Monografia CAO - CAP GAMBARTI
Monografia CAO - CAP GAMBARTI
Monografia CAO - CAP GAMBARTI
CARIACICA – ES
2017
1
CARIACICA – ES
2017
2
COMISSÃO EXAMINADORA
_________________________________
Major QOCPM Esmeraldo Costa Leite
Polícia Militar do Espírito Santo
Orientador
_________________________________
Tenente Coronel Sebastião Aleixo Santos
Batista
Polícia Militar do Espírito Santo
________________________
Professor Vitor Nunes Rosa
3
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
Ao Senhor Major Esmeraldo Costa Leite, meu orientador, que com seu
conhecimento e sabedoria, foi capaz de extrair todo o meu potencial na incessante
busca por conhecimento e aperfeiçoamento da presente pesquisa.
Ao Senhor Tenente Coronel Sebastião Aleixo Santos Batista, meu Comandante de
Unidade e grande entusiasta da filosofia de Polícia Comunitária e do PROERD, que
com seu perfil empreendedor sempre me estimulou a buscar novos conhecimentos.
A todos os professores do Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais, por terem me
incentivado e colaborado com a construção de aprendizados.
Aos meus ilustres amigos Capitães Alunos, por compartilharem comigo as
adversidades do CAO e por me auxiliarem durante o desenvolvimento dos diversos
trabalhos acadêmicos realizados ao longo do curso.
Ao Cabo José Inoch e demais policiais militares do 2º Batalhão de Polícia Militar,
que prontamente se colocaram à disposição para fornecer informações valorosas a
esse estudo, além de contribuírem para estreitar os laços entre mim e os diretores e
professores das instituições de ensino onde foi aplicada a pesquisa de campo.
Aos diretores e corpo docente das escolas em que ocorreu a pesquisa, por me
receberem com tanta atenção e disponibilidade.
5
RESUMO
ABSTRACT
This research, taking into account the social relevance of the “Programa Educacional
de Resistência às Drogas (PROERD)”, accomplished a quantitative, exploratory and
descriptive study along with the schools participating in the program in the years
2015 and 2016 in Nova Venécia city, focusing, mainly, on the schools attended by
the program in the period mentioned above, identify the influence of PROERD on the
behavior of the students. For that, the people responsible for the students answered
a closed questionnaire, which addressed relevant issues to the proposed objectives
and the general survey that was intended to make the program. The research has
shown that PROERD contributed to the improvement on the behavior of the
participants, as well as increasing their school performance after their participation in
the program, confirming the hypothesis raised by the research. It was concluded,
hence, that PROERD has a positive impact on the behavioral aspect of the
participants, not only influencing their distance from drugs and crime, but also in
other circumstances.
LISTA DE SIGLAS
LISTA DE QUADROS
Quadro 8 – Alunos da residência atendidos pelo PROERD entre 2015 e 2016 ….. 49
Quadro 13 – Relato de ter sido abordado por alguém oferecendo drogas ……….. 58
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 8 – Relato de ter sido abordado por alguém oferecendo drogas ………… 59
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ……………………………………………………………………. 13
3 METODOLOGIA ………………………………………………………………….. 42
REFERÊNCIAS ….………....………………………………………………………… 80
APÊNDICES ………………………………………………………………………….. 84
APÊNDICE A – TERMO DE AUTORIZAÇÃO DE PESQUISA .....……………….. 85
12
1 INTRODUÇÃO
Neste sentido, o Conselho Nacional Antidrogas, por meio da Política Nacional sobre
Drogas, enfatiza que a prevenção primária é a forma mais eficaz de combater tal
problema, sendo necessário, para tanto, o estabelecimento de parcerias com a
sociedade como um todo, envolvendo seus mais diversos segmentos em
campanhas e programas de conscientização e ressalta que o empenho deve ser nas
esferas Nacional, Estadual e Municipal. Portanto, a responsabilidade deve ser
partilhada, de modo a construir redes sociais cooperativas e engajadas na promoção
da melhoria das condições de vida da população em geral (BRASIL, 2005).
14
Posto isto, essa linha de ação deu origem ao Programa Educacional de Resistência
às Drogas (PROERD), o qual é uma adaptação do programa norte-americano Drug
Abuse Resistence Education (D.A.R.E) à realidade brasileira. O programa usa a
prevenção primária como ponto de partida para o trabalho com estudantes do 5º e 7º
anos do Ensino Fundamental, orientando-os a tomar decisões corretas ao entrar em
contato com situações que envolvam drogas, sejam elas lícitas ou ilícitas. Assim, o
PROERD foi implantado no Brasil em 1992, no Rio de Janeiro, e atualmente se faz
presente em todos os Estados da Federação.
O PROERD tem material didático próprio, sendo composto por Livro do Estudante,
Livro dos Pais e Manual do Instrutor, possibilitando o envolvimento de todos os que
convivem com os jovens e adolescentes atendidos pelo programa, dividindo a
responsabilidade sobre o aprendizado acerca de um problema que se faz presente
em tantos domicílios brasileiros (BRASIL, 2010).
forma de sustentar seu vício. Desta maneira, ao adotar tal conduta, o jovem ou
adolescente se transforma em um problema de ordem social, afetando toda a
comunidade e, em muitos casos, destruindo a si próprio.
Neste contexto, a escola figura como um dos locais que mais favorecem ações
preventivas, dado que os alunos são cidadãos em formação e, através da
metodologia e das informações corretas, podem ser conscientizados sobre a
importância da resistência ao consumo de drogas, bem assim podem ser
estimulados a desenvolver a consciência crítica para lidar com situações que
incentivem tal comportamento.
Por fim, cumpre destacar que não foram encontradas pesquisas voltadas para o
levantamento da mudança de comportamento promovida pelo PROERD. Assim, o
aludido programa possui o condão de criar as condições favoráveis para que os
jovens e adolescentes aprendam a reconhecer situações relacionadas ao consumo
de drogas lícitas e ilícitas e a como lidar com estas, sem colocar sua vida em risco
pelo simples fato de se negar a consumi-las.
18
2 REVISÃO TEÓRICA
Assim, tomando como supedâneo tal filosofia de atuação policial, surge no Estado
do Espírito Santo o que foi denominado “Polícia Interativa”, visando criar um
processo de interação com a sociedade por meio de ações de policiamento
comunitário, seguindo inclusive os preceitos jurídicos que exsurgiram em
decorrência da nova ordem constitucional vigente com o ocaso do período de
governo militar. Sua ação é orientada pela Legislação apresentada no Quadro 1:
Gerhard (2014) evidencia que a interação entre polícia e comunidade deve fazer
parte de uma filosofia corporativa, onde a atuação do policial é ampla e se inicia com
a proximidade com a população e envolve seu comprometimento para com os
21
haja uma busca constante pela eficácia policial, sendo esta decisiva para
estabelecer parcerias de sucesso com a sociedade. A legitimidade de uma estrutura
policial é alcançada quando sua autoridade é aceita, inclusive pelo uso da força,
quando oferece respostas à população nos diversos serviços que presta e quando
sua presença é próxima à população sem parecer uma força estranha (MONET
apud ROLIM, 2009).
O autor complementa essa colocação, citando Beato (2005), o qual considera que
as experiências de policiamento comunitário, para alcançarem seu objetivo, devem
passar por um processo amplo de reforma de seus métodos de abordagem. Não
basta se aproximar da população: é preciso desenvolver e implementar instrumentos
de gestão, dispor de sistemas de informações detalhadas, realizar prestação de
contas e adotar novas formas de interação com o público e com as diversas mídias
existentes.
A prevenção do crime pela polícia ocorre quando crimes que poderiam ter
ocorrido, deixam de acontecer como consequência de algum tipo de
atividade policial. O sucesso é avaliado medindo-se a quantidade de crime
atual em relação a níveis passados e prognosticados. A prevenção do
crime, até o ponto em que pode ser realizada pela polícia, ocorre através da
redução de oportunidades de atividades criminosas, redução das
motivações e oportunidades dos criminosos potenciais.
Conforme destacam Lima e Nassaro (2011) a Polícia Militar, após 1988, adotou-se
uma postura voltada para a prevenção através da Polícia Comunitária, priorizando a
defesa do cidadão e dos direitos humanos. Nessa metodologia, a comunidade é
envolvida na busca por soluções para problemas de segurança pública, de modo
que a mentalidade da população seja modificada para trabalhar em conjunto com a
polícia, mesmo que através de atitudes simples.
refletir sobre seu papel nesse processo com gestos, medidas e atitudes que, no
cotidiano, deixam de ser praticadas, muitas vezes, por falta de orientação. Seja nas
ruas, nos domicílios, no trânsito ou nas conduções é possível à população contribuir
com a polícia, seja por meio de um telefonema ou através de mudança de hábitos
pessoais. Desta forma, o grande objetivo das campanhas preventivas é a
conscientização da importância que cada cidadão tem na melhoria da segurança
como um todo.
Neste diapasão, destaca-se que por meio dos programas de prevenção é possível
compartilhar a responsabilidade da manutenção da segurança pública, para que
todos contribuam para a melhoria da qualidade de vida da população. Entretanto, a
nova postura da Polícia denota que deve haver um rompimento com o modelo
anterior, de modo a estabelecer uma parceria cooperativa com a comunidade,
tornando-a uma aliada através da informação e da conscientização.
Bayley (2006) enfatiza que a população disposta e devidamente motivada, pode ser
muito mais eficaz na prevenção da criminalidade do que a própria polícia. Isto
porque cidadãos engajados contribuem diretamente com a segurança por meio de
vigílias de bairro e melhorias na segurança urbana, potencializando a sua
capacidade de se organizar e de se auto disciplinar informalmente para enfrentar as
causas de diversos tipos de delitos e crimes, tal como o consumo e o tráfico de
drogas. Para a polícia, isso representa uma alteração em seu papel de combater o
crime: não basta apenas prender criminosos, faz-se mister despertar a comunidade
para uma visão etiológica acerca violência e da criminalidade, com o escopo de se
24
Para tanto, Bayley (2006) destaca ainda que é preciso que a polícia se aproxime
cada vez mais da população, ouvindo suas reivindicações e considerando-as
oportunidades para seu envolvimento nos processos essenciais à interação social.
Em outras palavras, para que a prevenção se concretize, a polícia deve aproximar-
se da população para além das situações relacionadas à lei, envolvendo-se em
questões de seu cotidiano.
Adotar medidas de prevenção primária, portanto, representa uma ação profunda que
une polícia e sociedade para atacar a raiz do problema que culmina na
criminalidade, impedindo que sejam estabelecidas condições favoráveis a crimes e à
violência. Para tal, a polícia deve contar com políticas que oportunizem o acesso da
população aos serviços essenciais como educação, saúde, emprego, moradia e
segurança. “A prevenção primária volta-se às causas do delito, apontando motivos e
fatores criminológicos, abordando posturas para evitá-los” (FRANCISCON, 2009, p.
25). Desta maneira, ao inibir os fatores causadores de crimes e da violência, esta
desvela-se a combater o problema em seu âmago, configurando-se numa importante
ferramenta de segurança pública.
Lima e Nassaro (2011) enfatizam que as políticas públicas que dão à população as
condições para viver com dignidade, a busca permanente da qualidade de vida dos
25
O consumo de drogas pelos jovens, como salientado por Britto e Britto (2014), traz
consigo o desejo de alcançar, imediatamente, a sensação de prazer e libertação de
todo e qualquer tipo de desconforto físico e/ou psíquico, sobretudo os relacionados a
essa fase da vida. Os autores destacam que os jovens usuários afirmam que, em
geral, provaram drogas pela primeira vez para afrontar familiares ou atender à
satisfação pessoal, sem se dar conta de que, ao rebelar-se contra a submissão da
família, tornam-se suscetíveis à submissão às drogas, ficando dependentes das
mesmas.
Nesta fase da vida, é natural que os jovens queiram experimentar drogas para
elaborar sua própria opinião a respeito do assunto e isso, somado às incertezas e
torrentes de emoções pertinentes à idade, favorecem o primeiro contato com as
substâncias entorpecentes. Com efeito, mídia e sociedade trazem as drogas como
um assunto comum, inserido no cotidiano, mas sem a informação sistematizada.
Sob esta conjuntura converge a necessidade desse público ter acesso à realidade
sobre seus efeitos, de modo a compreender que esse é um caminho quase sempre
sem volta e, o mais importante, aprendendo como rejeitá-lo de forma assertiva.
EFEITOS NO
POSSÍVEIS
ASPECTOS SISTEMA EFEITOS
DROGA SEQUELAS PARA
GERAIS NERVOSO TÓXICOS
O CORPO
CENTRAL
Substância extraída Acentua a ação da Pode levar ao Provoca a
das folhas da coca. dopamina e da comportamento degeneração dos
Chega ao usuário noradrenalina, o paranoico, porém, tecidos músculo-
COCAÍNA
sob a forma de pó, que resulta em de forma mais lenta esqueléticos e, seu
em geral, usado por euforia, ansiedade, que o crack. Desse uso crônico,
aspiração. estado de alerta e modo, a prolongado ou em
27
Nesta esteira, o mesmo estudo abordou o uso de drogas lícitas, ou seja, aquelas
consideradas aceitáveis e liberadas pela legislação, mas que, ainda assim, se
28
Para Souza (apud FLACSO BRASIL, 2012) o álcool representa para o jovem um rito
de passagem para a vida adulta, sendo usado como elemento de interação social
para explorar seus sentidos, potencializando a coragem para legitimar
comportamentos frente a seus companheiros dos grupos sociais a que pertence. O
álcool, nesse sentido, representa uma situação controversa: a maioria dos jovens
sabe das consequências de seu uso, mas não estão dispostos a abdicar de seu
consumo.
Com o cigarro não é diferente, Maciel (2016) elucida que o Ministério da Saúde
detectou por meio de levantamento realizado em 2015 que 18,5% dos jovens
brasileiros entre 12 e 17 anos já experimentaram cigarro. Quando essa estatística é
aplicada nas capitais dos Estados, os dados dão conta de que 24% já usou cigarro.
característicos dos jovens surgem como alavancas para que estes experimentem
drogas. No ambiente familiar, a falta de diálogo e a pouca espiritualidade favorecem
a aproximação com o mundo das drogas.
Por fim, em contato direto com jovens usuários, Baptista e Teodoro (2012) obtiveram
as seguintes justificativas para o consumo de drogas das mais variadas naturezas:
vontade, curiosidade, necessidade de se exibir, curtição, busca da felicidade, alívio
do sofrimento, afronta à família, para atingir os pais, dentre outros.
Qualquer que seja o grupo em que o jovem está inserido, sua tendência é aderir aos
costumes, valores e crenças ali presentes, sejam estes positivos ou negativos, uma
vez que passam a constituir a realidade daquele grupo e se tornam mais fáceis de
incorporar às atitudes e aos comportamentos cotidianos. Diehl e Figlie (2014) ainda
esclarecem que o uso experimental de drogas lícitas ou ilícitas vem aos poucos, se
tornando parte do desenvolvimento padrão de muitos jovens, inseridos em grupos
onde essa prática é aceita como natural e corriqueira, sem considerar os riscos
envolvidos.
Não obstante ao fato de que as substâncias lícitas sejam proibidas para menores de
18 anos, sabe-se que o seu acesso é possível mesmo dentro do ambiente familiar
ou em grupos de amigos, o que pode afastar o jovem de seu desenvolvimento
30
Neufeld (2017) evidencia que, para além do envolvimento social e da cultura dos
grupos sociais, há de se considerar o desenvolvimento individual, fortemente
influenciado pelo ambiente familiar. A autora elenca os fatores de riscos que
contribuem para que o jovem tenha transtorno de conduta, rebeldia e baixa
aspiração de vida:
Por meio de aulas e material didático específico, o qual é constituído por Livro do
Estudante, Livro dos Pais e Manual do Instrutor, o PROERD trabalha com
estratégias preventivas ao longo das aulas que estimulam o aluno a desenvolver
resistência a situações que os colocam em contato com drogas.
Para que o PROERD alcance seus propósitos e realize seu objetivo preventivo, o
D.A.R.E América coopera e trabalha continuamente em conjunto com especialistas
de diversas áreas: ciências, pesquisa, prevenção, educação, medicina e
desenvolvimento de currículo. Todas elas atuam para que os currículos do programa
se mantenham como estudos científicos, de modo que quaisquer alterações no
currículo sejam incorporadas com base nos conselhos dos especialistas em cada
área de estudo envolvida.
ANO
AÇÕES
2015 2016
Nº de Municípios atendidos 58 43
uma vez por semana com duração de uma hora e meia. A metodologia se baseia na
orientação das crianças a respeito do uso de drogas, usando sempre uma
linguagem simplificada para que todos compreendam as lições. Todas as aulas são
ministradas por um Policial Militar, que atua devidamente fardado, desarmado e
acompanhado pelos docentes responsáveis pela turma atendida (SABINO, 2010).
Todas as lições contam como uma hora/aula e são realizadas por meio de aulas
expositivas e dinâmicas, que valorizam o grupo, estimulam a frequência e a
participação dos alunos e motivam seu envolvimento com os temas abordados.
3 METODOLOGIA
EMEIF Cedrolândia 20 24 44
EMEIF Francisco Secchim 26 31 57
EMEF Lourdes Scardini 25 27 52
EMEF Veneciano 32 -- 32
Total de alunos atendidos no ano de 2015 519
47
O Quadro 7 evidencia que 47 responsáveis afirmaram que são pais dos alunos
participantes, 255 são mães, 1 é avô, 5 são avós e 15 se declararam como “outros”
que, em sua totalidade, apresentaram-se como tias dos alunos. A essa questão, 11
participantes omitiram suas respostas.
49
Quantidades
Alternativa
Respondentes Não respondentes
Um 259
Dois 48
Três 00
12
Quatro 00
Mais de quatro 15
TOTAL 322
50
Quantidades
Alternativas
Respondentes Não respondentes
Antes do PROERD
Sim 318
Não 9 7
TOTAL 327
Durante o PROERD
51
Sim 309
Não 5 20
TOTAL 314
Depois do PROERD
Sim 306
Não 8 20
TOTAL 314
Quantidades
Alternativas
Respondentes Não respondentes
Antes do PROERD
Excelente 109
Ótimo 82
Bom 103
3
Regular 34
Ruim 3
TOTAL 331
Durante o PROERD
Excelente 124
Ótimo 113
Bom 81
9
Regular 5
Ruim 2
TOTAL 325
Depois do PROERD
Excelente 145
Ótimo 112
Bom 62
1
Regular 12
Ruim 2
TOTAL 333
Com efeito, o Gráfico aponta ainda, que após sua participação, muitos alunos foram
mais bem avaliados por seus responsáveis: 43% deles foram qualificados como
tendo um “excelente” comportamento (contra 33% antes do programa), 34% dos
54
alunos tiveram seu comportamento apontado como “ótimo”, 19% como “bom”,
enquanto 3% foram reputados como “regular” e 1% como “ruim”.
e 15, após. A performance escolar pré PROERD foi também apontada como ruim
por 4 respondentes, enquanto durante o programa, não houve esse tipo de
apontamento e, após, somente 1 responsável o qualificou dessa forma. Posto isto, é
profícuo assinalar que, ao todo, 28 participantes não opinaram nessa questão,
sendo 7 na opção “antes” e 16 na alternativa “durante”, sendo que 5 suprimiram seu
ponto de vista em relação ao “depois” do programa.
Quantidades
Alternativas
Respondentes Não respondentes
Antes do PROERD
Excelente 124
Ótimo 59
Bom 70
52
Regular 23
Ruim 6
TOTAL 282
Durante o PROERD
Excelente 132
Ótimo 74
Bom 53
53
Regular 16
Ruim 4
TOTAL 279
Depois do PROERD
57
Excelente 147
Ótimo 57
Bom 52
56
Regular 16
Ruim 6
TOTAL 278
As condições pré PROERD para manter o aluno na escola, são apontadas como
excelentes por 124 respondentes e durante o programa, por 132. Após do programa,
esse valor se eleva para 147. As condições pré, são apontadas como ótimas por 59
responsáveis, por 74 enquanto o aluno estava no programa e por 57, pós-
participação. Na opinião de 70 pessoas, as condições de manutenção do aluno na
escola podem ser apontadas como boas antes do programa e 53 as consideram
assim, durante, enquanto 52 revelam que foi somente após o PROERD que estas se
mostraram favoráveis.
Alguns responsáveis ressaltam que tais condições são regulares, sendo: 23 antes,
16, durante e 16 depois. E há, inclusive, aqueles que têm condições ruins para
manter os alunos na escola, no que 6 afirmaram que antes do programa essa era
sua realidade, 4 assinalaram que foi durante e 6 é o valor que se repete após a
participação do aluno, como mostra o Quadro 12.
Quadro 13: Relato de ter sido abordado por alguém oferecendo drogas
Fonte: Elaborado pelo autor
Quantidades
Alternativas
Respondentes Não respondentes
Sim 18
12
Não 304
TOTAL 322
59
O Quadro 13 revela que 18 responsáveis afirmam ja ter ouvido relatos de seus filhos
já terem sido abordados por alguém oferecendo drogas e 304 responderam que não
têm conhecimento desse fato. A essa indagação, somente 12 responsáveis pelos
alunos preferiram não responder.
Quantidades
Alternativas
Respondentes Não respondentes
Bairro 9
A caminho da escola 2
No lazer 2
Na escola 3 00
Nas proximidades da escola 2
Em casa 00
TOTAL 18
Dos 18 responsáveis que afirmaram ter conhecimento de seu filho ter sido abordado
por alguém lhe oferecendo drogas, 9 destacam que essa abordagem ocorreu no
60
17%
11% 11% 11%
Aos responsáveis que responderam “sim” à questão anterior, foi solicitado que
apontassem o local em que seus filhos foram abordados por pessoas lhes
oferecendo drogas. No Gráfico 9, fica evidenciado que 50% deles foram assediados
no “bairro” onde moram e em 11%, essa abordagem ocorreu “a caminho da escola”.
O mesmo percentual se aplica aos casos de oferecimento de drogas nos momentos
de “lazer” e nas “proximidades da escola”, enquanto 17% relataram que a
abordagem ocorreu dentro da “escola”.
Quantidades
Alternativas
Respondentes Não respondentes
Antes do PROERD
Excelente 108
Ótimo 84
Bom 111
8
Regular 23
Ruim 00
TOTAL 326
Durante o PROERD
61
Excelente 126
Ótimo 102
Bom 82
15
Regular 9
Ruim 00
TOTAL 319
Depois do PROERD
Excelente 161
Ótimo 79
Bom 71
13
Regular 10
Ruim 00
TOTAL 321
jovens submetidos ao programa. Com efeito, tal assertiva se torna evidente ao ser
apurado que o índice “excelente” se elevou em 17%, validando que os jovens antes
classificados como ótimos, bons ou regulares apresentaram alterações
comportamentais consideráveis, segundo a avaliação de seus responsáveis.
Quadro 16: Forma como o PROERD contribui para a redução do envolvimento com drogas
Fonte: Elaborado pelo autor
Quantidades
Alternativas
Respondentes Não respondentes
Através da prevenção e
160
conscientização
Por meio da informação
37
sistematizada
Por intermédio da formação
9
cidadã dos alunos
13
Através do diálogo estabelecido
121
entre polícia e comunidade
Por meio da demonstração da
responsabilidade social 41
assumida pela polícia
TOTAL 368
Como exposto pelo Quadro 16, 160 responsáveis consideram que o PROERD
contribui para a redução do envolvimento com drogas através da prevenção e
conscientização promovidas pelo programa, enquanto 37 apontam que é por meio
da informação sistematizada oferecida aos alunos, já 9 acreditam ser por intermédio
da formação cidadã dos alunos e 121, através do diálogo estabelecido entre polícia
e comunidade. Outrossim, para 41 dos participantes da pesquisa, a maior
contribuição do programa é por meio da demonstração da responsabilidade social
assumida pela polícia.
Gráfico 11: Forma como o PROERD contribui para a redução do envolvimento com drogas
Fonte: Elaborado pelo autor
Quantidades
Alternativas
Respondentes Não respondentes
Redução da criminalidade e
102
delinquência juvenil
Redução do envolvimento e/ou
consumo de drogas entre os 138
jovens
Conscientização dos riscos e
das consequências do consumo 229
de drogas
12
Motivação para os jovens
assumirem a responsabilidade 164
social de combater as drogas
Aproximação com a comunidade 87
Abertura da escola para
combater as drogas em parceria 187
com a polícia
TOTAL 907
Posto isto, insta assinalar que o instrumento de pesquisa solicitou aos participantes
que marcassem até 3 opções dentre as alternativas elencadas. Deste modo, muitos
dos pesquisados apontaram mais que a quantidade sugerida, perfazendo um total
de 907 respostas, todas consideradas relevantes para a pesquisa. Ao final, o cotejo
dos instrumentos averiguou que 12 deles apresentaram essa questão em branco.
66
Quantidades
Alternativas
Respondentes Não respondentes
Muito alta 119
Alta 176
Baixa 7
27
Muito baixa 00
Indiferente 5
TOTAL 307
De acordo com o que expõe o Quadro 18, a eficácia do PROERD foi avaliada como
muito alta por 119 participantes da pesquisa, como alta por 176 deles e baixa por
apenas 7. Nenhum respondente, entretanto, qualificou a eficácia do programa como
muito baixa e somente 5 se manifestaram como indiferentes a este levantamento.
Por fim, a esta questão, responderam 307 pessoas, existindo ainda 27 abstenções.
O PROERD tem sua eficácia avaliada como “muito alta” por 39% dos participantes,
ao passo que 57% a apreciam como “alta”, 3% como “baixa” e 1% são “indiferentes”
ao programa, consoante o Gráfico 13.
68
Quantidades
Alternativas
Respondentes Não respondentes
Sim 309
Não 11 14
TOTAL 320
Quantidades
Alternativas
Respondentes Não respondentes
Sim 273
Não 43 18
TOTAL 316
Nos dados expostos pelo Quadro 20, é possível constatar que 273 responsáveis
pelos alunos, consideram que o PROERD deve passar por melhorias e para 43
deles, não se faz necessária nenhuma alteração no programa; no que apenas 18
participantes não responderam a esta questão.
Quadro 21: Contribuição efetiva do PROERD para melhorar o comportamento e afastamento das
drogas e criminalidade
Fonte: Elaborado pelo autor
Quantidades
Alternativas
Respondentes Não respondentes
Sim 313
Não 9 12
TOTAL 322
Gráfico 16: Contribuição efetiva do PROERD para melhorar o comportamento e afastamento das
drogas e criminalidade
Fonte: Elaborado pelo autor
O Gráfico 16 expõe que 97% dos respondentes acreditam que o PROERD contribui
efetivamente para a melhora do comportamento e para o afastamento das drogas e
da criminalidade; ao passo que apenas 3% ajuízam que o programa não auxilia no
enfrentamento ao problema susomencionado.
71
De maneira geral, jovens que apresentam boa conduta como filhos tendem a
expandir para suas decisões cotidianas os valores aprendidos com os pais, de modo
que suas reflexões sobre as pressões e as tentações diárias que se apresentam
72
nessa fase da vida são orientadas pelos princípios internalizados no seio da família.
Assim sendo, foi possível observar que o percentual de jovens que podem ser
considerados bons filhos é muito elevado, havendo uma pequena elevação durante
sua participação no programa, caracterizando o efeito positivo da presença do aluno
no PROERD.
surgir para o uso de drogas, mas que pode ser perfeitamente aplicada à vida
escolar, a qual passa a ser encarada como um fator relevante para seu futuro, de
modo a incentivá-los a melhorar seu empenho.
Nesta esteira, sabe-se que o Brasil enfrenta sérios problemas com a evasão escolar
e, manter o aluno na escola nem sempre é fácil por uma série de fatores. Assim, é
preciso considerar que os jovens que permanecem na escola têm mais propensão a
se manterem afastados das drogas, uma vez que o ambiente escolar ocupa o aluno,
o qual é monitorado pela equipe escolar, mantendo-o, sobretudo, ao longo de uma
considerável parte do dia, longe das ruas, onde a abordagem para o uso de drogas
é substancialmente maior.
Desta maneira, embora a maioria dos participantes tenha ressaltado que não tem
dificuldades para manter os alunos na escola, 2% relataram ter dificuldades
classificadas como “ruim” antes do envolvimento com o programa. Durante a
participação do aluno, esse índice foi reduzido para 1%, voltando à casa dos 2% ao
seu término. Todavia, as condições para manter o aluno na escola antes
classificadas como “ótimas”, “boas” e “regulares” foram reduzidas e passaram à
condição de “excelente”, demonstrando que o PROERD exerce boa influência nos
alunos, a qual se estende para aspectos de sua vida e de seu comportamento para
além da prevenção ao uso de drogas.
Na busca pela construção de sua identidade, o jovem depara-se com uma série de
desafios, alguns inerentes ao seu desenvolvimento físico e psíquico e outros,
relacionados ao ambiente em que está inserido. Diehl e Figlie (2014) elucidam que a
população jovem absorve com mais facilidade os valores e as crenças presentes na
realidade dos grupos em que está inserida, incorporando atitudes e comportamentos
à sua personalidade e, esse fato, aplica-se também às drogas. Em cenários onde as
drogas são aceitas ou toleradas, seu oferecimento passará a ser parte do cotidiano
do jovem, facilitando sua aceitação e consequente consumo.
No contexto atual, manter os jovens longe das drogas é um desafio constante, haja
vista o fato de que existem muitas formas de acesso a diferentes tipos de
substâncias. É consenso que haverá casos no qual determinados jovens cederão ao
consumo de drogas. Portanto, ao fornecer conhecimento do impacto dessa decisão
para seu futuro, o PROERD assume a missão precípua de manter afastados das
drogas aqueles alunos que já têm incorporados aos seus valores e atitudes, essa
consciência. Destarte, o foco do programa não é recuperar jovens que,
eventualmente, já tenham algum tipo de envolvimento com drogas, e sim, reforçar
para os demais a importância de se manter firme no propósito de não ceder às
pressões que os conduzam ao uso de entorpecentes.
Assim sendo, constatou-se que o maior resultado alcançado pelo programa decorre
de tal contribuição, ao favorecer suas decisões frente às situações de pressão para
consumi-las. Aqui, é possível tecer um paralelo com o papel desempenhado pelo
Instrutor dentro e fora da sala de aula, ao realizar a prevenção primária e a
secundária. Na primeira, este atua como facilitador da aprendizagem dos alunos em
relação a comportamentos que reforcem respostas assertivas para que estes sejam
refratários ao uso de drogas com veemência, o que também resulta na prevenção da
violência e da criminalidade.
que as drogas chegam até estes, muitas das vezes, disfarçadas como um recurso
de diversão e prazer.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Averiguou-se, ainda, que 25% dos pais ou responsáveis considera que o PROERD
tem como principal resultado a conscientização dos riscos e das consequências do
consumo de drogas. Assim, a eficácia do programa foi avaliada como alta por 57%
dos participantes da pesquisa e 97% deles afirmou que o programa contribui para o
combate às drogas e à criminalidade.
Por fim, é profícuo ressaltar que o presente estudo não teve a pretensão de esgotar
o tema abordado, sendo oportuno que estudos futuros abordem outros aspectos
relacionados ao PROERD, sobretudo, confrontando realidades distintas, opiniões e
percepções dos públicos envolvidos (polícia, escola e família), bem como tecendo
um panorama de seus resultados em longo prazo, abrangendo, inclusive, gerações
diferentes.
80
REFERÊNCIAS
1 ANDRADE, Érica Henrique Ribeiro de; GOMES, Gilberto Lourenço. Drogadição e
liberdade: o que acontece no uso novido de álcool e drogas ilícitas. São Paulo: CIA
do E-book, 2016.
9 BRITTO, Rubens; BRITTO, Olaíde Lemes de. Drogas: o mal do século XXI. São
Paulo: Revolução E-book, 2014.
12 COSTA, Paulo Marks de Araújo; SILVA, Talita Stefany da. Drogas: lícitas e
ilícitas. São Paulo: Clube de Autores, 2017.
20 _____, Relatório PROERD 2014 Capitão Valc Angelo Rufino. Vitória, PMES,
2014.
30 GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo:
Atlas, 2010.
82
34 MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. Tradução de Edson Bini. 12. ed. São Paulo:
Hemus, 1996.
42 SABINO, Edimar Ferreira. Criança: cachorro que fala! São Paulo: Biblioteca 24
horas. 2010.
APÊNDICES
85
_________________________________________
Manoel Gambarti Júnior
Capitão da Polícia Militar do Estado do Espírito Santo
Tel: (27) 99985-7345. E-mail: [email protected]
_________________________________________
Esmeraldo Costa Leite
Major da Polícia Militar do Espírito Santo
Orientador
Tel: (27) 99630-2805. E-mail: [email protected]
86
___________________________________________
Manoel Gambarti Júnior
Capitão da Polícia Militar do Estado do Espírito Santo
Tel: (27) 99985-7345
E-mail: [email protected]
___________________________________________
Esmeraldo Costa Leite
Major da Polícia Militar do Espírito Santo
87
___________________________________________
Nome Completo do Participante do Estudo
___________________________________________
Assinatura do Participante do Estudo
88
a) Você é:
1. ( ) Pai
2. ( ) Mãe
3. ( ) Avô
4. ( ) Avó
5. ( ) Outros: _________________________________________________
b) Quantos alunos dessa residência foram atendidos pelo PROERD entre 2015 e 2016?
1. ( ) Um
2. ( ) Dois
3. ( ) Três
4. ( ) Quatro
5. ( ) Mais de quatro
- Durante o PROERD:
1. ( ) Excelente
2. ( ) Ótimo
3. ( ) Bom
4. ( ) Regular
5. ( ) Ruim
- Depois do PROERD:
1. ( ) Excelente
2. ( ) Ótimo
3. ( ) Bom
4. ( ) Regular
5. ( ) Ruim
4. ( ) Regular
5. ( ) Ruim
- Durante o PROERD:
1. ( ) Excelente
2. ( ) Ótimo
3. ( ) Bom
4. ( ) Regular
5. ( ) Ruim
- Depois do PROERD:
1. ( ) Excelente
2. ( ) Ótimo
3. ( ) Bom
4. ( ) Regular
5. ( ) Ruim
- Durante o PROERD:
1. ( ) Excelente
2. ( ) Ótimo
3. ( ) Bom
4. ( ) Regular
5. ( ) Ruim
91
- Depois do PROERD:
1. ( ) Excelente
2. ( ) Ótimo
3. ( ) Bom
4. ( ) Regular
5. ( ) Ruim
h) Se sua resposta à questão anterior foi “Sim”, onde ele(a) disse que ocorreu essa
abordagem?
1. ( ) Em casa
2. ( ) Nos arredores de casa (bairro)
3. ( ) Na rua, a caminho da escola
4. ( ) Na rua, durante atividades de lazer
5. ( ) Na escola
6. ( ) Nas proximidades da escola
i) Falando especificamente do(s) participante(s) dessa residência, como você avalia seu
comportamento:
- Antes da participação no PROERD:
1. ( ) Excelente
2. ( ) Ótimo
3. ( ) Bom
4. ( ) Regular
5. ( ) Ruim
2. ( ) Ótimo
3. ( ) Bom
4. ( ) Regular
5. ( ) Ruim
j) Como você acredita que o PROERD tem contribuído para a redução do envolvimento
dos jovens com as drogas.
1. ( ) Através da prevenção e conscientização
2. ( ) Por meio da informação sistematizada, a qual os alunos não teriam acesso
sem o programa
3. ( ) Por intermédio da formação cidadã dos alunos
4. ( ) Através do diálogo estabelecido entre polícia e comunidade, aproximando
ambos e rompendo barreiras eventualmente existentes
5. ( ) Por meio da demonstração da responsabilidade social assumida pela polícia