Atividade 04 - Prática Civil

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 6

AO JUÍZO DE DIREITO DA ___ VARA DA FAMÍLIA E REGISTRO CIVIL DA

COMARCA DO RIO DE JANEIRO-RJ

BRYAN FELIPE ARNOLD SHEPPARD, brasileiro, casado, médico, inscrito no


CPF sob o nº: 122.098.654-45 e no RG sob o nº 9.654.123, residente e domiciliado na Rua da
Liberdade, nº 07, Bairro Orla, Rio de Janeiro/RJ, CEP 71717-017, vem à presença de Vossa
Excelência, por intermédio de seus advogados vem, respeitosamente perante Vossa
Excelência, com fundamento no art. 693 e seguintes do Código de Processo Civil, propor:

AÇÃO DE DIVÓRCIO c/c ALIMENTOS, GUARDA, PARTILHA DE BENS

em face de DANILO FELIPE SOUZA ARNOLD, brasileiro, médico, residente e


domiciliado Rua José Pereira, Brasília-DF, telefone (77) 99648-3423, expondo e requerendo,
pelos fundamentos fáticos e jurídicos doravante apresentados:

1. DOS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA

Antecipadamente vem a autora requerer que lhe sejam concedidos os benefícios da


justiça gratuita, conforme disposto no inciso LXXIV, do artigo 5º da Constituição Federal e
na Lei 13.105/15, disposto nos artigos 98 a 102 NCPC, em virtude de não poder arcar com os
encargos decorrentes do processo, sem que prejudique seu próprio sustento e de sua família,
declaração de insuficiência em anexo.

2. DOS FATOS

Bryan e Danilo eram um casal que se conheceram durante os estudos universitários


em São Paulo. A conexão entre eles era instantânea, e logo decidiram construir uma vida
juntos. Após alguns anos de namoro, decidiram se casar em uma cerimônia emocionante
cercada por amigos e familiares.
Optaram pelo regime de comunhão parcial de bens, confiantes na estabilidade e no
amor que compartilhavam. Não demorou muito para a família crescer com a chegada do
pequeno Naziel, que trouxe ainda mais alegria à vida de Bryan e Danilo.
Contudo, conforme os anos passaram, as pressões do cotidiano começaram a pesar
sobre o relacionamento. Danilo, encontrou uma oportunidade profissional imperdível em
Brasília, enquanto Bryan, buscava expandir suas oportunidades no Rio de Janeiro.
A distância física logo se tornou uma barreira emocional. Bryan e Danilo tentaram
manter o casamento à distância, mas a falta de proximidade física e emocional começou a
desgastar sua relação. Bryan, por fim, tomou a difícil decisão de se mudar para o Rio de
Janeiro, levando Naziel consigo, após uma separação de fato. A mudança para o Rio trouxe
um novo capítulo para Bryan. Enquanto se estabelecia em sua nova vida, Bryan percebeu a
necessidade de resolver questões legais pendentes com Danilo.
Decidiu então buscar assistência jurídica para dar encaminhamento ao processo de
divisão dos bens adquiridos durante o casamento, de acordo com o regime de comunhão
parcial de bens. Além disso, Bryan estava determinado a regularizar a situação da guarda de
Naziel. Preocupado com o bem-estar e o futuro do filho, Bryan também buscava garantir uma
pensão alimentícia justa, que permitisse a Naziel continuar a ter uma vida confortável e
estável.

3. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

3.1 DO DIVÓRCIO LITIGIOSO

A Constituição Federal de 1988, através da redação da Emenda Constitucional nº


66/2010, promoveu alterações no § 6 do art. 226 do aludido diploma, admitindo-se que o
casamento civil poderia ser dissolvido pelo divórcio direto, suprimindo o requisito de prévia
separação judicial por mais de 1 ano ou comprovação da separação de fato por mais de 2
anos.

Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.


§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio. (Redação dada
Pela Emenda Constitucional nº 66, de 2010)

Nesse sentido, é direito potestativo do requerente divorciar-se do requerido, não


possuindo mais nenhum interesse em continuar a união matrimonial, consubstanciado no
inciso II do art. 5 da CF.

3.2 DOS ALIMENTOS

Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos


outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com
a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua
educação.
§ 1 o Os alimentos devem ser fixados na proporção das
necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada.
§ 2 o Os alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência,
quando a situação de necessidade resultar de culpa de quem os
pleiteia.

Desta feita, requer o valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais) de pensão alimentícia.

3.3 DA GUARDA UNILATERAL

O filho, Naziel (menor impúbere), estando de fato com o requerente, permanecerá


com o mesmo. A priori, incumbe salientar que o direito busca, precipuamente, resguardar os
interesses do menor à luz do princípio do melhor interesse da criança e, dessa forma, é salutar
que toda criança conviva em ambiente familiar, sendo que o dever da família corresponde a
assegurar o bem-estar da criança, nos termos do caput do art. 227 e primeira parte do art. 229,
ambos da Constituição Federal, e art. 19 do ECA, in verbis:

Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à


criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à
vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à
cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores
(...)
Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado e educado no
seio de sua família e, excepcionalmente, em família substituta,
assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente que
garanta seu desenvolvimento integral.

Nesse sentido, em atenção as necessidades dos menores, a primeira parte do § 1 do


art. 1583 do CC e parágrafos do art. 33 do ECA, preconizam que a guarda deverá permanecer
com aquele que atender o bem-estar do menor, garantindo-lhe subsistência digna, com a
devida observância e regularidade de fiscalização, ipsis litteris:

Art. 1.583. A guarda será unilateral ou compartilhada.

§ 1º Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos


genitores ou a alguém que o substitua (art. 1.584, § 5) (...)
§ 5º A guarda unilateral obriga o pai ou a mãe que não a detenha a
supervisionar os interesses dos filhos, e, para possibilitar tal supervisão,
qualquer dos genitores sempre será parte legítima para solicitar
informações e/ou prestação de contas, objetivas ou subjetivas, em
assuntos ou situações que direta ou indiretamente afetem a saúde física e
psicológica e a educação de seus filhos.
Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência material, moral e
educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu detentor o direito
de opor-se a terceiros, inclusive aos pais.

Dessa forma, o princípio do melhor interesse da criança é evidenciado nas atitudes


da requerente, exercendo a guarda de fato do menor sob sua égide e manutenção, gerindo-o
em seu seio do núcleo familiar com viabilização de demasiados benefícios e condições para
os cuidados essenciais e, consequentemente, não havendo empecilhos ou ausência de motivos
para pleitear a guarda da criança.

3.4 DOS BENS À PARTILHA

No tocante aos bens, as partes elegem o regime da comunhão parcial de bens, nos
termos do art. 1658 do CC, in verbis:

Art. 1.658. No regime de comunhão parcial, comunicam-se os bens que


sobreviveram ao casal, na constância do casamento, com as exceções dos
artigos seguintes.
Art. 1.660. Entram na comunhão:

I - os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso,


ainda que só em nome de um dos cônjuges;
Nesse sentido, segue a descrição patrimonial correspondente para que se
efetue a partilha, considerando o direito da requerente a 50% de seu
valor.

Danilo possui os seguintes bens em seu nome, todos adquiridos após o casamento:
01 apartamento em Brasília/DF, no valor de R$1.500.000,00, um apartamento no Rio de
Janeiro/RJ no valor de R$1.200.000,00, dois carros no valor de R$100.000,00 cada e
R$300.000,00 em investimentos.

4. DOS PEDIDOS

Em face do exposto, requer-se à Vossa Excelência:

a) Os benefícios da justiça gratuita, conforme disposto no inciso LXXIV, do artigo 5º


da Constituição Federal e na Lei 13.105/15, disposto nos artigos 98 a 102 NCPC, em virtude
de não poder arcar com os encargos decorrentes do processo, sem que prejudique seu próprio
sustento e de sua família;
b) Determinar a citação do requerido, inicialmente pelo correio e, sendo esta
infrutífera, por oficial de justiça, ou, ainda por meio eletrônico, tudo nos termos do art. 246,
incisos. I, II, V do NCPC, no prazo legal, advertindo-lhe da confissão e revelia;

c) Que seja decretada a total procedência desta Ação de divórcio, extinguindo-se o


vínculo matrimonial entre o Requerido e o Requerente, assim como a partilha dos bénsl
adquirido na constância da união;

d) Procedência da ação, decretando-se a guarda da menor em favor da requerente, e


regulamentado o direito a visita livre para o genitor;

e) Que seja intimado o ilustre representante do Ministério Público, para que atue no
feito até o seu final.

f) Seja julgado PROCEDENTE o pedido determinando a pensão alimentícia em prol


do menor, de R$ 2.000,00 (dois mil reais).

g) Que seja intimado o ilustre representante do Ministério Público, para que atue no
feito até o seu final.

Protesta-se por todos os meios de prova admitidos em direito, especialmente pela juntada de
novos documentos, e apresentação de testemunhas.

Atribui-se à causa o valor de R$3.202.000,00 (três milhões duzentos e dois mil reais)

Termos que pede deferimento.

Rio de Janeiro-RJ, 21 de abril de 2024.

Laura Emanuela Gomes Silva

OAB/PE 12.345

Rayssa Richelly Coelho Rodrigues de Barros

OAB/PE 02.072
DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA PARA A AÇÃO E MEIOS DE PROVA:

1. RG

2. CPF

3. COMPROVANTE DE RESIDÊNCIA

4. CERTIDÃO DE CASAMENTO

5. CERTIDÃO DE NASCIMENTO DO MENOR

6. DECLARAÇÃO DE HIPOSSUFICIÊNCIA

7. PROCURAÇÃO ASSINADA

Você também pode gostar