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Fontes de Direito da UE
As fontes de direito são os modos de formação e de revelação das normas jurídicas. As fontes
dividem-se em fontes imediatas e mediatas.
As principais fontes imediatas de Direito da UE são:
a) O Direito Originário;
b) Os Princípios Gerais de Direito;
c) O Direito Derivado;
d) O Direito Internacional.
As principais fontes mediatas de Direito da UE são:
a) Jurisprudência;
b) O Costume.
Os princípios gerais de Direito, enquanto princípios conformadores da ordem jurídica, são
instrumentos a que o Tribunal de Justiça recorre para definir os parâmetros da legalidade na
interpretação e na integração das lacunas do Direito originário e do direito derivado e para
averiguar da conformidade das medidas nacionais com o Direito da União Europeia. O Tribunal
de Justiça garante o respeito do Direito na interpretação e aplicação dos Tratados (art.º 19.º/n.º1
do TUE).
Os Estados criaram a União Europeia, uma organização nova à qual fixaram objetivos e
atribuíram as competências necessárias para a realização desses fins, seguindo o método
funcional da atribuição de competências.
Nos termos do art.º 5.º do Tratado da União Europeia, a delimitação das competências da União
rege-se pelo princípio da atribuição e o exercício dessas competências rege-se pelos princípios
da subsidiariedade e da proporcionalidade (art.º 5.º/n.º1 TUE).
Por força do princípio da Atribuição, União atua unicamente dentro dos limites das
competências que os Estados membros lhe tenham atribuído nos Tratados para alcançar os
objetivos fixados por estes últimos. As competências que não sejam atribuídas à União
pertencem aos Estados membros (art.º 5.º/n.º2 TUE).
Um dos poderes da União Europeia é a criação de normas jurídicas. Com a criação das
comunidades europeias surgiu um ordenamento jurídico novo, autónomo e hierarquizado, com
regras próprias emanadas dos órgãos comunitários competentes, sem qualquer intervenção
direta da parte dos Estados membros. Trata-se de um ordenamento jurídico que se encontra em
sobreposição com o ordenamento jurídico interno de cada um dos Estados membros.
Em sentido estrito, são fontes de direito da UE o direito originário (Tratados) e o direito
derivado (atos adotados pelas instituições, órgãos ou organismos da UE). Em sentido amplo, são
fontes de direito europeu todas as regras ou normas aplicáveis na ordem jurídica europeia,
mesmo que a sua origem seja exterior à própria UE. Inclui-se aqui não apenas o direito europeu
originário e o direito europeu derivado, mas também o direito internacional geral ou comum e
as convenções estabelecidas entre os Estados membros para a aplicação dos tratados e ainda os
princípios gerais de direito não escritos que sejam reconhecidos pelo Tribunal de Justiça.
Os Tratados Europeus
Os Tratados, fonte primária ou originária de direito europeu, são convenções internacionais de
tipo clássico, produto exclusivo da vontade soberana dos Estados contraentes, que foram
concluídos em conformidade com as regras de direito internacional e no respeito das respetivas
normas constitucionais nacionais.
O Direito Originário é constituído pelos Tratados institutivos, primeiro das comunidades
europeias e depois da União Europeia e ainda por todos os Tratados que se lhes seguiram e
modificaram, completaram ou adaptaram os Tratados iniciais, onde sobressai pela amplitude das
alterações introduzidas ao TUE o Tratado de Lisboa. O direito originário integra também os
Tratados de adesão de novos Estados membros, de que é exemplo o Tratado de adesão da
Croácia, bem como, os Protocolos e os Anexos constantes dos Tratados (art.º 51.º TUE), por
último faz também parte do Direito Originário a Carta dos Direitos Fundamentais da UE que é
uma das mais importantes fontes de direito da União Europeia, uma vez que tem o mesmo valor
jurídico dos Tratados (art.º 6.º/n.º1 do TUE).
alcançar, no âmbito das políticas da União, um dos objetivos estabelecidos pelos Tratados ou
quando tal celebração esteja prevista num ato juridicamente vinculativo da União ou seja
suscetível de afetar normas comuns ou alterar o seu alcance (art.º 216.º/n.º1 TFUE).
Por força do primado do direito da União Europeia, o direito originário dos Tratados prima
sobre qualquer regras sem exceção, pelo que todas as outras fontes de direito estão abaixo deste
direito originário. Os atos de direito internacional estão sujeitos ao princípio das competências
de atribuição e ao princípio da legalidade.
Aliás, qualquer Estado membro, o Parlamento Europeu, o Conselho ou a Comissão podem obter
o parecer do Tribunal de Justiça sobre a compatibilidade de um projeto de acordo com os
Tratados EM caso de parecer negativo do Tribunal, o acordo projetado não pode entrar em
vigor, salvo alteração deste ou revisão dos Tratados (art.º 218.º/n.º11 do TFUE).
Antes da criação das comunidades europeias, alguns países haviam celebrado entre si algumas
convenções, pelo que os Tratados regularam essa questão mantendo em vigor todas as
convenções na medida em que não estejam em contradição com as regras dos tratados
comunitários tal como prevê o art.º 350.º TFUE, no caso de Estados terceiros aplica-se o 351.º
TFUE.
Os regulamentos europeus
Na definição de regulamento dada pelos Tratados estão presentes 3 elementos essenciais: i)
generalidade; ii) obrigatoriedade; iii) aplicabilidade direta.
As diretivas europeias
Resulta do art.º 288.º TFUE que as diretivas são atos jurídicos através dos quais a autoridade
competente, ao mesmo tempo que fixa aos Estados membros destinatários um resultado que
deve ser obrigatoriamente alcançado no interesse comum, permite que cada Estado, de per si,
escolha os meios e as formas que considere mais adequadas – do ponto de vista do direito
interno, da realidade nacional ou dos seus interesses próprios – para alcançar o objetivo visado.
A diretiva é um instrumento de harmonização legislativa, obriga à transposição para o
ordenamento jurídico nacional por parte dos Estados, sendo que o objetivo que se pretende
alcançar é que haja uma certa compatibilidade entre todos os ordenamentos jurídicos, isto é, que
o regime jurídico em causa se apresente com um enquadramento semelhante em todos os
ordenamentos jurídicos dos Estados membros. O órgão competente para emanar diretivas,
regra geral é o Conselho.
A obrigatoriedade da decisão
A decisão é obrigatória em todos os seus elementos, tal como o regulamento.
À semelhança do que sucede com a diretiva, a decisão impõe o resultado a atingir, mas,
diversamente daquela, a decisão obriga quanto às modalidades de execução.
As recomendações e pareceres
De acordo com o art.º 288.º TFUE as recomendações e os pareceres não são vinculativos.
Por não ter natureza obrigatória, a recomendação e o parecer exercem uma influencia direta, na
maior parte dos casos limitada à formulação de uma linha de orientação para as legislações dos
Estados membros.
As recomendações e os pareceres desempenha, um papel importante e, por vezes, decisivo na
interpretação dos atos jurídicos adotados. Nos termos do art.º 296.º TFUE, os atos jurídicos são
fundamentados e fazem referencia às propostas, iniciativas, recomendações, pedidos ou
pareceres previstos pelos Tratados.
As recomendações são atos do Conselho dirigidos aos Estados membros (art.º 292.º TFUE), ou
atos da Comissão dirigidos quer ao Conselho quer aos Estados membros (art.º 117.º TFUE).
Exprimindo-lhes o respetivo ponto de vista sobre determinadas questões, apontando-lhes as
medidas ou soluções reclamadas pelo interesse da União, sugerindo-lhes os atos a adotar.
As recomendações foram concebidas como um instrumento de ação indireta da autoridade
europeia, visando frequentemente à aproximação das legislações nacionais ou à adaptação de
um dada regulamentação interna ao regime jurídico da UE.
Quanto aos pareceres, importa ter presente que a própria noção de parecer é de sentido amplo e
engloba diversas modalidades de atos que têm em comum a ausência de força vinculativa, pelo
que não constituem só por si os respetivos destinatários em qualquer obrigação jurídica.
c) Publicidade;
d) Clareza na relação dos diferentes atos jurídicos.
O princípio da proporcionalidade
O TJUE começou por afirmar como fonte de direito europeu, com especial destaque para os
corolários da adequação e da proibição do excesso, afirmando sempre sem reservas nos seus
acórdãos que o principio da proporcionalidade se impõe às instituições europeias e aos Estados
membros e faz parte da ordem jurídica da UE.
O principio da proporcionalidade aparece finalmente consagrado de forma expressa no TUE no
seu art.º 5.º/n.º4.
O princípio da igualdade
Afirma-se a vontade prosseguir a integração no respeito pelos princípios gerais de direito que
são comuns aos Estados membros, no que se considera um passo significativo para a construção
de uma UE como espaço de Direito. De acordo com esse propósito, no TUE, na versão de
Amesterdão surge a proclamação de que “A União assenta nos princípios da liberdade, da
democracia, do respeito, pelos direitos do Homem e pelas liberdades fundamentais, bem como
do Estado de Direito, princípios que são comuns aos Estados membros” .
Com o Tratado de Lisboa avança-se definitivamente para afirmação do principio da igualdade
na sua plenitude, consagrando-se a igualdade entre homens e mulheres.
“A União funda-se nos valores do respeito pela dignidade humana, da liberdade, da
democracia, da igualdade, do Estado de direito e do respeito pelos direitos do Homem,
incluindo os direitos das pessoas pertencentes a minorias. Estes valores são comuns aos
Estados membros, numa sociedade caraterizada pelo pluralismo, a não discriminação, a
tolerância, a justiça, a solidariedade e a igualdade entre homens e mulheres” (art.º 2.º TUE).
Com a Carta dos Direitos Fundamentais da UE, avançou-se para a definição de um catálogo
próprio de direitos fundamentais, tal como hoje surgem configurados no Tratado de Lisboa e
que integram verdadeiros direitos de natureza social, económica, cultural e politica. Surge assim
o art.º 6.º TUE.
Os princípios e valores da UE
Com o Tratado de Lisboa, os objetivos da UE ficaram definitivamente assinalados, como sendo
a construção de uma União assente nos valores universais que são os direitos invioláveis e
inalienáveis da pessoa humana, bem como a liberdade, a democracia, a igualdade e o Estado de
direito. Nesse sentido, o art.º 2.º do TUE estabelece que “A União funda-se nos valores do
respeito pela dignidade humana, da liberdade, da democracia, da igualdade, do Estado de
direito e do respeito pelos direitos do Homem, incluindo os direitos das pessoas pertencentes a
minorias. Estes valores são comuns aos Estados membros, numa sociedade caraterizada pelo
pluralismo, a não discriminação, a tolerância, a justiça, a solidariedade e a igualdade entre
homens e mulheres”
De seguida, concretizando os fins da União, o Tratado de Lisboa (art.º 3.º/n.º3 TUE) define
como principais objetivos a alcançar:
a) Promover a paz, os valores universais e o bem-estar dos seus povos;
b) Proporcionar aos seus cidadãos um espaço de liberdade, segurança e justiça sem
fronteiras internas, em que seja assegurada a livre circulação de pessoas, em conjugação
com medidas adequadas em matéria de controlos na fronteira externa, de asilo e
imigração, bem como de prevenção da criminalidade e combate a este fenómeno;
c) Estabelecer um mercado interno;
d) Prosseguir de forma empenhada o desenvolvimento sustentável da Europa, assente num
crescimento económico equilibrado e na estabilidade de preços, numa economia social
de mercado altamente competitiva que tenha como meta o pleno emprego e o progresso
social, e num elevado nível de proteção e de melhoramento da qualidade do ambiente;
e) Fomentar o progresso científico e tecnológico;
f) Combater a exclusão social e as discriminações;
g) Promover a justiça e proteção sociais, a igualdade entre homens e mulheres;
h) Promover a solidariedade entre as gerações e a proteção dos direitos da criança;
i) Promover a coesão económica, social e territorial;
j) Promover a solidariedade entre Estados membros;
k) Velar pela vanguarda e pelo desenvolvimento do património cultural europeu, no
respeito da diversidade cultural e linguística entre os povos europeus.
Nas suas relações com o resto do mundo, a União afirma e promove os seus valores e interesses
e contribui para a proteção dos seus cidadãos. Contribui para a paz, a segurança, o
desenvolvimento sustentável do planeta, a solidariedade e o respeito mutuo entre os povos, o
comercio livre e equitativo, a erradicação da pobreza e a proteção dos direitos do Homem, em
especial os da criança, bem como para a rigorosa observância e o desenvolvimento do direito
internacional, incluindo o respeito dos princípios da Carta das Nações Unidas (Art.º 3.º/n.º5
TUE).
Podemos concluir que a UE assenta num conjunto de princípios fundamentais que, em boa parte
são princípios estruturantes do seu ordenamento jurídico, podendo mesmo afirmar-se que tais
princípios integram a chamada “constituição material” da União.
São princípios fundamentais no exato sentido em que dão vida aos valores que a UE adotou
como base de legitimação do seu funcionamento e de orientação superior de todas as suas
decisões.
A natureza imperativa dos princípios jurídicos obriga a UE e os Estados membros, vinculam o
legislador europeu e o legislador nacional, pelo que a eles se devem submeter a Economia e o
próprio Direito.
A importância desses princípios é vital para a UE enquanto produto histórico com um
património cultural e humanista e assumem uma natureza imperativa para os Estados membros,
pelo que qualquer violação grave e reiterada pode resultar em sanção para o Estado membro
(art.º 7.º TUE).
De acordo com o princípio do adquirido, o processo de integração, sendo gradual, deve a todo o
momento ser consolidado, o que significa que deve ter-se como adquirido e assente o que se
alcançou em cada fase, de tal forma que os objetivos alcançados e as medidas e atos adotados
pela União devem considerar-se juridicamente definidos e politicamente irreversíveis.
Claro está que a irreversibilidade do processo de integração não impede que um determinado
Estado membro decida sair do processo. Com efeito, o Tratado de Lisboa consagrou essa
hipótese no art.º 50.º TUE, mediante acordo a celebrar tendo em conta o quadro das suas futuras
relações com a UE.
O princípio da proporcionalidade
O objetivo essencial está associado à ideia de que sempre que se justifique a adoção de uma
medida, importa assegurar que as finalidades a alcançar sejam atingidas com base no menor
sacrifício ou encargo possível para os destinatários da medida, como tem vindo a ser fixado pela
jurisprudência do Tribunal de Justiça.
Esta ideia da proporcionalidade radica na necessidade da medida e na proibição do excesso
põe em evidencia a questão nuclear da adequação ou do equilíbrio da intervenção em especial
nos domínios em que a medida tem natureza restritiva ou mesmo proibitiva.
O princípio da proporcionalidade comete aos órgãos da UE a obrigação de adequar os seus atos
aos fins concretos que visam atingir, adequando as restrições impostas ao exercício das quatro
liberdades ao estritamente necessário e razoável. Trata-se assim de um princípio que tem
subjacente a ideia de limitação do excesso, de modo que o exercício das competências
atribuídas não ultrapassem o indispensável à realização dos objetivos a prosseguir.
Competências Partilhadas
Estabelece o art.º 2.º/n.º2 do TFUE que quando os Tratados atribuam à União competência
partilhada com os Estados membros em determinado domínio, a União e os Estados membros
podem legislar e adotar atos juridicamente vinculativos nesse domínio.
Os Estados membros exercem a sua competência na medida em que a União não tenha exercido
a sua. Os Estados membros voltam a exercer a sua competência na medida em que União tenha
decidido deixar de exercer a sua.
Competências Complementares
As competências complementares da UE, respeitam a matérias relativamente às quais os
Estados membros mantêm as suas competências (competências que não transferiram), embora
as ações dos Estados nesses domínios possam ser complementadas pela ação da União com
vista a assegurar a realização dos objetivos da UE constantes dos Tratados.