Gestao de Governacao Participativa
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CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO.................................................................................................. 1
1.1.Introdução ............................................................................................................................. 1
1.3.Objectivos ............................................................................................................................. 3
1.3.1.Objectivo Geral.................................................................................................................. 3
1.4.Justificativa ........................................................................................................................... 3
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CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
1.1. Introdução
O Fundo de Compensação Autárquica (FCA) foi criado através da Lei n.º 1/2008, de
16 de Janeiro e visa dotar os municípios com mais recursos de modo a promover o bem-estar
de todos os cidadãos e o desenvolvimento dos mesmos. A questão da transferência do Fundo
de Compensação Autárquica para os municípios tem sido bastante controversa e encontra
espaço de debate sobretudo das organizações da Sociedade Civil.
Esse dilema, traz consigo várias interpretações sobre as reais causas que estão por
detrás da morosidade e/ou falta da transferência do fundo para as autarquias, sendo que uma
delas é a de que morosidade e/ou falta da transferência do FCA para o município de
Quelimane, deve-se ao facto do mesmo ser gerido por um partido tido como da oposição.
No entanto, é importante sublinhar, que a crise económica pode ser tida como a causa
fundamental das transferências tardias do FCA e isso faz com que o município não cumpra de
forma rigorosa os seus compromissos com os vários actores, sobretudo os funcionários, bem
como na materialização do plano económico e social do mesmo uma vez que parte desse
fundo é destinado a pagamento de salários.
1.2. Problematização
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Assim, para responder os aspectos acima apresentados, levanta-se a seguinte questão: De que
forma é feito o Processo de Transferência do Fundo de Compensação Autárquica para o
Conselho Autárquico de Quelimane?
1.3. Objectivos
1.4. Justificativa
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E estes serviços e as tarefas devem estar e ser realizadas o mais próximo dos cidadãos.
Nesse sentido, os municípios vão constantemente enfrentando desafios relacionados com a
melhor forma de prestar esses serviços, tendo a responsabilidade de coordenar atividades
diversas em benefício dos munícipes, mesmo que para isso tenham que enfrentar adversidades
que vão desde a fraca capacidade de coleta de receitas, a falta de especialização dos seus
recursos humanos ou retenção de quadros capazes em funções-chave, como é o caso dos
municípios moçambicanos.
No âmbito social, o mesmo justifica-se pelo facto do estudo em debate constituir uma
reflexão em torno da transferência do FCA, fundo esse que permite a autarquia garantir a
prestação de serviço público que levará a autarquia ao desenvolvimento. Não obstante ao
exposto no parágrafo anterior, é importante dizer que, com esta temática, o mesmo é relevante
na medida em que pretende-se perceber a existência ou não da violação dos dispositivos
legais (a lei orçamental e por outro lado o artigo 11 do Decreto n.º 30/2001, de 15 de Outubro)
que constituem deveres e obrigações da Administração (Governo) em transferir o FCA e
direito dos municípios em receber.
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Qual é o grau de cumprimento de transferência do FCA nos limites estabelecidos por
lei?
Segundo Marconi & Lakatos (2012, p. 108) “delimitar um tema consiste em explicar
que pessoas ou coisas, fenómenos serão pesquisados, enumerando suas características
comuns”. No que toca a delimitação temporal, o presente estudo compreenderá o período de
2018-2020. Quanto a delimitação espacial, o mesmo incidirá sobre “O Processo de
Transferência do Fundo de Compensação Autárquica para Conselho Autárquico de
Quelimane”.
Por fim, no que toca a delimitação temática, o estudo tem relação com as cadeiras de
Administração Autárquica, Direito Administrativo, Administração Pública e Reforma do
Sector Público.
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CAPÍTULO II: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1.1. Processo
Deste modo, todas as definições têm relação com o presente estudo, contudo, a
definição que mais se adequa ao mesmo é a do Stoner e Freeman (1994) quando afirmam que,
o processo é o modo sistemático de fazer as coisas.
2.1.2 Município
Entretanto, Pinto (2003) considera que, município é a menor unidade territorial com
governo próprio, é formado pelo distrito-sede, onde acha-se localizada a cidade, que é a sede
municipal e que leva o mesmo nome do município e, que corresponde à zona urbana
municipal.
Portanto, a definição que vai de acordo com o estudo em alusão é o que está patente
no n.o 2, do artigo 2 da Lei nr 6/2018 de 18 de Agosto, que estabelece que município
corresponde à circunscrição territorial das cidades e vilas e é dotado de personalidade
jurídica e de autonomia financeira, administrativa e patrimonial constituída por órgãos
administrativos e políticos.
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de órgãos representativos próprios, que visam a prossecução dos interesses das populações
respectivas, sem prejuízo dos interesses nacionais e da participação do Estado.
Portanto, autarquias locais são pessoas colectivas públicas, dotadas de poder e que
visam, sem prejuízo dos interesses nacionais e da participação do Estado, dar continuidade
com os interesses mais nobres de qualquer Estado de direito - a satisfação das necessidades da
colectividade. Elas podem ser vistas como o expoente máximo do processo de organização
democrática dos Estados, pois desempenham atribuições similares com as do Estado.
Nesse contexto, Mendes, Miranda & Cosio (2008) consideram que “o FPM é uma
transferência redistributiva, paga pela União a todos os municípios do País. Ela é de uso
incondicional, obrigatória e sem contrapartida (p. 30)”.
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2.2.1. Teoria Funcionalista
No ponto de vista de Lakatos & Marconi (op. Cit) a abordagem funcionalista é aquela
que vê a sociedade como um conjunto de instituições com uma interacção, tendo como
objectivo principal garantir o perfeito funcionamento do sistema social promovendo a
satisfação das suas necessidades.
Neste âmbito, de acordo com Masalila (1996) a abordagem institucional enfatiza que a
criação de instituições requer meios humanos, financeiros e materiais, que garantam a
resolução dos problemas.
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organizacionais mais eficazes em determinados tipos de empresas. Estas pesquisas pretendiam
confirmar se as organizações mais eficazes seguiam os pressupostos da Teoria Clássica, como
divisão do trabalho, amplitude de controlo e hierarquia de autoridade. Os resultados das
pesquisas conduziram a uma nova concepção de organização: a estrutura de organização e o
seu funcionamento são dependentes da interface com o ambiente externo.
Este autor diz ainda que a Teoria de Contingência apresenta os seguintes aspectos básicos:
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2.3. Literatura Empírica
De acordo com um estudo feito por Gasparini e Miranda, (2006) sobre evolução dos
aspectos legais e dos montantes de transferência realizadas pelo fundo de participação dos
municípios (FPM), no Brasil, “as transferências são uma das formas de tornar o sector público
mais bem desenhado, sendo seu uso destinado a compatibilizar as acções públicas com os
recursos necessários para atendê-las, de forma que possa maximizar o bem-estar da população
(p. 10)”
Um outro estudo sobre o FPM como fonte de financiamento dos gastos públicos nos
municípios mineiros, foi publicado por Cupertino & Faroni (2012) e, defenderam que,
Das análises feitas pelos autores, pode-se concluir que o FPM ou FCA é de extrema
importância para os municípios e visa, na sua essência, evitar as desigualdades regionais,
permitindo o progresso económico e social do município e dos seus cidadãos.
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2.3.2. Literatura Focalizada
Por conseguinte, a partir do ano de 2006, o Governo Central tem vindo a atribuir aos
distritos e cidades, anualmente, fundos destinados ao financiamento de iniciativas locais o que
permite que haja o desenvolvimento das autarquias e consequente melhoria de vida das
populações.
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O FCA não obstante ser um fundo destinado a complementar os recursos orçamentais
das autarquias, como reza o no 1 do artigo 43 da Lei n.º 1/2008, de 16 de Janeiro, conjugado
com o n.o 1 do artigo 40 da Lei nr 6/2018 de 18 de Agosto, contribui sobremaneira para o
desenvolvimento económico e bem-estar social dos munícipes, a satisfação das necessidades
colectivas e a defesa dos interesses das respectivas populações, daí que a celeridade no
processo de transferência é de extrema importância para que se materialize a prestação de
serviços públicos aos munícipes a vários níveis.
O FCA enquadra-se na Lei n.º 1/2008, de 16 de Janeiro, que tem como objecto definir
o regime financeiro, orçamental e patrimonial das autarquias locais e o Sistema Tributário
Autárquico. O artigo 41 da Lei nr 6/2018 de 18 de Agosto, estabelece regras de distribuição
do Fundo de Compensação Autárquica nos seguintes termos:
A dotação global do FCA é repartida pelo conjunto das autarquias locais por
aplicação de uma fórmula a ser inserida anualmente na lei do Orçamento do
Estado que atenda simultaneamente, entre outras, os seguintes factores: a) o
número de habitantes da correspondente autarquia; b) a respectiva área
territorial; c) o índice de desempenho tributário da autarquia; d) o índice de
desenvolvimento ponderado.
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O artigo 138 da CRM, 2004, apraza que, “são órgãos centrais do Estado os órgãos de
soberania, o conjunto dos órgãos governativos e as instituições a quem cabe garantir a
prevalência do interesse nacional e a realização da política unitária do Estado”.
De acordo com o n.º 2 do artigo 141 da CRM, 2004 “o governo provincial é o órgão
encarregue de garantir a execução ao nível da província da política governamental e exerce a
tutela administrativa sobre as autarquias locais, nos termos da lei”. O n.º 4 do mesmo artigo
determina que, “a organização composição, funcionamento e competência do governo
provincial são definidos por lei”.
Por seu turno o n.º 2 do artigo 262 tipifica que “no seu funcionamento, os órgãos
locais do Estado, promovem a utilização dos recursos disponíveis, garantem a participação
activa dos cidadãos e incentivam a iniciativa local na solução dos problemas das
comunidades”.
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2.3.4.3. Poder Local
Diferentemente dos órgãos locais do Estado que têm como função a representação do
Estado ao nível local para a administração e desenvolvimento do respectivo território e
contribuem para a integração e unidade nacionais, o poder local tem como objectivos
organizar a participação dos cidadãos na solução dos problemas próprios da sua comunidade e
promover o desenvolvimento local, o aprofundamento e consolidação da democracia, no
quadro da unidade do Estado moçambicano.
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CAPÍTULO III: METODOLOGIA
Gil (2007) considera como Procedimento racional e sistemático que tem como
objectivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa é desenvolvida
mediante o concurso dos conhecimentos disponíveis e a utilização cuidadosa de métodos,
técnicas e outros procedimentos científicos (p. 17).
3.1.Tipo de Pesquisa
O trabalho realizado, quanto ao tipo ou finalidade será uma pesquisa básica, que na óptica de
Jung (2004) consiste em entender, descrever e explicar os fenómenos da natureza através da
aquisição de conhecimento sobre seu comportamento, sem ter como objectivo central
finalidades práticas a curto prazo.
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3.1.2. Quanto ao Método de Procedimento
Quanto ao método de procedimento, será o método indutivo, que segundo Marconi & Lakatos
(1991, p. 47) “é um processo mental por intermédio do qual, partindo de dados particulares,
suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal, não contida nas partes
examinadas”.
Quanto aos objectivos, será uma pesquisa explicativa que, segundo (Gil, 2008, p. 27) “têm
como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, tendo em
vista a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos
posteriores”. Habitualmente envolvem levantamento bibliográfico e documental, entrevistas
não padronizadas.
Quanto aos procedimentos técnicos será utilizada a pesquisa documental, que na visão de
Fonseca (2002, p. 32) “recorre a fontes mais diversificadas e dispersas, sem tratamento
analítico, tais como: tabelas estatísticas, jornais, revistas, relatórios, documentos oficiais,
cartas, filmes, fotografias, pinturas, tapeçarias, relatórios de empresas, vídeos de programas de
televisão, etc”.
De acordo com Diehl & Tatim (2004) na pesquisa qualitativa identificam-se algumas
principais características comuns:
3.3. Universo
3.3.1. Amostra
Marconi & Lakatos (2012) aventam que “amostra constitui uma porção ou parcela,
convenientemente seleccionada do universo (população); é um subconjunto do universo (p.
112)”.
Portanto, entende-se que estas pessoas, por palavras, actos ou actuações, têm a
prerrogativa de influenciar a opinião dos demais. Desta feita, da população definida, será
extraída uma amostra de dois funcionários do CAQ.
Pesquisa Documental;
Entrevista (semi-estruturada) e;
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Pesquisa Bibliográfica.
Segundo Oliveira (2007) a pesquisa documental decorre da valorização dos documentos, pois
através dos mesmos torna-se possível extrair e resgatar uma grande quantidade de
informações que podem ser utilizadas em várias áreas, possibilitando a compreensão de
objectos que necessitem de contextualização histórica e sócio-cultural.
3.4.2. Entrevista
No que tange a entrevista, esta foi elaborada a partir de um guião de questões semi-abertas,
dando espaço ao entrevistado para que possa emitir juízos de valor sobre o tema.
Para Laville e Dionne (1999) as entrevistas semi-estruturadas são definidas “como uma lista
das informações que se deseja de cada entrevistado, mas a forma de perguntar (a estrutura da
pergunta) e a ordem em que as questões são feitas irão variar de acordo com as características
de cada entrevistado (p. 188)”.
Esta técnica auxiliará na fundamentação do mesmo, bem como servirá de guia para a
realização e implementação do trabalho. Portanto, o mesmo consistirá na leitura de certos
livros que abordam algo inerente ao tema.
A análise de dados tem como objectivo sintetizar os dados de modo que facilitem o
fornecimento de respostas ao problema levantado na pesquisa. Gil (2008) defende que a
interpretação de dados visa procurar o sentido mais amplo das respostas, o que é feito
mediante sua ligação com os conhecimentos obtidos anteriormente.
3.6. Limitações
Todavia, esforços serão feitos para se ultrapassar as dificuldades e conseguir-se ter alguns
dados para a pesquisa.
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ou nome fictício), o que aventa a questão relativa ao respeito as questões éticas num estudo.
Isto pode fornecer uma relação mais descontraída, sincera e, naturalmente, contribuir para a
revelação de dados que poderiam comprometer o entrevistado se a sua identidade não fosse
protegida. (Contandriopoulos, Champanhe, Potvin, Denis & Boye, 1994).
3.8. CRONOGRAMA
Ano/Meses 2021
Actividades
D J F M A M J
1. Revisão de literatura
2. Elaboração do protocolo
4. Recolha de dados
3.9. ORÇAMENTAÇÃO
Descrição do item Un. de Medida Custo
Unitário Total
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TOTAL ------ --------- ------ ------------ 10200, 00Mt
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4. Referência Bibliográfica
Almeida, J., & Pinto, J. (1995). A Investigação nas Ciências Sociais. Lisboa, Portugal:
Editorial Presença.
Contandriopoulos, A., Champanhe, F., Potvin, L., Denis, J., & Boye, P. (1994). Saber
Preparar Uma Pesquisa. São Paulo: Hucitec.
Cutter, S. L., & Emrich, C. T. (2006). Moral Hazard, Social Catastrophe: The changing face
of vulnerability along the hurricane coasts. The Annals of the American Academy of Political
and Social Science, 604, 102‐112.
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Forquilha, S. (2010). Reformas de Descentralização e Redução da Pobreza num Contexto de
Estado Neo ‒ Patrimonial: Um olhar a partir dos conselhos locais e OIIL em Moçambique.
IESE: Moçambique-Maputo.
Gil, A. C. (2008). Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. (6ª ed). São Paulo, Brasil: Atlas.
Harman, E. A. (2013). Trajectórias Democráticas nos PALOP: O equilíbrio (ou não) entre
parlamentos e executivos. Maputo: Alcance Editores.
Holloway, L. (1999). Basic Concepts for Qualitative Research. In: Basic concepts for
qualitative, Oxford: Research Blackwell Science Ltd UK.
Marconi, M., & Lakatos, E. (2012). Metodologia do Trabalho Científico. (7a Edição). São
Paulo, Brasil: Editora Atlas SA.
Stoner, J. A. & Freeman, R. E. (1994). Administração. (5ª Ed). Rio de Janeiro: LTC Editora.
Documentos
Lei n.º 1/2008, de 16 de Janeiro, Define o regime financeiro, orçamental e patrimonial das
autarquias locais e o Sistema Tributário Autárquico.
Lei n.º 2/97 de 18 de Fevereiro, Aprova o Quadro Jurídico para a Implantação das Autarquias
Locais, Actualmente revogada pela Lei nr 6/2018 de 18 de Agosto.
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