Resumo

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I.

Introdução
Cooperação intergovernamental e integração
Teorias da integração económica
Funcionalismo
Funcionalismo- ideia de que nos devíamos focar em áreas de cooperação técnica; para os
funcionalistas, a paz mundial é conseguida através de uma cooperação técnica pragmática

Nestas áreas de cooperação técnica é mais fácil os estados cooperarem, pois há menos
poder militar, económico ou político em jogo

Após a colaboração nestas áreas, a cooperação noutras áreas torna-se mais fácil.
O argumento no funcionalismo é que o sucesso na cooperação em áreas menos
competitivas vai fazer com que a cooperação em áreas mais competitivas seja mais fácil e
mais possível com o tempo.

Com a cooperação em áreas técnicas amenta, o nacionalismo e a competição diminui.

O facto de os estados deixarem de lado o nacionalismo e a ideia de soberania, faz com que
haja uma diminuição da probabilidade de guerra, já que estes são dois motivos para o inicio
desta.

Neo-funcionalismo
Neo-funcionalismo- utiliza muitas ideias do funcionalismo, mas coloca-as a um nível regional
e não mundial

Decisões feitas pelos governos nacionais para conceder autoridade a organizações


internacionais e para conseguir cooperação em certas áreas pode necessitar de cooperação
e integração mais profundas em áreas que se relacionam, e estas áreas necessitam mais
cooperação de uma terceira área, e assim por diante (Spillover Effect).
Este efeito exorbita pressão de duas maneiras:
- logica expansiva: a cooperação numa área cria pressão para a cooperação ser levada para
outras áreas
- lógica aprofundada: criar pressão ainda mais cooperação no setor inicial

A integração da política numa área pode desenvolver conexões entre estados com objetivos
similares.

Neo-funcionalismo explica alguns dos elementos-chave da integração da EU.

III. Introdução ao sistema institucional da EU

As instituições da UE e sua evolução


Por forma a permitir a prossecução dos objetivos partilhados pelos Estados-Membros é
necessária a criação de uma estrutura forte, constituída por instituições que sejam dotadas
de capacidade para prosseguir determinados fins.
Esta estrutura sofreu inúmeras alterações, sendo as mais recentes pós-Tratado de Lisboa.
As instituições mantiveram-se particamente inalteradas, não se podendo dizer o mesmo
acerca da sua composição, funcionamento e competência.

O artigo 13º nº1 do TUE elenca as seguintes instituições:


- parlamento europeu

As funções desta instituição estão elencadas no artigo 14 do TUE:


- função legislativa (art. 289º TFUE)
- função orçamental (art. 310º TFUE)
- função de controlo político (art. 324º TFUE)
- funções consultivas

Quanto à função legislativa, o Parlamento é considerado legislador quanto ao


processo legislativo ordinário, mas quanto ao processo legislativo especial, este
raramente legisla sozinho, este apenas é chamado a intervir em casos excecionais.
Não é reconhecida ao Parlamento Europeu a iniciativa legislativa, exceto nos casos
previstos no artigo 289º nº4 TFUE.

Quanto à função orçamental, esta instituição tem um poder equiparado ao do


conselho.

Quanto à função de controlo político, resulta daqui a responsabilidade política da


Comissão perante o Parlamento (art. 17º nº8 TUE).
O Tratado de Lisboa confere ao Parlamento a capacidade de constituir comissões de
inquérito temporárias (art. 226º TFUE) e também a de exigir a apresentação de
relatórios e informações a outros órgãos da União.
O Parlamento controla ainda o Europol e o Eurojust, mas também a eleição do
Provedor de Justiça (art. 288º nº1 TFUE).

- conselho europeu

Este reúne os Chefes de Estado e de Governo dos países membros, com o intuito de
definir a agenda política da União Europeia.

O Conselho Europeu não exerce função legislativa (art. 15º TUE).

O Conselho Europeu tem poderes amplos para a organização e formação das


restantes instituições:
- delibera as formações e presidências do Conselho (art. 236º TFUE)
- designa a pessoa a ser eleita pelo Parlamento Europeu para Presidente da
Comissão Europeia (art. 17º nº7 §1 TUE)
- nomeia a Comissão Europeia (art. 17º nº7 §3 TUE)
- nomeia o Alto Representante para os Negócios Estrangeiros e a Política de
Segurança (art. 18º nº1 TUE)
- nomeia os membros da Comissão Executiva do Conselho do Banco Central Europeu
(art. 283º nº2 §2 TFUE)
- decide sobre a abertura de um processo de revisão dos Tratados (art. 48º nº 3 e
nº6 TUE) e sobre alterações de determinadas disposições dos Tratados (art. 48º nº7
TUE); a alteração tem de ter o assentimento de todos os parlamentos nacionais dos
Estados-Membros

- conselho

Composto por um representante de cada Estado-Membro ao nível ministerial, com


poderes para vincular o governo do respetivo Estado-Membro e exercer o direito de
voto (art. 16º nº2 TUE).

As funções do Conselho são:


- função legislativa: após o Tratado de Lisboa, houve uma partilha gradual com o
Parlamento Europeu; o processo legislativo ordinário prevê uma decisão conjunta do
Parlamento Europeu e do Conselho, sob proposta da Comissão (art. 289º nº1 TUE)
- função orçamental: partilhada com o Parlamento Europeu (art. 314º TFUE)
- funções de definição das políticas e de coordenação (ex.: 26º nº2 TUE; 121º TFUE;
150º TFUE; 160º TFUE)
- competências no alargamento das competências de outras instituições (art. 352º
TFUE)
- competência para aprovar decisões de natureza constitucional no que toca a
recursos próprios da EU (art. 311º nº3 TFUE)
- eleição de deputados para o Parlamento (art. 223º nº2 TFUE)
- poder de execução dos seus atos legislativos, reservando para si a execução de
atos juridicamente vinculados, em “casos específicos devidamente justificados”
(art. 291º nº2 TFUE)

- comissão europeia

Tem como primordial atribuição a representação e defesa dos interesses da EU na


sua globalidade.

A Comissão corresponde ao órgão executivo da União.

O artigo 17º nº1 TUE enumera as suas funções:


- promove o interesse geral da EU
- vela pela aplicação dos Tratados
- controla a aplicação do direito da EU
- executa o orçamento
- funções de coordenação, execução e gestão
- assegura a representação externa da EU
- programação anual e plurianual da EU

Além destes, ainda tem:


- iniciativa legislativa (art. 17º nº2 TUE): exerce por competência própria como a
pedido do Parlamento Europeu
- controlar e impugnar comportamentos que incumpram o direito (ex.: art. 258º
TFUE; 260º TFUE): sempre que se justifique
- pode adotar pareceres e recomendações (art. 292º TFUE)

A Comissão perdeu muitos poderes com o Tratado de Lisboa, desempenhando um


papel muito mais reduzido no âmbito da Política Externa e de Segurança Comum, da
União Económica e Monetária e noutros domínios.

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