Aulas Práticas - Mariana Geraldo (Sem Nome)
Aulas Práticas - Mariana Geraldo (Sem Nome)
Aulas Práticas - Mariana Geraldo (Sem Nome)
PLATAFORMAS: site do TJUE – uma parte muito significativa do direito da EU deve-se ao papel
do TJUE – não importa considerar se funcionam como precedente – mas foram eles que e
estabeleceram a relação entre o Direito da UE e o direito nacional.
Acordão e as conclusões do Advogado Geral [não dispomos na nossa ordem jurisdicional] mas
vai apresentar uma proposta de solução para aquele caso – possibilidades da respetiva solução.
A posição do TJUE nem sempre pronuncia sobre os argumentos das partes, mas o advogado
geral faz uma exposição sobre os argumentos das partes, pelo que enriquece a nossa
compreensão obre o Acórdão!
Após 1945, houve uma série de tentativas e movimentos que procuraram assegurar um certo
grau de integração que visavam a manutenção da paz.
E neste contexto que temos a assinatura do Tratado de Paris que institui a CECA – 1951
(Constituição da CECA) e 1952 - esta OI teria uma duração de 50 anos.
Em 1957 temos 2 comunidades cujos tratados (de Roma) foram assinados no mesmo dia –
Tratado de criação do EUROTOM Energia atómica para fins não militares no quadro da Europa e
a CEE.
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
No caso desta 3 comunidades temos mais que isso - Bélgica, Países Baixos, Luxemburgo, RFA A
Itália e a França
E depois do tratado de fusão que foi assinado em 1956 teremos a partilha da comissão e do
conselho.
Tratado de Maastricht – tratado da EU porque no seu artigo A que as altas partes contratantes
instituem uma EU –
Criação ainda que um pouco ambígua de uma nova OI – instituição da EU – Nova OI ou arranjo
que não goza de personalidade jurídica, porque o que temos são as comunidades
pré-existentes e que funcionam com uma logica já bastante aprofundada e que vão agrupar
esta nova realidade. Temos ainda a criação da cidadania europeia. Passo ainda simbólica de
integração politica. Com este tratado a CEE, passa a ser designada como Comunidade Europeia
– denotando que esta comunidade não de natureza exclusivamente económica.
Tratado que instrui uma constituição para a Europa – processo de integração muto
aprofundado – do ponto de vista simbólico a ideia da constituição de um estado – este tratado
foi assinado pelos representantes os estados membros, mas caiu o processo da sua ratificação.
Sendo necessário proceder a uma revisão dos tratados essa recuperação foi feita no Tratado de
Lisboa – no entanto retirou-lhe a carga simbólica da instituição de uma constituição.
O que se tem com o TL é um tratado que altera a CEE e institui a EU – é ele próprio um tratado
de revisão – que corresponde àquelas partes autónomas do tratado de Maastricht e temos a
revisão do tratado de Roma que instituiu a CEE e que passou a chamar-se CE
Tratado sobre o funcionamento da EU – tratado de Roma com as revisões todas que ele já
sofreu incluindo o Tratado de Lisboa.
A CECA foi absorvida pela CEE que nessa altura – duração de 50 anos, extinguiu-se em 2002 –
já se chamava CE.
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
Temos hoje uma integração mais aprofundada do que em 1992 mas em matéria de politica
externa e segurança comum o nível de integração é muito menor do que em matérias
económicas.
Ver também os novos órgãos que vão sendo criados e os novos poderes atribuídos a estes
órgãos e instituições.
Ela apresenta muitos traços que permitem que muitos autores reconheçam um projeto com
verdadeiras dimensões constitucionais.
Assim este quadro institucional não tem a mesma natureza de uma pessoa coletiva de natureza
privada.
Ma nem um nem outro principio se traduzem no plano comunitário da mesma forma que
costumam traduzir-se nos estados nacionais – principalmente para nos que temos um estado
unitário com uma assembleia parlamentar única.
Conselho Europeu
Conselho [da União Europeia] – membros dos governos dos estados membros – Legitimidade
democrática indireta
Exercício do poder politico e gozam de legitimidade democrática, ainda que diferente para cada
uma delas. – Ver site do parlamento europeu
Tribunal de Justiça da UE
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
Os cidadãos europeus são aqueles que são nacionais dos estados membros.
O PE era composto por representantes dos povos dos estados membros – inicialmente – até
1979 o PE era composto por membros designados pelos parlamentos nacionais.
Depois da saída do Reino Unido, o PE é composto por 705 membros, desde 2020 – antes tinha
751 contando com o Presidente - que são escolhidos em cada um dos estados membros – cada
estado membro funciona como um circulo eleitoral.
21 – 10.000.000
96 – População na Alemanha
As eleições são disciplinadas pelo direito interno dos estados membros, mas que respeitem as
exigências da EU:
regras democráticas
o cidadão vota numa lista de eurodeputados e não numa lista de representante que vão
escolher eurodeputados
não podemos ter um sistema maioritário – isto é o partido que ganha as eleições não pode
preencher todos os lugares.
Podem votar e ser leitos os cidadãos da EU, sendo que os cidadãos podem participar ou no seu
estado de nacionalidade ou no seu estado de residência – o que não pode é votar e ser leita
nos 2 territórios – 2 acórdãos link nas apresentações [casos excecionais Gibraltar para poderem
participar nas eleições ou no caso com estatuto de estados associados – países baixos que
residiam em Aruba mas os países baixos não atribuíam essa participação mas o TJUE veio a
permitir essa possibilidade]
Ainda que a eleição decorra em cada um dos estados membros – os eleitos são organizados de
acordo com as afinidades politicas – ideologias politicas, grupos políticos do PE (os grupos
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
políticos têm de ser pelo menos compostos por 1/4 dos deputados dos estados membros].
Construção de uma vontade politica europeia.
23/10/2020
O Parlamento Europeu
A inscrição de grupos políticos europeus – criação de um novo partido europeu é possível. Uma
questão que ainda mereceu aprovação tem a ver com a criação de listas transnacionais –
circulo eleitoral único para eleição de um determinado número de eurodeputados e essas
seriam listas transnacionais.
A ideia seria ter uma lista A mais à direita e com candidatos de diversos países e outra lista
mais à esquerda que também teria deputados de vários países, estas candidaturas não teriam
assim uma ligação especifica com o estado de origem, pois cada uma delas teria deputados de
vários países, desligar os candidatos do seu estado no qual são eleitos – criar uma consciência
europeia mais desligada dos estados membros.
1.º - Quórum constitutivo – são 705 deputados e é necessa´rio que esteja reunido 1/30 para
que possa estar constituído o PE. Porem este quórum so é relevante se antes de se proceder à
votação se verifique se está presente o quórum constitutivo.
2.º quórum deliberativo – a regra é da maioria dos votos expressos – art.º 251.º - que se traduz
numa maioria absoluta dos votos expressos. Não houve alterações na maioria exigida.
Temos a proposta de ato que vai ser adotado e temos o momento de quem vota a favor, quem
vota contra e quem se abstém – as abstenções não contam como votos expressos. Logo a
posição que tem a maioria dos votos terá de ter maioria de 50+1 logo maioria absoluta.
Mas há matérias que exigem maiorias mais qualificadas – orçamentais e censura à Comissão
europeia.
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
A função legislativa cabe normalmente aos parlamentos nacionais, mas o PE não goza de
iniciativa legislativa, em regra.
Logo não pode ser o PE a desencadear um processo legislativo – se quiserem criar algo novo
têm os eurodeputados (ainda que estejam todos de acordo) iniciar o processo legislativo. Mas
podem requerer à Comissão Europeia que apresente a proposta de ato legislativo nessa
matéria – art.º 225 TFUE. A Comissão não fica obrigada a apresentar essa proposta – podendo
não querer faze-lo por oportunidade ou por não concordar. Caso a Comissão decida não
apresentar tem o dever de fundamentar essa recusa, o que tem um papel importante para a
luta politica.
Não nos podemos esquecer que o parlamento pode apresentar uma moção de censura á
comissão, pelo que a comissão não fica numa posição confortável.
Para além disso, o poder legislativo é partilhado entre o Conselho e o Parlamento Europeu, isto
significa que para a aprovação de um ato legislativo tem ambas de intervir e em regra no
processo legislativo ordinário, o ato tem de ser aprovado pelo PE e pelo Conselho.
Há ainda atos legislativos especiais em que o poder só é atribuído a uma delas, e nesse caso
pode ter de haver consulta ao outro órgão.
Antes não havia eleição direta para o PE, mas agora há – ver datas!
- na aprovação do orçamento
O PE neste momento pode desencadear ações junto do Tribunal de Justiça da EU, se considerar
que há um ato vinculativo que é incompatível com os tratados o PE pode desencadear uma
ação de anulação, não sendo a única ação que que tem legitimidade processual ativa, mas é
talvez a mais importante – zelar pela manutenção da legalidade no quadro da EU.
Outro órgão muito relevante e que exerce a sua função junto do PE - Provedor de justiça da EU
- muito similar a do nosso provedor - recebe queixas relativas a situações de desrespeito da EU
que digam respeito a órgãos ou instituições comunitárias – isto significa que não aprecia a
conduta do estados membros - mas quanto a instituições e órgãos pode pronunciar-se
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
qualquer cidadão e ainda qualquer pessoa física independentemente da sua nacionalidade que
resida em territórios dos estados membros por uma pessoa coletiva que tenha a sua sede no
território dos estados membros.
Logo, a Comissão só pode desempenhar funções apos uma aprovação global da Comissão pelo
PE
Ciclo políticos são de 5 anos com coincidência entre o PE e a Comissão – não decorre da
aprovação de uma moção de censura a necessidade de novas eleições são PE. Em principio, a
Comissão será representativa das forças politicas da Comissão, logo a eleição de uma nova
comissão para o cumprimento do tempo remanescente.
2/3 dos votos expressos para a aprovação da moção de censura e têm de votar a maioria dos
deputados eleitos – logo não basta a reunião de 1/3 dos deputados eleitos.
Duas maiorias cumulativas são exigidas – 234.º /22 TFUE 2/30 dos votos expressos + maioria
dos deputados eleitos:
- Existem 705 deputados se se verificar a votação da maioria dos votos a favor, implica que
ficam automaticamente cumpridas as duas condições.
- 2/3 dos votos, mas não a totalidade dos votos expressos a moção pode não ser aprovada.
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
Conselho Europeu
Chefe de estados ou chefes dos governos dos Estados Membros – estes chefes da estado e de
governo e o Preidente da VComissão – começaram a reunir com alguma regularidade para
taratr de detriminadas temáticas – e foi com esta regularidade de reuniões que passamos a ter
o Conselgo Europeu.
O Conselho Europeu no AUE não estava previsto - nem nontrataod e roma nem no tratado de
paris. Vom o tratardo de Maastricht passa ater cometidas algumas competência no quadro da
EU mas em sentido estrito – sói com o tratado de LISBOA É QUE TEMOS O Conselho como uma
verdadeira instituiºão europeia e co m transversalidade em todas as matérias e ainda das
competência do Conselho Europeu.
O conselho é hoje em dia constituído pelos chefes de estado e de governo dos estados
membros.
Há dois EM que podem ter mais do que um membro no Conselho – presidente do conselho e
da comissão que fazem parte formalmente do Conselho Europeu não dispõem de direito de
voto, Assim ainda que o mesmo pais esteja representado com mais do que uma pessoa, não
tem mais votos.
O Conselho Europeu é um órgão de cúpula – porque reúne as mais altas instancias dos EM,
mas pelos próprios tratados é cometida uma muito relevante atuação: definir as orientações
politicas e as prioridade politicas gerais - a EU não pode ser construída contra a vontade dos
Estados.
- O Conelho tem este poder de orientação politica que é mais forte em determinadas matérias
-
politica externa e de defesa e segurança comum.
- No âmbito do PESC o Conselho europeu aprova atos vinculativos – o Conselho europeu não
adota atos legislativos.
r
O Conselho europeu tem uma constituição fixa.
Os poderes das varias instituições não são os mesmos nas varias matérias.
-
Cabe-lhe ao Conselho o poder de discutir certos assuntos relativamente a assuntos nos quais
se tenha chegado a um impasse no quadro de outras instituições, mas que precisam de ser
tomadas – aí é requerida a atuação do Conselho para solucionar a questão – caso de matérias
de segurança social.
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
Delibera por consenso, sem que seja necessária uma votação formal naquele sentido – o
principal ato do conselho não tem natureza vinculativa. Mas em certas matérias o tratado exige
-
votação e determina também o tipo de aprovação. As ABSTENÇOES SÃO ABSTENÇÕES
CONSTRUTIVAS. Podem haver decisões com a abstenção de um chefe de estado ou de governo.
30/10/2020
Conselho
Este conselho é composto apenas por um representante de cada estado membro ao nível
ministerial e que tenha poder para vincular o respetivo governo – logo será um ministro do gov
daquele estado. Pode acontecer que esteja presente um secretario de estado desde que tenha
poderes para vincular esse governo.
Em principio estas formações são respeitadas ou então podem reunir em conselhos mais
alargados.
Questão do Eurogrupo – reúne apenas os ministros das finanças uja moeda seja o euro,
representante da Comissão europeia, representante do BCE e o próprio presidente do
Eurogrupo.
A presidência do conselho é assegurada de forma rotativa por cada estado membro – 6 meses-
há grupos de 3 estados membros que são pré estabelecidos e devem criar um programa mais
ou menos conjunto e decvem auxiliar-se.
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
A formação dos assuntos gerais visa assegurar a coerência e o desenrolar do varios temas que
têm de ser discutidos no conselho e preparar as reuniões do Conselho europeu – mas esta não
é presidida pelo ministro da nacionalidade que esteja a presidir à presidência do conselho. Não
é exercida pelo alto representante.
Nas matérias que não seja possível chegar a um sentido de decisão e esses são ainda alvo de
discussão pelo ministros antes d ehaver a respetiva votação.
Estabelece ainda uma votação por maioria simples ou a da unanimidade – 1 estado um voto –
27 estados membros – implica 14 votos e 27 votos (embora a abstenção não obste à tomada
de decisão.
Desde o TL :
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
1.º temos de obter 55% dos votos dos estados membros e nunca menos 15.
2.º os votos favoráveis correspondam a 65% da população europeia, e para isso temos de
considerar o peso demográfico dos vários estados membros.
Se a Espanha vota a favor – ainda assim 3 estados representam 47,16% da população europeia.
Houveram momentos de impasse e a forma de superar foi seguir umas orientações que não
estavam previamente estabelecidas – compromisso do Luxemburgo e de joanina
Compromisso do Luxemburgo – cadeira vazia – França não queria assinar acordos sobre a PAC
– compromisso cujo o valor jurídico ainda hoje é discutível – quando houver uma matéria que
um estado considere que é muito relevante para os seus interesses próprios, esse estado pode
exigir que não seja aprovada uma decisão sobre essa matéria sem o seu aval. Em termos
políticos sempre terá algum valor.
Compromisso de Joanina agora para satisfazer a pretensões do reino Unido (2.º estado mais
populoso) – quando temos as votações no conselho a logica é de que todos os estados tem
direito a um voto. Mas a verdade +é que os estados grandes fiacam prejuduicadaos, e como
com este sistema o reino unido para não ficar prehjudicado
Declaração n.º 7 – um grupo de estados que não queira que uma decisão seja aditada e não
forma a minoria de bloqueia – 55% dos estados ou 55% da população conforme necessário a
obter a minoria de bloqueio – no inglês a tradução é só necessário que se reúnam os 55% para
criar uma minoria de bloqueio.
Atribuições:
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
Comissão Europeia:
Inicialmente o PE não tinha uma eleição direta, o PE, o Conselho e o CE estavam ligados
umbilicalmente aos estados membros e a Comissão aparecia como um órgão mais
independente.
E em sentido mais amplo – com as direções gerai e direções de serviços mais a colégio de
comissários.
O colégio de comissário – quantos membros? Isto é importante porque é uma forma simples
de vermos se abrem o tratado - 17º TFUE – numero de membros correspondente a 2/3 do
numero de estados membros – a comissão europeia representa o interesse geral da União e
não os interesses dos estados membros não é necessário que a comissão seja composta por
um nacional de cada estado membro – temos uma comissão europeia que tem 27 membros.
Logo tem de haver pastas repartidas entre os estados membros – nem sempre com a mesma
visão sobre os assuntos, logo a sugestão do TL era reduzir o n.º de comissários europeus.
Logo em 2008 para facilitar o processo de ratificação do TL o conselho europeu deliberou que
por enquanto não se aplica a regra do art.º 17.º, salvo se houver uma decisão em contrario do
conselho europeu. – são 27 porque são 27 os estados membros – os que só forem abrir o
tratado vão dizer que são 2/3 do numero dos estados membros. No entanto, como houve
decisão contraria do Conselho Europeu os membros são 27 - Decisão do Conselho Europeu
2013/272 de 23 maio de 2013.
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
Independência face a governos nacionais – os comissários não devem dizer que estão lá para
defender os interesses nacionais. E esta independência deve dar-se após o mandato – não
pode ter nenhum cargo nacional, não pode receber ordens desse estado membros, não pode
desempenhar qualquer função publica ou privada ainda que não remunerada. Neste momento
tem de haver uma autorização de exercício de funções após a cessação do seu mandato
–Decisão da Comissão com base num parecer de comité de ética independente – sem este
parecer positivo poderá perder os direitos de reforma.
Iniciam-se com as eleições para o PE, de pois o CE deliberando por maioria qualificada vai
propor uma personalidade e essa personalidade há-de ser votada pelo PE pela maioria dos
votos. Se rejeitada o CONSELHO EUROPEU TEM DE INDICAR OUITRA.
Antes destas eleições para o PE nos tivemos nas anteriores em que acabou per ser leito o
presidente Junker – tivemos a existência de candidatos A presidência da comissão europeia -
Nas eleições houveram no ano passado foram apresentados os candidatos, mas como depois
como o PE ficou com uma constituição mais fragmentada foi-se buscar uma candidata que não
era candidato – esclarecer e fomentar a ligação dos cidadãos ao processo eleitoral – para que
os cidadãos entendem que quando estão a escolher a composição do PE estão também a
escolher o presidente da comissão europeia.
alto representante – este é um membro cuja nomeação foge um pouco a regra, mas também
há de estar presente na comissão europeia e que depende do conselho europeu que também
pode demitir o alto representante.
Escolher uma lista de candidatos a comissários europeus vão ser escrutinados pelo PE.
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
Note-se que, caso a demissão se verifique no fim do mandato, poderá não ser substituído o
comissario.
06/11/2020
função de revisºao dos tradados . inicio do processo mas com poder mais limitado ou diluído,
porque este processo vai depender sempre os EM e estes têm sempre o poder de iniciar o
processo de revisão
Função normativa – os tratados preveem certas normas que devem ser adotadas pela
Comissão, é uma função não legislativa, fundem-se num próprio tratado e não legislativo. A
comissão naõ adota atos legislativos.
delegados art.º 290.º - parlamento e conselho entendem por razões praticas, que
determinada matéria passe a ser disciplinada pela Comissão Europeia – o Parlamento e o
Conselho que têm a função legislativa consideram que deveriam adotar uma lei sobre a
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
matéria x, mas delegam na Comissão (não se confunde com uma autorização legislativa da AR
ao Governo, pois esta esgota-se com a sua utilização).
A EU constituída por tratados internacionais – não é um estado – só pode atuar nas matérias e
como poderes que os EM - principio da atribuição - este principio esta para a EU como o
princípio da especialização está para as pessoas coletivas.
Politica externa e de segurança comum – tem normas especificas onde a preponderâncias cabe
ao conselho e ao Conselho europeu, e ao alto-representante (GARANTE DA COERENCIA DA
AÇÃO EXTERNA DA UNIÃO EUROPEIA) presidente do conselho nos negócios estrageiros (figura
hibrida – participa nos trabalhos do conselho … e é Vice presidente da Comissão (matérias
gerais – convecções
Em principio nos termos do art.º 18 quem autoriza é o conselho quem negoceia é a comissão.
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
Não menos importante – temos a ação por incumprimento – a comissão também goza de
legitimidade processual ativa como tem ainda um poder de dirigir a fase pré contenciosa –
pode investigar se o estado esta ou não a assegurar o direito da união europeia – atraso na
transposição de uma diretiva – a resposta dos estados é apreciada e se se for o caso de
considerar um incumprimento recorre ao tribunal de justiça da união europeia o qual pode
adotar sanções contra o EM
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
1. Questão
Que instituições eram partilhadas inicialmente pelas 3 comunidades pela CECA CEE e
EUROTOM
ASSEMLBLEIA E TRIBUNAL - V
CONSELHO E TRIBUNAL
CONSELHO E A ALTA AUTORIDADE so com a trtado de 65
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
O tratado de Amesterdão vigorou por muito tempo. Não, só vigorou entre 1997 a
2003
O TA foi importante para a EU porque atribuiu força vinculativa à carta dos direitos
fundamentais: não
Foi importante para os direitos fundamentai porque consagrou pela primeira vez a
vinculação da UE aos direitos fundamentais
A carta dos direitos fundamentais foi proclamada pelo tratado de Nice mas não lhe
foi atribuída com força vinculativa
Só teve força vinculativa com o tratado de lisboa
O conselho europeu não pode adotar atos vinculativos – o conselho europeu esta
proibido de adotar atos legislativos, mas não atos vinculativos – quando nomeia uma
personalidade o ato é vinculativo.
O Comité das regiões é composto por quaisquer pessoas designadas pelo conselho –
não têm de ser membros eleitos das autarquias locais.
Frequência às 14:15h
A pirâmide jurídica da EU
As Fontes
3. Com o TL a carta passa a ter força vinculativa e a ter a mesma força vinculativa dos
tratados.
Artigo 51. o
Os Protocolos e Anexos dos Tratados fazem deles parte integrante.
Art.º 6.º n.º 1 TUE
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
5. Art.º 341.º TUE – as sedes das instituições comunitárias são fixadas de comum acordo
pelos governos de estados membros – também é um ato de direito originário
Como se soluciona o conflito entre normas de direito originário – será o tratado posterior a
afastar as normas do tratado anterior – n.º de juízes do tribunal de justiça.
A distinção faz-se por fonte formal – normas criadas por estados membros através de tratados
O derivado é o criado pelas instituições comunitárias nos termos previstos no direito originário
Artigo 5. o
(ex-artigo 5. o TCE)
1. A delimitação das competências da União rege-se pelo princípio da atribuição. O
exercício das competências da União rege-se pelos princípios da subsidiariedade e
da proporcionalidade.
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
Este princípio da atribuição permite aferir que a EU ainda não é um Esatdo, porque o estado
fica os seus direitos.
Assim, cada ato de direito derivado só pode existir se encontrar previsão nas normas do
tratado – bases jurídicas ou bases legais – daí a aparecer nos atos derivados a remissão à base
jurídica por ex.: “ considerando o artigo do Tratado, estabelecem o seguinte:….”
Indicam nomeadamente:
Artigo 47. o
(ex-artigo 41. o TCE)
Os Estados-Membros devem fomentar, no âmbito de um programa comum,
o intercâmbio de jovens trabalhadores.
Não temos aqui uma competência da União temos aqui uma definição de
conduta pelos estados membros.
Artigo 48. o
(ex-artigo 42. o TCE)
O Parlamento Europeu e o Conselho, deliberando de acordo com o
processo legislativo ordinário, tomarão, no domínio da segurança social, as
medidas necessárias ao estabelecimento da livre circulação dos
trabalhadores, instituindo, designadamente, um sistema que assegure aos
trabalhadores migrantes, assalariados e não assalariados, e às pessoas que
deles dependam:
Artigo 18. o
Os juízes e os advogados-gerais não podem exercer funções em causa em
que tenham intervindo anteriormente como agentes, consultores ou
advogados de uma das partes, ou sobre que tenham sido chamados a
pronunciar-se como membros de um tribunal, de uma comissão de
inquérito, ou a qualquer outro título.
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
O conselho tomando por base o artigo 48.º do TFUE, adotou um regulamento que modifica O
SISTEMA DE CONTRIBUIÇÕES DE segurança social, proíbe os cidadãos polacos de receber as
prestações sociais no seu país de origem. Quid iuris.
Um dos aspetos a que temos de atender do ponto de vista material ou substancial desrespeita
o direito previsto no tratado – como seja o principio da discriminação em função da
nacionalidade.
Mas também quanto aos aspetos ,materiais e substancias – este ato desrespeito principio da
discriminarão consagrado no at.º 18.º do TFUE e 45.º do TFUE
Assim o direito originário também é parâmetro de validade do direito derivado, vala também
quanto aso aspetos materiais – daí o ato seria inválido – art,º 18.º e 45.º do TFUE
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
O TJUE enm regra utiliza uma interpretação teleológica que facilita a abertura a uma extensão
das competências comunitárias – entende que estamos num processo de integração e como
processo que é enetende que as bases jurídicas sejam entendidas num senido amplo.
1.º na verdade +parece hoje pacific admin«ir-se a integração de lacunas – permite-se a atuação
da unão em ceros docinios:
3 mecanismos distinto
Unidade de sentido imanente aos tratados – já não é muito aplicado – tratava-se de considerar
que tínhamos 3 comunidades distintas baseadas em 3 tratados distintos, mas que se
complementavam.
A CEE podia intervir em determinada matéria mas que a CECA não podia intervir – Ex.
circulação de trabalhadores – mas considerou-se que havia uma unidade entre os dferentes
tratados constitutivos, logo podemos procurara uma base jurídica de um tratado que nos
permita atuar no âmbito do outro tratado.
De qualquer forma, hoje não há muto sentido neste sentido de integração de lacunas – porque
a CECA já se extinguiu e também não faz sentido integrar os tratados da união europeia que já
esta muito desenvolvido com o tratado da EUROTOM.
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
competência interna é necessário que tenha também esta competência externa – assim estaria
lá implícita a competência externa.
Artigo 3. o
(ex-artigo 2. o TUE)
1. A União tem por objetivo promover a paz, os seus valores e o bem-estar
dos seus povos.
2. A União proporciona aos seus cidadãos um espaço de liberdade,
segurança e justiça sem fronteiras internas, em que seja assegurada a livre
circulação de pessoas, em conjugação com medidas adequadas em matéria
de controlos na fronteira externa, de asilo e imigração, bem como de
prevenção da criminalidade e combate a este fenómeno.
3. A União estabelece um mercado interno. Empenha-se no
desenvolvimento sustentável da Europa, assente num crescimento
económico equilibrado e na estabilidade dos preços, numa economia social
de mercado altamente competitiva que tenha como meta o pleno emprego e
o progresso social, e num elevado nível de proteção e de melhoramento da
qualidade do ambiente. A União fomenta o progresso científico e
tecnológico.
A União combate a exclusão social e as discriminações e promove a justiça
e a proteção sociais, a igualdade entre homens e mulheres, a solidariedade
entre as gerações e a proteção dos direitos da criança.
A União promove a coesão económica, social e territorial, e a solidariedade
entre os Estados-Membros.
A União respeita a riqueza da sua diversidade cultural e linguística e vela pela
salvaguarda e pelo desenvolvimento do património cultural europeu.
Os poderes subsidiários- art.º 352 – Base especial ou especialissima – Tem carater geral mas
não vale para a PESC.
Artigo 352. o
(ex-artigo 308. o TCE)
1. Se uma ação da União for considerada necessária, no quadro das
políticas definidas pelos Tratados, para atingir um dos objetivos
estabelecidos pelos Tratados, sem que estes tenham previsto os poderes
de ação necessários para o efeito, o Conselho, deliberando por
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
O art.º 352.º expõe um poder que não esta nos tratados mas expõe uma lacuna – assim os
estados membros que são os donos dos tratados, tenham de concordar com o ato que se baeia
no art.º 352.º - daí a exigência do conselho mas já não a mesma exigência para o PE.
1.º a ação da EU tem de ser considerada necessária, para atingir um dos objetivos previstos nos
tratados, isto significa que eu não posso através do artigo 352.º alargar as politicas da EU. Não
pode ser realizado para os fins previstos no n.º 1 doa artigo 3.º TUE, uma vez que este é um
objetivo demasiado genérico.
Artigo 3. o
(ex-artigo 2. o TUE)
1. A União tem por objetivo promover a paz, os seus valores e o bem-estar dos
seus povos
3.º Não pode servir para alterar normas do tratado, só se aplica quando não há previsão no
tratado
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
O tribunal de justiça da EU veio dizer quanto aos limites materiais – que a sua utilização tem
sempre de …
Quando estes mecanismos de integração de lacunas não são suficientes só resta a possibilidade
de revisão dos tratados.
Atribuição dos vistos GOLD – ganha o direito de residência em Portugal – e por força disso pode
circular na EU
O MECANISMO DOS PODERES SUBSIDIARIOS NÃO SERVE porque olhando para o 352.º - porque
se a EU passasse a definir os nacionais dos estados membros teríamos um aprofundamento do
processo de integração.
Fase de iniciativa – momento da proposta de revisão dos tratados. pode ser apresentado por
um governo de um EM pelo PE ou pela Comissão e apresentam-no ao Conselho
Os parlamentos nacionais mais cedo ou mais tarde vão pronunciar-se sobre ele
Fase estadual – cada estado membro tem de ratificar o tratado de revisão – n.º 5 do artigo 48.º
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
So entra em vigor se todos os estados membros ratificarem o tratado. O conselho europeu não
pode obrigar os em a ratificar os tratados.
Neste momento a revisão pode ser no sentido de integração, mas também pode ser no sentido
de regredir as competências atribuídas à União.
Se haverá certas matérias que não possam ser modificadas – discute-se também se pode haver
revisão dos tratados que não siga este artigo 48.º?
Na verdade, pode haver alteração mesmo em desrespeito dos tratados anteriores .de qualquer
forma os estados não terão muto interesse em fugir às regras do artigo 48.º. eventualidade de
serem sancioanados – o poder das instituições é um poder de consulta
20/11/2020
Direito originário
n.º 6 art.º 48 decisão do conselho europeu – ou sej anao basta a fase comunitário depoisha
uma fase de aprovação em cada um dos estados membros
a decisão cabe ao Conselho europeu deliberando por unanimidade, após aprovação pelo PE -
Maioria dos membros que os compõem e não maioria dos votos expressos como é mais
comum). Necessita que não haja oposição por parte do parlamentos nacionais – espécie de
decisão provisoria e apenas se nunhum dos parlamentos nacionais se opuser a decisão pode
tornar-se definitiva e a revisão operar. Se houver oposição od parlmanetos nacionais ela já não
poderá operar.
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
n.º 6 e n.º 7 nestes processo temos sempre a intervenção dos espados membros e sempre
uma intervenção das instancias nacionais (n.º 7 parlamentos e n.º 6 normas internas requeiram
a intervenção dos parlamentos nacionais proque o que vai disciplinar é o direito)
Direito derivado – quando pensamos na Ordem jurídica pensamos nos tratados e depois no
direito derivado – desde o TL que se estabeleceu um critério entre atos legislativos e atos não
legislativos – processo de decisão – atos legistlativos os que foram aprovados atrvés de um
processo legislativo prdinario ou especial e atos naõ legislativos os que dofrem adotados por
outra forma.
Olhando para regulamento diretiva ou decisão – podem ser legislativas ou não legislativas
Quando pensamos na ordem jurídica interna, uma lei é sempre um ato legislativo.
Ato legislativo – ato de natureza regulamentar (regulamento enquanto forma pode ser
legislativo ou não legislativo) que o complementa de natureza não legislativa
Em matéria de ambiente temos uma diretiva relativa à proteção de zonas húmida, depois
temos um ato de execução para que determinada zona seja digna de proteção e depois vamos
ter o ato administrativo – decisão individual e concreta a ser tomada.
Na EU temos atos não legislativos que se baseiam imediatamente no tratado – não precisamos
de ter uma lei pelo meio como no direito interno.
Entre os atos não legislativos que se baseiam diretamente no tratado e os atos legislativos que
se baseiam no tratado, será menos frequente as situações de conflito – em regra eles não
incidirão sobre a mesma matéria porque é o próprio tratado que evita grande parte do conflito,
porque menciona quem vai intervir e de que forma. Por força do principio da atribuição o
legislador comunitário, porque qualquer ato tem de estar previsto nos tratados e os estados
membros têm de estar de acordo quanto a isso. O legislador comunitário tem sempre de se
basear nos tratados, se não tiver determinada matéria nos tratados como passível ser objeto
de legislação, o legislador europeu não pode legislar.
Caso 2 – bases jurídicas do tratado e ver se estabelecem a adoção de um ato legislativo ou não
legislativo
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
O que o tratado estabelece é este processo de decisão –parece muito próximo a um processo
legislativo especial.
O tjue só são atos legislativos aqueles que sejam identificados como atos legislativos
Se o tratado não referir que é um ato legislativo, logo não é um ato legislativo.
Resolver as outras hipóteses para a próxima aula.
Caso 1
Regulamento 492/2011
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
Qual foi o processo de decisão – onde procurar – dever de referir a base jurídica (art.º 296.º 2.º
paragrafo). nos tratados, temos de ir à base jurídica – dever de referir sempre a base jurídica –
“tratado art.º 46.º TFUE) – O PE e o conselho deliberando com base em processo legislativo
ordinário.
Artigo 289. o
1. O processo legislativo ordinário consiste na adoção de um
regulamento, de uma diretiva ou de uma decisão conjuntamente pelo
Parlamento Europeu e pelo Conselho, sob proposta da Comissão.
Este processo é definido no artigo 294.º.
Artigo 294. o
(ex-artigo 251. o TCE)
1. Sempre que nos Tratados se remeta para o processo legislativo
ordinário para a adoção de um ato, aplicar-se-á o processo a seguir
enunciado.
Aspetos mais pertinentes – processo legislativo ordinario – proposta da Comissão sem
necessidade de auscultar outras entidades.
“pedido de parecer do Comité Economico soaci – para já vamos esquecer esta parte do
exercício)
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
A Comissão elabora proposta de ato legislativo e proposta esta que tem se r fundamentada
– proque é que a união deve legislar sobre aquela materioa.
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
A partir das 8 semanas contam-se os pareceres formulados e se este numero for significativo
não implica a não adoção do ato.
Se 1/3 for contra, a proposta tem de ser reanalisada pela Comissão. Que pode retirar a
proposta, alterá-la ou mante-la – tem é de fundamentar)
Notem ainda que estas decisões que a comissão toma tem também com ponderações politicas.
A Comissão formula a sua proposta e envia também ao PE e ao Conselho, mas a Comissão não
perde a sua iniciativa relativamente à proposta que formulou quando a envia:
31
Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
Antes que o Conselho vá deliberar a Comissão pode modificar a sua proposta – porque só
quando houver acordo entre o PE e o Conselho é que o ato esta aprovado.
Podemos ter um consenso entre o PE e o Conselho, mas que não condiz com a proposta da
Comissão.
A proposta do Conselho já pode ser aprovada por maioria qualificada – se não houver alteração
da proposta da Comissão.
Mas se pode retirar a sua proposta porque não concorda com o sentido legislativo que o ato
esta a tomar? O TJUE que este poder de retirar a proposta não pode significar um direito de
veto. Se retira a proposta a posição tem de ser fundamentada. Refere ainda que, se a alteração
do PE e conselho contraria a proposta a Comissão tem o direito de retirar a proposta.
Estabelece ainda uma outra nota importante – o TJUE não diz que a Comissão não pode retirar,
mas dá nota de que as instituições devem cooperar.
Primeira leitura pelo Conselho – o conselho vai ler a proposta da comissão mas vai ler a
proposta do PE na primeira leitura – logo vai atender sobretudo á posição do PE, de todo o
modo o conselho vai também poder não concordar com a proposta do PE e pode ainda rejeitar
a proposta, mas pode aprovar a posição do PE (com ou sem alterações do PE à proposta da
Comissão)
Se houver divergência com a proposta da Comissão tem de ser aprovada pelo Conselho por
unanimidade, se for sem alterações à proposta da Comissão o ato é adotado por maioria
qualificada.
Se o Conselho não concorda com a +proposta da comissão vai propor alterações que vai enviar
para o PE.
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
Se for aprovado o projeto Comum, esta proposta é remetida para o Conselho e PE para a
terceira leitura – e aqui o Conselho já vota por maioria qualificada.
27/11/2020
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
Caso 1
Esta aplicabilidade direta dos regulamentos é admitida pela nossa constituição no art.º
8º, nº3.
O que podemos perceber é que o regulamento já tem em si a sITUAÇÃO do nosso caso – são
nulas as clausulas …
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
Caso 2
b) ato legislativo
c) ato legislativo
e) ato legislativo - decisão tomada pelo parlamento europeu, embora após aprovação
do conselho e da comissão.
Só há ato legislativo se a base jurídica referir que assim tem de ser – segurança jurídica.
O envio dos atos aos Parlamentos nacionais diz respeito aos atos legislativos.
No 78 n.º 3 é um ato não legislativo porque a base jurídica não diz que ele é legislativo.
226.º processo legislativo especial menor comum, é o PE que adota o ato embora após
aprovação do ato pela Conselho e PE.
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
Caso 3
Em princípio o ato não legislativo não pode contrariar o ato legislativo. No entanto,
este ato adotado nos termos do art.º 78º é um ato que se baseia diretamente no tratado e o TJ
veio afirmar neste caso que na verdade temos duas bases jurídicas distintas - estas duas bases
jurídicas permitem à UE adotar medidas diferentes no quadro da mesma política comum - só
na medida em que este ato não legislativo esteja contido dentro dos limites previstos na
respetiva base jurídica. A medida provisória não pode modificar o regime geral, mas se
estivermos de facto apenas a adotar uma medida temporária e que visa muito cirurgicamente
responder a uma situação de emergência, nessa medida o ato adotado ao abrigo do 78º, nº3
pode contrariar o ato legislativo que tenha sido adotado ao abrigo do 78º, nº2 - não tem de se
conformar - falamos de atos não legislativos que são adotados com base direta no tratado, o
próprio tratado atribui às instituições o poder de adotarem para aquelas situações medidas
excecionais.
Mas no DUE temos atos não legislativos que se baseiam nos tratados.
78 n.º 2 e 3 são duas bases jurídicas previstas no direito comunitário – que permitem á EU
adotar medidas diferentes no quadro da politica de asilo. E o TJUE defendeu que o 78 n.º 3 não
tem de estar em consonância com o 78.º 2 até porque tem outra função, que é criar medidas
provisorias – assim as medidas provisorias podem derrogar atos legislativos.
Em principio não poderia um ato não legislativo derrogar um ato legislativo, mas o 78.º 3 serve
para estabelecer medidas provisorias face a situações de emergência.
Assim o TJUE veio dizer que estes atos não legislativos podem contrariar atos legislativos.
78.º 2 serve para o regime geral e o 78.º 3 medidas provisorias – eu não posso querer com as
medidas provisorias querer a afastar o regime geral, mas se estiver a adotar uma medida
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
provisoria e de emergência então o ato não legislativo pode alterar as medidas do ato
legislativo. Notem que estamos sempre a falar de ato não legislativo que é adotado com base
no tratado, o próprio tratado atribui para aquelas situações da adoção de um ato não
legislativo.
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
Isto porque temos ato legislativos que se baseiam nos tratados e temos atos não legislativos
que também se baseiam no tratado. Se o ato não legislativo esta diretamente enquadrado pelo
tratado, logo o critério de validade é o tratado. Mas há muitos outros atos não legislativos qu
não se baseiam nos tratados – todos os atos delegados estão referidos no tratado e são atos
não legislativos e que devem obediência aos atos legislativos que as baseiam.
O TJUE chamou à atenção que o ato não legislativo tinha de ficar circunscrito ao previsto no
tratado.
Interpretação sistemática – facto de não haver esta hierarquia não significa que este ato não
legislativo não deva obedecer também ele a uma interpretação sistemática – embora admita
que possa haver esse desvio, isso não significa que não haja uma interpretação sistemática e
para essa interpretação um outro ato legislativo pode ser também convocado.
Caso 4
Caso 4
a) a forma como menciona o TFUE indicia que não encontra neste a base jurídica. Esta
decisão não é um ato legislativo, porque não foi adotada de acordo com o processo legislativo.
A base jurídica direta é o regulamento, que faz mediação entre o tratado e a decisão. Sendo de
2002, não interessa avaliar se é legislativo ou não legislativo porque, à data, não existia essa
hierarquia das fontes na UE. Mas este regulamento, ele sim, há de se ter baseado no tratado.
Esta decisão é um ato não legislativo que se baseia naquele regulamento de 2002 que, por sua
vez, se baseava nos tratados.
b) a decisão (288º) pode ser legislativa ou não legislativa, não variando as suas
características próprias com essa diferenciação - obrigatória em todos os seus elementos e,
quando designa destinatários, só é obrigatória para estes.
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
ato individual - isto porque a decisão regulava situações específicas. Era, no fundo, o ato
administrativo do DUE.
Sobretudo quanto aos atos desfavoráveis (não era o caso), as decisões, nos termos do
297º devem, em princípio, ser publicadas.
Esta decisão 2017/899 é muito diferente da que vimos anteriormente - desde logo
estamos em presença de um ato que encontra a sua base direta no tratado. Não era necessário
que assim fosse, mas, mais do que isso, é um ato adotado de acordo com o processo legislativo
ordinário - é uma decisão que é um ato legislativo.
Esta decisão não corresponde a um ato individual. É certo que vincula os EM, mas
vincula-os a todos e, portanto, vemos aqui que a decisão funciona aqui com outro tipo de
lógica, esta quase que equivale a uma diretiva. A diferença face a esta é que não há margem de
apreciação para os Estados - a decisão é vinculativa em todos os seus elementos. Esta norma
podia constar de um regulamento e, segundo o art.º 114º, não se estabelece qual é a forma do
ato.
O regulamento diz que a comissão vai receber propostas de candidatura ao fundo, quando
aferir que todos requistos estaõ preenchido e o PE e o Conselho adpotam a decisão.
Tratado
Ato de direito derivado – em 2002 não havia distinção enytre atos legislativos e não legislativos
como é feita hoje.
A base desta decisão é o regulamento logo temos aqui um ato não legislativo.
Temos de atender à forma agora: art.º 288.º - a decisão é obrigatoria em todos os seus
elementos e uqndo designa destinatarios só é obrigatoria para estes. – esta redação foi
introduzida pelo TL – a decisao antes era um ato individual, equivalia até essa data ao ato
administrativo. As decisões podem ter comodestinatarios todos ou alguns EM, quer outros
39
Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
sujeitos – empresas com grandes dimensões quiserem fundir-se, esta questão tem de ser
apreciada pela Comissão, o ato final que resulta daqui é uma decisão. Com o TL a decisão
perdeu o seu carater individual.
Significa que a decisão terá em principio um conteud normativo com alguma densidade, sem
deixar uma parte relevante para os EM – Tudo o que estiver na decisão tem de ser respeitado –
no fundo estamos a distingui-los das diretivas.
Mas o tratado não prevê todas as materias em que a União vai agir.
Atos delegados, de execução são sempre atos não legislativos. Pode basear-se no tratado mas o
mais comum é baser-se num ato legislativo.
Aqui temos uma decisão de carater geral – dirigida ao EM – que não tem o mesmo sentido ou a
mesma função da decisão anterior.
Esta decisão baseia-se no tratado – aproxima-se muito de uma diretiva – determina uma
atuação juridica que os etados devem adotar.
O espaço de decisão do estado não consta aqui, logo não é uma diretiva.
A única indicação que nos temos aqui sobre a adoção do ato, quando o memso objetivo é
paasivek de ser obtido entre a decisão e a diretiva escolhemos a diretiva. No resto não temos
essas exigencias.
O art.º 114 n.º 1 diz que o PE e o Conselho adotam as medidas – não diz qual a forma do ato.
40
Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
Caso 5
A figura da delegação está disciplinada no art.º 290º do TFUE. Este art.º admite de
forma geral que o legislador possa delegar na comissão o poder de delegar a adoção de atos
legislativos que completem ou alterem elementos não essenciais do ato legislativo - reserva de
ato legislativo - os aspetos essenciais do regime jurídico têm necessariamente de ser
disciplinados por ato legislativo e, portanto, o C e o P não podem delegar todos os aspetos do
ato à comissão. O que se permite é que este ato legislativo não tenha que legislar todos os
aspetos desse regime jurídico e que, ou a adoção desses atos necessários a complementar o
regime jurídico estabelecido no ato legislativo ou quando seja previsível que haja necessidade
de fazer modificações a aspetos não essenciais do ato, que esse poder possa ser delegado à
comissão europeia. Esta delegação justifica-se por razões de praticabilidade/celeridade. O ato
em que está estabelecida a delegação é um ato que já tem uma grande densidade normativa.
Este ato onde se estabelece a delegação não é como a nossa autorização legislativa, aqui já
temos o regime jurídico no essencial previsto no ato legislativo.
Esta questão dos elementos essenciais é um conceito indeterminado. O TJUE veio dizer
que são aqueles elementos que se refiram a escolhas políticas que devem estar a cargo do
legislador, não adiantando muito quando à sua concretização. O que é importante reterem é
que o grosso tem que estar no ato legislativo. Como esses aspetos têm que estar
necessariamente no ato legislativo e não podem ser alterados, a reserva de ato legislativa é
relativa a esses aspetos essenciais.
A delegação de poderes pode servir dois objetivos: (i) permitir que sejam
alterados/modificados aspetos não essenciais do ato legislativo; (ii) permitir que a comissão
complete o ato legislativo e, neste caso, temos alguma aproximação aos atos de execução,
disciplinados no 291º. A ideia é de que o ato de execução vai apenas especificar/concretizar
aquilo que já está previsto no ato legislativo, enquanto que, nesta delegação, a comissão ainda
tem o poder de decidir - mais espaço discricionário para intervir ao completar o ato legislativo.
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
No art.º 17º da diretiva, que remete para o Anexo II, temos as indicações do sentido
dos requisitos essenciais de competência, indicações específicas do conteúdo e dos objetivos a
observar pela Comissão.
Note-se ainda que no ato de delegação, para além destes aspetos que estabelecem o
âmbito da delegação, deve estar previsto o prazo da delegação - que está definido no art.º 31º,
nº2. A delegação não se esgota com o seu exercício como acontece com as nossas autorizações
legislativas - a comissão pode adotar vários atos dentro desse prazo.
O último aspeto que tem de estar previsto no ato de delegação são os poderes de
controlo - 290º, nº2 - por um lado, a revogação (no caso no art.º 31º). Porem, como de resto é
explicitado nesta norma, a revogação não afeta os atos delegados já em vigor - nada impede
que posteriormente o C e o P adotem posteriormente um ato que revogue a diretiva delegada.
a) pode porque estamos ainda no prazo que foi estabelecido para a delegação e esta
não se esgota com o seu exercício.
b) uma diretiva delegada é sempre um ato não legislativo e que tem sempre por base
um ato legislativo. i) é possível se for permitido pelo ato de delegação, e se não contrariar os
elementos essenciais do ato legislativo.
a) Delgação é possivel mesmo nºao estando prevista no art.º 91.º - estamos perante a
figura da delegação: serão adotados atos delegados, resulta daqui que os atos
delegados têm sempre de fazer menção a essa circunstancia.
O artigo 290,º reconhece – reconhecimento de carater geral – que o legislador
comunitario pode delegar na comissão o poder de adotar atos nao legislativos de
carater geral desde que não alterem elemntos essenciais. Esta possibilidade prende-se
com o facto de ser mais simples para a comissão alterar, sem ser por ato legislativo.
Este poder delegado pode envolver a competência para alterar aspetos não essenciais
do ato legislativo ou para completar o ato legislativo. O que são elementos essenciais –
o TJ disse que são elementos essenciais aqueles que devam obedecer a escolhas que
devam ser adotadas pelo legislador. Assim as escolhas principais de um detrminado
regime jjuridocp constituem os seus elemnetos essenciais. Pode ainda o ato delegado
alterar os elementos não esenciais e completar – pode haver uma aproximaçãoe entre
o ato delegado e o ato de execução.
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
Excerto de uma diretiva que ostra como os poderes são atribuidos de forma
especificada:
Caso 6
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
não pode ainda ser adotado. Ou (i) a comissão deixa cair o ato; (ii) altera o ato de execução e
volta a apresentar uma proposta ao comité; (iii) a comissão apresenta o ato ao comité de
recurso, que tem a mesma estrutura (não a mesma composição) - se este der parecer
favorável, o ato deve ser adotado, caso contrário o ato não pode ser adotado.
Quer o comité, quer o comité de recurso podem não chegar a tomar decisão, ficar em
silêncio. Face ao silêncio, a comissão goza de maior poder para decidir, pode adotar o ato ou
não adotar o ato ou pode até modificá-lo.
b) o ato de execução é um ato não legislativo, não existe possibilidade de alterar o ato
que lhe serve de base.
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
CASO 5
Diretiva delegada –
A Comissão pode alterar uma diretiva delegada que foi autorizada por si, a delegação é
atribuída +por um determinado período de tempo e durante esse período de tempo pode fazer
vários atos delegados que completem o ato legislativo – não há limitações a este respeito.
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
b) Enquadrar no quadro de fontes: ato não legislativo que tem por base um ato legislativo
que estabelece a delegação.
c) É possível que o ato não legislativo estabeleça uma disciplina diferente do ato
legislativo – sim desde que isso não contenda com os elementos essenciais do ato
legislativo
d) Imagine que metade dos EM discordavam da diretiva delegada – como poderiam reagir
– aqui temos de atender aos poderes de controlo que o legislador pode exercer sobre
os atos delegados.
Esses poderes – 290.º n.º 2 – poder revogação ou poder de oposição mas têm de estar
previsto no ato de delegação – estabelecem explicitamente as condições a que a
delegação fica sujeita – normalmente na pratica são estabelecidas as duas – pode ser
revogada a qualquer momento pelo PE ou pelo Conselho – isto significa que a
comissão deixa de poder exercer aquele poder delegado, mas isso não contende com a
vigência dos atos já adotados – sem prejuízo do legislador poder legislar no sentido de
revogar os atos delegados.
Artigo 290. o
1. Um ato legislativo pode delegar na Comissão o poder de adotar atos não
legislativos de alcance geral que completem ou alterem certos elementos
não essenciais do ato legislativo.
Os atos legislativos delimitam explicitamente os objetivos, o conteúdo, o
âmbito de aplicação e o período de vigência da delegação de poderes. Os
elementos essenciais de cada domínio são reservados ao ato legislativo e
não podem, portanto, ser objeto de delegação de poderes.
2. Os atos legislativos estabelecem explicitamente as condições a que a
delegação fica sujeita, que podem ser as seguintes:
a) O Parlamento Europeu ou o Conselho podem decidir revogar a
delegação;
b) O ato delegado só pode entrar em vigor se, no prazo fixado pelo ato
legislativo, não forem formuladas objeções pelo Parlamento Europeu ou
pelo Conselho.
Ainda, no âmbito destes poderes de controlo a alínea b) O ato delegado só pode entrar em
vigor se, no prazo fixado pelo ato legislativo, não forem formuladas objeções pelo Parlamento
Europeu ou pelo Conselho – poder de oposição, controlo prévio por parte do legislador, aqui o
ato tem de ser comunicado ao PE e ao Conselho e é estabelecido um prazo no ato de
delegação, e o ato delegado só entra em vigor se o PE e Conselho não objetarem o ato. O facto
de haver objeção a um ato delegado não quer dizer que seja revogada a delegação. Assim a
Comissão pode a seguir apresentar outro ato.
Neste caso é ou pelo PE e pelo Conselho – para haver delegação têm de estar em acordo o PE e
o Conselho, para a revogação e objeção basta que uma destas instituições o faça.
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
A comissão será assistida por um Comité – aqui vamos ter uma intervenção da comissão já só a
especificar as normas que já constam do regulamento, o ato de execução já não vai
complementar o ato legislativo, vai só concretizá-lo. O ato legislativo vai ser aplicado nos 27
estados membros. A regra é que temos a decisão do ato legislativo comunitário e em regra a
execução caberá aos EM - n.º 1 do art.º. 291.º
Artigo 291. o
1. Os Estados-Membros tomam todas as medidas de direito interno
necessárias à execução dos atos juridicamente vinculativos da União.
Assim o ato vinculativo pode conferir à Comissão competências de execução – permite que seja
a comissão a concretizar o regime legislativo. – 291.º n.º 2
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
04/12/2020
Caso 7
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
Este caso pratico implica que se perceba como funcionam as diretivas comunitárias – atos
vinculativos e atos típicos do direito da EU – disciplinadas no art.º 288.º
Pode acontecer que a diretiva inclua apenas uma disciplina geral, as normas previstas
pretendam estabelecer regimes jurídicos de carater geral.
1 – obrigação de transposição
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
Quando a diretiva entra em vigor, a diretiva pode ser mobilizada para a interpretação conforme
– estado enquanto aplicador do direito. A partir do momento em que entra em vigor surgem
dois efeitos jurídicos que vinculam apenas os estados membros – dever de transposição e
dever de stand still.
O que é a transposição da diretiva - não é uma copia do texto da diretiva para a OJ interna, faz
parte da própria natureza da diretiva que ela careça em alguma medida da atuação do estado,
portanto estas margens deixadas pela diretiva têm de ser preenchidas quando o estado a
transpõe. – art.º 40.º do TFUE
A Data limite para a transposição é mencionada na diretiva – 30/04/2006, mas entra em vigor
no dia da sua publicação.
Os EM têm ainda liberdade quanto à forma, isto é, podem escolher à forma que entenderem
mais adequada.
Mas não podem escolher uma mera circular, facilmente modificável, dificilmente cognoscível
pelos cidadãos.
Tem de ser escolhida uma forma que permita a adequada divulgação. Não pode uma circular
realizar esta função.
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
A diretiva fixa o fim e deixa ao estado a escolha dos meios, mas os EM devem abster-se de
adotar disposições suscetíveis de comprometer gravemente o resultado prescrito pela diretiva.
O TJ afirmou que pode ser dispensado de transposição desde que reúna os pressupostos
(C-29/84):
51
Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
Assim os Países Baixos apenas têm de comunicar que já dispõem de um regime jurídico que
estabelece o regime da diretiva e que esta transposição se torna supérflua. Dai que podem ser
dispensados da transposição.
Os EM têm de adotar um ato de direito interno que diga o que dispõe a diretiva – impacto
ambiental quanto se paga, quem esta obrigado.
Estudo de impacto ambiental – definido na diretiva, como não tem aplicabilidade direta, não
vigoram na ordem interna sem qualquer ato de receção e, portanto, o estudo só será
obrigatório quando for realizada a transposição. Não será a diretiva a vincular os particulares o
que será aplicado é o ato de transposição.
A situação normal, é que formalmente vamos aplicar a lei nacional, ainda que a lei nacional do
ponto de vista do seu conteúdo corresponda à diretiva.
Nas situações em que não tenha sido transposta a diretiva, ela pode, desde que cumpridos
certos requisitos, pode acontecer que os particulares possam invocar uma norma da diretiva
perante a administração e contra o estado – efeito direito vertical – só pode ser invocado
contra o estado.
Pode ser lei, DL e DLR, assim não podia ser um DR porque a CRP não o permite – DR é um ato
administrativo com obrigação de publicação, mas a nossa CRP não permite que seja esta a
forma.
No caso da Espanha – tinha uma lei e mais exigente que o DUE em vigor. A nova diretiva vinha
estabelecer uma exigência próxima da prevista na lei espanhola. Mas a Espanha baixou o seu
nível de exigência, continua a cumprir o que estava previsto no restante direito comunitário,
mas cria um regime transitória menos exigente do que o que já tinha.
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
Se o estado não dispõe de nenhuma norma – tem de ter essa lei quando terminar o prazo de
transposição.
O Acórdão de Inter-Wallonie (C-129/96) – veio dizer que os EM não podem adotar nenhum ato
que comprometa gravemente os objetivos da diretiva. O EM pode não fazer nada, mas não
pode afastar-se do sentido previsto pela diretiva.
O Prof Gorjão Henriques diz que os EM estão proibidos de criar medidas que provoquem uma
impossibilidade pratica. Neste caso podemos cogitar que se se cria um regime simplificado que
fica dispensado de avaliação de impacto ambiental, parece que neste caso estamos a
comprometer gravemente o objetivo previsto na diretiva.
Os EM podem adotar regimes transitórios – pode começar por prever que nos 1.ºs seis meses
só vai sujeitar a avaliação os grandes projectos, alargando o âmbito deste regime durante o
período de transposição, mas isto quando não tem nada na ordem jurídica intrena.
Caso 8:
a) Norma relativa ao direito de renuncia – tinha de ser através de um ato legislativo – Lei
ou DL neste caso, uma vez que não tem natureza regional.
Não pode ser cópia da diretiva.
Visa proteger os consumidores – e aproximar os consumidores em todo o espaço
comunitário. A diretiva já define alguns meios – os EM devem consagrar aos direitos de
renunciar fora do estabelecimento comercial.
53
Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
b) Mas o estado português não disse o que entendia por consumidor. A Ana comunicou
em 5 dias por escrito e quer desvincular-se do contrato e a empresa não aceita a Ana
como consumidora, mas sim uma profissional.
Este litigio chega a tribunal – qual é a norma a mobilizar para resolver o caso
A diretiva não goza de aplicabilidade direta e por isso não basta estar em vigor na OJ
comunitária e com isso estar vigente na OJ interna. Daí a diretiva carecer de
transposição.
Portanto quando a diretiva é transposta e é corretamente transposta a norma que
aplicamos à resolução de um litigio é a norma interna.
O que é consumidor, duvida de interpretação – é a parte mais frágil porque não tem
conhecimento da matéria ou pode também ser alguém que age fora do seu âmbito
profissional.
Principio da interpretação conforme – principio de âmbito geral, não vale apenas para
interpreta atos de transposição, e é um subprincípio da efetividade.
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
Neste caso a lei nacional não diz o que é consumidor – daí que faz sentido considerar
que é alguém que esta a agir fora do âmbito da sua atividade profissional, e nesse
sentido vai no sentido compatível da diretiva – o juiz que esta a resolver o litigio aplica
a lei nacional fazendo uma interpretação conforme com o direito comunitário.
Em consequência considerando que a Ana é consumidora e comunicou no prazo de 5
dias o interesse em exercer o seu direito de renuncia, logo o seu direito será protegido.
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
Este acórdão veio dizer que resultava das próprias especificidades do Tratado que os
particulares tinham a possibilidade de invocar direitos mesmo que essas normas vinculassem
apenas estados.
Decorre daqui que o direito comunitário também atribui direitos aos particulares que entram
na esfera jurídica dos particulares – efeito direto. Havendo esse direito ele pode ser invocado
perante os tribunais. – Van Gend an Loos C-26/62
Se estiver a existir uma discussão entre particulares que não tenha chegado nem aos tribunais
nem à administração, dirige-se ás entidades com capacidade para aplicar o direito.
No caso das diretivas elas em principio não gozariam de efeito direito, porque faz parte de que
apena vinculam EM. logo não se reconhece que possam ser invocadas contra particulares.
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
Mas entendeu-se que o EM podia não transpor a diretiva e depois tirar beneficio dessa não
transposição. Daí que para retirar a possibilidade do EM tirar beneficio, admite-se o efeito
direto vertical.
Mas nem todas as normas gozam de efeito direito. Existem requisitos para que sej apossivel
este efeito direto: Clara, Precisa e Incondicional
Deve ter a densidade suficiente para permitir recortar o direito dos particulares, a quem se
destina
Não deixam aos estados membros qualquer margem de apreciação ou conformação na sua
administração e densificação.
Esta norma em concreto que define um mínimo de 7 dias a contar da data em que o
comerciante o informou desse direito. – este direito a diretiva já consagra – para estes 7 dias,
se for 15 dias eu já não tenho esse direito na norma da diretiva.
Normas que não gozam de efeito direto – os estados esforçar-se-ão, farão o possível,…
No nosso caso pratico a Ana quer invocar a norma contra a empresa XPTO –
As normas têm de cumprir mais dois pressupostos – depois de passado o prazo de transposição
ou essa transposição não seja correta
Neste caso, o efeito direito não pode ser invocado contra esse particular, que é a empresa
XPTO – porque estamos numa relação horizontal.
11/12/2020
CASO 8
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
Efeito direto qualquer norma exceto normas de regulamento porque gozam de aplicabilidade
direta.
Para ter efeito direto a norma tem de ser clara, precisa e incondicional
Para uma norma gozar de efeito direto a verificação tem de ser apreciada à luz do caso
concreto.
Daqui resulta que se se quiser aplicar a norma da diretiva para exercer o direito de renuncia
nos 7 dias da diretiva a norma por si só é precisa clara e incondicional, mas se quisermos
renunciar aos efeitos do contrato ao fim de 15 ou 20 dias a norma já não gozaria de efeito
direto.
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
Requisito da incondicionalidade – significa que a norma não está sujeita a exceções ou reservas
– trata-se de saber se há margem de decisão para os EM ou outras instituições comunitárias.
Quando a exceção já esta na própria norma, não invalida que esta goze de efeito direto – o que
importa é se há poder discricionário dos EM.
A norma da diretiva cumpria estes requisitos – a Ana queria desvincular-se n prazo de 5 dias.
O problema é que as diretivas têm menos efeito direto do que as outras normas – mas estas
são os atos do direito comunitário que têm menos efeito direto, o que resulta das próprias
características da diretiva porque vincula apenas os EM.
Dai que o acórdão de Van Duyn veio admitir o efeito direto das diretivas.
Este efeito vertical das diretivas rapidamente se foi alargando, tanto que hoje em dia discute-se
de também não deveríamos reconhecer às diretivas efeito horizontal.
O TJUE vai mais longe e refere que são ainda considerados estado qualquer organismo desde
que estejam encarregadas da realização de um serviço publico e que por força desse encargo
estejam sujeitas a um controlo por parte do estado – estado tem de influenciar as decisões
tomadas por essas empresas.
Se a empresa xpto tivesse o seu capital detido pelo estado – aí teríamos estado para esta
questão do efeito direto das diretivas – s eo estado tem estas ações todas, o estado tem desde
logo a possibilidade de nomear os respetivos órgãos sociais.
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
Ação contra o estado membro por não transposição da diretiva, mas isto não resolveria o
problema da Ana.
Responsabilidade civil dos Estados com a sua atuação que desrespeita do DUE:
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
Quando o acórdão em 1991 foi proferido nós tínhamos já uma informação bastante suficiente
de que era um principio do direito dos EM – comum aos EM – que os EM têm de respeitar o
DUE e têm de indemnizar os danos quando não atuam de acordo com as normas jurídicas –
não podemos dizer que era um principio natural (o estado no exercício dos poderes públicos
não erra, logo não tinha de respeitar o direito (esta conceção em 1991 já estava ultrapassada) –
esta responsabilidade resulta de uma OJ que pretende ser efetiva, independentemente da
fonte do Direito tem de indemnizar esses danos.
Tambem não há base jurídica para que seja adotado este regime de responsabilidade dos
estados – o que temos são certas exigências qu o TJJUE já disse que Os EM
não pode ser mais difícil obter uma indemnização para obter indemnização por incumprimento
do direito nacional
Não há uma ação de responsabilidade civil que corra nos TJUE – mas tem de estar de acordo
com as exigências da EU e a lei aplicada será a dos tribunais nacionais
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
A regras que foi violada deve ter por objeto conferir direitos para os particulares – violação de
uma norma de proteção referida por alguns autores
1 - Tem de haver uma violação suficientemente caracterizada do DUE – não pode ser uma qq
violação do DUE – esta violação tem ser grave e manifesta – não há o pressuposto da culpa mas
tem de ser grave e manifesta como diz o TJUE.
clara e precisa tem de ser a norma, e mais fácil sera afirmar que a violação é grave e
manifesta
No caso da Ana podemos dizer que se verificavam todos estes pressupostos, mas teríamos
dificuldade no calculo dos danos – no entanto poderia dar direito o dever de indemnizar.
Podemos não conseguir revogar a sentença nacional, mas isso não prejudica o direito de
indemnizar. – sentença Silva Brito
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
Esta responsabilidade dos estados não é um remedio apenas para a falta de efeito direto das
normas – por ex. vinha um camião com queijos franceses que foram barrados pelo estado, foi
levado a tribunal, metade dos queijos estragaram-se – por força do efeito direto ainda
podemos obter autorização para serem vendidos, relativamente aos demais posso obter efeito
direto pelos danos dos restantes queijos. – cumular o efeito direto com a responsabilidade
Caso 9
Suscetibilidade dos particulares invocarem um direito concedido por uma norma do DUE.
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
A empresa tem de invocar a diretiva contra o estado e anular o ato que praticou que visavam
permitir a outra empresa de vender os cigarros com a substancia X.
Invoca a norma contra o estado para que o estado anule o ato administrativo. Quem sofre os
efeitos desta anulação é a outra empresa – outro particular
O TJUE admite esta situação, admite que se repercuta negativamente nos direitos de terceiros.
____________
Invoco a diretiva contra o estado mas o que eu quero é que o estado imponha uma obrigação
contra uma outra empresa - O TJUE não admite é isto, que não posso invocar uma diretiva
contra o estado para que o estado adote uma norma contra um particular.
Caso 10
Se cada estado estabelece regras e essas regras são diferentes, isto implica que em termos de
liberdade de circulação de mercadorias coloca um entrave – daí existem normas que
imponham a comunicação à Comissão das regras técnicas – mesmo criando alguma dificuldade
à liberdade de circulação de mercadorias
O que sucede neste caso foi que a Bélgica não a comunicou à Comissão.
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
A empresa C tem um alarme que não obedece a esta regra, a empresa B pretende que C seja
proibida de exercer a atividade.
C defende-se afirmando que a norma X não é aplicável porque não respeita a diretiva.
Diretiva estabelece de forma clara precisa e incondicional dever do estado que adote uma
regra técnica ter de a comunicar à Comissão.
A empresa C quer dizer ao estado que não tem de cumprir a norma belga porque não respeitou
a diretiva.
O TJUE acolheu esta argumentação – o estado belga criou uma norma que padece de um vicio
procedimental que a torna inaplicável à empresa C – o que há aqui é um mero efeito de
exclusão da norma interna, não podendo ser aplicada, mas o TJ não afirmou que a norma era
invalida, disse apenas que não podia ser aplicada. A dra. Sofia Oliveira Pais – refere este efeito
como sendo o efeito incidental das diretivas, outros falam do efeito triangular.
2.º quando a diretiva consagra um principio geral de DUE – mangold – o TJUE não afirmou que
a diretiva tivesse efeito direto horizontal, o principio da discriminação em razão da idade é que
tem este efeito direto horizontal (carta dos direitos fundamentais) – proibição de discriminação
em razão da idade, >55 anos os contratos podiam ser renovados sem nunca se transformarem
em contratos sem termo.
A uniºao so pode agir se esse poder lhe tiver sido atribuído pelos EM.
A uniãio tem competnbcias exclusivas – quem atua é a União, os EM podem ter alguma
intervenção mas esa intervenção tem de ser definida pela EU
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
Competencias partilhadas – ou concorrentes – quer a Uniao quer os EM podem agir, mas não
ao memso tempo ou atua um ou atua outro – em principio atuam os EM por força do principio
da subsidiariedade (2 requisitos do principio) e também o principio da proporcionalidade
Se a EU agir a partir desse momento vamos ter limitada a possibilidade de atuar dos EM –
PRINCIPIO DA PREEMPÇÃO.
Neste caso especifico a EU estava a exercer logo o EM não podia adotar aquela lei.
O EM só não pode ocupar o espaço que esta a ser ocupado pela EU.
CASO 11
Outros atos também podem – norma do tratado que goze de aplicabilidade direta.
Invocar o acórdão Costa contra ENEL – este principio foi acolhido pela nossa CRP art.º 8.º n.º 4
– DUE se aplica com valor que o próprio DUE DETERMINAR desde que sejam respeitados os
princípios do Estado de direito democrático – esta é solução que resulta na pratica na
generalidade dos EM – pelo que quando temos um conflito entre um ato de D comunitário E O
ato legislativo nacional, prevalece o ato de D comunitário.
O conflito coloca-se entre uma norma de direito comunitário e de direito constitucional – para
o TJUE é necessário garantir a efetividade e uniformidade da aplicação do DUE pelo que
prevalece mesmo sobre as normas constitucionais.
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Mariana Geraldo – Direito da União Europeia
Ambos tribunais de justiça e tribunais constitucionais andam a arrogar-se ter a ultima palavra
sobre esta matéria e encontram soluções que permitem nunca partir a corda.
Há uma tensão entre os vários tribunais, mas na pratica temos tido soluções que mitigam esta
tensão.
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