Projecto Monografia Luisa F
Projecto Monografia Luisa F
Projecto Monografia Luisa F
Universidade Pedagógica
Maputo
2021
Luísa Fabião Chalenga
Universidade Pedagógica
Maputo
2021
Índice
0. Introdução...................................................................................................................................4
0.4. Metodologias..............................................................................................................................7
0.4.1. Métodos......................................................................................................................................7
0.4.3. Para a materialização desta metodologia foram usados os seguintes métodos de pesquisa
7
0.4.3.1.Método bibliográfico..............................................................................................................7
0.4.3.2.Método cartográfico................................................................................................................8
0.4.3.3MétodoMatemático/ Estatístico..............................................................................................8
0.4.3.5.Observação..............................................................................................................................8
0.4.3.6Inquérito....................................................................................................................................9
0.4.3.7Entrevista..................................................................................................................................9
1.0. Comunidade.............................................................................................................................10
0. Introdução
Dos estudos realizados nota-se que a cidade de Maputo gera cerca de 1.135.000
toneladas de lixo por ano, apenas uma ínfima parcela deste volume tem tratamento adequado,
o resto é despejado a céu aberto e em áreas alagadas. A província e a cidade de Maputo
apresentam vários aterros sanitários para atender a demanda populacional existente. No
entanto, pode se constatar que o aterro sanitário (lixeira T3) localizado no município da
Matola, não apresenta uma boa estruturação face gestão dos resíduos sólidos.
0.2. Problematização
0.4. Metodologias.
0.4.1. Tipo de pesquisa quanto a natureza.
0.4.2. Métodos.
Os métodos constituem etapas mais concretas da pesquisa, isto é, os distintos caminhos
que serão utilizados para alcançar o fim da pesquisa (LAKATOS & MARCONI, 1991). Para
a materialização desta metodologia foram usados os seguintes métodos de pesquisa.
Este método foi fundamental na produção desta pesquisa, pois através dele pode-se
representar com precisão a área investigada. Mediante a utilização de técnica de
geoprocessamento para a elaboração do mapa de localização da lixeira localizado no bairro T3
no município de Matola. Todavia, esta pesquisa é uma das possibilidades de se estudar
objecto de caracter mais subjectiva e que exige do pesquisador a habitação de diferente
8
0.4.2.5. Observação.
0.4.2.6. Inquérito.
O inquérito foi usado para disponibilizar a obtenção de dados ligados aos problemas
causados pela lixeira a comunidade residentes nas proximidades. Neste caso foram inquerido
trinta (30) residentes nas proximidades da lixeira T3 do município de Matola, porque são elas
que se lidam com o problema causado pela lixeira dia-a-dia. Tratando-se de um estudo
exploratório, este tamanho de amostra é significante pois segundo Oliveira (2008), a amostra
até pelo menos 100 indivíduos serve para estudos exploratório
0.4.2.7. Entrevista
A entrevista “é uma outra técnica de colecta de dados através de diálogo face a face.
(LAKATOS e MARCONI, 1991:96). Com este conceito apresentados pelos autores, induz-
nos a crer que a entrevista é uma estratégia específica de interacção social entre o
entrevistador e entrevistado, que tem como objectivo a recolha de dados para uma
investigação. Neste caso a entrevista foi destinado a um funcionário do município da área de
saneamento, secretário do bairro, chefe de quarterão secretário do bairro e cinco (5) líderes
comunitários. As respostas dadas pelos entrevistados permitiram a recolha de informações
precisas sobre os impactos negativos causados ou que poderão ser causados pela lixeira do
bairro T3.
O bairro T3 tem um total de 21,431 habitantes dos quais 10 311 são de sexo masculino
e 11320 são de sexo feminino. Na impossibilidade de trabalhar com toda população, a nossa
amostra foi a população residente no quarterão 29, aonde está localizada a Lixeira T3. E como
forma de obter os dados foi realizada uma amostragem estratificada a 30 moradores que
vivem nas proximidades da lixeira T3 de onde foram submetida ao inquérito e uma entrevista
a um (1) funcionário do município de Matola do sector de saneamento do meio e cinco (5)
líderes comunitários.
No entanto, a maior destaque desta pesquisa estava voltada aos moradores residentes
nas proximidades da lixeira, pois estes são as que convivem diariamente com o problema.
Neste capítulo pretende-se fazer uma abordagem teórica desta pesquisa, apresentando
conceitos dos termos fundamentais, segundo pontos de vista de diferentes autores, para a
compreensão geral do tema.
1.0. Comunidade
No seu turno, Houaiss & Villar (2009, p. 509) referido por Rodrigues (2018) definem a
comunidade como sendo um Estado ou qualquer grupo social cujos elementos vivam numa
dada área, sob um governo comum e irmanados por um mesmo legado cultural e histórico.
Dos conceitos acima apresentado, pode se notar que a comunidade é limitado na ideia
de grupos de pessoas que vivem numa área geográfica, que compartilham um modo de vida e
uma cultura, ondem pode se destacar os vizinhos e familiares.
1
Informação disponível em: https://educacaointegral.org.br/glossario/comunidade/
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O mesmo decreto apresenta duas categorias dos resíduos sólidos, que são perigosos e
não perigosos. Este decreto define os resíduos perigosos como aqueles que exibem
características de risco por estes serem inflamáveis, explosivos, corrosivos, tóxicos,
infecciosos ou radioactivos, ou por exporem quaisquer outras formas que podem apresentar
perigo para a vida ou saúde das pessoas e outros seres vivos e para a qualidade do ambiente. E
outros não perigosos, que não apresenta risco ao meio ambiente e a saúde pública, pois
também pode enriquecer o solo a partir da sua decomposição.
Para além deste conceito apresentado pelo decreto moçambicano, alguns autores
apresentam o seu ponto de vista em relação ao termo “resíduos sólidos”. Souza (2011)
conceitua resíduo sólido como sendo resíduos no estado sólido ou semi-sólido, que resultam
de actividades da comunidade de origem: industrial, doméstica, comercial, agrícola, de
serviços de varrição.
Para Lima (2004) resíduos sólidos são definidos como “materiais heterogéneos
resultantes das actividades humanas e da natureza, podendo ser parcialmente utilizados
gerando protecção à saúde pública e economia de recursos naturais”
Com os conceitos acima apresentado pode se afirmar que os resíduos sólidos são
aqueles materiais heterogéneos que resultam das actividades humana, onde estes pode ser
eliminado ou reutilizado. Dentre elas pode se destacar os restos de alimentos, plásticos,
trapos, descartáveis usados, madeiras, resíduos electrónicos, ligas metálicas entre outros.
lixo de sua cidade.” (SILVA, 2007). A análise ambiental é gerida pelo conceito de
geossistema, um método que se dá o conceito da relação entre sociedade e natureza, pois os
impactos sociais, económicos e técnicos, vêm modificando o curso natural do meio ambiente,
alterando assim seu presente e futuro.
Portanto, a gestão de resíduos sólidos urbanos deve ser integrada, devendo englobar
etapas articuladas entre si, desde a geração até a disposição final, com as actividades
compatíveis com os dos demais sistemas do saneamento ambiental, sendo essencial a
participação activa e cooperativa dos sectores público, privado e população em geral,
(CUMBI, 2014).
Agenda 21 foi um dos documentos importantes produzido na ECO 92, aborda sobre a
destinação responsável dos diversos tipos de resíduos (sólidos, orgânicos, serviços de saúde,
tóxicos e radioactivos), e aponta a necessidade de cuidados adequados com esses tipos de
materiais, bem como a necessidade de diminuição da geração destes por meio do consumo
consciente (idem).
Com a introdução das autarquias em Maputo, em 1999, foi estabelecido novo marco
regulatório de gestão urbana e as autoridades municipais passaram a se encarregar do
gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos, bem como do cumprimento da legislação
pertinente da sua área de jurisdição (CHAMBELA, 2016:21). Contudo, esta mudança não foi
acompanhada por uma adequada capacitação financeira e de recursos humanos dos
municípios.
A falta de recursos para o sector de saneamento a nível dos municípios a nível do país,
condiciona a elevada baixa gestão dos resíduos sólidos. Pois nem todos os municípios tem
fundo suficiente para contratar empresas privadas que actuam comercializando alguns
resíduos sólidos urbanos colectados, tornando o lixo mais rentável.
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O descarte desordenado dos resíduos tornou-se hoje um dos grandes problemas das
entidades municipais do país. Nesse sentido, o depósito de resíduos sólidos urbanos do
município Matola também é um desses chamados “Lixeira T3”, onde são depositados os
resíduos de qualquer forma, sem nenhum tratamento ou cuidado necessário, deixando-o
degradar afectando as áreas circunvizinhas, poluindo os solos, a vegetação, o ar e os corpos
hídricos próximos ao “Lixeira”
Essa é a forma mais simples e antiga para a disposição final dos resíduos sólidos
urbanos, é também a mais utilizada em Moçambique. Esse tipo de depósito de lixo mesmo
sem nenhum tipo de tratamento (Figura 1) é autorizado pelas entidades municipais a nível do
país, e na cidade de Matola em particular como forma de descarte dos seus resíduos, pois
segundo palavras de Silva (2007), é a maneira mais barata de cidades de médio a pequeno
porte tem de depositar seus resíduos.
Os resíduos sólidos depositados a céu aberto pode sofrer a decomposição causado por
microorganismo produzindo gases que são poluente ao meio ambiente e prejudicial ao ser
humano. Por não terem nenhum tipo de planeamento na lixeira, a matéria orgânica presente
nos resíduos sólidos sofre o processo de decomposição produzindo liquido denominando de
chorume, líquido escuro e ácido que segundo Souza (2011) é responsável por contaminar
águas subterrâneas e tornar os solos improdutivos.
Por isso que segundo Silva et al. (2017), depositar os resíduos nos recipientes de lixos
é uma atitude compatível com as exigências das políticas, pois possibilita o seu
aproveitamento. Segundo os mesmos autores, a meta principal é levar os indivíduos a
repensarem seus valores e práticas, reduzindo o consumo exagerado e o desperdício devendo
priorizar a redução da geração e o reaproveitamento dos materiais em relação à sua própria
reciclagem. E a outra não utilizável deverá ser destinado a um aterro sanitário, que é pode ser
uma das medidas minimamente viáveis.
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Segundo Palácios (2016) referido por Lima (2017), os aterros sanitários podem ser
definidos como “espaços preparados para a deposição final de resíduos sólidos gerados pela
actividade humana, com locais planificado para captar e tratar os gases e líquidos resultantes
do processo de decomposição, protegendo o solo, os lençóis freáticos e o ar”.
Pelo conceito apresentado pelo autor induz-nos a crer que o aterro sanitário é um lugar
ou um depósito onde são descartados os resíduos sólidos provenientes das indústrias,
mercados, hospitais e residências com tratamento prévio.
Com isso, o aterro sanitário ajuda no controlo dos impactos negativos causado pelos
resíduos solido, portanto, não há possibilidade de contaminação do lençol freático pelos
resíduos sólidos. Pois segundo Gonçalves & Pinheiros (2017), o local destinado a aterro
sanitário é impermeabilizado com uma camada de argila e PVC, evitando assim a
contaminação do solo e das águas pelo chorume, ocorrendo também à captação dos gases e
líquidos produzidos, sem a presença de animais no local.
Numa lixeira, a maiores quantidades dos resíduos sólidos são constituídas pela matéria
orgânica, todavia, esta matéria orgânica pode sofrer o processo de decomposição ocasionando
problemas ambientais. Gouveia (2012, p. 5) afirma que “a decomposição da matéria orgânica
presente no lixo resulta na formação de um líquido de cor escura, o chorume, que pode
contaminar o solo e as águas superficiais ou subterrâneas pela contaminação do lençol
freático.”
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O estudo realizado pelo Tavares (2014) não fogem dos pontos mencionados por
Gouveia (2012), mas ele acrescenta ainda mais um ponto como podemos ver na seguinte
afirmação: “Em meio a sérios problemas causados pela inadequada disposição dos resíduos
sólidos, dadas as suas características físicas, químicas e biológicas, estão, a contaminação do
solo e da água (superficial e subterrânea) a partir do lixo urbano, geração de odores.”
(TAVARES, 2014, p. 21).Nesta passagem, Tavares acrescenta o aspecto de geração de odores
que por um momento não é agradável aos moradores residentes nas proximidades de uma
lixeira.
Outro problema que pode ser causado pela lixeira é a formação do gás metano, que é
ocasionado por uma bactéria que se alimenta do material orgânico, quando se verifica a
ausência de oxigénio. A formação desse gás pode representar um risco a incêndio na lixeira,
como também contribuir no aumento de gases do efeito estufa.
1.5. Problemas de saúde causado pela lixeira aos moradores residentes nas
proximidades.
Os estudos indicam a proliferação de vectores como sendo um dos problemas que uma
lixeira pode trazer as comunidades de residentes nas proximidades da lixeira. Pois as
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Por via mecânica (através das asas, patas e corpo); Febre tifóide; salmonelose;
Moscas cólera; amebíase; disenteria;
Através das fezes e saliva. Giardíase.
Malária; leishmaniose; Febre-
Mosquitos Através da picada da fêmea.
amarela; dengue; filariose.
Por via mecânica (através das asas, patas e corpo);
Baratas Febre tifóide; cólera; giardíase.
Através das fezes.
Cisticercose; toxoplasmose;
Suínos Pela ingestão de carne contaminada.
Triquinose; teníase.
Aves Através das fezes. Toxoplasmose.
Pela tabela 1 pode notar-se que há maior índice de moscas que são responsáveis pela
transmissão em média de 100 espécies patogénicas. Para além das moscas, os roedores
existentes nas lixeiras também são responsáveis pela transmissão de doenças como a
leptospirose e a salmonelose. As baratas também por ter um ciclo reprodutivo acelerado pode
contribuir na transmissão de doenças como o vírus de poliomelite e bactérias intestinais.
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