Descarte de Medicamentos e Problemas Ambientais

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Ciência e Natura

ISSN: 0100-8307
[email protected]
Universidade Federal de Santa Maria
Brasil

de Vasconcelos Feitosa, Alexandra; Dantas de Aquino, Marisete


Descarte de medicamentos e problemas ambientais: o panorama de uma comunidade no
município de Fortaleza/CE
Ciência e Natura, vol. 38, núm. 3, septiembre-diciembre, 2016, pp. 1590-1600
Universidade Federal de Santa Maria
Santa Maria, Brasil

Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=467547716047

Como citar este artigo


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Home da revista no Redalyc Projeto acadêmico sem fins lucrativos desenvolvido no âmbito da iniciativa Acesso Aberto
Artigo Original DOI:10.5902/2179460X22249

Ciência e Natura, Santa Maria v.38 n.3, 2016, Set.- Dez. p. 1590 – 1600
Revista do Centro de Ciências Naturais e Exatas - UFSM
ISSN impressa: 0100-8307 ISSN on-line: 2179-460X

Descarte de medicamentos e problemas ambientais: o panorama de


uma comunidade no município de Fortaleza/CE
The disposal of medications and environmental problems: an overview of a
community in Fortaleza/CE

Alexandra de Vasconcelos Feitosa e Marisete Dantas de Aquino.

Universidade Federal do Ceará, Brasil


[email protected]; [email protected]

Resumo

O Brasil está entre os países que mais consomem medicamentos. Ao perderem o prazo de validade, tais medicamentos
são descartados no esgoto residencial, sem nenhum cuidado, contribuindo para a geração de um passivo ambiental.
A pesquisa buscou conhecer o destino final de medicamentos vencidos e descartados pela população de uma
comunidade presente na cidade de Fortaleza/CE. Na pesquisa foi possível avaliar que 78,16% dos entrevistados
possuem medicamentos em casa, onde as sobras dos medicamentos são descartadas no lixo por 22,63% e 46,31%
guardam para usarem outra vez. Dos entrevistados, 24,21% relatam ter medicamentos sem a bula e 12,10%
não observam a aparência do medicamento antes de consumir. 3,95% possuem medicamentos vencidos em casa.
68,95% acreditam o descarte de medicamentos causam problemas ambientais, sendo que 58,87% julgam-se
responsáveis pelo descarte e 5,34% acreditam que a responsabilidade é do governo. 81,58% relatam nunca terem
recebido nenhuma informação sobre esse assunto. Com os resultados é possível afirmar que a maior parte dos
usuários de medicamentos não sabe como descartar tais produtos, além de desconhecer os reais impactos ambientais
provenientes do inadequado descarte e os respectivos riscos causados por ele.

Palavras-chave: Descarte; Medicamento; Meio ambiente

Abstract

Brazil is among the countries that consume more medicines. Losing the expiration date, such medications are
discarded in residential sewer without any care, contributing to the generation of an environmental liability. This
research sought to identify the final destination of expired and discarded medications by the population of a specific
community in Fortaleza/CE. In the survey, it was possible to evaluate that 78.16% of interviewed people have
medicines at home, where the remains of medicines are discarded in the trash by 22.63% and 46.31% keep them
to use again. Of interviewed people, 24.21% reported having medicines without the drug leaflet and 12.10% do
not observe the appearance of the medicine before consuming. 3.95% have expired medications at home. 68.95%
believe the disposal of medicines could cause environmental problems, while 58.87% believe they are responsible
for disposal and 5.34% believe it is the responsibility of the government. With the results it is possible to confirm
that most medicine users do not know how to dispose of such products, in addition to ignore the real environmental
impacts arising from the improper disposal and associated risks caused by it.

Keywords: Disposal; Medicine; Environment

Recebido: 13/05/2016 Aceito: 07/07/2016


Ciência e Natura v.38 n.3, 2016, p. 1590 – 1600 1591

Introdução uso excessivo e consequentemente um acúmulo de tais


produtos nas residências, o que provoca um problema
Questões relacionadas à geração de resíduos resul- de saúde pública como também de ordem ambiental,
tante das atividades antrópicas vem sendo discutida sendo necessária a discussão sobre o gerenciamento
nas últimas décadas, tornando-se cada vez mais foco de medicamentos em desuso e propor soluções para
de estudo por provocar contaminação da água, do solo, minimizar os problemas gerados por eles (JOÃO, 2011).
do ar e a proliferação de vetores em razão do manejo Diferentes partes do mundo têm identificado à presen-
e disposição final inadequado (MOURA; SILVA, 2012). ça de fármacos tanto nas águas, como no solo. Fármacos
Órgãos como a Agência Nacional de Vigilância Sanitá- são compostos bastante persistentes e pouco biodegradá-
ria (ANVISA) e o Conselho Nacional do Meio Ambiente veis e quando vencidos ou descartados indevidamente
(CONAMA) têm assumido o papel de orientar, definir são lançados diretamente nas pias e vasos sanitários,
regras e regular a conduta dos diferentes agentes, com chegam as Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) na
o intuito de preservar a saúde e o meio ambiente, ga- sua forma original, sem sofrer alterações do metabolismo
rantindo a sustentabilidade (BRASIL, 2006). no corpo humano, contribuindo de forma mais acentuada
Os resíduos de medicamentos são classificados por para a contaminação ambiental (ZUCCATO et al., 2006;
tais órgãos como resíduos químicos de classe B, compre- CARVALHO et al., 2009; EICKHOFF et al., 2009), sendo
endidos por substâncias químicas que podem apresentar a porcentagem de remoção desses compostos nas ETEs
riscos à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo bastante baixa (ZAPPAROLI et al., 2011).
de suas características de inflamabilidade, corrosivida- A forma mais importante de entrada destas subs-
de, reatividade e toxicidade (BRASIL, 2004). Apesar de tâncias no sistema aquático é por meio de efluentes de
serem classificados como Resíduos de Serviço de Saúde, indústrias farmacêuticas, descartes de medicamentos
os resíduos de medicamento são descartados juntamente com prazos de validade vencidos, efluentes hospitalares,
com os Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) quando estes entre outros (ZHANG et al., 2010).
são gerados pela população em suas residências (VAR- Os fármacos biologicamente ativos presentes no
GAS, 2014). ambiente interagem com a biota do meio interferindo
Por mais que as referidas legislações sejam comple- significativamente na fisiologia, no metabolismo e no
tas e, ao mesmo tempo específicas, elas não oferecem comportamento das espécies, como exemplo a femini-
o mesmo tipo de informações e orientações para o zação de peixes machos presentes em rios contaminados
consumidor final, que é classificado como aquele que com descarte de efluentes de Estações de Tratamento
faz uso de medicamentos em sua residência. O descarte de Esgoto. Alguns causam efeitos secundários como a
efetuado por esse grupo é o que apresenta maior lacuna alteração na defesa imunológica de organismos tornan-
na legislação, uma vez que não há ordenamento jurídico do-os mais suscetíveis a doenças (BILA; DEZOTTI, 2003;
brasileiro, normas e regulamentos específicos no que REIS FILHO et al., 2007).
se refere ao manejo e gerenciamento desses resíduos Dentre os fármacos de importância ambiental devi-
(BOER; FERNANDES, 2011). do a sua toxicidade, persistência no meio ambiente e
Em agosto de 2010, o congresso Nacional promulgou quantidades consumidas estão os beta-bloqueadores,
a Lei N° 12.305/10, instituindo a Política Nacional de analgésicos, hormônios esteroides, antinflamatórios
Resíduos Sólidos (PNRS) que sugere a responsabilidade e medicação para o tratamento de câncer, compostos
pela coleta, tratamento e destinação final seja compar- neuro-ativos, agentes redutores de lipídeos no sangue,
tilhada na questão dos resíduos sólidos (BRASIL, 2010; antiparasitas e antibióticos (BILA; DEZOTTI, 2003;
BALBINO; BALBINO, 2011; MARCHI, 2011). CARVALHO et al., 2009; EICKHOFF et al., 2009).
Essa nova política preconiza além da gestão de resí- Inúmeras são as causas das sobras de medicamento,
duos que deverão incluir o gerenciamento de resíduos tais como: quantidade maior que a posologia, estímulo à
perigosos domiciliares, incluindo os de medicamentos, aquisição não necessária através de propagandas, a não
a coleta seletiva e os sistemas de logística reversa, além adesão dos pacientes ao tratamento prescrito entre outros
disso, ela orienta a redução da quantidade de resíduos a (MENDES et al., 2010; ALVARENGA; NICOLETTI, 2010).
serem dispostos. Assim, a proposição das ações em busca O descarte impróprio desses produtos deve ser estu-
de soluções para uma gestão ambientalmente correta dos dado, uma vez que eles contaminam o solo e a água de
resíduos, tem como objetivos fundamentais e norteado- forma a comprometer direta e indiretamente as proprie-
res, em ordem de prioridade: a não geração, redução, dades naturais. Assim, torna-se necessária a discussão
reutilização, reciclagem e a destinação ambientalmente sobre o gerenciamento de fármacos em desuso e propor
adequada dos rejeitos (BRASIL, 2010; VARGAS, 2014). soluções para minimizar os problemas gerados por eles
Os fármacos têm recebido atenção especial por ser (JOÃO, 2011).
considerado um poluente emergente, devido a sua uti- Tendo em vista a realidade do consumo de medi-
lização em grandes quantidades na medicina humana e camentos no país, o panorama de destinação final dos
veterinária. A facilidade de aquisição desses medicamen- mesmos, as consequências ao meio ambiente e a saúde
tos e o incentivo dos meios de comunicação geram um da população, este trabalho tem como objetivo verificar a
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contextualização atual do desperdício e descarte aleatório dicamentos residentes no bairro José Walter (Fortaleza-
em desuso, vencidos ou sobras de medicamentos pela CE), avaliar o comportamento das pessoas ao adquirir
população do bairro José Walter, situado no Município e utilizar os medicamentos, além de traçar o panorama
de Fortaleza/CE e a visão dos mesmos em relação aos da consciência e consequências sobre o descarte dos
prejuízos causados à população e ao meio ambiente que medicamentos.
esses produtos podem gerar.

Resultados e discussões
Metodologia
Análise do perfil sócio-demográfico
O estudo foi do tipo exploratório-explicativo, com
abordagem quantitativa. A pesquisa foi realizada em Com a pesquisa observou que a população é compos-
um bairro na cidade de Fortaleza/CE denominado José ta, por mais jovens que idosos, pois a população idosa
Walter, que segundo dados da prefeitura de Fortaleza entrevistada foi de 2,89%, sendo a faixa etária predomi-
a população é de 33.427 habitantes sendo formado por nante de 18 a 25 anos (52,63%). O gênero predominante
13,07 Km2 de extensão, cujo IDH da população é de 0,51 foi o feminino com 55,26% e 44,74% os pesquisados do
(Fortaleza, 2015). gênero masculino. Em relação ao nível de escolaridade
Para a coleta de dados foi utilizado questionário da população residente no bairro, observa-se que a es-
padronizado, contendo questões de fácil compreensão, colaridade predominante é o ensino médio incompleto
previamente testado, baseado no trabalho publicado (45,79%) e completo (17,89%), no entanto, o bairro pos-
por Gasparini e colaboradores (2011), sendo composto sui uma quantidade pequena de analfabetos. Os dados
por duas etapas. A primeira formada por seis questões obtidos em função da renda foram: baixa 41,58%, renda
objetivas relacionadas aos dados sócios demográficos e, média 55,53% e alta 2,79%. Na Tabela 1 são apresentados
a segunda, com questões objetivas e subjetivas referentes todos os dados obtidos.
aos fármacos e seu descarte. Inicialmente foi verificada a presença de medica-
Com o intuito de avaliar uma amostra significativa mentos nas residências pesquisadas e foi constatado
dessa população, foi utilizada a Equação 1 para determi- que 78,16% dos entrevistados possuem esses produtos
nação do tamanho da amostra () com base na estimativa em casa e apenas 21,84% não possuem. Assim, a pes-
da média populacional. Foi considerado um erro amostral quisa mostrou a existência de um estoque domiciliar,
de 5% e o 𝑛𝑛intervalo
=
de
(1)
confiança adotado foi de 95%.
𝑍𝑍 2 .𝑝𝑝.𝑞𝑞.𝑁𝑁 também conhecida como farmácia caseira. A facilidade
de aquisição de medicamentos poder ser a causa da
𝑑𝑑2 .(𝑁𝑁−1)+𝑍𝑍 2 .𝑝𝑝.𝑞𝑞

Tabela 1 são apresentados todos os dados obtidos.


elevada porcentagem de pessoas que possuem medi-
Tabela 1 – Caracterização da amostra.
(1) camentos em casa, uma vez que muitos medicamentos
Características Variáveis
Frequência
absoluta
Frequência (%) de uso comum como os analgésicos e antitérmicos estão
18 a 25
26 a 35
200
56
52,63
14,74
disponíveis em farmácias, drogarias e supermercados,
Onde:
Faixa etária
36 a 50
51 a 65
82
31
21,58
8,16 podendo ser obtidos sem a necessidade de receita médica
= tamanho da amostra (AUTOMEDICAÇÃO, 2001).
>65 11 2,89
Total 380 100
Masculino 170 44,74
Z = abscissa da distribuição normal padrão
Gênero Feminino
Total
210
380
55,26
100
A pesquisa também avaliou a forma de acondicio-
p = estimativa da proporção da característica pesqui-
Analfabeto
Ensino fundamental
14
46
3,68
12,10
namento dos medicamentos nas residências, uma vez
sada no universo; q = 1 – p
incompleto
Ensino fundamental 30 7,89
que fatores como temperatura, presença de oxigênio, luz
N = tamanho da população
Escolaridade
completo
Ensino médio incompleto 174 45,79 solar, radiação e umidade podem modificar o teor do
d = erro amostral fármaco (BUENO et al., 2009). É de grande importância
Ensino médio completo 68 17,89
Ensino superior incompleto 10 2,63
Ensino superior completo 38 10
A pesquisa foi realizada com 380 participantes, se-
Total
Baixa
380
158
100
41,58
que a farmácia caseira possa garantir a qualidade dos
lecionados aleatoriamente, residentes no bairro. Fo-
Renda Mensal
Média
Alta
211
11
55,53
2,79
medicamentos, através do adequado armazenamento
ram incluídos no estudo usuários de ambos os sexos,
Total 380 100
destes,
maiores de 18 anos, sem distinções quanto à etnia, grau Os parâmetros abordados foram na pesquisa foram:
de escolaridade, níveis de renda ou estado civil. Esse Presença de bula;
espectro de amostra populacional atende aos critérios Facilidade de acesso das crianças aos medicamentos;
e necessidades estatísticas. Observância do aspecto e data de validade dos me-
A participação na pesquisa teve caráter voluntário dicamentos antes do uso.
e os respondentes foram informados previamente dos Em relação à presença de bula com o respectivo me-
objetivos da pesquisa, da natureza sigilosa das informa- dicamento foi constatado que 51,05% dos entrevistados
ções, do resguardo do anonimato e da possibilidade de guardam todos os medicamentos com a bula, 24,21%
desistência do preenchimento do questionário a qualquer não a possuem e 24,74% possuem somente algumas.
tempo caso desejassem. A importância da bula é que ela descreve, de forma
O desenvolvimento da pesquisa tem o intuito de mais detalhada, as informações necessárias para a utili-
verificar o perfil sócio-econômico dos usuários de me- zação mais segura do produto pelo paciente (ANVISA,
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Tabela 1 – Caracterização da amostra.

Características Variáveis Frequência absoluta Frequência (%)


18 a 25 200 52,63
26 a 35 56 14,74
36 a 50 82 21,58
Faixa etária
51 a 65 31 8,16
>65 11 2,89
Total 380 100
Masculino 170 44,74
Gênero Feminino 210 55,26
Total 380 100
Analfabeto 14 3,68
Ensino fundamental
46 12,10
incompleto
Ensino fundamental
30 7,89
completo
Escolaridade
Ensino médio incompleto 174 45,79
Ensino médio completo 68 17,89
Ensino superior incompleto 10 2,63
Ensino superior completo 38 10
Total 380 100
Baixa 158 41,58
Média 211 55,53
Renda Mensal
Alta 11 2,79
Total 380 100

2010). O resultado mostra que grande parte da população primeiro lugar no ranking de intoxicação e entre os
residente nesse bairro não reconhece a importância da principais agentes tóxicos destacam-se os medicamentos
bula como fonte de informação escrita, pois nela são (35%), os domissanitários (18%) e os produtos químicos
fornecidas informações sobre ação esperada do medi- industriais (9%) (BRASIL, 2014). Essas intoxicações são
camento, contra-indicações, ação esperada do medica- decorrentes de situações facilitadoras, das características
mento, prazo de validade, cuidados de administração, peculiares às fases de desenvolvimento da criança e do
interrupção do tratamento, reações adversas, Ingestão pouco incentivo às medidas preventivas (LOURENÇO
concomitante com outras substâncias e contra-indicações. et al., 2008; SIQUEIRA et al., 2008).
Os dados também apontam que 89,47% dos parti- Observar o aspecto do medicamento é muito signifi-
cipantes não deixam os medicamentos ao alcance de cante para garantir que este, não esteja em degradação
crianças, mas ainda existe uma minoria (10,53%) que visível (FANHANI et al. 2006). Os participantes da pes-
admitem o descuido de deixar tais produtos ao al- quisa foram questionados sobre o costume de verificação
cance das crianças. Este resultado mostra que elevada do aspecto e do prazo de validade dos medicamentos
porcentagem da população tem consciência de que os antes do consumo e foi constatado que 87,90%, afirmou
medicamentos oferecem riscos as crianças e que devem verificar a aparência e prazo de validade dos medicamen-
ficar longe delas, evitando-se possíveis acidentes. tos antes do consumo e 12,10% não possui esse hábito.
De acordo com dados do Sistema Nacional de Infor- Durante a aplicação do questionário percebeu-se que
mações Tóxico-farmacológicas da Fundação Oswaldo as pessoas estão mais conscientes da importância de se
Cruz, foram registrados no Brasil mais de 80 mil casos verificar o prazo de validade dos medicamentos.
de intoxicações e, em quase 25% das notificações, as A Tabela 2 apresenta os resultados da pesquisa em
vítimas tinham até 5 anos. Os medicamentos estão em relação ao comportamento na aquisição, acondiciona-
1594 Kameli et al : The Impact of Sense...

Tabela 2 - Características dos entrevistados quanto aos hábitos de consumo de medicamentos.

Variáveis Frequência absoluta Frequência (%)


Possui medicamentos em casa?
Sim 297 78,16
Não 83 21,84
Há presença de bula com o respectivo medicamento?
Sim 194 51,05
Não 92 24,21
Somente algumas 94 24,74
Os medicamentos estão ao alcance de crianças?
Sim 40 10,53
Não 340 89,47
Observa aparência e a data de validade do medicamento antes de utilizá-lo?
Sim 334 87,90
Não 46 12,10

mento e uso do medicamento dos entrevistados. camento, o que difere em 18,42% asseguram ter recebido
tais informações.
Consciência da população sobre o descarte de Os dados apontam que a principal forma de descarte
dos medicamentos vencidos é o lixo comum (73,68%),
medicamentos em seguida aparece o descarte no vaso sanitário com
13,95%, na pia com 11,31%, além de outras formas como
Para verificar o comportamento dos moradores em no hospital com 0,79% e 0,27% entrega ao agente de
relação com o procedimento adotado com as sobras saúde. A distribuição da forma de descarte é apresen-
dos medicamentos foi constatado que 9,74% devolvem tada na Figura 2.
à unidade ou ao agente de saúde, 46,31% guarda para Apesar de não ser do conhecimento da maioria da
usar outra vez, 22,63% põe no lixo, 4,74% doam aos população, o lixo comum, vaso sanitário ou a pia não são
vizinhos, amigos e/ou parentes e 16,58% afirmam que os destinos corretos para eliminação desses produtos.
não há sobra de medicamento após o uso. Esse descarte aleatório, tanto no lixo comum como na
A Figura 1 apresenta o destino dado às sobras dos rede pública de esgoto pode trazer como consequências
medicamentos após a conclusão do tratamento, com o a contaminação da água, do solo e de animais (RIBEI-
resultado obtido, pode-se dizer que a farmácia caseira RO; BINSFELD, 2013), desta forma, há a necessidade
promove a automedicação. Outro problema que pode de conscientização com a população sobre os riscos e a
gerar é o uso de medicamentos inadequados para a destinação correta de tais resíduos.
patologia existente, quando sintomas semelhantes são No estudo foi investigado o nível de consciência
causados por patologias distintas. Também pode facilitar que os participantes da pesquisa possuem em relação
trocas e, quando o medicamento estiver vencido, causar aos prejuízos que podem trazem o descarte incorreto
danos a saúde ou a não observância do efeito esperado desses produtos. O resultado obtido é que 71,58% dos
(BUENO et al., 2009). entrevistados acreditam que os descartes incorretos
Também foi constatada na pesquisa que uma pe- trazem prejuízos à população. No entanto, 48,16% não
quena parcela dos entrevistados possui medicamentos sabem quais são esses prejuízos. Outras respostas mais
vencidos (3,95%) em suas residências. No entanto, esses relevantes foram: 20,59% consideram que o descarte
medicamentos são descartados no lixo comum (Tabela incorreto polui o meio ambiente, 18,01% afirmam que
3). Desta forma são levados a aterros sanitários comuns, causam doenças, no entanto, não relataram quais do-
não recebendo o tratamento adequado de incineração e enças e 5,15% afirmam que causam envenenamento. Os
assim, contaminando o meio ambiente pelos resíduos resultados são apresentados na Tabela 3.
químicos que os compõe (HOPPE; ARAÚJO, 2012). A partir destes resultados é possível afirmar que a
Com o estudo, observa-se que as informações à maioria da população avaliada não detém a devida pro-
população sobre o descarte e armazenamento de me- porção de consciência uma vez que uma grande parte
dicamentos é um assunto muito distante da realidade. dos indivíduos que afirmavam ter o descarte incorreto
81,58% dos entrevistados afirmam que nunca foram proporciona prejuízos à população, 48,16% não sabem
orientados sobre o descarte e armazenamento de medi- que prejuízos são esses.
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Figura 1 – Destino das sobras de medicamentos realizadas pela população em estudo.

Figura 2 – Distribuição da forma de descarte de medicamentos vencidos.


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Tabela 3 – Distribuição da presença de medicamentos vencidos nos domicílios, consciência dos prejuízos
ocorridos pelo descarte incorreto de medicamentos.

Variável Frequência Porcentagem


Você possui medicamentos vencidos em sua residência?

Sim 15 3,95

Não 365 96,05


Se sim, o que faz com eles?
Descarta no lixo comum 15 100

Você já recebeu alguma informação quanto ao armazenamento e descarte de


medicamento?
Sim 311 18,16%
Não 69 81,84%
Você considera que o descarte incorreto de medicamento traz algum prejuízo para a
população?
Sim 272 71,58

Não 108 28,42


Se sim, qual?
Doenças 49 18,01
Contaminação do solo ou água 4 1,47
Poluição 56 20,59
Envenenamento 14 5,15
Desperdício de medicamentos 9 3,31
Intoxicação/alergia 1 0,37
Uso inadequado do medicamento 8 2,94
Não sabe responder 131 48,16

Assim, deve-se reforçar o fato de que o descarte correto 68,95% acreditam que o descarte incorreto ocasione
de medicamentos enfrenta vários entraves, como a falta prejuízos ao meio ambiente e dessa amostra 56,87% con-
de conhecimento da população acerca do assunto e de sideram que a própria população é responsável por essa
informação, além de fiscalização a respeito do destino atitude. Segundo os entrevistados, além da população,
dado a esses produtos e também a ausência de qualquer eles acreditam que o governo, a Secretaria de Saúde, a
orientação por parte do fabricante, tanto na embalagem indústria farmacêutica, o agente de saúde e a vigilância
quanto na bula do fármaco (TESSEROLLI et al., 2013). sanitária também são responsáveis pelo descarte dos
medicamentos. No entanto, 33,97% dos entrevistados
Avaliação da consciência dos impactos ambientais não sabem responder tal questionamento.
Quando foi questionado qual impacto ambiental
em função do descarte inadequado o descarte de medicamento provocava foi obtido o
seguinte resultado: 15,65% acreditam que a poluição
No estudo também foi avaliado à consciência am- seja o impacto causado por esses produtos; 5,72% res-
biental da comunidade, além do questionamento dos ponderam contaminação do solo e 2,29% contaminação
possíveis responsáveis pelo descarte de medicamentos da água. Também foram obtidas algumas respostas que
e os impactos ambientais causados por esses produtos. mostra a falta de informação da população frente a essa
Os resultados são apresentados na Tabela 4. temática, além de respostas muito vagas como: doenças
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(4,02%), efeito estufa (2,29%), além de 69,08% não sabem dicamentos é a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
responder ao questionamento. (ANVISA, 2010), que através da resolução RDC 306/04
Estudos apontam que fármacos de diferentes classes (Brasil, 2004), exige que estabelecimentos de serviços
terapêuticas, têm sido detectados em esgoto doméstico, de saúde disponham de Plano de Gerenciamento de
águas superficiais e subterrâneas em concentrações Resíduos de Serviço de Saúde (PGRSS) e a resolução 358
na faixa de ng/L a µg/L em várias partes do mundo do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA)
(GROVER et al., 2011; XU et al., 2012; REH et al., 2013; (Brasil, 2005), dispõe sobre o tratamento e disposição
FANG et al., 2012; QUEIROZ et al., 2011). Em sistemas final dos resíduos de serviços de saúde, entre outros.
aquáticos, os antibióticos, antineoplásicos, hormônios Através da Lei Federal N°12.305 de 2010, prevista na
sexuais são extremamente tóxicos para organismos vivos Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), farmácias,
como algas e peixes (SANDESON et al., 2004). postos de saúde e laboratórios devem receber medica-
Os efeitos deletérios que a presença desses compostos mentos vencidos e destiná-los de forma ambientalmente
pode provocar são: o desequilíbrio da ecologia microbia- correta, evitando o que poderia ser um foco gerador de
na, a proliferação de agentes patogênicos resistentes, além contaminação e poluição.
de efeitos inespecíficos na saúde humana, destacando a De acordo com a legislação brasileira, os serviços de
ocorrência de processos alérgicos, o que representa um saúde são responsáveis pelo gerenciamento de todos os
alerta para a necessidade de se desenvolver tecnologias resíduos dos serviços de saúde por eles gerados, devendo
de tratamento adequadas para a remoção de tais com- atender às normas e exigências legais, desde o momento
postos (ZAPPAROLI et al., 2011). de sua geração até a destinação final (BRASIL, 2006). No
A partir deste cenário, existe a necessidade da preo- entanto, a legislação existente não obriga as farmácias
cupação relacionada com o modo correto de descarte de a fazerem o descarte dos medicamentos vencidos na
medicamentos, uma vez que não há pontos de coleta para mão do cliente, como também permite ao consumidor
medicamentos em vigor no país. O órgão responsável descartar os medicamentos no lixo comum, em pias ou
pela regulamentação dos meios de descarte desses me- vasos sanitários, de onde vão para os esgotos (TESSARO;

Tabela 4 – Distribuição da consciência ambiental da comunidade avaliada, dos possíveis responsáveis pelo
descarte de medicamentos os impactos ambientais causados por esses produtos.

Variável Frequência Porcentagem (%)


Você acredita que o descarte incorreto de medicamentos traz problemas ambientais?
Sim 262 68,95
Não 118 31,05
Se sim, quem é o responsável?
Sociedade 149 56,87
Governo 14 5,34
Secretaria de Saúde 5 1,90
Indústria farmacêutica 3 1,14
Agente de saúde 1 0,38
Vigilância sanitária 1 0,38
Não sabe responder 89 33,97
Se sim, qual o impacto ambiental que você conhece?
Doenças 11 4,20
Danos ao meio ambiente 2 0,76
Efeito estufa 6 2,29
Poluição 41 15,65
Contaminação do solo 15 5,72
Contaminação da água 6 2,29
Não sabe responder 181 69,08
1598 Kameli et al : The Impact of Sense...

ZANCANARO, 2013). sobre o impacto ambiental decorrente. Revista Saúde,


v. 4, p. 34-39, 2010.

Conclusões BALBINO, E. C.; BALBINO, M. L. C. O descarte de


medicamentos no Brasil: Um olhar socioeconômico e
Com o presente trabalho, foi diagnosticado que o ambiental do lixo farmacêutico. Âmbito Jurídico, Rio
uso de medicamentos se faz presente de modo intenso Grande, XIV, v. 86, 2011. Disponível a partir de: http://
na população estudada residente no bairro José Walter www.ambitouridico.com.br/site/index.php?artigo_
e ainda constatou-se a necessidade da orientação da id=9187&n_link=revista_artigos_leitura.
população quanto ao uso racional destes medicamentos.
O problema de resíduos farmacológicos liberados no BILA, D. M.; DEZOTTI, M. Fármacos no meio ambiente.
meio ambiente é muito complexo e a contaminação dos Quim. Nova, v. 26, n. 4, p. 523-530, 2003.
recursos ambientais por estes compostos descartados de
forma incorreta pode gerar um grande impacto ambiental. BOER, N; FERNANDES, B. O. Descarte de medicamentos:
Os resultados comprovam que a grande parte da um modelo de logística reversa. In: Congresso
população possui medicamentos em casa e o hábito Responsabilidade e Reciprocidade, Restinga Seca, 2011.
de descartar os medicamentos de forma incorreta e em
locais inadequados é atribuído pelo fato de não existir BRASIL. Lei N° 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui
nenhuma orientação formal sobre o assunto por parte a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei n°
dos órgãos competentes em relação ao descarte correto 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências.
de sobras medicamentos, além dos vencidos. Brasília, 2010.
Percebe-se que os destinos mais frequentes de descarte
de medicamentos são o lixo doméstico (73,68%) e o vaso BRASIL. Resolução RDC N° 306, de 7 de dezembro de
sanitário (13,95%). A pesquisa apresentou um nível de 2004. Ministério da Saúde. Agencia Nacional de Vigilância
conscientização satisfatória, pois mais da metade dos Sanitária (ANVISA). Dispõe sobre o Regulamento técnico
entrevistados acredita que o descarte indevido de medi- para o gerenciamento de resíduos dos serviços de saúde.
camento tanto traz prejuízo à população (71,58%) como Brasília, 2004.
contribuem para os problemas ambientais (68,95%). No
entanto, quando se questiona quais são esses problemas, BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Fundação Oswaldo
grande parte dos entrevistados não sabe responder, além Cruz. Sistema Nacional de Informações Tóxico-
disso, as formas de descarte continuam inadequadas. Farmacológicas - SINITOX. Centro de Informação
Apesar da relevante importância sobre o assunto, ain- Científica e Tecnológica. Crianças são 25% das vítimas
da não existe no Brasil orientação sobre os procedimentos de intoxicação. Brasil, 2005. Disponível a partir de: http://
para descarte de medicamentos vencidos administrados portal.fiocruz.br/pt-br/node/1911.
na própria residência, assim, esse trabalho evidenciou
a necessidade de leis mais específicas e programas de BRASIL. Resolução N° 358, de 29 de abril de 2005.
conscientização de uso consciente e descarte de medi- Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional do
camentos, além de programas de recolhimento de tais Meio Ambiente (CONAMA). Dispõe sobre o tratamento
produtos utilizando a logística reversa como ferramenta. e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde
Além disso, para amenizar os riscos de contaminação e dá outras providências. Brasília, 2005.
ambiental pelo descarte incorreto de medicamentos, a
melhor abordagem é a minimização da geração destes BRASIL. Manual de Gerenciamento de resíduos de
resíduos, através de prescrições racionais, adequação serviços de saúde. Ministério da Saúde. Agencia Nacional
das embalagens aos tratamentos, dispensação adequada de Vigilância Sanitária (ANVISA). Brasília, 2006.
e cumprimento das prescrições por parte dos usuários.
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