O texto apresenta uma revisão crítica da obra de Michel Pêcheux sobre análise do discurso. Apresenta os principais conceitos desenvolvidos por Pêcheux como discurso, interdiscurso, condições de produção e efeitos de sentido. Também descreve o desenvolvimento do pensamento de Pêcheux ao longo dos anos 1960-1970, quando construiu as bases teóricas da análise do discurso.
O texto apresenta uma revisão crítica da obra de Michel Pêcheux sobre análise do discurso. Apresenta os principais conceitos desenvolvidos por Pêcheux como discurso, interdiscurso, condições de produção e efeitos de sentido. Também descreve o desenvolvimento do pensamento de Pêcheux ao longo dos anos 1960-1970, quando construiu as bases teóricas da análise do discurso.
O texto apresenta uma revisão crítica da obra de Michel Pêcheux sobre análise do discurso. Apresenta os principais conceitos desenvolvidos por Pêcheux como discurso, interdiscurso, condições de produção e efeitos de sentido. Também descreve o desenvolvimento do pensamento de Pêcheux ao longo dos anos 1960-1970, quando construiu as bases teóricas da análise do discurso.
O texto apresenta uma revisão crítica da obra de Michel Pêcheux sobre análise do discurso. Apresenta os principais conceitos desenvolvidos por Pêcheux como discurso, interdiscurso, condições de produção e efeitos de sentido. Também descreve o desenvolvimento do pensamento de Pêcheux ao longo dos anos 1960-1970, quando construiu as bases teóricas da análise do discurso.
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Fichamento de leitura
O sujeito e as feridas narcísicas dos linguistas - Freda Indursky
O porquê do sujeito - examinar a questão do sujeito na perspectiva da linguagem.
Língua: objeto de reflexão da linguística.
O sujeito em diferentes modelos linguísticos “Linguística canônica”.
Linguística moderna (Saussure) - dicotomia língua (sistema abstrato de regras) e
fala (uso individual dessas regras). Esse mesmo gesto que institui a língua como objeto homogêneo, exclui o sujeito (fala), por ser externo à língua.
Os estruturalistas: as relações frasais são coercitivas.
Jacobson: combinação de unidades linguísticas - escala de liberdade - fonemas já
estabelecidos. A liberdade de combinar os fonemas está limitada. A escala de liberdade aumenta (combinação de frases em enunciados).
“Ou seja, a fala, externa à língua, é o espaço de liberdade do sujeito, igualmente
dela excluído: as variações e as diferenças são resultantes de uma subjetividade que, em nada afeta a língua, enquanto sistema.” (INSDURSKY, 1998, p. 113)
Chomsky - teoria sintática da frase, onde o sujeito é reduzido à uma posição
estrutural. A partir de 1946, em uma tentativa de aproximar-se com o plano onde atua o sujeito, Benveniste (Linguística da enunciação) examina as marcas do “homem na língua”- estuda a natureza dos pronomes “relação de intersubjetividade” (eu X tu). Ponto negativo: ignora que o sujeito é dotado de inconsciente.
Perspectiva de processo de enunciação considera que o sujeito está na origem da
linguagem (ato de utilizar a língua). Os linguistas textuais passaram da frase para o texto. Seu interesse centra-se no texto e não no sujeito.
Modelo de concepção de língua que contempla o sujeito: Análise de Discurso.
Articulação teórica da Linguística com a História. Entrelace linguístico e ideológico.
“Na instância do discurso, o sujeito é percebido a partir de lugares socialmente
determinados.” 115 1ª dimensão do sujeito: forma-sujeito - o indivíduo ao ser interpelado em sujeito, identifica-se com a forma-sujeito de uma formação discursiva; constituindo-se em um sujeito do discurso > efeito de sujeito (PÊCHEUX, 1975). “o sujeito pensa assumir posições pessoais, quando na verdade assume posições afetadas ideologicamente”. A inscrição do sujeito em determinada FD não ocorre conscientemente. “O sujeito do discurso é dotado de pré-consciente e de inconsciente” (PÊCHEUX; FUCHS, 1975). O Esquecimento nº 1 que afeta o sujeito: acredita ser a fonte do sentido (inconsciente); Esquecimento nº 2 ilusão do sujeito de controlar a forma da enunciação, pode ser questionado e elabora paráfrases discursivas (dotado de pré-consciente). O sujeito ao relacionar-se com a “forma-sujeito” pode assumir diferentes posições-sujeito. O outro é constitutivo do eu, pois o dizer do outro também constitui o meu dizer (marcas de uma subjetividade heterogênea a ela mesma. O sujeito é heterogêneo, disperso e fragmentado.
Em resumo, o texto apresenta como se compreende o sujeito a partir de diferentes
concepções linguísticas e posteriormente compara.
Feridas narcísicas > expressão freudiana; descoberta de que o homem é dotado de
impulsos, desejos e pulsões insuspeitadas, o que retira do homem o controle de seus atos. ferida de que o homem foi vítima. Somos vítimas da ilusão de sermos livres.
“O lugar atribuído ao sujeito nas teorias linguísticas comanda a posição tomada
com relação ao sentido” (HENRY, 1992, p. 113) Texto: A ferramenta imperfeita: língua, sujeito e discurso. Campinas. UNICAMP
Fichamento de leitura Introdução às ciências da linguagem- Língua História e Conhecimento
Capítulo O conhecimento sobre a linguagem, Eni O. e Eduardo G.
O percurso do conhecimento: fazer pesquisa a) escolher um assunto, b)escolher
nesse assunto uma questão que tenha interesse, e que não tenha sido respondida ainda, c) tomar um ponto de vista teórico d) assumir um ponto de vista metodológico, d) produzir a análise de materiais específicos, e) interpretar seus resultados, face às teorias e ao objeto em questão. Todo trabalho precisa ter uma contribuição específica do pesquisador
Alguns marcos na história. No Século XIX surgiu a Linguística como disciplina
científica. Bréal (1866) chamou a gramática comparada de estudo da significação. Antiguidade clássica: Platão e Aristóteles, relação com a filosofia. Ainda no séc 19, a linguística adota o método comparativo, na intenção de resgatar o passado linguístico das línguas europeias e asiáticas (posição naturalista, biológica da linguagem), caracterizada pelas leis fonéticas.
No século XX, houve um rompimento com essa visão naturalista da gramática
comparativa. Surge o CLG, de Saussure (1916) com a distinção entre a língua e a fala. A língua como um objeto homogêneo que constitui um sistema de signos, um fato social. Os signos resultam da associação entre significante (imagem acústica) e significado (conceito), os signos se relacionam pelas suas diferenças entre si. Saussure coloca a distinção entre sincronia e diacronia. Paradigma (eixo da substituição ou/ou) e sintagma (eixo da combinação e/e).
Percursos do Estruturalismo. O CLG é o marco da linguística contemporânea. Os
estudos sincrônicos, lidando com os limites do objeto de Saussure, buscaram incluir o sujeito no linguístico. Como Benveniste (1966), com os estudos enunciativos, os quais levam em conta a relação do locutor com a língua e que isso se marca na estrutura da língua. Esses trabalhos tiveram desdobramentos, como com Ducrot (1973) com a semântica argumentativa, onde aquele que fala é “tomado” pelas relações retóricos/ de argumentação, ou seja, o sentido está ligado à situação, ao acontecimento enunciativo e não à sua relação com o mundo. Paralelo a isso, estão, no campo dos estudos da significação da filosofia analítica inglesa, os atos de fala, onde dizer é fazer (Austin, 1962). A partir de Grice, o sentido é pensado como intenção (pragmática). Funcionalismo de Jacobson: linguagem como instrumento de comunicação. Diálogo com antropologia e a teoria da informação. “Linguística e Poética”. Num outro caminho do estruturalismo (filiado a Saussure) está Hjelmslev.
A gramática e a mente. Noam Chomsky busca sua fundamentação no cognitivismo,
para ele a linguagem é considerada como natural, própria do cérebro enquanto organismo, então o falante possui “competência linguística), noção de sentido - conceito de verdade.
Linguístico e Sociedade. O objeto da sociolinguística de Labov (1972) é a variação
linguística, estabelecendo relação entre a estratificação social e a variabilidade das estruturas sociais.
O Linguístico, o social e o histórico. último movimento decisivo nos estudos da
linguagem do séc XX. Foucault e Pêcheux, como forma de pensar a determinação histórica e o político como próprios do processo de significação do dizer (no qual se constitui o sujeito). “O discurso constitui um objeto próprio enquanto materialidade específica da ideologia e que tem, por sua vez, a língua como sua materialidade específica.” (p. 151). Colocando assim a questão da linguagem no centro das ciências humanas.
Nos estudos da linguagem há uma relação intrínseca entre teoria/método/objeto
A relação entre o simbólico e o político - As diversas teorias sobre a linguagem são
afetadas pelo político, observável pelo próprio modo como constituem seus dispositivos teóricos e analíticos
“Há uma via para a linguística fora do logicismo e do sociologismo”. Pêcheux e
Gadet 1977. Deslocam a reflexão sobre a linguagem de uma posição metafísica para uma posição materialista, constituindo uma semântica atenta ao real da língua e da história que, no entanto, nos permite sair do discurso da filosofia marxista da linguagem (D. Maldidier, 1990).
Logicismo (formalismo - enuncia leis e constrói uma teoria gramatical) se opõe ao
sociologismo (historicismo - efetua descrição e estudo empirista dos dados). Enquanto o primeiro destaca os universais e coloca a autonomia da linguística, o segundo faz estudos comparatistas e toma o indivíduo em situação como concreto linguístico. Sendo estas duas formas de denegação do político. Em uma o político é apagado porque não se fala do social e do histórico e no outro é apagado falando-se do social e do histórico. As duas tendências recobrem a questão do Estado. Uma forma de não elidir o político é justamente pensar a relação da língua com o sujeito e com a exterioridade. Os embates das ciências da linguagem. Fichamento de leitura Obra A Inquietação do Discurso: (re)ler Michel Pêcheux hoje - Denise Maldidier (2003)
O discurso, um nó, o objeto teórico. Aspecto histórico: o projeto nasceu em 1960
com a articulação entre a linguística, o materialismo histórico e a psicanálise. Deixávamos o tempo da “luta de classes na teoria” para entrar no do debate. Pensando discurso enquanto conceito ligado a um dispositivo.
O tempo das grandes construções 1969-1975. Análise automática do discurso
(1969): inaugura o discurso como máquina discursiva, ali colocou questões sobre o texto, a leitura, os sentidos. O dispositivo da AD é o 1º modelo de uma máquina de ler que arrancaria a leitura da subjetividade. Teoria do discurso= teoria geral dos efeitos de sentidos. Pêcheux apenas evoca Marx e Freud nessa obra, mas traz a presença de Saussure. Jacobson e a revolução chomskyana também. Saussure é para ele o ponto de origem. A primeira formulação de sua concepção de sentido é o “efeito metafórico”. Pêcheux nomeia as circunstâncias constitutivas de um discurso como “condições de produção”. Aparece de forma inicial a ideia do não-dito e ideias iniciais sobre o conceito de interdiscurso. A entrada em linguística (1971): reflexão sobre o tratamento formal da língua (linguística e informática). Este trabalho faz voltar à questões como a enunciação. 1970: Começo de uma reflexão sobre o apagamento do sujeito da enunciação. Artigo do número 24 de “Langages” (71) - A semântica e o corte saussuriano: língua, linguagem, discurso > durante uma época de tomada pelo “desenvolvimento da gramática gerativa”. A reflexão que ele traz sobre Saussure e a linguística desemboca sobre o discurso, pensa uma semântica discursiva. “Para além dos níveis fonológico, morfológico e sintático, cuja descrição Saussure autoriza, a semântica não é apenas um nível a mais, homólogo aos outros. É que o laço que liga as significações de um texto às condições sócio-históricas desse texto não é de forma alguma secundária, mas constitutivo das próprias significações.” (p. 31). Há um funcionamento das línguas em relação a elas mesmas, isto precisamente que a linguística descreve quando fala de fonologia, de morfologia e talvez de sintaxe. A primeira formulação da teoria do discurso: As formações ideológicas comportam necessariamente como um de seus componentes uma ou mais FDs inter relacionadas que determinam o que pode e deve ser dito a partir de uma posição dada em uma conjuntura dada. 1972-74 Elos em direção à teoria do discurso. Althusseriano (interpelação- sujeito, ideologia). 1975- do número 37 de “Langages” à “Semântica e Discurso” Articulação de 3 regiões de conhecimentos científicos: 1) o materialismo histórico como teoria das formações sociais e de suas transformações, aí compreendida a teoria das ideologias; 2) a linguística como teoria ao mesmo tempo dos mecanismos sintáticos e dos processos de enunciação; 3) a teoria do discurso como teoria da determinação dos processos semânticos. Referência constitutiva da ideologia, conforme Althusser, de que a ideologia interpela os indivíduos em sujeitos. A posição de Pêcheux toma o rumo inverso das interpretações empiristas da enunciação, pois para ele não se trata de cair na ilusão formalista que faz da enunciação um simples sistema de operações; os mecanismos enunciativos constituem a materialidade linguística. (pg 42: explicação sobre os esquecimentos). Relação entre a ideologia e o inconsciente (a partir do imaginário de Lacan). Maio de 75 Semântica do Discurso: cruzamento de todos os caminhos do autor. Aquilo que faz dele um livro de filósofo e linguista é a escolha do “ponto lógico linguístico”. Teoria da enunciação (teoria de um resto). Frege, vontade do povo, política. Ideologia e inconsciente têm em comum a capacidade de dissimular a própria existência no interior de seus funcionamento produzindo um tecido de evidências subjetivas. O interdiscurso NÃO é nem a designação banal dos discursos que existiram antes, nem a ideia de algo comum a todos os discursos. Para Althusser, ele é “o todo complexo a dominante” das formas discursivas, intrincado no complexo das formações ideológicas e submetido à lei de desigualdade-contradição-subordinação. Uma formação discursiva é o que pode e deve ser dito em uma formação ideológica definida. “A interpelação do indivíduo em sujeito em seu discurso se efetua pela identificação (do sujeito) à FD que o domina: esta identificação, fundadora da unidade (imaginária) do sujeito, repousa sobre o fato de que os elementos do interdiscurso que constituem, no discurso do sujeito, os traços daquilo que o determina, estão reinscritos no discurso do próprio sujeito.” (texto IV). Noção de discurso transverso. Tentativas (76-79) corte entre o linguístico e o social; linguistas marxistas, Volochinov. Remontemos de Foucault a Spinoza (77) Ilusão objetiva: ilusão que o sujeito tem de estar na fonte do sentido. Ele propõe a reflexão e diz que a ideologia não pode ser pensada separadamente do inconsciente. Foi autocrítico e compreendeu as limitações de sua trajetória. Um olhar sobre o SD > “Só há causa do que falha”. p.74