia se baseia na
orientação das crianças a respeito do uso de drogas, usando sempre uma
linguagem simplificada para que todos compreendam as lições. Todas as aulas são
ministradas por um Policial Militar, que atua devidamente fardado, desarmado e
acompanhado pelos docentes responsáveis pela turma atendida (SABINO, 2010).

O conteúdo programático do PROERD conta com lições adequadas à idade dos


alunos participantes; ao final das quais os alunos participam da formatura com
entrega de certificado de comprometimento para evitar a violência e o uso das
drogas. Deste modo, todos os Estados que trabalham com o PROERD seguem a
grade de lições do DARE, com pequenas adequações à realidade local, porém,
sempre com a autorização para realizá-las, uma vez que o DARE possui os direitos
autorais do material didático.

O PROERD consiste, conforme já demonstrado por essa pesquisa, na


atuação baseada no tripé: Polícia, Escola e Família. O intuito é
conscientizar as crianças de 5º e 7º anos do Ensino Fundamental e seus
pais sobre a importância de saber agir diante das drogas. Dessa maneira a
Polícia Militar intenciona conscientizar sobre a importância do
comportamento das crianças e dos responsáveis para uma ação
consciente, a fim de prevenir o abuso das drogas e os crimes a ele
relacionados, caracterizando o PROERD como uma ferramenta de
prevenção primária do crime e, portanto, atividade intrinsecamente ligada à
missão constitucional da Polícia Militar (BORTOLUZZI, 2016, p. 52).

A base do processo ensino-aprendizagem do PROERD é a elaboração e utilização


de situações-problema, com o uso de textos explicativos sobre circunstâncias que
podem ocorrer na vida do aluno. Com base nas informações que recebe, o aluno
torna-se apto para decidir com autonomia sobre suas opções diante do oferecimento
de drogas. Assim, o discente aprende, entre outros comportamentos, a lidar com a
surpresa de ser abordado por alguém lhe oferecendo drogas ou pressionando-lhe
para usá-las, adquirindo habilidades essenciais para dizer não e também a pedir
ajuda.

Soares (2013) esclarece que o planejamento das aulas é baseado no livro do


estudante, que é composto por 10 lições. As primeiras orientações recebidas pelos
alunos são os Combinados PROERD, lições simples que orientarão sua postura de
38

participação nas aulas e nas atividades. Em resumo, os combinados tratam de


quatro atitudes básicas:

1. Levantar a mão para falar e sempre aguardar a vez de participação;


2. Ser respeitoso com todos;
3. Observar o sinal de silêncio dado pelo instrutor;
4. Sempre ter cuidado com a expressão “alguém que conheço” para evitar
dados pessoais.

Embora sejam parâmetros simples, estes se tornam postulados que definem a


participação do aluno ao longo do PROERD. Após aprenderem sobre os
combinados, os alunos aprendem sobre o Modelo de Tomada de Decisão, que
estabelece comportamentos para que o eles reflitam sobre sua escolha em relação
ao uso de drogas. O modelo é baseado em quatro pilares (SOARES, 2013):

1. Defina: orienta o aluno a descrever o problema, desafio ou oportunidade;


2. Analise: o participante aprende a pensar nas diferentes opções, nos prós e
contras de cada opção e nas consequências de sua escolha;
3. Atue: para fazer sua escolha, o participante aprende a usar os fatos e as
informações que observou nas opções para então, tomar uma decisão;
4. Avalie: o aluno é orientado sempre a questionar se fez uma boa escolha e
como pode saber disso, além de refletir se tomaria a mesma decisão
novamente.

A partir desses conceitos-chave, o instrutor desenvolve as aulas, utilizando os livros


com lições elaboradas com linguagem temática e condizente com a idade dos
alunos, as quais apresentam enredos de situações perfeitamente possíveis de
acontecer. Para os alunos do 5º ano, o plano de ensino contempla 10 lições,
destinadas a prevenir o consumo de drogas, bem como ensinar técnicas de
resistência às pressões para usá-las, estimulando o desenvolvimento e
fortalecimento da autoestima dos alunos. De acordo com Manual do Instrutor –
PROERD para o 5º ano (2012), as lições abordam os seguintes temas:
39

• Lição 01: “Propósitos e visão geral do PROERD” – apresentação do PROERD


e do instrutor, com envio da carta para os pais, apresentação da caixa de
perguntas e do modelo de tomada de decisão (04 pilares);
• Lição 02: “O cigarro e você” – abordagem do conceito de drogas e drogas
lícitas, com ênfase no tabagismo. Uso de informações oficiais sobre o cigarro
e aplicação do modelo de tomada de decisão;
• Lição 03: “Cortina de fumaça” – apresentação do conceito de drogas ilícitas,
com ênfase na maconha. Uso do modelo de tomada de decisão;
• Lição 04: “O álcool” – explanação do conceito de alcoolismo e exposição de
informações sobre o álcool. Uso do modelo de tomada de decisão;
• Lição 05: “A verdade real” – exercício de revisão das lições anteriores.
Abordagem do conceito de inalantes com exercício em família;
• Lição 06: “As bases da amizade” – conceito e valor da amizade, com ênfase
na identificação das redes de apoio social. Os alunos aprendem a identificar
pressões no grupo e a construir diálogos para relacionamentos salutares;
• Lição 07: “Decidindo de forma confiante” – ensino de estratégias para recusar
ofertas de drogas, com estilo de respostas e uso do modelo de tomada de
decisão. Há análise de estudos de caso;
• Lição 08: “Ação pessoal” – exercícios para lidar com a pressão pessoal,
aplicando o modelo de tomada de decisão;
• Lição 09: “Pratique! Pratique! Pratique!” – revisão das lições anteriores com
construção de texto;
• Lição 10: Formatura.

Para o 7º ano do Ensino Fundamental o conteúdo programático conta com 10 lições,


que almejam prevenir o uso de drogas, explorando os conceitos de realidade,
responsabilidade e respeito, como investimentos que os adolescentes fazem em
suas próprias vidas, como destacado pelo Manual do Instrutor – 7º ano (2011):

• Lição 1: “Opções de escola” – o Policial se apresenta de modo a tornar-se


mais próximo dos alunos. Estes, por sua vez, aprendem mais sobre o grupo,
passando a conhecer as responsabilidades do Instrutor e dos Estudantes,
tomando consciência do que já sabem sobre os riscos e os efeitos do uso de
40

drogas, compreendendo e incorporando o valor do respeito a si mesmo e


pelos outros em suas interações com todos do grupo e com o instrutor;
• Lição 2: “Riscos” – os alunos aprendem sobre os efeitos que as drogas têm
sobre o cérebro e suas implicações para a saúde e aprendem a identificar
recursos na escola e na sociedade que possam ajudar pessoas que estejam
com problemas relacionados ao uso indevido de álcool e outras drogas;
• Lição 3: “Comunicação e conflito” – uso do modelo de tomada de decisão
para que os alunos aprendam a fazer escolhas sábias diante das drogas e
aprenderão a diferença entre comportamentos assertivos, agressivos e
passivos;
• Lição 4: “Recusar” – os participantes aprendem a recusar as drogas de forma
clara e assertiva, usando linguagem verbal e não verbal, através de
discussões e compartilhamento de histórias pessoais.
• Lição 5: “Explicar” – os alunos aprendem a expressar sua opinião, reforçando
comportamentos de resistência às drogas com base em suas crenças
pessoais;
• Lição 6: “Abster-se” – os alunos definirão qual a melhor estratégia para
abster-se das drogas, encenando situações que ensinem como usar o
modelo de tomada de decisão;
• Lição 7: “Livrar-se” – com discussões, situações encenadas e vídeo, eles
aprendem a estratégia para se livrar das drogas;
• Lição 8: “Senso comum” – será apresentado o conceito de senso comum e
os alunos aprenderão a diferenciá-lo do “senso comum entre colegas”,
aprendendo a identificar o senso comum do uso de drogas e como isso pode
influenciar em suas decisões;
• Lição 9: “Sentimentos” – os estudantes identificarão como as pessoas
expressam suas emoções de formas diferentes e que têm sentimentos e
reações distintas para cada situação, aprendendo a reconhecer o valor de
seus sentimentos e de seus semelhantes;
• Lição 10: “Redes de suporte” – os alunos aprenderão como as estratégias
aprendidas podem ser usadas em sua rede de amigos, familiares e colegas.
Será usado um eco mapa para explicar como funciona uma rede de suporte
social. É feita a revisão de todos os conceitos e habilidades aprendidos nas
lições anteriores;
41

• Formatura: em parceria com a escola, é a culminância do Projeto, onde os


alunos recebem o certificado de participação em uma cerimônia.

Todas as lições contam como uma hora/aula e são realizadas por meio de aulas
expositivas e dinâmicas, que valorizam o grupo, estimulam a frequência e a
participação dos alunos e motivam seu envolvimento com os temas abordados.

De acordo com a PMES (2017), para que a participação do aluno no PROERD se


conclua com aproveitamento, é necessário que sejam cumpridos os seguintes
critérios:

• A participação do aluno em todas as aulas é indispensável, com tolerância de


4 faltas no máximo;
• Caso o limite de faltas seja ultrapassado, competirá ao Instrutor recuperar o
conteúdo das aulas perdidas pelo aluno;
• A motivação e interesse do aluno serão observados ao longo de sua
participação;
• O aluno concluirá o curso mediante sua participação dentro dos critérios
estabelecidos;
• Caso haja alunos que não queiram participar, o Instrutor tentará demovê-lo de
sua atitude. Se ela persistir, o docente responsável pela turma deverá
acompanhar esse aluno em outras tarefas enquanto os demais participam do
PROERD.
42

3 METODOLOGIA

O estudo em questão teve caráter quantitativo, exploratório e descritivo, no que fora


desenvolvido por meio de pesquisa de campo. Ferrão (2005, p. 98) destaca que “a
pesquisa de campo é utilizada para gerar conhecimentos relativos a um problema,
testar uma hipótese ou provocar novas descobertas em determinada área”. Neste
sentido, empregá-la, se justifica por não terem sido encontrados estudos anteriores
com o mesmo objetivo e abordagem, o que permite expor conceitos e fatos
empíricos coletados a partir da pesquisa de campo.

O estudo descritivo, como evidenciado por Gil (2010), objetiva, primordialmente,


descrever as características de uma de determinada população, estabelecendo
relações entre as variáveis envolvidas, identificadas a partir da coleta de dados
realizada com instrumentos significativos, como o questionário. Por conseguinte,
considerou-se a pesquisa descritiva como a mais adequada ao que se pretendeu no
presente estudo, vez que esta permite a identificação de variáveis pertinentes ao
comportamento dos alunos participantes do PROERD nos anos de 2015 e 2016 no
município de Nova Venécia. Para tanto, foram envolvidas na pesquisa de campo as
seguintes escolas:

Quadro 5: Escolas participantes da pesquisa de campo


Fonte: Elaborado pelo autor
Instrumentos Instrumentos
Escola Rede de ensino Endereço
distribuídos devolvidos
EMEF Stanilaw Pública (Zona Rua Projetada, 36 –
75 57
Zucolotto Urbana) Bairro São Francisco
Pública (Zona Rua Boa Vista, 154 –
EMEF Veneciano 110 78
Urbana) Bairro Yolanda
EMEIEF Pública (Zona Rua Vasco da Gama,
40 22
Cedrolândia Rural) Cedrolândia
EEEF Dr. Adalto Pública (Zona Rua Mateus Toscano,
45 32
Santos Urbana) 363 – Bairro Filomena
EMEF Francisco Pública (Zona Rua Principal, S/N -
30 21
Secchim Rural) Interior
EMEF Tito Santos Pública (Zona Rua Duarte, 431 –
120 81
Neves Urbana) Bairro Rúbia
Casa Escola Particular de Rua Sant
Montessoriana A Ensino a Teresa, 142 – Bairro 80 54
Ciranda Fundamental Margareth
TOTAL 500 345
43

O público atendido pelas escolas participantes da pesquisa é bem diversificado,


oriundo de vários bairros, classes sociais distintas, religiões e etnias variadas. Posto
isto, considera-se de bom alvitre delinear que existem escolas envolvidas na
pesquisa que não figuram na relação daquelas atendidas pelo PROERD no período
adrede mencionado, haja vista o fato de que muitos discentes foram localizados em
outras instituições de ensino, o que as levou a serem incluídas como participantes
do estudo. Desta forma, tal ajuste se fez necessário em decorrência de algumas
escolas em que o PROERD foi aplicado atenderem somente até a 5ª Série, no que
com a sua conclusão, os alunos passam a frequentar outras unidades de ensino do
município a partir da 6ª Série. Assim sendo, ocorreu a necessidade de se fazer um
levantamento das escolas em que estes alunos estão matriculados atualmente para
que a pesquisa de campo fosse realizada.

Preliminarmente à efetivação da pesquisa de campo, as escolas, na figura de seus


Diretores, autorizaram a sua realização, assinando o Termo de Autorização de
Pesquisa (Apêndice A). Entrementes, cada instituição de ensino foi visitada,
oportunidade na qual os discentes foram instruídos acerca do propósito da pesquisa
e no tocante à importância do preenchimento do Instrumento de Pesquisa (Apêndice
C) por seus pais, familiares ou responsáveis, os quais deveriam assinar, antes de
responder ao questionário, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(Apêndice B), onde tomariam ciência de que a participação é livre, voluntária e que
todas as informações ali contidas, serão divulgadas em veículos de caráter
científico, no que suas identidades serão tratadas de forma anônima e confidencial.

Com efeito, o instrumento de pesquisa e coleta de dados foi o questionário fechado,


o qual contou com 15 questões de múltipla escolha, abordando vários aspectos
considerados pertinentes ao objetivo da pesquisa. Nesta esteira, o sobredito
instrumento foi aplicado aos pais ou responsáveis pelos alunos atendidos pelo
PROERD no município de Nova Venécia no período de 2015 a 2016. Ao discorrer
sobre o questionário, Gil (2010) destaca que se trata de uma técnica de investigação
que proporciona respostas que servirão de base para testar hipóteses e recolher
informações objetivas sobre uma população específica.
44

Diante disso, para melhor conhecer a realidade e delinear o comportamento dos


alunos, optou-se por analisar, em boa parte das questões, o contexto “antes”,
“durante” e “depois” do PROERD, de modo que se tornasse possível a mensuração
dos seus efeitos no comportamento dos alunos participantes. Assim, cada questão
abordou uma particularidade considerada relevante para o propósito do estudo:

• Questão A: levantamento de quem é o responsável pelo aluno. Considerou-se


importante ter o entendimento mínimo sobre a estrutura familiar do jovem
para finalidades de interpretação comportamental ao longo do estudo;
Questão B: diagnosticou quantos alunos foram atendidos na residência no
período compreendido pelo
• estudo;
• Questão C: averiguou se os jovens participantes do programa podiam ser
considerados, num quadro geral, bons filhos. Aqui, fez a distinção entre antes,
durante e depois, com o desígnio de comparar a repercussão do programa;
• Questão D: abordou como pode ser avaliado o comportamento dos alunos
participantes, com as opções variando entre “excelente”, “ótimo”, “bom”,
“regular” e “ruim”, também analisando os períodos pré-participação,
participação e pós-participação. O intento foi diagnosticar o impacto do
PROERD no comportamento geral do aluno;
• Questão E: avaliou o desempenho escolar sob a ótica do antes, durante e
depois, com as mesmas opções de classificação da questão anterior,
propondo-se a levantar os resultados do programa no empenho dos
participantes frente às suas atividades escolares;
• Questão F: questionou se havia dificuldades em manter o aluno na escola
antes, durante e depois do programa, classificando as condições de
manutenção em “excelente”, “ótimo”, “bom”, “regular” e “ruim”. O escopo
dessa questão foi identificar se havia quaisquer empecilhos para que o aluno
permanecesse na escola e se o programa contribuiu para a mudança desse
quadro;
• Questão G: tratou de averiguar se o aluno já havia relatado ter sido abordado
por alguém oferecendo drogas. Considerou-se importante este aspecto, para
a identificação de quantos alunos foram expostos à situação de pressão para
o uso de drogas;
45

• Questão H: em complemento à questão anterior, foi considerado pertinente


saber onde ocorreu essa abordagem (caso esta tenha ocorrido). Dentre as
opções constavam a casa, o bairro, a escola e os locais de lazer, com o
intuito de identificar o quão próximo do aluno podem estar as drogas;
• Questão I: questionou sobre o comportamento do aluno daquela residência,
classificando-o em “excelente”, “ótimo”, “bom”, “regular” e “ruim” e nos
períodos pré, durante e pós participação. Seu foco foi identificar como o aluno
evoluiu em relação ao comportamento familiar com a sua participação do
PROERD;
• Questão J: questionou como os responsáveis acreditam que o PROERD
contribuiu para a redução do envolvimento dos jovens com as drogas. As
alternativas de resposta entregaram situações pertinentes ao programa, como
forma de averiguar qual aspecto do PROERD mais se destaca na prevenção
do consumo de drogas;
• Questão K: questionou os principais resultados alcançados pelo programa,
destacando a redução da criminalidade e do envolvimento com drogas, a
conscientização dos riscos do envolvimento com drogas, a motivação para
que os jovens assumam a responsabilidade social de combater as drogas, a
aproximação da polícia com a comunidade e a abertura da escola para ser
parceira da polícia no combate às drogas. Essa questão destinou-se a
compreender o ponto de vista dos responsáveis sobre o que foi alcançado
pelo PROERD tanto em relação ao período em que seus filhos participaram
como em todo o período em que o citado programa existe no município,
enfatizando aspectos da prevenção primária;
• Questão L: questionou a eficácia do programa em relação ao comportamento
do aluno, classificando-a como “muito alta”, “alta”, “baixa”, “muito baixa” e
“indiferente”, buscando analisar o impacto do PROERD na vida daquele
aluno;
• Questão M: averiguou se, na opinião do responsável, o PROERD tem
contribuído para combater o envolvimento dos alunos com as drogas e com a
criminalidade, procurando identificar a efetividade do programa, em relação a
esse aspecto, na população estudada;
• Questão N: indagou se o PROERD deve passar por melhorias, procurando
saber se o formato praticado, as lições aplicadas e a dinâmica envolvida no
46

PROERD é considerada satisfatória na opinião dos responsáveis pelos


alunos;
• Questão O: em última análise, os responsáveis foram questionados se o
programa contribuiu efetivamente para a melhoria do comportamento e com o
afastamento das drogas para o aluno daquela residência, avaliando as
consequências de sua participação no PROERD.

Logo, foram distribuídos, no período de 27 de julho a 16 de agosto de 2017, um total


de 500 questionários, entregues aos discentes para que estes os fizessem chegar
aos seus responsáveis, de modo que fossem respondidos e, posteriormente,
devolvidos para apuração dos resultados. Ao final da aplicação da pesquisa de
campo, foram devolvidos 345 questionários, dos quais 5 foram desconsiderados por
terem sido respondidos pelos próprios alunos e outros 6 por estarem completamente
em branco, totalizando 11 descartes.

De acordo com o Quadro 6, o PROERD atendeu quase novecentos alunos no


período susomencionado. A amostra foi calculada considerando os 857 alunos que
passaram pelo PROERD nos anos de 2015 e 2016. Assim sendo, para o cálculo foi
adotado um nível de confiança de 95%, margem de erro de 5% e prevalência de
50,0%. Considerando 10,0% de perda, a amostra foi composta por 320 pais.

Quadro 6: Atendimentos PROERD em Nova Venécia no período de 2015 a 2016


Fonte: Relatórios internos PMES

Nº de alunos atendidos Município


Ano Escola
5º ano 7º ano Total
2015/1 Casa Escola Montessoriana a Ciranda 35 30 65
EMEF São Cristóvão 54 -- 54
EMEF Stanislaw Zucoloto 74 -- 74
EMEF Bairro Altoé 40 -- 40
EMEF Dr. Renato Araújo Maia 48 -- 48
2015/2 EMEIF Regina Alves Dutra 23 30 53 Nova Venécia

EMEIF Cedrolândia 20 24 44
EMEIF Francisco Secchim 26 31 57
EMEF Lourdes Scardini 25 27 52
EMEF Veneciano 32 -- 32
Total de alunos atendidos no ano de 2015 519
47

EMEF Cláudia Barbosa 92 -- 92


EMEF Veneciano 32 -- 32
2016/1 EMEF Lourdes Scardini 25 -- 25
EMEF São Cristóvão 43 -- 43
Nova Venécia
EMEF Stanislaw Zucoloto 60 -- 60
EMEF Osvaldo Sechim 33 -- 33
2016/2 EMEF Cedrolândia 25 -- 25
EMEF Regina Alves Dutra 28 -- 28
Total de alunos atendidos no ano de 2016 338
Total geral de alunos atendidos no período de 2015 a 2016 857

Por fim, as respostas dadas ao questionário de pesquisa foram tabuladas e


convertidas em gráficos com dados absolutos e relativos para demonstrar os
resultados obtidos e assim proporcionar melhor compreensão do fenômeno
estudado por meio de suas respectivas análises. Isto posto, compete salientar que a
tabulação dos dados foi realizada por meio do programa Excel, versão ano 2010; no
que a análise e a interpretação dos resultados serão apresentados no capítulo
seguinte.
48

4 APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS


RESULTADOS

Como forma de responder ao problema de pesquisa e atingir os objetivos


pretendidos, a metodologia de pesquisa adotou o questionário fechado, com uma
amostragem de 320 pais ou responsáveis de alunos participantes do PROERD no
período de 2015 a 2016. Assim, foi distribuído um total de 500 instrumentos de
pesquisa entre as 07 escolas participantes, no período de 27 de julho a 16 de agosto
de 2017.

Ao final da aplicação da pesquisa de campo, foram devolvidos 345 questionários,


dos quais 5 foram desconsiderados por terem sido respondidos pelos próprios
alunos e outros 6 por estarem completamente em branco, totalizando 11 descartes.
Dessa forma, foram considerados para a pesquisa, 334 questionários respondidos.

4.1 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Os dados levantados na pesquisa de campo estão apresentados nessa etapa do


estudo por meio de quadros, com seus valores absolutos e em gráficos, com os
percentuais referentes a cada alternativa de resposta.

Quadro 7: Responsável pelo aluno participante do PROERD


Fonte: Elaborado pelo autor
Quantidades
Alternativa
Respondentes Não respondentes
Pai 47
Mãe 255
Avô 1
11
Avó 5
Outros 15
TOTAL 323

O Quadro 7 evidencia que 47 responsáveis afirmaram que são pais dos alunos
participantes, 255 são mães, 1 é avô, 5 são avós e 15 se declararam como “outros”
que, em sua totalidade, apresentaram-se como tias dos alunos. A essa questão, 11
participantes omitiram suas respostas.
49

Gráfico 2: Responsável pelo aluno participante do PROERD


Fonte: Elaborado pelo autor

A primeira questão do instrumento de pesquisa procurou identificar, conforme


apresentado no Gráfico 2, quem é o responsável pelo aluno participante. Nesta
esteira, considerou-se de bom alvitre o levantamento de tal informação para que
fosse possível erigir uma concepção mais aprofundada acerca da estrutura familiar
do discente. Deste modo, constatou-se que 79% dos respondentes eram
constituídos por “mães”, 15% se tratavam de “pais”, 1% dos responsáveis eram
“avôs” ou “avós” e os 4% restantes foram classificados como “outros”, tendo estes se
declarado como tias dos alunos. Ante esse resultado, observa-se que, no caso dos
alunos atendidos pelo PROERD nesse período, a principal figura envolvida em sua
educação, é a mãe.

Quadro 8: Alunos da residência atendidos pelo PROERD entre 2015 e 2016


Fonte: Elaborado pelo autor

Quantidades
Alternativa
Respondentes Não respondentes
Um 259
Dois 48
Três 00
12
Quatro 00
Mais de quatro 15
TOTAL 322
50

No Quadro 8, constata-se que 259 respondentes ao instrumento de pesquisa,


manifestam que somente 1 filho foi atendido pelo PROERD no período
compreendido pelo estudo. Já 48 deles, destacam que foram atendidos dois alunos
e 15 pessoas relatam que mais de 4 alunos participaram do programa. Nenhum
respondente apontou a participação de três ou quatro alunos no período
mencionado. Neste questionamento, 12 participantes não responderam a essa
questão, sendo a análise pautada em 322 respostas.

Gráfico 3: Alunos da residência atendidos pelo PROERD entre 2015 e 2016


Fonte: Elaborado pelo autor

Dentre os participantes da pesquisa, 80% apontaram que apenas um aluno da


residência foi atendido pelo PROERD no período de 2015 a 2016, enquanto que
15% tiveram “dois” alunos atendidos e 5% declararam que “mais de quatro alunos”
participaram do programa nesse período, como apresentado no Gráfico 3.

Quadro 9: Alunos que podem ser considerados bons filhos


Fonte: Elaborado pelo autor

Quantidades
Alternativas
Respondentes Não respondentes
Antes do PROERD
Sim 318
Não 9 7
TOTAL 327
Durante o PROERD
51

Sim 309
Não 5 20
TOTAL 314
Depois do PROERD
Sim 306
Não 8 20
TOTAL 314

Na opinião de 318 responsáveis, os alunos podem ser considerados bons filhos


antes de sua participação no PROERD, bem como 309 assim os consideram
durante o programa e 306, após sua participação. No entanto, 9 responsáveis
responderam que os alunos não podem ser considerados bons filhos antes de sua
entrada no PROED, 5 durante e 8 após sua participação, como apresenta a Tabela
3. Destaca-se que, a essa indagação, alguns participantes da pesquisa optaram por
não responder, sendo que 7 deles deixaram de analisar o quesito “antes”, 20
optaram por não opinar a respeito do item “durante” e 20 participantes deixaram de
responder sobre o “depois” da participação do aluno no programa.

Gráfico 4: Alunos que podem ser considerados bons filhos


Fonte: Elaborado pelo autor

Na opinião de 97% dos participantes da pesquisa, consoante o Gráfico 4, os alunos


participantes do PROERD podem ser considerados bons filhos “antes” e “depois” do
programa. Esse percentual, contudo, se eleva para 98% “durante” o programa, em
conformidade com a avaliação dos pais que apontaram que 3% dos filhos não
52

podiam ser considerados bons filhos “antes” e “depois” do PROERD. Em


contrapartida, durante sua participação, apenas 2% foram avaliados dessa forma.

Quadro 10: Comportamento geral dos alunos participantes


Fonte: Elaborado pelo autor

Quantidades
Alternativas
Respondentes Não respondentes
Antes do PROERD
Excelente 109
Ótimo 82
Bom 103
3
Regular 34
Ruim 3
TOTAL 331
Durante o PROERD
Excelente 124
Ótimo 113
Bom 81
9
Regular 5
Ruim 2
TOTAL 325
Depois do PROERD
Excelente 145
Ótimo 112
Bom 62
1
Regular 12
Ruim 2
TOTAL 333

O Quadro 10 explicita que 109 responsáveis consideram excelente o


comportamento dos alunos participantes antes do programa, enquanto 124 assim o
qualificam durante o PROERD e 145 após a participação do aluno. Para 82
respondentes, seu comportamento era ótimo antes e para 113 atingiu essa
qualificação durante a participação do aluno no programa, enquanto 112
responsáveis ressaltam que só foi possível atingir esse comportamento, após o
programa. O comportamento “bom”, foi ressaltado por 103 responsáveis antes, por
81 durante e por 62 após a participação do aluno. Na opinião de 34 responsáveis, os
alunos apresentavam comportamento “regular” antes do PROERD, 5 durante e 12
53

após a participação, indicando melhora considerável do comportamento. Apenas 3


responsáveis afirmaram que alunos apresentavam comportamento ruim antes do
programa, 2 durante e 2 depois de sua participação.

Nesse questionamento, 3 respondentes omitiram sua opinião em relação ao


comportamento do aluno antes do PROERD, 9 deles não ponderaram sobre esse
aspecto durante o programa e somente 1 optou por não expressar-se sobre após
participação do aluno.

Gráfico 5: Comportamento geral dos alunos participantes


Fonte: Elaborado pelo autor

Segundo o exposto no Gráfico 5, na avaliação dos participantes da pesquisa, o


comportamento dos alunos em geral antes do PROERD foi avaliado como
“excelente” por 33%, como “ótimo” por 25%, “regular” por 10% e como “ruim” por
apenas 1%. Durante a participação do aluno, contudo, o percentual de avaliação
melhora consideravelmente: 38% foram avaliados como tendo o comportamento
“excelente”, 35% tiveram seu comportamento qualificado como “ótimo”, 25% como
“bom” e 1% como “ruim”.

Com efeito, o Gráfico aponta ainda, que após sua participação, muitos alunos foram
mais bem avaliados por seus responsáveis: 43% deles foram qualificados como
tendo um “excelente” comportamento (contra 33% antes do programa), 34% dos
54

alunos tiveram seu comportamento apontado como “ótimo”, 19% como “bom”,
enquanto 3% foram reputados como “regular” e 1% como “ruim”.

Quadro 11: Desempenho escolar do aluno


Fonte: Elaborado pelo autor
Quantidades
Alternativas
Respondentes Não respondentes
Antes do PROERD
Excelente 108
Ótimo 88
Bom 94
7
Regular 33
Ruim 4
TOTAL 327
Durante o PROERD
Excelente 100
Ótimo 101
Bom 96
16
Regular 21
Ruim 00
TOTAL 318
Depois do PROERD
Excelente 135
Ótimo 86
Bom 92
5
Regular 15
Ruim 1
TOTAL 329

O Quadro 11 evidencia que o desempenho escolar dos alunos ficou assim


delineado: 108 responsáveis asseguraram que era excelente antes do PROERD,
100 afirmaram que era durante e 135, após o programa. Como ótimo, 88
qualificaram antes do programa, 101 durante e 86 depois. O desempenho escolar
dos alunos foi qualificado como bom, antes do PROERD, por 94 dos responsáveis, e
obteve essa mesma qualificação por 96 dos respondentes durante o programa,
sendo que 92 assim o classificaram depois do programa.

Houve ainda, 33 respondentes que classificaram o desempenho escolar do aluno


como regular antes de sua participação no programa, 21 assim o apontaram durante
55

e 15, após. A performance escolar pré PROERD foi também apontada como ruim
por 4 respondentes, enquanto durante o programa, não houve esse tipo de
apontamento e, após, somente 1 responsável o qualificou dessa forma. Posto isto, é
profícuo assinalar que, ao todo, 28 participantes não opinaram nessa questão,
sendo 7 na opção “antes” e 16 na alternativa “durante”, sendo que 5 suprimiram seu
ponto de vista em relação ao “depois” do programa.

Cumpre destacar o aumento do número de alunos que tiveram seu desempenho


escolar classificado como excelente ou ótimo. Ao confrontar os resultados antes do
PROERD com aqueles durante e após a participação dos discentes, nota-se que
muitos deles galgaram os níveis classificatórios, melhorando sua avaliação na
opinião dos pais, o que representa claramente o efeito positivo do programa na vida
escolar desses jovens.

Gráfico 6: Desempenho escolar do aluno


Fonte: Elaborado pelo autor

Ao serem questionados sobre o desempenho escolar dos alunos participantes, seus


responsáveis destacaram que 33% apresentaram “excelente” performance antes do
PROERD, 27% foram avaliados como “ótimo”, 29% tiveram seu desempenho
escolar estimado como “bom”, 10% foram classificados como “regular” e 1% como
“ruim”, assim destacado pelo Gráfico 6.
56

Durante o programa, o desempenho escolar de 31% dos alunos permaneceu


“excelente”, enquanto 32% foram classificados como “ótimo” e 30% mantiveram um
desempenho considerado “bom”. Neste contexto, observou-se que os alunos com
desempenho “regular” foram apenas 7%, sendo que apenas 1% apresentaram
performance “ruim”, denotando que o PROERD reduziu as taxas de alunos com
desempenho abaixo do esperado.

Após sua participação no programa, o percentual de alunos com desempenho


escolar “excelente” foi elevado para 41%, enquanto que 26% foram avaliados como
“ótimo” e 28% apontados como “bom”. Entrementes, apenas 4% dos alunos foram
classificados como “regular”, no que a atuação escolar de 1% foi destacada como
“ruim”.

Em conformidade com o analisado no Quadro 11, os alunos apresentaram


expressiva melhora em seu desempenho escolar durante e após sua participação no
PROERD, ao que muitos deles passaram de regulares e bons, para ótimos e
excelentes.

Quadro 12: Condições para manter o aluno na escola


Fonte: Elaborado pelo autor

Quantidades
Alternativas
Respondentes Não respondentes
Antes do PROERD
Excelente 124
Ótimo 59
Bom 70
52
Regular 23
Ruim 6
TOTAL 282
Durante o PROERD
Excelente 132
Ótimo 74
Bom 53
53
Regular 16
Ruim 4
TOTAL 279
Depois do PROERD
57

Excelente 147
Ótimo 57
Bom 52
56
Regular 16
Ruim 6
TOTAL 278

As condições pré PROERD para manter o aluno na escola, são apontadas como
excelentes por 124 respondentes e durante o programa, por 132. Após do programa,
esse valor se eleva para 147. As condições pré, são apontadas como ótimas por 59
responsáveis, por 74 enquanto o aluno estava no programa e por 57, pós-
participação. Na opinião de 70 pessoas, as condições de manutenção do aluno na
escola podem ser apontadas como boas antes do programa e 53 as consideram
assim, durante, enquanto 52 revelam que foi somente após o PROERD que estas se
mostraram favoráveis.

Alguns responsáveis ressaltam que tais condições são regulares, sendo: 23 antes,
16, durante e 16 depois. E há, inclusive, aqueles que têm condições ruins para
manter os alunos na escola, no que 6 afirmaram que antes do programa essa era
sua realidade, 4 assinalaram que foi durante e 6 é o valor que se repete após a
participação do aluno, como mostra o Quadro 12.

Neste diapasão, tal questionamento apresentou alto índice de participantes que se


reservaram a não respondê-la. Quando questionado sobre as condições para
manter o aluno na escola, 52 dos responsáveis não deram à questão o feedback
solicitado quanto ao antes do PROERD, 53 omitiram sua opinião sobre as
circunstâncias durante o programa e 56 deles não opinaram sobre tais condições
após a participação do aluno.
58

Gráfico 7: Condições para manter o aluno na escola


Fonte: Elaborado pelo autor

As condições para manter o aluno na escola antes de sua participação no PROERD,


retratadas no Gráfico 7, foram identificadas como “excelente” por 44% dos
responsáveis, “ótimo” por 21% deles, “bom” por 25%, “regular” por 8% e “ruim” por
2% dos participantes da pesquisa. Durante o PROERD, tais condições
apresentaram melhora, sendo consideradas “excelente” por 47% dos responsáveis
pelos alunos, ao passo que 27% ponderaram como “ótimo” e 19% como “bom”. As
condições avaliadas como “regular” alcançaram o percentual de 6% e somente 1%
as consideram “ruim”.

Ao término do programa, 53% dos responsáveis afirmaram que as condições para


manter os alunos na escola passaram a ser “excelente”, 20% as analisaram como
“ótimo” e 19% como “bom”. O percentual de 6% para “regular” e 2% para “ruim”
mantiveram-se depois da participação do aluno PROERD.

Quadro 13: Relato de ter sido abordado por alguém oferecendo drogas
Fonte: Elaborado pelo autor

Quantidades
Alternativas
Respondentes Não respondentes
Sim 18
12
Não 304
TOTAL 322
59

O Quadro 13 revela que 18 responsáveis afirmam ja ter ouvido relatos de seus filhos
já terem sido abordados por alguém oferecendo drogas e 304 responderam que não
têm conhecimento desse fato. A essa indagação, somente 12 responsáveis pelos
alunos preferiram não responder.

Gráfico 8: Relato de ter sido abordado por alguém oferecendo drogas


Fonte: Elaborado pelo autor

O Gráfico 8 evidencia que 94% dos participantes da pesquisa afirmaram que os


filhos nunca relataram ter sido abordados por alguém oferecendo drogas. No
entanto, 6% destacaram que seus filhos já passaram por tal situação.

Quadro 14: Local onde foram abordados


Fonte: Elaborado pelo autor

Quantidades
Alternativas
Respondentes Não respondentes
Bairro 9
A caminho da escola 2
No lazer 2
Na escola 3 00
Nas proximidades da escola 2
Em casa 00
TOTAL 18

Dos 18 responsáveis que afirmaram ter conhecimento de seu filho ter sido abordado
por alguém lhe oferecendo drogas, 9 destacam que essa abordagem ocorreu no
60

bairro, 2, a caminho da escola, 2, no lazer, 3, na escola e 2 destacam que foi nas


proximidades da escola. Em casa, entretanto, não houve relatos dessa ação.

Gráfico 9: Local onde foram abordados


Fonte: Elaborado pelo autor

Local em que foram abordados


50%

17%
11% 11% 11%

Bairro Caminho da Lazer Escola Proximidades


escola da escola

Aos responsáveis que responderam “sim” à questão anterior, foi solicitado que
apontassem o local em que seus filhos foram abordados por pessoas lhes
oferecendo drogas. No Gráfico 9, fica evidenciado que 50% deles foram assediados
no “bairro” onde moram e em 11%, essa abordagem ocorreu “a caminho da escola”.
O mesmo percentual se aplica aos casos de oferecimento de drogas nos momentos
de “lazer” e nas “proximidades da escola”, enquanto 17% relataram que a
abordagem ocorreu dentro da “escola”.

Quadro 15: Comportamento do aluno residente


Fonte: Elaborado pelo autor

Quantidades
Alternativas
Respondentes Não respondentes
Antes do PROERD
Excelente 108
Ótimo 84
Bom 111
8
Regular 23
Ruim 00
TOTAL 326
Durante o PROERD
61

Excelente 126
Ótimo 102
Bom 82
15
Regular 9
Ruim 00
TOTAL 319
Depois do PROERD
Excelente 161
Ótimo 79
Bom 71
13
Regular 10
Ruim 00
TOTAL 321

O Quadro 15 traz os resultados encontrados acerca do comportamento dos alunos


da residência participante da pesquisa. Neste sentido, o comportamento dos
discentes é avaliado como excelente na fase pré PROERD por 108 responsáveis,
durante, é assim qualificado por 126 e após, por 161. Antes do programa, 84 alunos
já apresentavam comportamento tido como ótimo por seus responsáveis, número
este que se eleva durante a participação no programa, subindo para 102 e, após, foi
reduzido para 71, porém, o quesito “excelente” apresentou considerável elevação.

Para 111 respondentes, os alunos já apresentavam bom comportamento antes de


participarem do programa e 82 foram assim qualificados durante sua participação,
enquanto 71 foram apontados como bons, após o PROERD. O padrão
comportamental classificado como “regular”, iniciou-se com 23 alunos antes do
PROERD, sendo reduzido para 9, durante e ficando em 10, após o programa. Isto
posto, insta salientar que não houve alunos com comportamento apontado como
ruim.
62

Gráfico 10: Comportamento do aluno residente


Fonte: Elaborado pelo autor

Ao serem questionados especificamente sobre o comportamento dos alunos


daquela residência, conforme infere o Gráfico 10, os respondentes elencaram que,
antes de sua participação no PROERD, 33% dos discentes apresentavam um
comportamento qualificável como “excelente” e na opinião de 26%, este era
considerado “ótimo”. Em contrapeso, para 34%, os alunos tinham um
comportamento “bom” e na opinião de 7%, este era “regular”.

Durante o programa, 39% deles foram taxados como tendo o comportamento


“excelente”, no que 32% foram qualificados como “ótimo”, 25% foram relacionados
como tendo um “bom” comportamento e 3% como “regular”. Todavia, após a
participação no PROERD, a avaliação de comportamento “excelente” subiu para
50%, demonstrando a influência positiva do programa no aspecto comportamental.
Por conseguinte, o cotejamento dos resultados permite constatar uma redução para
25% dos discentes que tiveram o comportamento avaliado como “ótimo” e de 22%
para os qualificados como “bom”, mantendo-se estável em 3% os classificados como
“regular”.

Por fim, conquanto tenham ocorrido 36 omissões de respostas a esse


questionamento, a representação gráfica adrede mencionada conduz à constatação
de que o PROERD contribuiu efetivamente para a melhoria do comportamento dos
63

jovens submetidos ao programa. Com efeito, tal assertiva se torna evidente ao ser
apurado que o índice “excelente” se elevou em 17%, validando que os jovens antes
classificados como ótimos, bons ou regulares apresentaram alterações
comportamentais consideráveis, segundo a avaliação de seus responsáveis.

Quadro 16: Forma como o PROERD contribui para a redução do envolvimento com drogas
Fonte: Elaborado pelo autor

Quantidades
Alternativas
Respondentes Não respondentes
Através da prevenção e
160
conscientização
Por meio da informação
37
sistematizada
Por intermédio da formação
9
cidadã dos alunos
13
Através do diálogo estabelecido
121
entre polícia e comunidade
Por meio da demonstração da
responsabilidade social 41
assumida pela polícia
TOTAL 368

Como exposto pelo Quadro 16, 160 responsáveis consideram que o PROERD
contribui para a redução do envolvimento com drogas através da prevenção e
conscientização promovidas pelo programa, enquanto 37 apontam que é por meio
da informação sistematizada oferecida aos alunos, já 9 acreditam ser por intermédio
da formação cidadã dos alunos e 121, através do diálogo estabelecido entre polícia
e comunidade. Outrossim, para 41 dos participantes da pesquisa, a maior
contribuição do programa é por meio da demonstração da responsabilidade social
assumida pela polícia.

Ante o exposto, conquanto nesta questão os participantes tenham sido convidados a


apontar apenas um dos motivos relacionados como alternativas, muitos deles
marcaram mais de um, totalizando 368 respostas e 13 optaram por não destacar
nenhuma das opções. Diante disso, compreendendo a importância dessa
percepção, todas as respostas foram consideradas para a elaboração dos
percentuais, o que permitiu constatar que, em conformidade com o principal objetivo
do PROERD, que consiste em aliar esforços da Polícia Militar, das famílias e das
64

escolas na prevenção e combate ao consumo de drogas por jovens e adolescentes,


o resultado da pesquisa também apontou que essa é sua maior contribuição para
afastar os jovens das drogas.

Gráfico 11: Forma como o PROERD contribui para a redução do envolvimento com drogas
Fonte: Elaborado pelo autor

Opção 1: Através da prevenção e conscientização


Opção 2: Por meio da informação sistematizada
Opção 3: Por intermédio da formação cidadã dos alunos
Opção 4: Através do diálogo estabelecido entre polícia e comunidades
Opção 5: Por meio da demonstração da responsabilidade social assumida pela polícia

Dentre os participantes da pesquisa, consoante o Gráfico 11, na concepção de 44%,


o PROERD contribui para a redução do envolvimento com drogas por promover a
prevenção e a conscientização, enquanto 10% acreditam que é por meio da
informação sistematizada, a qual os alunos não teriam acesso sem o programa. Na
opinião de 2%, o programa contribui pelo intermédio da formação cidadã dos alunos,
ao passo que 33% acreditam que seja o diálogo estabelecido entre polícia e
comunidade e a aproximação resultante deste que mais favoreça a redução do
envolvimento com drogas. Por fim, para 11%, a demonstração da responsabilidade
social assumida pela polícia é o fator mais preponderante nessa contribuição.
65

Quadro 17: Principais resultados alcançados pelo PROERD


Fonte: Elaborado pelo autor

Quantidades
Alternativas
Respondentes Não respondentes
Redução da criminalidade e
102
delinquência juvenil
Redução do envolvimento e/ou
consumo de drogas entre os 138
jovens
Conscientização dos riscos e
das consequências do consumo 229
de drogas
12
Motivação para os jovens
assumirem a responsabilidade 164
social de combater as drogas
Aproximação com a comunidade 87
Abertura da escola para
combater as drogas em parceria 187
com a polícia
TOTAL 907

Quando questionados sobre os resultados alcançados pelo PROERD, 102


responsáveis acreditam que seja a redução da criminalidade e da delinquência
juvenil mas, para 138 deles, é a redução do envolvimento e consumo de drogas
pelos jovens, como apresentado no Quadro 17. É exposto ainda, que 229
participantes da pesquisa relatam que a conscientização dos jovens para os riscos e
as consequências das drogas, é o principal resultado alcançado pelo programa e na
concepção de 164 pais/responsáveis, é a motivação oferecida para que os jovens
assumam a responsabilidade social de combater as drogas. Não obstante, a
aproximação da polícia com a comunidade é citada por 87 respondentes e a
abertura da escola para combater as drogas em parceria com a polícia, é
mencionada por 187 pessoas.

Posto isto, insta assinalar que o instrumento de pesquisa solicitou aos participantes
que marcassem até 3 opções dentre as alternativas elencadas. Deste modo, muitos
dos pesquisados apontaram mais que a quantidade sugerida, perfazendo um total
de 907 respostas, todas consideradas relevantes para a pesquisa. Ao final, o cotejo
dos instrumentos averiguou que 12 deles apresentaram essa questão em branco.
66

Gráfico 12: Principais resultados alcançados pelo PROERD


Fonte: Elaborado pelo autor

Opção 1: Redução da criminalidade e delinquência juvenil


Opção 2: Redução do envolvimento e/ou consumo de drogas entre os jovens
Opção 3: Conscientização dos riscos e das consequências do consumo de drogas
Opção 4: Motivação para os jovens assumirem a responsabilidade social de combater as drogas
Opção 5: Aproximação com a comunidade
Opção 6: Abertura da escola para combater as drogas em parceria com a polícia

Os participantes da pesquisa foram convidados a apontar quais os principais


resultados alcançados pelo PROERD, questão na qual poderiam mencionar até três
opções dentre as disponíveis. No Gráfico 12, constata-se que 11% avaliam que a
redução da criminalidade e da delinquência juvenil é o principal corolário do
programa; no que para 15%, sua maior consequência é a redução do envolvimento
e/ou consumo de drogas entre jovens. Em contrapartida, a opção mais alvitrada
pelos respondentes, totalizando 25%, infere como efeito mais notório a
conscientização dos jovens para os riscos e as consequências do envolvimento com
as drogas, o que favorece suas decisões ante esta realidade.

Entrementes, foi indicado por 18% como principal repercussão do PROERD a


motivação para os que os jovens assumam sua responsabilidade social, fazendo
frente no combate às drogas, em parceria com a polícia. No ponto de vista de 10%,
seu maior feito é a aproximação da polícia com a comunidade; sendo que para 21%
sua principal contribuição se subsume na abertura da escola para o combate às
drogas em parceria com a polícia.
67

Quadro 18: Avaliação da eficácia do PROERD


Fonte: Elaborado pelo autor

Quantidades
Alternativas
Respondentes Não respondentes
Muito alta 119
Alta 176
Baixa 7
27
Muito baixa 00
Indiferente 5
TOTAL 307

De acordo com o que expõe o Quadro 18, a eficácia do PROERD foi avaliada como
muito alta por 119 participantes da pesquisa, como alta por 176 deles e baixa por
apenas 7. Nenhum respondente, entretanto, qualificou a eficácia do programa como
muito baixa e somente 5 se manifestaram como indiferentes a este levantamento.
Por fim, a esta questão, responderam 307 pessoas, existindo ainda 27 abstenções.

Gráfico 13: Avaliação da eficácia do PROERD


Fonte: Elaborado pelo autor

O PROERD tem sua eficácia avaliada como “muito alta” por 39% dos participantes,
ao passo que 57% a apreciam como “alta”, 3% como “baixa” e 1% são “indiferentes”
ao programa, consoante o Gráfico 13.
68

Quadro 19: Contribuição do PROERD no combate às drogas e à criminalidade


Fonte: Elaborado pelo autor

Quantidades
Alternativas
Respondentes Não respondentes
Sim 309
Não 11 14
TOTAL 320

O PROERD contribui para o combate às drogas e à criminalidade, como consta no


Quadro 19, na opinião de 309 participantes da pesquisa, enquanto, para 11, não há
efetiva contribuição nesse sentido; no que responderam a esta pergunta 320
participantes, havendo, portanto, 14 que abdicaram à resposta.

Gráfico 14: Contribuição do PROERD no combate às drogas e à criminalidade


Fonte: Elaborado pelo autor

A análise do Gráfico 14 permite averiguar que, ao serem questionados sobre a


contribuição do PROERD no combate às drogas e à criminalidade, 97% dos
participantes responderam “sim”, afirmando sua importância nesse aspecto. Em
contrapartida, somente 3% julgaram que o programa não contribui para essa
questão.
69

Quadro 20: Necessidade de melhorias no programa


Fonte: Elaborado pelo autor

Quantidades
Alternativas
Respondentes Não respondentes
Sim 273
Não 43 18
TOTAL 316

Nos dados expostos pelo Quadro 20, é possível constatar que 273 responsáveis
pelos alunos, consideram que o PROERD deve passar por melhorias e para 43
deles, não se faz necessária nenhuma alteração no programa; no que apenas 18
participantes não responderam a esta questão.

Gráfico 15: Necessidade de melhorias no programa


Fonte: Elaborado pelo autor

O PROERD, na avaliação de 86% dos participantes, necessita de melhorias e


adequações, enquanto 14% consideram não ser necessário, como destacado pelo
Gráfico 15.
70

Quadro 21: Contribuição efetiva do PROERD para melhorar o comportamento e afastamento das
drogas e criminalidade
Fonte: Elaborado pelo autor

Quantidades
Alternativas
Respondentes Não respondentes
Sim 313
Não 9 12
TOTAL 322

Conforme dados contidos no Quadro 21, na opinião de 313 participantes da


pesquisa, o PROERD contribui efetivamente para a melhoria do comportamento dos
jovens e seu consequente afastamento das drogas e da criminalidade. Somente 9
pais/responsáveis acreditam que o programa não oferece tal contribuição. Nesta
esteira, ressalta-se que a presente questão foi respondida por 322 participantes,
havendo somente 12 desistências.

Gráfico 16: Contribuição efetiva do PROERD para melhorar o comportamento e afastamento das
drogas e criminalidade
Fonte: Elaborado pelo autor

O Gráfico 16 expõe que 97% dos respondentes acreditam que o PROERD contribui
efetivamente para a melhora do comportamento e para o afastamento das drogas e
da criminalidade; ao passo que apenas 3% ajuízam que o programa não auxilia no
enfrentamento ao problema susomencionado.
71

4.2 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

As drogas, de maneira geral, representam um dos maiores problemas enfrentados


pela sociedade moderna. Os jovens, por enfrentarem dificuldades e problemas
inerentes à sua idade e período de desenvolvimento, tornam-se um público
vulnerável, sobretudo, se houver condições propícias para o envolvimento e o
consumo de drogas, tanto lícitas quanto ilícitas.

Nesta esteira, a estrutura familiar tem grande impacto na formação do jovem e do


adolescente, uma vez que, por ser uma fase de desenvolvimento mental, exsurgem
muitas dúvidas e incertezas, além do desejo de viver novas experiências e, muitas
vezes, de adotar comportamentos e posturas desafiantes em relação às regras de
comportamento. Por conseguinte, este público é mais suscetível a ceder à pressões
de colegas, conhecidos e até mesmo de pessoas desconhecidas. Dessarte o
exposto, a presença dos pais é apontada por diversos estudos como base para a
consolidação de valores essenciais à formação do caráter e para a orientação social
adequada dos jovens, o que contribui fortemente para mantê-los longe das drogas
ou, pelo menos, fazê-los refletir antes de tomar a decisão equivocada de usá-las.

Assim sendo, a presença da família na vida do jovem é de fundamental importância,


como apontaram as pesquisas conduzidas por Baptista e Teodoro (2012) e Neufeld
(2017). A primeira identificou que a afronta aos familiares é uma das grandes
motivações para que os jovens consumam drogas, enquanto a segunda desvelou
que o ambiente familiar influencia fortemente a formação individual desse público, e
os mais propensos a se envolver com drogas são aqueles que recebem pouco afeto
dos pais, principalmente da mãe e aqueles que têm os pais ou responsáveis
usuários de drogas, servindo de modelo comportamental. A educação permissiva ou
de muita severidade também figuram como fatores que impactam na decisão de
usar drogas, denotando a interferência dessas pessoas no desenvolvimento dos
jovens e em suas ações.

De maneira geral, jovens que apresentam boa conduta como filhos tendem a
expandir para suas decisões cotidianas os valores aprendidos com os pais, de modo
que suas reflexões sobre as pressões e as tentações diárias que se apresentam
72

nessa fase da vida são orientadas pelos princípios internalizados no seio da família.
Assim sendo, foi possível observar que o percentual de jovens que podem ser
considerados bons filhos é muito elevado, havendo uma pequena elevação durante
sua participação no programa, caracterizando o efeito positivo da presença do aluno
no PROERD.

Nestes termos, os Artigos 24 e 25 da Portaria nº 346-R, de 16 de abril de 2003,


alterada pela Portaria 418-R, de 22 de junho de 2006, ressaltam que o PROERD
deve envolver os alunos, os pais e o corpo docente das escolas participantes, além
promover e incentivar a proximidade entre polícia e comunidade escolar. Portanto,
ao adotar esta forma de funcionamento, o programa favorece a discussão entre pais,
filhos e escola, abordando as drogas dentro e fora do ambiente acadêmico.
Possivelmente, sem a abordagem em questão, muitas famílias não suscitariam este
debate, o que privaria os jovens de uma série de informações e análises concretas
no tocante a realidade por trás das substâncias entorpecentes.

Posto isto, é comum o comportamento do jovem ser criticado e até mesmo


considerado equivocado em diversos aspectos. Entretanto, a pesquisa apontou que,
de modo geral, os alunos participantes do PROERD no período de 2015 a 2016
tiveram seu comportamento avaliado de forma positiva, havendo considerável
evolução após a sua participação, com muitos alunos apontados como bons,
passando a ser considerados excelentes e ótimos. Neste diapasão, em sua grade
curricular, o programa não aborda somente a questão das drogas, possuindo ainda
durante as aulas o condão de consolidar regras de convivência social, estimulando
nos discentes a reflexão acerca dos seus direitos e deveres no exercício da
cidadania.

Entrementes, foi possível constatar um considerável progresso no desempenho


escolar dos alunos durante e após sua participação no programa. A sistemática das
lições do PROERD contribui para a dedicação do discente e sua assertividade em
relação às tarefas assumidas e às decisões tomadas. Conquanto a temática se
concentre em torno das drogas, há muitos momentos das lições em que os alunos
são estimulados a assumir uma postura de autoestima e de apreço em relação a si
mesmos, postura essa que é incentivada no trato com as pressões que possam
73

surgir para o uso de drogas, mas que pode ser perfeitamente aplicada à vida
escolar, a qual passa a ser encarada como um fator relevante para seu futuro, de
modo a incentivá-los a melhorar seu empenho.

Nesta esteira, sabe-se que o Brasil enfrenta sérios problemas com a evasão escolar
e, manter o aluno na escola nem sempre é fácil por uma série de fatores. Assim, é
preciso considerar que os jovens que permanecem na escola têm mais propensão a
se manterem afastados das drogas, uma vez que o ambiente escolar ocupa o aluno,
o qual é monitorado pela equipe escolar, mantendo-o, sobretudo, ao longo de uma
considerável parte do dia, longe das ruas, onde a abordagem para o uso de drogas
é substancialmente maior.

Desta maneira, embora a maioria dos participantes tenha ressaltado que não tem
dificuldades para manter os alunos na escola, 2% relataram ter dificuldades
classificadas como “ruim” antes do envolvimento com o programa. Durante a
participação do aluno, esse índice foi reduzido para 1%, voltando à casa dos 2% ao
seu término. Todavia, as condições para manter o aluno na escola antes
classificadas como “ótimas”, “boas” e “regulares” foram reduzidas e passaram à
condição de “excelente”, demonstrando que o PROERD exerce boa influência nos
alunos, a qual se estende para aspectos de sua vida e de seu comportamento para
além da prevenção ao uso de drogas.

Na busca pela construção de sua identidade, o jovem depara-se com uma série de
desafios, alguns inerentes ao seu desenvolvimento físico e psíquico e outros,
relacionados ao ambiente em que está inserido. Diehl e Figlie (2014) elucidam que a
população jovem absorve com mais facilidade os valores e as crenças presentes na
realidade dos grupos em que está inserida, incorporando atitudes e comportamentos
à sua personalidade e, esse fato, aplica-se também às drogas. Em cenários onde as
drogas são aceitas ou toleradas, seu oferecimento passará a ser parte do cotidiano
do jovem, facilitando sua aceitação e consequente consumo.

O comércio de drogas possui grande capilaridade, fazendo-se presente,


basicamente, em todos os locais. Assim, independente do ambiente em que o aluno
for abordado, o PROERD busca fortalecer comportamentos para rejeitá-las,
74

concentrando esforços para que o jovem olhe além do contexto vivenciado no


momento da abordagem. Com efeito, as lições do programa abordam propagandas
que expõem certas drogas como sendo aceitáveis, ensinam e reforçam atitudes e
respostas assertivas para recusar esse tipo de abordagem, contribuem para o
desenvolvimento de comportamentos que mantenham o aluno firme no propósito de
não usar drogas, além de ensinar sobre os efeitos que cada tipo de droga tem no
cérebro e as implicações de seu uso para a saúde e para a vida, enfatizando as
consequências nocivas para o seu futuro; inserindo em tal abordagem não somente
as drogas ilícitas, mas também o álcool e o tabaco.

No contexto atual, manter os jovens longe das drogas é um desafio constante, haja
vista o fato de que existem muitas formas de acesso a diferentes tipos de
substâncias. É consenso que haverá casos no qual determinados jovens cederão ao
consumo de drogas. Portanto, ao fornecer conhecimento do impacto dessa decisão
para seu futuro, o PROERD assume a missão precípua de manter afastados das
drogas aqueles alunos que já têm incorporados aos seus valores e atitudes, essa
consciência. Destarte, o foco do programa não é recuperar jovens que,
eventualmente, já tenham algum tipo de envolvimento com drogas, e sim, reforçar
para os demais a importância de se manter firme no propósito de não ceder às
pressões que os conduzam ao uso de entorpecentes.

Diehl e Figlie (2014) apontam que os jovens enfrentam situações particularmente


desafiadoras do seu ponto de vista. A construção de sua imagem social, as
mudanças corporais, as alterações de humor, as cobranças, a necessidade de ser
aceito pelos colegas, as influências diversas dos amigos, o contexto escolar, enfim,
todos os fatores de influência que devem ser administrados impactam seu
comportamento. Por consequinte, a orientação que o jovem recebe e as atitudes e
comportamentos tidos como aceitáveis, terão forte influência em suas decisões, o
que refletirá em sua conduta dentro e fora de casa.

A prevenção primária realizada pelo PROERD, através de lições claras e dinâmicas,


instrui o aluno a resistir às situações de influência ou pressão para que este use
drogas lícitas ou ilícitas. Cediço que o uso de drogas é a porta de entrada para a
criminalidade em diversos casos, fazendo da prevenção de seu consumo uma
75

importante ferramenta para afastar os jovens, também, do mundo do crime.


Somadas à conscientização e à prevenção, elencadas como maior contribuição do
programa, a informação sistematizada, a formação cidadã dos alunos, o diálogo
estabelecido entre polícia e comunidade e a aproximação resultante, além da
demonstração da responsabilidade social assumida pela polícia fazem do PROERD
uma ferramenta essencial para acautelar os jovens em relação ao uso de drogas,
uma vez que este suscita discussões que poderiam não ser realizadas com tanta
profundidade e conhecimento se não fosse pela existência do programa.

Assim sendo, constatou-se que o maior resultado alcançado pelo programa decorre
de tal contribuição, ao favorecer suas decisões frente às situações de pressão para
consumi-las. Aqui, é possível tecer um paralelo com o papel desempenhado pelo
Instrutor dentro e fora da sala de aula, ao realizar a prevenção primária e a
secundária. Na primeira, este atua como facilitador da aprendizagem dos alunos em
relação a comportamentos que reforcem respostas assertivas para que estes sejam
refratários ao uso de drogas com veemência, o que também resulta na prevenção da
violência e da criminalidade.

Em contrapeso, na prevenção secundária, ao executar a atividade de policiamento


ostensivo fardado e de preservação da ordem pública, o Instrutor opera na
promoção dos direitos humanos e no exercício da cidadania, trabalhando para
fortalecer os vínculos sociais entre polícia, família e escola, compartilhando entre
estes atores a responsabilidade de orientar os jovens para mantê-los afastados das
drogas. Nesta interação, o policial militar figura como o ponto de ligação entre duas
agências de controle social que precisam efetivamente trabalhar juntas para auxiliar
o jovem na luta contra as drogas, qual seja, a família e a escola, concretizando
assim, a polícia de proximidade.

A metodologia do PROERD, ao basear-se na prevenção primária e ter como pilar de


sustentação a interação entre a família, a escola e a Polícia Militar, cria um contexto
de orientação ampla aos alunos. Em casa, os pais, familiares ou responsáveis,
poderão debater sobre as drogas em sua plenitude, com base em informações
concretas fornecidas pelo programa. Na escola, junto com o instrutor, os alunos
adquirem conhecimentos sistematizados para aprender a lidar com o cenário em
76

que as drogas chegam até estes, muitas das vezes, disfarçadas como um recurso
de diversão e prazer.

Neste diapasão, a forma como se dá a instrução e a formação dos alunos dentro da


escola desperta seu interesse para esse assunto, não no sentido da curiosidade
relacionada à experiência de provar a substância psicotrópica, o que impelem muitos
jovens a ingressarem no deletério mundo das drogas por não possuírem a
informação e a orientação correta, mas sim, o interesse em aprender mais sobre o
universo dos entorpecentes, seus efeitos e suas consequências, preparando-se,
assim, para ter comportamentos assertivos e rejeitá-los. Deste modo, é profícuo
asseverar que a eficácia do PROERD, reconhecida pelos participantes da pesquisa,
deve-se ao fato de que família, polícia e escola trabalham juntas, promovendo o
diálogo e disseminando o conhecimento correto para os jovens.

Indubitavelmente, a criminalidade é um dos efeitos colaterais mais reconhecidos do


uso de drogas, que abrangem desde os pequenos delitos até os crimes de natureza
hedionda. Assim, não seria desidioso reconhecer que os usuários de drogas
contribuem significativamente para o aumento das estatísticas criminais do País.
Entretanto, o PROERD, por contribuir com o afastamento dos jovens do mundo das
drogas, conforme o apresentado no Gráfico 10, e como um programa altamente
eficaz, o que fora atestado no Gráfico 12, produz um “efeito colateral” positivo ao
afastar os jovens da criminalidade decorrente do consumo, sobretudo o abusivo, de
substâncias lícitas e ilícitas.

Para assegurar sua eficácia, a metodologia do PROERD é baseada no Drug Abuse


Resistence Education (D.A.R.E), programa americano de conscientização para o
combate e a prevenção do uso de drogas. Com vistas a torná-lo mais eficaz, há
adaptações à realidade local, porém, sempre seguindo a grade curricular do D.A.R.E
América, órgão que deve autorizar as adaptações e alterações realizadas, com o
intuito de não haver descaracterização do propósito do programa.

Em função disso, somente com a autorização expressa do D.A.R.E é possível


realizar quaisquer modificações no PROERD. Neste sentido, seu currículo
contempla 10 lições tanto para o 5º quanto para o 7º ano, influenciadas por teorias
77

educacionais consideradas importantes para dinamizar e tornar mais eficaz o seu


método de ensino e de abordagem à prevenção do uso de drogas e à violência.
Posto isto, é imperioso ressaltar que o programa, por meio do D.A.R.E América e
com a contribuição de todos os seus parceiros, dentre os quais as Polícias Militares
Brasileiras, é submetido periodicamente a um processo de reavaliação, com o
escopo de aprimorar o seu currículo e potencializar os seus resultados.

Por todo o exposto, a efetividade do PROERD se concretiza pelo fato do programa


focar-se na prevenção do uso de drogas e no enfrentamento à violência e à
criminalidade, junto aos jovens que não tiveram contato com substâncias viciantes.
Com efeito, sua proposta é comportamental e se associa ao conhecimento, assim
como a símbolos morais e cívicos que fortalecem a autoestima do seu público-alvo,
ensinando-os a controlar as tensões, a resistir às pressões e influências negativas, a
agir com assertividade e a ter autocontrole diante do oferecimento de drogas,
criando e incorporando ao seu comportamento as habilidades necessárias para
rechaçar qualquer tipo de substância que venha a provocar dependência.
78

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo foi realizado com o escopo de identificar qual a influência do


PROERD no comportamento dos alunos das escolas atendidas pelo programa nos
anos de 2015 e 2016 em Nova Venécia. Ao averiguar que o comportamento dos
alunos apresentou melhorias tanto em termos gerais quanto individuais, confirmou-
se a hipótese de estudo, a qual presumiu que o PROERD influenciou positivamente
na mudança de comportamento dos discentes participantes.

Com efeito, a acurada análise da pesquisa de campo conduz à constatação de que,


de maneira expressiva, os alunos apresentaram melhora comportamental com sua
participação no PROERD, dado que a classificação excelente apresentou
crescimento de 10% (antes da participação era de 33%) e o quesito ótimo obteve
acréscimo de 9% (antes, era de 25%), enquanto as demais classificações (bom,
regular e ruim) apresentaram redução significativa, apontando a boa influência do
programa nesse aspecto. Entrementes, quando o comportamento dos alunos da
residência participante da pesquisa é avaliado individualmente, essa mudança é
ainda mais representativa, vez que após a participação do aluno, o crescimento da
classificação excelente apresentou um crescimento de 17% (era de 33% antes do
PROERD). Em contrapeso, as demais avaliações (ótimo, bom e regular),
invariavelmente, sofreram decréscimos após os participantes concluírem o
programa.

Ademais, o PROERD volta-se para o estabelecimento da proximidade com o jovem,


dialogando abertamente sobre as drogas e com informações reais, baseadas em
casos estudados e analisados cientificamente, embasando sua metodologia em
diversas áreas do conhecimento. Neste contexto, o programa revela-se tanto como
uma ferramenta de prevenção primária quanto como um instrumento de marketing
corporativo, rompendo com o arquétipo erigido pelo imaginário de uma expressiva
parcela da população de que a polícia é truculenta, violadora de direitos e
inacessível, e consequentemente, impelindo o público a reavaliar seu pensamento
no que se refere à instituição, que passa a ser considerada uma polícia garantidora
dos direitos civis, de fácil acesso e disposta a estreitar seus laços com a população.
79

Além de impactar positivamente o comportamento dos alunos, o PROERD produziu


outros resultados positivos no município de Nova Venécia no período de 2015 a
2016. Neste diapasão, fora demonstrado que o desempenho escolar dos alunos
melhorou de forma expressiva, saltando de 33% para 41% na classificação
excelente, no comparativo entre antes e depois do programa. Fato este, que se
repete nas condições para manter os alunos na escola, a qual se elevou, na
qualificação excelente, de 44% para 53%.

Averiguou-se, ainda, que 25% dos pais ou responsáveis considera que o PROERD
tem como principal resultado a conscientização dos riscos e das consequências do
consumo de drogas. Assim, a eficácia do programa foi avaliada como alta por 57%
dos participantes da pesquisa e 97% deles afirmou que o programa contribui para o
combate às drogas e à criminalidade.

No que se refere à forma como o PROERD contribui para a redução do


envolvimento com as drogas, 44% dos participantes da pesquisa citam que é
através da prevenção e conscientização, mas para 33% é por meio do diálogo
estabelecido entre polícia e comunidades e 11% apontam que é com a
demonstração da responsabilidade social assumida pela polícia.

Por fim, é profícuo ressaltar que o presente estudo não teve a pretensão de esgotar
o tema abordado, sendo oportuno que estudos futuros abordem outros aspectos
relacionados ao PROERD, sobretudo, confrontando realidades distintas, opiniões e
percepções dos públicos envolvidos (polícia, escola e família), bem como tecendo
um panorama de seus resultados em longo prazo, abrangendo, inclusive, gerações
diferentes.
80

REFERÊNCIAS
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liberdade: o que acontece no uso novido de álcool e drogas ilícitas. São Paulo: CIA
do E-book, 2016.

2 ANDRADE, Maria Margarida. Introdução à metodologia do trabalho científico.


5. ed. São Paulo: Atlas, 2001.

3 ARAÚJO FILHO, Walter Francisco de. Patrulha Escolar Comunitária:


experiência da 4ª CIA do 4º BPM. Trabalho de Conclusão de Curso. Vitória: UNIVIX,
2013.

4 BAPTISTA, Makilim Nunes; TEODORO, Maycoln L. M. Psicologia de família:


teoria, avaliação e intervenção. Porto Alegre: Artmed, 2012.

5 BAYLEY, David H. Padrões de policiamento: uma análise internacional


comparativa. Tradução de René Alexandre Belmonte. São Paulo: USP, 2006.

6 BRASIL. Conselho Nacional Antidrogas. Resolução Nº3/GSIPR/CH/CONAD,


de 27 de outubro de 2005. Disponível em:
<http://www.obid.senad.gov.br/portais/OBID/biblioteca/documentos/Legislacao/3269
79.pdf> Acesso em: 13 jan. 2015.

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SENASP, 2008.

8 BORTOLUZZI, Karina de Jesus. Programa educacional de resistência às


drogas e a imagem institucional da Polícia Militar do Espírito Santo. Trabalho
de Conclusão de Curso. Cariacica: 2016.

9 BRITTO, Rubens; BRITTO, Olaíde Lemes de. Drogas: o mal do século XXI. São
Paulo: Revolução E-book, 2014.

10 CAIRES, J. R. Comentários ao Estatuto Geral das Guardas Municipais. São


Paulo: CIA do E-book, 2016.

11 CHIAVENATO, Idalberto. Comportamento organizacional. 2. ed. São Paulo:


Campus, 2005.

12 COSTA, Paulo Marks de Araújo; SILVA, Talita Stefany da. Drogas: lícitas e
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13 DIEHL, Alessandra; FIGLIE, Neliana Buzi. Prevenção ao uso de álcool e


drogas: o que cada um de nós pode e deve fazer? Porto Alegre: Artmed, 2014.

14 ESPÍRITO SANTO, Polícia Militar. Relatório PROERD 2012. Vitória, PMES:


2012.
81

15 _____, (PM ES - Seção de Prevenção Ativa – DDHPC). Relatório Interno.


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16 _____, Relatório PROERD 2014. Vitória, PMES: 2014.

17 _____, Relatório PROERD 2015. Vitória, PMES: 2015.

18 _____, Relatório PROERD 2016. Vitória, PMES: 2016.

19 _____, Plano Estratégico da PMES 2016-2019. Vitória: Preview, 2016.

20 _____, Relatório PROERD 2014 Capitão Valc Angelo Rufino. Vitória, PMES,
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21 _____, Boas práticas em Polícia de Proximidade: Programa Educacional de


Resistência às Drogas – PROERD. 2014. Disponível em:
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22 _____, Polícia Interativa: parâmetros. 2014. Disponível em:


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2003. Institui o PROERD (Programa Educacional de Resistência às Drogas e à
Violência) e o normatiza na Polícia Militar do Espírito. 2003. Disponível em:
<www.pm.es.gov.br/download/policiainterativa/portaria_346_r_2003.pdf>. Acesso
em: 14 jan. 2015.

25 _____. Comando Geral da Polícia Militar. Portaria nº 418-R de 22 de junho de


2006. Altera a Portaria nº 346-R de 16 de abril de 2003. Vitória: PMES, 2017.

26 FERRÃO, Romário Gava. Metodologia científica para iniciantes em pesquisa.


2. ed. Vitória: INCAPER, 2005.

27 FANCISCON, Marcelo Jorge. A importância do registro digital das


ocorrências policiais militares. São Paulo: Clube de Autores, 2009.

28 FLACSO BRASIL. Consumo de bebidas alcoólicas no Brasil: relatório de


pesquisa. Rio de Janeiro: Flacso, 2012.

29 GERAHARD, Nádia. Patrulha Maria da Penha: o impacto da ação da polícia


militar no enfrentamento da violência doméstica. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2014.

30 GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo:
Atlas, 2010.
82

31 GREENE, Jack R. Administração do trabalho policial: questões e análises.


Tradução: Ana Luísa Amêndola Pinheiro. São Paulo: USP, 2007.

32 LIMA, Lincoln de Oliveira; NASSARO, Adilson Luis Franco. Estratégias de


policiamento preventivo: com base no programa “Indiferença Zero”, uma boa
experiência de polícia. São Paulo: Triunfal Gráfica e Editora, 2011.

33 MACIEL, Vitor. Estudo inédito aponta que 18,5% dos adolescentes


experimentam cigarro. 2016. Disponível em:
<http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/cidadao/principal/agencia-saude/23911-
estudo-inedito-aponta-que-18-5-dos-adolescentes-experimentam-cigarro>. Acesso
em: 27 ago. de 2017.

34 MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. Tradução de Edson Bini. 12. ed. São Paulo:
Hemus, 1996.

35 MONTEIRO, Millena Fontoura. O policiamento comunitário como alternativa à


democratização da polícia. 2005. 250 f. Tese de Mestrado em Direito.
Universidade Candido Mendes, Rio de Janeiro. 2005. Disponível em:
<dominiopublico.mec.gov.br/download/teste/arqs/cp038250.pdf>. Acesso em: 27 out.
2015.

36 NEUFELD, Carmen Beatriz. Terapia cognitivo-comportamental para


adolescentes: uma perspectiva transdiagnóstica e desenvolvimental. Porto Alegre:
Artmed, 2017.

37 PIMENTEL, Gelson Lozer. A Influência do modelo de gestão de Polícia


Comunitária-Interativa na democratização da Polícia Militar do ES, na Cidade
de Vitória, entre 1994 a 2006. 2008. Disponível em:
<portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_576_.pdf>. Acesso em: 15 jan. 2015.

38 PROERD. Manual do Instrutor: PROERD para 5º ano. 5 Ed. Florianópolis:


PMSC, 2012.

39 _____. Manual do Instrutor: 7º ano. Belo Horizonte: PMMG, 2011.

40 RIBEIRO, Wânier. Drogas na escola: prevenir educando. São Paulo:


Annablume, 2015.

41 ROLIM, Marcos. A síndrome da rainha vermelha: policiamento e segurança


pública no século XXI. 2 Ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2009.

42 SABINO, Edimar Ferreira. Criança: cachorro que fala! São Paulo: Biblioteca 24
horas. 2010.

43 SOARES, Marisa. PROERD: construção do conhecimento e tomada de decisão


como uma estratégia didático-pedagógica. 2013. Disponível em:
<http://docs.uninove.br/arte/i_cippe/pdf/proerd_construcao_do_conhecimento_e_tom
ada_de_decisao.pdf>. Acesso em: 27 ago. de 2017.
83

44 ZAMITH, José Luis Cardoso. Gestão de riscos e prevenção de perdas: um


novo paradgima para a segurança das organizações. 2 Ed. Rio de Janeiro: FGV,
2015.
84

APÊNDICES
85

APÊNDICE A – Termo de autorização de pesquisa

Nova Venécia, ___________ de ______________ de 2017.

Autorizo a realização da pesquisa intitulada “O Programa Educacional de


Resistência às Drogas na Polícia Militar do Espírito Santo: Uma análise do
comportamento dos alunos”, cujo objetivo é analisar o PROERD como fator
gerador de mudança de comportamento dos alunos atendidos pelo programa no
período de 2015 a 2016 no município de Nova Venécia, bem como o acesso às
dependências das salas de aula para o aplicador explicar a forma de aplicação do
instrumento de pesquisa. Também será utilizado um Termo de Consentimento Livre
e Esclarecido para cada participante, onde as respostas serão tratadas de forma
anônima e confidencial, isto é, em nenhum momento será divulgado o nome do
aluno e/ou seu responsável em qualquer fase do estudo. Os dados serão utilizados
apenas nesta pesquisa e os resultados divulgados em eventos e/ou revistas
científicas. A escola receberá uma cópia deste Termo de Consentimento, onde
constará o telefone e e-mail do pesquisador, podendo tirar suas dúvidas sobre o
projeto. SEGUEM ANEXOS CÓPIA DO INSTRUMENTO DE PESQUISA E DO
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO.
Atenciosamente,

_________________________________________
Manoel Gambarti Júnior
Capitão da Polícia Militar do Estado do Espírito Santo
Tel: (27) 99985-7345. E-mail: [email protected]

_________________________________________
Esmeraldo Costa Leite
Major da Polícia Militar do Espírito Santo
Orientador
Tel: (27) 99630-2805. E-mail: [email protected]
86

APÊNDICE B – Termo de consentimento livre e esclarecido

Nova Venécia, ___________ de ______________ de 2017.

Você está sendo convidado(a) a participar da pesquisa intitulada: “O Programa


Educacional de Resistências às Drogas na Polícia Militar do Espírito Santo: uma
análise do comportamento dos alunos”, que tem como objetivo identificar a
influência do PROERD como fator gerador de mudança no comportamento dos alunos,
nas escolas atendidas pelo programa nos anos de 2015 a 2016 em Nova Venécia.
Suas respostas serão tratadas de forma anônima e confidencial, isto é, em nenhum
momento será divulgado o seu nome em qualquer fase do estudo. Os dados serão
utilizados apenas nesta pesquisa e os resultados divulgados em eventos e/ou revistas
científicas. A sua participação é voluntária, ou seja, a qualquer momento você pode se
recusar a responder qualquer pergunta ou desistir de participar e retirar seu
consentimento. Sua recusa não trará nenhum prejuízo em relação ao pesquisador ou à
instituição. Sua participação nesta pesquisa consistirá em responder um questionário
de perguntas. Você não terá nenhum custo, nem qualquer compensação financeira.
Sua participação não implica em risco de qualquer natureza, e contribuirá no
aprofundamento do conhecimento sobre os resultados do PROERD no município de
Nova Venécia. Você receberá uma cópia deste Termo de Consentimento, onde
constará o telefone e e-mail do pesquisador, podendo tirar suas dúvidas sobre o
projeto. Sua participação poderá ser interrompida a qualquer momento sem prejuízo
moral, social, pessoal ou profissional.
Atenciosamente,

___________________________________________
Manoel Gambarti Júnior
Capitão da Polícia Militar do Estado do Espírito Santo
Tel: (27) 99985-7345
E-mail: [email protected]

___________________________________________
Esmeraldo Costa Leite
Major da Polícia Militar do Espírito Santo
87

Orientador Tel: (27) 99630-2805


E-mail: [email protected]

Declaro estar ciente do inteiro teor deste TERMO DE CONSENTIMENTO e estou de


acordo em participar do estudo proposto, sabendo que dele poderei desistir a qualquer
momento, sem sofrer nenhum constrangimento moral, social, pessoal ou profissional.

___________________________________________
Nome Completo do Participante do Estudo

___________________________________________
Assinatura do Participante do Estudo
88

APÊNDICE C – Instrumento de pesquisa

O questionário abaixo é destinado ao levantamento de dados a respeito dos resultados


alcançados pelo 2º Batalhão de Polícia Militar com PROERD no período de 2015 a
2016 no município de Nova Venécia, com o intuito de que sejam utilizados para a
elaboração da Monografia do Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais (CAO). Desde já,
agradeço sua participação.

a) Você é:
1. ( ) Pai
2. ( ) Mãe
3. ( ) Avô
4. ( ) Avó
5. ( ) Outros: _________________________________________________

b) Quantos alunos dessa residência foram atendidos pelo PROERD entre 2015 e 2016?
1. ( ) Um
2. ( ) Dois
3. ( ) Três
4. ( ) Quatro
5. ( ) Mais de quatro

c) A(s) criança/jovem/adolescente(s) de quem estamos falando pode(m) ser


considerada(s) bom(a) filho(a)?
- Antes de sua participação no PROERD
( ) Sim
( ) Não

- Durante sua participação no PROERD


( ) Sim
( ) Não
89

- Depois de sua participação no PROERD


( ) Sim
( ) Não

d) Como pode ser avaliado o comportamento do(s) participante(s):


- Antes do PROERD:
1. ( ) Excelente
2. ( ) Ótimo
3. ( ) Bom
4. ( ) Regular
5. ( ) Ruim

- Durante o PROERD:
1. ( ) Excelente
2. ( ) Ótimo
3. ( ) Bom
4. ( ) Regular
5. ( ) Ruim

- Depois do PROERD:
1. ( ) Excelente
2. ( ) Ótimo
3. ( ) Bom
4. ( ) Regular
5. ( ) Ruim

e) O desempenho escolar dele(a) pode ser considerado:


- Antes do PROERD:
1. ( ) Excelente
2. ( ) Ótimo
3. ( ) Bom
90

4. ( ) Regular
5. ( ) Ruim

- Durante o PROERD:
1. ( ) Excelente
2. ( ) Ótimo
3. ( ) Bom
4. ( ) Regular
5. ( ) Ruim

- Depois do PROERD:
1. ( ) Excelente
2. ( ) Ótimo
3. ( ) Bom
4. ( ) Regular
5. ( ) Ruim

f) Há dificuldades para manter esse(a) aluno(a) na escola?


- Antes do PROERD:
1. ( ) Excelente
2. ( ) Ótimo
3. ( ) Bom
4. ( ) Regular
5. ( ) Ruim

- Durante o PROERD:
1. ( ) Excelente
2. ( ) Ótimo
3. ( ) Bom
4. ( ) Regular
5. ( ) Ruim
91

- Depois do PROERD:
1. ( ) Excelente
2. ( ) Ótimo
3. ( ) Bom
4. ( ) Regular
5. ( ) Ruim

g) Ele(a) já relatou já ter sido abordado(a) por alguém oferecendo drogas?


1. ( ) Sim
2. ( ) Não

h) Se sua resposta à questão anterior foi “Sim”, onde ele(a) disse que ocorreu essa
abordagem?
1. ( ) Em casa
2. ( ) Nos arredores de casa (bairro)
3. ( ) Na rua, a caminho da escola
4. ( ) Na rua, durante atividades de lazer
5. ( ) Na escola
6. ( ) Nas proximidades da escola

i) Falando especificamente do(s) participante(s) dessa residência, como você avalia seu
comportamento:
- Antes da participação no PROERD:
1. ( ) Excelente
2. ( ) Ótimo
3. ( ) Bom
4. ( ) Regular
5. ( ) Ruim

- Durante e logo após a participação no PROERD:


1. ( ) Excelente
92

2. ( ) Ótimo
3. ( ) Bom
4. ( ) Regular
5. ( ) Ruim

- Após um ano de sua participação:


1. ( ) Excelente
2. ( ) Ótimo
3. ( ) Bom
4. ( ) Regular
5. ( ) Ruim

j) Como você acredita que o PROERD tem contribuído para a redução do envolvimento
dos jovens com as drogas.
1. ( ) Através da prevenção e conscientização
2. ( ) Por meio da informação sistematizada, a qual os alunos não teriam acesso
sem o programa
3. ( ) Por intermédio da formação cidadã dos alunos
4. ( ) Através do diálogo estabelecido entre polícia e comunidade, aproximando
ambos e rompendo barreiras eventualmente existentes
5. ( ) Por meio da demonstração da responsabilidade social assumida pela polícia

k) Na sua opinião, quais os principais resultados alcançados pelo PROERD? (Marque


até 3 opções)
1. ( ) Redução da criminalidade e da delinquência juvenil
2. ( ) Redução do envolvimento e/ou consumo de drogas entre os jovens
3. ( ) Conscientização dos jovens para os riscos e as consequências do
envolvimento com drogas, favorecendo suas decisões frente essa realidade
4. ( ) Motivação para que os jovens assumam sua responsabilidade social,
fazendo frente no combate às drogas em parceria com a polícia
5. ( ) Aproximação da polícia com a comunidade
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6. ( ) Abertura da escola para o combate às drogas em parceria com a polícia

l) Ao avaliar o comportamento do aluno após sua participação no PROERD, como você


avalia a eficácia do programa?
1. ( ) Muito alta
2. ( ) Alta
3. ( ) Baixa
4. ( ) Muito baixa
5. ( ) Indiferente

m) Na sua opinião, o PROERD, de modo geral, tem ajudado a combater o envolvimento


dos alunos com as drogas e com a criminalidade?
1. ( ) Sim
2. ( ) Não

n) Você considera que o Programa pode e deve passar por melhorias?


1. ( ) Sim
2. ( ) Não

o) É possível afirmar que o PROERD contribuiu efetivamente para a melhoria de


comportamento e para afastar o(s) participante(s) dessa residência das drogas e da
criminalidade?
1. ( ) Sim
2. ( ) Não

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