Modelo de Contestação 2

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE

DIREITO DA xx DA COMARCA DE xx/xx


AUTOS DO PROCESSO Nº: xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

xxxxx, nacionalidade, estado civil, profissão, portador do RG


sob nº xx, inscrito no CPF sob nxx, residente e domiciliado na
Rua xx , nº xx, bairro xx, CEP xx, cidade xx, vem,
respeitosamente perante Vossa Excelência, através de sua
procuradora infra-assinado, com escritório profissional na xx,
nº xx, bairro xx, CEP xx, cidade/xx, com fulcro no
artigo 335 e 336 do Código de Processo Civil,
apresentar, CONTESTAÇÃO, NA AÇÃO DE DIVÓRCIO
LITIGIOSO que move em seu desfavor xx, qualificada na
exordial, pelos motivos e razões a seguir expostas:

I - DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA


Primevo, insta esclarecer que, o requerido é uma pessoa que
goza de pouca condição econômica, não podendo arcar com os
custos e despesas decorrentes de um processo judicial, bem
como honorários advocatícios, sem privar a si mesmo do
próprio sustento ou de seus familiares.
O presente pedido de gratuidade Judiciária está devidamente
amparado pelas leis 1.060/50 e Lei nº 5478/68, bem como do
artigo 5º, inciso LXXIV da Constituição Federal, com o fim
precípuo de não afastar a distribuição da Justiça aos
jurisdicionados mais carentes.

Assim, requer-se, desde já, com base no Art. 98, 99 do CPC,


que se digne Vossa Excelência em conceder os benefícios
da assistência judiciária nos termos da legislação em
vigor, vez que o requerido, mormente por não dispor de
recurso material, não tem condições de arcar com os custos e
despesas processuais e honorários advocatícios.
II - TEMPESTIVIDADE
A respeito dos atos de comunicação, destaca-se o da citação, no
qual a parte demandada é informada sobre a existência de
processo em seu desfavor e é chamada a participar da relação
processual para atuar de acordo com os seus interesses.
Todavia, há casos em que antes da citação do réu, o mesmo
comparece espontaneamente no processo suprindo sua citação.
Essa possibilidade é plenamente cabível, conforme prevê o
art. 239 do Código de Processo Civil.
Art. 239. Para a validade do processo é indispensável a citação
do réu ou do executado, ressalvadas as hipóteses de
indeferimento da petição inicial ou de improcedência liminar
do pedido.
§ 1º O comparecimento espontâneo do réu ou do
executado supre a falta ou a nulidade da citação,
fluindo a partir desta data o prazo para apresentação
de contestação ou de embargos à execução. (grifo
nosso).
Desta feita, considerando que o réu teve conhecimento por
meios próprios e compareceu espontaneamente no presente
processo, requer que seja aceita e considerada tempestiva a
presente contestação.

III – DOS FATOS


Procede os fatos alegados na exordial de que o Requerido e a
Requerente, são casados sob o Regime de Comunhão Parcial de
Bens, desde o ano de 2015. Desta união adveio a filha xxxx,
menor, nascido em xx de xx de xx.
Ocorre, Excelência que por razoes pessoais, a requerente e o
requerido decidiram pelo término da relação conjugal, de tal
sorte que se faz imprescindível e necessário regularizar a
presente situação.

Nesta senda, os requerentes manifestam a vontade livre e


consciente pela dissolução da sociedade conjugal, sendo
inviável a reconciliação.

Insta salientar que, após a separação de fato entre os genitores


o requerido mudou de domicilio passando a morar em outro
estado, todavia, isso nunca foi óbice para cumprir com os seus
deveres como pai, sendo sempre presente na vida de sua filha e
cumprindo com as obrigações de auxilio material.
Ademais, destacasse que durante a constância do casamento,
os cônjuges não constituíram patrimônio comum.

IV - DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS


Os cônjuges pretendem, por mútuo consentimento, dissolver a
sociedade conjugal, através do divórcio previsto tanto na Lei
nº 6.515/77, quanto no art. 226, § 6º, da Carta Magna, este
último dispondo sobre a dissolubilidade do casamento civil
pelo divórcio, sem a necessidade de comprovação do lapso,
senão vejamos:

Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do


Estado.

(...)

§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio.

Para corroborar, o código civil dispõe:

Art. 1.571. A sociedade conjugal termina:

(...)

IV - pelo divórcio.

Nesta senda, considerando que é o desejo de ambas as partes


se divorciarem, requer que seja deferido o pleito da requerente
e expedido o mandado de averbação.

V - DA GUARDA
A parte autora pleiteia a concessão da guarda exclusiva de sua
filha menor, com o resguardo do direito de visita/convivência
da parte ré de forma livre, sendo combinado anteriormente
com a genitora, já que a mesma, após a separação, ficou com a
guarda de fato da criança.
Tal anseio, Excelência, é relacionado ao fato de que a genitora
detém efetivamente a guarda da menor, uma vez que,
conforme já salientado o genitor tem sua residência em outro
Estado.
O Art. 1583 § 2 do Código Civil prevê a possibilidade de guarda
unilateral, senão vejamos:

Art. 1583 do CC. A guarda será unilateral ou compartilhada.

§ 2º. A guarda unilateral será atribuída ao genitor que revele


melhores condições para exercê-la e, objetivamente, mais
aptidão para propiciar aos filhos os seguintes fatores:

I- afeto nas relações com o genitor e com o grupo familiar;

II- saúde e segurança;

III- educação

Assim, entende o requerido que a requerente por já deter


efetivamente a guarda da menor poderá continuar a fornecer
um ambiente mais propício às condições de educação,
manutenção e criação da menor, tanto física quanto
psicologicamente falando.

Insta salientar que apesar de concordar com o pedido da


genitora, deverá a mesma manter o requerido informado a
respeito da saúde da menor, deverá sempre ser consultado
e/ou informado pela requerente no caso de decisões sobre
assuntos escolares e/ou qualquer assunto ligado a menor, nos
termos do artigo 1583 § 5 do Código Civil:

§ 5º A guarda unilateral obriga o pai ou a mãe que não a


detenha a supervisionar os interesses dos filhos, e, para
possibilitar tal supervisão, qualquer dos genitores sempre será
parte legítima para solicitar informações e/ou prestação de
contas, objetivas ou subjetivas, em assuntos ou situações que
direta ou indiretamente afetem a saúde física e psicológica e a
educação de seus filhos. (Incluído pela Lei nº 13.058, de 2014).

Assim, para atender os melhores interesses da menor, o


requerido não se opõe ao pedido da requerente de possuir a
guarda unilateral da melhor, ficando resguardados o direito de
visita/convivência da parte ré de forma livre, bem como, os
direitos previstos em lei.

VI - DA REGULAMENTAÇÃO DE VISITA
Os artigos 1.589 do Código Civil e 19 do Estatuto da Criança e
do Adolescente versam que é direito da criança e do
adolescente ser criado e educado com a sua família, sendo
assegurada a convivência familiar, e que aquele que não detém
a guarda, poderá visita-los e tê-los em sua companhia, senão
vejamos:

Art. 1.589. O pai ou a mãe, em cuja guarda não estejam


os filhos, poderá visitá-los e tê-los em sua
companhia, segundo o que acordar com o outro cônjuge, ou
for fixado pelo juiz, bem como fiscalizar sua manutenção e
educação. (grifo nosso).
Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado e
educado no seio de sua família e, excepcionalmente, em família
substituta, assegurada a convivência familiar e
comunitária, em ambiente que garanta seu desenvolvimento
integral. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016). (grifo
nosso).

Demonstra-se Excelência de que toda criança necessita de


apoio familiar, desta forma, a presença de ambos os pais e
imprescindível para que esta cresça mental e emocionalmente
perfeita.

Desta forma é direito de ambos os pais o convívio com a


criança, o direito de prestar visita é um direito fundamental da
família brasileira em razão da necessidade de um bom convívio
familiar visto que o vínculo afetivo permanece e encontra
proteção jurídica contra potenciais agressões.
A doutrinadora Maria Berenice Dias, Manual de Direito da
Família, 2011, pág.447 esclarece que: A visitação não é somente
um direito assegurado ao pai e a mãe, é direito do próprio filho
de com eles conviver, o que reforça os vínculos paterno e
materno-filial. (...) Consagrado o princípio da proteção
integral, em vez de regulamentar as visitas, é necessário
estabelecer formas de convivência, pois, não há proteção
possível com a exclusão do outro genitor.

Diante do conteúdo explicitado acima, o requerido requer que


seja resguardado o seu direito de permanecer com o filho em
dias e horários que mais convenientes sejam ao interesse da
criança, de forma a ser combinada entre as partes,
possibilitando assim, maior liberdade para as partes se
programarem com relação a visita.

VII - DOS ALIMENTOS


Segundo o ordenamento jurídico brasileiro no que tange aos
alimentos é imperioso salientar os
diplomas 1.694 a 1.696 do CC/02, estes tratam da maneira pela
qual é prestada à concessão de alimentos, as condições para tal
prestação e para quem pode ser pleiteada a concessão de
alimentos e ainda a obrigação recíproca entre os pais e filhos
no que toca a prestação de alimentos.

Neste sentido o artigo 1.694 do CC/02, in verbis:

Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros


pedir uns aos outros alimentos de que necessitem para viver de
modo compatível com a sua condição social, inclusive para
atender às necessidades de sua educação.

§ 1º Os alimentos devem ser fixados na proporção das


necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa
obrigada.
§ 2º os alimentos serão apenas os indispensáveis à
subsistência, quando a situação de necessidade resultar de
culpa de quem os pleiteia. (grifo nosso).
O que foi acima denotado pelo diploma, se aplica de pronto ao
caso em tela, visto que, a pensão alimentícia deve ser
mensurada pelo juízo a partir do critério ou do princípio da
proporcionalidade, ou seja, analisando as reais necessidades do
reclamante e visualizando os recursos da pessoa obrigada.

Conforme depoimento da requerente em audiência (fls. xx), o


requerido sempre contribuiu financeiramente para a formação
da sua filha. Atualmente, contribui com o valor de R$ 350,00
(trezentos e cinquenta reais), a título de pensão alimentícia.

Nesta senda, considerando que o valor da pensão deve atender


ao trinômio possibilidade, necessidade e razoabilidade para
que não seja muito oneroso para o alimentante, nem tampouco
insuficiente para garantir o mínimo indispensável ao
alimentado, requer que seja fixado o pagamento no importe de
R$ 350,00 (trezentos e cinquenta reais) a título de alimentos
definitivos, sendo pago na conta especificada pela genitora.

VIII – DOS BENS


O casal não adquiriu ou constituiu bens ao longo do
relacionamento conjugal, inexistindo, pois bens a partilhar
conforme mesmo assevera a requerente.

IX - DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer:

a) A concessão da GRATUIDADE JUDICIÁRIA, nos termos


do art. 98 e seguintes do Código de Processo Civil,
especialmente no tocante aos emolumentos devidos a notários
ou registradores em decorrência da prática de registro,
averbação ou qualquer outro ato notarial necessário à
efetivação de decisão judicial ou à continuidade do processo
judicial, por ser o requerido hipossuficiente economicamente,
na forma da lei;

b) seja julgado procedente o pedido para decretar


o DIVÓRCIO do casal, nos termos acima expostos;
c) seja fixada a pensão no importe de R$ 350,00 (trezentos e
cinquenta reais) a título de alimentos definitivos;

d) seja julgado procedente o pedido para conceder a GUARDA


EXCLUSIVA da filha menor à parte autora, com a regulação
do DIREITO DE VISITA/CONVIVÊNCIA da parte ré de
forma livre.
Requer provar o alegado por todos os meios de prova em
direito admitidos, sem exceção, em destaque pela prova
testemunhal, documental e pericial.

Nesses termos,

Pede deferimento.

Cidade, data.

Advogado (a)
OAB/xx nºxx

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