O Espaco Do Curiculo Local

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Amelia Issaia

Raquel Eugenio Machacha

Samuel Fernando Simango

Espaço do currículo local

Licenciatura em administração e gestão da educação

Universidade Licungo
Beira
2020
Amelia Issaia
Raquel Eugenio Machacha

Samuel Fernando Simango

Espaço do currículo local

Licenciatura em administração e gestão da educação

Trabalho de pesquisa a ser entregue ao


departamento de ciência de educação e
psicologia, para fins avaliativos na cadeira
de estudos contemporâneos em educação.
4º Ano, regime laboral

Docente:
dr. Nils Morin

Universidade Licungo
Beira
2020
Índice

CAPITULO I: INTRODUÇÃO.......................................................................................................4
1.1.objectivos...................................................................................................................................5
1.1.2 Objetivos gerais...................................................................................................................5
1.1.3 Objetivos específicos..........................................................................................................5
1.2.4 Metodologia de pesquisa........................................................................................................5
CAPITULO II: FUNDAMENTACAO TEORICA.........................................................................6
2. Espaço do currículo local.............................................................................................................6
2.1.1 Surgimento do Espaço do currículo local...........................................................................6
2.1.2 Objetivo do Espaço do currículo local................................................................................6
2.1.3 Seleção dos saberes locais nas escolas básicas...................................................................7
2.1.4 Sistematização dos conteúdos do currículo local no ensino básico....................................7
3. Espaço do currículo local no contexto moçambicano...............................................................10
3.1 Implementação dos conteúdos do currículo local no processo de ensino- aprendizagem...11
Capitulo III: CONSIDERACOES FINAIS...................................................................................12
REFRENCIAS BIBLIOGRAFICAS.............................................................................................13
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CAPITULO I: Introdução

O presente trabalho tem como tema, o Espaço do currículo local, onde iremos abordar
concernente ao tema no desenvolver do trabalho.

Falar do currículo local, implicamos perceber que trata se de um conjunto de conteúdos que
abordam a vida local do meio onde esta inserido a escola. Deste modo, iremos a bordar sobre o
conceito, objetivos, surgimento no contexto brasileiro assim como no contexto moçambicano. O
trabalho estará estruturado em três capítulos, sendo assim a introdução, desenvolvimento e
considerações finais. O trabalho se focaliza no estudo sobre os saberes locais e o novo currículo
do Ensino Básico. O seu objetivo é refletir sobre a inclusão dos saberes locais no currículo do
Ensino Básico. O estudo dos saberes locais tem uma grande importância na atualidade porque
eles estão ligados à cultura, ou seja, às temáticas específicas da vida quotidiana dos alunos. Pela
sua estreita ligação com a cultura são resgatados para a escola com o intuito de revitalizar a
cultura e dinamizar o processo de ensino e aprendizagem ligando a escola com a comunidade.
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1.1.objectivos
1.1.2 Objetivos gerais
 Analisar a implementação do currículo local no processo de ensino e aprendizagem;
 Conceptualizar o Espaço do currículo local;

1.1.3 Objetivos específicos


 Compreender sobre o Espaço do currículo local
 Explicar sobre o Espaço do currículo local
 Descrever o objetivo do currículo local

1.2.4 Metodologia de pesquisa

A metodologia consiste e uma reflexão a cerca de conjunto de métodos lógicos e científicos, para
a efetivação do trabalho, o grupo recorreu a seguinte método a saber: referências bibliográficas,
documentos como a obra de roldão et al.
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CAPITULO II: FUNDAMENTACAO TEORICA

2. Espaço do currículo local

Segundo roldao (2011) e tuzine (2005), compreendemos que o currículo local como um conjunto
de conteúdos que abordam a vida local do meio onde esta inserido a escola. Sem limitar o
trabalho mas apenas as questões desse local, mas sim criar possibilidades de construção de
conhecimento escolar baseada na contextualização. Isso é privilegiando os estudos locais, como
por exemplo, os problemas encontrados na sala de aula, no externo da escola, no bairro, na
cidade para abordar conteúdos curriculares.

INDE (2003:82), entende o currículo local como sendo o complemento do currículo oficial,
nacional, definido centralmente, que incorpora matérias diversas de vida ou de interesse da
comunidade local nas mais variadas disciplinas comtempladas no plano de estudo.

Este conceito mostra o vazio que existia ao abordarmos apenas os conteúdos centralmente
definidos e com a inclusão dos saberes local torna o ensino mais relevante e pode reforçar a
interação entre a escola e a comunidade, ou seja, aquilo que era a cultura local ela já é valorizada
e discutida nos membros da escola.

2.1.1 Surgimento do Espaço do currículo local

O currículo local surgiu a partir das demandas avindas no projeto ERA durante o período
formativo nos eixos disciplinares e temáticos.

2.1.2 Objetivo do Espaço do currículo local

Basílio (2006:22) na sua dissertação argumenta esta posição que o interesse da escola pela
comunidade tem como objetivo estabelecer as relações de diálogo entre a própria comunidade e a
escola, entre os saberes locais das comunidades e os saberes universais para o desenvolvimento
da prática educativa. Um dos objetivos do currículo local é de desenvolver nos alunos saberes
locais, dotando-lhes conhecimentos, habilidades, valores e atitudes que lhe permitam ter uma
participação plena no conhecimento social, cultural e económica na sua comunidade INDE,
2011:11
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O currículo local teve como objetivo contribuir para que educandos entendessem a realidade em
que vivem e que conseguissem atuar de forma crítica sobre ela. Partindo do objetivo de trabalhar
conjuntamente os conceitos científicos e os conceitos cotidianos estando imersos em
conhecimentos geocientificos, no ano de 2007, observamos um coletivo de professores
elaborando conhecimentos escolares e a constituição de uma nova proposta curricular que
problematizava o local ou ambiente da escola.

2.1.3 Seleção dos saberes locais nas escolas básicas

O processo de seleção dos conteúdos/saberes locais no Ensino Básico é uma idealização


frustrada na maior parte das escolas do ensino básico, devido às várias razões, mesmo sendo do
conhecimento de que cada escola deve prever, nos programas de ensino “uma margem de
tempo” para que se tratem conteúdos locais relevantes para a inserção do aluno na respetiva
comunidade.

Estes conteúdos devem ser deduzidos sempre em conformidade com as aspirações das
comunidades ou seja, devem propor aquilo que consideram ser os conteúdos de Aprendizagem
relevantes para que as crianças aprendam na escola Castiano (2005:73).

Para a seleção destes saberes, os professores são solicitados para que no acto das suas
planificações, consultem, para além do programa centralmente definido, o manual do professor e
a brochura sobre o currículo local, tendo em conta que, este não é uma disciplina à parte, senão
um conjunto de conteúdos determinados como sendo relevantes para a aprendizagem, aplicáveis
nas diferentes disciplinas do currículo nacional.

Assim, o professor é agora obrigado a questionar e investigar no seio da comunidade para


preencher o tempo reservado para os conteúdos locais. Contudo, a lecionação daqueles
conteúdos mais complexos, que não sejam do seu domínio, deverá recorrer a algumas pessoas
que detenham essas habilidades ou conhecimentos. Desta forma algumas pessoas das
comunidades (especialistas em determinadas áreas), terão a oportunidade de entrar em contacto
direto com os alunos na sala de aulas para transmitirem as suas habilidades e conhecimentos.

2.1.4 Sistematização dos conteúdos do currículo local no ensino básico


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A sistematização de conteúdos/saberes locais, tem vivido dificuldades, primeiro de ordem de


recolha, devido a fraca colaboração da comunidade, que exige incentives, isto é, alguns membros
da comunidade após realizarem certas atividades ligadas à recolha ou transmissão de saberes
locais exigem incentivos e que a não satisfação deste pedido afugenta os membros, preferindo
dedicar-se a outras atividades do seu dia-a-dia.

O processo de introdução e sistematização dos conteúdos/saberes locais nas escolas, até mesmo
ZIP’s depara-se também com outras dificuldades que segundo Castiano (2005:74) devem ser
tomadas a sério para não perigar a própria intenção de tornar a escola relevante.

Tais problemas prendem-se com o facto de muitos professores, apesar de várias capacitações,
queixarem-se de ainda não saber como recolher os conteúdos locais das comunidades. A não
formação específica de professores capazes de recolher, harmonizar ou sistematizar os conteúdos
locais da escola e da ZIP também contribui para este fracasso.

Outra razão é a falta de cuidado com a comunidade, no que respeita à recolha dos saberes locais
para garantir a divulgação dos métodos de produção, disseminação e definição dos mesmos.

Outra questão que fracassa a sistematização dos saberes locais nas nossas escolas prende-se com
a inquietação a quem de facto cabe o papel de validar os saberes recolhidos nas comunidades?

Os objetivos educacionais estão explicitamente determinados pelo Ministério de Educação e


Cultura, INDE e outros organismos ligados a gestão da Educação. Contudo, e tomando em conta
que as comunidades também traçam o perfil do homem que gostariam de ter, é óbvio que haja
necessidade de se estabelecer políticas mais claras sobre esta matéria.

A dificuldade que existe na aprovação e validação de conteúdos recolhidos nas comunidades,


demonstra claramente que algo deve ser feito de modo a se esclarecer a instância que deve se
ocupar por esta grande missão de modo a evitar-se situações que acontecem um pouco por todo o
pais.

A escola enquanto instituição responsável pela transmissão dos conhecimentos científicos e


todos os saberes práticos do quotidiano deve se aproximar aos grupos sociais que convivem e
produzem os saberes. Ela deve reconhecer os valores de cada saber e legitimar os conhecimentos
e saberes para a aprendizagem do aluno, Basílio (2006:51).
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Esse processo pode ser observado pelos professores, durante uma reunião de planeamento e para
tal é necessário:

 Fazermos uma análise do mundo em que vivemos com descrição, observação e


investigação professores de sociologia;
 Incomoda muito a maneira que os professores ensinam hoje. O professor chega em sala
de aula e passa definições e conceitos cheios de certeza, ninguém questiona. Em nossa
opinião, não cabe mais ao professor, apenas alimentar certezas;
 O professor não produz ciência e sim reproduz algo que foi pesado por outras pessoas.

Apoiado na conceção de que o currículo é uma construção social, de acordo com Goodsom 1995
destaca que o currículo pode ser entendido como uma arena de todos os tipos de mudanças,
interesses e relações de dominação, na medida em que a elaboração de um currículo é um
processo que envolve escolha e interesses, as lutas e os conflitos são quase inevitáveis.

Dessa forma, em dezembro de 2007,os professores entregaram a versão final da proposta


intitulada educação ambiental: uma proposta interdisciplinar voltada para a sustentabilidade. Que
teve como objetivo geral fomentar a compreensão dos problemas pertinentes a sustentabilidade
do meio ambiente, a partir dos projetos sociopolíticos da ocupação do solo em área da bacia do
ribeirão das anhumas.

Para desenvolver essa proposta curricular, o coletivo de professores se dividiram em três


subgrupos de trabalhos, estes separados ente educandos no nível fundamental e medio. E
desenvolveram diferentes projetos, conforme os apresentados na tabela abaixo:

Nível Disciplinas Título da Objetivos


escolar envolvidas proposta
Nível Geografia, Uma estrutura Utilizar os conhecimentos adquiridos durante os
fundame Matemática, na sob bacia do módulos de cartografia, geologia, solos,
ntal português e ribeirão das biologia e riscos ambientais para elaboração de
artes. pedras atividades com alunos, utilizar o campo
motivador coletivamente com a equipe de
professores do projeto a partir da proposta geral
desenvolvida pelo grupo de professores do
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projeto para atividades interdisciplinar a serem


aplicadas com alunos ou adequar o pano de
ensino contextualizando com as propostas de
atividades.
Ensino Filosofia, Olhares, O projeto propõe uma reflexão
medio I sociologia e caminhos e problematizadora dos mecanismos de uso e
matemática fazeres ocupação do solo, a partir dos olhares
institucionais e da comunidade, a fim de que se
verifique se os impactos ambientais são
decorrentes a urbanização em áreas de
preservação ambiental, como cabeceiros e
nascentes de rios.
ENSINO Matemática, Formas do Desenvolver práticas educativas, que
MEDIO geografia e espaço transformam o ser humano, a ponto de que o
II inglês mesmo viva em equilíbrio e harmonia com o
meio ambiente.
Tabela 1: propostas dos subgrupos do trabalho da escola Adalberto nascimento.

3. Espaço do currículo local no contexto moçambicano

Em 2004 o Ministério de Educação (MINED) introduziu inovações no Novo Currículo do ensino


Básico com base na transformação curricular de 2002; são elas: o “ciclo de aprendizagem, ensino
básico integrado, Currículo Local, distribuição de professores, Progressão por ciclos de
aprendizagem, línguas moçambicanas, língua inglesa, ofícios, educação moral e cívica e
educação musical”( INDE, 2003: 24- 31). Dentro dessas inovações, destacamos o currículo local,
os professores, a comunidade local como o foco do estudo.

Para o Inde, o currículo local é um componete do currículo nacional que integra aspectos de
cultura local . o curiculo local constitui uma das inovações fundamentais. Em Moçambique, o
primeiro trabalho realizado por missionários ligados aos saberes locais foi o estudo etno-
linguístico. Este trabalho consistiu em estudar as línguas locais para traduzir a Bíblia. Traduzir a
Bíblia em língua local implicava conhecer a cultura do povo falante dessa língua. Ora, os
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antropólogos implicados no processo passavam muito tempo a conversar com os velhos para
compreender as suas construções culturais. As línguas locais serviam de meio para apreender os
saberes locais. Contudo, a tradução da Bíblia em línguas locais trazia implicações políticas e
culturais no seio dos nativos. Implicações políticas e culturais porque alguns conceitos locais
eram reajustados segundo a intenção dos colonizadores. As línguas locais e os saberes locais
eram instrumentalizados para facilitar o trabalho dos colonizadores em África. Assim, na
produção e organização do conhecimento escolar, os saberes locais eram segregados.

3.1 Implementação dos conteúdos do currículo local no processo de ensino- aprendizagem

A existência de um currículo planificado não é um fim em si, mas é um pressuposto e um meio


para a mediação do conjunto de experiencias da sociedade aos alunos, ou seja, naos basta ter um
manual do currículo local para aferir que esta sendo implementando. Vários fatores são
equacionados para a sua implementação tendo um olhar para o professor, condições estruturais
da escola e da elaboração da comunidade ou dos informantes locais para a efetivação. INDE
2011:21 recorda que a comunidade tem um papel de:

 Fornecer informações relevantes a serem abordadas na escola; apoiar na transmissão de


conhecimentos, experiencias, relativas aos saberes locais;
 Sempre que for possível fornecer apoio material para uma melhor execução das
atividades;
 Envolvimento dos membros da comunidade nos trabalhos do currículo local é feito de
forma rotativa, portanto, alteram entre si.

A comunidade é representada por intervenientes da educação, das instituições locais e


privadas, organizações socias e todos aqueles que possuem e possam dar informações
relevantes para integração na escola. A implementação é também influenciada, no
entendimento da escola, pela fraca articulação coma comunidade no processo de recolha e da
mediação dos conteúdos do currículo local na escola.
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Capitulo III: CONSIDERACOES FINAIS

Após a reflexão envolta do tema e leituras de diferentes matérias sobre o currículo local,
concluiu-se que este é um componente do currículo nacional constituída por conteúdos definido
localmente como sendo relevantes para a integração da criança; não sendo uma disciplina á
parte, mas sim, um conjunto de conteúdos determinados como sendo relevantes para
aprendizagem, aplicáveis nas diferentes disciplinas do currículo nacional.

Conclui-se também que esta idealização, tem em vista o envolvimento da comunidade aonde se
localiza a escola no sentido de, muito próximo, acompanhar a educação dos seus educandos, e
mais, contribuir com os seus saberes apoiando também no processo de vinculação dos mesmos
na escola.

Outra constatação feita, é que esta intenção vê-se frustrada devido ao fraco processo de
sistematização dos conteúdos ou saberes locais nas escolas e Zips`s causada por vários fatores
nomeadamente: muitos professores não sabem como recolher os conteúdos locais da escola e da
Zip, a falta de cuidado com a comunidade, no que respeita a recolha dos saberes locais para
garantir a divulgação dos métodos de produção, disseminação e definição dos mesmos, a
inquietação a quem de facto cade o papel de validar os saberes recolhidos nas comunidades.
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REFRENCIAS BIBLIOGRAFICAS

INDE, Manual de Apoio ao Professor: Sugestões Para A bordagem do Curriculo Local ( Uma
alternativa para a Redução da Vulnerabilidade), 2ª edição, Maputo, INDE-MINED,2011.

INDE/MINED . Plano Curricular do Ensino Básico: Objectivos, Política e estrutura, Planos de


estudo e Estratégias de Implementação, ,Maputo, INDE-MINED 2003.

BASILIO, Guilherme. Os saberes locais e o novo currículo do ensino basico: tese de mestrado na
universidade polificia atolica de s.p.2006

INDE.Manual de apoio ao professor: sugestões para a abordagem do currículo local (uma


alternativa para a redução da vulnerabilidade), 2ªedicao, Maputo, INDE-MINED,2011.

PACHECO,Jose A. Componentesdo processo do desenvolvimento do currículo. Porto editora,


1996

ROLDAO, M.C. um curiculo de currículos. portugal: edições cosmr, 2011

TUZINE, A. Novo currículo o que é? maputo: mec, 2005

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