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CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES

METROPOLITANAS UNIDAS – FMU


ARTES VISUAIS

Intervenção pedagógica no cenário do COVID-19

Alan Santana Alves


1796690

SÃO PAULO
2021
Sumário

MÓDULO 01 – PATRIMÔNIO CULTURAL .......................................................................... 3


MÓDULO 02 – A CRIAÇÃO DE UMA EXPOSIÇÃO .......................................................... 30
MÓDULO 03 – DESCOBRINDO SER ARTISTA ................................................................. 38
MÓDULO 04 – O SER ARTISTA........................................................................................... 51
1. Área: Artes Visuais

2. Título: Intervenção Pedagógica no cenário do COVID-19 para alunos do


fundamental II.

3. Faixa Etária: 1º do ensino médio (15 a 16)

4. Carga Horária: 80 horas

5. Tema e delimitação de tema: História da Arte – Arte Moderna – Arte


Contemporânea – Métodos Artísticos – Inspiração Artística – Fotografia – Portfólio.

6. Problema de pesquisa: Desenvolver, questionar e se expressar, por meio


de atividades artísticas, as vivências emocionais como forma pessoal de expressão.
7. Justificativa: Desenvolver a habilidade de descobrir valores estéticos, de
usar a criatividade, a iniciativa no senso de individualidade e confiança no seu
discernimento ao experimentar, criar e avaliar. As atividades teóricas e práticas dão
embasamento para que auxilie no desenvolvimento.
8. Cronograma:
ATIVIDADES Aula 1 Aula 2 Aula 3 Aula 4 Aula 5

Módulo 1

Atividade 1 e 2

Atividade 3 e 4

Atividade final

Modulo2

Atividade 1 e 2

Atividade 2 e 3

Atividade final

ATIVIDADES Aula 01 Aula 02 Aula 03 Aula 04 Aula 05


Módulo 03:

Atividade 1

Atividade1

Atividade 1

1
Atividade 1

Atividade final

Módulo 04

Atividade1

Atividade 2

Ativide 3

Atividade 4

9. Objetivo: Essa apostila digital tem como objetivo auxiliar os alunos durante
o cenário da Pandemia de Covid-19, assim podendo desenvolver o conhecimento de
forma assíncrona em casa, com aulas, atividades e conteúdo extracurricular.
10. Produto pedagógico: Apostila online para aulas assíncronas.

11. Resultados esperados: Atribuir conhecimento através de conteúdos


didáticos e práticos, a fim de intensificar as percepções dos alunos.

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MÓDULO 01 – PATRIMÔNIO CULTURAL

CRONOGRAMA DE AULAS

Objetivo

Conhecer e reconhecer os patrimônios culturais.

Analise crítica e prática.

Estimular a percepção das obras artísticas e a formulação de juízos estéticos, a fim


de criar questionamentos.

Conteúdo

Intervenções Artísticas, Arte Urbana, A relação entre Cidade e Cidadoes.

Avaliação

Processual, contínua e participativa.

Referências

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AULA 1 – A ARTES AO NOSSO REDOR

Durante todo esse modulo vamos investigar as relações entre cidades e arte
vamos nos aventurar pelas linguagens das artes contemporâneas e seus
atravessamentos em nosso cotidiano vamos perceber que a arte esta mais presente
em nossa vida e nossa cidade muito mais do que possamos imaginar.
As intervenções urbanas se apropriam do espaço publico das cidades de forma
política, já que grande parte dessas intervenções trazem questionamentos aos
habitantes das cidades, cartazes, lambs, estêncil, stikers, grafite e pichação, intervém
no espaço as vezes de maneira critica outras de maneira lúdica irreverente mas
sempre questionadora, já que em sua essência é este o papel fundamental da arte
questionar.
texto abaixo traz uma reflexão contundente sobre essas intervenções e suas
funções na cidades:

Efêmeras e críticas, intervenções urbanas, ganham status de arte e destaque em canteiros, muros,
postes e calçadas de vários países.

Cidades sitiadas

Maria Angélica Melendi


colaboração para a Folha

Em uma tarde, num canteiro abandonado de uma avenida de Belo Horizonte, abrem-se centenas de
flores vermelhas de papel celofane. No centro de Buenos Aires, os passantes são surpreendidos por
uma invasão de soldadinhos de brinquedo descendo de pára-quedas dos prédios mais altos. Esses
trabalhos, do Grupo Poro e do Grupo de Arte Callejero, respectivamente, estão entre os muitos que
acontecem todos os dias nas ruas de nossas cidades.

Agrupadas sob o rótulo de intervenções urbanas, essas práticas são diversificadas. Suas marcas
distintivas são, além da localização urbana, a debilitação ou o questionamento da autoria, a opção
pela efemeridade e pela impermanência e a crítica à situação socioeconômica ou ao sistema de artes
instituído.

Os protestos antiglobalização ocorridos em Seattle (1999) e Gênova (2001), os movimentos contra a


guerra no Iraque ou os realizados em diversos países por conflitos locais – como foi o caso Fujimori,
no Peru, ou da crise de 2001, na Argentina – apontam para uma sintonia com os acontecimentos
políticos e sociais que provocaram estratégias similares na segunda metade do século 20.

Vale lembrar dos cartazes e grafites nas ruas e muros da Paris de maio de 68 – e também de Buenos
Aires, Rio de Janeiro, Cidade do México, Nova York, Milão ou Berlim. Naquela época, em qualquer
metrópole, artistas e jovens saiam às ruas e nelas inscreviam seus trabalhos e suas palavras. Essas
manifestações receberam nomes como “nothings”, “happenings”, “event scores”, ações,
performances, entre outros. A Cow Parade, que estará em São Paulo a partir do mês que vem, é um
evento internacional que surgiu na Suíça em 1998. As vaquinhas, de tamanho natural, são feitas de
fibra de vidro e funcionam como telas para os artistas selecionados nas cidades onde a parada se
instala. O circuito é urbano, porém acontece sempre nos lugares mais nobres, como é o caso da
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avenida Paulista, em São Paulo, e do Puerto Madero, em Buenos Aires. Sua função é apenas a de
entreter e divertir certo público de classe média, além de legitimar a obra dos selecionados. O circuito
(www.cowparade.com) produz vários subprodutos colecionáveis. Pouco ou nada tem a ver com as
obras das quais falamos, que se caracterizam pela porosidade dos limites e pela dificuldade em
serem percebidas e julgadas a partir de princípios estéticos, políticos ou didáticos.

É bom lembrar que, em 1981, Marcelo Nistche foi premiado no 12º Salão Nacional de Arte de Belo
Horizonte com uma intervenção urbana intitulada “Vaca de Concreto”, que consistiu na instalação de
uma escultura de concreto do animal, em tamanho natural, no passeio da rua Leopodina, em Belo
Horizonte, onde a peça permanece até hoje (confira em www.comartevirtual.com.br). No começo dos
anos 90, um grupo de jovens ligados ao fanzine “O Marmota” organizou intervenções periódicas na
“vaquinha” de Nistche. Pintada por alguns integrantes do grupo, a escultura era reinaugurada a cada
mês, ocasião em que os artistas faziam festas na rua.

O que hoje chamamos de intervenção urbana envolve um pouco da intensa energia comunitária que
floresceu nos anos de chumbo. Os trabalhos dos artistas contemporâneos, porém, buscam uma
religação afetiva com os espaços degradados ou abandonados da cidade, com o que foi expulso,
apagado ou esquecido na afirmação dos novos centros. Por meio do uso de práticas que se
confundem com as da sinalização urbana, da publicidade popular, dos movimentos de massa ou das
tarefas cotidianas, esses artistas pretendem abrir na paisagem pequenas trilhas que permitam escoar
e dissolver o insuportável peso de um presente cada vez mais opaco, cada vez mais complexo.

https://www1.folha.uol.com.br/fsp/sinapse/sa3008200514.htm

Na intervenção a abaixo o artista visual, Rage traz um questionamento


bastante irônico e questionador em suas intervenções

https://br.pinterest.com/pin/449023025324366600/

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https://br.pinterest.com/pin/674203006689853706/

Conhecendo mais intervenções pelo mundo:


Nesse vídeo o artista, Eduardo Srur traz cinco intervenções urbanas para
conhecermos.

https://www.youtube.com/watch?v=tE94TmxcAt8

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Atividade 1
1- um após a leitura do texto e das imagens responda

2- Qual intervenção artística você já viu próximo a sua casa?

3- Explique com suas palavras o que é uma intervenção artística.

Atividades 2
Hora de opinar!

Sobrea a provocação
a cidade é para todos?

Vamos iniciar uma conversa e troca de opiniões sobre o tema

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AULA 2 e 3 - A preservação da nossa memória cultural

A memória de uma sociedade pode permanecer viva por muitas gerações


desde que ele seja preservado, nos livros nos documentos históricos nas fotos, mas
também nas artes, nos monumentos públicos.
Vamos entender a importância da preservação dessa memoria artística um
povo sem memoria pode se tornar um povo sem história, sem identidade.
Para entendermos um pouco mais sobre esse assunto tão denso e importante
vamos a leitura de um texto muito importante para a nossa compressão:

A importância da preservação

Arte Pública, Contextualidade Social da Arte Hoje

Dr. João Spineli


Professor do curso de Pós-Graduação em Artes, Departamento de Artes Plásticas ECA/USP

No território público, onde os símbolos artísticos podem ser polemizados, discutidos é evidente a
capacidade da arte potencializar, nos indivíduos e nas comunidades, identificações estéticas, sociais,
econômicas e políticas. A arte pública pode-se reconstituir o tecido social, tão danificado em
praticamente todos os países desenvolvidos tecnologicamente; assim as obras de arte participam da
cidade como significativos marcos referenciais. O ser humano precisa do incentivo que a arte pode
provocar, em especial quando asfixiado pela poluição visual, olfativa e sonora das grandes cidades,
cada vez mais carentes de jardins, parques, monumentos e de áreas cívicas para manifestações
populares, contestações e debates.

O significado da arte em seu domínio público aparece em espaços permeados de conflitos e


contradições. Pensar em arte publica é pensar sobre a vida social. O cotidiano une as relações, não
apenas as sociais, mas as espaciais, intrínsecas a um território, a uma comunidade. As
manifestações artísticas idealizadas para os espaços públicos redimensionam e/ou possibilitam
articulações de uso do próprio espaço público, criando formas de apropriação e de organização social
e, algumas vezes, até simbólicas, que requalificam a própria vida do indivíduo, da localidade e da
comunidade circunscrita a essas manifestações/idealizações. Uma "territorialização" que promove
relações simbólicas e solidariedades que delineiam novos campos de ação cultural.

As cidades contêm sinais, alegorias, memórias, mistérios e símbolos impregnados da sua


própria história. As relações com o espaço urbanístico determinam-se fora do convencional. A cidade
não existe dissociada da sociedade que lhe outorga significados/significantes.

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A arte pública foi muitas vezes pensada como elemento aglutinador, alusão simbólica, ponto
referencial da cidade no que ela tem de história, de espiritualidade e fantasia - algumas vezes como
imagens de ostentação e poder: os obeliscos, as catedrais góticas, as torres; a Torre de Babel era um
projeto de arte pública metafórico que possibilitaria ao homem alcançar a divindade e o próprio céu...

Muitas vezes desconhecemos os nomes das ruas, avenidas e praças, mas não esquecemos,
visualmente, da localização espacial de alguns emblemas visuais como os monumentos às Bandeiras
de Victor Brecheret, em São Paulo, a Torre Eifell, a Estátua da Liberdade e o Cristo Redentor no
Corcovado, pontos de convergência, intersecções urbanas que se transformam em imagens
simbólicas, privativas (peculiares) da cidade. Sinais imbricados no cotidiano do mapa geográfico
urbano, marcos que balizam o próprio espaço físico e as próprias relações sociais, inclusive as
pessoais.

Para Walt Witman: "a cidade é a mais compreensível das obras criadas pelo homem",
enquanto para Paulo Mendes da Rocha "a cidade em sua essência, em sua estrutura, em sua
capacidade de satisfazer os interesses fundamentais do gênero humano, seria a obra de arte por
excelência... a suprema obra de arte do gênero humano..." O mesmo autor complementa: "a essência
da arte é a sua dimensão pública" (nota 1).

Além do ato criador, inerente ao processo idealizador, o artista procura destacar a


complexidade de usos e significados dos espaços públicos, criando referenciais que organizam e
redimensionam a vida cotidiana. A arte pública anexa à paisagem e à arquitetura, uma abordagem
crítica da memória oficial, burocrática da cidade, que estratifica e cristaliza no cidadão um único
significado histórico ou social do monumento. O artista deve sugerir ao observador uma reflexão mais
ampla: estética, política, histórica, social e crítica da importância dos espaços de livre trânsito para a
população, pois conforme afirmação de Giulio Carlo Argan a cidade representa, sem dúvida, a maior
parte da nossa vida (nota 2).

O artista contemporâneo não pode esquecer dos problemas/obstáculos relacionados às obras


de arte em espaços públicos e, em especial, os provocados pela desindustrialização, que abandona,
nas grandes metrópoles, edifícios, equipamentos e fábricas, em função da tecnologia que, cada vez
mais, reduz os espaços reservados ao trabalho e os empregos.

Além da desindustrialização o artista deve, também, procurar equipar com a sua arte as
regiões periféricas, vítimas da ocupação desordenada, irregular das metrópoles, sempre distante dos
equipamentos e obras de arte de uso da elite econômica/social - comum a todos os grandes
aglomerados humanos.

A periferia é uma área desguarnecida de monumentos e de qualquer outro tipo de


interferências artísticas, nunca pensadas para as regiões suburbanas desconectadas de ações

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culturais (palestras, oficinas, workshops, shows, concertos, bibliotecas e museus) que dirimam, um
pouco, o sofrimento destas áreas, tão sacrificadas pela falta de planejamento urbano.

"... é no mínimo curioso que, cada vez que se fala em sociedade e em comunidade, se exclua,
relegando-os aos subúrbios periféricos, justamente os que, além de constituir a parte numericamente
maior da população, são os protagonistas mais diretos da chamada função urbana." (nota 3)

Bairros distantes dos centros administrativos e ou econômicos desconhecem a contribuição


da arte para a criação, concretização, de um repertório alegórico típico a cada zona urbana, em
contraponto às cicatrizes deixadas pela ocupação caótica da terra: viadutos e pontes inacabados, lixo
abandonado á vista dos moradores, tubulações "eleitoreiras" de água e esgoto "esquecidas" pós-
eleições ad eternum pelos desgovernos políticos.

As interferências plásticas - com suas formas, volumes e cores - possibilitam ao ser humano
criar, em função de suas experiências e vivências pessoais - identificações simbólicas que dirimem a
circunscrição caótica da linha que separa a cidade da periferia.

Zonas desocupadas, muitas vezes, cobertas de entulhos, relegadas a todo tipo de intempéries
podem, mesmo que temporariamente, ser revitalizadas por intervenções visuais, cênicas ou musicais
que amenizam o olhar do desprestigiado trabalhador da periferia em sua volta diária do trabalho para
o seu lar.

Intervenções estético/críticas que alteram o caráter precário, desagregador da paisagem


urbana, redivivem a percepção visual e sonora, além de enfatizar vínculos com a região e evidenciar
outras concepções de propriedade pública e privada, diferentes das convencionais: de poder e posse
absolutas da terra, que permitam rearticulações de espaços inscritos a uma progressiva
conscientização do significado das expressões pessoais e ou coletivas. Articulações que
redimensionam a construção de identidades, desvinculadas das tradicionais estruturas opressivas
que desqualificam o espaço urbano, tão carente de planejamento, mas sobrecarregado pela poluição
visual que esconde, muitas vezes, detalhes da arquitetura e do paisagismo significativos para o
entendimento da história e evolução da cidade.

Projetos artísticos articulados com o entorno urbano, interessados com a organicidade


estrutural de processos construtivos populares, próximos ao modus-vivendi da comunidade geram
inusitadas informações de gosto estético, peculiar do habitante periférico aos grandes centros
administrativos. Os seus anseios e aspirações não são iguais às necessidades visuais, estéticas da
elite intelectual e econômica que vivenciam uma realidade diametralmente oposta à convivida nas
áreas desurbanizadas, deterioradas dos arrabaldes suburbanos das megalópoles. A maioria das
cidades nos leva a perguntar quão público é o espaço público para os menos afortunados que
resistem heroicamente nos arrabaldes das metrópoles?

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A dimensão cartográfica da metrópole não tem medida, pode dissolver, em parte ou em sua
totalidade uma obra de arte pública. Cada região apresenta uma estrutura urbana, paisagística que
demanda soluções especiais. Na tessitura das metrópoles os monumentos e as intervenções
tridimensionais são marcos que ligam o próximo do distante, o simples do complexo e o estético ao
cotidiano. Assim, a localização da obra de arte deve dialogar, de forma alusiva ao significado ou uso
do local.

Um projeto de intervenção urbana tem como ponto de partida a cidade contemporânea. O


paisagismo, o urbanismo, os sons e a própria arquitetura do lugar são continuamente redesenhados
(pela própria evolução e algumas vezes pela involução das cidades: poluição, trânsito), se cruzam
nas diversas linguagens e suportes artísticos. Para Rosalind Krauss o percurso histórico, cronológico
é o fio condutor da organização/distribuição da metrópole: "...o novo é mais fácil de ser entendido
quando visto como uma evolução de formas do passado. O historicismo atua sobre o novo e o
diferente para diminuir a novidade e mitigar a diferença. A evocação do modelo da evolução permite
uma modificação em nossa experiência... ...Ademais, nos confortamos com essa percepção de
similitude, com essa estratégica, para reduzir tudo que nos é estranho, tanto no tempo como no
espaço, àquilo que já conhecemos e somos"(nota 4).

A história dos materiais e técnicas está presente na memória inscrita dos objetos. Marcas,
documentos, resíduos que resistem ao apagamento dos registros vivenciais de quantas pessoas
habitaram aquela região onde está situada a obra de arte pública. Uma investigação sobre os
processos tecnológicos, manuais, químicos, físicos, óticos, além da documentação fotográfica ou
cinematográfica, são referências de percepção e apreensão da arte pública. Assim, é possível
mapear a cidade, contar a sua história, delinear o horizonte urbano como pano de fundo da
multiplicidade das experiências e linguagens, que caracterizam a produção artística, constroem novas
paisagens via arte. Um espaço sem fronteiras, tangenciado pelas múltiplas possibilidades de criação:
monumentos, esculturas, pinturas murais, objetos tridimensionais, além do paisagismo e da
arquitetura que requalificam e vivificam as metrópoles.

A fronteira criativa entre a arte e a ciência, a ciência e a tecnologia, colabora com o


desenvolvimento transdisciplinar de idéias, estratégias inovadoras para a vida contemporânea.
Uma arte que se faz nas ruas, nas praças, nos muros e nos circuitos eletrônicos. A cidade como um
grande museu aberto, em trânsito. Parafraseando Walter Benjamin: "Não saber se orientar numa
cidade não significa muito. Perder-se nela, porém, como a gente se perde numa floresta, é coisa que
se deve aprender a fazer".

A conseqüência dessa convergência de arte, ciência e tecnologia sobre o conceito que


fazemos da cidade, da arte pública, da comunidade e de nós mesmos é um desafio. Ainda o artista
não tem meios de considerar o que pode haver além da arte eletrônica e para onde a arte estaria
sendo levada pela conectividade da Internet, pela interatividade da hipermídia e pela fluidez da

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realidade virtual. Timoth Leary afirmou "que as portas da percepção se abrem agora para a
comunicação e criação via computador..."

Cada vez mais são reduzidos, abolidos, da cidade os espaços públicos reservados às
manifestações populares, enraizadas, típicas de uma comunidade. O proceder das megalópoles que
deteriora os signos culturais criados, pela vida em sociedade amplia a necessidade de uma reflexão,
mais aprofundada, sobre as inquietações geradas pela desumanização das grandes cidades e de
suas implicações no que diz respeito à essência da vida, seus referenciais e da própria memória dos
registros vivenciais da mesma.

Mudanças transformadoras, humanizadoras são desejáveis por toda a população. Os projetos


de arte pública que discutem e atendem aos anseios da coletividade sempre recebem apoio da
comunidade que colabora para a sua concretização, conservação e preservação. Solidariedade não
dogmática que cobra resposta imediata do governo, não apenas do que deve ser realizado agora,
mas do já executado em arte pública.

Inventariar, cadastrar, documentar, conservar as obras de arte existentes na cidade são


preocupações de vital importância para a preservação do modo de vida do cidadão. Este
cadastramento é fundamental no resguardo da memória da cidade. As obras de arte participam como
marcos referenciais, reminiscências que documentam a história, vivificam, requalificam e diferenciam
uma cidade da outra.

É o olhar contemporâneo que revela, interpreta e re-significa visual e narrativamente a obra


de arte, que em sua concretude retém marcas, vestígios do tempo. A arte pública registra a
mentalidade de uma época, valores predominantes de uma cultura, não apenas estéticos, mas,
também, éticos, sociais, políticos, econômicos, religiosos - ponto de embate entre concepções
filosóficas, teológicas e morais. O estudo e o entendimento da produção artística relativos à arte
pública revelam a própria evolução do olhar urbano.

A arte pública pode ser considerada como um mediador entre desejos. O do artista que, de
um lado, deflagra a constituição formal da obra e o do público receptor que anseia pelas formas
artísticas para realizar uma espécie de manobra visual da sua vida simbólica, vestígio de um desejo,
também, criador.

Em sua permanência, a obra de arte tem como atributo ser um veículo de mediação, de
aspiração e desejo, prestando-se, assim, como anteparo para mais de um sujeito: os sucessivos
observadores, que poderão a partir de sua materialidade, reencontrar estados de enlevos que fazem
acordar, num diapasão de emoções, lembranças e sentimentos.

Toda concepção artística pressupõe uma articulação - forma de representação ou de visão de


mundo. Para o artista contemporâneo, esta representação não se cristaliza numa configuração

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imutável, visual e historicamente. Ele pensa e sugere a sua obra desvinculada de mimetismos, uma
obra aberta, atemporal, transcrita em múltiplas etapas de evolução/esquemas e possibilidades visuais
que ultrapassam as transformações sociais, históricas e políticas de cada nação. Assim a imagem
esculpida de David por Michelangelo para uma praça de Florença sobrevive esteticamente até os
dias atuais.

A arte pública na sua realização e ou instalação deve se adequar às condições sócio-culturais


do lugar estabelecido para a sua concretização visual. É atributo do artista pesquisar e destacar a
história do lugar, criar o debate, a instigação, a contestação e a imaginação criadora do espectador.
Chaves indispensáveis à concepção, à intelecção estética da obra. Construir vínculos entre as
pessoas, muito além das questões de raça e de classe social. Para Michael Brenson: "A arte deve
desafiar e ampliar os significados da palavra pública para atingir públicos não identificados com a
classe dirigente, fundamentalmente branca. Se preocupar com injustiças e conflitos esquecidos ou
camuflados pela maioria das instituições de poder cultural"(nota 5).

É necessário ultrapassar a fronteira criativa entre as artes e a ciência e entre as ciências e a


tecnologia, colaborar com o desenvolvimento interdisciplinar do pensamento e das estratégias
reformadoras da contemporaneidade: "Pensar de modo imaginativo e inteligente sobre arte significa
trabalhar e pensar de modo complexo e criativo com as razões do poder da arte, e não simplesmente
rejeitar suas associações com transcendência, riqueza, classe ou quaisquer outras que contribuíram
substancialmente para a necessidade da arte através do tempo (...) Nenhum tipo de estratégia
artística tem significado universal (...) Nos últimos anos a colaboração entre a comunidade e público
tornaram-se questões cruciais na arte pública (...) As provações e dramas dos artistas que trabalham
na esfera pública não são externos, mas internos as provações e dramas de nossas vidas individuais
e coletivas"(nota 6).

A vida contemporânea está atravessando mudanças radicais inevitáveis, transformações que


revelam as várias cidades/realidades que estão contidas em uma única megalópoles - sintaxe
urbana, exercício permanente de compreensão e apreensão da cidadania.

As cidades sempre exerceram um desafio criador para os desenhistas, gravadores e pintores.


Atualmente as metrópoles fascinam fotógrafos, cineastas e "videomakers". Por isso a arte pública,
nos dias atuais, tem a sua melhor documentação nos meios mecânicos de representação.
Para Serge Lemoine a arte pública propicia uma certa educação visual que possibilita ao público da
rua, da vida cotidiana, estar em contato com expressões artísticas contemporâneas (nota 7), que
desafiam as normas sociais, questionam a própria noção de espaço público e eliminam as barreiras
que separam a arte da vida. Todavia para Rosalind Krauss as esculturas/monumentos da segunda
metade do século XX, pela ausência explícita de conteúdos figurativos, narrativos se caracterizam
pelas formas tridimensionais que não pertencem nem a paisagem (natureza) ou a arquitetura
(urbanismo).

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A arte pública é ainda, uma prática social, uma apropriação estética do espaço urbano que
pode promover mudanças sociais, interligar e modelar a construção afetiva/coletiva de uma cidade.

No entanto, a concretização ideológica/social desta manifestação artística é permeada de


contestações e conflitos. As relações propiciatórias às práticas sociais próprias dos espaços coletivos
- compartilhados com a coletividade sinalizam vertentes construtivas de uma cultura multifacetada e
dinâmica. Articulações estéticas que incitam e requerem do artista/criador e do futuro
espectador/usufruidor um debate contextualizador (sócio, político, econômico) representativo daquela
comunidade.

Os espaços urbanos se alteram em decorrência das transformações da malha urbana e da


sua importância estratégica enquanto alvo de investimentos. Para Richard Sennet a transformação
dos espaços públicos (outrora de uso exclusivo da comunidade) a corredores de passagens e
traslados tem contribuído para a desvalorização da vida em público. Inúmeros monumentos, em
inúmeras cidades foram desmontados, destruídos, descaracterizados e/ou reimplantados a
quilômetros de distância do seu projeto original, como aconteceu em São Paulo, com o Monumento a
Ramos de Azevedo, retirado para redimensionar o fluxo da região central e reinstalado na Cidade
Universitária - USP.

Neste final de milênio a compreensão espaço temporal e as estratégias globalizantes de


obtenção de lucros cada vez maiores e mais rápidos via informatização e uso de tecnologia de ponta
reduziram também os projetos de arte pública às manifestações descartáveis, transitórias,
passageiras, transformando "mercadologicamente" os espaços públicos a meras áreas de passagem
e de traslados rápidos, impessoais, definidos por Marc Augé como Não-Lugares: "... o espaço do não-
lugar não cria identidade singular nem relação, mas solidão..." (nota 8). São espaços eximidos de
todo caráter comunitário, social, histórico. Espaços desterritorializados, atemporais. Daí a importância
da territorialização e reapropriação espaço-temporal construtiva, comunitária que a arte pública pode,
mesmo nos dias atuais, alcançar.

Como, felizmente, não coexistem de forma simultânea pelas cidades - em seus diferentes
bairros e territórios, um padrão dominante de comportamento, certas manifestações artísticas
ocorrem diferentemente, resignificando os territórios e reconstruindo simbolicamente as regiões pela
participação ativa do usuário que pluraliza significados pelo uso dos espaços desvinculados das
imposições estéticas globalizadas, simulacros cultivados pela cultura do agora e do efêmero. Deste
modo, ao reconhecer a representação dos anseios e aspirações sociais (sem esquecer as
reinvenções de acontecimentos referenciais do passado e da memória coletiva do lugar), a obra de
arte pública reforça a cidadania, redimensiona simbolicamente - vice-versamente - a arte e a própria
cidade.

A partir dos anos 50 e em especial nos anos 70, em plena ditadura militar, alguns artistas
pensaram a arte procurando destacar, além dos aspectos estéticos, a complexidade de usos e

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significados dos espaços públicos. Assim, a partir de suas experiências e perspectivas individuais,
redesenham pelas cores, formas, luzes e sons da obra de arte o espaço paisagístico próximo ao local
de sua implantação, propiciando, desta forma, ao espectador, novas possibilidades de leitura e de
percepção da sua própria vida em comunidade.

O conceito de arte pública ultrapassa qualquer especificidade temporal ou conjuntural,


estende-se como uma nova possibilidade de análise da obra de arte. A questão da
"compreensibilidade" da obra artística torna-se central quando a analisamos sob o ponto de vista da
possibilidade de deslocamento de um meio específico (museus, galerias) para um outro não tão
específico, uma praça pública, por exemplo.

O inevitável questionamento, quando se aborda o tema, sobre o que é público ou privado, o


que é específico ou geral ou sobre o que é circunstancial ou eterno remete invariavelmente ao
questionamento da obra de arte em si e de suas possibilidades intrínsecas de transformação,
tradução, contestação ou veiculação dos valores culturais do homem na sociedade.

http://www.casthalia.com.br/periscope/joaospineli/artepublica.htm

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Atividades 1

vamos elaborar uma breve síntese do texto

• No mínimo 20 linhas
• Os principais pontos e a relação da cidade
• Juntamente com a pesquisa de um monumento histórico ao qual você
considera importante para a sua cidade ou bairro e se ele está preservado ao
não

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Atividades 2

vamos analisar as imagens abaixo

imagem 1

monumento do padre Antônio Vieira em Lisboa Portugal com pichações com


a palavra, descoloniza , monumento temos a imagem do padre e três indígenas que
parecem ter sido catequizados pelo padre.

https://jornal.usp.br/artigos/iconoclastia-identitaria-e-os-monumentos-publicos-o-que-se-quer-reparar/

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imagem 2

monumento as bandeiras atacadas em são com tintas coloridas o monumento


faz uma alusão ao trabalho forçado feito pelos populações negro e indígenas
escravizadas e liderado pelos bandeirantes.

http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2016/09/monumentos-amanhecem-pichados-com-tinta-colorida-
em-sp.html

Complemento

Coletivo de artistas que cria intervenções em monumentos que não contam a sua
história real

https://www.youtube.com/watch?v=V1KZpl3f6hc

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Matéria sobre a não aceitação das obras e monumentos públicos pelo mundo:

https://jornal.usp.br/artigos/iconoclastia-identitaria-e-os-monumentos-publicos-o-que-se-quer-reparar/

Debatendo o tema

Qual a relação entre a preservação da memoria na manutenção das obras de


arte publica e o apagamento da nossa história nas obras de arte consideradas
racistas?

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AULA 4 - Pichação e a arte

O grafite já atualmente já e considerado, ouve um tempo que grafiteiros foram


marginalizados e perseguidos, mas com o passar do tempo seu reconhecimento foi
ganhando forma adentrada a museus e galerias, ultrapassando o espaço da rua.

Atualmente e quase impossível sair de casa e não se deparar com algum


grafite pelas cidades ou pelos bairros, eles ajudam a colorir a cidade e trazem
reflexões críticas a nossa sociedade.

Mas a pichação ainda levanta uma serie de questões podemos mesmo


considerar arte, ainda existem leis que proíbem as pichações e a consideram
vandalismo ou apropriação irregular a propriedade privada, debates muito
interessantes em torno deste tema são levantados, vamos nos apropriar desses
discursos e construir nossa opinião a respeito do tema.

As problematizações e teorizações em torno da pichação


Agora vamos acompanhar opiniões e argumentos contra e a favor da pichação

A favor:
Argumentos pró

1) É uma arte
Muitos consideram a pichação outra forma de manifestação artística. A arte, em si, não depende
da beleza, pois, esta é subjetiva e muda seus critérios de análise à medida que o tempo passa.
Vimos nas vanguardas que a arte pode extrapolar o campo da fruição estética.

“Sim, pixo é arte. Acho a questão estética e expressiva da pixação sensacional”, diz o grafiteiro
Ramon Phanton. Ele também afirma que o fato da pichação ser vandalismo não a exclui do
escopo das artes. Ramon foi indicado ao Meeting Styles da Dinamarca deste ano e alerta sobre
a influência geográfica nos tipos de pichação existentes. Ele, que é de Brasília, nota
características bem diferentes entre as feitas em São Paulo com as de sua cidade.

2) Dá voz aos marginalizados, frutos de uma forte desigualdade social


Os diretores do filme/documentário “Pixo” (ver no final da matéria), comentam que o ato de
pichar é um protesto instintivo, feito para aparecer, fruto de uma vida mergulhada na

20
desigualdade social vivida por jovens de periferias e favelas. Assim, pichar um prédio ou uma
parede no centro da cidade é a forma de colocarem sua marca em um local onde eles não têm
acesso, tornando-se, de certa forma, pessoas menos esquecidas, mais importantes. Essa
manifestação dá voz a essas pessoas marginalizadas.

Os argumentos contra

Crime
Por ser entendida como um ataque contra o patrimônio público ou privado, a pichação é crime
de acordo com o artigo 65 da Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98). A pena varia de 3 meses
a 1 ano de detenção, assim como a multa, pois, a gravidade é maior nos casos em que o crime
é cometido em monumentos tombados, devido ao seu valor histórico ou arqueológico.

Sem valor estético


Predominantemente caracterizada por letras e símbolos incompreensíveis para a população que
não faz parte do meio, a pichação seria apenas uma disputa de territórios entre gangues e
competição entre os próprios praticantes do ato nos locais mais altos e perigosos de se realizar.

Não apresenta uma preocupação estética ou que visa transmitir uma mensagem engajada
socialmente. O grafite, por se preocupar mais com o local e apresentar uma arte mais elaborada
tecnicamente (sombreamento, cores, preenchimento de imagens), tem uma aceitação estética
maior para população, desde que feito com a permissão do proprietário ou governo.

Agressividade
Os traços em forma de rabisco somadas a relatos de agressão verbal de cunho racista e
xenofóbico, intolerância religiosa, ameaças e até mesmo declarações de amor, encontradas em
diversas pichações, também são um dos fortes motivos de repressão por parte da opinião
pública.

https://arteref.com/arte-de-rua/pichacao-voce-e-contra-ou-a-favor/

21
A estética da pichação

http://vaidape.com.br/2017/03/pixador-que-peitou-doria-tem-algo-a-dizer/

https://br.pinterest.com/pin/850828554584515144/

22
Apropriação da estética da pichação.

A arquiteta e design criou uma serie de pecas adornados com letras


inspiradas nas pichações de são Paulo, no trecho abaixo ela explica um pouco
do processo:

A partir de diversas expedições visuais pela cidade de São Paulo e de uma pesquisa
conceitual sobre a pixação, criei o meu próprio “alfabeto” e escolhi peças de mesa - pratos, taças e
toalhas – como alvo do meu pixo. A técnica utilizada foi bordada e decalques, e foi usada a cor azul
cobalto para remeter aos ornamentos da porcelana tradicional.

As frases escolhidas, como “Revolte-se ainda hoje” ou “Toda criação é antes de tudo um ato de
destruição” são uma mescla de escritos das ruas e ditos que abordam a relação conflituosa e
polêmica entre as artes e o pixo, numa tentativa de contato com esta forma de expressão tão
presente nas cidades brasileiras.

https://andreabandoni.com/Pixo

Os objetos

https://andreabandoni.com/Pixo
23
https://andreabandoni.com/Pixo

Para entender melhor

Documentário sobre o pixo:

https://www.youtube.com/watch?v=skGyFowTzew&feature=emb_logo

Este artigo traz ótimas reflexões e entendimento sobre a pichação


https://wiac.info/doc-viewer

24
Atividade
A partir das reflexões e informações, elabore um pequeno texto com no máximo
15 linhas, apresentando seus próprios argumentos a respeito da pichação sendo
contra ou a favor.

Vamos lá mãos na massa!

25
AULA 5 – As danças tradicionais

As danças tradicionais carregam uma enorme herança cultural consigo e preciso


que tenhamos conhecimento dessa trajetória, desses ritmos nos apropriar destes
conhecimentos são vitais a nossa interpretação da diversidade cultural do nosso
pais.

Vamos a algumas delas:

Carimbo
Gênero musical, dança e expressão artística de origem amazônica, em particular no nordeste do
estado do Pará, o carimbó conta com matrizes africanas, indígenas e europeias historicamente
desenvolvidas por setores sociais marginalizados, entre os quais comunidades pesqueiras, rurais e
suburbanas.

A hipótese é de que o nome advém do tupi curi m’bó: em português, pau oco escavado. “Curimbó” –
ou korimbó – também designa o grande tambor t
ocado nas apresentações do ritmo, com o músico “batedor” envolvendo-o com as pernas, sentado
nele. Maracas, milheiros, cavaquinho, rabeca, banjo, clarineta e flauta podem completar o repertório
orquestral que embala danças em roda ou de casais em passos curtos, em canções com temas
relacionados ao cotidiano de trabalho na lavoura e na pesca e à fauna e à flora.
Menções a carimbó, ligando-o a festas, folguedos e apresentações de afrodescendentes, já são
publicadas no século XIX, mas de modo depreciativo e persecutório. Entre 1848 e 1880, o Código de
Posturas Municipais de Belém1 estipula a proibição, sob o risco de multa, de “batuques ou sambas” e
também de “tocar tambor, carimbó, ou qualquer outro instrumento que perturbe o sossego durante a
noite”.
Posteriormente, nas três primeiras décadas do século XX, o termo designa não apenas instrumentos
sonoros, mas também a dança e a música marcadas por percussão e improviso nos cordões
carnavalescos dos subúrbios de Belém, capital paraense, em bairros como Pedreira e Umarizal.
Descendente de escravizados, o violonista Antônio Teixeira do Nascimento Filho, o Tó Teixeira
(1893-1982), compõe, para o cordão “Pretinhos de Moçambique”, uma canção com o título de
“Carimbó” já em 1908.

Antes atacadas e menosprezadas pelas elites econômicas e políticas, as variadas expressões


sociais, culturais, artísticas e religiosas vinculadas ao carimbó paulatinamente ganham a apreciação
de outras camadas da sociedade paraense a partir dos anos 1920. Porém, a aproximação se dá em
perspectiva de folclorismo, com intelectuais, literatos e jornalistas em constante esforço e disputa
para construir certa “autenticidade” do gênero, muitas vezes de maneira a fixá-lo como exótico e

26
capaz de expressar a suposta “síntese das três raças” que marca a sociedade brasileira de modo
harmonioso.

De qualquer forma, o carimbó, oriundo das festas populares de vizinhança, dos cordões
carnavalescos e das celebrações juninas, assim como de terreiros afrorreligiosos, ao adquirir cada
vez mais contornos de representatividade cultural, enfim penetra a indústria musical e midiática. Na
década de 1970, o mercado fonográfico paraense grava discos de carimbó que projetam artistas
como Mestre Verequete (1916-2009), Ely Farias, Alípio Martins (1944-1997), Candango do Ypê,
Pinduca (1937) e Populares de Igarapé-Miri.

Nas comunidades interioranas e suburbanas do Pará, boa parte do patrimônio do carimbó permanece
centrado na transmissão de saberes e práticas através da oralidade, entre as gerações. Outro
aspecto relevante é sua dimensão devocional, bastante associada à figura de São Benedito, santo
negro do catolicismo celebrado por comunidades afrodescendentes em diversas regiões do país.

Embora não haja possibilidade de se rastrear o local “exato” da gênese do carimbó, diversos mitos de
origem preservados na memória social de comunidades espalhadas pelo estado dão conta de suas
raízes em comunidades negras, em contato com culturas ameríndias da Amazônia e ibéricas. Outro
caráter fundamental das expressões memorialísticas do carimbó é a preocupação com o registro da
trajetória de pessoas comuns, em geral os mestres e as tias, que, ao longo do tempo, colaboram para
sua reprodução, suas festas, sua realização. Alguns desses expoentes no Pará são Mestre Lucindo
(1908-1988) e Mestre Cantídio, em Marapanim; Tia Pê, em Vígia; e Américo Gago, em Irituia.

A formação de carimbó mais frequente é a que reúne o “cantador” – responsável pelos versos
principais, em seguida respondidos por quem está presente –, o “tirador” – o que dá início ao canto –,
o “batedor” – que toca o tambor – e os “dançadores” – quem dança o carimbó. Nas últimas décadas,
tem-se recorrido a uma diferenciação entre o carimbó de raiz, tradicional, e o carimbó moderno,
urbano, praticado em Belém e que assimila guitarras elétricas, baixos e baterias, visto por parte da
crítica e de pesquisadores como mais comercial do que o primeiro, praticado em comunidades
menores do interior.

A Zona do Salgado, na costa nordeste do Pará, e a Ilha do Marajó costumam, com frequência, ser
representadas midiaticamente na posição de polos do carimbó, porém é importante ressaltar que o
gênero musical e a dança estão espalhados por todo o estado do Pará – e até do vizinho Maranhão –
, com variações. Em 2014, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) registrou o
carimbó como patrimônio cultural imaterial brasileiro, após pesquisa feita com cerca de 200 grupos
carimbozeiros paraenses em atividade.

Fortemente vinculado a certa identidade paraense, o carimbó expressa a força narrativa dos “de
baixo” na interpretação da sociedade em que se inserem, seja nas comunidades pesqueiras, seja nas
agricultoras ou nas periferias de um grande centro urbano como Belém. Atravessa o século XX para
se consolidar como uma das principais expressões artísticas populares do país.

27
https://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo14339/carimbo

Apresentação de carimbo
https://www.youtube.com/watch?v=AobQLBLuWyQ

BATUQUE DE UMBIGADA

O processo de deslocamento das populações negras do campo para as cidades iniciado após a
abolição trouxe muitas danças ancestrais para as periferias da região Sudeste. O “Batuque de
umbigada” dança originária da África trazida ao Brasil pelos escravos nos navios negreiros na época
de colonização e instalada na região do Médio Tietê (Tietê, Porto Feliz, Laranjal, Pereiras, Capivari,
Botucatu, Piracicaba, Limeira, Rio Claro, São Pedro, Itu, Tatuí) é uma manifestação que vem sendo
preservada e transmitida por gerações. Dança que assemelha o movimento do corpo com o axé e a
capoeira tem como principal função festejar a fertilidade. O Batuque de Umbigada, também chamado
caiumba ou tambu, é uma dança trazida por negros bantos que trabalharam na cultura da cana e do
café, em São Paulo. Em Tietê, Piracicaba e Capivari estão os últimos grupos de batuqueiros,
sexagenários que se reúnem algumas vezes durante o ano parra tocar, cantar e dançar. “O batuque é
uma manifestação em que, junto à batucada, há uma dança na qual um homem e uma mulher
encostam seus umbigos como parte da coreografia”, diz Vanderlei Bastos representante dessa
tradição cultural. Duas filas se defrontam, uma de mulheres e outra de homens. Perto dos
dançadores estão os batuqueiros que soltam as modas, ou seja, cantam as músicas. Na dança são
utilizados os seguintes instrumentos: o tambu, uma espécie de tambor feito de tronco oco de árvore;
o quinjengue, um tambor mais agudo que faz a marcação rítmica do tambu e nele se apóia; as
matracas, que são os paus que batem no tambu do lado oposto do couro e os guaiás, chocalhos de
metal em forma de cones ligados. Todos os instrumentos que levam couro, são afinados em uma
fogueira, tornando mais mágico e característico o ritual. A fileira dos homens vai até a das mulheres
cantando a moda para ensiná-las e após diversos galanteios, os homens vêm trocar umbigada com
as mulheres, e ai o baile se inicia. O movimento da umbigada é notado em danças cerimoniais de
fertilidade e núpcias da região Congo-Angolana. Dentro da cultura banto existe a visão de que o
umbigo é a nossa primeira boca e o ventre materno a primeira casa, a umbigada celebra o momento
10 único em que eles se tocam, um agradecimento ao dom da concepção, uma ação rápida e
mágica, materializada através da dança, explica Bastos.

http://celacc.eca.usp.br/sites/default/files/media/tcc/164-560-1-PB.pdf

apresentação de umbigada
https://www.youtube.com/watch?v=8M3BNcQnZsU

28
Atividades 1

existem muitas outras danças tradicionais no brasil e no mundo aqui vimos


apenas duas, agora e a vez de vocês pesquisarem em grupo mais duas danças
tradicionais e apresentarem para turma criar uma apresentação em ppt ou em
slides.

29
MÓDULO 02 – A CRIAÇÃO DE UMA EXPOSIÇÃO

CRONOGRAMA DE AULAS
Objetivo

Conhecer Ferramentas para a criação de um museu virtual, reconhecer e entender


como funcionam as exposições.

Analise crítica e prática.

Estimular a percepção das obras artísticas e a formulação de juízos estéticos, a fim


de criar questionamentos.

Conteúdo

Curadoria, Investigação do processos, Pesquisa.

Avaliação

Processual, contínua e participativa.

Referências

30
AULA 1 E 2 – Entendendo o trabalho do curador

Vocês sabem o que é curadoria? neste modulo vamos aprender um pouco


sobre o processo para criarmos nossa própria exposição virtual

Uma explicação sobre a curadoria

Segundo a Funarte -Fundação Nacional das Artes (2012), órgão vinculado ao Ministério da Cultura, o
termo curador em sua significação primeira refere-se a cuidar, curar, no entanto, a função de
conservar e preservar as obras de arte precede tal denominação, que têm seu surgimento em
meados do século XX, e adquiriu no breve período de sua existência, significativa relevância e
presença para a concepção das exposições.

Segundo Castilho (2008) a curadoria desempenha o papel de tutoria, de cuidar, preservar uma
exposição de arte desde a ideia até o seu gerenciamento.

O exercício dessa atividade tem por objetivo determinar o conteúdo da exposição, normalmente
obtido por meio de agrupamentos e articulações de semelhanças ou diferenças visuais ou conceituais
que as obras possam revelar. Para isso, geralmente determina-se um conceito ou tema, a partir do
qual, funcionando como fio condutor, elabora-se o processo para obtenção de uma unidade na
mostra. (CASTILLO, 2008:299/300)

Mais do que preservar e cuidar de obras, a curadoria deve viabilizar a obra, o local e o público, ou
seja, a curadoria atua e assume atividades desde a seleção dos trabalhos artísticos dentro de um
recorte proposto, como por exemplo, uma exposição sobre arte contemporânea, articulando as obras
com o espaço da mostra, que pode ser um museu ou um centro cultural.

A curadoria deve proporcionar um diálogo entre as próprias obras, escolhidas para compor a
exposição, problematizando conceitos presentes nos trabalhos, responsabilizando-se por
supervisionar a montagem da exposição, a manutenção das obras, a elaboração de textos de
apresentação e divulgação, a fim de proporcionar maior visibilidade e proximidade entre as obras e o
público.

Podemos dizer que, de uma maneira geral, que a curadoria deve realizar uma Concepção
Artística responsável que requer:

• Envolvimento;
• Pesquisa;
• Colaboração;
31
• Relacionamento;
• Diálogos tanto com os artistas quanto tanto para o público;
• Conhecimentos culturais, artísticos e técnicos de acordo com a da proposta e tipo de obra a ser
apresentada;
• Viabilizar projetos tanto do ponto de vista da infraestrutura quanto de verbas e disponibilidade
financeira;

Para Castilho, a curadoria desempenha um papel importante na produção e na gestão cultural


contemporânea, por proporcionar:

• Diversidade cultural, diversidade de públicos, diversidade de entendimento, vozes, formas,


pensamentos.

• Relação entre o público e privado, entre o bem de todos e as novas formas de privatização.

• Distribuição dos bens culturais como elemento fundamental da distribuição mais equitativa da
qualidade de vida.

• Circulação de conhecimento, de arte, de produção simbólica como motor de sustentabilidade e


mudanças na cidadania.

• Acordos e micro cooperações que possibilitem a mobilidade e visibilidade da nossa produção pode
modificar a familiaridade da sociedade aos bens criativos.

• Promover discussões amplia visões e possibilitar de novos caminhos.

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Um vídeo complementar para entender mais sobre a curadoria


SUPORTE E ATENDIMENTO AO ALUNO
https://www.youtube.com/watch?v=XGyQMmaRKes

32
Os temas

Tema da exposição arte urbana e cultura brasileira

Texto curatorial
um texto criado para mostrar o caminho e a relação entre as obras escolhidas
qual caminho foi seguido exemplo de um texto curatorial:

Queerentena
Como a arte interpreta o mundo no isolamento? Como artistas LGBTI+ se veem na quarentena? No
espaço de reclusão eclode uma produção artística que tenta responder essas perguntas. Como de
costume é na arte que a humanidade busca compreender o mundo em lockdown. De forma
subjetiva, no imaginário, vai construindo arquétipos para confortar, instigar e provocar o expectador,
que agora é virtual.
Queerentena é a primeira mostra virtual do Museu da Diversidade Sexual, instituição vinculada à
Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, com gestão da Amigos da Arte.
São artistas LGBTI+ que, a partir da hermética situação que a pandemia impôs, encontraram formas
para criar e discutir, junto com as pautas do cotidiano, a discriminação, a exclusão, o medo, a solidão
e a nova vida na era da contaminação.
Museu da Diversidade Sexual

http://exposicao.mds.org.br/expo/queerentena#curatoria

Texto de cada obra

O texto deve conter uma breve apresentação do artista e da obra e todos os


créditos, nome da obra, técnica e ano observe o exemplo a seguir:

Ali, naquele dia


A artista desenvolve uma pesquisa narrativa partindo de seu lugar enquanto filha de imigrantes sul-
coreanos no Brasil para entender as reverberações destes deslocamentos e as buscas por identidade
das gerações seguintes. Neste projeto, Patrícia Baik explora o signo da casa e as promessas que ela
suscita de conforto, acalento e acolhimento. Porém, agora no isolamento, as contradições tornam-se
mais explícitas entre essa casa e o mundo exterior, e frente às promessas nem sempre cumpridas, a
saudade do contato e do conforto crescem.

Patrícia Baik

33
São Paulo (SP), abril de 2020
Técnica: grafite sobre papel

http://exposicao.mds.org.br/expo/queerentena#patricia

Plataforma digital criação de site ou blog

O que é curadoria vídeo


https://www.youtube.com/watch?v=XGyQMmaRKes

Algumas exposições virtuais para se inspirar

Museu da Diversidade

http://exposicao.mds.org.br/

Instituto Inhotim

https://www.inhotim.org.br/item-do-acervo/entre-folhas-e-formas-uma-viagem-ao-universo-das-
araceas-2/

34
atividades 1

vamos criar um relatório com todo o processo de criação e pesquisa

agora é hora de se reunirem e decidirem quem vai ficar com cada tema
e criando relatório do processo

35
AULA 3 e 4 – Montagem da exposição

Criando o ambiente virtual para a exposição vocês poderão utilizar qualquer


plataforma que hospedem o site para a exposição.

Algumas sugestões de sites que vocês podem criar

• Wix
• Word press
• Canvas
• Sketchup

Vídeos para auxiliar na criação

https://www.youtube.com/watch?v=8LK84psJ8tA

https://www.youtube.com/watch?v=LLks-UwP1XU

Atividade 2

Apresentação das obras escolhidas

E das ideias gerais criadas pela turma

Nome da exposição

Artistas e temas

36
Aula 5 APRESENTACAO FINAL DA EXPOSICAO

Vamos fazer a visita pela exposição virtual , logo depois um bate papo com os
alunos sobre o processo as percepções

Avaliando

• Os textos

• As obras escolhidas

• Respeito ao tema

• Trabalho em equipe

37
MÓDULO 03 – DESCOBRINDO SER ARTISTA

CRONOGRAMA DE AULAS
Objetivo

Conhecendo as linguagens artísticas

Analise crítica e prática.

Estimular a percepção das obras artísticas e a formulação de juízos estéticos, a fim


de criar questionamentos.

Conteúdo

Arte Moderna, Semana de 22, Artistas modernistas.

Avaliação

Processual, contínua e participativa.

Referências

38
AULA 1e 2 - A investigação das linguagens artísticas.

Todos nascemos artistas, mas nem sempre conseguimos colocar em prática


nossas vontades artísticas, mas o ser artista pode ser importante tanto para nossa
criatividade e profissão soa inúmeras as possibilidades que o mundo artístico pode
nos trazer podemos ser desde
As linguagem da arte navegam pela materialidade e a não matéria vamos investigar
as praticas contemporâneas e as possibilidades diversa do fazer artístico

As possibilidades

Escultura

Matérias inusitados e não convencionais como as pecas de montar ganham


estatos de obras de arte quando reconfigurados e pensados de outra maneira pela
artista

Artista: Natan Sawaia

https://www.brickartist.com/

39
Pintura

As pinturas hiper realista se transforma em quase uma fotografia, tamanha a sua


riqueza em detalhes, faz ate com que questionamos se isso é mesmo uma pintura

Artista: Roberto Bernardi

https://br.pinterest.com/pin/350928995949352908/

Cenas do cotidiano também ganham vida

40
Instalações

Esta grande arvore todo construída através de laminas de madeira altera a


arquitetura do espaço criando uma nova plasticidade ao ambiente

Artista: Henrique Oliveira

https://br.pinterest.com/pin/9781324175027399/

41
Performance

Utilizar o corpo e o espaço como suporte a criar a linguagem artística

Artista: Marina Abramovic

https://br.pinterest.com/pin/43628690131716054/

assista o vídeo da performance

https://www.youtube.com/watch?v=OS0Tg0IjCp4

arte e moda

o hibridismo da linguagens a moda não pode ser considerada arte em sua essência
mas arte faz parte do processo e do resultado o que causa enormes discucoes se a
arte pode mesmo se enquadrar a moda

estilista: Craig Green

42
Desfile da marca do estilista Craig Green

https://www.youtube.com/watch?v=YSfbo9F90e0

43
Atividades1

1- Quais trabalhos você mais de identificou, e por quê?

2- Qual linguagem da arte você mais se identifica e por quê?

Atividade 2

vamos criar um painel de inspiração para a criação de um projeto de arte


fictício simulando um projeto de uma obra de arte a escolha de vocês:

escultura
pintura
vídeo
objetos
desenhos

Que trará como tema o assunto “moda e arte”, juntamente com um pequeno
texto justificando suas escolhas

Exemplos de painéis
eles podem conter, imagens desenhos esboços, tecidos, papeis etc podem
ser tanto criados de maneira digital quanto manual

https://br.pinterest.com/pin/132011832817818573/

44
AULA 3 e 4 - O corpo como suporte
O que pode o corpo do ator, quais os limites ele possui? quais ele não deve
possuir?
Vamos investigar como esse corpo se comporta no espaço, no artigo abaixo
vamos entender este processo um leitura que requer atenção para que possamos
compreender bem o sua temática:

CORPO NA CRIAÇÃO ARTÍSTICA DO ATOR

Maria Ângela De Ambrosis Pinheiro Machado Universidade Federal de Goiás - UFG Corpo, emoção,
razão.

A proposição deste artigo é buscar uma compreensão do corpo do ator nos processos de pesquisa e
criação cênica. Com base nos estudos das Ciências Cognitivas1 que investigam as relações entre
corpo e ambiente, é possível compreender o corpo do ator como um fluxo continuo entre emoção,
sentimento, imaginação e razão na sua relação com o ambiente, no caso, o da pesquisa de
linguagem teatral.

Esta análise deve-se primeiramente a uma perspectiva contemporânea do fazer teatral onde o
trabalho do ator conquiste versatilidade e habilidade de diálogos com a diversidade de linguagens
que compõe a cena contemporânea configurando no treinamento para atores, entre outras
características, a busca por uma interpretação teatral que integra corpo/mente. A segunda razão
deve-se à necessidade de trazer para esta reflexão novos conhecimentos a cerca do corpo
produzidos pelas Ciências Cognitivas onde esta questão da integração corpo/mente ganha
explicações científicas e esclarecedoras para uma reflexão mais profunda da relação do corpo do ator
no processo de criação teatral.

Em sua pesquisa “O papel do corpo no corpo do ator” (2002), Azevedo mapeia as discussões,
técnicas e treinamentos sobre o corpo. Esta questão teve sua primeira semente lançada por
Stanislavski no Método das Ações Físicas. De lá pra cá, o corpo foi ganhando respaldo e importância
no processo de criação do ator. Como ela aponta, a sistematização de trabalhos corporais, a
influência das artes marciais, o desenvolvimento de técnicas da educação somática foi constituindo
cada vez mais, instrumentos de treinamento e expressão do corpo do ator. Hoje o treinamento
corporal constitui instrumento para desenvolver a tão buscada presença cênica, os estados de
prontidão e atenção, o jogo e a expressividade do corpo, inserido em uma diversidade de pesquisas
de linguagem teatral.

Este foco na questão do corpo do ator redirecionou a questão da emoção, dos sentimentos, da razão
e da imaginação no trabalho do ator. Atualmente, busca-se uma interpretação do ator que
45
compreende a integração corpo/mente. Podemos arriscar dizer que esta integração é a responsável
pela organicidade e veracidade da interpretação, pelo envolvimento do ator no fazer teatral e pela
versatilidade e habilidade dele para interagir à diversidade de linguagens a que está sujeito na cena
contemporânea.

Os depoimentos de Peter Brook (1999) são claros nesta perspectiva. Brook considera que uma
interpretação viva, que faísca centelhas de vida no espectador constitui-se de uma interpretação onde
o ator está perceptivo, sensitivo e intelectualmente presente.

Alguns apontamentos de Antonio Damásio, neurocientista e cientista cognitivo, podem contribuir para
uma melhor compreensão da relação corpo e mente. Para realizar a ponte entre este cientista
cognitiva e o teatro retorno a Stanislavski. Foi preocupação de Stanislavski buscar um método onde o
ator respeitasse as leis orgânicas da natureza como forma de conquistar uma interpretação que
parecesse natural. Entre as metodologias de pesquisa de seu método, Stanislavski sugere que o ator
poderia buscar as emoções e sentimentos de um cidadão em seu cotidiano, porque via ali uma ação
naturalmente desencadeada, tal como ele pensava a naturalidade de uma ação cênica. Com
Damásio podemos compreender a plausibilidade desta hipótese.
Segundo seus estudos, Damásio aponta para o fato que a emoção e sentimento são as formas
primeiras de relação de um organismo com o mundo. Nesta relação, o organismo se relaciona com
um objeto ou uma situação. A emoção indica ao organismo a existência desse objeto ou situação. A
emoção faz a ponte entre o objeto externo e o organismo. O organismo é dotado de um mecanismo
de regulação homeostática cuja função é manter a estabilidade interna dele. Assim a emoção
desencadeada no organismo na sua relação com o objeto/situação externa desestabiliza o
organismo, instigando-o a gerar uma reação adequada naquela situação. A emoção gera estados
corporais em reações físicas passíveis de serem percebidas por um observador externo.

O sentimento é o que o organismo sente nesta relação mediada pela emoção, ou seja, dor ou prazer.
Para Damásio, o sentimento não é expresso externamente, ele se constitui de um sentido interno do
corpo. Ele consiste de um primeiro mapa neural a partir do qual o corpo organiza sua reação/ação
adequada à situação vivida pelo organismo.

Assim, em organismos mais complexos dotados de cérebro, o sentimento gera este primeiro mapa. O
cérebro mapeia o corpo, mapeia o objeto e mapeia a relação entre eles desencadeando certo
comportamento. Vale ressaltar que nestes processos todos, mudam-se os estados emocionais, os
sentimentos e, portanto, os estados corporais/mentais numa relação integrada.

Para o ator, reconhecer o lugar da emoção e do sentimento nesta perspectiva pode reorientar o papel
deles na construção do personagem e no processo de pesquisa. Neste ponto, não cabe mais
emprestar uma emoção ao personagem ou expressar um sentimento ou ainda criar emoção e
sentimento para o personagem, mas perceber com acuidade suas próprias emoções e sentimentos a

46
cada momento em sua relação com o processo de pesquisa de linguagem teatral, com o
personagem, com a peça, com a cena, com as memórias e conexões que é capaz de realizar em
seus estudos com a equipe (atores, diretor, iluminador, dramaturgo, músico, cenógrafo, figurinista). A
isto podemos chamar de engajamento na pesquisa.

Não diferente, há que o ator estar atento no espetáculo, as emoções e sentimentos que a relação
com a cena e com o público suscita. No treinamento e nos ensaios são os locais mais apropriados
para o exercício desta percepção, compreendendo que emoções e sentimentos são responsáveis
pelos estados corporais e reações/ações comportamentais do corpo naquela situação. Esta
percepção auxilia o ator a agir com a organicidade do momento e não com a marcação automatizada
do espetáculo.

Nesse sentido, o trabalho de corpo ganha importância fundamental como estímulo à criação artística
na medida em que a reorganização do corpo conduz a novos estímulos corpóreo/mentais, tanto
quanto conhecer a peça com profundidade organiza as ações físicas. A conquista da percepção e
consciência corporal desenvolve habilidades expressivas e comunicativas do corpo. Compreenda-se
agora corpo como corpo/mente.

Ainda com Damásio, podemos compreender o lugar da razão e da imaginação no trabalho do ator.
Primeiramente, há que reforçar que estes são processos de ordem corpórea que se constituem das
imagens mentais pelas quais o cérebro opera. Para Damásio, pensar, raciocinar, imaginar, lembrar,
planejar, ter consciência são operações mentais de ordem cognitiva mais ampla com substrato
orgânico próprio do funcionamento do sistema nervoso e desencadeadas dos processos de emoção
e sentimento advindos da relação do corpo com o ambiente.

Para Damásio, há dois modos de ser da consciência. A consciência central que provem deste modo
básico de relação entre corpo e ambiente, ou seja, o âmbito das emoções e dos sentimentos que
geram conhecimentos necessários à sobrevivência imediata do organismo. Atrelada à consciência
central, segue-se a consciência ampliada, responsável por processos cognitivos mais amplos e
complexos, permitindo aos organismos assim dotados maiores possibilidades adaptativas. Razão e
imaginação são, pois, processos cognitivos complexos e fundamentais ao comportamento humano.
Vale lembrar que estes processos cognitivos interagem também. A constituição de raciocínio requer
memória e imaginação. A imaginação constitui um processo composto de experiências diversas do
indivíduo, memórias conscientes e inconscientes, solicita raciocínios para concatenar idéias que em
princípio nada teriam a haver entre si. Enfim, são processos de fluxos de imagens mentais/mapas
cerebrais, que se misturam,confluem, para direcionar a criação e expressão de um conhecimento. No
caso do ator, um conhecimento artístico.

Assim, razão (e toda forma de pensamento e raciocínio a ela atrelada) não é um bicho de sete
cabeças que tolhe a criatividade do ator. Ela é instrumento para organizar a linguagem cênica. Mas

47
mais que isto é importante ressaltar que no processo de criação do ator ela está presente. Talvez nos
a confundamos com a auto-crítica, ansiedade e tantos outros obstáculos da arte do ator.

A imaginação, por sua vez, não é um lugar de liberdade total e irrestrita, onde tudo pode. A falta de
limite nunca foi favorável a prática do ator, caso contrário, não seriam necessários jogos, regras nem
linguagem teatral para se fazer teatro. Com a imaginação não é diferente. Primeiramente, a
imaginação está vinculada aos processos da consciência central; em segundo lugar, ela é estimulada
por diversas fontes: movimento cinestésico, memórias, experiências, estímulos verbais etc. e em
terceiro lugar, ela é fruto de conexões que naquele corpo com aqueles processos corpóreo/mentais
com aquela história é capaz de formular.

Concluindo. O corpo constitui o eixo criador e comunicador da cena teatral. Este corpo implica
movimentos sensório motor, percepção, consciência, processos mentais nem fluxo contínuo da
relação do corpo do ator com o ambiente de pesquisa teatral.

http://www.portalabrace.org/vcongresso/textos/processos/Maria%20angela%20de%20A%20P%20M
%20-%20Corpo%20na%20criacao%20artistica%20do%20ator.pdf

Vídeos da diretora Bia Lessa e preparação do corpo do ator

https://www.youtube.com/watch?v=93mwGBrl6vw

https://www.youtube.com/watch?v=5ZFt_FRvOgE

Atividade 1

48
síntese do texto um no máximo 20 linhas, juntamente criar uma montagem de
imagens que tenha o movimento como guia.

49
Aula 5 - Apresentação final dos trabalhos

Auto avalição conversa sobre o processo de criação e dos trabalhos

• Critérios

• Criatividade

• Execução

• Respeito as diretrizes

• Prazos

Apresentação dos dois últimos trabalhos


Auto avalição

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MÓDULO 04 – O SER ARTISTA

CRONOGRAMA DE AULAS

Objetivo

Conhecendo as praticas do artista como pesquisador e investigador .

Análise crítica e prática.

Estimular a percepção das obras artísticas e a formulação de juízos estéticos, a fim


de criar questionamentos.

Conteúdo

Arte urbana, Artistas Contemporâneos, Fotografia

Avaliação

Processual, contínua e participativa.

Referências

LIVRO de artista. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São
Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em:
<http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo14340/livro-de-artista>. Acesso em: 29
de Abr. 2021. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7

FOTOGRAFIA documental. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura


Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em:
<http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo14342/fotografia-documental>. Acesso
em: 29 de Abr. 2021. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7

51
AULA 1 e 2 - O Registro da arte como documento de um tempo

Arte representa em sua essência o pensamento de uma época de uma


pessoa
E seus registros são imprescindíveis para que as futuras gerações entendem e
compreendem suas linguagens vamos conferir como alguns artistas registram seus
trabalhos e seu processos artísticos.
E entender a importância da documentação de nossos pensamentos e de
nossas criações, que podem ser acessadas no futuro e contribuir para criação de
novos trabalhos

Livro de artista:
Livro de artista é uma obra de arte em si, concebida integralmente em forma
de livro. A leitura de um livro de artista não se encerra no deciframento de seu
código, pois suas características não verbais, como a materialidade, são tão
relevantes quanto o texto escrito.

Artista: Guilherme Gerais

https://guilhermegerais.com/T-B-OF-M-C-Book
52
Confira no link o livro na integra

Neste outro livro podemos ver fotos e desenhos da artista

Artista: Vania Medeiros

https://lovelyhouse.com.br/publicacao/ferias-2-vania-medeiros/

Fotografia documental

Fotografia documental é um gênero da fotografia atrelado à noção do real, uma


imagem que atua como registro de determinado evento, situação, local, indivíduo ou
grupo. A estética documental parte da realidade para compor testemunhos sobre um
53
tema social e histórico, descrever condições humanas ou territoriais e constituir uma
imagem realista crítica.

Artista: Amanda Oliveira

http://www.revistacapitolina.com.br/negros-musicalidade-e-fe/

Artista: Sebastião Salgado

https://publicdelivery.org/sebastiao-salgado-serra-pelada-gold-mine-brazil/

54
Atividade 1

1- qual A impotência da memoria para você, elabore um texto como no mínimo


15 linhas

Atividades 2

você vai precisar entrevistar alguém que você queira e registar o momento com uma
fotografia assim criar um pequeno texto explicando como foi a experiência e
primeiro vamos elaborar algumas perguntas.

Sugestão

• Como você tem passado estes momentos de pandemia?

• Qual seus sonhos?

• Quais suas lembranças mais vividas do passado?


Vamos lá agora e com vocês elaborem as perguntas e mãos a obra!

55
AULA 3 E 4 DOCUMENTANDO AS NOSSA ARTE

Todos os processos que vivenciamos ate agora precisam ser catalogados de


maneira digital ou manual.
Vocês vão precisar registrar todas as experiências, que tiveram durante as aulas
podemos criar uma apresentação digital com imagens e alguns textos.
Ou até mesmo Unir todos os trabalhos e construir um caderno de artistas, não
teremos muitas regras na hora de criar cabem a vocês pensarem como podem criar
esta documentação das experiências.

O que precisa ter:

• Data
• Explicação de cada uma das atividades
• Apresentação pessoal
• E um breve texto sobre o processo de criação

56
Aula 5 - Apresentação final dos trabalhos

Auto avalição conversa sobre o processo de criação e dos trabalhos

• Critérios

• Criatividade

• Execução

• Respeito as diretrizes

• Prazos

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Referências

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES
METROPOLITANAS UNIDAS – FMU
ARTES VISUAIS

Intervenção pedagógica no cenário do COVID-19

Alan Santana Alves


1796690

SÃO PAULO
2021
Sumário

MÓDULO 01 – PATRIMÔNIO CULTURAL .......................................................................... 3


MÓDULO 02 – A CRIAÇÃO DE UMA EXPOSIÇÃO .......................................................... 30
MÓDULO 03 – DESCOBRINDO SER ARTISTA ................................................................. 38
MÓDULO 04 – O SER ARTISTA........................................................................................... 51
1. Área: Artes Visuais

2. Título: Intervenção Pedagógica no cenário do COVID-19 para alunos do


fundamental II.

3. Faixa Etária: 1º do ensino médio (15 a 16)

4. Carga Horária: 80 horas

5. Tema e delimitação de tema: História da Arte – Arte Moderna – Arte


Contemporânea – Métodos Artísticos – Inspiração Artística – Fotografia – Portfólio.

6. Problema de pesquisa: Desenvolver, questionar e se expressar, por meio


de atividades artísticas, as vivências emocionais como forma pessoal de expressão.
7. Justificativa: Desenvolver a habilidade de descobrir valores estéticos, de
usar a criatividade, a iniciativa no senso de individualidade e confiança no seu
discernimento ao experimentar, criar e avaliar. As atividades teóricas e práticas dão
embasamento para que auxilie no desenvolvimento.
8. Cronograma:
ATIVIDADES Aula 1 Aula 2 Aula 3 Aula 4 Aula 5

Módulo 1

Atividade 1 e 2

Atividade 3 e 4

Atividade final

Modulo2

Atividade 1 e 2

Atividade 2 e 3

Atividade final

ATIVIDADES Aula 01 Aula 02 Aula 03 Aula 04 Aula 05


Módulo 03:

Atividade 1

Atividade1

Atividade 1

1
Atividade 1

Atividade final

Módulo 04

Atividade1

Atividade 2

Ativide 3

Atividade 4

9. Objetivo: Essa apostila digital tem como objetivo auxiliar os alunos durante
o cenário da Pandemia de Covid-19, assim podendo desenvolver o conhecimento de
forma assíncrona em casa, com aulas, atividades e conteúdo extracurricular.
10. Produto pedagógico: Apostila online para aulas assíncronas.

11. Resultados esperados: Atribuir conhecimento através de conteúdos


didáticos e práticos, a fim de intensificar as percepções dos alunos.

2
MÓDULO 01 – PATRIMÔNIO CULTURAL

CRONOGRAMA DE AULAS

Objetivo

Conhecer e reconhecer os patrimônios culturais.

Analise crítica e prática.

Estimular a percepção das obras artísticas e a formulação de juízos estéticos, a fim


de criar questionamentos.

Conteúdo

Intervenções Artísticas, Arte Urbana, A relação entre Cidade e Cidadoes.

Avaliação

Processual, contínua e participativa.

Referências

3
AULA 1 – A ARTES AO NOSSO REDOR

Durante todo esse modulo vamos investigar as relações entre cidades e arte
vamos nos aventurar pelas linguagens das artes contemporâneas e seus
atravessamentos em nosso cotidiano vamos perceber que a arte esta mais presente
em nossa vida e nossa cidade muito mais do que possamos imaginar.
As intervenções urbanas se apropriam do espaço publico das cidades de forma
política, já que grande parte dessas intervenções trazem questionamentos aos
habitantes das cidades, cartazes, lambs, estêncil, stikers, grafite e pichação, intervém
no espaço as vezes de maneira critica outras de maneira lúdica irreverente mas
sempre questionadora, já que em sua essência é este o papel fundamental da arte
questionar.
texto abaixo traz uma reflexão contundente sobre essas intervenções e suas
funções na cidades:

Efêmeras e críticas, intervenções urbanas, ganham status de arte e destaque em canteiros, muros,
postes e calçadas de vários países.

Cidades sitiadas

Maria Angélica Melendi


colaboração para a Folha

Em uma tarde, num canteiro abandonado de uma avenida de Belo Horizonte, abrem-se centenas de
flores vermelhas de papel celofane. No centro de Buenos Aires, os passantes são surpreendidos por
uma invasão de soldadinhos de brinquedo descendo de pára-quedas dos prédios mais altos. Esses
trabalhos, do Grupo Poro e do Grupo de Arte Callejero, respectivamente, estão entre os muitos que
acontecem todos os dias nas ruas de nossas cidades.

Agrupadas sob o rótulo de intervenções urbanas, essas práticas são diversificadas. Suas marcas
distintivas são, além da localização urbana, a debilitação ou o questionamento da autoria, a opção
pela efemeridade e pela impermanência e a crítica à situação socioeconômica ou ao sistema de artes
instituído.

Os protestos antiglobalização ocorridos em Seattle (1999) e Gênova (2001), os movimentos contra a


guerra no Iraque ou os realizados em diversos países por conflitos locais – como foi o caso Fujimori,
no Peru, ou da crise de 2001, na Argentina – apontam para uma sintonia com os acontecimentos
políticos e sociais que provocaram estratégias similares na segunda metade do século 20.

Vale lembrar dos cartazes e grafites nas ruas e muros da Paris de maio de 68 – e também de Buenos
Aires, Rio de Janeiro, Cidade do México, Nova York, Milão ou Berlim. Naquela época, em qualquer
metrópole, artistas e jovens saiam às ruas e nelas inscreviam seus trabalhos e suas palavras. Essas
manifestações receberam nomes como “nothings”, “happenings”, “event scores”, ações,
performances, entre outros. A Cow Parade, que estará em São Paulo a partir do mês que vem, é um
evento internacional que surgiu na Suíça em 1998. As vaquinhas, de tamanho natural, são feitas de
fibra de vidro e funcionam como telas para os artistas selecionados nas cidades onde a parada se
instala. O circuito é urbano, porém acontece sempre nos lugares mais nobres, como é o caso da
4
avenida Paulista, em São Paulo, e do Puerto Madero, em Buenos Aires. Sua função é apenas a de
entreter e divertir certo público de classe média, além de legitimar a obra dos selecionados. O circuito
(www.cowparade.com) produz vários subprodutos colecionáveis. Pouco ou nada tem a ver com as
obras das quais falamos, que se caracterizam pela porosidade dos limites e pela dificuldade em
serem percebidas e julgadas a partir de princípios estéticos, políticos ou didáticos.

É bom lembrar que, em 1981, Marcelo Nistche foi premiado no 12º Salão Nacional de Arte de Belo
Horizonte com uma intervenção urbana intitulada “Vaca de Concreto”, que consistiu na instalação de
uma escultura de concreto do animal, em tamanho natural, no passeio da rua Leopodina, em Belo
Horizonte, onde a peça permanece até hoje (confira em www.comartevirtual.com.br). No começo dos
anos 90, um grupo de jovens ligados ao fanzine “O Marmota” organizou intervenções periódicas na
“vaquinha” de Nistche. Pintada por alguns integrantes do grupo, a escultura era reinaugurada a cada
mês, ocasião em que os artistas faziam festas na rua.

O que hoje chamamos de intervenção urbana envolve um pouco da intensa energia comunitária que
floresceu nos anos de chumbo. Os trabalhos dos artistas contemporâneos, porém, buscam uma
religação afetiva com os espaços degradados ou abandonados da cidade, com o que foi expulso,
apagado ou esquecido na afirmação dos novos centros. Por meio do uso de práticas que se
confundem com as da sinalização urbana, da publicidade popular, dos movimentos de massa ou das
tarefas cotidianas, esses artistas pretendem abrir na paisagem pequenas trilhas que permitam escoar
e dissolver o insuportável peso de um presente cada vez mais opaco, cada vez mais complexo.

https://www1.folha.uol.com.br/fsp/sinapse/sa3008200514.htm

Na intervenção a abaixo o artista visual, Rage traz um questionamento


bastante irônico e questionador em suas intervenções

https://br.pinterest.com/pin/449023025324366600/

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https://br.pinterest.com/pin/674203006689853706/

Conhecendo mais intervenções pelo mundo:


Nesse vídeo o artista, Eduardo Srur traz cinco intervenções urbanas para
conhecermos.

https://www.youtube.com/watch?v=tE94TmxcAt8

6
Atividade 1
1- um após a leitura do texto e das imagens responda

2- Qual intervenção artística você já viu próximo a sua casa?

3- Explique com suas palavras o que é uma intervenção artística.

Atividades 2
Hora de opinar!

Sobrea a provocação
a cidade é para todos?

Vamos iniciar uma conversa e troca de opiniões sobre o tema

7
AULA 2 e 3 - A preservação da nossa memória cultural

A memória de uma sociedade pode permanecer viva por muitas gerações


desde que ele seja preservado, nos livros nos documentos históricos nas fotos, mas
também nas artes, nos monumentos públicos.
Vamos entender a importância da preservação dessa memoria artística um
povo sem memoria pode se tornar um povo sem história, sem identidade.
Para entendermos um pouco mais sobre esse assunto tão denso e importante
vamos a leitura de um texto muito importante para a nossa compressão:

A importância da preservação

Arte Pública, Contextualidade Social da Arte Hoje

Dr. João Spineli


Professor do curso de Pós-Graduação em Artes, Departamento de Artes Plásticas ECA/USP

No território público, onde os símbolos artísticos podem ser polemizados, discutidos é evidente a
capacidade da arte potencializar, nos indivíduos e nas comunidades, identificações estéticas, sociais,
econômicas e políticas. A arte pública pode-se reconstituir o tecido social, tão danificado em
praticamente todos os países desenvolvidos tecnologicamente; assim as obras de arte participam da
cidade como significativos marcos referenciais. O ser humano precisa do incentivo que a arte pode
provocar, em especial quando asfixiado pela poluição visual, olfativa e sonora das grandes cidades,
cada vez mais carentes de jardins, parques, monumentos e de áreas cívicas para manifestações
populares, contestações e debates.

O significado da arte em seu domínio público aparece em espaços permeados de conflitos e


contradições. Pensar em arte publica é pensar sobre a vida social. O cotidiano une as relações, não
apenas as sociais, mas as espaciais, intrínsecas a um território, a uma comunidade. As
manifestações artísticas idealizadas para os espaços públicos redimensionam e/ou possibilitam
articulações de uso do próprio espaço público, criando formas de apropriação e de organização social
e, algumas vezes, até simbólicas, que requalificam a própria vida do indivíduo, da localidade e da
comunidade circunscrita a essas manifestações/idealizações. Uma "territorialização" que promove
relações simbólicas e solidariedades que delineiam novos campos de ação cultural.

As cidades contêm sinais, alegorias, memórias, mistérios e símbolos impregnados da sua


própria história. As relações com o espaço urbanístico determinam-se fora do convencional. A cidade
não existe dissociada da sociedade que lhe outorga significados/significantes.

8
A arte pública foi muitas vezes pensada como elemento aglutinador, alusão simbólica, ponto
referencial da cidade no que ela tem de história, de espiritualidade e fantasia - algumas vezes como
imagens de ostentação e poder: os obeliscos, as catedrais góticas, as torres; a Torre de Babel era um
projeto de arte pública metafórico que possibilitaria ao homem alcançar a divindade e o próprio céu...

Muitas vezes desconhecemos os nomes das ruas, avenidas e praças, mas não esquecemos,
visualmente, da localização espacial de alguns emblemas visuais como os monumentos às Bandeiras
de Victor Brecheret, em São Paulo, a Torre Eifell, a Estátua da Liberdade e o Cristo Redentor no
Corcovado, pontos de convergência, intersecções urbanas que se transformam em imagens
simbólicas, privativas (peculiares) da cidade. Sinais imbricados no cotidiano do mapa geográfico
urbano, marcos que balizam o próprio espaço físico e as próprias relações sociais, inclusive as
pessoais.

Para Walt Witman: "a cidade é a mais compreensível das obras criadas pelo homem",
enquanto para Paulo Mendes da Rocha "a cidade em sua essência, em sua estrutura, em sua
capacidade de satisfazer os interesses fundamentais do gênero humano, seria a obra de arte por
excelência... a suprema obra de arte do gênero humano..." O mesmo autor complementa: "a essência
da arte é a sua dimensão pública" (nota 1).

Além do ato criador, inerente ao processo idealizador, o artista procura destacar a


complexidade de usos e significados dos espaços públicos, criando referenciais que organizam e
redimensionam a vida cotidiana. A arte pública anexa à paisagem e à arquitetura, uma abordagem
crítica da memória oficial, burocrática da cidade, que estratifica e cristaliza no cidadão um único
significado histórico ou social do monumento. O artista deve sugerir ao observador uma reflexão mais
ampla: estética, política, histórica, social e crítica da importância dos espaços de livre trânsito para a
população, pois conforme afirmação de Giulio Carlo Argan a cidade representa, sem dúvida, a maior
parte da nossa vida (nota 2).

O artista contemporâneo não pode esquecer dos problemas/obstáculos relacionados às obras


de arte em espaços públicos e, em especial, os provocados pela desindustrialização, que abandona,
nas grandes metrópoles, edifícios, equipamentos e fábricas, em função da tecnologia que, cada vez
mais, reduz os espaços reservados ao trabalho e os empregos.

Além da desindustrialização o artista deve, também, procurar equipar com a sua arte as
regiões periféricas, vítimas da ocupação desordenada, irregular das metrópoles, sempre distante dos
equipamentos e obras de arte de uso da elite econômica/social - comum a todos os grandes
aglomerados humanos.

A periferia é uma área desguarnecida de monumentos e de qualquer outro tipo de


interferências artísticas, nunca pensadas para as regiões suburbanas desconectadas de ações

9
culturais (palestras, oficinas, workshops, shows, concertos, bibliotecas e museus) que dirimam, um
pouco, o sofrimento destas áreas, tão sacrificadas pela falta de planejamento urbano.

"... é no mínimo curioso que, cada vez que se fala em sociedade e em comunidade, se exclua,
relegando-os aos subúrbios periféricos, justamente os que, além de constituir a parte numericamente
maior da população, são os protagonistas mais diretos da chamada função urbana." (nota 3)

Bairros distantes dos centros administrativos e ou econômicos desconhecem a contribuição


da arte para a criação, concretização, de um repertório alegórico típico a cada zona urbana, em
contraponto às cicatrizes deixadas pela ocupação caótica da terra: viadutos e pontes inacabados, lixo
abandonado á vista dos moradores, tubulações "eleitoreiras" de água e esgoto "esquecidas" pós-
eleições ad eternum pelos desgovernos políticos.

As interferências plásticas - com suas formas, volumes e cores - possibilitam ao ser humano
criar, em função de suas experiências e vivências pessoais - identificações simbólicas que dirimem a
circunscrição caótica da linha que separa a cidade da periferia.

Zonas desocupadas, muitas vezes, cobertas de entulhos, relegadas a todo tipo de intempéries
podem, mesmo que temporariamente, ser revitalizadas por intervenções visuais, cênicas ou musicais
que amenizam o olhar do desprestigiado trabalhador da periferia em sua volta diária do trabalho para
o seu lar.

Intervenções estético/críticas que alteram o caráter precário, desagregador da paisagem


urbana, redivivem a percepção visual e sonora, além de enfatizar vínculos com a região e evidenciar
outras concepções de propriedade pública e privada, diferentes das convencionais: de poder e posse
absolutas da terra, que permitam rearticulações de espaços inscritos a uma progressiva
conscientização do significado das expressões pessoais e ou coletivas. Articulações que
redimensionam a construção de identidades, desvinculadas das tradicionais estruturas opressivas
que desqualificam o espaço urbano, tão carente de planejamento, mas sobrecarregado pela poluição
visual que esconde, muitas vezes, detalhes da arquitetura e do paisagismo significativos para o
entendimento da história e evolução da cidade.

Projetos artísticos articulados com o entorno urbano, interessados com a organicidade


estrutural de processos construtivos populares, próximos ao modus-vivendi da comunidade geram
inusitadas informações de gosto estético, peculiar do habitante periférico aos grandes centros
administrativos. Os seus anseios e aspirações não são iguais às necessidades visuais, estéticas da
elite intelectual e econômica que vivenciam uma realidade diametralmente oposta à convivida nas
áreas desurbanizadas, deterioradas dos arrabaldes suburbanos das megalópoles. A maioria das
cidades nos leva a perguntar quão público é o espaço público para os menos afortunados que
resistem heroicamente nos arrabaldes das metrópoles?

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A dimensão cartográfica da metrópole não tem medida, pode dissolver, em parte ou em sua
totalidade uma obra de arte pública. Cada região apresenta uma estrutura urbana, paisagística que
demanda soluções especiais. Na tessitura das metrópoles os monumentos e as intervenções
tridimensionais são marcos que ligam o próximo do distante, o simples do complexo e o estético ao
cotidiano. Assim, a localização da obra de arte deve dialogar, de forma alusiva ao significado ou uso
do local.

Um projeto de intervenção urbana tem como ponto de partida a cidade contemporânea. O


paisagismo, o urbanismo, os sons e a própria arquitetura do lugar são continuamente redesenhados
(pela própria evolução e algumas vezes pela involução das cidades: poluição, trânsito), se cruzam
nas diversas linguagens e suportes artísticos. Para Rosalind Krauss o percurso histórico, cronológico
é o fio condutor da organização/distribuição da metrópole: "...o novo é mais fácil de ser entendido
quando visto como uma evolução de formas do passado. O historicismo atua sobre o novo e o
diferente para diminuir a novidade e mitigar a diferença. A evocação do modelo da evolução permite
uma modificação em nossa experiência... ...Ademais, nos confortamos com essa percepção de
similitude, com essa estratégica, para reduzir tudo que nos é estranho, tanto no tempo como no
espaço, àquilo que já conhecemos e somos"(nota 4).

A história dos materiais e técnicas está presente na memória inscrita dos objetos. Marcas,
documentos, resíduos que resistem ao apagamento dos registros vivenciais de quantas pessoas
habitaram aquela região onde está situada a obra de arte pública. Uma investigação sobre os
processos tecnológicos, manuais, químicos, físicos, óticos, além da documentação fotográfica ou
cinematográfica, são referências de percepção e apreensão da arte pública. Assim, é possível
mapear a cidade, contar a sua história, delinear o horizonte urbano como pano de fundo da
multiplicidade das experiências e linguagens, que caracterizam a produção artística, constroem novas
paisagens via arte. Um espaço sem fronteiras, tangenciado pelas múltiplas possibilidades de criação:
monumentos, esculturas, pinturas murais, objetos tridimensionais, além do paisagismo e da
arquitetura que requalificam e vivificam as metrópoles.

A fronteira criativa entre a arte e a ciência, a ciência e a tecnologia, colabora com o


desenvolvimento transdisciplinar de idéias, estratégias inovadoras para a vida contemporânea.
Uma arte que se faz nas ruas, nas praças, nos muros e nos circuitos eletrônicos. A cidade como um
grande museu aberto, em trânsito. Parafraseando Walter Benjamin: "Não saber se orientar numa
cidade não significa muito. Perder-se nela, porém, como a gente se perde numa floresta, é coisa que
se deve aprender a fazer".

A conseqüência dessa convergência de arte, ciência e tecnologia sobre o conceito que


fazemos da cidade, da arte pública, da comunidade e de nós mesmos é um desafio. Ainda o artista
não tem meios de considerar o que pode haver além da arte eletrônica e para onde a arte estaria
sendo levada pela conectividade da Internet, pela interatividade da hipermídia e pela fluidez da

11
realidade virtual. Timoth Leary afirmou "que as portas da percepção se abrem agora para a
comunicação e criação via computador..."

Cada vez mais são reduzidos, abolidos, da cidade os espaços públicos reservados às
manifestações populares, enraizadas, típicas de uma comunidade. O proceder das megalópoles que
deteriora os signos culturais criados, pela vida em sociedade amplia a necessidade de uma reflexão,
mais aprofundada, sobre as inquietações geradas pela desumanização das grandes cidades e de
suas implicações no que diz respeito à essência da vida, seus referenciais e da própria memória dos
registros vivenciais da mesma.

Mudanças transformadoras, humanizadoras são desejáveis por toda a população. Os projetos


de arte pública que discutem e atendem aos anseios da coletividade sempre recebem apoio da
comunidade que colabora para a sua concretização, conservação e preservação. Solidariedade não
dogmática que cobra resposta imediata do governo, não apenas do que deve ser realizado agora,
mas do já executado em arte pública.

Inventariar, cadastrar, documentar, conservar as obras de arte existentes na cidade são


preocupações de vital importância para a preservação do modo de vida do cidadão. Este
cadastramento é fundamental no resguardo da memória da cidade. As obras de arte participam como
marcos referenciais, reminiscências que documentam a história, vivificam, requalificam e diferenciam
uma cidade da outra.

É o olhar contemporâneo que revela, interpreta e re-significa visual e narrativamente a obra


de arte, que em sua concretude retém marcas, vestígios do tempo. A arte pública registra a
mentalidade de uma época, valores predominantes de uma cultura, não apenas estéticos, mas,
também, éticos, sociais, políticos, econômicos, religiosos - ponto de embate entre concepções
filosóficas, teológicas e morais. O estudo e o entendimento da produção artística relativos à arte
pública revelam a própria evolução do olhar urbano.

A arte pública pode ser considerada como um mediador entre desejos. O do artista que, de
um lado, deflagra a constituição formal da obra e o do público receptor que anseia pelas formas
artísticas para realizar uma espécie de manobra visual da sua vida simbólica, vestígio de um desejo,
também, criador.

Em sua permanência, a obra de arte tem como atributo ser um veículo de mediação, de
aspiração e desejo, prestando-se, assim, como anteparo para mais de um sujeito: os sucessivos
observadores, que poderão a partir de sua materialidade, reencontrar estados de enlevos que fazem
acordar, num diapasão de emoções, lembranças e sentimentos.

Toda concepção artística pressupõe uma articulação - forma de representação ou de visão de


mundo. Para o artista contemporâneo, esta representação não se cristaliza numa configuração

12
imutável, visual e historicamente. Ele pensa e sugere a sua obra desvinculada de mimetismos, uma
obra aberta, atemporal, transcrita em múltiplas etapas de evolução/esquemas e possibilidades visuais
que ultrapassam as transformações sociais, históricas e políticas de cada nação. Assim a imagem
esculpida de David por Michelangelo para uma praça de Florença sobrevive esteticamente até os
dias atuais.

A arte pública na sua realização e ou instalação deve se adequar às condições sócio-culturais


do lugar estabelecido para a sua concretização visual. É atributo do artista pesquisar e destacar a
história do lugar, criar o debate, a instigação, a contestação e a imaginação criadora do espectador.
Chaves indispensáveis à concepção, à intelecção estética da obra. Construir vínculos entre as
pessoas, muito além das questões de raça e de classe social. Para Michael Brenson: "A arte deve
desafiar e ampliar os significados da palavra pública para atingir públicos não identificados com a
classe dirigente, fundamentalmente branca. Se preocupar com injustiças e conflitos esquecidos ou
camuflados pela maioria das instituições de poder cultural"(nota 5).

É necessário ultrapassar a fronteira criativa entre as artes e a ciência e entre as ciências e a


tecnologia, colaborar com o desenvolvimento interdisciplinar do pensamento e das estratégias
reformadoras da contemporaneidade: "Pensar de modo imaginativo e inteligente sobre arte significa
trabalhar e pensar de modo complexo e criativo com as razões do poder da arte, e não simplesmente
rejeitar suas associações com transcendência, riqueza, classe ou quaisquer outras que contribuíram
substancialmente para a necessidade da arte através do tempo (...) Nenhum tipo de estratégia
artística tem significado universal (...) Nos últimos anos a colaboração entre a comunidade e público
tornaram-se questões cruciais na arte pública (...) As provações e dramas dos artistas que trabalham
na esfera pública não são externos, mas internos as provações e dramas de nossas vidas individuais
e coletivas"(nota 6).

A vida contemporânea está atravessando mudanças radicais inevitáveis, transformações que


revelam as várias cidades/realidades que estão contidas em uma única megalópoles - sintaxe
urbana, exercício permanente de compreensão e apreensão da cidadania.

As cidades sempre exerceram um desafio criador para os desenhistas, gravadores e pintores.


Atualmente as metrópoles fascinam fotógrafos, cineastas e "videomakers". Por isso a arte pública,
nos dias atuais, tem a sua melhor documentação nos meios mecânicos de representação.
Para Serge Lemoine a arte pública propicia uma certa educação visual que possibilita ao público da
rua, da vida cotidiana, estar em contato com expressões artísticas contemporâneas (nota 7), que
desafiam as normas sociais, questionam a própria noção de espaço público e eliminam as barreiras
que separam a arte da vida. Todavia para Rosalind Krauss as esculturas/monumentos da segunda
metade do século XX, pela ausência explícita de conteúdos figurativos, narrativos se caracterizam
pelas formas tridimensionais que não pertencem nem a paisagem (natureza) ou a arquitetura
(urbanismo).

13
A arte pública é ainda, uma prática social, uma apropriação estética do espaço urbano que
pode promover mudanças sociais, interligar e modelar a construção afetiva/coletiva de uma cidade.

No entanto, a concretização ideológica/social desta manifestação artística é permeada de


contestações e conflitos. As relações propiciatórias às práticas sociais próprias dos espaços coletivos
- compartilhados com a coletividade sinalizam vertentes construtivas de uma cultura multifacetada e
dinâmica. Articulações estéticas que incitam e requerem do artista/criador e do futuro
espectador/usufruidor um debate contextualizador (sócio, político, econômico) representativo daquela
comunidade.

Os espaços urbanos se alteram em decorrência das transformações da malha urbana e da


sua importância estratégica enquanto alvo de investimentos. Para Richard Sennet a transformação
dos espaços públicos (outrora de uso exclusivo da comunidade) a corredores de passagens e
traslados tem contribuído para a desvalorização da vida em público. Inúmeros monumentos, em
inúmeras cidades foram desmontados, destruídos, descaracterizados e/ou reimplantados a
quilômetros de distância do seu projeto original, como aconteceu em São Paulo, com o Monumento a
Ramos de Azevedo, retirado para redimensionar o fluxo da região central e reinstalado na Cidade
Universitária - USP.

Neste final de milênio a compreensão espaço temporal e as estratégias globalizantes de


obtenção de lucros cada vez maiores e mais rápidos via informatização e uso de tecnologia de ponta
reduziram também os projetos de arte pública às manifestações descartáveis, transitórias,
passageiras, transformando "mercadologicamente" os espaços públicos a meras áreas de passagem
e de traslados rápidos, impessoais, definidos por Marc Augé como Não-Lugares: "... o espaço do não-
lugar não cria identidade singular nem relação, mas solidão..." (nota 8). São espaços eximidos de
todo caráter comunitário, social, histórico. Espaços desterritorializados, atemporais. Daí a importância
da territorialização e reapropriação espaço-temporal construtiva, comunitária que a arte pública pode,
mesmo nos dias atuais, alcançar.

Como, felizmente, não coexistem de forma simultânea pelas cidades - em seus diferentes
bairros e territórios, um padrão dominante de comportamento, certas manifestações artísticas
ocorrem diferentemente, resignificando os territórios e reconstruindo simbolicamente as regiões pela
participação ativa do usuário que pluraliza significados pelo uso dos espaços desvinculados das
imposições estéticas globalizadas, simulacros cultivados pela cultura do agora e do efêmero. Deste
modo, ao reconhecer a representação dos anseios e aspirações sociais (sem esquecer as
reinvenções de acontecimentos referenciais do passado e da memória coletiva do lugar), a obra de
arte pública reforça a cidadania, redimensiona simbolicamente - vice-versamente - a arte e a própria
cidade.

A partir dos anos 50 e em especial nos anos 70, em plena ditadura militar, alguns artistas
pensaram a arte procurando destacar, além dos aspectos estéticos, a complexidade de usos e

14
significados dos espaços públicos. Assim, a partir de suas experiências e perspectivas individuais,
redesenham pelas cores, formas, luzes e sons da obra de arte o espaço paisagístico próximo ao local
de sua implantação, propiciando, desta forma, ao espectador, novas possibilidades de leitura e de
percepção da sua própria vida em comunidade.

O conceito de arte pública ultrapassa qualquer especificidade temporal ou conjuntural,


estende-se como uma nova possibilidade de análise da obra de arte. A questão da
"compreensibilidade" da obra artística torna-se central quando a analisamos sob o ponto de vista da
possibilidade de deslocamento de um meio específico (museus, galerias) para um outro não tão
específico, uma praça pública, por exemplo.

O inevitável questionamento, quando se aborda o tema, sobre o que é público ou privado, o


que é específico ou geral ou sobre o que é circunstancial ou eterno remete invariavelmente ao
questionamento da obra de arte em si e de suas possibilidades intrínsecas de transformação,
tradução, contestação ou veiculação dos valores culturais do homem na sociedade.

http://www.casthalia.com.br/periscope/joaospineli/artepublica.htm

15
Atividades 1

vamos elaborar uma breve síntese do texto

• No mínimo 20 linhas
• Os principais pontos e a relação da cidade
• Juntamente com a pesquisa de um monumento histórico ao qual você
considera importante para a sua cidade ou bairro e se ele está preservado ao
não

16
Atividades 2

vamos analisar as imagens abaixo

imagem 1

monumento do padre Antônio Vieira em Lisboa Portugal com pichações com


a palavra, descoloniza , monumento temos a imagem do padre e três indígenas que
parecem ter sido catequizados pelo padre.

https://jornal.usp.br/artigos/iconoclastia-identitaria-e-os-monumentos-publicos-o-que-se-quer-reparar/

17
imagem 2

monumento as bandeiras atacadas em são com tintas coloridas o monumento


faz uma alusão ao trabalho forçado feito pelos populações negro e indígenas
escravizadas e liderado pelos bandeirantes.

http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2016/09/monumentos-amanhecem-pichados-com-tinta-colorida-
em-sp.html

Complemento

Coletivo de artistas que cria intervenções em monumentos que não contam a sua
história real

https://www.youtube.com/watch?v=V1KZpl3f6hc

18
Matéria sobre a não aceitação das obras e monumentos públicos pelo mundo:

https://jornal.usp.br/artigos/iconoclastia-identitaria-e-os-monumentos-publicos-o-que-se-quer-reparar/

Debatendo o tema

Qual a relação entre a preservação da memoria na manutenção das obras de


arte publica e o apagamento da nossa história nas obras de arte consideradas
racistas?

19
AULA 4 - Pichação e a arte

O grafite já atualmente já e considerado, ouve um tempo que grafiteiros foram


marginalizados e perseguidos, mas com o passar do tempo seu reconhecimento foi
ganhando forma adentrada a museus e galerias, ultrapassando o espaço da rua.

Atualmente e quase impossível sair de casa e não se deparar com algum


grafite pelas cidades ou pelos bairros, eles ajudam a colorir a cidade e trazem
reflexões críticas a nossa sociedade.

Mas a pichação ainda levanta uma serie de questões podemos mesmo


considerar arte, ainda existem leis que proíbem as pichações e a consideram
vandalismo ou apropriação irregular a propriedade privada, debates muito
interessantes em torno deste tema são levantados, vamos nos apropriar desses
discursos e construir nossa opinião a respeito do tema.

As problematizações e teorizações em torno da pichação


Agora vamos acompanhar opiniões e argumentos contra e a favor da pichação

A favor:
Argumentos pró

1) É uma arte
Muitos consideram a pichação outra forma de manifestação artística. A arte, em si, não depende
da beleza, pois, esta é subjetiva e muda seus critérios de análise à medida que o tempo passa.
Vimos nas vanguardas que a arte pode extrapolar o campo da fruição estética.

“Sim, pixo é arte. Acho a questão estética e expressiva da pixação sensacional”, diz o grafiteiro
Ramon Phanton. Ele também afirma que o fato da pichação ser vandalismo não a exclui do
escopo das artes. Ramon foi indicado ao Meeting Styles da Dinamarca deste ano e a lerta sobre
a influência geográfica nos tipos de pichação existentes. Ele, que é de Brasília, nota
características bem diferentes entre as feitas em São Paulo com as de sua cidade.

2) Dá voz aos marginalizados, frutos de uma forte desigualdade social


Os diretores do filme/documentário “Pixo” (ver no final da matéria), comentam que o ato de
pichar é um protesto instintivo, feito para aparecer, fruto de uma vida mergulhada na

20
desigualdade social vivida por jovens de periferias e favelas. Assim, pichar um préd io ou uma
parede no centro da cidade é a forma de colocarem sua marca em um local onde eles não têm
acesso, tornando-se, de certa forma, pessoas menos esquecidas, mais importantes. Essa
manifestação dá voz a essas pessoas marginalizadas.

Os argumentos contra

Crime
Por ser entendida como um ataque contra o patrimônio público ou privado, a pichação é crime
de acordo com o artigo 65 da Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98). A pena varia de 3 meses
a 1 ano de detenção, assim como a multa, pois, a gravidade é maior nos casos em que o crime
é cometido em monumentos tombados, devido ao seu valor histórico ou arqueológico.

Sem valor estético


Predominantemente caracterizada por letras e símbolos incompreensíveis para a população que
não faz parte do meio, a pichação seria apenas uma disputa de territórios entre gangues e
competição entre os próprios praticantes do ato nos locais mais altos e perigosos de se realizar.

Não apresenta uma preocupação estética ou que visa transmitir uma mensagem engajada
socialmente. O grafite, por se preocupar mais com o local e apresentar uma arte mais elaborada
tecnicamente (sombreamento, cores, preenchimento de imagens), tem uma aceitação estética
maior para população, desde que feito com a permissão do proprietário ou gov erno.

Agressividade
Os traços em forma de rabisco somadas a relatos de agressão verbal de cunho racista e
xenofóbico, intolerância religiosa, ameaças e até mesmo declarações de amor, encontradas em
diversas pichações, também são um dos fortes motivos de repressão por parte da opinião
pública.

https://arteref.com/arte-de-rua/pichacao-voce-e-contra-ou-a-favor/

21
A estética da pichação

http://vaidape.com.br/2017/03/pixador-que-peitou-doria-tem-algo-a-dizer/

https://br.pinterest.com/pin/850828554584515144/

22
Apropriação da estética da pichação.

A arquiteta e design criou uma serie de pecas adornados com letras


inspiradas nas pichações de são Paulo, no trecho abaixo ela explica um pouco
do processo:

A partir de diversas expedições visuais pela cidade de São Paulo e de uma pesquisa
conceitual sobre a pixação, criei o meu próprio “alfabeto” e escolhi peças de mesa - pratos, taças e
toalhas – como alvo do meu pixo. A técnica utilizada foi bordada e decalques, e foi usada a cor azul
cobalto para remeter aos ornamentos da porcelana tradicional.

As frases escolhidas, como “Revolte-se ainda hoje” ou “Toda criação é antes de tudo um ato de
destruição” são uma mescla de escritos das ruas e ditos que abordam a relação conflituosa e
polêmica entre as artes e o pixo, numa tentativa de contato com esta forma de expressão tão
presente nas cidades brasileiras.

https://andreabandoni.com/Pixo

Os objetos

https://andreabandoni.com/Pixo
23
https://andreabandoni.com/Pixo

Para entender melhor

Documentário sobre o pixo:

https://www.youtube.com/watch?v=skGyFowTzew&feature=emb_logo

Este artigo traz ótimas reflexões e entendimento sobre a pichação


https://wiac.info/doc-viewer

24
Atividade
A partir das reflexões e informações, elabore um pequeno texto com no máximo
15 linhas, apresentando seus próprios argumentos a respeito da pichação sendo
contra ou a favor.

Vamos lá mãos na massa!

25
AULA 5 – As danças tradicionais

As danças tradicionais carregam uma enorme herança cultural consigo e preciso


que tenhamos conhecimento dessa trajetória, desses ritmos nos apropriar destes
conhecimentos são vitais a nossa interpretação da diversidade cultural do nosso
pais.

Vamos a algumas delas:

Carimbo
Gênero musical, dança e expressão artística de origem amazônica, em particular no nordeste do
estado do Pará, o carimbó conta com matrizes africanas, indígenas e europeias historicamente
desenvolvidas por setores sociais marginalizados, entre os quais comunidades pesqueiras, rurais e
suburbanas.

A hipótese é de que o nome advém do tupi curi m’bó: em português, pau oco escavado. “Curimbó” –
ou korimbó – também designa o grande tambor t
ocado nas apresentações do ritmo, com o músico “batedor” envolvendo-o com as pernas, sentado
nele. Maracas, milheiros, cavaquinho, rabeca, banjo, clarineta e flauta podem completar o repertório
orquestral que embala danças em roda ou de casais em passos curtos, em canções com temas
relacionados ao cotidiano de trabalho na lavoura e na pesca e à fauna e à flora.
Menções a carimbó, ligando-o a festas, folguedos e apresentações de afrodescendentes, já são
publicadas no século XIX, mas de modo depreciativo e persecutório. Entre 1848 e 1880, o Código de
Posturas Municipais de Belém1 estipula a proibição, sob o risco de multa, de “batuques ou sambas” e
também de “tocar tambor, carimbó, ou qualquer outro instrumento que perturbe o sossego durante a
noite”.
Posteriormente, nas três primeiras décadas do século XX, o termo designa não apenas instrumentos
sonoros, mas também a dança e a música marcadas por percussão e improviso nos cordões
carnavalescos dos subúrbios de Belém, capital paraense, em bairros como Pedreira e Umarizal.
Descendente de escravizados, o violonista Antônio Teixeira do Nascimento Filho, o Tó Teixeira
(1893-1982), compõe, para o cordão “Pretinhos de Moçambique”, uma canção com o título de
“Carimbó” já em 1908.

Antes atacadas e menosprezadas pelas elites econômicas e políticas, as variadas expressões


sociais, culturais, artísticas e religiosas vinculadas ao carimbó paulatinamente ganham a apreciação
de outras camadas da sociedade paraense a partir dos anos 1920. Porém, a aproximação se dá em
perspectiva de folclorismo, com intelectuais, literatos e jornalistas em constante esforço e disputa
para construir certa “autenticidade” do gênero, muitas vezes de maneira a fixá-lo como exótico e

26
capaz de expressar a suposta “síntese das três raças” que marca a sociedade brasileira de modo
harmonioso.

De qualquer forma, o carimbó, oriundo das festas populares de vizinhança, dos cordões
carnavalescos e das celebrações juninas, assim como de terreiros afrorreligiosos, ao adquirir cada
vez mais contornos de representatividade cultural, enfim penetra a indústria musical e midiática. Na
década de 1970, o mercado fonográfico paraense grava discos de carimbó que projetam artistas
como Mestre Verequete (1916-2009), Ely Farias, Alípio Martins (1944-1997), Candango do Ypê,
Pinduca (1937) e Populares de Igarapé-Miri.

Nas comunidades interioranas e suburbanas do Pará, boa parte do patrimônio do carimbó permanece
centrado na transmissão de saberes e práticas através da oralidade, entre as gerações. Outro
aspecto relevante é sua dimensão devocional, bastante associada à figura de São Benedito, santo
negro do catolicismo celebrado por comunidades afrodescendentes em diversas regiões do país.

Embora não haja possibilidade de se rastrear o local “exato” da gênese do carimbó, diversos mitos de
origem preservados na memória social de comunidades espalhadas pelo estado dão conta de suas
raízes em comunidades negras, em contato com culturas ameríndias da Amazônia e ibéricas. Outro
caráter fundamental das expressões memorialísticas do carimbó é a preocupação com o registro da
trajetória de pessoas comuns, em geral os mestres e as tias, que, ao longo do tempo, colaboram para
sua reprodução, suas festas, sua realização. Alguns desses expoentes no Pará são Mestre Lucindo
(1908-1988) e Mestre Cantídio, em Marapanim; Tia Pê, em Vígia; e Américo Gago, em Irituia.

A formação de carimbó mais frequente é a que reúne o “cantador” – responsável pelos versos
principais, em seguida respondidos por quem está presente –, o “tirador” – o que dá início ao canto –,
o “batedor” – que toca o tambor – e os “dançadores” – quem dança o carimbó. Nas últimas décadas,
tem-se recorrido a uma diferenciação entre o carimbó de raiz, tradicional, e o carimbó moderno,
urbano, praticado em Belém e que assimila guitarras elétricas, baixos e baterias, visto por parte da
crítica e de pesquisadores como mais comercial do que o primeiro, praticado em comunidades
menores do interior.

A Zona do Salgado, na costa nordeste do Pará, e a Ilha do Marajó costumam, com frequência, ser
representadas midiaticamente na posição de polos do carimbó, porém é importante ressaltar que o
gênero musical e a dança estão espalhados por todo o estado do Pará – e até do vizinho Maranhão –
, com variações. Em 2014, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) registrou o
carimbó como patrimônio cultural imaterial brasileiro, após pesquisa feita com cerca de 200 grupos
carimbozeiros paraenses em atividade.

Fortemente vinculado a certa identidade paraense, o carimbó expressa a força narrativa dos “de
baixo” na interpretação da sociedade em que se inserem, seja nas comunidades pesqueiras, seja nas
agricultoras ou nas periferias de um grande centro urbano como Belém. Atravessa o século XX para
se consolidar como uma das principais expressões artísticas populares do país.

27
https://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo14339/carimbo

Apresentação de carimbo
https://www.youtube.com/watch?v=AobQLBLuWyQ

BATUQUE DE UMBIGADA

O processo de deslocamento das populações negras do campo para as cidades iniciado após a
abolição trouxe muitas danças ancestrais para as periferias da região Sudeste. O “Batuque de
umbigada” dança originária da África trazida ao Brasil pelos escravos nos navios negreiros na época
de colonização e instalada na região do Médio Tietê (Tietê, Porto Feliz, Laranjal, Pereiras, Capivari,
Botucatu, Piracicaba, Limeira, Rio Claro, São Pedro, Itu, Tatuí) é uma manifestação que vem sendo
preservada e transmitida por gerações. Dança que assemelha o movimento do corpo com o axé e a
capoeira tem como principal função festejar a fertilidade. O Batuque de Umbigada, também chamado
caiumba ou tambu, é uma dança trazida por negros bantos que trabalharam na cultura da cana e do
café, em São Paulo. Em Tietê, Piracicaba e Capivari estão os últimos grupos de batuqueiros,
sexagenários que se reúnem algumas vezes durante o ano parra tocar, cantar e dançar. “O batuque é
uma manifestação em que, junto à batucada, há uma dança na qual um homem e uma mulher
encostam seus umbigos como parte da coreografia”, diz Vanderlei Bastos representante dessa
tradição cultural. Duas filas se defrontam, uma de mulheres e outra de homens. Perto dos
dançadores estão os batuqueiros que soltam as modas, ou seja, cantam as músicas. Na dança são
utilizados os seguintes instrumentos: o tambu, uma espécie de tambor feito de tronco oco de árvore;
o quinjengue, um tambor mais agudo que faz a marcação rítmica do tambu e nele se apóia; as
matracas, que são os paus que batem no tambu do lado oposto do couro e os guaiás, chocalhos de
metal em forma de cones ligados. Todos os instrumentos que levam couro, são afinados em uma
fogueira, tornando mais mágico e característico o ritual. A fileira dos homens vai até a das mulheres
cantando a moda para ensiná-las e após diversos galanteios, os homens vêm trocar umbigada com
as mulheres, e ai o baile se inicia. O movimento da umbigada é notado em danças cerimoniais de
fertilidade e núpcias da região Congo-Angolana. Dentro da cultura banto existe a visão de que o
umbigo é a nossa primeira boca e o ventre materno a primeira casa, a umbigada celebra o momento
10 único em que eles se tocam, um agradecimento ao dom da concepção, uma ação rápida e
mágica, materializada através da dança, explica Bastos.

http://celacc.eca.usp.br/sites/default/files/media/tcc/164-560-1-PB.pdf

apresentação de umbigada
https://www.youtube.com/watch?v=8M3BNcQnZsU

28
Atividades 1

existem muitas outras danças tradicionais no brasil e no mundo aqui vimos


apenas duas, agora e a vez de vocês pesquisarem em grupo mais duas danças
tradicionais e apresentarem para turma criar uma apresentação em ppt ou em
slides.

29
MÓDULO 02 – A CRIAÇÃO DE UMA EXPOSIÇÃO

CRONOGRAMA DE AULAS
Objetivo

Conhecer Ferramentas para a criação de um museu virtual, reconhecer e entender


como funcionam as exposições.

Analise crítica e prática.

Estimular a percepção das obras artísticas e a formulação de juízos estéticos, a fim


de criar questionamentos.

Conteúdo

Curadoria, Investigação do processos, Pesquisa.

Avaliação

Processual, contínua e participativa.

Referências

30
AULA 1 E 2 – Entendendo o trabalho do curador

Vocês sabem o que é curadoria? neste modulo vamos aprender um pouco


sobre o processo para criarmos nossa própria exposição virtual

Uma explicação sobre a curadoria

Segundo a Funarte -Fundação Nacional das Artes (2012), órgão vinculado ao Ministério da Cultura, o
termo curador em sua significação primeira refere-se a cuidar, curar, no entanto, a função de
conservar e preservar as obras de arte precede tal denominação, que têm seu surgimento em
meados do século XX, e adquiriu no breve período de sua existência, significativa relevância e
presença para a concepção das exposições.

Segundo Castilho (2008) a curadoria desempenha o papel de tutoria, de cuidar, preservar uma
exposição de arte desde a ideia até o seu gerenciamento.

O exercício dessa atividade tem por objetivo determinar o conteúdo da exposição, normalmente
obtido por meio de agrupamentos e articulações de semelhanças ou diferenças visuais ou conceituais
que as obras possam revelar. Para isso, geralmente determina-se um conceito ou tema, a partir do
qual, funcionando como fio condutor, elabora-se o processo para obtenção de uma unidade na
mostra. (CASTILLO, 2008:299/300)

Mais do que preservar e cuidar de obras, a curadoria deve viabilizar a obra, o local e o público, ou
seja, a curadoria atua e assume atividades desde a seleção dos trabalhos artísticos dentro de um
recorte proposto, como por exemplo, uma exposição sobre arte contemporânea, articulando as obras
com o espaço da mostra, que pode ser um museu ou um centro cultural.

A curadoria deve proporcionar um diálogo entre as próprias obras, escolhidas para compor a
exposição, problematizando conceitos presentes nos trabalhos, responsabilizando-se por
supervisionar a montagem da exposição, a manutenção das obras, a elaboração de textos de
apresentação e divulgação, a fim de proporcionar maior visibilidade e proximidade entre as obras e o
público.

Podemos dizer que, de uma maneira geral, que a curadoria deve realizar uma Concepção
Artística responsável que requer:

• Envolvimento;
• Pesquisa;
• Colaboração;
31
• Relacionamento;
• Diálogos tanto com os artistas quanto tanto para o público;
• Conhecimentos culturais, artísticos e técnicos de acordo com a da proposta e tipo de obra a ser
apresentada;
• Viabilizar projetos tanto do ponto de vista da infraestrutura quanto de verbas e disponibilidade
financeira;

Para Castilho, a curadoria desempenha um papel importante na produção e na gestão cultural


contemporânea, por proporcionar:

• Diversidade cultural, diversidade de públicos, diversidade de entendimento, vozes, formas,


pensamentos.

• Relação entre o público e privado, entre o bem de todos e as novas formas de privatização.

• Distribuição dos bens culturais como elemento fundamental da distribuição mais equitativa da
qualidade de vida.

• Circulação de conhecimento, de arte, de produção simbólica como motor de sustentabilidade e


mudanças na cidadania.

• Acordos e micro cooperações que possibilitem a mobilidade e visibilidade da nossa produção pode
modificar a familiaridade da sociedade aos bens criativos.

• Promover discussões amplia visões e possibilitar de novos caminhos.

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Um vídeo complementar para entender mais sobre a curadoria


SUPORTE E ATENDIMENTO AO ALUNO
https://www.youtube.com/watch?v=XGyQMmaRKes

32
Os temas

Tema da exposição arte urbana e cultura brasileira

Texto curatorial
um texto criado para mostrar o caminho e a relação entre as obras escolhidas
qual caminho foi seguido exemplo de um texto curatorial:

Queerentena
Como a arte interpreta o mundo no isolamento? Como artistas LGBTI+ se veem na quarentena? No
espaço de reclusão eclode uma produção artística que tenta responder essas perguntas. Como de
costume é na arte que a humanidade busca compreender o mundo em lockdown. De forma
subjetiva, no imaginário, vai construindo arquétipos para confortar, instigar e provocar o expectador,
que agora é virtual.
Queerentena é a primeira mostra virtual do Museu da Diversidade Sexual, instituição vinculada à
Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, com gestão da Amigos da Arte.
São artistas LGBTI+ que, a partir da hermética situação que a pandemia impôs, encontraram formas
para criar e discutir, junto com as pautas do cotidiano, a discriminação, a exclusão, o medo, a solidão
e a nova vida na era da contaminação.
Museu da Diversidade Sexual

http://exposicao.mds.org.br/expo/queerentena#curatoria

Texto de cada obra

O texto deve conter uma breve apresentação do artista e da obra e todos os


créditos, nome da obra, técnica e ano observe o exemplo a seguir:

Ali, naquele dia


A artista desenvolve uma pesquisa narrativa partindo de seu lugar enquanto filha de imigrantes sul-
coreanos no Brasil para entender as reverberações destes deslocamentos e as buscas por identidade
das gerações seguintes. Neste projeto, Patrícia Baik explora o signo da casa e as promessas que ela
suscita de conforto, acalento e acolhimento. Porém, agora no isolamento, as contradições tornam-se
mais explícitas entre essa casa e o mundo exterior, e frente às promessas nem sempre cumpridas, a
saudade do contato e do conforto crescem.

Patrícia Baik

33
São Paulo (SP), abril de 2020
Técnica: grafite sobre papel

http://exposicao.mds.org.br/expo/queerentena#patricia

Plataforma digital criação de site ou blog

O que é curadoria vídeo


https://www.youtube.com/watch?v=XGyQMmaRKes

Algumas exposições virtuais para se inspirar

Museu da Diversidade

http://exposicao.mds.org.br/

Instituto Inhotim

https://www.inhotim.org.br/item-do-acervo/entre-folhas-e-formas-uma-viagem-ao-universo-das-
araceas-2/

34
atividades 1

vamos criar um relatório com todo o processo de criação e pesquisa

agora é hora de se reunirem e decidirem quem vai ficar com cada tema
e criando relatório do processo

35
AULA 3 e 4 – Montagem da exposição

Criando o ambiente virtual para a exposição vocês poderão utilizar qualquer


plataforma que hospedem o site para a exposição.

Algumas sugestões de sites que vocês podem criar

• Wix
• Word press
• Canvas
• Sketchup

Vídeos para auxiliar na criação

https://www.youtube.com/watch?v=8LK84psJ8tA

https://www.youtube.com/watch?v=LLks-UwP1XU

Atividade 2

Apresentação das obras escolhidas

E das ideias gerais criadas pela turma

Nome da exposição

Artistas e temas

36
Aula 5 APRESENTACAO FINAL DA EXPOSICAO

Vamos fazer a visita pela exposição virtual , logo depois um bate papo com os
alunos sobre o processo as percepções

Avaliando

• Os textos

• As obras escolhidas

• Respeito ao tema

• Trabalho em equipe

37
MÓDULO 03 – DESCOBRINDO SER ARTISTA

CRONOGRAMA DE AULAS
Objetivo

Conhecendo as linguagens artísticas

Analise crítica e prática.

Estimular a percepção das obras artísticas e a formulação de juízos estéticos, a fim


de criar questionamentos.

Conteúdo

Arte Moderna, Semana de 22, Artistas modernistas.

Avaliação

Processual, contínua e participativa.

Referências

38
AULA 1e 2 - A investigação das linguagens artísticas.

Todos nascemos artistas, mas nem sempre conseguimos colocar em prática


nossas vontades artísticas, mas o ser artista pode ser importante tanto para nossa
criatividade e profissão soa inúmeras as possibilidades que o mundo artístico pode
nos trazer podemos ser desde
As linguagem da arte navegam pela materialidade e a não matéria vamos investigar
as praticas contemporâneas e as possibilidades diversa do fazer artístico

As possibilidades

Escultura

Matérias inusitados e não convencionais como as pecas de montar ganham


estatos de obras de arte quando reconfigurados e pensados de outra maneira pela
artista

Artista: Natan Sawaia

https://www.brickartist.com/

39
Pintura

As pinturas hiper realista se transforma em quase uma fotografia, tamanha a sua


riqueza em detalhes, faz ate com que questionamos se isso é mesmo uma pintura

Artista: Roberto Bernardi

https://br.pinterest.com/pin/350928995949352908/

Cenas do cotidiano também ganham vida

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Instalações

Esta grande arvore todo construída através de laminas de madeira altera a


arquitetura do espaço criando uma nova plasticidade ao ambiente

Artista: Henrique Oliveira

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Performance

Utilizar o corpo e o espaço como suporte a criar a linguagem artística

Artista: Marina Abramovic

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assista o vídeo da performance

https://www.youtube.com/watch?v=OS0Tg0IjCp4

arte e moda

o hibridismo da linguagens a moda não pode ser considerada arte em sua essência
mas arte faz parte do processo e do resultado o que causa enormes discucoes se a
arte pode mesmo se enquadrar a moda

estilista: Craig Green

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Desfile da marca do estilista Craig Green

https://www.youtube.com/watch?v=YSfbo9F90e0

43
Atividades1

1- Quais trabalhos você mais de identificou, e por quê?

2- Qual linguagem da arte você mais se identifica e por quê?

Atividade 2

vamos criar um painel de inspiração para a criação de um projeto de arte


fictício simulando um projeto de uma obra de arte a escolha de vocês:

escultura
pintura
vídeo
objetos
desenhos

Que trará como tema o assunto “moda e arte”, juntamente com um pequeno
texto justificando suas escolhas

Exemplos de painéis
eles podem conter, imagens desenhos esboços, tecidos, papeis etc podem
ser tanto criados de maneira digital quanto manual

https://br.pinterest.com/pin/132011832817818573/

44
AULA 3 e 4 - O corpo como suporte
O que pode o corpo do ator, quais os limites ele possui? quais ele não deve
possuir?
Vamos investigar como esse corpo se comporta no espaço, no artigo abaixo
vamos entender este processo um leitura que requer atenção para que possamos
compreender bem o sua temática:

CORPO NA CRIAÇÃO ARTÍSTICA DO ATOR

Maria Ângela De Ambrosis Pinheiro Machado Universidade Federal de Goiás - UFG Corpo, emoção,
razão.

A proposição deste artigo é buscar uma compreensão do corpo do ator nos processos de pesquisa e
criação cênica. Com base nos estudos das Ciências Cognitivas1 que investigam as relações entre
corpo e ambiente, é possível compreender o corpo do ator como um fluxo continuo entre emoção,
sentimento, imaginação e razão na sua relação com o ambiente, no caso, o da pesquisa de
linguagem teatral.

Esta análise deve-se primeiramente a uma perspectiva contemporânea do fazer teatral onde o
trabalho do ator conquiste versatilidade e habilidade de diálogos com a diversidade de linguagens
que compõe a cena contemporânea configurando no treinamento para atores, entre outras
características, a busca por uma interpretação teatral que integra corpo/mente. A segunda razão
deve-se à necessidade de trazer para esta reflexão novos conhecimentos a cerca do corpo
produzidos pelas Ciências Cognitivas onde esta questão da integração corpo/mente ganha
explicações científicas e esclarecedoras para uma reflexão mais profunda da relação do corpo do ator
no processo de criação teatral.

Em sua pesquisa “O papel do corpo no corpo do ator” (2002), Azevedo mapeia as discussões,
técnicas e treinamentos sobre o corpo. Esta questão teve sua primeira semente lançada por
Stanislavski no Método das Ações Físicas. De lá pra cá, o corpo foi ganhando respaldo e importância
no processo de criação do ator. Como ela aponta, a sistematização de trabalhos corporais, a
influência das artes marciais, o desenvolvimento de técnicas da educação somática foi constituindo
cada vez mais, instrumentos de treinamento e expressão do corpo do ator. Hoje o treinamento
corporal constitui instrumento para desenvolver a tão buscada presença cênica, os estados de
prontidão e atenção, o jogo e a expressividade do corpo, inserido em uma diversidade de pesquisas
de linguagem teatral.

Este foco na questão do corpo do ator redirecionou a questão da emoção, dos sentimentos, da razão
e da imaginação no trabalho do ator. Atualmente, busca-se uma interpretação do ator que
45
compreende a integração corpo/mente. Podemos arriscar dizer que esta integração é a responsável
pela organicidade e veracidade da interpretação, pelo envolvimento do ator no fazer teatral e pela
versatilidade e habilidade dele para interagir à diversidade de linguagens a que está sujeito na cena
contemporânea.

Os depoimentos de Peter Brook (1999) são claros nesta perspectiva. Brook considera que uma
interpretação viva, que faísca centelhas de vida no espectador constitui-se de uma interpretação onde
o ator está perceptivo, sensitivo e intelectualmente presente.

Alguns apontamentos de Antonio Damásio, neurocientista e cientista cognitivo, podem contribuir para
uma melhor compreensão da relação corpo e mente. Para realizar a ponte entre este cientista
cognitiva e o teatro retorno a Stanislavski. Foi preocupação de Stanislavski buscar um método onde o
ator respeitasse as leis orgânicas da natureza como forma de conquistar uma interpretação que
parecesse natural. Entre as metodologias de pesquisa de seu método, Stanislavski sugere que o ator
poderia buscar as emoções e sentimentos de um cidadão em seu cotidiano, porque via ali uma ação
naturalmente desencadeada, tal como ele pensava a naturalidade de uma ação cênica. Com
Damásio podemos compreender a plausibilidade desta hipótese.
Segundo seus estudos, Damásio aponta para o fato que a emoção e sentimento são as formas
primeiras de relação de um organismo com o mundo. Nesta relação, o organismo se relaciona com
um objeto ou uma situação. A emoção indica ao organismo a existência desse objeto ou situação. A
emoção faz a ponte entre o objeto externo e o organismo. O organismo é dotado de um mecanismo
de regulação homeostática cuja função é manter a estabilidade interna dele. Assim a emoção
desencadeada no organismo na sua relação com o objeto/situação externa desestabiliza o
organismo, instigando-o a gerar uma reação adequada naquela situação. A emoção gera estados
corporais em reações físicas passíveis de serem percebidas por um observador externo.

O sentimento é o que o organismo sente nesta relação mediada pela emoção, ou seja, dor ou prazer.
Para Damásio, o sentimento não é expresso externamente, ele se constitui de um sentido interno do
corpo. Ele consiste de um primeiro mapa neural a partir do qual o corpo organiza sua reação/ação
adequada à situação vivida pelo organismo.

Assim, em organismos mais complexos dotados de cérebro, o sentimento gera este primeiro mapa. O
cérebro mapeia o corpo, mapeia o objeto e mapeia a relação entre eles desencadeando certo
comportamento. Vale ressaltar que nestes processos todos, mudam-se os estados emocionais, os
sentimentos e, portanto, os estados corporais/mentais numa relação integrada.

Para o ator, reconhecer o lugar da emoção e do sentimento nesta perspectiva pode reorientar o papel
deles na construção do personagem e no processo de pesquisa. Neste ponto, não cabe mais
emprestar uma emoção ao personagem ou expressar um sentimento ou ainda criar emoção e
sentimento para o personagem, mas perceber com acuidade suas próprias emoções e sentimentos a

46
cada momento em sua relação com o processo de pesquisa de linguagem teatral, com o
personagem, com a peça, com a cena, com as memórias e conexões que é capaz de realizar em
seus estudos com a equipe (atores, diretor, iluminador, dramaturgo, músico, cenógrafo, figurinista). A
isto podemos chamar de engajamento na pesquisa.

Não diferente, há que o ator estar atento no espetáculo, as emoções e sentimentos que a relação
com a cena e com o público suscita. No treinamento e nos ensaios são os locais mais apropriados
para o exercício desta percepção, compreendendo que emoções e sentimentos são responsáveis
pelos estados corporais e reações/ações comportamentais do corpo naquela situação. Esta
percepção auxilia o ator a agir com a organicidade do momento e não com a marcação automatizada
do espetáculo.

Nesse sentido, o trabalho de corpo ganha importância fundamental como estímulo à criação artística
na medida em que a reorganização do corpo conduz a novos estímulos corpóreo/mentais, tanto
quanto conhecer a peça com profundidade organiza as ações físicas. A conquista da percepção e
consciência corporal desenvolve habilidades expressivas e comunicativas do corpo. Compreenda-se
agora corpo como corpo/mente.

Ainda com Damásio, podemos compreender o lugar da razão e da imaginação no trabalho do ator.
Primeiramente, há que reforçar que estes são processos de ordem corpórea que se constituem das
imagens mentais pelas quais o cérebro opera. Para Damásio, pensar, raciocinar, imaginar, lembrar,
planejar, ter consciência são operações mentais de ordem cognitiva mais ampla com substrato
orgânico próprio do funcionamento do sistema nervoso e desencadeadas dos processos de emoção
e sentimento advindos da relação do corpo com o ambiente.

Para Damásio, há dois modos de ser da consciência. A consciência central que provem deste modo
básico de relação entre corpo e ambiente, ou seja, o âmbito das emoções e dos sentimentos que
geram conhecimentos necessários à sobrevivência imediata do organismo. Atrelada à consciência
central, segue-se a consciência ampliada, responsável por processos cognitivos mais amplos e
complexos, permitindo aos organismos assim dotados maiores possibilidades adaptativas. Razão e
imaginação são, pois, processos cognitivos complexos e fundamentais ao comportamento humano.
Vale lembrar que estes processos cognitivos interagem também. A constituição de raciocínio requer
memória e imaginação. A imaginação constitui um processo composto de experiências diversas do
indivíduo, memórias conscientes e inconscientes, solicita raciocínios para concatenar idéias que em
princípio nada teriam a haver entre si. Enfim, são processos de fluxos de imagens mentais/mapas
cerebrais, que se misturam,confluem, para direcionar a criação e expressão de um conhecimento. No
caso do ator, um conhecimento artístico.

Assim, razão (e toda forma de pensamento e raciocínio a ela atrelada) não é um bicho de sete
cabeças que tolhe a criatividade do ator. Ela é instrumento para organizar a linguagem cênica. Mas

47
mais que isto é importante ressaltar que no processo de criação do ator ela está presente. Talvez nos
a confundamos com a auto-crítica, ansiedade e tantos outros obstáculos da arte do ator.

A imaginação, por sua vez, não é um lugar de liberdade total e irrestrita, onde tudo pode. A falta de
limite nunca foi favorável a prática do ator, caso contrário, não seriam necessários jogos, regras nem
linguagem teatral para se fazer teatro. Com a imaginação não é diferente. Primeiramente, a
imaginação está vinculada aos processos da consciência central; em segundo lugar, ela é estimulada
por diversas fontes: movimento cinestésico, memórias, experiências, estímulos verbais etc. e em
terceiro lugar, ela é fruto de conexões que naquele corpo com aqueles processos corpóreo/mentais
com aquela história é capaz de formular.

Concluindo. O corpo constitui o eixo criador e comunicador da cena teatral. Este corpo implica
movimentos sensório motor, percepção, consciência, processos mentais nem fluxo contínuo da
relação do corpo do ator com o ambiente de pesquisa teatral.

http://www.portalabrace.org/vcongresso/textos/processos/Maria%20angela%20de%20A%20P%20M
%20-%20Corpo%20na%20criacao%20artistica%20do%20ator.pdf

Vídeos da diretora Bia Lessa e preparação do corpo do ator

https://www.youtube.com/watch?v=93mwGBrl6vw

https://www.youtube.com/watch?v=5ZFt_FRvOgE

Atividade 1

48
síntese do texto um no máximo 20 linhas, juntamente criar uma montagem de
imagens que tenha o movimento como guia.

49
Aula 5 - Apresentação final dos trabalhos

Auto avalição conversa sobre o processo de criação e dos trabalhos

• Critérios

• Criatividade

• Execução

• Respeito as diretrizes

• Prazos

Apresentação dos dois últimos trabalhos


Auto avalição

50
MÓDULO 04 – O SER ARTISTA

CRONOGRAMA DE AULAS

Objetivo

Conhecendo as praticas do artista como pesquisador e investigador .

Análise crítica e prática.

Estimular a percepção das obras artísticas e a formulação de juízos estéticos, a fim


de criar questionamentos.

Conteúdo

Arte urbana, Artistas Contemporâneos, Fotografia

Avaliação

Processual, contínua e participativa.

Referências

LIVRO de artista. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São
Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em:
<http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo14340/livro-de-artista>. Acesso em: 29
de Abr. 2021. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7

FOTOGRAFIA documental. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura


Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em:
<http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo14342/fotografia-documental>. Acesso
em: 29 de Abr. 2021. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7

51
AULA 1 e 2 - O Registro da arte como documento de um tempo

Arte representa em sua essência o pensamento de uma época de uma


pessoa
E seus registros são imprescindíveis para que as futuras gerações entendem e
compreendem suas linguagens vamos conferir como alguns artistas registram seus
trabalhos e seu processos artísticos.
E entender a importância da documentação de nossos pensamentos e de
nossas criações, que podem ser acessadas no futuro e contribuir para criação de
novos trabalhos

Livro de artista:
Livro de artista é uma obra de arte em si, concebida integralmente em forma
de livro. A leitura de um livro de artista não se encerra no deciframento de seu
código, pois suas características não verbais, como a materialidade, são tão
relevantes quanto o texto escrito.

Artista: Guilherme Gerais

https://guilhermegerais.com/T-B-OF-M-C-Book
52
Confira no link o livro na integra

Neste outro livro podemos ver fotos e desenhos da artista

Artista: Vania Medeiros

https://lovelyhouse.com.br/publicacao/ferias-2-vania-medeiros/

Fotografia documental

Fotografia documental é um gênero da fotografia atrelado à noção do real, uma


imagem que atua como registro de determinado evento, situação, local, indivíduo ou
grupo. A estética documental parte da realidade para compor testemunhos sobre um
53
tema social e histórico, descrever condições humanas ou territoriais e constituir uma
imagem realista crítica.

Artista: Amanda Oliveira

http://www.revistacapitolina.com.br/negros-musicalidade-e-fe/

Artista: Sebastião Salgado

https://publicdelivery.org/sebastiao-salgado-serra-pelada-gold-mine-brazil/

54
Atividade 1

1- qual A impotência da memoria para você, elabore um texto como no mínimo


15 linhas

Atividades 2

você vai precisar entrevistar alguém que você queira e registar o momento com uma
fotografia assim criar um pequeno texto explicando como foi a experiência e
primeiro vamos elaborar algumas perguntas.

Sugestão

• Como você tem passado estes momentos de pandemia?

• Qual seus sonhos?

• Quais suas lembranças mais vividas do passado?


Vamos lá agora e com vocês elaborem as perguntas e mãos a obra!

55
AULA 3 E 4 DOCUMENTANDO AS NOSSA ARTE

Todos os processos que vivenciamos ate agora precisam ser catalogados de


maneira digital ou manual.
Vocês vão precisar registrar todas as experiências, que tiveram durante as aulas
podemos criar uma apresentação digital com imagens e alguns textos.
Ou até mesmo Unir todos os trabalhos e construir um caderno de artistas, não
teremos muitas regras na hora de criar cabem a vocês pensarem como podem criar
esta documentação das experiências.

O que precisa ter:

• Data
• Explicação de cada uma das atividades
• Apresentação pessoal
• E um breve texto sobre o processo de criação

56
Aula 5 - Apresentação final dos trabalhos

Auto avalição conversa sobre o processo de criação e dos trabalhos

• Critérios

• Criatividade

• Execução

• Respeito as diretrizes

• Prazos

57
Referências

58
CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS
FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS –
FMU ARTES VISUAIS

Intervenção pedagógica no cenário do COVID-19

ALAN SANTANA ALVES

1796690

SÃO PAULO

2021
Sumário

MÓDULO 01 – A bidimensionalidade e o tridimensionalidade ................ 3

MÓDULO 02 – O espaço no território das linguagens artísticas ........... 26

Obra: Mountain / Zhaohong Zhang ...................................................... 42

MÓDULO 05 – conhecendo os matérias para criação de um portifolio


suporte feramentas e matérias............................................................. 60
1. Área: Artes Visuais

2. Título: Intervenção Pedagógica no cenário do COVID-19 para


alunos do fundamental II.

3. Faixa Etária: 7º ao 9º ano (13 a 15 anos)

4. Carga Horária: 80 horas

5. Tema e delimitação de tema: História da Arte – Arte Moderna – Arte


Contemporânea – Métodos Artísticos – Inspiração Artística – Fotografia –
Portfólio.

6. Problema de pesquisa: Desenvolver, questionar e se expressar, por


meio de atividades artísticas, as vivências emocionais como forma pessoal de
expressão.

7. Justificativa: Desenvolver a habilidade de descobrir valores


estéticos, de usar a criatividade, a iniciativa no senso de individualidade e
confiança no seu discernimento ao experimentar, criar e avaliar. As atividades
teóricas e práticas dão embasamento para que auxilie no desenvolvimento.

8. Cronograma:

ATIVIDADES Aula 1 Aula 2 Aula 3 Aula 4 Aula 5

Módulo 1: Semana da Arte

Moderna
Arte Moderna/Atividade 1

Atividade 2

Antropofagia/Atividade 3

Módulo 2: Construção

Poesia Concreta/Atividade 1

Sinestesia/Atividade 1

Atividade 2

Atividade 3

1
Atividade 4

Atividade 5

ATIVIDADES Aula 01 Aula 02 Aula 03 Aula 04 Aula 05


Módulo 3: Faça Você Mesmo

Dadaísmo/Ready-made/Atividade

1
Atividade 2

Assemblage/Atividade 1 e 2

Arte Postal/Atividade 1 e 2

Gravura/Atividade 1

Módulo 4: Produções

Atividade 1 e 2

Atividade 3

Módulo 5: Conclusão

Portfólio

9. Objetivo: Essa apostila digital tem como objetivo auxiliar os alunos


durante o cenário da Pandemia de Covid-19, assim podendo desenvolver o
conhecimento de forma assíncrona em casa, com aulas, atividades e conteúdo
extracurricular.

10. Produto pedagógico: Apostila online para aulas assíncronas.

11. Resultados esperados: Atribuir conhecimento através de conteúdos


didáticos e práticos, a fim de intensificar as percepções dos alunos.

2
MÓDULO 1 – O bi e o tridimensional e suas representações

CRONOGRAMA DE AULAS

Objetivo:

Conhecer os campos da bi e da tridimensionalidade.

Analisar crítica e prática.

Estimular a percepção das obras artísticas e a formulação de juízos


estéticos, a fim de criar questionamentos.

Conteúdo:

Arte bidimensional e tridimensionalidade, Artistas .

Avaliação:

Processual, contínua e participativa.

Referências:

3
Aula 1 - A entendendo a bi e tridimensionalidade o que é?

Vamos conversar um pouco sobre as dimensões você provavelmente já ouviu


o termo cinema 3d, sabe aquele que você coloca os óculos e tudo parece saltar aos
seus olhos?
Este é um bom exemplo para entendermos o que é tridimensional, mas
podemos nos apegar também a etimologia(origem) das palavras Bi (vem de dois) e
tri (vem de três) Ou seja, podemos definir então que todo objeto que possui dois
lados é bidimensional, pinturas, desenhos, ou ate mesmo uma tela em branco são bi

Dê uma olhada nos exemplos!

Fotografias

Artista: Adriana Duque

Obra: Renascimento

https://www.sp-arte.com/exposicoes/renascimento-915/

4
Pintura

Artista: Tomie Otake

Abra: sem titulo

https://www.sp-arte.com/obras/11880/

Não podemos nos esquecer de um detalhe muito importante, mesmo que uma
obra de arte (pintura, desenho) tente fazer uma alusão a tridimensionalidade ela
continua sendo uma obra bidimensional, o que veremos nas obras a seguir na
verdade é a perspectiva, poderemos ver os volumes, profundidade.

5
Exemplos:

Artista: Maurites Cornelis Esher

Obra: Waterfall

https://www.wikiart.org/pt/maurits-cornelis-escher/waterfall

6
Artista: Tishk Barzanji
Obra: sem título

https://zupi.pixelshow.co/ilustracoes-retro-futuristas-de-tishk-barzanji/

A perspectiva é muito magica, até parece real!

7
Uma curiosidade...

O cubismo foi uma tentativa da representação da tridimensionalidade no


plano mas mesmo assim não podemos dizer que as obras cubistas são
tridimensionais, observe o quadro a baixo ele tem varias facetas e dimensões todas
planificadas mas que querem passar a impressão de muitas lados da mesma
imagem.

Artista: Pablo Picasso

Obra: Harlequin

https://www.wikiart.org/pt/pablo-picasso/harlequin-1918

8
As obras tridimensionais

E então afinal quem são as obras tridimensionais? Por exemplo, uma cadeira
é um objeto tridimensional, mas as esculturas e instalações representam as três
dimensões no mundo da arte

Uma breve explicação sobre as esculturas:

A escultura, grosso modo, é a arte de transformar matéria bruta (pedra, metal, madeira etc.)
em formas espaciais com significado. Quando dizemos “formas espaciais”, queremos dizer formas em
terceira dimensão, isto é, com volume, altura e profundidade.

Das artes plásticas, a escultura é uma das que mais estabelecem interação com o grande
público. Isso porque, geralmente, elas são pensadas e produzidas com a finalidade de ocupar espaços
públicos. É assim, por exemplo, com os conjuntos esculturais gregos e romanos; mas também com as
esculturas produzidas na época do Renascimento ou em culturas de religiões tradicionais, como o
budismo e o hinduísmo.
Muitas vezes, as esculturas são também projetadas para acompanhar complexos
arquitetônicos, com o objetivo de compor um conjunto artístico harmonioso. É o caso das esculturas
que acompanham as catedrais góticas da Idade Média e os palácios em estilo clássico do período das
monarquias absolutistas.

Além disso, de acordo com a época, a civilização e a escola artística, a escultura sofre
variações temáticas e formais. Isso se torna evidente quando comparamos as obras de um escultor
renascentista (do século XVI), como Michelangelo, com as obras de um escultor primitivista ou cubista,
como Picasso (do século XX). A Pietá (ver imagem no topo do texto) de Michelangelo, por exemplo,
seguramente, tem uma expressão realista típica do Renascimento, que busca transmitir a dor do tema
da deposição do corpo de Cristo da cruz e a contemplação pela mãe.
Outro exemplo que merece destaque é O Pensador, do escultor francês Auguste Rodin. Essa
estátua foi terminada e exposta ao público no ano de 1888, integrando o conjunto chamado Portões do
Inferno. Rodin havia recebido uma encomenda de esculturas especiais sobre os temas presentes no
livro Inferno, da Comédia de Dante Alighieri. Muitos especialistas em arte acreditam que O
Pensador seja uma representação do próprio Dante. A expressividade dessa estátua é única no
movimento impressionista e, como acentua o historiador da arte Stephen Farthing:
A partir do início do século XX, a escultura passou a ajustar-se às propostas das vanguardas
artísticas que emergiram na Europa, como o cubismo, o dadaísmo, o abstracionismo e o construtivismo.
Além do já citado Picasso (que também se destacou na pintura), outros escultores, como Constantin
Brancusi e Henry Moore, tornaram-se célebres dentro das vanguardas modernistas, que, até hoje,
seguem influenciando a produção contemporânea de esculturas.

9
https://brasilescola.uol.com.br/artes/escultura.htm#:~:text=Escultura-
,Artes,bruta%20em%20pe%C3%A7as%20com%20significado.&text=Das%20artes%20pl%C3%A1stic
as%2C%20a%20escultura,intera%C3%A7%C3%A3o%20com%20o%20grande%20p%C3%BAblico.

Esculturas clássicas

Obra: DAVID

Artista: MICHELANGELO

https://tendencee.com.br/2020/09/18-das-esculturas-mais-famosas-que-voce-precisa-conhecer/

10
Esculturas contemporâneas

Obra: BALLOON DOG

ARTISTA: JEFF KOONS

https://tendencee.com.br/2020/09/18-das-esculturas-mais-famosas-que-voce-precisa-conhecer/

11
Atividade 1

Agora que vocês já sabem o que é um objeto tridimensional.

Vamos criar nossas próprias esculturas? Usem e abusem da criatividade


utilizando qualquer objeto e matérias que vocês tiverem para criar, nos vídeos a
seguir vocês vão encontrar algumas inspirações para se guiarem e soltarem a
imaginação

Assista os vídeos abaixo para a realizar a atividade:

https://www.youtube.com/watch?v=3gvR6kSY10Q

https://www.youtube.com/watch?v=bUdIBYKx8Og

https://www.youtube.com/watch?v=KlkO7gMWj7s

12
Aula 2 – O que é melodia e ritmo?

Mudando um pouquinho de assunto, vamos a uma perguntinha: você sabe o que é


melodia? Se você não sabe, vai descobrir agora:

Temos uma definição bem objetiva;

É uma sequência de sons em intervalos irregulares.


A Melodia caminha por entre o Ritmo. A Melodia normalmente é a parte mais
destacada da Música, é a parte que fica a cargo do Cantor, ou de um instrumento
como Sax ou de um solo de Guitarra etc. Sempre que ouvir um Solo - notas
tocadas individualmente - você ouvirá uma Melodia.

Se não ficou muito claro, depois desse vídeo acho que você vai
entender, assistam é bem rapidinho!:

https://www.youtube.com/watch?v=gy_Yeh4f6lI

Perguntas:

Você já sabia o que é melodia ?

Pense um pouco e me diga: qual sua melodia preferida?

Agora, vamos a uma definição de ritmo...

Ritmo é o que age em função da duração do som. É a definição de quanto tempo


cada parte da melodia continuará à tona. Você já percebeu que na parte “(...)
margens plácidas”, o “plá” demora mais que o “cidas”? Isso é o ritmo da música.

Este vídeo também é bem rápido e vai tirar qualquer dúvida sua
sobre o assunto:

https://www.youtube.com/watch?v=_ncYv0-7scM

13
Perguntas

1- Você já sabia o que é ritmo?


2- Qual ritmo você mais gosta ?

Curiosidade

Vocês sabiam que alguns artistas criam suas obras a partir


dos sons?, e que muitos deles tentam reproduzir em imagens as
sensações causadas pelo som e como eles se concretizam em
imagens, podemos chamar este processo de sinestesia( que seria a
criação através dos outros sentidos que não a visão, olfato, paladar,
audição) um desses artistas e o, Kandinsky que criava a imagem
dos sons vocês vão ver que beleza de trabalho

Obra: composição VIII

https://euquedesenhei.com/wassily-kandinsky-o-pai-da-abstracao/

Atividade

Agora que você já sabe o que é ritmo e melodia, que tal criarmos
nosso próprio ritmo e nossa própria melodia?

É possível fazermos isso usando:

Um celular;

Um PC;

Colheres ou qualquer coisa que faça barulho.

14
Vamos colocar a criatividade para funcionar é hora de criar, nos
vídeos abaixo estão algumas ideia para vocês começarem;

https://www.youtube.com/watch?v=7cKADFIGJdk

https://www.youtube.com/watch?v=Fs7GRPhcISI

https://www.youtube.com/watch?v=XQflBNiWmPg

https://www.youtube.com/watch?v=p2J_YaNlWA4

15
Aula 3 - Formas do espaço teatral e sua relação com o corpo
dos atores

Vocês já pararam para pensar na relação entre o corpo dos


atores e o espaço do teatro.

Como a maneira que eles se movimentam no espaço podem


alterar as percepções dos nossos sentimentos e percepções, e como
estes espaços podem nos trazer diferentes interpretações de um
espetáculo, vamos a alguns exemplos desses espaços.

Um pouca da história dos palcos

O teatro existe a partir de um palco, tradicionalmente. Pode ocupar outros


espaços, naturalmente, como as ruas, igrejas, espaços públicos, ônibus, casas
inteiras… e tantos outros locais. Mas, desde os primórdios, na Grécia antiga, ocupa
um palco. No caso dos gregos, o teatro de arena, que, por sua vez, pode ser circular,
semicircular, quadrado, 3/4 de círculo, triangular ou ovalado.

Já o palco elisabetano, também chamado de palco isabelino, é aquele que tem


o proscênio prolongado, com um segundo plano (muitas vezes coberto) onde existem
algumas aberturas, tais como janelas. É um espaço fechado em que o público o
circunda por três lados. A estrutura do teatro elisabetano, em geral, é circular,
hexagonal ou octogonal e caracteriza-se por um edifício em um grande pátio, com o
palco localizado ao fundo.

O mais utilizado, entretanto, é o palco italiano. Surge durante o Renascimento,


na virada do século XV para o XVI, quando o homem passa a ocupar o centro do
universo. Surge nessa época a noção de perspectiva que dá o tom à pintura. Dos
quadros para os palcos, muda-se o espaço cênico, até então o usado pelos gregos.
Dessa forma, criou-se um espaço em que foi possível propiciar à plateia a noção de
profundidade e perspectiva.

Em torno do ano de 1630, é inaugurado em Veneza o primeiro teatro público


de ópera, observando os novos moldes impostos pela pintura renascentista: a boca
de cena arredondada, cortina, luzes na ribalta, telões pintados que permitem a
perspectiva e profundidade do cenário, além de máquinas para efeitos especiais.
16
Tendo como sua maior característica a disposição frontal de palco e plateia, é
ainda hoje o mais utilizado no teatro ocidental. Além dessa formação (palco/plateia),
outras características determinam o paco italiano: palco delimitado pela boca de cena,
consequentemente, a quarta parede, a caixa cênica com urdimento e coxias.

https://www.spescoladeteatro.org.br/noticia/o-palco-italiano

Perguntas:

Quais palcos você já viu pessoalmente?

Qual foi a última vez que você foi ao teatro?

Os tipos de palcos

17
https://slideplayer.com.br/slide/1433724/

18
Atividade

Vamos ao teatro!

https://www.youtube.com/watch?v=ZKIFdRD7kDk

Depois de assistirmos a peça Dom Quixote, falem um pouco


sobre as percepções de vocês.

Perguntas

1- Como o corpo dos atores se comporta durante a


encenação?
2- O que mais chamou a atenção entre o movimento e os
atores e o cenário? Por quê?

19
Aula 4 - Forma tridimensional do corpo em movimento

O nosso corpo possui três dimensões e se movimenta no


espaço de maneiras muito diferentes, quando andamos, corremos ou
ficamos parados, vocês já se deram conta do volume ocupado pelo
nosso corpo se imagine dentro de um lugar com o pê direito bem alto
e quase impossível alcançar o teto, ou em uma sala bem pequena, se
imaginou? Ou seja, nosso corpo se relativa com o espaço em que
estamos inseridos

Vamos dar uma olhada nas fotos a seguir:

https://br.pinterest.com/pin/253749760244145576/

20
https://br.pinterest.com/pin/402016704232745116/

21
https://www.nationalgeographicbrasil.com/photography/2017/08/vida-nos-
cubiculos-caixoes-de-hong-kong?image=rooms-hong-kong-lam-photos-
23.adapt_.1900.1

No texto abaixo:

(...) Por um lado, as ações artísticas de intervenção pública no espaço urbano têm como
elemento fundamental a imposição de corpos no espaço. A disputa pelo espaço público como
problema cada vez mais incisivo para a ideia de cidade e da experiência urbana apresenta, nos
últimos anos, a performance corpórea como tática central no enfrentamento das estratégias
generalizadas do capital, através da agência direta e imediata do Estado, de privatização do espaço
público. As práticas artísticas, aliás, rompem não só os espaços consagrados de exposição e
produção, como também as divisões entre artes cênicas, visuais e musicais. Ou seja, a incidência da
arte na política emerge superando institucionalizações estabelecidas no campo das artes, como
também problematizam referencias da questão urbana e do espaço.

22
Atividade

Assista o vídeo abaixo da cantara Luedj Luna

https://www.youtube.com/watch?v=V-G7LC6QzTA

Leia a letra da canção

Um corpo no mundo

Atravessei o mar

Um sol da América do Sul me guia

Trago uma mala de mão

Dentro uma oração

Um adeus

Eu sou um corpo

Um ser

Um corpo só

Tem cor, tem corte

E a história do meu lugar

Eu sou a minha própria embarcação

Sou minha própria sorte

E Je suis ici, ainda que não queiram não

Je suis ici, ainda que eu não queria mais


23
Je suis ici agora

Cada rua dessa cidade cinza sou eu

Olhares brancos me fitam

Há perigo nas esquinas

E eu falo mais de três línguas

E palavra amor, cadê?

Je suis ici, ainda que não queiram não

Je suis ici ,ainda que eu não queira mais

Je suis ici, agora

Je suis ici

E a palavra amor cadê?

Composição: Luedji Luna.

Agora

Crie uma letra de música que relacione o seu corpo com o lugar que
você vive

24
Aula 5 - Revisão e criando o conteúdo

Vamos relembrar todos os temas que conversamos até agora e


investigar nossa prática.Vamos começar a criação do nosso diário de
bordo. O que seria esse diário? Vamos catalogar as nossas
experiências. O que contiver:

• Textos narrando as suas experiências durante a aula;


• Imagens, desenhos, colagens a maneira que você quiser se
expressar;
• A criação poder ser feita tanto de maneira digital, quanto
manual.

25
MÓDULO 2 – O espaço no território das linguagens artísticas

CRONOGRAMA DE AULAS

Objetivos:

Conhecer espaços museológicos e expositivos;

Analisar crítica e prática;

Estimular a percepção das obras artísticas e a formulação de juízos


estéticos, a fim de criar questionamentos.

Conteúdo

Arte bidimensional e tridimensionalidade, Artistas modernistas.

Avaliação

Processual, contínua e participativa.

Referências

SITE Specific. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São
Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em:
<http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo5419/site-specific>. Acesso em: 30 de
Abr. 2021. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7

PARANGOLÉ . In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São


Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em:
<http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3653/parangole>. Acesso em: 30 de Abr.
2021. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7

26
CENOGRAFIA . In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São
Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em:
<http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo14352/cenografia>. Acesso em: 30 de
Abr. 2021. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7

27
Aula 1 – Cada arte em seu lugar

Neste segundo módulo, continuaremos nossa investigação pelo mundo


das artes e o espaço a seu redor.
As linguagens das artes visuais, como já vimos anteriormente, estão muito
presentes no espaço físico, no ambiente
Temos alguns conceitos muito interessantes que nomeiam alguns destes
movimentos da arte, muitos deles presentes nos movimentos modernos e
contemporâneos,
Vamos a alguns exemplos:

Site Specific;

O termo sítio específico faz menção a obras criadas de acordo com o ambiente e com um espaço
determinado. Trata-se, em geral, de trabalhos planejados - muitas vezes fruto de convites - em local
certo, em que os elementos esculturais dialogam com o meio circundante, para o qual a obra é
elaborada.

http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo5419/site-
specific#:~:text=O%20termo%20s%C3%ADtio%20espec%C3%ADfico%20faz,qual%20a%20obra%20
%C3%A9%20elaborada.

28
Obra

http://www.institutopipa.com/670-2/

Vídeo sobre a obra:

https://www.youtube.com/watch?v=_Ep53bZ_C1E&t=9s

Land art

O termo “land art”, se traduzido, corresponde a “arte da terra” e tem como principal característica a
utilização de recursos provenientes da própria natureza para o desenvolvimento do produto artístico.

Em outras palavras, a land art surge a partir da fusão e integração da natureza e da arte onde a
natureza, além de suporte, faz parte da criação artística.

https://www.todamateria.com.br/land-art/

29
Obra: Spiral Jetty

Artista: Robert Smithson

https://heloisabomfim.com/historia-da-arte/robert-smithson-1938-1973-spiral-jetty-1970/

Vídeo sobre a obra;

https://www.youtube.com/watch?v=v-N3vbH52bQ

Parangolé

Fruto das experiências de Hélio Oiticica (1937-1980) com a comunidade da Escola de


Samba Estação Primeira da Mangueira, no Rio de Janeiro, o Parangolé é criado no fim da década
de 1960.
Considerado por Hélio Oiticica a "totalidade-obra", é o ponto culminante de toda a experiência que
realiza com a cor e o espaço. Apresenta a fusão de cores, estruturas, danças, palavras, fotografias e
músicas. Estandartes, bandeiras, tendas e capas de vestir prendem-se nessas obras, elaboradas por
camadas de panos coloridos, que se põem em ação na dança, fundamental para a verdadeira
realização da obra: só pelo movimento é que suas estruturas se revelam.

Posterior aos Bólides - recipientes com pigmento para serem manuseados, criados em 1963 -
, os Parangolés ampliam a participação do público na medida em que sua ação não está mais restrita
ao manuseio, como nas obras anteriores. Eles pressupõem a transformação na concepção do artista,
30
que deixa de ser o criador de objetos para a contemplação passiva e passa a ser um incentivador da
criação pelo público. Ao mesmo tempo que pressupõe uma transformação no espectador, dado que a
obra só acontece com sua participação. Trata-se de deslocar a arte do âmbito intelectual e racional
para a esfera da criação, da participação.
Muitas vezes usados por integrantes da Mangueira - Mosquito (mascote do Parangolé), Nildo,
Jerônimo, Tineca e Nininha Xoxoba entre outros -, o Parangolé expressa inconformismo - alguns
levam frases como "ESTOU POSSUÍDO" ou "INCORPORO A REVOLTA" - e é um "estandarte da
anti-lamúria", revelando a cumplicidade do artista com os que vivem à margem da sociedade.

https://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3653/parangole

Obra: Parangolé
Artista: Hélio Oiticica

Vídeos sobre a obra


https://www.youtube.com/watch?v=iaQBW7FitQE

31
Com estes exemplos podemos perceber como o campo das artes visual são
amplamente exploráveis, podemos transformar tudo que tivermos ao nosso redor
em arte, o nosso espaço e o da arte é desta forma a arte é nosso espaço.

Atividades 1

A partir dessas inspirações, vamos criar nosso próprio Parangolé?


Vocês podem usar os materiais que vocês tiverem e quiserem:

• Tecido;
• Roupas;
• Papel papelão.

32
Aula 2 - Cenografia e a cena contemporânea

Como se compõem um cenário de teatro? Quais os elementos devem estar


presentes para que um espetáculo seja realizado? Podemos ter um espaço com
um monte de coisas ou simplesmente um vazio o ator e o espaço
Mas como os elementos presentes na cena influenciam a experiência do
espectador?

Uma breve explicação para entender a cenografia:

Cenografia é o termo que se aplica ao estudo e à prática da concepção e execução de cenários,


que podem ser idealizados para espetáculos teatrais, produções cinematográficas e televisivas, ou
ainda para exposições, estandes comerciais, eventos sociais e até mesmo ambientes virtuais. Os
termos cenografia de exposições, arquitetura de exposições ou design de exposições são
empregados para designar o trabalho de organização do espaço e das formas de expor um conteúdo.

Cenografia vem do grego skenenographie (skènè-grapheins), que se traduz literalmente por “desenho
da cena”. Sua origem e seu reconhecimento remontam ao teatro da Grécia Antiga, mas sua aplicação
não está limitada à linguagem teatral. A cenografia é uma área de estudos e projetos ligada tanto às
artes dramáticas quanto à arquitetura, e, portanto, abarca os vários elementos que compõem uma
cena ou um ambiente, como a iluminação, os objetos, os efeitos sonoros, o figurino e a disposição
desses itens no espaço.

https://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo14352/cenografia

Entendendo um pouco sobre o figurino

O figurino tem como duas funções básicas definir o personagem interpretado pelo ator e ajudar a
estabelecer o tema, ideia e atmosfera da produção interpretada pelo diretor além de mais outras
quatro não menos importantes. O figurino é parte importante do espetáculo, pois através dele se cria
uma linguagem através das formas, cores, texturas, transmite a época, a situação econômica política
e social, indica a região ou cultura, estilo do personagem, estação climática, aspecto psicológico,
enfim os elementos necessários para passar ao espectador o sentido do espetáculo, devendo
mostrar as relações entre todos os personagens. O Espaço é onde ele vive, local, região, cultura, se
é um lugar específico, real ou é um lugar inventado, que saiu na imaginação do escritor. O figurino
pode demonstrar claramente de que país de passa trama, por certas características folclóricas nas
roupas de todos os países.

http://atoresnomercado.com.br/2017/09/23/importancia-do-figurino-no-espetaculo/

33
Hora da investigação

Vamos observar os elementos presentes nos espetáculos a seguir e nos focar nos
seguintes detalhes:

• Cenário
• Iluminação
• Local
• Figurino

Espetáculo 1: O Sertões
Direção: Bia Lessa

https://www.segs.com.br/eventos/191686-grande-sertao-veredas-volta-ao-rio-de-janeiro-em-montagem-
inedita-no-teatro-arena-do-sesc-copacabana

Assista o vídeo para completar a sua análise, não esqueça de ir anotando!

https://www.youtube.com/watch?v=yyANPBsclFU

34
Espetáculo 2: Macunaíma
Direção: Bia Lessa

https://pitayacultural.com.br/artes/macunaima-uma-rapsodia-musical-paralisa-pela-beleza-estetica-e-
mensagem-ainda-atual/

Vídeo sobre a peca 2;

https://www.youtube.com/watch?v=USZw_FRLxKo

35
Atividade 1

1- Quais as principais diferenças entre os espetáculos teatrais?

2 - Como você definiria o cenário e o figurino de cada um dos


espetáculos?

Atividade 2

Criando nossa peça teatral

Vamos criar uma peça teatral de maneira fictícia. O seu projeto


deve conter:

• Descrição do local da montagem;


• Tipo de teatro;
• Onde ela vai se passar/ ser encenada;
• Cenário;
• Figurino;
• A apresentação pode ser feita em desenho, colagem,
montagem digital ou até mesmo uma maquete

Vamos colocar a criatividade para funcionar!

36
Aula 3- Danças contemporâneas e o corpo

O que pode o nosso corpo? Pode muito mais do que muitos


possuem imaginar, mas a dança está presente entre nós desde os
primórdios, nossos ancestrais sempre dançaram. Vamos ver, a seguir
alguns, desses movimentos da dança como o clássico, o
contemporâneo, o pós moderno e suas múltiplas linguagens

https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/educacao-fisica/danca

Clássica:

A dança clássica, também conhecida como ballet, é um tipo de dança que


reúne uma série de técnicas e movimentos específicos. Por outro lado, o ballet é o
nome que permite fazer referência à peça musical composta para se interpretada
através da dança.

A dança clássica é composta de cinco posições, as quis foram registradas pelo dançarino,
compositor e coreógrafo na corte, o francês Pierre Beauchamp, as quais são conhecidas como:
primeira posição, segunda posição, terceira posição, quarta posição e quinta posição.

https://conceito.de/danca-classica

37
Da uma olhada nessa apresentação de dança clássica!

https://www.youtube.com/watch?v=uauwx-cBd0s

https://www.diariodoaco.com.br/noticia/0079504-danca-contemporanea-no-sesctv

Contemporânea:

Na dança contemporânea, o bailarino se expressa através das técnicas do balé clássico, mas
incorporando outros movimentos corporais mais modernos. É por isso que esse estilo é conhecido
como dança contemporânea ou dança moderna.

A mistura de várias influências é uma das principais características da dança contemporânea, que
pode incluir formas de narração que não são lineares e pode até usar ferramentas multimídia para
complementar as coreografias.

https://conceito.de/danca-contemporanea

38
A pós modernidade as fusões entre teatro e dança

Alguns grupos também se destacam pelo invenção pelo mistura a quebra de


barreiras unindo múltiplas linguagens que podem ate ser difíceis de definir como ou
isso ou aquilo. O corpo precisa de liberdade para criar, para quebrar seus limites
abaixo estão alguns exemplos dessas linguagens que podem ser consideradas
como pós-modernas;

Fuerza Bruta

https://fuerzabrutaglobal.com/2019/04/03/mr-jang-woo-hyuk-at-fuerza-bruta-in-seoul/

Vídeo do espetáculo do grupo argentino Fuerza Bruta, companhia que mistura


inúmeras linguagens.

https://www.youtube.com/watch?v=FYszthdJU8c

39
Pina Bauch

https://br.pinterest.com/pin/175710822934032703/

Considerada uma das percursoras na fusão entre dança e teatro Pina


Bauch criou com a sua companhia espetáculos incríveis que foram
muito além do que se imaginava fazer. No vídeo, vocês podem
conferir um pouco dessa beleza.

https://www.youtube.com/watch?v=R6yxDuhomEM

40
Atividade 1

Vamos nos mexer?

1- Quais danças vocês conhecem e que não estão na aula?


2- Vocês já praticaram alguma dança?

Atividade 2

Vamos criar uma dança, um movimento com o corpo. A partir


dos exemplos que assistimos, podemos criar algo novo:

• Quem quiser pode gravar e compartilhar com a turma.


• Se você preferir pode criar sua dança e fazer um
relatório de como foi a sua experiência.

41
Aula 4 - A dimensão artística do espaço

Já percebemos o quanto a arte ultrapassa os lugares onde esta


inserida no espaço podemos considerar artes distintas nas cidades e
no espaço temos o que possamos chamar de intervenções artísticas
que ocupam as cidades as intervenções urbanas, a cidade usada
como suporte dos trabalhos, uma fusão entre arquitetura e arte.

Arquiteto: Beijing HuiGuYangGuang


Obra: Mountain / Zhaohong Zhang

https://www.archdaily.com.br/br/903715/mountain-zhaohong-zhang/5b98eda3f197ccece90000db-
sculpture-mountain-the-meeting-point-between-time-and-space-zhaohong-zhang-photo

42
A inspiração para a obra segundo seu criador foi:

Inspirado pela tradicional pintura de paisagens naturais da dinastia Song e Yuan, o artista usou o
design digital para criar a transição de linhas bidimensionais até formas 3D. A hierarquia de chapas
de aço resistentes em camadas gera uma concepção artística única da pintura tradicional chinesa.

https://www.archdaily.com.br/br/903715/mountain-zhaohong-zhang

Obra: Meu coração bate como o seu

Arquiteto: Guto Requena

https://www.archdaily.com.br/br/912316/meu-coracao-bate-como-o-seu-estudio-guto-
requena/5c76a388284dd11e2500037a-meu-coracao-bate-como-o-seu-estudio-guto-requena-
foto?next_project=no

O arquiteto define sua obra como:


“Meu coração bate como o seu” une a potência da empatia e do design-como-ativismo para criar um
tributo à comunidade LGBT+ no Brasil. O trabalho interativo, em grande escala, é um híbrido entre
mobiliário público urbano e escultura, localizado na icônica Praça da República, em São Paulo.

43
https://gutorequena.com/juntxs/

Performances urbanas

Muitos artistas também ocupam as ruas com seu corpos,


performando pelo espaço urbano criando uma nova relação entre
corpo e espaço

Um exemplo destes e a companhia norte americano Willi


Dorner que em uma dessasperformances questiona o espaço que
ocupamos na cidade:

Bodies in Urban Spaces (Corpos nos Espaços Urbanos) é uma performance temporária que
ocupa diferentes ambientes arquitetônicos com o corpo humano. O grupo de artistas da Cia. Willi
Dorner já viajou toda a Europa e E.U.A com o objetivo de questionar a funcionalidade das estruturas
urbanas e mostrar as restrições de movimento e compartamento nas grandes cidades.
Colocando o corpo em lugares inimagináveis, como em uma dança, a performance causa espanto e
irritação no público. Assim, é possível questionar seu comportamento e hábitos, convidando para uma
reflexão sobre o a relação das pessoas com as cidades.

Os artistas afirmam que a performance pode ser temporária, mas deixa traços permanentes
da memória dos que presenciaram.

https://casa.abril.com.br/bem-estar/performance-o-corpo-humano-ocupando-espacos-urbanos/

44
https://casa.abril.com.br/bem-estar/performance-o-corpo-humano-
ocupando-espacos-urbanos/

45
Vamos visitar!

Obra: Penetráveis
Artistas: Hélio Oiticica

https://www.inhotim.org.br/visite/

Instituto Inhotin é um dos maiores museus a céu aberto do mundo,


fica na cidade de Brumadinho em Minas Gerais, Brasil. No site, vocês
podem fazer um tour e encontrar obras incríveis de vários artistas,
nacionais e internacionais. As visitas são interativas, com áudio
descrição sobre as obras de um pintor.

https://www.inhotim.org.br/visite/

46
Atividade 1

1- Qual das intervenções você mais gostou e por quê?


2- Quais intervenções você conhece pessoalmente ou já viu em
algum lugar?
3- Faça um relatório de, no mínimo 15 linhas, contando sobre a
sua experiência, na visitação virtual pelo Instituto Inhotim, e
anexe uma foto da obra que você mais gostou

47
Aula 5 - Revisão e criando o conteúdo

Vamos relembram todos os temas que conversamos ate agora, e se


investigar vamos começar a criação do nosso diário de bordo, e o que
seria este diário? vamos catalogar as nossas experiências, o que
conter:

Como tem sido a experiência de vocês ate o momento?

Como esta sendo a criação do diário de bordo?

• Textos narrando as suas experiências durante a aula.


• Imagens, desenhos, colagens a maneira que você quiser se
expressar.
• A criação poder ser feita tanto de maneira digital quanto
manual.

48
Aula 1 – Luz como suporte e ferramenta

Como nossa percepção consegue ver os contrastes entre claro e escuro? A luz e
a falta dela criam contrastes nas obras de arte, criando profundidades e jogos de luz
criando volumes e texturas.

Um breve conceito sobre a luz

O conceito de claro-escuro é usado no campo da pintura para nomear o


contraste que ocorre entre sombras e luz em uma obra. É uma técnica que recorre
a esses contrastes para destacar certos elementos do quadro e desenvolver efeitos
visuais de modelagem e relevo.

https://conceito.de/claro-escuro

Nas artes visuais os contrastes de luz estão sempre presentes


nos trabalhos de diversos artista, que traduzem de maneiras diversas
as inúmeras possibilidades do fazer criativo.

Uma das artistas que melhor trabalha este conceito em suas


obras é Regina Silveira Regina; Artista multimídia, gravadora, pintora
e professora. Com diferentes linguagens, sua obra explora temas que
passam pela composição da imagem, pela reinvenção da
representação, pelo poder e pela política.

Vídeo com a artista explicando seu processo de criação

https://www.youtube.com/watch?v=0IpzNRY2-a8

49
Esta é uma impressionante obra da artista intitulada, Mundus
Adimirabilis.

https://www.select.art.br/pragas-pestes-epidemias-e-pandemias-na-arte-contemporanea/

Obra: Natureza Impermanente


Artista: Kilian Glasner

https://www.premiopipa.com/2012/03/mostra-natureza-impermanente-de-kilian-
glasner-em-sao-paulo/

50
O preto e branco também está presente no cinema desde seu início
com os filmes mudos até hoje com filmes que utilizam da técnica como
artificio para contarem as suas historias de outro modo.

Cena de tempos modernos um clássico do cinema mudo e preto


e branco

https://www.guiadasemana.com.br/cinema/noticia/classicos-do-cinema-mudo

Cena de o artista filme preto e branco e mudo realizado em 2011


e ganhador do Oscar de melhor filme.

51
Atividade 1

1- Você já assistiu alguns desses filmes?

2- Por que você acha que o preto e branco esta sempre presente na arte?

Atividade 2

Que tal criarmos um serie de fotos com todos os objetos preto e branco que você
encontrarem em casa?

• Vamos fotografar com os celulares;


• Podem usar filtros;
• Sombras;
• Lugares claros e escuras.

52
Aula 2 - Apurando a percepção dos contrate luz

As sensações e percepções com a luz e contra luz podem


alterar o nosso sentidos

Vamos assistir a um vídeo de uma apresentação, vamos


investigar as sensações que as músicas e nos trazem com os seus
vídeos e como essas cores podem alterar nossas percepções.

Pitty vídeo clip

https://www.youtube.com/watch?v=UAWcs5H-
qgQ&list=PL2DF499CCBD2067DE&index=38

Ed Sherram

https://www.youtube.com/watch?v=UAWcs5H-
qgQ&list=PL2DF499CCBD2067DE&index=38

Em contraste este outro vídeo clip possui uma palheta de cores em


contraste também, mas em outras nuances.

Yam Cloud

https://www.youtube.com/watch?v=nuMlvwtIAmM

53
Atividades 1

1- Qual a principal sensação que você teve ao ouvir e ver os


vídeos?

2 - Qual o motivo você acha que fez com que os artistas


escolhessem essa estética para seu vídeos clipes?

3- Qual dos vídeos te passa uma sensação de mais energia e


porque ?

54
Aula 3 • A luz e a sombra no teatro de sombras

Como a luz invade nosso olhar? Nossa percepção? O teatro de


sombras é muito interessante para compreendermos como nossas
percepções são influenciadas.

Um pouco da sua origem

O teatro de sombras é uma arte muito antiga, originária da China, de onde se espalhou para o
mundo. Consiste na manipulação de um boneco de varas, entre uma luz e uma tela, o que faz com que
o espectador, sentado diante da tela, veja apenas a sombra do boneco. Existe uma lenda chinesa a
respeito da origem do teatro de sombras. No ano 121, o imperador Wu Ti, da dinastia Han, desesperado
com a morte de sua bailarina favorita, teria ordenado ao mago da corte que a trouxesse de volta do
"Reino das Sombras", caso contrário ele seria decapitado. O mago usou a sua imaginação e, com uma
pele de peixe macia e transparente, confeccionou a silhueta de uma bailarina. Depois, ordenou que, no
jardim do palácio, fosse armada uma cortina branca contra a luz do sol, de modo que deixasse
transparecer a luz. No dia da apresentação ao imperador e sua corte, o mago fez surgir, ao som de
uma flauta, a sombra de uma bailarina movimentando-se com leveza e graciosidade. Neste momento,
teria surgido o teatro de sombras.
O gênero teatro de animação estendeu-se à Europa alguns anos mais tarde, deixando quem
assiste muito curioso. Além disto, esta técnica estimula a criatividade natural da criança, promovendo
nesta o gosto pelo oposto entre a fantasia e a realidade. Este tipo de projeção de sombras é uma forma
divertida de interligar a leitura de uma história à construção de personagens através do movimento das
silhuetas e da própria dramatização, aplicada a história em si própria.
Nos dias de hoje o teatro de sombras é uma das manifestações artísticas mais populares em
diversas regiões do continente asiático.

http://fabianaeaarte.blogspot.com/2012/06/teatro-de-sombras.html
Teatro de sombras

https://www.youtube.com/watch?v=1ufuS_JKb6M

Atividade 1

1 - O que você mais gostou no teatro de sombras?

2 - Você já conhecia o teatro de sombras ?

55
Aula 4 • O som e a arte

A arte sonora o espaço também pode ser ocupado pelo som de


forma artística desde as músicas e seu diferentes timbres ate obras
criadas para se perceber os sons dos objetos e como ele se inserem
em nossos sentidos.

É notável que boa parte das produções de arte sonora se realizam na forma de instalações e
de esculturas sonoras, nas quais a construção da obra ocorre em conexão com a construção de seu
próprio espaço de existência. Portanto, o espaço adquire uma importância vital na maior parte desses
trabalhos, atuando não como agente de delimitação da obra, mas como elemento integrante da
mesma. Além disso, deve-se notar que os ambientes que abrigam a arte sonora geralmente diferem
muito de espaços mais neutros como as salas de concerto de música e aproximam-se muito mais de
ambientes com uma conotação mais ligada à plasticidade como galerias de arte, museus ou outros
espaços alternativos.

Obra realidade virtual


Artista Andres Damiao

56
Assista ao vide com uma obra de arte sonora obra de arte sonora

https://www.youtube.com/watch?v=Z3c6u5DKAig&list=PLAtBlpJFNjRuXrEUfhoEAFK
NwJAWOg9GA

Mas também podemos associar os sons às imagens, fazendo com que o som além
de ser escutado, também possa ser visto.

57
https://br.freepik.com/vetores-premium/arte-de-linha-de-ondas-de-som-audio-ou-ondas-sonoras-para-
aplicativos-e-sites-de-musica-ilustracao-em-vetor-forma-onda-isolada-no-fundo-branco_7067106.htm

Exposição de arte sonora. Dê uma olhadinha!

https://www.youtube.com/watch?v=ZeaVwzJ2bf0&t=7s

58
Atividade

Você já conhecia a arte sonora?

Com qual obra dessas você mais se identificou? Porquê ?

Vamos criar

Que tal criarmos nossa própria arte sonora?

Vamos precisar de uma garrafa com água e objetos variados como


pedras, lápis, papel...

Revisão Total - mais um capítulo para o nosso diário de bordo


“interpretando os contrastes”

A luz e sombra e os perfis

59
MÓDULO 5 – Conhecendo os materiais para criação de um portfólio,
suporte e ferramentas.

CRONOGRAMA DE AULAS

Objetivos:

Conhecer um dos movimentos importantes na História da Arte Brasileira.

Análise crítica e prática.

Estimular a percepção das obras artísticas e a formulação de juízos


estéticos, a fim de criar questionamentos.

Conteúdo

Arte bidimensional e tridimensionalidade, Artistas modernistas.

Avaliação

Processual, contínua e participativa.

Referências

60
Aula 1 - Conhecendo os materiais e os suportes para criação final

A arte se apresenta de diversas maneiras, o que é preciso para criar arte?


Podemos dizer que tudo e nada não pode existir limites para se expressar

Então os trabalhos podem acontecer a partir do uso do suporte e dos


materiais que você tiver as mão o que importa e se expressar

Vamos a alguns exemplos de obras criadas a partir de maneira inusitados

foras do convencional

uma das técnicas que mais nos permite criar e a assemblagem

O termo assemblage é incorporado às artes em 1953, cunhado pelo pintor e gravador francês Jean
Dubuffet (1901-1985) para fazer referência a trabalhos que, segundo ele, "vão além das colagens". O
princípio que orienta a feitura de assemblages é a "estética da acumulação": todo e qualquer tipo de
material pode ser incorporado à obra de arte. O trabalho artístico visa romper definitivamente as
fronteiras entre arte e vida cotidiana; ruptura já ensaiada pelo dadaísmo, sobretudo pelo ready-
made de Marcel Duchamp (1887-1968) e pelas obras Merz (1919), de Kurt Schwitters (1887-1948). A
idéia forte que ancora as assemblages diz respeito à concepção de que os objetos díspares reunidos
na obra, ainda que produzam um novo conjunto, não perdem o sentido original. Menos que síntese,
trata-se de justaposição de elementos, em que é possível identificar cada peça no interior do conjunto
mais amplo. A referência de Dubuffet às colagens não é casual. Nas artes visuais, a prática de
articulação de materiais diversos numa só obra leva a esse procedimento técnico específico, que se
incorpora à arte do século XX com o cubismo de Pablo Picasso (1881-1973) e Georges Braque
(1882-1963). Ao abrigar no espaço do quadro elementos retirados da realidade - pedaços de jornal,
papéis de todo tipo, tecidos, madeiras, objetos etc. -, a colagem liberta o artista de certas limitações
da superfície. A pintura passa a ser concebida como construção sobre um suporte, o que pode
dificultar o estabelecimento de fronteiras rígidas entre pintura e escultura. Em 1961, a exposição The
art of Assemblage, realizada no Museum of Modern Art - MoMA de Nova York, reúne não apenas
obras de Dubuffet, mas também as combine paintings de Robert Rauschenberg (1925-2008) e a junk
sculpture, e isso leva a pensar que a assemblage como procedimento passe a ser utilizada nas
décadas de 1950 e 1960, na Europa e nos Estados Unidos, por artistas muito diferentes entre si.

61
Vamos começar a montagem do nosso portfolio final.

Poderá ser realizado em grupo ou individualmente

A proposta precisa reunir uma união de todos os elementos que aprendemos


durante o curso.

Algumas sugestões para vocês criarem:

• Uma dança
• Uma vídeo arte
• Uma música
• Um poema
• Uma obra visual
• Teatro de sombras
• Curta metragem

E preciso conter no portfolio as linguagens visuais e sonoras

Podendo ser desde a realização de um curta metragem a uma montagem de


imagens com música.

62
Vocês terão três aulas para a criação e uma para apresentação.

O que deve conter

Nome

Turma

Linguagem escolhida

E uma breve explicação do processo

63
CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS
UNIDAS – FMU
ARTES VISUAIS

Intervenção pedagógica no cenário do COVID-19

ALAN SANTANA ALVES


1767327

SÃO PAULO
2021
Sumário

MÓDULO 01 – A ARTE E O PÚBLICO ......................................................................... 3

MÓDULO 02 – AS INSPIRAÇÕES DOS CRIADORES .............................................. 14

MÓDULO 03 – O ATO DE CRIAR .............................................................................. 29

MÓDULO 04 – CRIANDO UM EVENTO DE ARTE VIRTUAL ................................... 37


1. Área: Artes Visuais

2. Título: Intervenção Pedagógica no cenário do COVID-19 para alunos do


ensino médio.

3. Faixa Etária: 2º ano (15 a 16 anos)

4. Carga Horária: 80 horas

5. Tema e delimitação de tema: Museus e espaços expositivos – Arte


Contemporânea – Métodos Artísticos – Inspiração Artística – Fotografia – Criação –
Jogos teatrais – Possibilidades do ser autônomo e Criador .

6. Problema de pesquisa: Desenvolver, questionar e se expressar, por meio


de atividades artísticas, as vivências emocionais como forma pessoal de expressão.

7. Justificativa: Desenvolver a habilidade de descobrir valores estéticos, de


usar a criatividade, a iniciativa no senso de individualidade e confiança no seu
discernimento ao experimentar, criar e avaliar. As atividades teóricas e práticas dão
embasamento para que auxilie no desenvolvimento.

8. Cronograma:
ATIVIDADES Aula 1 Aula 2 Aula 3 Aula 4 Aula 5

Módulo 1: A arte e o Público

Atividade 1

Atividade 2

Atividade 1

Atividade 2

Atividade Final

Módulo 2: A inspiração dos criadores

Atividade 1

Atividade 2

Atividade 1

Atividade 2

Atividade Final

1
ATIVIDADES Aula 1 Aula 2 Aula 3 Aula 4 Aula 5
Módulo 3: O ato de criar
Atividade 1
Atividade 2
Atividade 1
Atividade 2
Atividade Final
Módulo 4: Criando um evento de arte
virtual
Atividade: Planejamento 1
Atividade: Planejamento 2
Atividade: Planejamento 3
Atividade: Planejamento 4
Atividade: Evento Final

9. Objetivo: Essa apostila digital tem como objetivo auxiliar os alunos durante
o cenário da Pandemia de Covid-19, assim podendo desenvolver o conhecimento de
forma assíncrona em casa, com aulas, atividades e conteúdo extracurricular.

10. Produto pedagógico: Apostila online para aulas assíncronas.

11. Resultados esperados: Atribuir conhecimento através de conteúdos


didáticos e práticos, a fim de intensificar as percepções dos alunos.

2
MÓDULO 01 – A ARTE E O PÚBLICO

CRONOGRAMA DE AULAS

Objetivos:

Apresentar as diversas possibilidades expositivas presentes em museus e


centros culturais;

Promover o conhecimento dos locais de apresentações e manifestações


culturais;

Análise crítica da realidade;

Estimular a percepção das obras artísticas e a formulação de juízos estéticos,


a fim de criar questionamentos.

Conteúdo:

Museologia, Arquitetura, Artistas E seus atravessamentos estéticos, Produção


pessoal e coletiva de eventos e manifestações artísticas.

Avaliação:

Processual, contínua e participativa.

Referências:

https://monografias.ufrn.br/jspui/bitstream/123456789/10603/1/Do%20Cubo%20Bran
co%20%C3%A0%20Caixa%20Preta%20-
%20TFG%20UFRN%20Talitha%20Lacerda%202019.pdf. Acesso em: 29 abr. 2021.

https://arararevista.com/voce-sabe-o-que-e-sarau/

3
Aula 1 e 2 – Os espaços expositivos

Neste módulo, vamos conversar sobre onde a arte está, onde o público a
encontra neste momento que estamos vivendo uma fase isolamento social, nosso
maior contato com a arte tem sido através das telas
Mas vamos conversar sobre os espaços físicos que abrigam a arte, como eles
se constituem um pouco da sua configuração e espaço e alguns deles poderemos
visitar de forma virtual.

Do Gabinete de curiosidades ao cubo branco

Os primeiros espaços expositivos foram criados a partir de coleções privadas,


na época do Renascimento Europeu, quando o interesse e entusiasmo pela história
da humanidade era crescente.
Essas coleções dividiam-se em basicamente dois tipos: o primeiro eram os
gabinetes de curiosidades, os quais reuniam objetos e animais exóticos, trazidos
principalmente de viagens por exploradores, e que viriam a formar os museus de
história natural:

https://br.pinterest.com/pin/388505905342435333/
4
Enquanto que o segundo tipo eram coleções de arte abrigadas em salas
intensamente ornamentadas de palácios, Médici, e que daria origem aos museus de
Belas Artes.

https://pt.wahooart.com/@@/9DGVJQ-Fran%C3%A7ois-Joseph-Heim-Carlos-X-
Distribuindo-Pr%C3%AAmios

Com o período entre-guerras, o centro artístico mundial foi transferido da


Europa para os Estados Unidos. Nesse contexto, surgiu o Museum of Modern Art de
Nova York (MoMA), que acabou tornando-se um exemplo paradigmático da
arquitetura de museus dessa época. Apesar de ter sido inaugurado em 1929, no 12º
andar de um edifício, foi apenas em 1939 que seria construída sua sede própria,
com projeto dos arquitetos Phillip Goodwin e Edward Durell Stone. O edifício, cujos
preceitos expositivos são copiados até os dias de hoje, possuía uma “arquitetura
neutra, disponibilizando para montagens expositivas um espaço purista, livre de
interferências decorativistas ou arquiteturais”.

5
https://artreview.com/ar-december-2019-review-the-new-moma/

Este modelo mudou para sempre a forma expositiva dos museus que até hoje
conhecemos como cubo branco, paredes brancas com uma iluminação clara que
valoriza a obra de arte e muitas vezes anula a arquitetura e valoriza o espaço,
o Mac USP, em São Paulo, segue a mesma organização do cubo branco.

https://parqueibirapuera.org/equipamentos-parque-ibirapuera/museu-de-arte-
contemporania-mac-usp/

6
Alguns modelos expositivos fugiram um pouco dessa regra, por exemplo, os
museus concretistas trouxeram outras propostas como o MASP idealizado pela
arquiteta, Lina Bo Bardi, que trouxe a propostas dos cavaletes flutuantes que fazem
parecer que as obras estão flutuando pelo salão expositivo uma proposta bastante
única, que permaneceu um período fora do museu.

http://portal.iphan.gov.br/sp/noticias/detalhes/3435/masp-na-perspectiva-do-patrimonio

Os espaços expositivos e a arquitetura contemporânea


O edifício original da Pinacoteca foi construído, no final do século XIX para,
abrigar o Liceu de Artes e Ofícios e, teve sua mudança de função com a intervenção
de Paulo Mendes da Rocha e equipe, concluída em 1998.

https://www.premiopipa.com/2017/09/94090/

7
A arquitetura dos museus como arte para abrigar a artes, pavilhão Adriana Varejão
no instituto Inhotin, pavilhão criado para abrigar as obras da artista.

https://www.archdaily.com.br/br/01-167472/galeria-adriana-varejao-slash-tacoa-arquitetos

Atividades 1

1- Quais as principais mudanças que você percebe nos modos expositivos mais
antigos comparados aos mais novos?

2- Quais museus você já visitou e quais eram sua forma expositiva?

Atividade 2

Vamos visitar os museus do mundo a fora através do link abaixo

https://artsandculture.google.com/project/streetviews?hl=pt-BR

Visitar três museus diferentes e criar um relatório observando o tipo de sala de


visitação e sua experiência final.

8
Aula 3 e 4 - Slam e os Saraus

Vamos conhecer os lugares nos quais as artes da palavra acontecem sob a


forma de batalha de Slam e Sarau, faremos nossa visita de maneira virtual.
Mas, antes, vamos conhecer um pouco da história dessas manifestações culturais.

A origem dos Sarais no Brasil V

Sarau é um evento cultural onde as pessoas se encontram para se expressar


e se manifestar artisticamente. É um espaço de convívio cultural, que pode envolver
dança, poesia, leitura de livros, música acústica e outras formas de arte como
pintura, teatro e comidas típicas.
Quanto a origem da palavra, não há consenso. Alguns estudiosos acreditam
que se trata de um derivado do francês soirée (reunião nocturna), que tem raiz no
latim serotinus (tardio, pela tarde). Outros dizem que a origem reside no galego
serao (anoitecer) e no catalão sarau, baile noturno popular de que já havia registo
em 1537.
Este tipo de evento se popularizou no século XIX, principalmente entre grupos
de aristocratas e burgueses e chegou ao Brasil em 1808, com D. João, seguindo os
moldes dos salões franceses. Eram realizados inicialmente no Rio de Janeiro, mas
logo fazendeiros de São Paulo resolveram aderir e, já na metade do século
XIX, saraus com literatura, música, champanhe e vinhos espalhavam-se pelas
capitais brasileiras.

Com o tempo, essas reuniões passaram a ser organizadas por “pessoas de


influência”, interessadas em cultura e em financiar estudos e movimentos artísticos.
A Semana de Arte Moderna – também chamada de Semana de 22, que ocorreu em
São Paulo, entre os dias 11 e 18 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal da
Cidade – foi grande propulsora do sarau, apresentado como libertário e agregador
das diversas manifestações culturais brasileiras.

Nesse período, os Saraus deixam de ser uma manifestação cultural da corte e


passar a acontecer em bares, praças ou casas, reunindo pessoas que se interessam
pela literatura, músicas e arte visuais. Reuniam modernistas como Mário de

9
Andrade, Oswald de Andrade e Manuel Bandeira, Tarsila do Amaral, Paulo Prado e
muitos outros, tornando-se popular e informal.

Sarau é uma festa onde as artes se encontram. Um espaço para a música e


literatura onde novas vozes declamam seus poemas e as manifestações artísticas
são valorizadas. Os efeitos positivos se estendem às comunidades
envolvidas.Participe!

https://arararevista.com/voce-sabe-o-que-e-sarau/

O slam e a resistência da arte

A poesia falada e apresentada para grandes plateias não é um fato


novo, porém, a grande diferença é que hoje a poesia falada se apresenta para o
povo e não para uma elite — estamos falando da poesia slam. Essa palavra surgiu
em Chicago, em 1984, e hoje a poetry slam, como é chamada, é uma competição de
poesia falada que traz questões da atualidade para debate. Slam é uma expressão
inglesa cujo significado se assemelha ao som de uma “batida” de porta ou janela,
“algo próximo do nosso ‘pá!’ em língua portuguesa”, explica Cynthia Agra de Brito
Neves, em artigo recém-publicado na revista Linha D’Água. Nas apresentações
de slam, o poeta é performático e só conta com o recurso de sua voz e de seu
corpo.
A poetry slam, também chamada “batalha das letras”, tornou-se, além de um
acontecimento poético, um movimento social, cultural e artístico no mundo todo, um
novo fenômeno de poesia oral em que poetas da periferia abordam criticamente
temas como racismo, violência, drogas, entre outros, despertando a plateia para a
reflexão, tomada de consciência e atitude política em relação a esses temas. Os
campeonatos de poesias passam por etapas ao longo do ano, de fevereiro a
novembro, são compostos de três rodadas e o vencedor, escolhido por cinco jurados
da plateia, é premiado com livros e participa do Campeonato Brasileiro de Slam
(Slam Br).
O poeta vencedor dessa etapa competirá na Copa do Mundo de Slam,
realizada todo ano em dezembro, na França. Os campeonatos de slam no Brasil
foram introduzidos por Roberta Estrela D’Alva, a slammer (poetisa) brasileira mais

10
conhecida pela mídia e que conquistou o terceiro lugar na Copa do Mundo de
Poesia Slam 2011, em Paris.
Outra presença expressiva no assunto é Emerson Alcalde, fundador do Slam
da Guilhermina, entrevistado pela autora em maio deste ano na Faculdade de
Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP. Segundo ele, “promover a
poesia oral, falar poesias, ler, escrever, promover batalhas de performances
poéticas, é transformar os slams em linguagem” e, pensando nisso, levou o slam às
escolas, pois “poesia é educação”.
Para autora de estudo, ao romper com a linguagem culta, a literatura
“marginal e periférica” do slam incomoda quem valoriza somente os parâmetros
tradicionais Cynthia Agra de Brito salienta que os slammers querem ser
“considerados escritores como quaisquer outros autores nacionais”, pois essa
literatura “marginal e periférica” rompe com a linguagem culta e incomoda quem
apenas valoriza parâmetros tradicionais literários. O slam é um grito, atitude de
“reexistência”, termo criado com a fusão das palavras existência e resistência, de
acordo com a professora Ana L. S. Souza. O artigo ressalta também a importância
de se levar os slams para as escolas, na medida em que forma alunos leitores e
escritores conscientes, dispostos a reivindicarem mudanças educacionais e sociais.
É fundamental o papel da escola na disseminação dos “slams”, pois por meio
deles os alunos expressam “seus modos de existir” e suas reivindicações por “uma
cultura jovem, popular, negra e pobre, de moradores da periferia, bem diferentes do
gosto canônico, branco e de classe média”. Ao recriarem a cultura oficialmente
escolar letrada, esses alunos se tornam “agentes de letramentos de reexistência”, e
os slams, dessa maneira, são seus porta-vozes, pelos quais demonstram sua
revolta, sua identidade e resistência. A autora finaliza afirmando que “é preciso
resistir para existir. Poesia é reexistência”, enfatizando o desafio com que se
deparam as escolas diante dessa nova poesia contemporânea.
https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-humanas/slam-e-voz-de-identidade-e-
resistencia-dos-poetas-contemporaneos/

Vamos visitar o sarau mais importante de São Paulo da Cooperifa:


https://www.youtube.com/watch?v=EEQ4cJfDx5k

11
Apresentações

https://www.youtube.com/watch?v=21JPdXmRKtg

https://www.youtube.com/watch?v=kZhPvruoeFw

Atividade 1

1- Você já frequentou algum sarau ou batalha de slam, se sim qual?

2- O que você mais identificou no slam e no sarau?

Atividades 2

Faca uma pesquisa de uma apresentação de Slam e encontre uma relação


entre o poema e seu cotidiano, o relatório deve ter no mínimo 20 linhas e uma
imagem que tenha relação com o poema

Vamos lá, mãos a obra!

12
Aula 5 - Conclusões e Avaliações

• Apresentação dos trabalhos


• Conversa sobre o processo de criação
• Auto - Avaliação

13
MÓDULO 2 – AS INSPIRAÇÕES DOS CRIADORES

CRONOGRAMA DE AULAS

Objetivo:

Conhecer um dos movimentos importantes na História da Arte Brasileira.

Análise crítica e prática.

Estimular a percepção das obras artísticas e a formulação de juízos estéticos,


a fim de criar questionamentos.

Conteúdo

Arte e seus engajamentos, Processos de Criação.

Avaliação

Processual, contínua e participativa.

Referências

ROSANA Paulino. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras.


São Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em:
<http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa216153/rosana-paulino>. Acesso em:
30 de Abr. 2021. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7

CILDO Meireles. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São
Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em:
<http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa10593/cildo-meireles>. Acesso em: 30
de Abr. 2021. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7

14
BERNA Reale. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São
Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em:
<http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa26879/berna-reale>. Acesso em: 30 de
Abr. 2021. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7

15
Aula 1 e 2 - As inspirações da Arte e dos Artistas.

Buscando inspiração para criação as fontes que os artistas podem ter como
inspirações são diversas, vão desde uma inquietação até mesmo a questões políticas
ou pensando suas próprias realidades
Decodificar as inspirações é um ótimo exercício para compreender o processo
criativo que envolve o criar.

A arte engajada

Rosana Paulino (São Paulo, São Paulo, 1967). Artista visual, pesquisadora e
educadora. Destaca-se por fazer da imagem impressa um meio estruturador de seu
pensamento visual, desdobrando-a em diferentes linguagens. Desde os anos 1990,
investiga questões que eram pouco discutidas no cenário artístico brasileiro, como
gênero, identidade e representação negra.

Obra: Bastidores

https://br.pinterest.com/pin/330592428905250628/
As investigações da artista passam pelo lugar do apagamento da negritude e do
combate ao racismo

16
Obra: sem título

https://br.pinterest.com/pin/485825878545579838/

O processo artístico e os questionamentos da artista Rosana Paulino


https://www.youtube.com/watch?v=bfvxqWMfG7Q

Arte Política

Cildo Campos Meirelles (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1948). Artista


multimídia. Inicia seus estudos em arte em 1963, na Fundação Cultural do Distrito
Federal, em Brasília, orientado pelo ceramista e pintor peruano Barrenechea (1921).
Começa a realizar desenhos inspirados em máscaras e esculturas africanas. Em
1967, transfere-se para o Rio de Janeiro, onde estuda por dois meses na Escola
Nacional de Belas Artes (Enba). Nesse período, cria a série Espaços Virtuais:
Cantos, com 44 projetos, em que explora questões de espaço, desenvolvidas ainda
nos trabalhos Volumes Virtuais e Ocupações (ambos de 1968-1969).

É um dos fundadores da Unidade Experimental do Museu de Arte Moderna do


Rio de Janeiro (MAM/RJ), em 1969, na qual leciona até 1970. O caráter político de
17
suas obras revela-se em trabalhos como Tiradentes - Totem-monumento ao Preso
Político (1970), Inserções em Circuitos Ideológicos: Projeto Coca-cola (1970)
e Quem Matou Herzog? (1970).
Nessa obra emblemática criada durante a ditadura militar, o artista criou
instruções de como criar um coquetel molotov, mas só era possível ler as
mensagens quando a garrafa estava cheia

Obra: Projeto Coca-cola

https://br.pinterest.com/pin/445293481908696126/

18
Cildo criou um carimbo para notas com o questionamento: “Quem matou
Herzog?”, jornalista morto durante a ditadura militar

https://br.pinterest.com/pin/95138610860690841/

Um pouco do pensamento de Cildo Meirelles nesse vídeo complementar


explica o processo de criação das duas obras citadas:

https://www.youtube.com/watch?v=bV5mrZ9f7sk

A arte denúncia

Berna Reale (Belém, Pará, 1965). Artista e perita criminal. Usando símbolos
universais, constrói obras que questionam a condição humana diante da
desigualdade e da violência. Com diferentes meios de expressão, como a
performance e a fotografia, usa seu próprio corpo como instrumento de criação,
tornando-se parte da obra.

Na foto abaixo, a artista esta toda vestida de dourada em um lixão, criando uma
clara ironia entre lixo e luxo, denunciando o descaso com a cidade.

19
Obra: cantando na chuva

https://br.pinterest.com/pin/26388347803795985/

Nesta performance Berna está em um barco com 500 ratos navegando em


um córrego de lixo.

Obra: imunidade

https://catracalivre.com.br/agenda/para-denunciar-violencia-e-abusos-de-poder-artista-danca-no-
lixao-e-expoe-performance-em-galeria-de-arte-na-vila-madalena/

20
No vídeo abaixo a artista explica sobre o seu processo de criação e podemos
ver trechos de suas performances

https://www.youtube.com/watch?v=OpAJIeDJPUA

Atividade 1

1- Qual dos trabalhos você mais se identificou e por quê?

2- Quais outras obras de arte engajada você conhece?

Atividades 2

Criando suas inspirações levando em conta suas vivencias e trajetória


pessoal qual suas fontes de inspiração faca uma pesquisa que inclua seus gostos
pessoais:
Desde músicas a filmes, vídeos e monte uma apresentação com as suas
inspirações

21
Aula 3 e 4 – A escrita e os vídeos como inspiração

As palavras podem ser uma grande fonte de inspiração para a criação. A


literatura é uma das artes mais criativas e instigantes, qualquer tema pode virar uma
música, um poema, um conto, um romance.
Se inspirar pelas palavras é um grande avanço para nos tornarmos mais
criativos.

As composições musicais

Música: Ponta de lança


Artista: Rincon Sapiência
Salve!
OK!
Rincon Sapiência, conhecido também como Manicongo, certo?
Quando alguém fala que eu não sou um MC acima da média, eu falo
(Ahn? Ahn? Ahn? Ahn?)
Eu não entendo nada, pai!
(Ahn? Ahn? Ahn? Ahn?)
A cultura do MC ainda vive, certo? Se depender de mim
Vam'bora!

Meu verso é livre, ninguém me cancela


Tipo Mandela saindo da cela
Minhas linha voando cheia de cerol
E dá dó das cabeça quando rela nela
Partiu para o baile, fugiu da balela
Batemos tambores, eles panela
Roubamos a cena, não tem canivete
As patty derrete que nem muçarela
Quente que nem a chapinha no crespo
Não, crespos estão se armando
Faço questão de botar no meu texto
Que pretas e pretos estão se amando
Quente que nem o conhaque no copo
Sim, pro santo tamo derrubando
Aquele orgulho que já foi roubado
Na bola de meia vai recuperando

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Vários homem bomba pela quebrada
Tentando ser certo na linha errada
Vários homem bomba, Bumbum Granada
Se tem permissão, tamo dando sarrada
Se o rap é rua e na rua não tem as andança, porra nenhuma
Fica mais fácil fazer as tattoo e falar sobre cor da erva que fuma
Raiz africana, fiz aliança, ponta de lança, Umbabarauma
De um jeito ofensivo falando que isso é tipo macumba
Espero que suma
Música preta a gente assina, funk é filho do gueto, assuma
Faço a trilha de quem vai dar dois
E também faço a trilha de quem vai dar uma

Eu não faço o tipo de herói, nem uso máscara estilo Zorro


Música é dádiva, não quero dívida
Eu não nego que quero o torro
Eu não nego que gosto de ouro
Eu não curto levar desaforo
Nesse filme eu sou o vilão, 300, Rodrigo Santoro
Eu enfrento, coragem eu tomo
Me alimento nas ruas e somo
Restaurante, bares e motéis, é por esses lugares que como
Anjos e demônios me falaram: Vamo!
E no giro do louco nós fomo'
A perdição, a salvação, a rua me serve, tipo mordomo

Tô burlando lei, picadilha rock


Quando falo rei, não é Presley
Olha o meu naipe, eu tô bem Snipes
Tô safadão, tô Wesley
Eu tô bonitão, tá ligado, fei
Se o padrão é branco, eu erradiquei
O meu som é um produto pra embelezar
Tipo Jequiti, tipo Mary Kay
Como MC eu apareci
Pra me aparecer, eu ofereci
Umas rima quente, como Hennessy
Pra ficar mais claro, eu escureci
Aquele passado, não esqueci
Vou cantar autoestima que nem Leci

23
Às vezes eu acerto, às vezes eu falho
Aqui é trabalho, igual Muricy

A noite é preta e maravilhosa, Lupita Nyong’o


Tô perto do fogo que nem o couro de tambor numa roda de jongo
Nesse sufoco, tô dando soco que nem Lango-lango
Se a vida é um filme, meu deus é que nem Tarantino, eu tô tipo Django
Amores e confusões
Curas e contusões
Fazendo minha mala, tô pique cigano
Tô sempre mudando de corações
Luz e decorações, sorriso amarelo nas ilusões
Os preto é chave, abram os portões!
https://www.letras.mus.br/rincon-sapiencia/ponta-de-lanca-verso-livre/

vídeo clip da música


https://www.youtube.com/watch?v=vau8mq3KcRw

Música: Diaba
Artista: Urias

U-ri-as!
Muito prazer
Eu sou o oitavo pecado capital
Tente entender
Eu sempre fui vista por muitos como o mal
Não consegue ver
Que da sua família eu sou pilar principal?
Possuo você, possuir você
Sua lei me tornou ilegal
Me chamaram de suja, louca e sem moral
Vão ter que me engolir por bem ou por mal
Agora que eu atingi escala mundial
Navalha debaixo da língua (Trrá, trrá)
Tô pronta pra briga
Navalha debaixo da língua
Diaba
Ahh
Diaba
Ahh
24
Não sou nova aqui
Não te peço licença
Sua permissão, nunca fez diferença
Como toda educação
Foda-se sua crença
Foda-se sua crença, ah
Navalha debaixo da língua (Trrá, trrá)
Tô pronta pra briga
Navalha debaixo da língua
Diaba
Ahh
Diaba
Ahh
https://www.letras.mus.br/urias/diaba/

Vídeo da música
https://www.youtube.com/watch?v=_r83_ualtpM

Poema
O Cão Sem Plumas
(João Cabral de Melo Neto)

A cidade é passada pelo rio


como uma rua
é passada por um cachorro;
uma fruta
por uma espada.

O rio ora lembrava


a língua mansa de um cão
ora o ventre triste de um cão,
ora o outro rio
de aquoso pano sujo
dos olhos de um cão.

Aquele rio
era como um cão sem plumas.
Nada sabia da chuva azul,
da fonte cor-de-rosa,

25
da água do copo de água,
da água de cântaro,
dos peixes de água,
da brisa na água.

Sabia dos caranguejos


de lodo e ferrugem.

Sabia da lama
como de uma mucosa.
Devia saber dos povos.
Sabia seguramente
da mulher febril que habita as ostras.

Aquele rio
jamais se abre aos peixes,
ao brilho,
à inquietação de faca
que há nos peixes.
Jamais se abre em peixes.

https://www.revistabula.com/438-os-10-maiores-poemas-brasileiros-de-todos-os-tempos/

Escutando o poema
https://www.youtube.com/watch?v=MASZ-G2cqqk

26
Atividade 1

1- Qual desses trabalhos você mais gostou e por quê?

Atividade 2

Pesquise a vida e obra e vida de algum artista que tenha a palavra como inspiração
ou trabalho final, juntamente com uma imagem que ilustre a obra escolhida

27
Aula 5 – A presentando as pesquisas

• Apresentação final e avalição


• Critérios avaliativos
• Criatividade
• Prazos
• Conversa sobre o processo

28
MÓDULO 3 – O ATO DE CRIAR

CRONOGRAMA DE AULAS

Objetivos:

Conhecer ferramentas criativas para criação visual.

Análise crítica e prática.

Estimular a percepção das obras artísticas e a formulação de juízos estéticos,


a fim de criar questionamentos.

Conteúdo

Vídeo Arte, Processos de Criação, Autonomia criativa, Grupo Fluxus, Jogos


Teatrais.

Avaliação

Processual, contínua e participativa.

Referências

VIDEOARTE . In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São


Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em:
<http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3854/videoarte>. Acesso em: 30 de Abr.
2021. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7

FLUXUS . In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo:
Itaú Cultural, 2021. Disponível em:
<http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3652/fluxus>. Acesso em: 30 de Abr.
2021. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7

29
Aula 1 e 2: Criando uma vídeo arte

No modulo anterior descobrimos como surgem as inspirações e alguns


processos de criação de diversos artistas e as fontes das nossas próprias pesquisas
que podem perpassar nossos cotidianos e os temas que atravessam nossa vida

Vamos criar uma vídeo arte uma arte que mistura, musica, visualidade das
artes visuais, roteiro figurino.

Conceituando a vídeo arte

O barateamento e a difusão do vídeo no fim da década de 1960 incentivam o


uso não-comercial desse meio por artistas do mundo todo, principalmente por
aqueles que já experimentavam as imagens fotográficas e fílmicas. O vídeo e a
televisão entram com muita força no trabalho artístico, frequentemente associados a
outras mídias e linguagens. O desenvolvimento da arte pop, do minimalismo e
da arte conceitual toma a cena dos anos 1960 e 1970, sobretudo nos Estados
Unidos.
Nesse momento, instalações, performances e happenings são amplamente
realizados, sinalizando as novas orientações da arte: as tentativas de dirigir a
criação artística às coisas do mundo, à natureza, à realidade urbana e à tecnologia.
Cada vez mais as obras articulam diferentes modalidades de arte como dança,
música, pintura, teatro, escultura, literatura, desafiando as classificações habituais,
questionando o caráter das representações artísticas e a própria definição de arte.
Portanto, poderemos pensar a vídeo arte como um registro de alguma prática
artística.

Também, podemos pensar em um vídeo de montagens de imagens e


músicas não é preciso que o vídeo tenha uma sequência lógica, a arte tem espaço
para o imaginativo, portanto coloquem a criatividade para funcionar sem se apegar a
rótulos ou possibilidades já existentes.

30
O grupo Fluxus: entendendo um pouco mais da origem da vídeo arte

"Fluxus não foi um momento na história ou um movimento artístico. É um


modo de fazer coisas [...], uma forma de viver e morrer", com essas palavras o
artista americano Dick Higgins (1938-1998) define o movimento, enfatizando seu
principal traço. Menos que um estilo, um conjunto de procedimentos, um grupo
específico ou uma coleção de objetos, o movimento fluxus traduz uma atitude diante
do mundo, do fazer artístico e da cultura que se manifesta nas mais diversas formas
de arte: música, dança, teatro, artes visuais, poesia, vídeo, fotografia e outras.
Seu nascimento oficial está ligado ao Festival Internacional de Música Nova,
em Wiesbaden, Alemanha, em 1962, e a George Maciunas (1931-1978), artista
lituano radicado nos Estados Unidos, que batiza o movimento com uma palavra de
origem latina, fluxu, que significa fluxo, movimento, escoamento. O termo,
originalmente criado para dar título a uma publicação de arte de vanguarda, passa a
caracterizar uma série de performances organizadas por Maciunas na Europa, entre
1961 e 1963. São elas que estão na raiz de festivais - os Festum Fluxorum -
realizados em Copenhague, Paris, Düsseldorf, Amsterdã e Nice. De feitio
internacional, interdisciplinar e plural do ponto de vista das artes, Fluxus mobiliza
artistas na França - Ben Vautier (1935) e R. Filiou; Estados Unidos - Higgins, Robert
Watts (1923-1988), George Brecht (1926), Yoko Ono (1933); Japão - Shigeko
Kubota (1937), Takato Saito; países nórdicos - E. Andersen, Per Kirkeby (1938); e
Alemanha - Wolf Vostell (1932-1998), Joseph Beuys (1912-1986), Nam June Paik
(1932-2006)

31
Obra gigantesca do pai da vídeo arte Nam June Paik

http://artasiapacific.com/Magazine/113/SpeedingDownTheElectronicSuperHighway

Este vídeo traz uma ajuda para a criação do vídeo arte:

https://www.youtube.com/watch?v=-J8P12U7JUA&t=72s

Entenda mais sobre o assunto:

https://www.youtube.com/watch?v=YcXpAHVAxwY

Algumas vídeo arte para vocês se inspirarem:

Trechos de obras do artista Eder Santos

https://www.youtube.com/watch?v=tz7NCBmL49M&list=PLgYyhhJ77nkZxJEH2Cw-
G7-rPLs8Rt_mu&t=36s

A natureza como inspiração

https://www.youtube.com/watch?v=vPNeJm6s7Ro

A intimidade visitada

https://www.youtube.com/watch?v=gNkMzUyWkFo

A cor como protagonista

https://www.youtube.com/watch?v=qRqopQ0qd68

32
Atividade

Vamos a criação! Formem grupos de até 5 pessoas.

Etapa 1

Pesquisar o tema que vocês vão usar para criar tema livre,

não esquecer de registrar todo o processo de criação e justificar as escolhas em um


pequeno texto.

Etapa 2

Descobrindo os meio de criação e colocando em prática:

Algumas sugestões de ferramentas de criação: canvas, inshot, power point.

Vídeo com um processo de criação de uma vídeo arte

https://www.youtube.com/watch?v=-J8P12U7JUA&t=72s

Agora é hora de produzir!

33
Aula 3 e 4 – A criação com corpo

Continuaremos seguindo pelo caminho da criação. Agora vamos partir para o


nosso corpo e coloca-lo em movimento, entender nossa corporeidade através dos
jogos teatrais, entender um pouco sobre os jogos e partir para criação do nosso
próprio jogo. Faremos alguns exercícios e com algumas bases teóricas criaremos
nossos jogos

Como nasceram os jogos teatrais

O termo Theater Game (jogo teatral) foi originalmente cunhado por Viola
Spolin em língua inglesa. Mais tarde, ela registrou o seu método de trabalho
como Spolin Games. A autora americana estabelece uma diferença entre dramatic
play (jogo dramático) e game (jogo e regras), diferenciando assim a sua proposta
para um teatro improvisacional de outras abordagens, através da ênfase no jogo de
regras e no aprendizado da linguagem teatral.

Esse vídeo conta um pouco mais sobre a Viola a partir das dinâmicas dos
jogos de Viola.

https://www.youtube.com/watch?v=vN9pyh9vV78

Assistindo um jogo

https://www.youtube.com/watch?v=qtaMJxuQKcY

34
Atividades 1

Quem foi Viola Spolin? Faça uma pequena pesquisa sobre a vida e obra da
artista.

Atividades 2

Criando seu próprio jogo.

Primeiro, precisamos encontrar um problema e uma resolução assim podemos


partir para a criação de um jogo, parece complicado mas é bem simples

Exemplo

Jogo do espelho
Uma pessoa faz um movimento (problema)
E a outra tenta acompanhar (solução)

Vocês podem criar os jogos em duplas, assim podem fazer o teste através de
uma vídeo chamada.
Não se esqueça de pensar que o jogo deve ser todo realizado de maneira
virtual, coloque a criatividade para funcionar e vamos criar!

35
Aula 5 - Apresentação final

• Apresentação da vídeo arte


• Jogo teatral
• Avaliação
• Critérios
• Participação
• Prazo
• Participação em grupo

36
MÓDULO 4 – CRIANDO UM EVENTO DE ARTE VIRTUAL

CRONOGRAMA DE AULAS

Objetivos:

Criar um evento virtual;

Análise crítica e prática;

Estimular a percepção das obras artísticas e a formulação de juízos estéticos,


a fim de criar questionamentos.

Conteúdo:

Organização Prática, Catalogação, Concepção visual,

Avaliação:

Processual, contínua e participativa.

Referências:

https://br.pinterest.com/pin/84301824261914806/
https://unibescultural.org.br/eventos/3o-congresso-nacional-de-artes-visuais-
acontece-em-agosto-inscreva-se/

37
Aula da 1 a 5 - Módulo Final: criando um evento de arte virtual

Vamos dedicar todo esse módulo à criação de um evento virtual, onde


apresentaremos todas as nossas criações realizadas ao longo do seu
desenvolvimento.

Criando o evento

• Escolher o nome do evento;


• Criar o cronograma de apresentações,
• Quais as atrações teremos;
• Os convidados;
• A divulgação.

Criaremos 2 grupos

Áreas organização das obras e catalogação

Responsável por recebimento de todas as obras, estabelecer um prazo


máximo para o recebimento das atividades

Criação de um e-mail com o nome do evento para termos todo documentado

Concepção visual

Responsáveis por criar o conceito visual do evento como um todo, cartazes


apresentações

Vídeo com passo a passo para entender a concepção de um evento online

https://www.youtube.com/watch?v=jzJe0ICrqfo

38
Alguns exemplos de eventos virtuais

https://unibescultural.org.br/eventos/mirar-fest-maior-festival-independente-de-
fotografia-acontece-na-unibes-cultural/

https://unibescultural.org.br/eventos/3o-congresso-nacional-de-artes-visuais-
acontece-em-agosto-inscreva-se/

Cartazes de eventos virtuais

https://unibescultural.org.br/eventos/3o-congresso-nacional-de-artes-visuais-
acontece-em-agosto-inscreva-se/

39
https://br.pinterest.com/pin/84301824261914806/

40
Referências:

https://monografias.ufrn.br/jspui/bitstream/123456789/10603/1/Do%20Cubo%20Bran
co%20%C3%A0%20Caixa%20Preta%20-
%20TFG%20UFRN%20Talitha%20Lacerda%202019.pdf. Acesso em: 29 abr. 2021.
https://arararevista.com/voce-sabe-o-que-e-sarau/
https://br.pinterest.com/pin/388505905342435333/
https://pt.wahooart.com/@@/9DGVJQ-Fran%C3%A7ois-Joseph-Heim-Carlos-X-
Distribuindo-Pr%C3%AAmios
https://artreview.com/ar-december-2019-review-the-new-
moma/https://parqueibirapuera.org/equipamentos-parque-ibirapuera/museu-de-arte-
contemporania-mac-usp/
http://portal.iphan.gov.br/sp/noticias/detalhes/3435/masp-na-perspectiva-do-
patrimonio
https://www.premiopipa.com/2017/09/94090/
https://www.premiopipa.com/2017/09/94090/
https://artsandculture.google.com/project/streetviews?hl=pt-BR
https://arararevista.com/voce-sabe-o-que-e-sarau/
https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-humanas/slam-e-voz-de-identidade-e-
resistencia-dos-poetas-contemporaneos/
https://www.youtube.com/watch?v=EEQ4cJfDx5k
https://www.youtube.com/watch?v=21JPdXmRKtg
https://www.youtube.com/watch?v=kZhPvruoeFw
ROSANA Paulino. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras.
São Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em:
<http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa216153/rosana-paulino>. Acesso em:
30 de Abr. 2021. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7
CILDO Meireles. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São
Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em:
<http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa10593/cildo-meireles>. Acesso em: 30
de Abr. 2021. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7

41
BERNA Reale. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São
Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em:
<http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa26879/berna-reale>. Acesso em: 30 de
Abr. 2021. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7
https://br.pinterest.com/pin/330592428905250628/
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artista-danca-no-lixao-e-expoe-performance-em-galeria-de-arte-na-vila-madalena/
https://www.youtube.com/watch?v=OpAJIeDJPUA
https://www.letras.mus.br/rincon-sapiencia/ponta-de-lanca-verso-livre/
https://www.youtube.com/watch?v=vau8mq3KcRw
https://www.letras.mus.br/urias/diaba/
https://www.youtube.com/watch?v=_r83_ualtpM
https://www.revistabula.com/438-os-10-maiores-poemas-brasileiros-de-todos-os-
tempos/
https://www.youtube.com/watch?v=MASZ-G2cqqk
VIDEOARTE . In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São
Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em:
<http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3854/videoarte>. Acesso em: 30 de Abr.
2021. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7
FLUXUS . In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo:
Itaú Cultural, 2021. Disponível em:
<http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3652/fluxus>. Acesso em: 30 de Abr.
2021. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7
http://artasiapacific.com/Magazine/113/SpeedingDownTheElectronicSuperHighway

42
https://www.youtube.com/watch?v=-J8P12U7JUA&t=72s
https://www.youtube.com/watch?v=YcXpAHVAxwY
https://www.youtube.com/watch?v=tz7NCBmL49M&list=PLgYyhhJ77nkZxJEH2Cw-
G7-rPLs8Rt_mu&t=36s
https://www.youtube.com/watch?v=vPNeJm6s7Ro
https://www.youtube.com/watch?v=gNkMzUyWkFo
https://www.youtube.com/watch?v=qRqopQ0qd68
https://www.youtube.com/watch?v=-J8P12U7JUA&t=72s
https://www.youtube.com/watch?v=vN9pyh9vV78
https://www.youtube.com/watch?v=qtaMJxuQKcY
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https://unibescultural.org.br/eventos/3o-congresso-nacional-de-artes-visuais-
acontece-em-agosto-inscreva-se/
https://www.youtube.com/watch?v=jzJe0ICrqfo
https://unibescultural.org.br/eventos/mirar-fest-maior-festival-independente-de-
fotografia-acontece-na-unibes-cultural/
https://unibescultural.org.br/eventos/3o-congresso-nacional-de-artes-visuais-
acontece-em-agosto-inscreva-se/
https://unibescultural.org.br/eventos/3o-congresso-nacional-de-artes-visuais-
acontece-em-agosto-inscreva-se/
https://br.pinterest.com/pin/84301824261914806/

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